CKC – Ano 01 ‐ Número 04 (Junho/2009)
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ÍNDICE Pág. 3 – Carta ao Camarada Pág. 4 – Papo de Camarada 10 – Cegueira GLOBELEZA Pág. 7 – Desperate Kartwives, com Amanda “Sanches”, Dalciele “Capitã”, Marina “Rogerinha” e Sherly “Antonio” Pág. 15 – “Mochila de Quem?”, com Tomás Arêas Pág. 23 – Corneta On, por Marco Sousa Pág. 24 – Desafio Sabichão, por Estevão Lazanha CKC ‐ Número 4.doc 2
Carta ao Camarada Camaradas leitores, como puderam ver, o mês de junho foi marcado por muita calmaria dentro das pistas e muita movimentação fora delas. Tivemos dois happy hours, tivemos representantes (Reinaldo Oliveira e eu) na Eco Run, corrida de rua disputada no último dia 07 e realizamos uma corrida experimental na Arena Schincariol. Enfim, esse período de “entressafra” da Copa foi uma boa oportunidade para colocar a casa em ordem e portanto CKC chega ao seu quarto exemplar com um bom resumo do que foi feito nesse mês. A matéria de Capa, intitulada de “Desperate Kartwives”, mostra a rotina das mulheres de alguns pilotos da Copa e como elas convivem com o constante compromisso de seus amados, seja dentro ou fora das pistas, na parte de organização e acompanhamento da Copa. Criada para ser uma matéria humorística em torno do dia dos namorados, o resultado que verão neste exemplar de CKC é um verdadeiro manual de como manter o clima agradável dentro de casa, sem abrir mão do compromisso com a Copa. Como não tivemos corridas válidas pela Copa em maio e junho, CKC traz o tradicional “Papo de Camarada” em formato de resenha esportiva e nessa edição o assunto é a manipulação da mídia esportiva em prol de assuntos de interesses políticos e econômicos. É uma forma tímida, mas verdadeira, de protestar contra o (mal) uso do dinheiro público em praças esportivas em um país sem a mínima estrutura para sediar uma Copa do Mundo, quanto mais uma Olimpíada. O “Luva de Quem?” nesse mês dá espaço ao “Mochila de Quem?”, alusão à viagem feita pelo camarada Tomás Arêas por 4 países da América do Sul. Em uma entrevista contagiante, Tomás contará a vocês um pouco das aventuras, desafios e decepções em uma aventura de mais de 17 mil quilômetros percorridos pelo nosso continente. Para os leitores de CKC que sonham em um dia se embrenhar por desertos, geleiras e salares, fiquem atentos aos conselhos de nosso desbravador camarada. O “Corneta On”, espaço dedicado aos leitores de CKC, aparece com um depoimento sobre a vida e a morte de Michael Jackson, artigo escrito por mim, dada a falta de inscrições de camaradas para assinar um texto sobre o maior artista da história do Pop. Para a próxima edição de CKC, a coluna será assinada pelo camarada que fizer o melhor relato da próxima etapa da Copa, a ser realizada no dia 05 de Julho, na Granja Viana. Portanto, caprichem! Fechando esta edição, Estevão Lazanha assina mais um Desafio Sabichão, com uma pergunta de nível médio que envolve duas de nossas grandes paixões, Kart e Ayrton Senna da Silva. Em nome de CKC, agradeço ao Lazanha por sua constante colaboração desta publicação e o parabenizo por sua iniciativa e criatividade na elaboração dos desafios. Excepcionalmente neste mês não teremos os “Jassa Facts”, pois o Fábio Domingues tem se encontrado muito ocupado com seus compromissos profissionais, cabendo à mim toda a parte gráfica neste exemplar. Pela queda na parte artística de CKC, espero que o Fábio esteja conosco já na próxima edição. Bem, faltando 6 dias para a terceira etapa da Copa, CKC vem para injetar ânimo para que todos os camaradas se empenhem cada vez mais em fazer desta Copa o lugar ideal para fazer amigos e se divertir. Com vocês, nossa edição número 4, boa leitura! Marco Antonio Furtado de Sousa, redator‐chefe CKC ‐ Número 4.doc 3
Papo de Camarada ‐ 10 “Cegueira GLOBELEZA” Quando o compromisso jornalístico vira "chatice" de segundo grupo. - Autoria desconhecida
Chegou a Nossa Vez ‐ Rio 2016! Não é o slogan oficial da campanha, e nem poderia. Primeiro, porque a capital carioca não possui efetivas chances de ser a escolhida. O simples fato de participar entre os finalistas já é uma surpresa que só se explica pela persistência, para não dizer teimosia. Em 1997, a Rio 2004 foi um fracasso constrangedor, a despeito dos esforços de oba‐oba que incluíram um vídeo‐clipe de Aquele Abraço, capitaneado por Pelé e pela apresentadora Angélica. Anos mais tarde e Sem Perder a Pose, foi a vez da Rio 2012. Faltou o Não Fique Afoito (Rio 2008) porque os esforços estratégicos se concentraram nos Jogos Pan‐Americanos de 2007, quando não sobrou apenas confete. Rimas discutíveis à parte, o que interessa ‐ ou deveria interessar ‐ a quem faz jornalismo, ainda que com o formato amador de CKC, são as fenomenais somas gastas com esta irada (para usar uma gíria local) obsessão. Entretanto, com exceção de uns poucos veículos de imprensa escrita e menos ainda na parte televisiva, o assunto é tão abordado quanto uma prova de marcha atlética, ou desfile das escolas de samba do grupo especial de Belo Horizonte. O mais grave é que ninguém se surpreende com isso. Ronaldo César Coelho ‐ quantos lembram que o "irmão do Arnaldo" chefiou a primeira caravana do delírio? CKC ‐ Número 4.doc 4
