Nesta edição, percebemos nitidamente o quanto o Expoente caminha
firme no sentido de contribuir para uma
educação voltada à formação criativa,
focada em valores, na arte e na busca da
realização do cidadão pleno, sem nunca
desprezar a absorção do conhecimento.
Na entrevista com o consagrado
sociólogo e escritor Domenico De Masi,
quando ele diz que “A escola do futuro
deve ensinar pensando no futuro da
sociedade e, se a previsão for positiva,
ensinar a realizá-la, se for negativa,
ensinar a evitá-la”, está ao mesmo
tempo nos dizendo que devemos deixar
de ensinar olhando para o passado
(espelho retrovisor): devemos sempre
dar a nossos alunos condições de
visualizar o amanhã. É um desafio e
tanto! Na página 06, as perspectivas
para 2020, na visão de Domenico,
sinalizam o caminho que nos
parece ideal. Quem viver verá!
Quando lemos sobre as experiências das escolas conveniadas que
trabalham com o tema bianual Arte –
Leitura de Mundo, um tema tão atual e
focado no desenvolvimento, no conhecimento e na fruição da arte nos seus
mais diversos segmentos, ficamos
emocionados, pois nossa missão como
educadores se cumpre. Isso é motivo de
orgulho!
Ao final da leitura, deparamo-nos
com um assunto de extrema relevância:
as avaliações nacionais, que já estão
consolidadas no mundo todo. O Enem
para o Ensino Médio e a Prova Brasil para
as escolas do Ensino Fundamental são
avaliações que vieram para ficar e que
conduzirão a uma melhora da qualidade
do ensino. Criticar sua forma é mera
formalidade. Com o tempo, os processos de avaliação se aperfeiçoam e as
mudanças ocorrem
de maneira gradativa e permanente.
Sabendo que essa é
a tendência, o
Expoente já há dois
anos elabora um
Angerer
caderno de ques- Armindo
Diretor-Geral
Grupo
Educacional
Expoente
tões do Enem – o
ExpoEnem . Para
este ano, avançamos ainda mais, com a
criação do Sistema de Avaliação
Expoente (SAE), cujo objetivo é dar as
nossas escolas conveniadas a possibilidade de se autoavaliar antes das provas
nacionais e, dessa forma, corrigir alguns
rumos em seu processo de ensino e
aprendizagem.
A todos os nossos leitores,
conveniados e amigos, uma boa e
proveitosa leitura.
Armindo Angerer
[ índice
4
Entrevista: o sociólogo
italiano Domenico De Masi
fala sobre o ócio criativo
nas escolas
20
Matemática:
transforme a disciplina
em um tema divertido
e encantador
8
Capa: acompanhe
projetos artísticos
desenvolvidos em
escolas de todo o Brasil
EXPEDIENTE
Direção-Geral: Armindo Vilson Angerer
Gerência do CEEE: Sandra Poli
Jornalista Responsável: Danielle Ribas
(Mtb
3853/15/46v)
Revisão: Gabriela Sbeghen
Design : Augusto de Paiva Vidal Neto
a T
eixeir
a
Marketing: Jomar
Jomara
Teixeir
eixeira
Pré-Impressão: Alexandre Straube
Fotolitos e Impressão
Editora Gráfica Expoente: Antonio Both
Av. Maringá, 350 – Pinhais-PR
CEP: 83324-000 – T
el.: 41 3312 43 50
Tel.:
Fax: 41 3312 43 70
Tiragem: 15 000 exemplares.
Impressão Pedagógica é uma publicação semestral, de circulação
nacional, dirigida a diretores de escolas, coordenadores e professores,
sendo distribuída por mailing personalizado. Não nos responsabilizamos por opiniões
expressas nos artigos assinados. Todos os direitos reservados.
24
Ensino Médio: preparação
completa para a nova realidade
14
28
Artigo: Educar para um mundo
novo: o papel do professor
Artigo: Escolas preparadas
para os riscos jurídicos
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3
[ editorial
Caros leitores:
25/08/2011, 08:39
[3
[ entrevista
A escola
do
futuro
O escritor Domenico De Masi
ficou famoso por apresentar ao
mundo o conceito revolucionário
do ócio criativo, que propõe a união
de trabalho, estudo e lazer.
Segundo ele, a sociedade
deve parar de encarar o trabalho ou
o estudo como uma obrigação para
torná-los atividades criativas e
prazerosas.
Atualmente, Domenico é
professor de Sociologia do Trabalho na Universidade La Sapienza,
de Roma, na Itália, diretor da S3
Studium, escola de especialização
em ciências organizacionais, e
autor de diversos livros, entre eles
Desenvolvimento sem trabalho, A
emoção e a regra, O ócio criativo e
O futuro do trabalho.
O escritor italiano esteve
presente na 18 a. Educar, Feira e
Congresso Internacional de Educação, em São Paulo (SP), e falou
sobre suas previsões para o futuro
da sociedade pós-industrial. Entre
uma palestra e outra, Domenico De
Masi concedeu esta entrevista
exclusiva para a revista Impressão
Pedagógica.
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25/08/2011, 08:39
IP – Como será a escola do
futuro?
Domenico De Masi – O maior
problema da sociedade pós-industrial é prever o futuro. E este
também é o principal problema da
escola, que precisa ensinar
pensando no futuro da sociedade.
Se a previsão for positiva, a escola
deve ensinar a realizá-la. Se for
negativa, a escola deve ensinar a
evitá-la. Eu acredito que a escola
pós-industrial deve ensinar o
jovem a respeitar as oportunidades
iguais, acostumá-lo a trabalhar por
objetivos, e ensinar dignidade aos
professores e aos alunos. Deve-se criar um contexto que ajude o
aluno a se desenvolver. O conhecimento, a ética e a estética são as
três pilastras da educação do
futuro. Precisamos nutrir a arte e
a beleza na escola. E incentivar a
criatividade.
IP – O senhor é um forte
crítico da burocracia, que limita a
criatividade das pessoas. As
escolas ainda são espaços muito
burocráticos. Como construir uma
escola criativa?
DDM – A escola burocrática
não é uma escola verdadeira. Ela só
se chama escola. Aqui no Brasil
mesmo, eu já vi vários exemplos de
escolas não burocráticas. Uma
escola criativa é aquela que utiliza a
pedagogia do ócio criativo, que une
estudo, trabalho e jogo. Tudo
misturado. A escola deve valorizar
ao máximo a convivência, que é um
de seus pontos fortes se a
compararmos com a internet e a
televisão. Também não podemos
esquecer que ninguém aprende na
confusão ou na bruteza. Precisa-
mos de ambientes agradáveis, por
isso a importância da estética.
IP – E em relação às avaliações
e às notas? Como saber se o aluno
aprendeu?
DDM – A criatividade é fácil de
se perceber. É como a loucura e a
imbecilidade. Está na cara. As
avaliações e as provas são criações
burocráticas, mas é possível
subvertê-las. Eu sou professor há
42 anos e não faço mais avaliações.
No início do ano, no primeiro dia de
aula, eu pergunto ao aluno: Que
nota você se dá? Se ele se deu nota
6, então que estude para 6. Se ele
se deu nota 7, ele sabe que vai
estudar para 7. E funciona. Eu tenho
duzentos alunos por ano e
somente um ou dois não se
encaixam. Todo o tempo que eu
gastaria aplicando provas, eu uso
para ensinar.
IP – Com a ajuda da
tecnologia, o acesso a todo tipo de
conteúdo está mais fácil para o
aluno. A figura do professor ainda
vai existir no futuro?
DDM – A tecnologia é um
meio, não é um fim. Essa
entrevista, por exemplo, está
sendo gravada, mas jamais poderia ser feita sem a tua ou sem a
minha presença. Sem as tuas
perguntas e as minhas respostas.
O gravador é um meio. Eu não
entendo por que as pessoas têm
med da tecnologia. Você tem
medo?
IP – Um pouco, porque às
vezes ela é muito rápida.
DDM – Mas não devemos ter
medo da tecnologia. Devemos
utilizá-la a nosso favor e não ficarmos obcecados por sua utilização
ou pela troca periódica dos
aparelhos.
