ECONOMIA
MINAS GERAIS SEXTA-FEIRA, 18 DE NOVEMBRO DE 2011 - 5
Estudo avalia inserção dos negros no
mercado de trabalho da RMBH
q Pesquisa vai subsidiar ações para promover oportunidades iguais
A
taxa de desemprego total
entre os negros na Região
Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) registrou queda em
2010, passando de 11,4% (2009)
para 9,5%. Entre os não negros, a
taxa diminuiu de 9% (2009) para
7% (2010). No período avaliado,
os negros representaram 63% do
contingente de desempregados,
percentual acima do registrado entre a população ocupada
(54,9%) e a População Economicamente Ativa – PEA (55,6%).
Os dados são parte de boletim
especial desenvolvido no âmbito
da Pesquisa de Emprego e De-
Maior proporção é
na construção civil
Indústria e comércio foram os
setores que mais geraram oportunidades de trabalho (15 mil e 12
mil, respectivamente), seguidos
pela construção civil (6 mil), setor
em que os negros estão proporcionalmente mais presentes na comparação com o total da população
ocupada. Já no setor público (5
mil ocupações geradas), segmento
que geralmente tende a oferecer
plano de cargos e salários, há proporcionalmente menor inserção da
população negra.
“É majoritária a presença de
negros na construção civil e nos
serviços domésticos, assim como
a maioria dos ocupados no setor
público é de não negros”, informou
Campos. “No setor público, onde
o trabalhador se insere por meio
de concurso, a tendência é que os
postos de trabalho sejam ocupados por pessoas de escolaridade
mais elevada”, completou.
“Não há diferenças significativas
nas jornadas de trabalho de negros
e não negros, porque isso é normalmente definido em acordos de categorias, o que vale para todos.
A disparidade de rendimento entre não negros e negros é de
27,6% no setor público e de 27,9%
na iniciativa privada. “Normalmente, há diferença do rendimento médio a favor dos não negros, o que
mostra que o trabalhador negro
se insere predominantemente em
setores que exigem menor qualificação e, portanto, que oferecem
menores remunerações”, observou
o coordenador da PED. Im 2010, o
rendimento médio dos trabalhadores negros foi de R$ 1.158, enquanto, para não negros, o valor registrado foi de R$ 1.750.
Homens negros
e mulheres negras
e não negras são
os segmentos
populacionais
mais afetados pelo
desemprego
semprego (PED-RMBH), e foram
apresentados ontem pela Fundação João Pinheiro (FJP), Secretaria
de Estado de Trabalho e Emprego
(Sete) e Dieese.
Segundo o secretário de Estado de Trabalho e Emprego,
Carlos Pimenta, o resultado vai
subsidiar as ações do Governo
de Minas para oferecer mais
empregos e oportunidades aos
negros que, ainda hoje, têm menos oportunidades no mercado
de trabalho. “Discutimos muito
a condição de inserção dos negros e das mulheres durante as
conferências de trabalho decen-
te em todo o Estado. Temos que
intensificar a busca por demandas de qualificação profissional
e também de elevação de escolaridade para proporcionarmos a
esse segmento uma forma digna
e igualitária no mundo do trabalho”, afirmou o secretário.
DESEMPREGO TOTAL: Em
termos gerais, entre 2009 e
2010, a taxa de desemprego
total caiu de 10,3% para 8,4%
da PEA. A situação foi observada tanto entre negros (negros
e pardos) quanto entre não negros (brancos e amarelos).
Entre a população negra feminina, a taxa decresceu de 14,2%
em 2009 para 12,1% em 2010 e,
entre os homens negros, a taxa
caiu de 9% (2009) para 7,3%
(2010). Para mulheres não negras, a taxa de desemprego caiu
dos 11,1% registrados em 2009
para 8,9%, enquanto, para homens não negros, a taxa passou
de 7,2% (2009) para 5,3% (2010). Homens negros e mulheres
negras e não negras são os segmentos populacionais mais afetados pelo desemprego, embora
sejam maioria da População em
Idade Ativa (PIA) da RMBH.
BDMG fecha primeiro financiamento via correspondente bancário
O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG)
acaba de firmar o primeiro
contrato com um cliente que
chegou ao banco por meio de
um correspondente bancário
– modelo de parceria lançado
recentemente e que visa facilitar e agilizar o crédito para
empresas em todo o Estado. A
Sicoob Credmalhas trouxe para
o BDMG uma empresa do setor
de confecção do município de
Monte Sião, no Sul de Minas. O
financiamento, feito pela linha
de recursos próprios BDMG
Giro Fácil, saiu em apenas três
dias úteis. Para o presidente do
BDMG, Matheus de Carvalho,
“isso demonstra que o modelo dá certo, pois une esforços
a fim de atender, cada vez melhor, o empreendedor mineiro”.
O primeiro cliente é a malharia Polo G, uma média empresa de propriedade de Geraldo
Cardoso. A malharia, fundada
há 15 anos e especializada em
moda verão, começou com três
funcionários e hoje são mais de
70. Com os recursos do financiamento do BDMG, Geraldo pretende comprar mais matéria-prima e, assim, ampliar a produção, que tem demanda crescente. “Vendo muito na região
e também forneço boa parte
da produção para uma grande
loja do Rio de Janeiro. Estamos
funcionando em nova sede, vamos contratar mais funcionários
e precisamos produzir mais, por
isso o capital de giro veio em
boa hora”, disse o empresário.
DIVULGAÇÃO
BDMG promove treinamento para capacitação de correspondentes bancários
A COOPERATIVA - A SIicoob
Credmalhas tornou-se correspondente bancário do BDMG
em setembro passado. Criada há
dez anos, a cooperativa de crédito está presente nos municípios
de Monte Sião, Inconfidentes e
Bueno Brandão, e tem cerca de
2.500 cooperados, a maioria empresas do ramo de confecção. O
diretor executivo da cooperativa, Marcos Fernandes, destaca
que a principal vantagem desse
modelo de parceria é a agilidade. “Nossos representantes passam por treinamento na sede do
BDMG, na Capital, alinhando a
forma de trabalho; a documentação da empresa, que é recolhida
pela cooperativa, segue eletronicamente para o banco e, ainda,
um sistema nos permite acompanhar o status da solicitação de
financiamento”, destaca Fernandes. “Neste momento, estamos
intensificando a divulgação das
linhas de crédito entre os cooperados, para dar acesso a cada vez
mais empresas”, acrescenta.
O credenciamento de correspondentes bancários faz parte
da estratégia do BDMG que, em
consonância com as diretrizes
do Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), quer
ampliar sua presença, em todo
o Estado, para melhor atender
às demandas das médias, pe-
quenas e micro empresas. O
banco já desembolsou, neste
ano, R$ 1,018 bilhão, e pretende
fechar 2011 com R$ 1,4 bilhão
em desembolsos.
SERVIÇO - Cooperativas singulares de crédito de pequenos empresários, microempresários ou
microempreendedores, responsáveis por negócio de natureza industrial, comercial ou de prestação
de serviços, incluídas as atividades
da área rural, e cooperativas singulares de crédito de livre admissão,
vinculadas às centrais, também
podem se credenciar junto ao
BDMG. Para outras informações,
acesse www.bdmg.mg.gov.br.
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