Principal ala na Escola dos omissos, a Rede Globo mantém a mesma linha política que a orienta desde seus primórdios: não polemizar frontalmente com quem está com o poder, a não ser que esteja para cair no abismo. Não foram poucos os exemplos, inclusive nos esportes. O fracasso da MSI no Corinthians só foi focado de perto quando a gestão Dualibi estava agonizando. Ricardo Teixeira foi tema de uma matéria investigativa no Globo Repórter quando a seleção brasileira perigava ficar fora de uma Copa do Mundo, mas bastou o título para Fátima Bernardes sambar com os pentacampeões e o "Doutor Ricardo" voltar ao rol dos intocáveis. Falando em Fátima, foi a apresentadora do Jornal Nacional a incumbida de contar a maior mentira da História desportiva brasileira, sobre o suposto sucesso internacional do Pan de 2007. Em minha lua de mel, passei por Espanha, França e Itália e, em nenhum destes países, alguém via algo sobre a competição. E se Fátima/Bonner fazem o casal de Mestre Sala e Porta‐Bandeira na Escola dos omissos, o Puxador (Intérprete, como diria o falecido Jamelão) é Galvão Bueno, auxiliado pelo fiel colega Cléber Machado. Não existe enredo. Apenas um surrado samba‐exaltação do inicio ao fim da avenida. Na mesma semana em que Carlos Arthur Nuzman lançou a candidatura pré‐derrotada, a divisão se tornou mais evidente. No pequeno bloco dos "chatos", a ESPN Brasil apresentou um documentário de 2 horas, mostrando o fracasso do "legado" do Pan, os valores desperdiçados e o desprezo do COB aos heróis (na plena acepção da palavra) olímpicos, incluindo o fenômeno da natação, César Cielo ‐ chamado de Thiago em Pequim, por um repórter ligeiramente desinformado. Repercussão? Nenhuma. O documentário foi exibido num sábado à noite, horário em que a concorrência do BBB 9 era desleal. Houve reprise na quinta seguinte, mas aí, além da prova do líder do mesmo programa, havia mais uma novela exótica de Glória Peres, que colocou os árabes falsificados de O Clone vestidos de indianos. Mesmo com novas reprises e trechos disponíveis no site da emissora, não há nada que indique que o efeito seja maior que o de um desfile de sexta‐feira. A Folha de São Paulo foi outra que publicou os gastos passados e futuros, mas também sem apoteose. Trajano e ESPN Brasil ‐ esforço que quase ninguém viu Enquanto isso, a Globo e suas vertentes (como o canal pago SporTV) não apenas seguiram o ensaiado, como ganharam a adesão de quem deveria ser sua rival na apuração do Ibope. A Rede Record, como boa mutante, assumiu forma platinada ao comprar os direitos sobre a transmissão dos Jogos Olímpicos de Londres, outro motivo para a Globo amansar. Como costuma acontecer com quem ganha intimidade com Nuzman, o encanto pessoal do dirigente produziu novos aliados. O SBT não tem nada com isso, mas suas raízes remetem ao seu proprietário, o apresentador Sílvio Santos, entoando coros de apoio ao Regime Militar para conseguir sua concessão. Com essa postura presente já no seu DNA, não será de lá que a evolução dos chatos terá sua nota 10. As demais nem merecem maiores comentários, já que uma se tornou feudo de Luciana Gimenez e a outra foi se afundando numa crise de identidade desde o fracasso do Projeto Maguila. A justificativa para este enfoque já se tornou um clássico. Explica‐se que, uma vez que as emissoras, sites e jornais dependem de fortes anunciantes, creio que valorizar notícias que comprometem seus interesses não é uma medida editorial recomendável. Traduzindo: se a censura for governamental, é possível ver jornalistas em protesto; se for econômica, é aceita sem ressalvas. CKC ‐ Número 4.doc 5
Umas ditaduras são mais queridas que as outras. Parece que jornalismo virou departamento apêndice ao marketing, sendo instrumento de promoção aos eventos possuídos, onde no caso temos a oportunidade negocial no caso de uma improvável escolha do Rio de Janeiro. Um evento como os Jogos Olímpicos no Brasil daria a esses conglomerados de (des)informação grandes oportunidades não só de audiência, mas especialmente de projeção internacional. Nessa ganância, vale tudo: omitir notícias de corrupção, manipular dados e resultados sem relativizá‐los com o contexto e até mentir descaradamente. Ou Galvão Bueno realmente acha que somos uma potência olímpica, e Cléber Machado acredita de verdade que o Brasileirão é tão bom quanto os melhores campeonatos da Europa? Fátima e Galvão ‐ o rosto e a voz da folia Neste cenário, o que poderia modificar o descaso? É estranho falar isso como cidadão brasileiro, mas tomara que surja um grande escândalo a respeito dessa candidatura. Só assim para o barulho ocorrer. Infelizmente, é possível que nem isso "resolva". O Brasil convive com tantos escândalos que, invariavelmente, a imprensa tem que deixar uns de lado para cuidar de outros (certo, Sarney?). Talvez se viesse a envolver não apenas o COB, mas também algum participante do BBB num castelo superfaturado, as chances fossem maiores. Num arroubo de otimismo, Pedro Bial poderia até entoar uma "ode contra o vilipêndio à dignidade olímpica". Mas o mais provável é que, até isso acontecer, Glória Peres já estará escrevendo uma novela sobre Saturno. Valeu camaradas, até o próximo “Papo de Camarada”! Um abraço, Marco Sousa CKC ‐ Número 4.doc 6
Desperate Kartwives O mês de junho, para muitos, é o "mês dos namorados". Quem está enamorado se deixa envolver por uma atmosfera de romantismo e usa de muita criatividade para demonstrar o quanto valoriza a pessoa amada. É a chance de fazer aquela viagem romântica, de trocar presentes no dia 12, de comer tranqueiras tão calóricas quanto deliciosas e de se empanturrar de vinho, quente ou á temperatura ambiente. Aproveitando esse clima de paixão no ar, nessa edição, CKC organiza uma mesa de debates, intitulada de Desperate Kartwives, onde serão abordadas as opiniões de quem mais entende de nossos amigos camaradas, ou seja, as namoradas e esposas de alguns deles. São elas Amanda Ribeiro, namorada de André Sanches, organizador da Copa, Dalciele Silva, namorada do também organizador Carlos Torres, Marina Favaro, namorada do piloto Rogério Franco e Sherly Komori, esposa do jornalista da Copa, Marco Sousa. Confira agora as opiniões delas sobre a Copa, as corridas que presenciaram e sobre a rotina ao lado de seus amados. A reportagem é bem completa porque mostra todos os possíveis lados da discussão, afinal temos a Dalciele, que praticamente vai a todas corridas, a Amanda, que ia a todas no começo da Copa e agora não vai mais, a Marina que, sempre que está em São