Contabilidade de Custos em Entidades Hospitalares: Percepções do Corpo Clínico e do
Corpo Administrativo
Adriana Fragoso*
José Francisco Ribeiro Filho**
(*) Mestra em Contabilidade pelo Programa Multi-intitucional (UnB/UFPE/UFRN/UFPB)
(**) Doutor em Contabilidade pela USP
Resumo
Ao mesmo tempo em que o corpo clínico de uma entidade hospitalar, especialmente os
médicos, podem com naturalidade afirmar que a saúde não tem preço...Também pode parecer
natural que o seu corpo administrativo responda: ...Mas tem custo. Essa provável perspectiva
dicotômica, partilhada simultaneamente pelo corpo clínico e pelo corpo administrativo, em
relação à importância do controle gerencial e de custos em entidades hospitalares, pode
reduzir as perspectivas de congruência entre os objetivos individuais, dos colaboradores, e os
objetivos da entidade como um todo, com possíveis reflexos não desejáveis na prestação de
serviços e na continuidade organizacional.
Neste contexto, o presente estudo busca informações sugestivas sobre as percepções
do corpo clínico e do corpo administrativo de entidades hospitalares, sobre concordância e
não concordância em torno de conceitos próprios da contabilidade de custos hospitalares. A
identificação dessas visões ou percepções lançará luzes que poderão facilitar o desenho e a
implementação de sistemas de controle gerencial para custos e resultados em entidades
hospitalares.
Definição do problema, objetivos e hipóteses
As várias especializações e subespecializações que estruturam a área da saúde, muitas
oriundas do desenvolvimento tecnológico, fazem surgir, no âmbito da entidade hospitalar,
muitas possibilidades de conflitos nos processos decisórios que envolvem destinações
orçamentárias e financeiras (Ribeiro Filho, 2002). Tal ambiente pode sugerir uma perspectiva
de gestão particularmente complexa, ainda mais quando o hospital é uma entidade filantrópica
ou da administração pública. A complexidade se concretiza, às vezes, através de conflito de
objetivos vivenciados entre a lógica profissional, representada pelo corpo clínico, e a lógica
tecnocrática representada pelo pessoal administrativo.
Os serviços de saúde são produzidos em mercado bastante diferenciado, especialmente
devido ao fato de que o cliente (paciente que deseja se livrar da doença) não detém o poder da
negociação porque não está em condições de discutir o caminho terapêutico prescrito, o que
elimina qualquer discussão em torno do serviço demandado, mesmo sequer o seu custo
(Ribeiro Filho, 2002). Nesse sentido, a lógica profissional prevalecia sobre a lógica
tecnocrática, procurando incorporar os avanços científicos e tecnológicos ocorridos na área
médica, numa perspectiva de aumento da oferta, desvinculada do financiamento necessário
para sua manutenção. No entanto houve uma mudança de foco na abordagem desta questão.
França (1998, p.87) apresenta uma visão de Contandriopoulos, nos seguintes termos:
Segundo o autor, desde o triunfo da medicina científica, é a lógica profissional que domina a
regulação do sistema de saúde, na medida que são os médicos que detêm o conhecimento e
técnicas de cura. Mas, por volta dos anos 60, a maior preocupação com a universalização dos
serviços abriu espaço para o crescimento da lógica tecnocrática, que passou a ameaçar o
monopólio do saber clínico. A partir dos anos 70, houve uma mudança de perspectiva em
relação aos problemas de saúde, que passaram a ser vistos como tendo origem também no
ambiente e hábitos de vida das populações, o que acabou por fortalecer a lógica política.
1
Neste período, a cobertura universal dos serviços e a elevação dos custos provocaram um
enorme crescimento das despesas. A preocupação central não era mais ampliar a oferta de
serviços e sim “encontrar um equilíbrio aceitável entre a quantidade, os custos e a qualidade
dos serviços. O controle das despesas, a racionalidade e a eficiência tornam-se palavraschave”. (Contandriopoulos, 1996:56).
Essa mudança de tendência também está presente na concepção da Lei Orgânica de
Saúde (LOS) no Brasil. O artigo 35 da lei 8.080 de 19/09/1990 ao estabelecer a sistemática de
avaliação para transferência de recursos para programas e projetos de saúde, inclui, além dos
critérios de perfil demográfico da região e perfil epidemiológico da população a ser coberta
(lógica política), o desempenho econômico e financeiro no período anterior (lógica
tecnocrática) (Ribeiro Filho, 2002).
Na realidade uma organização hospitalar moderna, cada vez mais dependente da
tecnologia para cumprir seus objetivos, já não pode ser considerada como dependente
exclusivamente do saber médico. Mesmo na área médica, as especializações e
subespecializações existentes engendram a pulverização, em uma cadeia interdependente, do
poder institucional. Esse partilhamento permeia toda a organização, fazendo surgir
verdadeiras especialidades complementares. Portanto e neste contexto, é pertinente pensar a
congruência de objetivos, como produto da eficácia gerencial, também no ambiente
específico das entidades hospitalares.
Na medida em que a gestão de custos e o contexto do planejamento e orçamento
possam produzir informações que auxiliem o alinhamento dos objetivos no âmbito das
entidades hospitalares, reduzindo o conflito entre as lógicas profissional, representada no
corpo clínico e a tecnocrática, representada no corpo administrativo, deve-se desejar a
implementação de sistemas de informações gerenciais que sejam indutores do
aperfeiçoamento organizacional. Estas questões colocam toda a reflexão no ambiente, amplo e
complexo, da mudança organizacional. Tal entendimento mantém uma certa coerência com a
natureza, até aqui explorada, do conflito existente em organizações dominadas por
corporações profissionais, como é o caso de hospitais.
