HÁBITOS E MÉTODOS DE ESTUDO (HME)
INFORMAÇÃO PARA PAIS
Os problemas de aprendizagem que se verificam nas nossas escolas são, em muitos casos, resultado de
ausência ou inadequação de hábitos e métodos de estudo. Acresce a atitude negativa de alguns jovens face
ao estudo e a desmotivação para as tarefas escolares.
É fundamental que os pais/EE acompanhem a vida escolar dos seus educandos dialogando com eles,
contactando o Diretor de Turma, participando nas reuniões e nas iniciativas promovidas pela escola.
Neste sentido, o Serviço de Psicologia e Orientação (SPO) chama a atenção para a necessidade de uma
vez mais pais/EE e escola trabalharem em conjunto para a melhoria do sucesso escolar dos alunos.
O SPO compilou informação no âmbito dos HME que se espera possa ajudar no apoio prestado pela
família aos alunos.
Local de Estudo
Apesar de não haver uma regra “geral” para todos os alunos, é consensual que o local de estudo deve:
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Ser um espaço tranquilo, sem ruídos nem interrupções e arrumado;
Não ter ligados estímulos distratores que possam dificultar a concentração, como: telemóveis, TV,
consolas e computadores (neste caso, só se for para a realização de um trabalho);
Ser um local destinado para o estudo e sempre que possível, o mesmo;
Ter todo o material necessário nesse espaço, como sejam: livros, cadernos/dossier, estojo,
dicionário, etc., para evitar levantar-se, quebrando a concentração nos estudos;
Na mesa de trabalho só deve estar o material necessário ao estudo e no final ficar arrumada para a
próxima utilização.
Gestão do Tempo/ Planificação do estudo
É muito importante que o aluno elabore um horário pessoal no qual descrimine as aulas, um tempo de
estudo em casa (e em eventuais explicações) e o tempo dedicado às actividades lúdicas ou outras.
Aconselhamos a que esse horário esteja num local visível e que os pais/EE tenham uma cópia consigo.
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O tempo marcado para o estudo deve ser realista, de forma a ser possível cumpri-lo. Os pais devem
mostrar ao seu filho a importância de estudar regularmente. O trabalho regular e planificado implica
alguma dose de sacrifício, mas traz enormes recompensas: previne a fadiga, as confusões e a ansiedade de
quem guarda para a última hora.
O horário de estudo não tem um número fixo, mas aconselha-se 14 horas distribuídas por toda a semana
(incluindo sábado e domingo). O aluno deve estabelecer prioridades. O que ele não deve deixar de fazer:
- trabalhos de casa;
- rever a matéria dada nas aulas. É importante para se certificar que não tem dúvidas e para consolidar
o conhecimento;
- preparar testes ou trabalhos.
Procure falar com o aluno para que o estudo seja feito nas horas de maior “frescura” física e intelectual,
estudando primeiro as disciplinas mais difíceis ou menos agradáveis.
É importante que o aluno faça pequenos intervalos quando se sente mais cansado. Por exemplo, para 1
hora de estudo pode fazer 5 ou 10 minutos de pausa.
Aconselha-se a escolha de ocupações extra escolares que favoreçam a saúde (por exemplo: a leitura, a
música, a dança, o desporto, etc.), o convívio e o contacto com o mundo do trabalho. O modo mais
simples de conhecer o mundo do trabalho é conversar com pessoas de cursos e carreiras profissionais
diversas, passar umas horas no local de trabalho. Nas férias, dependendo da idade pode trabalhar em parttime, frequentar cursos práticos ou oferecer-se para trabalho voluntário. O contacto com o trabalho abre
novos horizontes e, por vezes, ajuda o estudante a descobrir a sua vocação profissional.
É fundamental o aluno ter uma agenda ou uma folha com os dias que compõem o ano letivo, para marcar
a data das provas de avaliação e da entrega de trabalhos. Essa informação também deve estar acessível
aos pais/EE para que possam verificar, com antecipação, se há ou não maior dedicação aos estudos nessas
disciplinas.