Paulo, vai às corridas e a Sherly, que nunca foi a uma corrida de kart da Copa. Enfim, esse debate é mais do que uma entrevista coletiva, é um verdadeiro manual de como aliar as pistas e o dia a dia com as patroas. Para os camaradas solteiros, aproveitem as dicas das Kartwives para não fazer feio na conquista da futura namorada. Aos já compromissados, atenção para a pergunta sobre a aquisição de um kart próprio. Vamos às entrevistadas: FICHA TÉCNICA – AMANDA “SANCHES” Nome: Amanda Regina Ribeiro Idade e data de aniversário: 22 anos ‐ 12/12/1986 Nascida em: São Paulo – SP Namorada de: André Sanches (Sanches) Há quanto tempo estão juntos: 1 ano e 3 meses Como conheceu o namorado: Na Pucci, na balada de Natal em 2007. O que anda fazendo, trabalha, estuda, enrola? Trabalho no Banco Itaú‐Unibanco (lado Itaú) e faço Pós‐Graduação em Negócios do Mercado Imobiliário, na FIA. CKC ‐ Número 4.doc 7
FICHA TÉCNICA – DALCIELE “CAPITÔ Nome: Dalciele Patricia da Silva Idade e data de aniversário: 26 anos – 11/04/1983 Nascida em: Nhandeara ‐ SP Namorada: Carlos Torres (Capitão) Há quanto tempo estão juntos: 5 anos Como conheceu o namorado: Na faculdade (UFSCar), através de amigas. O que anda fazendo, trabalha, estuda, enrola? Trabalho no Banco Itaú‐Unibanco (lado Unibanco). FICHA TÉCNICA – MARINA “ROGERINHA” Nome: Marina de Souza Filho Favaro Idade e data de aniversário: 24 anos ‐ 07/12/1984 Nascida em: Araraquara ‐ SP Namorada: Rogério Franco (Rogerinho) Há quanto tempo estão juntos: 1 ano e 11 meses (dia 04/07 fazemos 2 anos de namoro) Como conheceu o namorado: Nós já nos conhecíamos há algum tempo, apesar de não sermos amigos e nem de conversarmos muito. Nosso primeiro beijo foi no estacionamento do Shopping de São Carlos no dia 04/07/2007, pouco antes do Rogerinho ir pra São Paulo, pois no dia 07/07/2007 o Marco Antonio se casaria. Depois do casamento do Marco, no próprio dia 07/07, ele voltou para São Carlos ao meu encontro e a partir desse dia ele não saiu mais da minha vida e nem do meu coração. O que anda fazendo, trabalha, estuda, enrola? Atualmente eu trabalho em um serviço temporário como Telefonista, e faço Especialização em Gestão Organizacional e Recursos Humanos na UFSCar. CKC ‐ Número 4.doc 8
FICHA TÉCNICA – SHERLY “ANTONIO” Nome: Sherly Yumi Komori Idade e data de aniversário: 30 anos ‐ 08/03/1979 Nascida em: São Paulo ‐ SP Esposa de: Marco Sousa (Marcantonio) Há quanto tempo estão juntos: 5 anos e meio Como conheceu o marido: No trabalho (Liberty Seguros). O que anda fazendo, trabalha, estuda, enrola? Trabalho na Companhia de Seguros Aliança do Brasil, estudo e enrolo (como é bom!!!) . PERGUNTAS DO DESPERATE KARTWIVES: CKC – Olá meninas, sejam bem vindas à Desperate Kartwives e muito obrigado pela entrevista. Espero que tenhamos um bate‐papo descontraído, porém revelador, então vamos começar de leve, com uma pergunta sutil. E aí, como têm sido essa vida de namorada de piloto, organizador ou jornalista da Copa? [Dalciele]: Eu que agradeço por poder colaborar com a CKC. Bem, a vida de namorada de piloto e organizador não é fácil, pois o Carlos passa um bom tempo ligando, respondendo e‐mails e organizando as corridas. Mas não acho ruim, pois é algo que ele gosta e se sente bem. [Marina]: Olha, realmente não tem sido fácil, mas, sempre que eu posso, acompanho as corridas. Acho que nem todos sabem, mas o Rogerinho trabalha em São Paulo e eu moro em Ibaté, interior de São Paulo. Dificulta um pouco ir a todas as corridas, algumas vezes elas ocorrem nos feriados durante a semana e eu não consigo ir. Gosto de acompanhá‐lo em suas corridas, e quando não consigo ir, geralmente pergunto como foi a corrida. [Amanda]: A vida é tranqüila, principalmente depois que você arruma alguma coisa bem legal pra fazer enquanto o namorado corre (risos). [Sherly]: Concordo com a Dalciele. Algumas vezes enche o saco, pois um dia é reportagem, outro dia é editar vídeo, outro dia é organizar corrida, mas no fundo eu prefiro as corridas do que a época em que era estádio toda semana. Com essas brigas de torcidas a corrida de kart não é tão arriscada. CKC – Sherly, é que você não correu de kart em Atibaia. Mas continuando, o que vocês acharam das corridas em que estiveram? Foi muito chato ver um monte de marmanjo se divertindo enquanto vocês congelavam no frio ou ficavam sem ter o que fazer? CKC ‐ Número 4.doc 9
[Sherly]: Eu não fui a nenhuma corrida, então não posso opinar. [Dalciele]: Eu gostei das corridas que vi, são muito bem organizadas, o pessoal se diverte e leva a sério. Não é chato não, acho legal a forma como vocês conseguiram organizar e manter, já pelo segundo ano consecutivo, essa reunião entre amigos. [Marina]: Não foi chato não, achei muito legais as corridas que assisti, é divertido, apesar de dar um friozinho na barriga quando o Rogerinho está correndo. Eu acho que vocês realmente se divertem correndo de Kart, pelo menos é o que vocês transmitem logo após a corrida. [Amanda]: A Dalciele e a Marina estão certas, as corridas são legais, pois os marmanjos se divertem. O chato é ficar lá sozinha um super tempo e depois o namorado chegar fedido de óleo (risos) CKC – Para as meninas que já foram a pelo menos uma corrida, como foi o desempenho de seu namorado na(s) corrida(s) em que você esteve? [Marina]: Na maioria das corridas que eu pude acompanhar, o Rogerinho foi bem. [Sherly]: Eu só acompanhei pelos comentários, mas apesar de reclamar do peso ele está indo bem. [Todas – exceto o repórter] (risos) [Amanda]: Em algumas ele foi bem, em outras foi mal. Mas nunca me esqueço da frase do nosso afilhado quando o levamos para ver uma das corridas na Granja Viana. Eis a conversa: Arthur: ”Tia, o tio é aquele de capacete branco?” Amanda: “Sim, é ele mesmo. Por que?” Arthur: “Tia, não quero mais ver o tio correr.” Amanda: “Por que não, Arthur? Você queria tanto.” Arthur: “Porque ele não vai ganhar toda hora ele roda na grama.” [Todas – inclusive o repórter] (risos) CKC – Espera um pouco Amanda, agora a CKC precisa defender o camarada Sanches. Aquela corrida em dezembro do ano passado foi debaixo de muita chuva e os karts não tinham pneus para aquele tipo de piso. Feito o esclarecimento, e aí Dalciele, e quanto ao Capitão? Como foi o desempenho dele nas corridas que você presenciou? [Dalciele]: Ele não foi muito bem, esse ano ele ainda não conseguiu mostrar tudo que ele pode fazer nas corridas. Teve uma que vi, acho que na Copa passada, em que ele ficou entre os primeiros e foi bem legal e depois da corrida ele ficou muito empolgado. CKC – Alguma de vocês já disputou alguma corrida alguma vez? Se afirmativo, conte‐nos como foi. [Amanda]: Infelizmente, nunca. [Sherly]: Ainda não. CKC ‐ Número 4.doc 10