Na medida em que as entidades hospitalares, mesmo da administração pública, estão
inseridas em um contexto de sistema aberto, o fenômeno da mudança organizacional se
constitui em um processo automantido; isto é, independe de qualquer ação planejada para ser
iniciado, o que reforça o seu caráter de complexidade (Ribeiro Filho, 2002). Machado-daSilva, Fonseca e Fernandes (1999, p.102 e 103) colocam essa idéia da seguinte maneira:
A transformação organizacional deve ser entendida além dos chamados processos planejados
de mudança. De acordo com Kanter, Stein e Jick (1992), é necessário reconhecer três tipos de
forças que podem provocar mudança: a relação entre as organizações e seus ambientes; o
crescimento por meio de estágios de ciclos de vida; e o exercício da política, a constante luta
pelo poder. Os três podem ocorrer à margem das intenções estratégicas e objetivos oficiais,
obrigando a organização a manter-se em contínuo movimento.
O desejo pelo desenvolvimento de sistemas de informações de custos e resultados nas
entidades hospitalares; ou melhor, o nível de compreensão da necessidade de se ter esses
sistemas, poderá divergir consideravelmente entre os vários atores que formam a equipe de
profissionais de um hospital. Essas divergências poderão aflorar desde a compreensão de se
ter ou não uma modelagem de custos, passando pelas atribuições de responsabilidade na
manutenção do sistema e culminando com a relevância específica da informação produzida. A
idéia, portanto, não é produzir uma prescrição de como deveria funcionar um sistema de
informações de custos e resultados em uma entidade hospitalar, mas analisar as percepções do
corpo clínico e do corpo administrativo em torno do fenômeno custos hospitalares, de maneira
que se possa formatar um quadro referencial para subsidiar possíveis prescrições.
2
Pensa-se que a obtenção desse quadro referencial poderia auxiliar na definição de
modelagens menos suscetíveis de sofrerem resistências para sua implantação. A questão
fundamental que motiva este estudo, portanto, considera os impactos comportamentais
subjacentes ao desenvolvimento e implantação de sistemas de informações gerenciais
(Ribeiro Filho, 2002). Sob a égide dessas considerações, a pesquisa perseguiu o seguinte
objetivo: Verificar o grau de dependência e compreensão entre o corpo clínico e o corpo
administrativo de hospitais públicos e filantrópicos, acerca de questões envolvendo a
abordagem da contabilidade de custos hospitalares.
Proceder metodológico
O interesse fundamental é verificar se os grupos identificados como clínicos e
administrativos têm percepções significativamente diferentes, em torno das mesmas questões
envolvendo custos hospitalares. A partir de um questionário contendo quinze (15) perguntas
que abordam a aplicação de custos nas entidades hospitalares, pretende-se construir uma
matriz com as freqüências obtidas, a partir das respostas distribuídas nos seguintes graus de
concordância: concordo e não concordo. A idéia de dicotomizar as opções de resposta se
prende à possibilidade de definir um foco mais claro no sentido de permitir a apuração de
prováveis diferenças de percepções entre os grupos formados por profissionais médicos e
profissionais administrativos.
A matriz obtida será do tipo 2 x 2, assim configurada:
Perguntas 1....15
CORPO ADM
CORPO CLÍNICO
CONCORDO
A
B
A+B
NÃO CONCORDO
C
D
C+D
A+C
B+D
N
As inferências serão conduzidas a partir da Prova de Fisher. Siegel (1979, p. 107)
comenta:
A Prova de Fisher constitui uma técnica não-paramétrica extremamente útil para analisar
dados discretos (nominais ou ordinais), quando o tamanho das duas amostras independentes é
pequeno. É utilizado quando os escores das duas amostras aleatórias independentes se
enquadram todos em uma ou outra de duas classes mutuamente exclusivas. Em outras
palavras, a cada indivíduo em ambos os grupos é atribuído um dentre dois escores possíveis.
Os escores são apresentados por freqüências em uma tabela de contingência 2 x 2.”
Deve-se calcula o valor de p de acordo com o modelo apresentado abaixo (Siegel,
1979):
p =
( A + B )! ( C + D )! ( A + C )! ( B + D )!
N ! A! B !C ! D !
O valor de p obtido se aplica para um prova unilateral. Considerando que o interesse
deste estudo se volta para a verificação de divergências ou não dos dois grupos em torno de
uma mesma questão, deve-se utilizar uma prova bilateral. No caso, o valor obtido deve ser
multiplicado por 2. Assim, se o valor de p for maior do que o nível de significância
3
estabelecido deve-se aceitar H0; caso o valor de p seja menor ou igual ao nível de
significância estabelecido deve-se rejeitar H0 em favor de H1. As perguntas estão distribuídas
de forma a contemplar as categorizações de custos para controle, custos para avaliação de
desempenho e conceitos básicos de custos. As análises, a partir das inferências realizadas,
serão baseadas na possibilidade de que um sistema de custos e resultados em entidades
hospitalares seja um coadjuvante importante para o desenvolvimento organizacional.