IP – Algumas pessoas ainda
confundem o ócio criativo com a
preguiça ou com o não fazer nada,
“A escola
burocrática não
é uma escola
verdadeira. Ela
só se chama
escola.”
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[5
quando na verdade ele propõe a
mistura de trabalho, aprendizado e diversão. O senhor acha
que as pessoas entenderam este
conceito?
DDM – Algumas sim. Mas
ainda é preciso mais tempo. Você
pode trocar rapidamente um
aparelho de celular, mas mudar o
modo de pensar das pessoas leva
tempo.
IP – Dez anos depois do
lançamento, como o senhor vê o
resultado da sua obra mais
conhecida e revolucionária, O ócio
criativo?
DDM – Eu acredito que obtive
muito resultado. Tive retornos
incríveis, e vejo que o conceito do
ócio criativo chegou a algumas
empresas e escolas. A Escola de
Dança do Bolshoi de Joinville (SC) é
totalmente baseada no conceito do
ócio criativo. Na Itália, principalmente, eu vejo muitas experimentações do ócio criativo. O que
acontece é que as pessoas começaram a praticar o ócio criativo e
nem sabem. Neste momento, por
exemplo, é o que você está
fazendo. Esta entrevista não deixa
de ser uma mistura de trabalho e
aprendizado.
Perspectivas para 2020
Em sua palestra na Educar, o escritor Domenico De Masi
apresentou suas previsões para o futuro da sociedade
1. Longevidade
A Aids, o analfabetismo e muitos tipos de câncer
serão debelados; a inseminação artificial e a clonagem
humana serão comuns; os transplantes de órgãos
naturais e artificiais permitirão viver mais de 800 mil
horas e gozar de ótima saúde até os cem anos. A
maioria das pessoas só ficará velha no último ano de
sua vida, durante o qual as despesas farmacêuticas
serão iguais ao dinheiro gasto em medicamentos
durante todos os anos de vida precedentes.
2. Tecnologia
Os carros funcionarão com hidrogênio e serão
teleguiados; a duração dos bens de consumo será
quatro vezes maior do que hoje. Segundo a lei de
Moore, a potência de um chip dobra a cada 18 meses:
portanto, em 2020 um chip terá o tamanho de um
neurônio humano, custará menos de vinte dólares e
sua potência será superior a um bilhão de transistores.
3. Trabalho e formação
As tarefas manuais e aquelas repetitivas irão
quase desaparecer do Primeiro Mundo, sendo
executadas pelas máquinas, deslocadas para o
Segundo e o Terceiro Mundo. Os trabalhadores
criativos trabalharão full time e full place, sem horário
nem sede, impulsionados pela própria motivação.
Nenhum trabalhador inteligente terá funções de
operário por mais de cinco anos. Para aqueles que
executam atividades criativas, será cada vez mais difícil
distinguir o estudo, o trabalho e o lazer: a melhor
definição de suas atividades é “ócio criativo”. Estas
atividades se confundirão entre si durante todas as 24
horas, se desestruturando no tempo e no espaço, se
feminilizando, e sendo cada vez menos sujeitadas aos
controles de quantidade; poderão ser incentivadas
somente por meio da motivação, do compartilhamento
das metas, da liderança carismática. Será guerra
declarada entre a criatividade e a burocracia. A
educação será entendida como formação permanente
e ocupará pelo menos 100 mil horas da vida. Tornar-se-á cada vez mais necessária e difícil a redistribuição
da riqueza, do trabalho, do conhecimento e do poder.
4. Ubiquidade e plasmabilidade
A rede já terá transformado o mundo inteiro em
uma única praça capaz de conter todo o amor e todo o
ódio do planeta. Poderemos entrar em contato com
qualquer pessoa, em qualquer ponto do planeta, por
meio de celulares, computadores e redes, sem dar
um passo sequer. Teleaprenderemos, teletrabalheremos, teleamaremos, nos teledivertiremos.
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Correremos por isso o risco de ficarmos obesos, graças
à falta de movimento, e muito abstratos pela falta de
contato real/material com os nossos semelhantes.
Graças à farmacologia, todos poderão inibir os próprios
sentimentos, exacerbá-los, simulá-los, combiná-los
como desejarem.
5. Lazer
Cada pessoa poderá dispor de 400 mil horas de
lazer. Esse tempo livre constituirá o problema mais
atormentador: como ocupá-lo? Como evitar o tédio, a
violência, as drogas? Como conseguir progredir
intelectualmente? Tudo isso resultará em maior
violência ou em maior paz social? E a violência, será
virtual ou real? Será, portanto, necessário preparar-se
para o tempo livre desde já, mais do que costumamos
nos preparar para o tempo de trabalho.
6. Androginia
Muitas mulheres terão um filho sem ter um
marido, enquanto para os homens ainda não será
possível ter um filho sem ter uma mulher. Por essa
razão também, as mulheres estarão no centro do
sistema social e irão gerenciar o poder com a dureza
que provém das injustiças sofridas nos dez mil anos
anteriores. Os valores até hoje cultivados pelas
mulheres – estética, subjetividade, emotividade,
flexibilidade – serão dominados também pelos
homens. Ambos irão compartilhar as atividades de
produção e os cuidados. Nos estilos de vida, irá
prevalecer a androginia.
7. Estética
Todas as tecnologias serão mais exatas do que
poderiam exigir os que as utilizam (mesmo hoje os
relógios de pulso erram apenas um milionésimo de
segundo por ano). Consequentemente, não interessará mais a já consolidada perfeição técnica dos
objetos, mas apenas a qualidade formal deles. Os que
se dedicarão às atividades estéticas, portanto, serão
mais apreciados do que os que se dedicarão às
“Eu acredito que a escola
pós-industrial deve ensinar
o jovem a respeitar as
oportunidades iguais.”
atividades práticas. E a estética tornar-se-á o principal
fator competitivo.
8. Ética
O trabalho será quase completamente terceirizado. Na sociedade dos serviços, a confiabilidade das
prestações constituirá a primeira vantagem
competitiva, e a ética dos profissionais constituirá o
mais alto mérito. Assim como a sociedade industrial
foi muito mais honesta e menos violenta do que aquela
rural, do mesmo modo a sociedade pós-industrial será
mais honesta e menos violenta do que aquela
industrial. Se quisermos ser bem-sucedidos, portanto,
deveremos ser homens de bem.
9. Subjetividade e motivação
Cada um tenderá a se diversificar fortemente
dos outros no que diz respeito a gostos, desejos e
comportamentos individuais. Cada um tenderá a fazer
somente aquilo que o apaixona e será ativo somente
nos setores em que poderá sentir-se realmente
motivado. A motivação, e não o controle, será a
alavanca da eficiência.
10. Qualidade da vida
A maioria das pessoas terá convicção de que se
vive só uma vez e que, portanto, é preciso viver bem.
Boa parte das profissões serão atividades dedicadas
ao próprio bem-estar e ao dos outros. Visto que a
vida será mais longa, cada cidadão, durante toda sua
juventude e sua maturidade, se preocupará cada
vez menos com a quantidade da vida e cada vez mais
com sua qualidade.
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[ matéria da capa
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Mãos
à
obra de arte
Projetos inspirados no Tema Pedagógico Expoente
2011 e 2012 Arte – Leitura de Mundo estimulam
a criatividade e a visão crítica dos alunos
No ato criador da arte, o ser humano interpreta a
realidade a sua volta por meio da percepção e da
criatividade. O Tema Pedagógico Expoente 2011 Arte –
Leitura de Mundo convida os profissionais de educação
a utilizarem a arte como instrumento para despertar
nos alunos as noções de sensibilidade e estética e
incentivá-los a expressar-se, a compreender e a
respeitar a expressão do outro.
Os materiais didáticos e de apoio oferecem
sugestões de leitura, filmes, atividades lúdicas e
educativas, além de indicações culturais. Mas tudo isso
é apenas o ponto de partida para que as escolas
conveniadas possam planejar as aulas e propiciar aos
alunos uma educação humanizadora, que preza pela
autonomia de pensamento e pela habilidade de
transformar conhecimento em ações produtivas para a
vida. Conheça, nesta reportagem especial, alguns dos
projetos desenvolvidos em escolas de todo o Brasil.