[Marina]: Infelizmente nunca corri de Kart, mas me divirto vendo vocês correrem, especialmente o Rogerinho. [Dalciele]: Já corri duas vezes. Foram bem legais, os carros são rápidos e pode‐se fazer tudo que não podemos no trânsito (risos). Em uma delas quase acabei com a corrida do Carlos, ele me ultrapassou e em uma curva bati bem no meio dele, imagina como eu dirijo bem (risos). CKC – Alguma vez você já teve vontade de disputar uma corrida de kart somente entre meninas? Já teve alguma oportunidade? [Dalciele]: Não tive a oportunidade, mas com certeza eu gostaria de disputar uma só com mulheres. Assim seria no mesmo nível e seria, certamente, muito engraçado. [Amanda]: Já tive vontade sim, mas nunca reuni as amigas pra correr. Já ouvi falar que mulher correr com os marmanjos não é muito seguro, os homens são perigosos. [Sherly]: Não sei se vontade, mas já tive curiosidade. Tive a oportunidade de participar de uma corrida só de mulheres, mas tinha um casamento no dia seguinte e preferi não arriscar, mas outras oportunidades virão. [Marina]: A verdade é que nunca tive vontade de andar de Kart até começar a acompanhar o Rogerinho nas corridas. O fato de todos saírem felizes da prova, mesmo que o próprio desempenho não tenha sido tão bom, acabou criando em mim a vontade de saber qual é a sensação de correr de Kart. Ainda não tive uma oportunidade, mas aqui vai uma sugestão: fazer uma corrida, como se fosse um desafio para as Camaradas, assim quem nunca andou de kart tem a oportunidade e os meninos ficam sabendo qual é a sensação de estar como espectador de uma corrida de kart, acredito que será bem engraçado. CKC – É uma ótima sugestão Marina, levaremos esse ponto para a Comissão Organizadora. Mas continuando, como é o comportamento do seu namorado em dias de corrida? Ele fica tranqüilo, mais tenso, preocupado. [Sherly]: Essa é boa, o Marco fica tão tenso que não pára de ir ao banheiro, parece que será o goleiro de uma final de Libertadores. [Todas – exceto o repórter] (risos) CKC – Espera um pouco Sherly, agora a CKC precisa defender o camarada Marco. Isso é estratégia de redução de lastro. Dalciele, e o Capitão? Também adota essa estratégia? [Dalciele]: Essa foi ótima, Sherly. Não, ele não adota essa estratégia, geralmente o Carlos fica preocupado se todos irão, fica ligando para ver se os camaradas estão chegando... [Amanda interrompe] (risos) CKC – O que foi Amanda? [Amanda]: O André geralmente fica tenso porque sempre está atrasado. [Todas – inclusive o repórter] (risos) [Dalciele, continuando]: Agora eu entendi o porquê do Carlos ficar tão tenso (risos). Mas enfim, quando é em uma pista legal ele fica empolgado, mas ele fica muito bravo e chateado quando uma pista que tinha tudo para ser boa é ruim ou os karts não têm um bom desempenho. CKC ‐ Número 4.doc 11
[Marina]: Sinceramente, fico mais ansiosa do que ele. Ele fica tranqüilo, mas não deixa de comentar como tem que ser seu desempenho durante a prova. CKC – Pergunta polêmica. O que é mais chato? Assistir corrida de kart ou perder uma mega liquidação de sapatos e bolsas? [Amanda]: Pergunta difícil, juro que não sei a resposta. [Marina]: Pergunta difícil hein (risos), pois eu me divirto assistindo e as vezes filmando as corridas, e como ando meio sem dinheiro, acredito que perder uma corrida de kart seja mais chato. Mesmo porque prefiro estar perto do meu namorado, já que durante a semana eu fico longe dele. [Sherly]: Ah com certeza perder a mega liquidação de sapatos e bolsas, ainda mais se for da minha loja preferida. [Dalciele]: Perder uma mega liquidação nunca é bom, mas não acho chato assistir algumas corridas, desde que algumas namoradas, esposas ou mães também possam ficar lá comigo torcendo. CKC – O que seu namorado precisaria te prometer para que você assistisse uma corrida dele em um domingo a noite? [Dalciele, pensativa]: Tem que ser algo muito bom e legal (risos). Como já disse, eu gosto de ver as corridas então ele não precisaria fazer muito esforço para me convencer. A não ser que nesse domingo eu esteja na TPM, aí vai ficar mais difícil (risos) [Marina]: Não precisa prometer nada, eu adoro estar do lado do Rogerinho e se fosse pra ficar ao lado dele, eu iria ao Kartódromo, mesmo que fosse domingo à noite. [Amanda]: Que me daria pelo menos uma bolsa e um sapato e que nunca mais tomaria multas de excesso de velocidade indo para as corridas (risos). [Sherly]: Concordo com a Amanda, uma bolsa e um sapato cairiam bem (risos). Mas falando sério, não precisa prometer nada, mas para isso eu preciso estar com espírito muito bom, pois não tenho muito saco de ficar assistindo corridas e nem futebol. CKC – Existe um ditado que diz “Diga‐me com que andas que eu te direi quem és”. Enfim, vocês conhecem algum amigo do seu namorado que corre na Copa? [Amanda]: Conheço o André Arêas, mas não tão bem pra dizer se é boa ou má companhia. [Todas – inclusive o repórter] (risos) [Dalciele]: Eu conheço alguns, o Marco Antonio, o Sanches, o Rogerinho, o André Áreas e o Thiago. Nem sei se todos ainda participam da Copa. CKC [interrompendo] – Sim, todos estão na Copa 2009. [Dalciele]: Ok, obrigada. Enfim, alguns eu já conhecia, pois estudaram com o Carlos, outros que trabalharam com ele e outros eu conheci na Copa mesmo. [Sherly]: Eu conheço o Sanches, o Arêas, o Reinaldo, o Capitão, o Eduardo, o Rogerinho e o Tomás. Alguns eu conhecia há bastante tempo, como o Eduardo, afinal ele é meu cunhado e o Rogerinho, pois CKC ‐ Número 4.doc 12