A idéia é considerar o referencial conceitual, exposto na literatura sobre custos, para
incentivar uma abordagem correta das associações encontradas, que podem sugerir
divergências entre o corpo clínico e o corpo administrativo sobre os aspectos expostos nas
perguntas. Deve-se buscar a inferência a partir do sistema de hipóteses, elencado abaixo, com
base nas freqüências das respostas obtidas aos questionários aplicados a 10 médicos e 10
servidores administrativos de um hospital público e também 10 médicos e 10 servidores
administrativos de um hospital filantrópico, situados na Cidade do Recife/PE. Com isso devese obter dois conjuntos para inferência: as 15 perguntas do corpo clínico e do corpo
administrativo do hospital público e as 15 perguntas do corpo clínico e do corpo
administrativo do hospital filantrópico. Testa-se os grupos do hospital público e depois testase os grupos do hospital filantrópico. Ao final pretende-se realizar uma análise comparativa
das inferências nos dois hospitais, com o objetivo de averiguar diferenças e semelhanças dos
grupos nos dois hospitais.
HOSPITAL PÚBLICO
HOSPITAL FILANTRÓPICO
H0(1)...H0(15):
O
Corpo
Clínico e Corpo Administrativo
possuem percepções iguais
sobre a questão submetida.
H0(1)...H0(15):
O
Corpo
Clínico e Corpo Administrativo
possuem percepções iguais
sobre a questão submetida.
H1(1)...H1(15): As percepções
do Corpo Clínico e do Corpo
Administrativo
são
significativamente diferentes.
H1(1)...H1(15): As percepções
do Corpo Clínico e do Corpo
Administrativo
são
significativamente diferentes.
Os dados coletados através dos questionários serão tabulados e analisados com o
auxílio da ferramenta SPSS – Statistical Package for the Social Sciences.
Revisão dos marcos conceituais
Martins (2001, p.24/30), principia a abordagem para o tópico Contabilidade de Custos
com um esclarecimento sobre a terminologia aplicada. Menciona que custos são uma espécie
do gênero gasto, e indica que custo é “gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção
de outros bens ou serviços”. Esta definição de custos nos remete ao ambiente das empresas
industriais, em um primeiro momento, onde o interesse primário é pela atribuição de valor aos
estoques de produtos acabados.
Enquanto se executam os procedimentos para a combinação de matérias primas e
materiais, energia elétrica, água, etc., e mão de obra, com o objetivo de se obter um produto
até então inexistente mensura-se os custos para indicar a agregação desses elementos na
composição do produto final. Assim, a contabilidade de custos surge para identificar,
mensurar e reportar todos os fenômenos da movimentação intermediária dos vários gastos que
contribuirão para a formação do futuro estoque de produtos acabados. Em uma seqüência
lógica, para o caso da matéria-prima, ter-se-ia:
1) Aquisição de matéria prima Æ Gasto registrado no ativo estoque de matérias-primas;
4
2) Requisição da matéria prima para o processo produtivo Æ Gasto registrado no sistema
de custos integrado em conta de custo de matéria prima;
3) Apuração dos custos do processo, por ocasião da finalização do evento de produção Æ
Gasto registrado no ativo estoque de produto acabado;
4) Venda do produto Æ Gasto registrado em conta despesa na demonstração do resultado
e em confronto com a receita de venda, em conta impropriamente denominada “custo
do produto vendido”.
Nas empresas prestadoras de serviços utiliza-se a mesma tipologia de custos
visualizada para o processo de fabricação de bens tangíveis. No caso, o objetivo é estabelecer
a mensuração de custos dos serviços prestados, de forma a se apurar o resultado do período.
Dentro desta concepção define-se a abordagem da gestão de custos sob a perspectiva de
(Martins, 2001):
a) Custos para avaliação de estoques, onde o principal objetivo é estabelecer adequação
com a legislação do imposto de renda no que se refere à integração da contabilidade de
custos com a contabilidade financeira. Deve-se então mensurar o custo da produção
em processo, o custo da produção acabada, a partir dos custos de matéria-prima e
materiais; custo de mão de obra e outros custos;
b) Custos para controle, onde o principal objetivo é mensurar as incorrências de custos
nas respectivas contas contábeis, traduzindo a realidade dos acontecimentos; comparar
esses eventos com rubricas orçamentárias previamente estabelecidas (o que deveria
ser) de forma a se tomar medidas corretivas com rapidez;
c) Custos para decisão, onde os objetivos são: estabelecer margens de contribuição para
os vários níveis de acumulação; otimizar a utilização dos recursos disponíveis;
definição de preços de venda (quando baseados em custos); orientar entre opções de
comprar ou fabricar; e gerenciamento eficaz de mix produtivos.
A implantação de sistemas de custos, com o objetivo de efetivar todos esses níveis e
demandas informacionais, sempre acarretará a reação das pessoas que integram as unidades
tratadas. Martins (2001, p. 377) comenta:
“A primeira reação é a da sensação de estar sendo iniciada uma era de controle, e toda
pessoa que sempre trabalhou sem sentir formalmente essa “fiscalização” tem uma natural
predisposição contrária. Pessoas que sempre sentiram ser da confiança da Administração
podem passar a achar que perderam, pelo menos parcialmente, essa condição.”
Dissertando sobre a aplicação de sistemas de custos em entidades hospitalares, com
destaque para as principais vantagens gerenciais, comenta Falk (2001, p. 15).
“Informação mais detalhada sobre custos oferece maior esclarecimento sobre seu
comportamento e variáveis que lhes influenciam nos diversos serviços do hospital, permitindo
melhor gerenciamento dos custos em nível departamental, por procedimentos específicos e
mesmo por prestador ou provedor do serviço. Um sistema de contabilidade de custos facilita
um controle mais preciso dos mesmos para fins de diminuição ou substituição de itens mais
onerosos na composição dos custos, permite melhor análise de lucratividade, estabelecimento
de taxas de serviço, planejamento estratégico e gerenciamento do pessoal médico e não
médico, em termos de produtividade e perfis operacionais de atendimentos”.