Sempre que possível, um pouco antes de ele começar a estudar, pergunte-lhe o que vai estudar ou o que
vai fazer. Se necessário ajude-o na planificação do estudo. E no final procure saber o que realmente fez e
se cumpriu o seu plano de estudo. Pode fazer perguntas do livro ou do caderno, ou verificar o trabalho
realizado.
Motivação
A motivação é fundamental para o sucesso dos alunos. Um aluno motivado concentra-se no trabalho e
mais facilmente desenvolve hábitos de estudo. Se a motivação é fraca os jovens precisam de reforços, que
podem surgir por parte dos pais e professores, ou do próprio estudante.
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É importante estar atento aos esforços do aluno, valorizá-lo e procurar avaliar com ele o que pode estar a
influenciar negativamente o seu aproveitamento, quando estuda e não consegue atingir os seus objetivos.
Por vezes há pais que aplicam castigos, mas é preferível elogiar quando o aluno obtém um resultado
positivo, já que os prémios (e não têm de ser materiais), podem criar o gosto pela aprendizagem, ao
contrário dos castigos.
O ideal é que o estudante valorize a satisfação pessoal por aprender coisas novas, por atingir os objetivos
que colocou, ou simplesmente, por agradar aos pais.
Melhorar a auto-confiança é útil para enfrentar as dificuldades ou os pequenos fracassos que possam
surgir. E pode ser trabalhada lembrando os resultados positivos obtidos e acreditando no sucesso (quem já
venceu uma vez pode voltar a vencer).
A escolha do curso mais adequado aos seus interesses, aptidões e valores é muito importante para a
motivação do aluno. Existem alternativas de formação que podem permitir a plena realização pessoal e
profissional.
Aprendizagem e Memória
Para conquistar uma boa memória e combater o esquecimento o estudante deve tentar compreender, antes
de decorar. E memoriza melhor se organizar a informação. Alguns alunos visualizam a informação sobre
a forma de palavras e ideias, para estes casos, fazer resumos é uma técnica adequada. Outros alunos
preferem imagens, informação visual e elaboram esquemas para os ajudar na memorização. Há ainda
estudantes que têm mais facilidade de reter a informação se for apresentada de forma auditiva e neste
caso, gostam de ler em voz alta o que estão a estudar. O aluno deve verificar como memoriza melhor.
É importante relacionar os conteúdos novos com os conhecimentos já adquiridos sobre a temática.
O aluno deve utilizar a auto-avaliação, por exemplo, resolvendo exercícios dos manuais e verificando depois as
soluções. No caso das respostas não serem coincidentes deve pedir ajuda ao professor, ao explicador ou a um
colega. Pode também colocar questões a si próprio sobre os pontos mais importantes e redigir as respostas. Aí os
pais podem dar o seu apoio fazendo as perguntas com base nos manuais ou cadernos. E não esquecer de fazer
revisões periódicas para reavivar os conhecimentos.
Nas aulas o aluno deve:
 Ser assíduo e pontual. O Encarregado de Educação deve estar informado sobre a assiduidade e
pontualidade do seu educando e nos casos de ser ele ou um familiar a levar o aluno à escola devem ter a
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preocupação do cumprimento destes parâmetros;
 Levar o material necessário. Com antecedência o EE deve providenciar a compra do material escolar
e depois do início das aulas, certificar-se que o aluno traz consigo o material que precisa para as várias
disciplinas e que por vezes fica em casa;
 Estar com atenção, evitando as conversas paralelas, o uso do telemóvel e a realização de trabalhos de
outras disciplinas;
 Procurar descobrir as ideias principais de cada lição. E ser capaz de explicar ao adulto que
acompanha o seu estudo os conteúdos que aprendeu nesse dia;
 Fazer perguntas interessantes, concretas e oportunas, evitando as interrupções desadequadas;
 Participar nas aulas. Essa atitude mostra interesse e pode contribuir favoravelmente para a sua
avaliação;
 Tirar apontamentos, não esquecendo de anotar os TPC. De preferência no próprio dia, em casa, o
aluno deve completar os apontamentos, ver se há dúvidas e passar a limpo se necessário. Regularmente os
pais devem verificar se os alunos registam a informação da aula e se fazem os TPC.