estudou com o Marco. Conheci o Capitão no meu casamento e o Reinaldo na Eco Run. Já os demais conheci na Copa, seja em reuniões lá no prédio ou em um posto de gasolina da Marginal em que eles se encontraram na última corrida. [Marina]: Quem eu tenho mais amizade é o Marco Antonio, os outros eu conheci durante as corridas da Copa. Agora se for levar o ditado ao pé da letra, eu acredito que meu namorado ande com boas companhias. CKC – Com certeza Marina, todos são ótimas companhias. Aproveitando o clima cordial, se um dia seu namorado chegasse para você e dissesse “Querida, comprei um kart, agora posso andar todos os finais de semana e não pagarei mais por aluguel de karts”. Que reação vocês teriam? [Marina]: Não sei qual seria minha reação, não sei se ficaria muito feliz com a idéia. Correr de kart todo fim de semana é duro hein, apesar de ser um esporte e eu acreditar que praticar esporte é saudável. [Dalciele]: Ah, eu não gostaria não, teríamos que conversar muito e decidir com quem ele ficaria, se comigo ou com o kart (risos). [Amanda e Sherly] Apoiada!!! [Dalciele, continuando]: Obrigada, meninas. Ah, fala sério, andar em alguns finais de semana ainda vai, mas em todos não dá. Tem que fazer outras coisas para se divertir e também ter um tempo para a namorada né? [Amanda Ribeiro]: Com certeza Dalciele. Eu já falaria “Que ótimo amor! Já providencia um cartão de crédito pra eu poder gastar nos finais de semana”. Justo não? Brincadeira, ele não seria nem louco de fazer isso. [Sherly]: A primeira pergunta seria: “Onde você deixará esse kart, porque no nosso apartamento não cabe mais nada”. CKC – Já que o clima ficou tenso, vamos dar uma aliviada. E depois de uma corrida, você acha que seu namorado fica mais feliz? Já o viu depois de uma prova triste ou chateado? Como foi a experiência? [Sherly]: Às vezes ele fica pê da vida, mas logo está bem novamente. [Marina]: Ah, depende do resultado, mas geralmente ele sai feliz das corridas. Teve apenas uma corrida, a última realizada na Aldeia da Serra, que eu o vi saindo decepcionado, como a maioria dos camaradas que correram. Não foi uma experiência muito boa, os karts estavam com problemas técnicos e não renderam como esperado. Essa, de todas as corridas que assisti, foi a única que o Rogerinho não completou. [Amanda]: Ele fica feliz quando ganha ou pelo menos fica entre os primeiros colocados, ele fica triste quando acontece algum problema técnico com o kart que compromete seu desempenho na corrida. [Dalciele]: Mais ou menos o que a Amanda e a Marina disseram, depende do resultado. Se ele vai bem e conseguiu fazer a prova como o esperado então ele fica feliz e empolgado. Mas se as coisas não foram como ele imaginava aí ele fica chateado. Se ele perde a posição no finalzinho da corrida aí então tem que agüentar ele falando muito e revendo diversas vezes os vídeos da corrida. CKC ‐ Número 4.doc 13
SEM PIPOCADA CKC – Agora é hora de mostrar quem manda em casa. Se tiver uma corrida no dia do aniversário de namoro, seu namorado disputaria uma corrida de kart? [Dalciele]: Depende do horário. Ele até pode correr de manhã e depois ter tempo para preparar uma surpresa para mim. [Marina]: Bom, não teria problema nenhum, desde que ele reservasse uma parte do dia pra comemorarmos o aniversário de namoro. Entrar num consenso vale mais a pena do que decidir quem manda em casa. [Amanda]: Depende muito do meu humor no dia (risos). [Sherly]: Com certeza não. [Todas – exceto o repórter] (risos) CKC – Dalciele, o Capitão é chacoteado por nunca ter vencido uma prova. Será que esse ano vai? [Dalciele]: É, está difícil. Esse ano não está sendo o melhor para ele, pois os karts e algumas condições adversas estão deixando ele em situação difícil. Mas enfim, como ele é um ótimo piloto, preparado e confiante acho que esse ano ele vai vencer algumas provas e eu estarei lá assistindo. CKC – Sherly, na última prova o Marco Antonio foi acusado de sabotar os karts dos adversários e de utilizar um kart com nitro. Ele faria uma coisa dessa? [Somente para Sherly]: Não, ele é muito ético. Nossa, ele reclama tanto do peso e vocês ainda acham que ele seria capaz disso? Ele é um ótimo corredor de kart (risos). CKC – Marina, o Rogerinho é pipoqueiro só no Kart ou em casa também? É verdade que você é o galo da casa? [Somente para Marina]: O Rogerinho não é pipoqueiro nem em casa e nem no kart e nem é verdade que o galo da casa sou eu. Temos um relacionamento muito bacana baseado em muita conversa e consenso. O Rogerinho é uma pessoa maravilhosa, compreensiva e também é muito maduro. Nós nos damos muito bem e conversamos muito. Acredito que um relacionamento para ser duradouro e sincero tem que ser baseado nas conversas e não em discussões para ver quem manda mais em casa! Por isso, não temos problemas em saber quem é o galo da casa, pois não precisamos disso. O consenso e a conversa prevalecem no nosso relacionamento. CKC – Amanda, como sabe, o Sanches é o atual campeão da Copa, porém em 2009 ele está em 11º. Lugar. Ele ainda tem chances de ser bicampeão? [Somente para Amanda]: Sim! Se eu não acreditar nele, vou acreditar em quem? CKC – Bem meninas, muito obrigado pelos depoimentos, realmente vocês mostraram muito jogo de cintura e com certeza a partir de agora todos os camaradas da Copa estarão atentos aos conselhos de vocês para conseguir ter um ambiente legal tanto na Copa como em casa. Mais uma vez obrigado e nos vemos nas pistas!