Normalmente são enfatizados: o custeio por absorção (ou integral), onde existe a
preocupação de carregar todos os custos aos produtos ou serviços; destaca-se, também, o
chamado custeio variável (às vezes colocado como direto), que procura associar aos produtos
e serviços apenas os custos chamados variáveis em relação ao volume; existe também o
chamado custeio baseado em atividades (ABC – Activity Based Costing), que visa, a partir da
5
determinação de direcionadores de custos (cost drivers), alocar os custos aos produtos e
serviços. Destaca a necessidade de separar as atividades, que são consideradas as verdadeiras
consumidoras de recursos. Propõe, também, separar a organização em unidades de negócios
para que os cálculos ocorram para cada ambiente de avaliação (Ribeiro Filho, 2002).
Na verdade quando se aborda o fenômeno custos, nas entidades hospitalares, pretendese enfatizar que existe a necessidade de se considerar, após as apropriações devidas de acordo
com o processo físico-operacional, ambos os lados da formação do resultado de um
procedimento ou mesmo do hospital como um todo: as receitas e as despesas. Os custos,
como já mencionado, indicam o acompanhamento de etapas intermediárias nas
movimentações dos vários fatores que integram a prestação de serviços do hospital. No fundo
espera-se que o feixe de decisões implementadas nos hospitais resulte em: eficiência; pessoas
satisfeitas (clientes internos e externos); cumprimento da missão; melhor retorno dos
ativos utilizados e continuidade organizacional. De um ponto de vista mais amplo é
provável que todas as pessoas que atuam em uma entidade hospitalar, desejam seu
aperfeiçoamento e desenvolvimento. No entanto o desenvolvimento de sistemas de
informações gerenciais de base contábil, além dos requisitos técnicos envolvidos, demanda
considerar requisitos comportamentais importantes. Bio (1987, p.151 e 176) comenta:
(...) o desenvolvimento e a implantação de um sistema de informação contábil-gerencial
significa um amplo e complexo processo de mudança organizacional. As peculiaridades deste
sistema (...) levam a um processo de mudança abrangente – envolvendo as diversas áreas de
atividade da empresa – e complexo, pela natureza das questões comportamentais que o
processo desperta, nos planos individual, grupal e organizacional.(...) Um sistema de
informação contábil-gerencial – no atual estado da arte da tecnologia de custos, orçamentos,
sistemas, pesquisa operacional – é poderoso instrumento para a melhoria dos níveis de
eficiência e de eficácia da organização. No entanto, para que cumpra com este papel, o
processo de mudança deve conduzir a um novo estágio de capacitação organizacional,
possibilitando o aproveitamento de todo o potencial do sistema para a gestão econômicofinanceira da empresa.
Pensa-se, por outro lado, que as reações poderão ser minimizadas na medida em que
seja possível identificar uma visão conjunta sobre a importância dos sistemas de custos
quando aplicados às entidades hospitalares. Este estudo se conduz nesta direção.
Apresentação e análise dos dados
Para os testes considerar-se-á um nível de significância de 0,05. Assim, quando o
Teste de Fisher apresentar valor maior ou igual ao nível de significância, deve-se aceitar a
hipótese nula, que afirma não existir diferenças de percepções, em torno das perguntas, entre
o corpo clínico e o corpo administrativo dos hospitais. O valor produzido pelo SPSS “Fisher's
Exact Test” equivale ao valor p anteriormente mencionado. Segue abaixo as questões
apresentadas e os resultados obtidos:
HOSPITAL FILANTRÓPICO
1 – Os problemas vividos pelo hospital seriam totalmente resolvidos caso houvesse mais
dinheiro disponível.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Total Fisher's Exact Test
INTERPRETAÇÃO
Apoio
Médico Administrativo
Exact Sig. (2-sided)
Aceitar HO, pois não
7
7
14
1
ocorre diferença entre
3
3
6
os grupos. (Sig. > 0,05)
10
10
20
6
2 – A preocupação com custos e controle de custos pode ajudar na melhoria do
funcionamento do hospital.
PERCEPÇÕES
Concordo
Total
Categoria Funcional
Total Fisher's Exact Test
INTERPRETAÇÃO
Apoio
Médico Administrativo
Exact Sig. (2-sided)
Aceitar HO, pois não
Não computado,
10
10
20
ocorre diferença entre
pois é constante.
os grupos
10
10
20
3 – Controlar os custos do hospital é uma tarefa exclusiva do corpo administrativo.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
4
6
10
3
7
10
Total Fisher's Exact Test
Exact Sig. (2-sided)
7
13
20
1
INTERPRETAÇÃO
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
4 – Prevenir o desperdício de comida, medicamentos, água, energia elétrica, gases e vapor não
é tarefa do corpo clínico.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
1
9
10
7
3
10
Total Fisher's Exact Test
INTERPRETAÇÃO
Exact Sig. (2-sided) Rejeitar HO em favor de
H1, pois ocorre diferença
0,019766611
entre os grupos. (Sig. <
0,05)
8
12
20
5 – Custos e controle de custos não são conceitos adequados para hospitais, sendo que sua
aplicação deve se voltar apenas para entidades comerciais ou industriais.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
1
9
10
8
8
Total Fisher's Exact Test
Exact Sig. (2-sided)
1
17
18
1
INTERPRETAÇÃO
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
6 – O controle de custos é um procedimento imposto pelas operadoras de planos de saúde e se
aplicam apenas para hospitais privados que buscam o lucro.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
3
7
10
1
7
8
Total Fisher's Exact Test
Exact Sig. (2-sided)
4
14
18
0,588235294
INTERPRETAÇÃO
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
7 – Os hospitais públicos e filantrópicos não precisam se preocupar com os seus custos
porque prestam serviços para uma maioria de pessoas carentes.