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[9
Arte na
Educação Infantil
No primeiro contato com o novo tema pedagógico, a
maior aflição de Kelly Naxara, diretora da Escola Brincando e
Aprendendo, de São Paulo (SP), foi transformá-lo em algo
significativo para crianças de um a seis anos. “Como tirar a
arte do museu e trazer para o cotidiano dos nossos alunos,
que são tão pequenos? De que maneira o trabalho
pedagógico deve ser conduzido
para traduzir a
arte para a linguagem deles?
No início, essas perguntas geraram um pouco
de conflito na cabeça dos nossos educadores, mas depois
resolvemos encarar o desafio”, relembra a diretora.
Para transformar a arte em uma experiência
significativa e expressiva para os alunos de Educação Infantil
surgiu o projeto Arte, lazer e cultura, desenvolvido no
primeiro semestre de 2011. A partir da apresentação de
três artistas renomados, as turminhas foram convidadas a
mergulhar em uma aventura cultural.
A obra Retrato de família, do colombiano Fernando
Botero, foi o ponto de partida. Depois de conhecerem a vida
do artista, as crianças recontaram suas próprias histórias,
com releituras por meio de desenhos, fotografias e teatro.
Com a obra A roda, do artista brasileiro Milton da
Costa, os alunos resgataram as brincadeiras coletivas,
envolvendo músicas e caracterização de personagens.
Cada turma preparou apresentações com o objetivo de
ensinar uma brincadeira nova. “Ao analisar a obra, os alunos
perceberam que os personagens retratados não possuem
rosto. Isso trouxe à tona a descoberta da identidade e da
personalidade de cada um”, conta Kelly.
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10
Os alunos também surpreenderam na interpretação
do Abaporu, famoso quadro de Tarsila do Amaral,
associado ao tema da inclusão social. “As crianças acharam
aquela figura diferente, meio estranha. A partir dessa
percepção, falamos sobre as diferenças culturais e sociais”,
explica a diretora Kelly Naxara. Após as discussões, as
crianças recriaram a obra usando o próprio corpo, em um
mural vivo.
Mais duas obras da pintora modernista serviram de
inspiração para temas do cotidiano: Operários, que
fomentou a discussão sobre a importância do grupo, e O
pescador, que trouxe à tona temas como a poluição dos
rios , a reciclagem e a preservação do meio ambiente.
“Pode ser que os alunos não se lembrem dos
nomes dos autores, mas tenho certeza de que a arte e
as ideias desses grandes artistas foram
compreendidas e assimiladas por eles e pelas famílias”,
afirma Kelly. Para reforçar o envolvimento dos pais e da
comunidade no projeto, a cada etapa desenvolvida foram
enviadas fotos e materiais explicativos sobre o tema. “Essa
divulgação para
além dos portões
da escola
despertou o
interesse de
todos. Para o
próximo
semestre,
trabalharemos
com o projeto Raízes brasileiras, apresentando a cultura das
cinco regiões do país, suas músicas, comidas e costumes”,
finaliza.
Alunos da Escola
Brincando e Aprendendo
envolvidos com as obras
de Tarsila do Amaral
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Arte popular
“O tema pedagógico foi um presente! Ele casou com a
nossa proposta, que sempre buscou associar arte e
educação. Toda a escola está motivada e curiosa para
descobrir, passo a passo, cada uma das etapas dos temas.
Os professores, os alunos e até os familiares estão
entusiasmados com as atividades”, comemora Conceição
Lima, coordenadora pedagógica do Centro Educacional
Vivência, de Petrolina (PE). A abertura dos projetos com o
tema Arte – Leitura de Mundo aconteceu nas ruas da cidade,
em pleno carnaval, com a participação de alunos e pais no
bloco Acordando o galinho.
Hoje, toda a escola está envolvida em projetos
artísticos: Brincando com palavra cantada (maternal I), no
Ritmo com Bia Bedran (maternal II), Toda arte de Toquinho
(1o. período), A beleza da arte popular (2o. período), Ziraldo de
A a Z (1o. ano), De porta aberta para o teatro (2o. ano),
Fotografia – a arte do olhar (3o. ano), Uma aventura na vida
de Tarsila do Amaral (4o. ano), Brasil, qual é sua trilha sonora?
(5o. ano), Dança popular – um olhar sobre o Nordeste (6o.
ano), Teatro de bonecos (7o. ano), Brasil – sons e tons (8o. ano)
e A arte em nossas vidas – um exercício do olhar (9o. ano).
A cada mês, os alunos desenvolvem um tema
diferente relacionado ao projeto geral, aproveitando
também as datas tradicionais do calendário. “Cada turma
tem seu Dia D, que acontece mensalmente. Nesse dia, pais
são convidados a assistir uma apresentação dos alunos”,
explica Conceição.
Um exemplo dessa dinâmica é o projeto A beleza da
arte popular,
desenvolvido
com os alunos do
2o. período. “Em
março, mês da
mulher, eles
conheceram
Dona Ana das
Carrancas, uma
artista regional
considerada a
A beleza da arte
popular inspirou os
alunos do Vivência
rainha do barro. Em abril, levamos representantes de uma
tribo indígena para falar sobre suas tradições culturais. Em
maio, para homenagear as mães nordestinas, nos
inspiramos em Maria Bonita e na literatura de cordel, uma
das artes mais representativas da cultura popular
nordestina”, relembra a coordenadora. Nessa fase, o
projeto teve a participação especial do cordelista Maviael
Melo, que desenvolveu os versos de um cordel criado
especialmente em homenagem ao projeto, e de Sérgio de
Sá, criador da xilogravura da capa. Junto com outros artistas
locais, eles participaram do I Encontro de Cordelistas. O
evento teve
contação de
histórias, cantigas
de roda e
apresentações
musicais
regionais.
“Com o tema Arte
– Leitura de
Mundo, o
Expoente
promove o
entusiasmo a cada
descoberta, a
valorização do
trabalho do outro
e nos proporciona novas relações com o mundo da arte”,
afirmam as professoras Poliana e Josélia, que
desenvolveram o projeto A beleza
da arte popular.
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[ 11
Arte escrita
Durante a primeira capacitação pedagógica de 2011,
voltada ao tema Arte – Leitura de Mundo, os professores do
Colégio Batista, de Teixeira de Freitas (BA), se sentiram
revigorados para aplicar o assunto em sala de aula. “Nós já
desenvolvemos atividades envolvendo a arte há alguns
anos, por isso a receptividade da nossa equipe foi excelente.
A capacitação docente oferecida pelo Expoente, em
especial, foi extremamente proveitosa, porque muitas
vezes o profissional acaba se acomodando na sua prática
diária, e a chegada de alguém de fora muda o foco, dá uma
‘cutucada’, e faz toda a equipe se sentir reanimada. Sempre
tiramos muito proveito ao passarmos por um curso desses,
que promove a reflexão”, afirma Rosany Gouveia Gonzaga
de Lima, diretora pedagógica da instituição.
Um dos principais projetos desenvolvidos
transversalmente pelo Colégio Batista envolve a arte e a
literatura. Cada turma escolhe um escritor consagrado da
literatura infantojuvenil brasileira ou internacional e, após
estudos sobre sua vida e suas obras, apresenta as
descobertas literárias por meio de expressões artísticas.
Dentre as atividades desenvolvidas no projeto estão a
realização de um painel ilustrado sobre o autor e suas obras,
apresentação teatral, reescrita individual ou coletiva do
livro, teatro de fantoches, contação de histórias e
apresentação de poesias. “Nós motivamos a criança a se
expressar de diferentes formas. Com mais liberdade de
expressão, ela acaba criando uma visão mais abrangente de
mundo, que, muitas vezes, supera o conhecimento restrito
de casa”, afirma Rosany.
Todos os alunos da escola, que atende crianças a partir
de dois anos até o 5o. ano do Ensino Fundamental, participam
do Literarte. “O projeto começou há cinco anos, e os
resultados são tão grandiosos que optamos por mantê-lo e
aprimorá-lo ano a ano”, conta a diretora pedagógica.