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Mochila de Quem? No mês de junho o “Luva de Quem?” deu espaço ao “Mochila de Quem?”, dado que tivemos a grata notícia de ver o nosso camarada Tomás Árêas embarcar em uma viagem, ao melhor estilo “mochilão”, ao longo da América do Sul. Depois de passar por 4 países (Argentina, Chile, Bolívia e Peru) e percorrer mais de 17 mil quilômetros, Tomás gentilmente concedeu uma entrevista à CKC, que vocês conferem a partir de agora. FICHA TÉCNICA Nome: Tomás Pinheiro Gomes Arêas Idade e data de aniversário: 25 ‐ 15/02/1984 Nascido em: São Paulo‐SP Torcedor do: Palmeiras O que faz, além de andar de kart nos finais de semana; trabalha, estuda, enrola? Trabalho com Análise Setorial voltada a análise de crédito na Serasa. É análise econômica, mas ao invés de fazer a análise macro, analisamos mercado por mercado. Anda de Kart desde: 2000 Maior ídolo no automobilismo, na atualidade: Nenhum Maior ídolo no automobilismo, em todos os tempos: Ayrton Senna PERGUNTAS DO MOCHILA DE QUEM? CKC – Tomás, primeiramente seja bem vindo ao Brasil, é bom tê‐lo de volta. Mas e aí, como nasceu essa paixão por viagens? [Tomás Arêas]: Acho que comecei a gostar de viajar por causa dos meus pais, pois eles sempre levavam a gente pra locais diferentes nas férias de verão. Nessas viagens geralmente acampávamos em Ilhabela, onde ficávamos umas 2 semanas. Então minhas férias de verão tinham só uma ou duas semanas de coçação de saco. CKC – E esse mochilão 2009, de onde e quando surgiu a idéia? [Tomás Arêas]: A idéia surgiu do meu amigo, o Edgar, que fez um mochilão pela Europa no ano passado e comentou que estava interessado em fazer o mesmo na América do Sul. Já tinha ouvido histórias de muita gente que tinha feito viagens por aqui e me impressionava com as fotos e com os lugares tão diferentes do que temos no Brasil. No começo muita gente se interessou também, tínhamos 5 pessoas que iriam, mas com o tempo e com os compromissos novos que as pessoas vão assumindo acabou indo só nós dois mesmo. CKC – Como vocês escolheram os destinos? Recomendação de amigos, familiares, internet, revistas? CKC ‐ Número 4.doc 15
[Tomás Arêas]: Eu comprei um guia de viagens, meu amigo comprou outro e ficamos um bom tempo lendo e conferindo na internet os lugares que os guias falavam. O roteiro teve uns 10 formatos diferentes ao longo do tempo. Sempre que a gente definia mais ou menos um itinerário, íamos perguntar pras pessoas que conheciam a região pra saber a opinião deles e aí geralmente mudávamos alguma coisa. O difícil foi escolher os lugares que não iríamos, afinal o tempo era curto, apenas 1 mês. CKC – Forçarei sua memória agora e pedir para você compartilhar com os camaradas leitores o roteiro da viagem. Vamos começar com o trecho argentino. [Tomás Arêas]: OK, vamos lá. Pousamos em Buenos Aires na madrugada do dia 16 (sábado) pro dia 17 de maio. Tínhamos um vôo no domingo de manhã pra El Calafate, então aproveitamos pra sair de balada, por isso nem dormimos no albergue. Voltamos bêbados umas 5h30 da manhã e já pegamos um táxi pro aeroporto. Não lembro direito o que aconteceu, só me lembro de acordar no meio da viagem, já perto de Ushuaia. Não descemos lá, apenas ficamos no avião que iria pra El Calafate, mas já deu pra ver que a cidade mais austral do mundo é bonita e vale uma visita um dia. Chegamos a El Calafate no dia 17 às 15h. No dia seguinte fomos ao Perito Moreno (foto), no Parque Nacional dos Glaciares, que fica perto da cidade. No dia 19 fizemos um bate e volta à El Chalten, também situada no Parque Nacional dos Glaciares. Naquela madrugada pegamos 35 horas de ônibus com destino a Bariloche, mas antes passaríamos em Rio Gallegos e Comodoro Rivadavia pra trocar de ônibus. Foi uma viagem cansativa, principalmente porque deu muita confusão em Comodoro Rivadavia, pois o cara do guichê não queria deixar a gente entrar no ônibus, mas deu tudo certo. Chegamos a San Carlos de Bariloche debaixo de chuva e saímos no dia seguinte debaixo de mais chuva ainda, não demos sorte. Tentamos ir para os Sete Lagos, mas tinha uma ponte alagada e só conseguimos chegar em Villa La Angostura e tivemos que voltar. Nossa estadia na Argentina acabou em Bariloche, onde compramos passagens para Osorno, Chile. O roteiro argentino do Mochilão – detalhe para a distância entre Buenos Aires e El Calafate. Que pasa, Hermano? CKC ‐ Número 4.doc 16
CKC – Muito bom até agora, mas e o Chile. Tomou muito vinho? [Tomás Arêas]: Ah, com certeza, mas já chego lá. Mal ficamos em Osorno e pegamos um ônibus direto para Puerto Varas, chegamos já era noite. No dia seguinte fomos ao Lago de Todos los Santos, em Ensenada, uma cidadezinha perto de Puerto Varas, mas passamos antes pelo Rio Petrohue. À noite pegamos um ônibus pra Frutillar, uma outra cidadezinha perto de Puerto Varas, às margens do mesmo lago, o Llanquehue. No dia seguinte fomos ao Vulcão Osorno, mas não subimos até o topo, é muito alto. Fomos somente até a estação de esqui. No mesmo dia, mas no final da tarde, pegamos um ônibus pra Pucon, onde chegamos já de madrugada. No dia seguinte, fomos visitar umas lagoas e depois fomos às termas Possones, onde tinha uma galera gente boa e ficamos tomando Pisco até a meia noite. No dia seguinte acordamos às 5h00 da manha meio de ressaca e fomos subir o Vulcão Villarica. Cansado do jeito que eu estava não agüentei ir até o topo do Vulcão, os guias me proibiram de continuar subindo, embora eu ainda quisesse continuar. Meu amigo continuou e chegou lá rastejando, mas chegou. A primeira parte da jornada Chilena, entre as cidades de San Carlos de Bariloche, ainda na Argentina, e Pucon, no Chile. Voltamos à cidade no meio da tarde, jantamos e pegamos o ônibus pra Santiago. Chegamos lá de manhãzinha e fomos conhecer o Centro e a Presidência da República, bem bacana por sinal. À tarde fomos para Viña Del Mar e Valparaíso. Viña é meio que um Guarujá deles e Valparaíso é uma cidade mais cultural, tem a casa do Pablo Neruda e tudo mais. Achei Valparaíso mais legal que Viña. No dia seguinte fomos conhecer os vinhedos. Primeiramente passamos no Aquitânia, onde tem excelentes vinhos, e depois no Concha e Toro, onde o vinho também era bom, mas não tanto quanto o de Aquitânia. O mais impressionante é a fazenda, pois é grande e tem uma arquitetura imponente. À noite pegamos um ônibus pra La Serena, bem perto do deserto do Atacama (foto), mas ficamos por poucas horas, só deu pra conhecer o centro. CKC ‐ Número 4.doc 17