Categoria Funcional
Total Fisher's Exact Test
7
INTERPRETAÇÃO
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Médico
1
9
10
Apoio
Administrativo
9
9
Exact Sig. (2-sided)
1
18
19
1
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
8 – Todas as informações sobre as receitas, os custos dos procedimentos e dos setores do
hospital devem ser sempre publicadas para conhecimento de todos.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
10
0
10
5
4
9
Total Fisher's Exact Test
INTERPRETAÇÃO
Exact Sig. (2-sided) Rejeitar HO em favor de
H1, pois ocorre diferença
0,03250774
entre os grupos. (Sig. <
0,05)
15
4
19
9 – A prévia definição de protocolos clínicos a serem seguidos bem como o estabelecimento
de padrões para os vários custos hospitalares traz melhoria nos serviços prestados pelo
hospital.
PERCEPÇÕES
Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
Total Fisher's Exact Test
Exact Sig. (2-sided)
10
8
18
10
8
18
Não computado,
pois é constante.
INTERPRETAÇÃO
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos.
10 – Se as pessoas que trabalham nos hospitais conhecessem os custos e as receitas de seus
setores e também dos procedimentos que executam, poderiam desempenhar um trabalho mais
eficiente e de melhor qualidade, com benefícios para os usuários.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
Total Fisher's Exact Test
INTERPRETAÇÃO
Exact Sig. (2-sided)
10
0
8
1
18
1
10
9
19
0,473684211
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
11 – A definição prévia do orçamento do hospital, com a participação do corpo clínico e do
corpo administrativo, é tão importante para o funcionamento do hospital quanto os
atendimentos médicos, cirurgias e internações realizadas.
PERCEPÇÕES
Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
Total Fisher's Exact Test
Exact Sig. (2-sided)
10
8
18
10
8
18
Não computado,
pois é constante.
INTERPRETAÇÃO
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos.
12 – Os sistemas destinados ao controle dos custos hospitalares registram informações sobre o
volume de gastos aplicados aos pacientes, aos procedimentos clínicos, enfermarias e outros
setores, com o objetivo de permitir o cálculo do resultado alcançado.
8
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
Total Fisher's Exact Test
INTERPRETAÇÃO
Exact Sig. (2-sided)
9
1
6
1
15
1
10
7
16
1
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
13 – O setor de custos deste hospital funciona adequadamente, fornecendo informações que
são úteis para a melhoria do trabalho das pessoas.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
Total Fisher's Exact Test
INTERPRETAÇÃO
Exact Sig. (2-sided)
2
8
1
7
3
15
10
8
18
1
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
14 – As questões envolvendo o planejamento, o orçamento e o controle de custos recebem
atenção significativa neste hospital.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
Total Fisher's Exact Test
INTERPRETAÇÃO
Exact Sig. (2-sided)
3
7
1
5
4
12
10
6
16
1
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
15 – Eu tenho incentivado o aperfeiçoamento dos sistemas de planejamento, orçamento,
custos e finanças neste hospital.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
Total Fisher's Exact Test
INTERPRETAÇÃO
Exact Sig. (2-sided)
4
6
3
4
7
10
10
7
17
1
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
No hospital filantrópico houve percepções iguais, entre o corpo clínico e o corpo
administrativo, nas seguintes questões: 2, que afirmou a importância do controle de custos
como fator importante para a melhoria do funcionamento do hospital, sendo que os
respondentes concordaram com a afirmativa; 9, que afirmou a importância da definição prévia
dos protocolos clínicos e padrões de custos como fator de melhoria nos serviços prestados
pelo hospital, sendo que os respondentes concordaram com a questão; e 11, que colocou no
mesmo patamar de importância as questões relacionadas com a definição dos orçamentos do
hospital, construídos com a participação do corpo administrativo e do corpo clínico, com
relação aos procedimentos clínicos de atendimento e cirurgias, sendo que os respondentes dos
dois grupos concordaram com a afirmativa.
Houve percepções semelhantes nas seguintes questões: 1, que coloca como solução
definitiva para o hospital a existência de mais dinheiro disponível, sendo que a semelhança foi
no sentido da maioria dos respondentes dos dois grupos concordarem com a afirmativa; 3, que
afirma ser do corpo administrativo a responsabilidade exclusiva do controle de custos , sendo
que a maioria dos respondentes dos dois grupos não concordaram com a afirmativa; 5, que
9
afirma ser o controle de custos inadequado para entidades hospitalares e adequado para
entidades comerciais e industriais, e aqui a semelhança se dá no sentido da maioria dos
respondentes dos dois grupos rejeitarem a afirmação; 6, que afirma ser o controle de custos
uma imposição das operadoras de planos de saúde, sendo que a maioria dos respondentes dos
dois grupos não concordaram com a afirmação; 7, que afirma não ser específica para os
hospitais públicos e filantrópicos a preocupação com custos porque atendem pessoas carentes,
e aqui a concordância se dá pela rejeição da afirmativa pela maioria dos respondentes dos dois
grupos; 10, que afirma ser útil para a melhoria da prestação de serviços no hospital, a
divulgação de informações sobre custos para os colaboradores internos, sendo que a maioria
dos respondentes concordaram com a afirmativa; 12, que afirma o propósito de apurar os
resultados alcançados a partir dos sistemas de informação de custos, de forma que a maioria
dos respondentes dos dois grupos concordaram; 13, que afirma ser adequado o funcionamento
do setor de custos do hospital, inclusive no fornecimento de informações, sendo que a maioria
dos respondentes dos dois grupos não concordaram com a afirmativa; 14, que afirma ser
adequada a atenção que o planejamento, orçamento e custos recebem no hospital, sendo que a
maioria dos respondentes dos dois grupos discordaram da afirmativa, traduzindo que a
atenção dada a esses assuntos não é suficiente; 15, que afirma ser adequado o
comprometimento do respondente com relação ao incentivo para discussão em torno da
aplicação dos conceitos de custos, sendo que a maioria dos respondentes dos dois grupos,
admitem não estarem incentivando adequadamente esse assunto no hospital onde atuam.