Arte e literatura
unidas no projeto do
Colégio Batista
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Veia artística
Escola Sandbox usa a
arte na construção da
autoestima
A Escola Sandbox, de Fortaleza (CE), que oferece
Educação Infantil e Ensino Fundamental I, já nasceu com
uma veia artística. Desde que foi fundada, há 13 anos,
oferece permanentemente um programa de arte integrado
ao currículo escolar. O envolvimento com o tema começou
na formação da fundadora e diretora da escola, Adriana
Franklin, diplomada nos Estados Unidos em Artes Liberais e
Ciências, curso que engloba diversas disciplinas da área de
ciências humanas com foco na arte. “Nós sempre
reforçamos que um dos pontos fortes da Sandbox é a arte”,
afirma ela. “As atividades artísticas ajudam a criança a
desenvolver habilidades e competências que têm aplicação
em muitas outras áreas. Os alunos também desenvolvem a
habilidade de apreciação de outros povos e culturas e a
confiança para expressar seus próprios pensamentos e
sentimentos.”
Graças a este longo histórico de envolvimento
artístico, a receptividade ao tema pedagógico Arte – Leitura
de Mundo foi completa. “Os professores estão muito
confortáveis em relação ao tema, pois ele coincide com a
linha de trabalho da escola. Nós sempre procuramos
integrar a arte de maneira interdisciplinar no currículo”,
afirma Adriana.
Os alunos frequentam a sala de arte, no mínimo, três
vezes por semana. É um espaço exclusivo, preparado e
equipado com materiais e ferramentas para ajudar as
crianças a expressar ideias e sentimentos, melhorar a
coordenação motora fina, aprender a reconhecer cores e
texturas e desenvolver a criatividade e o prazer da criação.
“Muitos professores costumam confundir arte com
artesanato. Outros pensam somente na apreciação das
obras de arte. Mas nós propomos o “mão na massa”. Às
vezes, os pais não gostam muito (risos), mas as crianças
ficam livres para manusear os materiais, utilizando tintas,
massas e argila com todo
o corpo, livremente”,
conta a diretora.
Adriana destaca a
importância da arte na
construção da
autoestima da criança,
que aprende a aceitar
críticas e elogios.
Atividades centradas no
fazer arte também exigem que as crianças tomem decisões
e façam autoavaliações. “Crianças pequenas sentem
satisfação emocional quando são envolvidas na arte, seja
modelagem com argila, desenho com giz de cera, ou
fazendo colagem com sucatas recicladas. Decidir o que
fazer e que materiais usar pode ser a primeira oportunidade
de fazer escolhas e tomar decisões sozinhas”, afirma. A
intenção não é criar prodígios individuais, mas promover o
pleno desenvolvimento da criança.
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25/08/2011, 08:40
[ 13
[ artigo
Educar
mundo novo:
o papel do
para um
professor
Edinerça da Silva Araújo
“Bom mesmo é a poesia, a verdade e a dança. Mas, o melhor do mundo são as crianças.”
Fernando Pessoa
Falar do papel de educadores e
educadoras na sociedade atual requer
compreender suas representações e
significações na educação. Sob esse
prisma, professores e professoras têm
um papel, sobretudo, político. Precisam
problematizar a educação, buscando o
porquê e o para quê do ato educativo;
mais do que isso, pensar o educando em
toda sua complexidade. Assim, o papel
dos profissionais da educação necessita
ser repensado. Não podemos mais agir
de maneira neutra nessa sociedade do
conflito; não podemos ser ausentes,
apoiando-nos apenas nos conteúdos,
métodos e técnicas. Precisamos repensar os laços que unem o educador e o
educando. Que laços seriam esses?
Seriam o estreitamento das
ligações afetivas com e entre professores e alunos, pois, dependendo da
relação afetiva entre eles, os estudantes
desenvolverão sentimentos de interesse com relação à escola e ao ensino.
Segundo o filósofo e pedagogo
John Dewey, “educação é vida”. Dessa
maneira, a relação pedagógica se
assentará, de fato, no solo do caminhar
humano, repleto de dúvidas e incertezas,
emoções e sentimentos. E a sala de aula
é um espaço de vida, de intercomunicação, de troca de afeto. O conhecimento, não se pode negar, é sério e
importante, porém, há uma valorização
exacerbada dele e, em nome da ciência,
criam-se imensos castelos de conceitos,
tão distantes das existências, que
passam a prescindir dela.
Fora do mundo dos conceitos se dá
a vida, possibilitando que pessoas
simples desfrutem os saberes, tocando
a existência pelos caminhos do mundo.
As crianças vão para a escola como
passarinhos, alegres e falantes, e lá
encontram um mundo fechado onde
predominam conceitos, fórmulas,
provas e a transmissão fria de verdades
incontestáveis.
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25/08/2011, 08:40
O educador Henri Wallon afirma que
as emoções, como os sentimentos e
desejos, são manifestações da vida afetiva
e possuem papel fundamental no processo de desenvolvimento humano.
Quando nasce uma criança, todo
contato estabelecido com as pessoas que
cuidam dela é feito via emoção. Entendem-se por emoção as formas corporais
de expressar o estado de espírito das
pessoas, manifestações físicas, alterações
orgânicas, como choro, alegria, entre
outros.
Esse interacionismo na vida relacional,
proeminente do amor, constitui a essência
da educação onde quer que ele se manifeste nas atividades humanas, principalmente na relação professor e aluno. O
educador deve criar um ambiente estimulante e feliz, atendendo às necessidades
afetivas dos alunos, que se tornarão mais
satisfeitos consigo e com os outros e terão
mais facilidade e disposição para aprender.
O aluno se sente amado quando
• recebe atenção.
• ouve palavras de estímulo.
• recebe elogios ao obter êxito em
alguma atividade.
• se demonstra afeição por ele.
Desse modo, cabe a nós, educadores, formar um ambiente agradável para
conviver, estabelecendo premissas para o
relacionamento em grupos, de maneira
harmoniosa e respeitando as diversidades.
Segundo Américo Marques Canhoto,
“é preciso criar a consciência de que
devemos humanizar. Isso significa que, ao
mesmo tempo em que nos capacitamos
para viver como seres livres e criativos,
assumimos voluntariamente as responsabilidades pelas nossas criações”. Mais uma
vez, salienta-se o papel do professor, que
tem inúmeros conhecimentos a passar ao
educando e deve ser capaz de orientar e
exemplificar positivamente no seu meio.
Enquanto não dermos atenção ao
fator afetivo na relação educador–
educando, corremos o risco de trabalhar
somente com a construção do real, do
conhecimento, deixando de lado o trabalho da constituição do sujeito, que
envolve valores e caráter, necessários ao
desenvolvimento integral, como ser
humano e como espírito imortal.
Quando o professor se preocupa
com seus alunos, sensibiliza-se com seus
problemas e busca conhecê-los melhor,
demonstra que possui laços afetivos com
os alunos e contribui para sua formação
integral. Isso não quer dizer que o
conhecimento será deixado de lado. Ao
contrário, proporcionará aos alunos
maturidade emocional baseada na confiança mútua. Com essa atitude, o professor facilitará a construção do conhecimento dos seus discípulos.
Enfim, além do seu papel, o professor
precisa ter consciência dessa imensidão
de tarefas que requerem um estar no
mundo. Ou seja, ser um professor que,
por um lado, tenha formação plena e
competente e, por outro, seja um profissional humanizado, com motivação para
ensinar, aprender e além de tudo isso...
amar o que faz!
Edinerça da Silva Araújo é especialista
em Linguística pela UNEMAT–MT e
professora de Educação Infantil, nível V, no
Instituto Educacional de Cáceres – IEC.
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[ 15
[ conveniadas
Escola Dom Mota
é destaque no Saepe
Pelo segundo ano consecutivo, o Centro de
Excelência Dom João José da Mota e Albuquerque,
em Afogados da Ingazeira (PE), foi destaque por obter
a melhor nota no Sistema de Avaliação da Educação
de Pernambuco – Saepe de sua região.
A prova, realizada anualmente, é um instrumento
de avaliação do desempenho dos estudantes das
redes públicas estadual e municipal.
O Centro de Excelência Dom Mota foi uma
instituição particular até 2008. Hoje é uma unidade de
ensino, referência na região, mantida pela prefeitura.
Como reconhecimento pelo bom desempenho, a
escola vai ganhar um laboratório móvel de informática
com 30 netbooks para os alunos, além de 22
notebooks e 22 impressoras para os professores (kit
Professor conectado). Pelo resultado, o Ministério da
Educação também vai contemplar a unidade de ensino
com um projetor de mídia com tecnologia de ponta.
Viagem nos
contos de fadas
Não há nada mais encantador do que ouvir uma
boa história, daquelas que provocam tristeza, raiva,
medo, alegria, entre outras sensações. As fábulas, os
poemas e os contos exercem deslumbramento nas
crianças. O Centro Educacional Quasar, de Rio Verde
(GO), desenvolveu um projeto de Educação Infantil
intitulado “Viagem nos contos de fadas”, com o
objetivo de despertar o gosto dos pequenos pela
leitura, aprimorar a relação entre família e escola e
desenvolver as linguagens oral e escrita. A seleção
dos livros foi feita visando desenvolver na criança o
senso crítico, ajudando a formar independência e visão
de mundo.
Para entrar no clima proposto pelo tema Arte –
Leitura de Mundo, os alunos do Quasar também
participaram do Projeto Moradia, com atividades
inspiradas nas obras Casa amarela e Quarto, de Van
Gogh. As crianças fizeram a releitura dos quadros e
assistiram a um vídeo especial sobre o artista,
produzido por profissionais da própria instituição.
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Consumo consciente
no Colégio Compacto
Preocupado com a relação do homem com o meio
ambiente, o Colégio Compacto, de Piancó (PB),
promoveu uma série de ações voltadas ao consumo
consciente e ao desenvolvimento sustentável. O
projeto Eu faço a diferença teve início em 2009, no Dia
do Meio Ambiente (05 de junho) e durou dois anos.
Nesse período, os alunos estudaram temas como a
escassez de alimentos e de água, a poluição, a
importância da reciclagem de materiais e o consumo
de energia. Também participaram de uma feira de
ciências e de um desfile cívico, além de visitarem a
refinaria de Petróleo Clara Camarão, em Guamaré (RN).
Todo o trabalho desenvolvido pelo colégio foi
transformado em um projeto de pós-graduação
apresentado na Faculdade Integrada de Patos (PB). O
estudo incluiu uma pesquisa feita com professores e
alunos, que revelou dados interessantes. Após o
trabalho de educação ambiental, a maioria dos
pesquisados (60%) afirmou que mudou totalmente sua
alimentação; outros 25% mudaram alguns hábitos em
geral e 15% relataram que suas vidas mudaram. A
conclusão do projeto é de que alunos e professores
se tornaram mais conscientes e compromissados com
a natureza.
I Fórum Educacional
Conceitus
No dia 10 de agosto foi realizado o I Fórum Educacional Conceitus, em Euclides da Cunha (BA). Direcionado
a profissionais de educação, o evento teve a participação de palestrantes renomados, como lçami Tiba, médico,
escritor e especialista em educação, Erick Huber, psicólogo, Edileide Castro, psicanalista e escritora, e Eva
Marry Alves, pedagoga, especialista em gestão da qualidade e assessora pedagógica do Sistema de Ensino
Expoente. O I Fórum Educacional Conceitus foi
promovido pela Conceitus Consultoria, empresa que
presta serviços para prefeituras e escolas privadas da
Bahia, em parceria com o Colégio Conceitus.
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[ 17
Capacitação na
Garden Kids
Para oferecer um serviço de qualidade, a Escola
de Educação Infantil Garden Kids, de São Carlos (SP),
investe constantemente na capacitação de seus
colaboradores. Além de reuniões pedagógicas
semanais, a instituição realiza encontros mensais
voltados ao estudo de temas da área da educação,
psicopedagogia, nutrição e saúde.
“Acreditamos que o
segredo para alcançar
nossos objetivos
pedagógicos e de
cuidados com nossos
alunos está em nossas
professoras,
auxiliares de
sala e
estagiárias
bem preparadas
e empenhadas”,
comenta Joseana
Sodré Yzú, diretora
pedagógica da
instituição. Para que
isto aconteça, é
importante que
exista engajamento
entre a escola e seus
colaboradores. A
presença nas capacitações
internas da Garden Kids não é
obrigatória, mas os participantes
acumulam pontos para participar
de cursos, seminários,
congressos e treinamentos
patrocinados pela escola, como
forma de reconhecimento.
A escola não parou nem
durante as férias. No mês de
julho, aconteceu a Colônia de
férias Garden Kids. Para que as crianças vivessem
momentos diferentes do restante do ano letivo, a
escola promoveu um período de resgate de antigas
brincadeiras, algumas já esquecidas ou conhecidas
somente em algumas regiões do país. Os
professores colocaram em cena seus lados criativos,
artísticos e mágicos para tornar as férias o período
mais especial do ano.
A Garden Kids é especializada no atendimento a
crianças entre zero e 6 anos, e hoje é considerada
referência na região. Conta com salas de aulas com
solários, parques interno e externo, salas de sono,
de amamentação e de informática, videoteca,
laboratório de vivências naturais, brinquedoteca,
enfermaria, ateliês interno e externo, minizoo,
quadra poliesportiva, horta e área verde. Tudo para
proporcionar às crianças conforto, segurança, bem-estar, criatividade, conhecimento e muita diversão.
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A peça que
não pode faltar
Campanha de Matrículas 2012 ressalta a importância de uma
formação abrangente, crítica, humana e de qualidade
O mercado do ensino privado brasileiro deve
movimentar mais de R$ 43 bilhões em 2011. A
estimativa, divulgada pelo Ibope Inteligência,
revela o imenso potencial de consumo do setor e
levanta um questionamento: como conquistar e
manter uma fatia deste mercado? Em uma época
de tanta concorrência, a palavra-chave é
marketing. Ele é uma ferramenta estratégica para
reforçar a imagem e fortalecer a marca das
escolas, ajudando a captar novos alunos e a
manter os atuais.
O Sistema de Ensino Expoente oferece uma
solução completa de marketing, com peças de
divulgação que reforçam o diferencial das escolas
conveniadas. Com o tema “Na formação do seu
filho, não pode faltar nenhuma peça”, a Campanha
de Matrículas 2012 mostra que as escolas
conveniadas possuem todas as peças para a
formação completa do aluno, que envolve
conteúdo atualizado e de qualidade, corpo
docente especializado, infraestrutura e vivência
com valores sólidos de cidadania.
O kit de materiais impressos da Campanha de
Matrículas 2012 contém cartaz, display de chão
(totem), envelope, fôlder, marcador de página,
manual para utilização das peças e móbile de teto.
Além disso, as escolas têm acesso aos arquivos de
banner, banner de internet, busdoor, e-mail
marketing, faixa, spot de rádio e outdoor,
disponíveis para download no hot site
desenvolvido especialmente para a campanha.
Todas as peças são disponibilizadas sem custos
adicionais. O único investimento da escola
conveniada é na veiculação do material e na
inclusão da sua logomarca nas peças.
Acesse
www.escolainterativa.com.br/
campanhadematriculas2012
para ver dicas e aplicação em
perspectiva das peças da
campanha.
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[ 19
[ projetos
Matemática
sem
sofrimento
Como transformar uma disciplina temida por tantos alunos
em um tema divertido e encantador
Amada por alguns, odiada
por muitos. O ensino da
Matemática provoca reações
extremas entre os alunos, mas a
maioria deles têm aversão à
disciplina. O resultado se traduz
em números. Os dados do último
Programa Internacional de
Avaliação de Alunos – Pisa
revelaram que 38% dos 20 mil
estudantes avaliados no Brasil
estão abaixo do nível 1 em
Matemática. Isso significa que 4
em cada 10 jovens na faixa de 15
anos não conseguem sequer
completar uma simples conta de
multiplicação. O país ocupa hoje a
57a. posição, entre 65 países, no
ranking de Matemática. “Eu não
consigo entender. Eu sou burro
para Matemática”. “Existem
alguns alunos que chegam com
esses conceitos interiorizados.
Por isso, além do conteúdo, meu
trabalho é encantar este aluno
para que ele quebre esse estigma
e aprenda a gostar da minha aula”,
conta Ingrid Bornmann Alcantara,
professora de Matemática do
Colégio Expoente, em Curitiba
(PR).
Ingrid é professora há onze
anos, a maior parte deles
dedicados a alunos dos anos
finais do Ensino Fundamental II e
1o ano do Ensino Médio. A postura
inicial desses estudantes em
relação à Matemática, segundo
ela, é quase sempre uma barreira
a ser ultrapassada. Uma das
estratégias é conquistar a
empatia dos alunos em primeiro
lugar. “No primeiro dia de aula
com uma turma nova eu digo: ’Eu
não garanto que vocês vão gostar
de Matemática até o final do ano,
mas vou fazer o possível para que
vocês gostem de mim.’ No fundo,
eu sei que se eles gostarem de
mim tenho mais chance de chegar
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3
4:3
9
x
7 1%
2
6 4
+
3
nesses alunos. É claro que isso
não significa que vai ser mais fácil
pra eles entenderem o conteúdo,
mas eles certamente terão mais
vontade e disposição para
aprender Matemática”, explica.
Ingrid conta que procura
descobrir o porquê da aversão do
aluno à Matemática, e a resposta
normalmente está mais
relacionada a algum problema de
relacionamento com professores
anteriores, ou mesmo de
autoestima, do que com o
conteúdo. “Existem vários tipos
de inteligência em uma mesma
sala de aula, e nem todos
possuem a inteligência lógica da
Matemática apurada, mas trazer
esta ideia preconcebida, que
muitas vezes vem da família ou
da própria sociedade, só piora a
situação para a aprendizagem”,
afirma. Por isso, na opinião dela,
é tão importante que o aluno
primeiro estabeleça uma relação
de respeito e aceitação do
professor. “Eu mesma, quando
era criança, tive péssimos
professores de História e
Geografia. Eles chegavam em
sala, mandavam abrir o livro,
9
sublinhar o que eles dissessem e
era isso que cairia na prova.
Somente anos mais tarde, por
curiosidade própria, é que fui me
interessar por essas disciplinas”,
relembra Ingrid.
Sem prejudicar a seriedade
do conteúdo, a professora
procura oferecer aulas leves e
divertidas, na linguagem do aluno:
“Tudo depende da postura em
sala de aula, da maneira de
explicar. Não adianta, por
exemplo, usar conceitos muito
abstratos que a criança não vai
entender. O professor precisa
chegar na linguagem do aluno. É
por isso que, às vezes, o
professor explica e o aluno não
entende. Chega um colega,
explica, e ele entende. Essa é a
linguagem que o professor deve
buscar”.
No início deste ano letivo,
Ingrid aproveitou o tema Arte –
Leitura de Mundo para
desenvolver o projeto A imagem
da Matemática, com seus alunos
da 6a. série. “Assim que soube do
tema, imediatamente pensei em
trabalhar com fotografia – uma
arte que eu adoro!”, conta. Os
A aversão à
Matemática
pode estar
relacionada a
problemas de
autoestima do
aluno
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[ 21
Estabelecer uma
relação de
respeito e
aceitação é um
dos segredos da
professora Ingrid
Alcantara para
conquistar os
alunos
estudantes foram convidados a
tirar fotos de pontos turísticos de
Curitiba para, na segunda etapa,
analisar a arquitetura dos locais
com base na geometria. O projeto
envolve ainda a pesquisa histórica
dos locais e a história da
fotografia, e será desenvolvido
até novembro de maneira
interdisciplinar nas aulas de Arte e
Filosofia.
“Na disciplina de Arte,
iremos explorar os elementos
estéticos da arquitetura dos locais
escolhidos, além dos ângulos e
formas. O processo será
desenvolvido dependendo do
retorno dos próprios alunos. A
partir daí, decidirei como e quais
artistas ou temas inserir”, explica
Carla Cunha, professora de Arte.
“Na minha área, esse projeto
está mais relacionado ao
entendimento do aluno sobre a
observação da realidade externa e
o processo de conhecimento do
ser humano, que está
diretamente associado ao
conhecimento matemático. Um
dos temas é estudar como Platão
via a importância da matemática e
do conhecimento abstrato”,
explica Roberto José Lube Teles,
professor de Filosofia.
Essa abordagem ajuda o
aluno no desenvolvimento das
habilidades de interpretação e
raciocínio, que são chaves dos
problemas matemáticos. “A gente
encontra, em sala de aula, muita
dificuldade com o entendimento
de textos. Se eu simplesmente
escrevo 2+2 em números, o aluno
sabe que é igual a 4. Mas se eu
digo que tenho dois chocolates e
ganhei outros dois chocolates, o
aluno já não sabe o que fazer.
Minha responsabilidade é cuidar
deste aspecto agora, para não
atrapalhar o estudo futuro do
aluno no Ensino Médio”, afirma
Ingrid.
A Matemática é uma das
disciplinas que pode facilmente
se tornar o carro-chefe para
trazer a interdisciplinaridade da
teoria para a prática. “O
conhecimento muitas vezes ainda
fica dividido, porque um
profissional não quer se
intrometer na área de
conhecimento do outro. Mas no
geral, tudo está muito interligado,
e os conhecimentos se
aproximam. Se procurar, a gente
sempre encontra pontos de
ligação entre as disciplinas”,
afirma Roberto Teles.
“O aluno ouve o conteúdo
diversas vezes, em várias
disciplinas, com diferentes
discursos para o mesmo objeto
de conhecimento. Assim, os
resultados são mais
consistentes”, completa Carla
Cunha.
Encantamento
Na Escola Caminho do Sol,
de São João del Rei (MG), a equipe
se preocupa em provocar o
encantamento com a Matemática
já nas primeiras séries da
Educação Infantil e do Ensino
Fundamental. “Eu me considero
uma premiada porque aprendi a
gostar de Matemática. Quando
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criança, fui desestimulada aos
desafios matemáticos. Naquele
tempo não havia diálogo lúdico, as
tarefas eram uma tortura”,
relembra Liliane Dutra, diretora da
instituição.
Para desmitificar o “bicho
papão” da Matemática, a escola
desenvolve projetos que
permitem às crianças construir
uma nova visão sobre a disciplina,
a partir da aprendizagem
prazerosa com conceitos que
fazem parte do cotidiano. Uma
das ferramentas utilizadas para
facilitar o desempenho do
professor em sala de aula são os
jogos matemáticos. “Eles
favorecem a reflexão crítica sobre
os obstáculos enfrentados pelos
alunos diante das exigências de
abstração próprias da Matemática,
que são agravadas pelo uso de
práticas mecanicistas e
descontextualizadas”, explica
Liliane.
Segundo ela, em um jogo
planejado adequadamente, o
professor promove o interesse e
a motivação que, por sua vez,
aumentam a atenção do aluno,
criam a sensação de que aprender
é divertido e, assim,
desenvolvem a capacidade de
processar fatos e de fazer
inferências lógicas durante a
prática das brincadeiras.
No projeto Aprender
brincando é mais gostoso, os
alunos da Educação Infantil ao 5o.
ano do Ensino Fundamental da
Escola Caminho do Sol
produziram seus próprios jogos a
partir de materiais como sucatas,
papelão, tintas e garrafas PET.
“Os alunos aprenderam a usar o
entretenimento ligado ao
conhecimento da matemática em
momentos de interação social”,
diz Liliane.
Em outro projeto, intitulado É
possível educar no reino da
matemática sem sofrimento?, as
crianças trabalharam com o
cálculo mental. Por serem
capazes de resolver problemas da
vida cotidiana de maneira rápida e
descontraída, os alunos adquirem
mais confiança em suas
habilidades lógico-matemáticas.
Algumas atividades desenvolvidas
foram estas: campeonato de
cálculo, pesquisa de rótulos e
preços de produtos, brincadeira
de trilha da multiplicação e teatro
com situações cotidianas de
compra e venda de produtos.
“Na perspectiva da
neurociência, o cálculo mental
revela que não se precisa do
algoritmo para lidar com números
pequenos. Conseguimos fazer o
aluno pensar sobre o que está
fazendo em situações próprias de
sua vida diária a partir do contato
com os números – contagem e
operações – em suas
brincadeiras, jogos e compras”,
explica a diretora.
Segundo o relatório do Pisa,
“o número de estudantes
atingindo o nível 5 ou 6 em
Matemática e Ciências será
particularmente importante para
países que desejam criar um
grupo de trabalhadores capazes
de avançar a fronteira do
conhecimento científico e
tecnológico e, no futuro, competir
na economia global”. Para atingir
essa meta, primeiro precisamos
conquistar o aluno e fazê-lo
entrar no universo dos números
sem medo ou preconceitos.