De La Serena fomos pra Calama, que é uma cidade de médio porte e onde existem as famosas minas de cobre, mas não fomos visitá‐las. Pegamos um ônibus para San Pedro de Atacama o mais cedo que deu. Chegamos a San Pedro umas 11h e à tarde fizemos Sand Board numas dunas por perto e depois fomos ao Vale de La Luna pra ver o pôr do Sol. No dia seguinte fomos ao Salar de Tara, passando por vários outros lugares. A parte final chilena, de Pucon a San Pedro de Atacama. Viña Del Mar está encoberta por Valparaíso. CKC – Salar? Seriam aqueles desertos de sal? [Tomás Arêas]: Exatamente. No dia seguinte foi o passeio dos Geisers (foto), mas tivemos que acordar às 3h30 da manhã pra poder chegar lá às 6h, fazia ‐13ºC, mas valeu a pena. Nossa jornada no Chile acabou no outro dia, quando iniciamos o passeio pro Salar de Uyuni, na Bolívia, o maior Salar do mundo, com 180 Km por 120 Km. CKC – Impressionante. E quanto tempo leva‐se para conhecê‐lo? [Tomás Arêas]: O passeio leva 2 noites e 3 dias. Ficamos em um hotel de sal e em outro que não tinha nem calefação. Sem um bom sleeping bag você pode morrer de frio à noite, falando sério. Estava abaixo de zero dentro do quarto pra você ter uma idéia. Chegamos a Uyuni no dia esperado e pegamos um ônibus pra La Paz à noite. Não ficamos na capital por mais de 2 horas, fomos direto pra Copacabana, uma cidade religiosa às margens do Lago Titicaca. No outro dia fomos à Isla Del Sol, onde há a lenda do surgimento do império Inca. No mesmo dia pegamos um ônibus para Cusco, no Peru, passando primeiro por Puno, onde tem a alfândega peruana. CKC ‐ Número 4.doc 18
CKC – Pelo jeito a passagem pela Bolívia foi bem rápida, afinal ela se resumiu ao Salar de Uyuni e Copacabana. Porque tão pouco tempo em solo boliviano? Ficaram decepcionados com o que viram? [Tomás Arêas]: A Bolívia me decepcionou, mas não pelas belezas naturais, que são incríveis, principalmente o Salar de Uyuni (foto), mas pelas pessoas. Os bolivianos me pareceram extremamente desonestos, afinal todo o tempo queriam te passar a perna, te cobrar mais caro por isso ou por aquilo. Mentiam o tempo todo, cobrando por coisas que nem deveriam ser cobradas. Ok, eles são pobres e tudo o mais, precisam do dinheiro, mas isso não justifica a desonestidade. Além do mais eles são irritantes, ficam te seguindo querendo te vender alguma coisa e não largam do seu pé. Se bem que no Peru aconteceu o mesmo. 1213km de sal, chá de coca e gente querendo te passar a perna. La garantia soy yo. CKC – OK, deixemos a Bolívia de lado e vamos para o Peru. Como foi a experiência? [Tomás Arêas]: Chegamos a Cusco de manhã e já compramos a passagem de trem de Ollantaytambo para Aguas Calientes, ida e volta. Pagamos um preço bem mais em conta porque o trajeto é mais curto do que de Cusco pra Aguas Calientes. Fizemos um passeio pelo Vale Sagrado que acaba em Ollantaytambo e ficamos por lá mesmo. Chegamos a Aguas Calientes à noite e entramos no primeiro albergue que tinha água quente pra tomar banho. Acordamos às 4h30 no dia seguinte pra poder pegar o primeiro ônibus pra Macchu Picchu (foto na próxima página). Chegamos à cidade sagrada umas 6h30, mais ou menos. Entrei na fila pra subir o Wayna Picchu, de onde dá para ver a cidade inteira pelo alto. No meio do caminho, o sol começou a bater em Macchu Picchu, é um espetáculo à parte. Lá de cima dá pra ver quase toda a cidade, e uma visão diferente do que costuma aparecer nas fotos. CKC ‐ Número 4.doc 19
Voltamos à Ollantaytambo, pegamos um ônibus para Cusco e pegamos um ônibus para Arequipa. Chegamos no dia seguinte de manhã e fizemos um passeio de 2 dias que ia até o Canyon Colca, onde tem vários Condores que voam bem perto das pessoas. No meio do caminho existem varias ruínas, mas bem menores e menos impressionantes do que Macchu Picchu. Quando voltamos, pegamos um ônibus pra Nazca, lugar onde chegamos de manhã e já fomos sobrevoar as linhas. O vôo é curto e não tem muito mais coisas para se fazer na cidade. Como estávamos adiantados no cronograma então resolvemos, ao invés de ir pra Lima, passar em Pisco antes, cidade de onde dá pra ir para as Islas Ballestas, a Galápagos dos pobres e dos manos. Só tinha mano na cidade, mas só fui perceber isso quando estávamos na praia andando à toa, com aquela cara de turista e ainda por cima com uma camisa do Palmeiras. Como só tinha corinthiano na área, fomos assaltados: levaram minha câmera fotográfica e meu relógio. Do meu amigo levaram a carteira, com cartões de crédito, identidade e o passaporte. Desistimos do passeio e fomos para polícia. Por sorte, acharam a identidade e o passaporte do meu colega, o que nos salvou um bom tempo e menos burocracia na embaixada. Fomos pra Lima no dia seguinte e comemos no McDonald´s para ter um choque de civilização de novo. Passamos os últimos dois dias indo pras baladas e voltamos pro Brasil. A parte peruana da viagem, entre ruínas, condores e manos. Aqui nas Islas Ballestas tem um bando de loco, loco por ti Corinthians! Bom, esse é um resumo do que eu lembro de cabeça. Não lembro os dias exatamente que chegamos em quais lugares, mas tenho tudo anotado. CKC – Caramba Tomás, parabéns pela memória, o resumo ficou muito bom. Acompanhando pelas fotos no Orkut do seu amigo, vimos que você esteve em diferentes ambientes, como vulcões, desertos, lagos, etc. Mas de todos esses, qual foi seu momento inesquecível? CKC ‐ Número 4.doc 20
[Tomás Arêas]: Um dos momentos inesquecíveis foi quando estávamos em El Chalten, próximo a El Calafate na Patagônia. Ficamos caminhando por 1h30 até chegar ao mirador do Cerro Fitz Roy. Quando chegamos, tinha ainda que subir umas pedras e não estava com muita expectativa. Quando olhei para aquela vista fiquei pasmado, foi uma das paisagens mais bonitas que já vi na minha vida. Fiquei tão abobado que quase me esqueci de tirar uma foto. É difícil explicar a paisagem porque parecia tão bonita e, infelizmente, as fotos nunca ficam do jeito que a gente vê. É um momento que ficou registrado na minha cabeça. CKC – O que é mais difícil ao estar num lugar desconhecido? Adaptação, costumes locais, comida, idioma, etc. [Tomás Arêas]: Os costumes locais, é algo que leva um tempo para se entender. Acho que compreender como as pessoas pensam e interagem entre si precisa de algumas semanas ou alguns meses. Ficávamos 1 ou 2 dias em cada cidade e já íamos embora, então foi difícil de pegar essas coisas. Por exemplo, na Bolívia, até entender que toda agência de viagem mentia pra mim, levei muito balão. CKC – E qual foi a comida mais estranha que você comeu e onde? [Tomás Arêas]: Cuy, no Peru. É o Porquinho da Índia, mas o estranho é que eles põem o bicho inteiro no prato. E ele fica te olhando com uma cara de sofrimento