Houve percepções divergentes dos respondentes do hospital filantrópico em torno das
seguintes questões: 4, que afirma não ser do corpo clínico a tarefa de prevenir os desperdícios
de comida, medicamentos, água, energia elétrica, gases e vapor, sendo que a discordância se
configura na medida em que a maioria dos respondentes do corpo clínico entendem ser esta
também uma atribuição desse grupo, enquanto que o corpo administrativo entende não ser
esta uma tarefa do corpo clínico; 8, que afirma a necessidade de divulgar todas as informações
sobre as receitas e os custos dos procedimentos, dos vários setores do hospital, sendo que
todos os respondentes do corpo clínico concordam com a divulgação e a maioria dos
respondentes do corpo administrativo discordam que haja divulgação ampla.
HOSPITAL PÚBLICO
1 – Os problemas vividos pelo hospital seriam totalmente resolvidos caso houvesse mais
dinheiro disponível.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Total Fisher's Exact Test
INTERPRETAÇÃO
Apoio
Médico Administrativo
Exact Sig. (2-sided)
Aceitar HO, pois não
2
3
5
1
ocorre diferença entre
8
7
15
os grupos. (Sig. > 0,05)
10
10
20
2 – A preocupação com custos e controle de custos pode ajudar na melhoria do
funcionamento do hospital.
PERCEPÇÕES
Concordo
Total
Categoria Funcional
Total Fisher's Exact Test
INTERPRETAÇÃO
Apoio
Médico Administrativo
Exact Sig. (2-sided)
Aceitar HO, pois não
Não computado,
10
10
20
ocorre diferença entre
pois é constante.
os grupos
10
10
20
10
3 – Controlar os custos do hospital é uma tarefa exclusiva do corpo administrativo.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
0
10
10
1
9
10
Total Fisher's Exact Test
Exact Sig. (2-sided)
1
19
20
1
INTERPRETAÇÃO
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
4 – Prevenir o desperdício de comida, medicamentos, água, energia elétrica, gases e vapor não
é tarefa do corpo clínico.
PERCEPÇÕES
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
10
10
10
10
Total Fisher's Exact Test
Exact Sig. (2-sided)
Não computado,
20 pois é constante.
20
INTERPRETAÇÃO
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos.
5 – Custos e controle de custos não são conceitos adequados para hospitais, sendo que sua
aplicação deve se voltar apenas para entidades comerciais ou industriais.
PERCEPÇÕES
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
10
10
10
10
Total Fisher's Exact Test
Exact Sig. (2-sided)
Não computado,
20 pois é constante.
20
INTERPRETAÇÃO
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos.
6 – O controle de custos é um procedimento imposto pelas operadoras de planos de saúde e se
aplicam apenas para hospitais privados que buscam o lucro.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
10
10
1
9
10
Total Fisher's Exact Test
Exact Sig. (2-sided)
1
19
20
1
INTERPRETAÇÃO
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
7 – Os hospitais públicos e filantrópicos não precisam se preocupar com os seus custos
porque prestam serviços para uma maioria de pessoas carentes.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
10
10
1
9
10
Total Fisher's Exact Test
Exact Sig. (2-sided)
1
19
20
1
INTERPRETAÇÃO
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
8 – Todas as informações sobre as receitas, os custos dos procedimentos e dos setores do
hospital devem ser sempre publicadas para conhecimento de todos.
Categoria Funcional
Total Fisher's Exact Test
11
INTERPRETAÇÃO
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Médico
10
10
Apoio
Administrativo
9
1
10
Exact Sig. (2-sided)
19
1
20
1
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
9 – A prévia definição de protocolos clínicos a serem seguidos bem como o estabelecimento
de padrões para os vários custos hospitalares traz melhoria nos serviços prestados pelo
hospital.
PERCEPÇÕES
Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
Total Fisher's Exact Test
Exact Sig. (2-sided)
10
10
20
10
10
20
Não computado,
pois é constante.
INTERPRETAÇÃO
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos.
10 – Se as pessoas que trabalham nos hospitais conhecessem os custos e as receitas de seus
setores e também dos procedimentos que executam, poderiam desempenhar um trabalho mais
eficiente e de melhor qualidade, com benefícios para os usuários.
PERCEPÇÕES
Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
Total Fisher's Exact Test
Exact Sig. (2-sided)
10
10
20
10
10
20
Não computado,
pois é constante.
INTERPRETAÇÃO
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos.