Preparação para os testes:
 O aluno deve rever continuamente a matéria. Os pais podem ajudar no estudo dos seus
educandos incentivando-os a não estudar na véspera, porque ficam cansados, ansiosos e a
probabilidade de sucesso é menor;
 É importante que organizem o tempo de estudo. Nestes períodos pode haver necessidade de
reforçar as horas de estudo.
Durante os testes:
 O aluno deve fazer uma breve leitura do teste no início;
 O aluno deve controlar o tempo. Calcular o tempo aproximado para cada grupo de questões e não
perder muito tempo com a mesma;
 Nas perguntas de desenvolvimento pode escrever numa folha de rascunho, os tópicos que pretende
desenvolver, para não repetir as ideias;
 Deve procurar responder primeiro às questões que considera mais fáceis e com maior
probabilidade de responder corretamente, deixando para o fim as que não tem a certeza ou que não
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está a conseguir relembrar no momento;
 Se tiver tempo no final da prova deve relê-la, porque poderá ainda emendar alguns erros que
encontre.
Técnicas de Estudo
Muitos alunos abandonam os estudos, não por falta de capacidades, mas por falta de motivação e por não
colocarem em prática hábitos e métodos de estudo adequados. A inadequação dos métodos de estudo
utilizados é frequentemente causa de dificuldades de aprendizagem. Iremos apresentar algumas técnicas
de estudo que poderá incentivar o seu educando a pôr em prática.
Algumas técnicas de estudo:
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Planificar o estudo – Já foi abordado anteriormente no tema “Gestão do tempo/planificação do
estudo”
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Tirar apontamentos – Significa prestar atenção a uma informação, anotando de forma sucinta os
assuntos essenciais para que, depois, possam ser organizados. O aluno deve tirar notas breves,
caso contrário, pode não conseguir acompanhar o discurso do professor. Facilita se usar
abreviaturas. Deve transcrever exatamente definições, fórmulas, citações e datas.
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Resumo – Significa transformar um texto extenso num mais reduzido, mas que contenha as ideias
principais do primeiro.
Como fazer?
- Ler o texto globalmente ou ler o texto por parágrafos;
- Sublinhar as ideias principais;
- Criar um texto com as ideias principais, de forma diferente, mas mantendo o mesmo sentido.
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Esquemas – É uma forma de sintetizar os conteúdos, usando poucas palavras e símbolos que
permitam ter a ideia do todo. Usam-se conceitos e palavras-chave e realçam-se as relações entre as
ideias mais importantes. Para tal, utilizam-se setas, círculos, quadros, chavetas, etc.
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Auto-questionamento – Colocar questões a nós próprios durante ou no final da leitura de um
texto, para verificar se se está a compreender o que se lê e pode funcionar como um pré-teste. As
respostas podem ser dadas oralmente ou por escrito.
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Sublinhar – Fazer um traço por baixo das ideias principais ou palavras-chave do texto. Pode usarse cores para facilitar a memorização.
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Bibliografia
DIAS, Maria Margarida; NUNES, Maria Manuel, Manual de Métodos de Estudo, Ed.
Universitárias Lusófonas, 1ª edição, Lisboa, 1998
DIAS, Maria Margarida; CARRIÇO, Elizabete L., TERRINCA; Inácio H.; NUNES, Maria
Manuel, Manual de Métodos de Estudo – “2ª fase” – Estudar para Aprender:
Orientações Práticas, Ed. Universitárias Lusófonas, 1ª edição, Lisboa, 1998
ESTANQUEIRO, António, Aprender A Estudar – Um Guia Para O Sucesso Na Escola,
Texto Editora, 8ª edição, Lisboa, 1999
Trabalho compilado pela psicóloga Vanda Oliveira
do Serviço de Psicologia e Orientação
do Agrupamento de Escolas Alves Redol
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