enquanto você o come. Ah, comer no sentido literal, claro (risos) CKC – Você coleciona alguma coisa dos lugares que visita? [Tomás Arêas]: Não, mas colecionei moedas por que as casas de câmbio muitas vezes não trocavam moedas. CKC – Você prefere viajar sozinho ou acompanhado? Por que? [Tomás Arêas]: É claro que há vantagens e desvantagens em viajar sozinho ou acompanhado. Mas acho que acompanhado é melhor, pois algumas vezes nós discordávamos do que deveríamos fazer, mas a gente sempre tentava decidir mais ou menos rápido e não falava mais do assunto. É importante você viajar com alguém que você sabe que não vai dar muito problema. CKC – Você sabe fazer mala ou é dos que leva milhões de coisas e não usa nem a metade? [Tomás Arêas]: Sei fazer mala. Não fiz de qualquer jeito, pensei bem antes de fazer. Levei roupa o suficiente pra não precisar lavar no caminho e ainda sobrou espaço pra levar presentes. CKC – Um lugar que você diria: aqui sim eu moraria. [Tomás Arêas]: Santiago e Miraflores, em Lima. Não consigo me imaginar morando naquelas cidadezinhas por onde passei. Elas são bonitas, têm belezas naturais incríveis, mas não moraria nelas. Tenho que morar em cidade grande. CKC – Uma pergunta curta: cidade histórica ou paraíso tropical? [Tomás Arêas]: Paraíso tropical CKC ‐ Número 4.doc 21
CKC – Você costuma procurar informações do destino pela internet ou prefere chegar na cidade e ir descobrindo pouco a pouco? [Tomás Arêas]: Eu prefiro chegar e ver como são as coisas. No começo achava que era meio loucura, mas depois percebi que é mais fácil e você economiza tempo com isso. CKC – E qual será sua próxima viagem? [Tomás Arêas]: Tenho duas idéias. Uma delas é voltar para a Patagônia e ficar um mês inteiro só por lá. A outra é fazer uma vigem de Oiapoque ao Chuí passando pelo maior número de praias que der. SEM PIPOCADA CKC ‐ Agora você não tem escapatória. O que é mais seguro, fazer trilha em vulcão a 3000 metros de altitude ou andar de kart em Atibaia? [Tomás Arêas]: Olha, você pode andar sem equipamento, só de calção de banho no topo do vulcão que ainda vai ser muito mais seguro que andar de Kart em Atibaia. CKC ‐ Número 4.doc 22
Corneta On Nascido em 1980, devo ter ouvido a voz de Michael Jackson pela primeira vez em 1984, 1985, por aí, foi na época do clássico “We Are the World”, mas eu era muito pequeno para diferenciá‐lo entre aquele monte de gênios da música. Por volta de 1986/1987, lembro de ver o disco “Thriller” na vitrola dos meus pais, lá em Salvador, onde minha família morava. Era uma edição especial, um álbum sombrio, estranho, azul escuro com uns maltrapilhos no verso. Hesitei e deixei o disco por lá e continuava ouvindo meus discos da Xuxa (sim, eu já os tive, podem me zoar). Mas vendo meu irmão, cinco anos mais velho, ouvindo o disco, comecei a gostar do som e o acompanhava nas audições e nos passos na sala de casa. O som era eletrizante, contagiante, hipnotizante, entre outros adjetivos que acabem com “ante”. Em Salvador o cara era rei, então todos os meninos do nosso prédio gostavam dele. O baiano, povo com música no sangue, sempre teve em Michael Jackson mais que um ídolo, um verdadeiro exemplo de vida. Um cara negro, pobre, sujeito que desde menino teve uma educação devastadora por parte do pai e sempre foi cobrado como um adulto, ele era referência tanto para adultos quanto crianças. Cresci jogando “Moonwalker” no Master System do meu amigo Fábio “do 7”, vendo os lançamentos de seus clipes durante o Fantástico no começo dos anos 90. Lembro como se fosse hoje o lançamento de “Black or White”, estávamos na sala, eu, meu irmão e minha mãe, focados na TV por horas até que o clipe foi anunciado. Aqueles efeitos dos rostos das pessoas mudando era sensacional, ficamos encantados. Lembro que logo no outro dia, vi o Arerê, porteiro do prédio, dançando a música durante o expediente e se escondendo da Ângela, síndica do prédio, que chegava de carro justamente naquela hora. Foi uma fase muito legal, por isso fico triste pela sua morte, pois a linha do tempo de sua trajetória musical coincide exatamente com a linha do tempo da minha trajetória de vida. Vim morar em São Paulo em 1993, ano daquele mega show dele no Morumbi. Lembro do Jassa (esse mesmo da Copa) chegando segunda‐feira na escola falando do show, da produção, da grama arrancada do Morumbi como forma de se lembrar do show e fiquei com aquela pontinha de inveja. Os anos se passaram e a cada lançamento de clipe, seja na MTV ou na Globo mesmo, estava eu lá a esperar para gravar em vídeo as aparições de Magic Jonhson, Michael Jordan, Eddie Murphy, etc. Há pouco, no intervalo do Fantástico, estava conversando com minha esposa e lembrávamos as nossas infâncias e as músicas que marcaram essa época. Quem nunca teve o álbum Thriller nas mãos? Quem nunca tentou imitar o Moon Walk? Quem nunca ficou com “as calças na mão” ao ver as cenas de filme de terror no clipe de “Thriller”. Eu, que sempre fui um grande admirador de guitarra, ouvi um dos melhores solos de guitarra em uma música dele (Eddie Van Halen, em Beat it). Duvido que meu afilhado consiga repeti‐lo no Guitar Hero. Enfim, nesse exato momento estou baixando uma série de discos de Michael Jackson e essa semana vai tocar a coletânea dele na minha disqueteira. Foi‐se o Rei do Pop, que substituiu à altura o Rei do Rock. Não tenho medo de afirmar que se foi o Elvis Presley dos tempos modernos. Em contrapartida, não tem como falar de Michael Jackson sem falar de polêmicas e as acusações de assédio. De todo modo, não sou eu quem vai julgá‐lo, até porque nunca ficou provado nada, apesar das fortes suspeitas, relatos e depoimentos de crianças. Resumindo, por mais erros que ele possa ter cometido, a imagem que ficará para mim, Marco Antonio Furtado de Sousa, sem dúvida alguma, é esta aí do lado. CKC ‐ Número 4.doc 23
Desafio Sabichão Nesta edição, a pergunta é feita pelo vencedor da edição passada, Estevão Lazanha. O desafio número 4 é o seguinte: Bem pessoal, neste desafio sabichão procurei combinar Ayton Senna e kart. Como todos sabem, nosso ídolo nunca venceu o campeonato mundial desta categoria e em 1979 esteve bem perto, mas acabou ficando com o vice‐campeonato em uma decisão bastante polêmica. Eu pergunto: a) Em qual posição Senna terminou a bateria final? b) Qual o piloto campeão? c) Qual o critério utilizado para determinar o campeão? Respondam os sabichões, enviando sua resposta para [email protected] O saudoso tri‐campeão, em ação no Mundial de Kart, em 1979. CKC ‐ Número 4.doc 24
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CKC – Ano 01 - Número 04 (Junho/2009)