11 – A definição prévia do orçamento do hospital, com a participação do corpo clínico e do
corpo administrativo, é tão importante para o funcionamento do hospital quanto os
atendimentos médicos, cirurgias e internações realizadas.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
8
2
10
9
1
10
Total Fisher's Exact Test
Exact Sig. (2-sided)
17
3
20
1
INTERPRETAÇÃO
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
12 – Os sistemas destinados ao controle dos custos hospitalares registram informações sobre o
volume de gastos aplicados aos pacientes, aos procedimentos clínicos, enfermarias e outros
setores, com o objetivo de permitir o cálculo do resultado alcançado.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
9
1
10
7
3
10
Total Fisher's Exact Test
Exact Sig. (2-sided)
16
4
20
0,582043344
INTERPRETAÇÃO
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
13 – O setor de custos deste hospital funciona adequadamente, fornecendo informações que
são úteis para a melhoria do trabalho das pessoas.
12
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
2
7
9
1
8
9
Total Fisher's Exact Test
Exact Sig. (2-sided)
3
15
18
0,582043344
INTERPRETAÇÃO
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
14 – As questões envolvendo o planejamento, o orçamento e o controle de custos recebem
atenção significativa neste hospital.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
Total Fisher's Exact Test
INTERPRETAÇÃO
Exact Sig. (2-sided)
1
9
4
5
5
14
10
9
19
0,140866873
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
15 – Eu tenho incentivado o aperfeiçoamento dos sistemas de planejamento, orçamento,
custos e finanças neste hospital.
PERCEPÇÕES
Concordo
Não Concordo
Total
Categoria Funcional
Apoio
Médico Administrativo
8
2
10
6
3
9
Total Fisher's Exact Test
Exact Sig. (2-sided)
14
5
19
0,628482972
INTERPRETAÇÃO
Aceitar HO, pois não
ocorre diferença entre
os grupos. (Sig. > 0,05)
No hospital público houve percepções iguais, dos respondentes, em torno das
seguintes questões: 2, que afirma a importância dos custos para ajudar na melhoria de
funcionamento do hospital, sendo que a concordância dos dois grupos apontou para o
reconhecimento dessa importância; 4, que afirma não ser de responsabilidade do corpo clínico
a prevenção do desperdício de materiais, sendo que a totalidade dos respondentes dos dois
grupos discordaram da afirmativa; 5, que afirma não ser próprio para o ambiente dos hospitais
públicos e filantrópicos os conceitos de custos, sendo que a unanimidade dos respondentes
dos dois grupos discordaram da afirmativa; 9, que afirma a importância da definição prévia de
protocolos clínicos e padrões de custos hospitalares, sendo que a unanimidade dos
respondentes concordaram com a afirmativa; 10, que afirma a importância da divulgação
para os colaboradores do hospital de informações sobre custos e receitas dos setores, sendo
que a unanimidade dos respondentes concordaram com a afirmativa.
Houve percepções semelhantes em torno das seguintes questões: 1, que afirma ser
suficiente a existência de mais dinheiro para a resolução dos problemas do hospital, sendo que
a maioria dos respondentes dos dois grupos manifestaram rejeição à afirmativa proposta; 3,
que afirma ser uma tarefa do corpo administrativo o controle de custos, sendo que a maioria
dos respondentes dos dois grupos rejeitaram a afirmativa; 6, que afirma ser o controle de
custos uma imposição das operadoras de planos de saúde, sendo que a maioria dos
respondentes dos dois grupos rejeitaram a afirmativa; 7, que afirma não ser uma preocupação
dos hospitais públicos e filantrópicos a gestão de custos, sendo que a maioria dos
respondentes dos dois grupos rejeitaram a afirmativa; 8, que afirma a publicação de
informações sobre receitas e custos para todos, sendo que a maioria dos respondentes dos dois
grupos corroboraram a afirmativa; 11, que coloca no mesmo nível de importância, para o
hospital, as definições prévias de orçamento e os procedimentos clínicos e cirurgias, sendo
13
que a maioria dos respondentes corroboraram a afirmativa; 12, que atribui ao sistema de
informações do hospital a missão de estabelecer o cálculo do resultado, a partir das
informações sobre custos, sendo que a maioria dos respondentes dos dois grupos concordaram
com a afirmativa; 13, que afirma ser adequado o funcionamento do setor de custos do
hospital, no sentido do fornecimento de informações, sendo que a maioria dos respondentes
dos dois grupos não concordaram com a afirmativa; 14, que afirma ser tratado com
importância os assuntos concernentes a custos no hospital, sendo que a maioria dos
respondentes rejeitaram a afirmativa; e 15, que afirma pela incentivo dos respondentes às
questões de custos no âmbito do hospital, sendo que a maioria dos respondentes afirmam que
têm estimulado tais discussões.