Neste caso, não existe uma
fórmula única, mas várias
alternativas corretas, como vimos
nos exemplos.
Desafios
matemáticos
fazem parte do
dia a dia dos
alunos da Escola
Caminho do Sol
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[ 23
[ ensino médio
Preparação
completa
Material didático, livros de apoio e sistema de avaliação ajudam as
escolas na nova realidade do Ensino Médio
Desde a reformulação do
Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) em 2009, alunos, professores e instituições de ensino
vivem um processo de adaptação
da realidade da sala de aula ao novo
formato da prova – que valoriza a
capacidade de interpretação e o
uso do raciocínio lógico no lugar da
simples memorização de conteúdo. A longo prazo, o objetivo do
novo Enem, segundo o Ministério
da Educação, é a reforma do
currículo do Ensino Médio. Não
basta mais “treinar” o aluno às
vésperas da avaliação, é preciso
prepará-lo de maneira integral ao
longo de toda sua vida escolar. Para
encarar a nova realidade do Ensino
Médio, as escolas conveniadas com
o Sistema de Ensino Expoente
contam com material didático
apropriado e materiais de apoio
específicos, como os recém-lançados livros Sociologia , Filo-
sofia e Arte e a 2a. edição do
ExpoEnem , além do SAE –
Sistema de Avaliação
Expoente.
Há mais de 15 anos, o
Sistema de Ensino Expoente
trata o aluno como sujeito
ativo de seu processo de
aprendizagem, com material
didático que privilegia a autonomia intelectual do estudante.
Nos últimos três anos, o material
do Ensino Médio foi reforçado com
conteúdo inédito em diversas
disciplinas e mais questões
interpretativas contextualizadas
com fotos, tabelas e quadrinhos.
Conveniado há mais de oito
anos, o Colégio Olympus, de Codó
(MA), atualmente colhe os frutos do
investimento na formação integral
de seus alunos. “O novo formato
do Enem não é tão difícil para
nossos alunos, porque eles já estão
acostumados e estudam com essa
proposta desde o Ensino Fundamental”, explica Mirtes Saraiva
Queiroz, coordenadora pedagógica
do Ensino Fundamental e Médio da
instituição. “Quando nós recebemos alunos de outras escolas,
conseguimos perceber a diferença.
O nosso aluno é muito mais crítico
e participativo.”
Durante as aulas, os professores aplicam os exercícios e
testes sugeridos no material
didático e também elaboram
questões próprias. “Nós fazemos
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Para contribuir com o desenvolvimento de uma cultura avaliativa
que estimule a melhoria na qualidade de ensino, o Grupo Expoente
lançou em 2011 o SAE – Sistema de Avaliação Expoente. As escolas
conveniadas da rede privada e pública podem participar gratuitamente
da avaliação, aplicada simultaneamente em todo o território nacional,
no dia 21 de setembro.
O público alvo do SAE são alunos do 5 o. ano do Ensino Fundamental I, do 9o. ano do Ensino Fundamental II e da 2a. série do Ensino
Médio. As provas do Ensino Fundamental contêm vinte questões (de
múltipla escolha) de Língua Portuguesa e Matemática. Para os alunos
do Ensino Médio, são 60 questões com o conteúdo das quatro áreas de
conhecimento do Enem.
O aluno deve resolver questões contextualizadas, que exigem
atenção às informações dadas no enunciado e capacidade de efetuar
cálculos, observar, refletir, comparar, reunir conhecimentos, identificálos e ordená-los.
A partir de 30 de setembro, os gabaritos das provas estarão
disponíveis no Portal Escola Interativa, www.escolainterativa.com.br.
Após 31 de outubro, será feita a publicação geral dos resultados.
um simulado por bimestre em todas
as séries do Ensino Médio, com
questões do Enem e questões de
cada disciplina, envolvendo todo o
conteúdo aplicado em sala de aula”,
conta Mirtes. Um dos objetivos da
prova é mostrar aos alunos a importância de conquistar a regularidade nas diversas áreas de
conhecimento. “Eles não podem
zerar em nenhuma disciplina,
senão todo o resultado é cancelado”, explica.
Para os alunos do terceiro ano,
o Colégio Olympus desenvolve
algumas ações especiais. Este ano,
durante as férias de julho, a
instituição ofereceu duas semanas
de aulões direcionados para o
Enem. “A cada manhã, trabalhamos
com uma única disciplina. Assim
conseguimos propiciar um tempo
maior de discussão e reflexão
entre os alunos”, conclui Mirtes. Ela
conta que os alunos também
utilizam o ExpoEnem como
ferramenta extra de preparação.
Desde que foi lançado, em
setembro do ano passado, o
ExpoEnem já se tornou um dos
materiais complementares mais
utilizados no Ensino Médio. O
sucesso foi tanto que o Centro de
Excelência em Educação Expoente
(CEEE) preparou a segunda edição
com mais 75 questões. No total são
475 questões, sendo 80% inéditas
e outras 20% de edições anteriores
do exame.
“O ExpoEnem permite tanto
familiarizar o educando a esse
novo formato quanto apurar as
habilidades por ele pretendidas”,
afirma Cinthia Giarolo, assistente
pedagógica do Ensino Médio do
Grupo Educacional Trevo Master, de
Santo André (SP). Ela conta que
a edição é utilizada no cotidiano da
escola junto com o material didático e as listagens de testes
de vestibulares sugeridas. “Nós
realizamos simulados embasados
nesses materiais, que tranquilizam
o estudante, na medida em que ele
se familiariza com o formato, como
ainda aprimoram as exigências.
Assim eles chegam mais confiantes e preparados para os principais vestibulares do país”, afirma
Cinthia.
Para o Grupo Educacional
Trevo Master, um dos papéis do
Ensino Médio é preparar o educando para o desenvolvimento pleno
O Colégio
Olympus
investe na
formação de
alunos críticos e
participativos
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[ 25
tanto da cidadania, como de suas
potencialidades e desenvolvimento
profissional. “Não podemos ignorar
os grandes vestibulares do país,
assim como as habilidades e
competências hoje exigidas. Compreendemos que não basta saber
conceitos de forma hermética, mas
que eles são válidos quando podem
ser relacionados e contextualizados de diversas formas e
realidades. Também não podemos
ignorar o Enem como avaliador e
indicador dessas competências”,
finaliza.
Capacitação docente
Em 2011, o Colégio Ateneu,
de Fortaleza (CE), iniciou um
intenso processo de adaptação ao
novo Enem. Um ou dois sábados
por mês, os alunos de todas as
séries do Ensino Médio participam
de simulados e aulas especiais, de
acordo com as áreas de conhecimento do exame nacional. A
instituição também utiliza o
ExpoEnem na preparação dos
estudantes. Para proporcionar um
tempo ainda maior de adaptação
dos alunos, o colégio começou a
aplicar simulados para turmas do 9o.
ano do Ensino Fundamental.
No início, na opinião de Valmir
Alexandre, coordenador pedagógico da instituição, uma das grandes
dificuldades foi a adaptação dos
próprios docentes a este novo
formato. “A maioria ainda não está
preparada da maneira como
deveria. Hoje, além de tudo, o
professor disputa espaço com a
tecnologia. Por isso, para acompanhar as novidades, ele precisa se
dedicar aos materiais de apoio e de
atualização”, afirma.
Uma das maiores queixas dos
docentes era a dificuldade em criar
um banco próprio de questões. “Se
todo dia o professor preparar uma
só questão, em pouco tempo ele
possuirá um vasto material. O
material didático do Expoente ajuda
e incentiva os docentes, porque
propõe um primeiro caminho a ser
seguido”, afirma o coordenador,
que também é professor de Física
há 18 anos.
Com essa estratégia, o
Colégio Ateneu aposta em resultados ainda melhores no Enem
deste ano. “Mas nós ainda temos
muito a fazer. Estamos focados na
capacitação dos nossos professores, por meio de palestras e
oficinas. E sabemos que o aluno
deve começar a preparação bem
antes de chegar ao terceiro ano do
Ensino Médio”, finaliza Valmir.
Filosofia, Sociologia e Arte
O conteúdo completo de uma disciplina, abrangendo as três séries do Ensino Médio, apresentado,
de maneira contínua e articulada, em volume único. Esta é a proposta dos materiais paradidáticos Filosofia,
Sociologia e Arte, lançados em 2011 pelo Expoente. Compostas do livro do aluno e do manual do professor,
as obras oferecem orientação teórico-metodológica e articulação dos conteúdos do
livro entre si e com outras áreas do conhecimento, além de proposta
de avaliação da aprendizagem, bibliografia e sugestões de leituras
que contribuem para a formação e atualização docente.
No livro Filosofia , o autor, professor Edson Bispo, apresenta a
história de mais de dois mil anos da filosofia, situando-a na atualidade
com explicações claras e exercícios em linguagem simples. A obra ajuda
a entender como a condição humana foi pensada e como ela se manifesta
na história dos seres humanos.
O exercício pleno da cidadania é o objetivo do livro Sociologia, da
professora Gladys Mariotto. Os textos promovem a reflexão sobre a relação
entre indivíduo e sociedade, a partir de uma noção crítica dos fatos. O
aluno aprende a ter visão aprofundada do desenvolvimento social, das
relações entre as pessoas e, principalmente, do alcance da cidadania.
Música, teatro, dança, artes visuais e cinema. As diversas expressões artísticas são apresentadas e
relacionadas com o cotidiano dos alunos e da sociedade contemporânea pelo professor Carlos Alberto
de Paula no livro Arte. Com textos, imagens e questionamentos, ele propõe a reflexão sobre a importância
da arte na formação do indivíduo e nas transformações sociais.
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[ artigo
Escolas preparadas
para os riscos
jurídicos
Hélio Augusto Camargo de Abreu
Vivemos um momento de globalização. Fatores como tempo de resposta, transparência, ética e segurança das
informações são cada vez mais exigidos
e, consequentemente, mais valorizados.
Trata-se de um movimento sem volta.
Constatada a evolução tecnológica como
permanente, o mercado deve adaptar-se o mais rapidamente possível, a fim
de não correr o risco de se tornar ultrapassado.
O processo de adaptação às novas
alternativas tecnológicas deve ser adotado com muita cautela. A mitigação dos
riscos, principalmente em ambientes
empresariais e entidades de ensino,
exige esse cuidado, pois as informações
têm valor inestimável e podem decidir o
futuro do empreendimento.
Escolas estão dedicando cada vez
mais tempo à pesquisa de novas formas
de ensino, com o intuito de aproximar
professores e alunos do uso da tecnologia, de modo que se tire o maior proveito
possível. Pesquisas já apontam que o
ensino aliado à tecnologia é um fator de
produtividade e rentabilidade, como
indica a reportagem “A lição digital”,
publicada na revista Época em junho
deste ano.
Algumas corporações de grande
porte já iniciaram um movimento de
pesquisa e avaliação dos fatores relacionados a essa nova realidade, como
segurança dos dados, responsabilidade
civil dos dirigentes, preservação da marca, cuidados com a guarda de provas,
análise dos riscos e revisão dos contratos
trabalhistas.
Revisar a gestão dos bens corporativos é outra exigência de clientes e
acionistas. Fazem parte desse rol a marca, os processos de produção e as ações
de marketing, além da criação de novos
meios de coleta de informações dos
clientes por meio de redes sociais.
Analisando-se os fatores-chave de
sucesso ou não das empresas, percebe-se o valor da elaboração e manutenção
de contratos blindados com parceiros,
colaboradores, clientes, professores,
alunos e fornecedores, em consonância
com as ferramentas atuais disponíveis.
Todas essas medidas, desde que
adotadas e bem implementadas, trazem
enormes benefícios ao desenvolvimento
pleno e seguro dos negócios. Elas proporcionam, sem dúvida, resultados com
custos ajustados ao mercado, excelente
qualidade e confiabilidade, com prazos e
riscos muito bem planejados e factíveis.
Dessa união entre mercados
mundiais e interesses comerciais,
surgem empresas e escolas atualizadas
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tecnologicamente e adequadas às
crescentes exigências. Elas tornam-se rápidas na produção, terceirização dos serviços que não
representam o objetivo principal de
seu negócio, divulgação, venda e
distribuição.
Deparamo-nos com escolas
que já investiram grandes somas
em equipamentos, servidores,
redes, firewalls, softwares, licenças e demais necessidades, para
conseguirem atender às demandas
no tempo e com a qualidade desejados pelos seus clientes e pactuados pelos contratos.
A grande maioria não consegue garantir a segurança jurídica
das informações. Depara-se com
fornecedores inadimplentes, colocando em risco seus produtos e
serviços. Além disso, notam-se
dificuldades para exigir, fazer cumprir prazos e garantir a qualidade de
serviço dos fornecedores.
Percebemos que ainda falta
orientação sobre como proceder
para atingir o nível de blindagem
jurídica de seu e-business, tratar a
privacidade nos e-mails corporativos e resolver problemas como
desvios de informações confidenciais e uso de marcas e patentes
sem autorização. Essas empresas
não estabelecem limites de monitoração dos dados e e-mails, entre
outros meios de comunicação, e
não conseguem implantar regras
para uma política de paperless.
Costumamos ouvir que o meio
digital é um ambiente sem leis, mas
não podemos nos furtar de
esclarecer que o conjunto norma–
sanção é tão necessário no mundo
digital quanto no real. Existem
maneiras adequadas de se preparar
o terreno antes de se deparar com
um incidente gerado pelo uso da
tecnologia, assim como para guarda
e manutenção de provas, com base
nas novas legislações específicas.
Apesar de uma crescente
preocupação quanto ao tema,
poucas organizações conseguem
se convencer, ou mesmo provisionar recursos, para investir em uma
análise de suas políticas com visão
jurídica apurada e preventiva.
Normalmente acionam escritórios
especializados somente quando se
deparam com problemas sobre os
quais não há mais tempo para
solução. Assim, os gastos acabam
sendo maiores do que deveriam.
Toda organização escolar tem
características próprias que devem
estar adequadas às legislações,
cabendo a inserção de vacinas
legais, melhores práticas e normas
do uso da tecnologia a cada caso.
Um caminho que sempre
apresenta resultados positivos é
oferecer aos colaboradores, professores, alunos e gestores treinamentos atualizados sobre assuntos
que se encaixem nas necessidades
da organização, além de estabelecer períodos de reciclagem para
que esses temas não caiam no
esquecimento. Uma vez que as
informações sejam divulgadas em
contratos, cartilhas ou mesmo treinamentos, não se pode mais
admitir alegações de desconhecimento de determinada lei ou regra
estabelecida na empresa.
Atualmente os departamentos jurídicos das empresas e
entidades de ensino já são favoráveis à contratação de advogados
digitais, por entenderem que não
conhecem tecnologia suficientemente para elaborar acordos e
contratos, além de processos de
compra seguros e blindados aos
possíveis riscos oriundos do uso da
nova tecnologia.
A satisfação dos responsáveis
pelas áreas tecnológicas quando se
deparam com advogados que
entendem de tecnologia e conseguem ajudá-los no planejamento, prevenção e implementação de novos projetos é muito
clara, pois passam a compartilhar
seus receios e desejos com mais
fundamentação e assertividade.
Vivemos uma nova realidade
e não podemos mais fingir que
estamos protegidos. Muitas organizações de grande porte não
divulgam os problemas que já
enfrentaram, pois precisam preservar sua imagem no mercado.
Quanto mais os usuários de
tecnologia se cercarem de profissionais conscientes, comprometidos e alinhados com seu negócio,
mais seguros se sentirão neste
mercado ávido pelo conhecimento.
Quando todos os professores
aprenderem a extrair o máximo das
novas tecnologias, seus alunos irão
admirá-los muito mais e serão mais
dedicados ao ensino.
Hélio Augusto Camargo de Abreu é
advogado especialista em Direito
Digital, com formação em Administração
de Empresas pela UFPR. Atua há mais de
30 anos na área de Tecnologia da
Informação, é palestrante em empresas e
entidades de classes e de ensino.
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Revista IP nº48 - Escola Interativa