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linhas
Boletim Palhaços em Rede, volume 01, 2008
Palhaços em Rede é um Programa
dos Doutores da Alegria que tem por objetivo
articular uma rede de relacionamento e
cooperação entre grupos de palhaços que
atuam em hospitais. No ano de 2007, quando
do início do programa, a expectativa dos
Doutores da Alegria era gerar impacto efetivo
no trabalho dos diferentes grupos e indivíduos
que já atuavam periodicamente com crianças
e adultos em mais de 25 hospitais de Brasília
e São Paulo, através das oficinas de formação
e de orientação oferecidas pelo Palhaços em
Rede. Os Doutores da Alegria esperavam,
também, a construção de uma rede de
relacionamento e cooperação entre os
palhaços de hospitais do Brasil, para
compartilhamento de informações e formas
de atuar no ambiente hospitalar. O programa
tem sido cada vez mais ampliado, atingindo
novas cidades e cumprindo seu objetivo.
A partir do dia 04 de julho de 2008
inauguramos
em
nosso
site
(www.doutoresdaalegria.org.br) o cadastro
permanente de grupos e indivíduos que atuam
em hospitais, com o objetivo de facilitar a
divulgação e articulação entre grupos de
palhaços e outros públicos. O Programa
Palhaços em Rede mapeia novas iniciativas
e, desta maneira, dimensiona o que representa
a atividade de palhaços em hospitais, esse
novo espaço de intervenção artística e o
impacto que gera nas relações em hospitais e
na área da Saúde, no Brasil. Como é
impossível contemplar todos os grupos do
país, nas oficinas de orientação e formação,
este boletim, que terá periodicidade
semestral, representa mais um canal de
comunicação para, conectar pessoas,
movimentar a rede, divulgar o que tem sido
desenvolvido, novas oportunidades, agenda
de atividades e como o programa tem sido
avaliado.
O Palhaços em Rede não pretende
uniformizar ou transformar os grupos que
atuam em hospital em Doutores da Alegria,
mas tem sido avaliado positivamente desde
as primeiras oficinas, resultando em
transformações na identidade visual de cada
grupo, no questionamento sobre a linguagem
do palhaço e na delicadeza das relações
estabelecidas com crianças e adultos em
hospitais, com as equipes de saúde e com o
próprio grupo. Estas avaliações e resultados
fomentaram a repercussão, ampliação e
novos desdobramentos para o Palhaços em
Rede, que em 2008 passou por Rio de
Janeiro e também por Recife e articulou
novos contatos com palhaços destas cidades
e elenco dos Doutores da Alegria.
Volume
1,
Embora os Doutores da Alegria, no
Brasil, seja considerado uma referência do
trabalho artístico em hospital, o Programa
Palhaços em Rede não ensina uma receita,
não divulga um manual técnico ou dicas a
serem adotadas, mas os Doutores da Alegria
dimensiona e transpõe a experiência nos
hospitais através de produtos, publicações,
espetáculos, programas de formação e
orientação e escola de palhaços. O Palhaços
em Rede lida com grupos e formações
diferentes e, conseqüentemente lida com
diversos entendimentos sobre a linguagem, a
máscara do palhaço e suas finalidades, que
na formação e orientação são afinadas ao
‘como da interação’ e ao ‘como cada palhaço
chega e se relaciona com a permissão de uma
criança ou adulto num hospital’. Como cada
grupo faz isso, diz respeito à sua vocação e
aos desdobramentos de sua qualidade e estilo.
Esperamos cada vez mais participação,
interação e qualidade desta rede de
relacionamento!
O olhar do tutor
por Raul Figueiredo
Em 2007 iniciamos o Programa
Palhaços em Rede e convivemos com cerca
de 75 palhaços de hospitais paulistas e
brasilienses. Além das oficinas aos grupos
também fizemos visitas de acompanhamento
pelo tutor e/ou artistas formadores. Estas
visitas serviram como indicadores para que
pudéssemos avaliar como cada grupo levava
o conteúdo das oficinas para o trabalho no
hospital: apoio, escuta, jogo, maquiagem,
figurino, acordos com a equipe do hospital e
identidade do grupo, entre outras coisas.
Este ano, voltamos a encontrar nos
hospitais os grupos das oficinas de 2007 para
uma visita de despedida. Constatamos que
muitos grupos estão buscando cursos de
palhaço, aprendendo a tocar instrumentos,
fazer mágicas, ou seja, estão atrás de
habilidades e recursos artísticos, isso é muito
bom para a qualidade do que chega aos
pacientes; alguns grupos tiveram divergências
internas na forma de atuar, os integrantes se
separaram, formaram outro grupo, em outro
hospital com novos integrantes; teve grupo
que ficou estagnado sem saber para onde ir,
se virava uma associação ou não, se crescia
ou ficava como estava; teve grupo que virou
ONG, que aumentou o número de palhaços
e hospitais a serem visitados, procurou cursos
de especialização na máscara do palhaço,
chamou atores para integrar a equipe; atrás
de profissionalização; teve grupo que tirou o
jaleco, já que não brincavam com a figura do
médico, e isto os deixou mais leves e bobos,
mais engraçados e menos sisudos.
Ficamos felizes em observar que a
abordagem aos pacientes está mais delicada,
os grupos se dividem em duplas e trios nas
visitas, estão menos barulhentos, a escuta e
o apoio ao parceiro tornou-se uma
preocupação constante, a comunicação com
a enfermagem melhorou. Alguns grupos,
inclusive, estão procurando firmar um termo
de compromisso com o hospital, buscando
reconhecimento dentro da instituição.
“Só” por “tudo” isto, ficamos satisfeitos
em ver que nossa provocação, de alguma
forma, fez com que os grupos repensassem
conceitos, conteúdos e através deste “novo”
olhar começassem a construir uma nova
identidade, mais alinhada com que o grupo
faz melhor.
Esses grupos que terminaram a
formação e a orientação, continuarão em
contato conosco e entre si, e lógico que
nossas portas de comunicação: e-mail, blog
e telefone, continuam abertas para o diálogo,
inclusive, no segundo semestre entrará no ar
nosso cadastro site) para atualização
permanente de grupos que atuam em hospitais
com a imagem do palhaço.
Está sendo interessante rever os novos/
velhos amigos, muitos grupos diminuíram,
alguns inclusive durante o ano passado. A
frase que mais escuto dos coordenadores:
trabalhar com voluntários não é fácil, a falta
de assiduidade é muito grande, é um eterno
recomeçar. Acredito que de cada 50 que
passem pelos grupos fique apenas 1.
Vamos em frente, tecendo a rede numa
malha cada vez mais forte e justa que nos
leve adiante!!!
Depoimentos
“Antes da Rede; era apenas uma visita semanal contribuindo para o nosso quadro social, eu não
sabia que poderia melhorar a qualidade do que estava oferecendo ao meu público e não tinha
visão da importância disso. Depois da Rede;
agora temos um compromisso com a sociedade,
e é certo que não basta só ter um coração bom,
é preciso se qualificar e saber onde se pisa e pra
quê? Depois dessa metamorfose o resultado é
surpreendente. Agora que somos Ong precisamos
cuidar para não ser apenas mais um. Como agente
dessa rede devemos ser parceiros.”
Wagner Mariano - Hospitalegre/Guarulhos,
oficinas de orientação de abril a julho de 2007.
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Here
“Estar em contato com os Doutores da Alegria e poder conhecer alguns métodos de trabalho que
deram certo já foi ótimo, mas estar em contato com grupos e artistas de várias cidades foi melhor
ainda. Isso porque conseguimos dimensionar o trabalho que vínhamos realizando, conseguimos
dar parâmetros para nossa linha de trabalho tanto artístico quando institucional. Antes, acredito
que tínhamos ‘cristalizado’ e buscávamos uma forma de ir além do que já conhecíamos, e com o
Palhaços em Rede, foi possível transpassar nossos limites e descobrir potencialidades e margens.
Conhecemos nossas fronteiras
para podermos olhar além,
saber quem nós somos para
podermos conhecer e aprender
com quem está trabalhando de
forma semelhante ao nosso
lado. Tudo isso para que o
resultado final seja ainda melhor
para a criança que nos recebe.”
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André Correia - Operação
Hospalhaço/São Bernardo do
Campo e São Paulo ,
oficinas de formação de abril a
dezembro de 2007.
“Brasília teve a honra de fazer um passeio em rede, em que fizeram parte dessa jornada
alguns grupos que se utilizam da linguagem artística do palhaço e que atuam em hospitais
públicos na intenção de levar humor e alegria às pessoas hospitalizadas. O Palhaços em Rede
possibilitou uma forma de estruturar melhor o trabalho no hospital, de acordo com as
dificuldades encontradas. Questões importantes puderam ser trabalhadas, como a qualidade
das visitas, buscando estabelecer uma base de formação artística (linguagem do palhaço no
hospital; aprimoramento técnico; habilidades; construção de números e jogos; tempo das
intervenções; recursos e instrumentos utilizados nas visitas; como
circular no hospital; interação com a equipe e servidores; a percepção
do outro com o olhar do palhaço; toques e adequações de figurino e
maquiagem), além do conhecimento específico de organização e
método do trabalho em hospitais (identidade do grupo; sistematização
e planejamento das atividades; elaboração de relatórios; documentação
do trabalho; captação de recursos; pesquisa). Outro fator abordado
foi sobre a rotina e ambientação hospitalar, ou seja, aspectos
específicos da área em que atuamos. Assim, cremos na transformação
do grupo e, mesmo da cidade, ao ter recebido dos Doutores da Alegria
as orientações e vivências passadas pelo programa Palhaços em Rede”.
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Here
Juscelino Moreira - Nariso/Brasília, oficinas de
formação de abril a dezembro de 2007.
Novidades!
Em 2007, no encerramento da oficina institucional do Palhaços em Rede os grupos ficaram
com o compromisso de se visitarem. Afinal,
as visitas ajudam a rever conceitos. Às
vezes, uma perguntinha básica – porquê?
– com outro sotaque, dá um chacoalhão,
revira a gente do avesso. E também é um
grande pretexto pra rever os amigos e
concretizar a rede. Os grupos de Brasília
já trocam experiências e treinam juntos e
os grupos de São Paulo iniciaram o
intercâmbio ‘Mostra o seu que eu mostro
o meu’, com a visita dos Cirurgiões da
Alegria ao Hospalhaço.
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“Foi um dia especial para nós (Eliseu,
Kátina e Marcos), pois trocamos
experiências artísticas, administrativa e pudemos vê-los em cena. Aprendemos muito com
nossos “primos da capitar”, que também estão marcando um dia para nos ver atuando”.
Eliseu Pereira - Cirurgiões da Alegria/Campinas,
oficinas de formação de abril a dezembro de 2007.
Agenda.
02 e 03/08 — Oficina de orientação pontual em Belo Horizonte.
06 e 07/09 — Oficina de orientação pontual de São Paulo
18 e 19/10 — Oficina final da turma de formação em São Paulo.
24/10 — Ensaio aberto do cabaré Palhaços em Rede.
Sede dos Doutores da Alegria
Rua Alves Guimarães, 73.
Jardim América
19:30hs.
01 e 02/11 — Cabaré Palhaços em Rede em São Paulo.
Teatro Denoy de Oliveira
Rua Rui Barbosa, 323
Bela Vista
15 e 16/11 — Oficina de Orientação pontual. Local a definir, de acordo com
número de inscrição no cadastro permanente de grupos e concentração de inscritos
por região.
Para candidatar-se a participar das oficinas, atividades e Palhaços em Rede,
cadastre seu grupo em: www.doutoresdaalegria.org.br/rede/cadastre.asp
informações:
[email protected]
Veja mais!
www.doutoresdaalegria.org.br
Site oficial dos Doutores da Alegria
http://br.youtube.com/tvdoutores
TV Doutores da Alegria
http://blog.doutoresdaalegria.org.br
Blog dos Doutores da Alegria
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