Quadro resumo sobre semelhanças e divergências dos grupos
Percepções iguais Percepções iguais
no sentido da
no sentido da
Concordância
Discordância
Hospital
Filantrópico –
Corpo Clínico e
Administrativo
(Questões,
Conjunto A)
Hospital Público
– Corpo Clínico e
Administrativo
(Questões,
Conjunto B)
Percepções
semelhantes no
sentido da
Concordância
Percepções
semelhantes no
sentido da
Discordância
Percepções
divergentes
2, 9 e 11
-
1, 10 e 12
3, 5, 6, 7, 13, 14 e
15
4e8
2, 9 e 10
4e5
8, 11, 12 e 15
1, 3, 6, 7, 13 e 14
-
Quadro resumo sobre semelhanças e divergências entre os hospitais
HOSPITAL FILANTRÓPICO E HOSPITAL PÚBLICO
Percepções iguais e semelhantes no sentido da Concordância (Questões)
2, 9, 10, 11 e 12
Percepções iguais e semelhantes no sentido da Discordância (Questões)
3, 5, 6, 7, 13 e 14
Percepções onde o hospital filantrópico concorda e o hospital público discorda
1
Percepções onde o hospital filantrópico discorda e o hospital público concorda
15
Percepções onde os grupos do hospital filantrópico divergem e os grupos do hospital
4
público têm percepções iguais no sentido de discordarem da questão
Percepções onde os grupos do hospital filantrópico divergem e os grupos do hospital
8
público têm percepções semelhantes no sentido de concordarem com a questão
Considerando uma análise entre os grupos dos dois hospitais, destaca-se as questões:
1, que afirma como solução para os problemas do hospital a existência de mais dinheiro,
sendo que a maioria dos respondentes dos dois grupos do hospital filantrópico concordam
com a afirmativa e os grupos do hospital público discordaram da afirmativa; 15, que afirma a
participação dos respondentes no incentivo ao aperfeiçoamento dos sistemas de planejamento,
orçamento, custos e finanças, sendo que a maioria dos respondentes dos dois grupos do
hospital filantrópico não concordaram com a questão, e a maioria dos respondentes dos dois
grupos do hospital público concordaram com a questão; 4, que afirma ser tarefa do corpo
clínico a prevenção ao desperdício de comida, medicamentos, água, energia elétrica, gases e
vapor, sendo que todos os respondentes do hospital público e a maioria dos respondentes do
corpo clínico do hospital filantrópico discordaram da questão, enquanto que o corpo
administrativo do hospital filantrópico concordou com a questão; 8, que afirma a necessidade
de publicação ampla de todas as informações sobre custos e receitas do hospital, sendo que a
unanimidade dos respondentes do corpo clínico tanto do hospital filantrópico quanto do
hospital público concordaram com a questão, a maioria dos respondentes do administrativo do
14
hospital público também concordaram com a publicação, enquanto que o corpo administrativo
do hospital filantrópico divergiu sobre a questão.
Conclusões
As divergências de opiniões apresentadas sobre “prevenir custos não é tarefa do
corpo clínico” (questão 4) ou mesmo “mais dinheiro resolveriam os problemas do hospital”
demonstram, em primeiro lugar, que o corpo administrativo do hospital filantrópico
desconhece a importância da atuação do corpo clínico na prevenção de desperdícios dos
recursos e precisam promover maior participação do corpo clínico no controle dos recursos,
uma vez que a lógica profissional do corpo clinico tem grande relevância na tomada de
decisões referentes à prestação de um serviço tão delicado e urgente que é o de um hospital.
Em segundo, entendem que mais recursos seria a solução para todos os problemas do hospital,
quando na verdade, para um bom funcionamento das atividades é necessário também que
existam outros fatores como planejamento, controle, entre outros. Percebe-se uma
preocupação mais associada com a obtenção de receitas.
Os dois hospitais são unânimes em relação a importância da divulgação de
informações econômico-financeiras para conhecimento de todos (questão 8), apresentou-se
divergências apenas entre os grupos de apoio administrativo do hospital filantrópico (opiniões
divididas sobre o assunto) e público (opiniões unânimes em concordar sobre o assunto). Nos
dois hospitais, o corpo clínico é o que mais incentiva o aperfeiçoamento de sistemas de
planejamento, orçamento, custos e finanças (questão 15).
Diante da analise dos resultados dos questionários, conclui-se que os entrevistados do
hospital filantrópico, de uma maneira geral, apresentam mais dificuldades em compreender o
processo de custos que os do hospital público. Já na comparação entre grupos, o corpo clínico
apresentou respostas mais coerentes sobre custos e aspectos gerenciais que o apoio
administrativo.
Referências
BIO, Sergio Rodrigues. Desenvolvimento de sistemas contábeis-gerenciais: um enfoque
comportamental e de mudança organizacional. São Paulo, Tese de Doutorado, FEA/USP,
1987. pp. 151 e 176.
FALK, James Anthony. Gestão de Custos para Hospitais – conceitos, metodologia e
aplicações. São Paulo: Atlas, 2001.
FRANÇA, Susete Barbosa. A presença do Estado no Setor de Saúde no Brasil. In Revista do
Serviço Público, ENAP, ano 49, n.3, jul/set 1998.
MACHADO-DA-SILVA, Clóvis L.; FONSECA, Valéria Silva; FERNANDES, Bruno H.
Rocha. Mudança e Estratégia nas Organizações: perspectivas cognitiva e institucional. In
VIEIRA, Marcelo Milano Falcão; OLIVEIRA, Lúcia Maria Barbosa de (organizadores).
Administração Contemporânea – Perspectivas Estratégicas. São Paulo: Atlas, 1999. Pgs.
102/103.
MARTINS, Eliseu (org) e outros. Avaliação de empresas: da mensuração contábil à
econômica. São Paulo: Atlas, 2001
15
RIBEIRO FILHO, José Francisco. Modelo Gerencial para Eficácia de Hospitais Públicos:
análise no âmbito de uma entidade de ensino e assistência. Tese (doutorado) Universidade de
São Paulo, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, 2002.
SIEGEL, Sidney. Estatística não-paramétrica para as ciências do comportamento. tradução
de Alfredo Alves de Farias, São Paulo: McGraw-Hill, 1979.
16
Download

CONCEPÇÕES DE CUSTOS EM ENTIDADES HOSPITALARES: