Energias Físicas Causadoras de Dano
1 – Barométrica
- Pressão hipobárica:
a)
Mal das montanhas (ex. alpinistas).
- Pressão hiperbárica:
a)
Ao nível do mar.
b)
Imersos (ex. mergulhadores).
Mal da Montanha

O mal da montanha (doença das alturas) é um
problema provocado pela falta de oxigênio nas
grandes altitudes. À medida que a altitude aumenta:

A pressão atmosférica baixa;

E o ar, menos denso, tem menos oxigênio;

↓na quantidade de oxigênio.
Mal da Montanha

↓na quantidade de oxigênio:
-
aumenta o ritmo e a profundidade da respiração;
-
Altera o equilíbrio entre os gases pulmonares e o
sangue;
-
aumenta a alcalinidade do sangue e,
-
altera-se a distribuição de sais, como o potássio e o
sódio dentro das células.
Mal da Montanha

Como resultado:
-
A água distribui-se de forma diferente entre o
sangue e os tecidos.
-
A grandes altitudes, o sangue contém menos
oxigênio, provocando uma coloração azulada na
pele, nos lábios e nas unhas (cianose).
-
Em poucas semanas, o corpo responde produzindo
mais glóbulos vermelhos, com o objetivo de
transportar mais oxigênio para os tecidos.
Mal da Montanha

Os efeitos da altitude dependem da altura e da
velocidade da subida.

Os efeitos são menores a uma altura inferior a 2200
m, mas são mais evidentes e freqüentes acima dos
2800 m, depois de uma subida rápida.

A maioria das pessoas adapta-se (aclimata-se) às
alturas de até 3000 m numa questão de dias, mas
aclimatar-se a alturas muito mais elevadas requer
muitos dias ou até semanas.
Mal da Montanha

O mal da montanha agudo afeta muitas pessoas que habitam
regiões situadas ao nível do mar e que sobem a uma altitude
moderada (2400 m) em 1 ou 2 dias.
(Sintomas: falta de ar, aumento do seu ritmo cardíaco e cansaço fácil. Cerca de 20 % sofrem de dor de cabeça,
náuseas ou vômitos e insônias. O exercício físico esgotante piora os sintomas).

O edema pulmonar das alturas é muito mais freqüente nos
homens do que nas mulheres. Normalmente, ocorre entre 24 e
96 horas depois da subida e é muito raro ocorrer em altitude
abaixo dos 2700 m.
(O edema pulmonar das alturas pode complicar-se rapidamente e, em poucas horas, deixar de ser
uma doença moderada para passar a ser uma afecção possivelmente mortal).
Mal da Montanha

A hemorragia retiniana (na retina) das alturas
(pequenos pontos de sangue localizados na retina, a
parte posterior do olho) pode acontecer, inclusivamente,
ao atingirem-se alturas moderadas.
(Se atingem e parte central (a mácula), estas pessoas notam um pequeno ponto cego. Em casos
excepcionais a visão torna-se confusa num ou em ambos os olhos ou, inclusivamente, ocorre
cegueira; estes episódios são, aparentemente, uma forma de enxaqueca e desaparecem pouco
depois da descida).

O edema cerebral das alturas (a forma mais grave do
mal da montanha) começa entre as 24 e as 96 horas
posteriores à chegada a um lugar de grande altitude ou
então pode ser precedido pelo mal da montanha agudo
ou pelo edema pulmonar das alturas.

No edema cerebral (encefálico) das alturas acumula-se
líquido no encéfalo.
Mal da Montanha
(Sintomas: dificuldade em caminhar (ataxia), entorpecimento dos dedos ou dos
movimentos das mãos, dores de cabeça mais intensas do que no mal da montanha
agudo, mais tarde as alucinações, que normalmente, não são reconhecidas como
tal).

Quanto maior for a altitude, maior é a perda
do discernimento e da percepção.

Os sintomas são semelhantes aos efeitos
provocados pelas bebidas alcoólicas.
Mal da Montanha

O mal da montanha subagudo é uma perturbação
pouco habitual que surgiu em filhos de pais chineses
nascidos em altitudes moderadas ou para lá transferidos
posteriormente e também em soldados destacados para
altitudes de mais de 6000 m, durante semanas ou
meses.

Este problema é provocado por uma insuficiência
cardíaca que origina uma grande acumulação de líquido
nos pulmões, no abdômen e nas pernas.

A descida para uma altitude mais baixa cura a doença e
é imprescindível para salvar a vida da vítima.
Mal da Montanha

O mal da montanha crônico (doença de Monge)
desenvolve-se de forma gradual ao longo de vários
meses ou anos em indivíduos que vivem em grandes
altitudes.
(Sintomas: falta de ar, letargia e diversas dores e queixas. É possível que se formem coágulos de
sangue nas pernas e nos pulmões e que o coração falhe)

O mal da montanha crônico ocorre quando o corpo faz
uma compensação excessiva pela falta de oxigênio,
produzindo demasiados glóbulos vermelhos.

A vítima fica incapacitada e morre se não for transferida
para uma altitude menor.
Pressão hiperbárica – ao nível do mar e
imerso.

Ao nível do mar: a pressão barométrica (atmosférica)
que afeta a terra é provocada pelo peso do ar que se
encontra por cima.

Debaixo de água:
-
A pressão costuma ser medida em unidades de
profundidade (pés ou metros) ou em atmosferas
absolutas.
Pressão hiperbárica – ao nível do mar e
imerso
-
A pressão em atmosferas absolutas inclui o peso da
água, que a 10 m é de 1 atmosfera, mais a pressão
atmosférica à superfície, que é também de 1 atmosfera.
-
Por isso, um mergulhador que se encontre a uma
profundidade de 10 m está exposto a uma pressão total
de 2 atmosferas absolutas ou, o que é o mesmo, duas
vezes a pressão atmosférica da superfície.
-
Em cada 10 m adicionais de profundidade, a pressão
aumenta 1 atmosfera.
Efeitos da alta pressão

Ao mesmo tempo que aumente a pressão fora do
corpo, aumenta também a pressão no sangue e nos
tecidos corporais, mas não necessariamente nos
espaços que contêm ar, como os pulmões ou as
vias respiratórias.

Nas profundidades, a pressão nos pulmões e nas
vias respiratórias equilibra-se automaticamente com
a do exterior quando se dispõe de um fornecimento
de ar, como no caso de uma pessoa que mergulha
com um capacete ou com um escafandro.
Efeitos da alta pressão

Os espaços de ar existentes dentro de uma máscara
facial ou no interior de uns óculos de mergulho também
estão sujeitos a alterações de pressão.

A pressão das máscaras iguala-se graças ao ar que é
expulso pelo nariz.

Mas a pressão dos óculos simples não se iguala; a
menor pressão interna fá-los atuar como ventosas de
sucção aplicadas aos olhos.

A diferença de pressão faz com que os vasos
sanguíneos próximos da superfície dos olhos se dilatem,
percam líquido e, finalmente, rebentem e percam
sangue.
Efeitos da alta pressão

Se o canal que liga o ouvido médio e a parte posterior
da garganta (trompa de Eustáquio) não se abre
normalmente (ou seja, se os ouvidos não «estalam» ao
bocejar ou ao engolir), a pressão no ouvido médio tornase mais baixa do que a do ouvido externo.

Nestas circunstâncias, o aumento de pressão sobre o
tímpano que separa o ouvido médio do externo faz com
que este se distenda para dentro e, se a pressão
aumentar até certo ponto, possa rebentar e provocar
uma grande dor e a perda da audição.
Efeitos da alta pressão

A ruptura do tímpano costuma curar-se, mas,
frequentemente, depois de ter ocorrido uma infecção do
ouvido médio.

Se o tímpano rebenta quando o mergulhador se
encontra em águas frias, a corrente que penetra no
ouvido médio provoca vertigens (um grave enjoo com a
sensação de andar à roda), desorientação e náuseas.

Como conseqüência podem surgir vômitos, com o
conseqüente risco de afogamento. A vertigem diminui à
medida que a água que entrou no ouvido atinge a
temperatura corporal.
Efeitos da alta pressão

As diferenças de pressão no ouvido médio podem afetar
o ouvido interno (responsável pela audição e pelo
equilíbrio).

Esta pressão desigual é a explicação para as vertigens
que os mergulhadores sentem por vezes (vertigem
alternobárica) quando começam a subir.

Em casos excepcionais ocorre uma ruptura entre o
ouvido interno e o ouvido médio, provocando uma perda
de líquido.

Uma ruptura com estas características pode precisar de
reparação cirúrgica imediata, para evitar efeitos
irreversíveis.
Efeitos da alta pressão

As diferenças de pressão provocam efeitos semelhantes
sobre os seios (sacos cheios de ar localizados nos
ossos que rodeiam o nariz), provocando dor de cabeça
e na cara.

Quando a congestão impede que a pressão dos ouvidos
e dos seios se iguale, podem ser usados os
descongestionantes para abrir temporariamente os
canais nasais obstruídos, as trompas de Eustáquio e os
seios.

No entanto, se forem feitas várias imersões sem que as
pressões possam ser igualadas, costuma verificar-se
algum tipo de lesão.
Efeito da pressão parcial

O ar é uma mistura de gases, principalmente azoto e
oxigênio, com quantidades muito reduzidas doutros
gases.

Cada gás tem uma pressão parcial, que depende da sua
concentração no ar e da pressão atmosférica.

Por exemplo, a concentração de oxigênio no ar é de
aproximadamente 21 %. Por isso, a pressão parcial do
oxigênio é de 0,21 atmosferas à superfície (ao nível do
mar). À medida que a profundidade aumenta, a
concentração de oxigênio continua a ser a mesma, mas
a sua pressão parcial aumenta porque a pressão
atmosférica sobe. A pressão parcial do oxigênio a 2
atmosferas absolutas é o dobro do da superfície.
Efeito da pressão parcial

Os efeitos que a maioria dos gases
provocam sobre o corpo dependem da sua
pressão parcial.

Por exemplo, a alta pressão parcial de
oxigênio pode ter efeitos prejudiciais
(toxicidade do oxigênio).

Respirar oxigênio a uma pressão parcial de
mais de 0,5 atmosferas (como quando se
inala ar formado por mais de 50 % de
oxigênio a 1 atmosfera absoluta) durante um
dia ou mais pode lesar os pulmões.
Efeito da pressão parcial

Respirar oxigênio a uma pressão parcial
mais elevada é tóxico para o cérebro.

Se a pressão parcial do oxigênio se
aproximar das 2 atmosferas, sobretudo
durante a atividade física, o mergulhador
pode sofrer convulsões semelhantes a um
ataque de epilepsia.
Efeito da pressão parcial

Respirar oxigênio a uma alta pressão parcial
provoca narcose por azoto (um problema que
se assemelha à intoxicação etílica).

Este efeito é evidente a 35 m ou menos de
profundidade na maioria dos que praticam
imersão respirando ar comprimido e pode
provocar incapacidade a mais de 90 m (cerca
de 10 atmosferas absolutas).
Efeito da pressão parcial

Como o hélio não produz este efeito, é utilizado (em vez
do azoto) para diluir o oxigênio nas garrafas em
imersões muito profundas, nas quais a percentagem de
oxigênio deve ser reduzida para manter a sua pressão
parcial abaixo dos valores tóxicos.

Os que praticam imersão com pulmão livre costumam
respirar energicamente (hiperventilar) antes de
submergir, expirando uma grande quantidade de
anidrido carbônico ao mesmo tempo que fornecem
pouco oxigênio ao sangue.
Efeito da pressão parcial

Esta manobra permite-lhes conter a
respiração e nadar mais tempo debaixo de
água pois as suas concentrações de anidrido
carbônico são baixas.

Esta técnica também é perigosa porque as
pessoas que fazem imersão podem ficar sem
oxigênio e perder a consciência antes de o
anidrido carbônico chegar a um nível
suficientemente elevado para lhes indicar a
necessidade de voltar à superfície para
respirar.
Efeito da pressão parcial

Os riscos de conter a respiração durante
muito tempo são maiores para quem
mergulhe a grandes profundidades, porque
consome a totalidade do oxigênio dos seus
pulmões.

Ao emergir após uma imersão a grande
profundidade, a pressão parcial do oxigênio
que fica no sangue diminui
consideravelmente, pelo que se pode perder
a consciência antes de inalar oxigênio
suficiente.
Efeito da pressão parcial

Esta seqüência de atos é provavelmente a
responsável por muitos afogamentos
inexplicáveis entre os que praticam pesca
submarina e outras pessoas que fazem a
imersão com pulmão livre.
Compressão e expansão do ar

As alterações de volume do ar dentro do corpo também
podem provocar problemas médicos

À medida que a pressão aumenta, o ar comprime-se
num espaço menor (ou seja, diminui o seu volume).

Quando a pressão diminui, pelo contrário, o ar expandese (o seu volume aumenta).

Por exemplo, quando a pressão duplica (como quando
se mergulha desde a superfície até uma profundidade
de 10 m), o volume de ar reduz-se a metade e, quando
a pressão se reduz até metade (como ao subir de uma
profundidade de 10 m), o volume de ar duplica.
Compressão e expansão do ar

Por isso, se um mergulhador encher os seus pulmões
com ar a uma profundidade de 10 m e subir sem expirar
livremente, o volume de ar duplica, os pulmões
expandem-se em demasia e isso pode provocar a
morte.

Devido a isso, os mergulhadores que tiverem um
fornecimento de ar, como por exemplo uma botija de
oxigênio, não devem conter a respiração durante a
subida. O ar inalado a determinada profundidade
(inclusivamente à profundidade de uma piscina) deve
ser exalado livremente durante a subida.
Compressão e expansão do ar

Os equipamentos de mergulho que permitem voltar a
respirar várias vezes o mesmo ar mantêm o
fornecimento de gás e permitem que o mergulhador
permaneça mais tempo debaixo de água.

Um exemplo deste tipo de equipamento é um respirador
de oxigênio de circuito fechado, que proporciona
oxigênio fresco ao mergulhador; o resto do gás volta a
ser inalado.

A quantidade de oxigênio fresco que é necessária é só
de do total do ar respirado e não aumenta com a
profundidade da imersão, pelo que para a maioria das
imersões é suficiente uma menor quantidade de gás.
Compressão e expansão do ar

Uma desvantagem dos dispositivos de reinalação é que
a quantidade de anidrido carbônico que o mergulhador
liberta, que é quase igual ao seu consumo de oxigênio,
tem de ser absorvida por meio de compostos químicos.

Se não se verificar a sua absorção ou se esta for
insuficiente, aumenta a concentração de anidrido
carbônico do gás reinalador.

Um mergulhador que não se aperceba disso (por
exemplo, por um aumento da sua respiração ou então
porque lhe falta o ar) pode perder a consciência.
Compressão e expansão do ar

Uma desvantagem dos dispositivos de reinalação é que
a quantidade de anidrido carbônico que o mergulhador
liberta, que é quase igual ao seu consumo de oxigênio,
tem de ser absorvida por meio de compostos químicos.

Se não se verificar a sua absorção ou se esta for
insuficiente, aumenta a concentração de anidrido
carbônico do gás reinalador.

Um mergulhador que não se aperceba disso (por
exemplo, por um aumento da sua respiração ou então
porque lhe falta o ar) pode perder a consciência.
Compressão e expansão do ar

Os valores anormalmente elevados de anidrido
carbônico (intoxicação pelo anidrido carbônico) podem
provocar perdas transitórias da visão e da consciência.

Algumas pessoas sofrem uma acumulação de anidrido
carbônico porque não aumentam adequadamente a sua
freqüência respiratória durante o esforço físico.

As elevadas concentrações de anidrido carbônico
aumentam a possibilidade de ocorrerem convulsões
secundárias à toxicidade do oxigênio e aumentam a
gravidade da narcose do azoto.
Compressão e expansão do ar

Os mergulhadores que sofrem frequentemente de dores
de cabeça depois de uma imersão ou que se gabam de
utilizar pouco ar podem estar a reter anidrido carbônico.

A imersão pode complicar-se devido à falta de
visibilidade, às correntes de água que requerem um
grande esforço físico e ao frio.

Na água pode rapidamente ser provocada hipotermia
(descida da temperatura corporal), o que provoca
entorpecimento e falta de discernimento.
Compressão e expansão do ar

A água fria pode alterar mortalmente o ritmo cardíaco
nas pessoas vulneráveis.

A intoxicação pelo anidrido carbônico, devida ao ar
contaminado, pode provocar incapacidade e até a
morte.

Os sintomas desta intoxicação são náuseas, dor de
cabeça, fraqueza, entorpecimento e alucinações.

Os medicamentos, bem como o abuso do álcool ou de
outras drogas, também podem ter efeitos imprevistos
nas profundidades.
Compressão e expansão do ar

A água fria pode alterar mortalmente o ritmo cardíaco
nas pessoas vulneráveis.

A intoxicação pelo anidrido carbônico, devida ao ar
contaminado, pode provocar incapacidade e até a
morte.

Os sintomas desta intoxicação são náuseas, dor de
cabeça, fraqueza, entorpecimento e alucinações.

Os medicamentos, bem como o abuso do álcool ou de
outras drogas, também podem ter efeitos imprevistos
nas profundidades.
Embolia de ar

A embolia por gás (embolia gasosa) é a
obstrução dos vasos sanguíneos causada
pela presença de bolhas na corrente
sanguínea, normalmente provocadas pela
expansão do ar retido nos pulmões do
mergulhador enquanto diminui a pressão
durante uma subida.

Na embolia gasosa, o ar retido nos pulmões
expande-se e incha-os em excesso,
produzindo-se uma passagem de ar para a
corrente sanguínea sob a forma de bolhas.
Embolia de ar

Se estas obstruírem os vasos sanguíneos do
encéfalo, provocam danos como uma
trombose ou uma hemorragia.

A embolia gasosa é uma emergência grave e
uma causa de morte muito freqüente entre os
desportistas subaquáticos.
Embolia de ar

A causa mais freqüente de embolia gasosa
ocorre quando o mergulhador contém a
respiração durante uma subida com garrafas,
o que quase sempre é conseqüência de se
ter esgotado o ar na profundidade.

Por causa do pânico, o mergulhador pode
esquecer-se de expirar livremente à medida
que o ar dos seus pulmões se expande
enquanto sobe.
Embolia de ar

A embolia gasosa pode ser provocada até
numa piscina se a pessoa tiver uma fonte
externa de ar, inspirar debaixo de água e não
expirar ao subir para a superfície.

O sintoma mais característico é a perda
súbita de consciência, com ou sem
convulsões.
Embolia de ar

Às vezes surgem sintomas menos graves,
que podem ir desde uma confusão ou uma
agitação até uma paralisia parcial.

Se os pulmões se insuflarem em excesso,
também pode acontecer que o ar do seu
interior chegue aos tecidos que envolvem o
coração (enfisema mediastínico) ou até por
baixo da pele (enfisema subcutâneo).
Embolia de ar

Por vezes, os pulmões excessivamente
carregados rebentam e libertam ar para o
espaço que separa os pulmões da parede
torácica (pneumotórax).

Como conseqüência, os pulmões colapsam,
provocando falta de ar e dor no peito.

Os sintomas que indicam que existe uma
lesão pulmonar podem ser a expectoração
com sangue ou a saída de espuma
ensangüentada pela boca.
Doença por descompressão

A doença por descompressão (mal da
descompressão, embolia gasosa, paralisia dos
mergulhadores) ocorre quando os gases dissolvidos
no sangue e nos tecidos formam bolhas que
obstruem a passagem do sangue, provocando dor
ou outros sintomas.

Podem formar-se bolhas quando uma pessoa se
desloca de um ambiente de alta pressão para outro
de baixa pressão, o que acontece ao subir de uma
imersão.
Doença por descompressão

O sintoma mais comum é a dor, que se
denomina «paralisia dos mergulhadores».

Normalmente ocorre numa articulação do
braço ou da perna, ou perto dela, embora
normalmente seja difícil determiná-la.

A dor também é difícil de descrever (às vezes
diz-se que é «profunda» ou que dá a
sensação de que «algo está a perfurar o
osso»).
Doença por descompressão

Noutros casos, a dor é aguda e a sua
localização precisa. Ao princípio pode ser
ligeira ou intermitente, mas pouco a pouco
pode piorar e tornar-se realmente intensa.
Em geral, a zona dorida não dói ao ser
pressionada, não está inflamada nem implica
dificuldades de movimento.

Os sintomas neurológicos vão desde uma
confusão ligeira a um funcionamento cerebral
anormal.
Doença por descompressão

A espinal medula é especialmente vulnerável
e sintomas aparentemente menos
importantes, como fraqueza ou formigueiro
num braço ou numa perna, podem preceder
uma paralisia irreversível, a menos que o
processo seja tratado de imediato com
oxigênio e recompressão.

O ouvido interno pode ser afetado, de tal
forma que a pessoa sente uma vertigem
intensa.
Doença por descompressão

As comichões, a erupção cutânea e a fadiga
aguda são sintomas menos freqüentes.

O aparecimento de manchas (marmoreação)
na pele, um sintoma em geral muito pouco
freqüente, pode preceder ou acompanhar
graves problemas que requerem
recompressão.
Doença por descompressão

A dor abdominal pode dever-se à formação de
bolhas no abdome, mas a dor que envolve o corpo
como um cinto (dor de cintura) pode indicar uma
lesão na espinal medula.

Os efeitos tardios do mal da descompressão incluem
a destruição do tecido ósseo (osteonecrose disbárica,
necrose óssea asséptica), especialmente no ombro e
na anca, provocando uma dor persistente e uma
incapacidade grave.
Doença por descompressão

Estas lesões são muito mais freqüentes entre
quem trabalha em ambientes com ar
comprimido do que entre os mergulhadores,
provavelmente porque a exposição dos
primeiros a altas pressões é prolongada e as
embolias gasosas que sofrem nem sempre
são tratadas.

Só uma descompressão incorreta pode
provocar estas lesões, que pioram
gradualmente com o passar dos meses e dos
anos. Quando os sintomas aparecem, já é
tarde para tomar medidas preventivas.
Doença por descompressão

Os problemas neurológicos permanentes,
como uma paralisia parcial, costumam deverse a um tratamento atrasado ou inadequado
de uma afecção da medula óssea.

No entanto, em determinados casos a lesão
é tão grave que não pode ser corrigida,
mesmo com um tratamento apropriado.
Doença por descompressão

Os tratamentos repetidos com oxigênio numa
câmara de alta pressão parecem ajudar
algumas pessoas a recuperarem das lesões
medulares.

Uma lesão da medula óssea espinal causada
por descompressão tem mais possibilidades
de recuperar do que a mesma lesão
provocada por outros fatores.
O mal da descompressão respiratória

Sufocação é uma perturbação pouco freqüente, mas,
no entanto, perigosa, provocada por uma grande
obstrução dos vasos sanguíneos pulmonares pela
formação de bolhas.

Em alguns casos, esse problema resolve-se sem
tratamento, mas também pode piorar rapidamente até
provocar um colapso circulatório e a morte, a menos que
se faça de imediato uma recompressão.

Os primeiros sintomas podem ser mal-estar no peito e
tosse ao inspirar profundamente ou ao inalar fumo de
cigarro.
Energias Físicas
2 – Elétrica; a) cósmica (queraurano gráfica;
raio,
centelha).
b) artificial (eletricidade industrial).
3 – Luminosa; solar e artificial.
Energia elétrica

Uma lesão provocada pela corrente elétrica é o dano
que se verifica quando uma corrente elétrica atravessa o
corpo e queima o tecido ou interfere com o
funcionamento de um órgão interno.

A corrente elétrica que atravessa o corpo gera calor,
podendo queimar gravemente os tecidos e destruí-los.

Uma descarga elétrica pode provocar um curto-circuito
nos sistemas elétricos do organismo, causando uma
interrupção no funcionamento do coração (paragem
cardíaca).
Energia elétrica

As lesões elétricas podem ser provocadas:
-
Pela queda de um raio sobre uma pessoa ou,
-
Por contacto com cabos elétricos;
-
Linhas elétricas caídas ou,
-
Algum elemento que conduza a eletricidade a partir de
um cabo elétrico ativo, como um tanque de água.
Energia elétrica

A gravidade da lesão, que pode variar entre uma
queimadura ligeira e a morte, é determinada:
-
Pelo tipo e pela intensidade da corrente,
-
Pela resistência do corpo à referida corrente no ponto de
entrada,
-
Pelo percurso da mesma dentro do organismo e,
-
Pela duração da exposição.
Energia elétrica

Em geral, a corrente contínua é menos perigosa do que
a corrente alterna.

Os efeitos da corrente alterna sobre o corpo dependem,
em grande parte, da velocidade com que esta varia (ou
seja, a sua freqüência), um fator que se mede em ciclos
por segundo (hertzs, Hz).
Energia elétrica

As correntes de baixa freqüência, de 50 e 60 Hz, são
mais perigosas do que as correntes de alta freqüência e
entre 3 e 5 vezes mais perigosas do que a corrente
contínua da mesma voltagem e intensidade
(amperagem).

A corrente contínua tem tendência para provocar fortes
contrações musculares que, com freqüência, afastam a
vítima da fonte de energia.
Energia elétrica

A corrente alterna de 60 Hz faz com que os músculos
fiquem congelados (contraídos) na sua posição, o que
impede que as vítimas possam interromper a fonte da
corrente. Como resultado, a exposição pode ser
prolongada e provocar graves queimaduras.

Geralmente, quanto mais altas forem a voltagem e a
amperagem, maior será o dano que a corrente
produzirá, independentemente do seu tipo.
Energia elétrica

A potência da corrente elétrica mede-se em amperes
(A). Um miliampere (mA) é de 1 A.

O corpo pode aperceber-se do contacto com a corrente
contínua que entra pela mão a cerca de 5 a 10 A; pode
sentir a corrente doméstica comum, que é uma corrente
alterna de 60 Hz, com 1 a 10 mA.
Energia elétrica

A corrente máxima que faz com que os músculos do
braço se contraiam, mas que ainda permite que a mão
solte a fonte da corrente, recebe o apropriado nome de
corrente de libertação.

Este valor é de, aproximadamente, 75 mA para a
corrente contínua e, no caso da corrente alterna, de 2 a
5 mA nas crianças, de 5 a 7 mA nas mulheres e de 7 a 9
mA nos homens, dependendo da massa muscular do
braço.
Energia elétrica

Nas correntes de baixa potência, entre 60 e 100 mA, a
corrente alterna de 60 Hz de baixa voltagem (de 110 a
220 V) que atravesse o tórax durante 1 segundo pode
provocar ritmos cardíacos irregulares que põem a vida
em perigo. Para produzir o mesmo efeito são
necessários entre 300 e 500 mA de corrente contínua.

Se a eletricidade for diretamente ao coração, por
exemplo através de um pacemaker, uma corrente muito
mais baixa (de menos de 1 mA) pode provocar arritmias
graves.
Energia elétrica

A resistência é a capacidade de deter ou
desacelerar a passagem da corrente elétrica.
A resistência máxima do corpo concentra-se
na pele e depende diretamente do seu
estado.

A resistência média da pele seca e sã é 40
vezes maior do que a da pele fina e húmida.
Energia elétrica

Quando a pele está arranhada ou tem feridas, ou
quando se aplica a corrente sobre membranas mucosas
húmidas como a boca, o reto ou a vagina, esta
resistência é apenas metade da pele húmida e intacta.

A resistência da pele grossa e calosa da palma da mão
ou da planta do pé é 100 vezes maior que a das zonas
da pele mais fina.
Energia elétrica

Enquanto a corrente elétrica atravessa a pele, pode
libertar grande parte da sua energia na superfície
porque ali encontra resistência.

Se a resistência da pele for alta, podem ser provocadas
grandes queimaduras superficiais nos pontos de entrada
e de saída, com carbonização dos tecidos intermédios.

Os tecidos internos também se queimam, dependendo
da sua resistência.
Energia elétrica

O percurso que a corrente faz dentro do corpo pode ser
crucial no momento de se determinar o grau de lesão.

O ponto de entrada da eletricidade mais freqüente é a
mão. O segundo é a cabeça.

O ponto de saída mais freqüente é o pé.

Devido ao fato de a corrente que vai de braço a braço
ou de um braço a uma perna poder atravessar o
coração, ela é muito mais perigosa do que a corrente
que vai de uma perna ao solo.
Energia elétrica

A corrente que atravessa a cabeça pode provocar
hemorragias cerebrais, paralisias respiratórias,
alterações psicológicas (como problemas de memória a
curto prazo, alterações da personalidade, irritabilidade e
alterações no sono) e irregularidade no ritmo cardíaco.

As lesões nos olhos podem provocar cataratas.
Energia elétrica

A duração da exposição é importante.

Quanto maior for o período de exposição, maior será a
quantidade de tecido danificado.

Uma pessoa que fique agarrada a uma fonte de corrente
elétrica pode sofrer queimaduras graves.
Energia elétrica

Por outro lado, quem tenha sido atingido por um raio
raramente sofre queimaduras externas ou internas
graves, porque tudo acontece de forma tão rápida que a
corrente tende a passar por fora do corpo sem provocar
danos importantes nos tecidos internos.

No entanto, o raio pode provocar um curto-circuito no
coração e nos pulmões, chegando a paralisá-los, bem
como a danificar os nervos e o encéfalo.
Energia elétrica

Os sintomas dependem das complexas interações de
todas as características da corrente elétrica.

Um choque de corrente elétrica pode assustar uma
pessoa, derrubá-la ou provocar-lhe fortes contrações
musculares. Qualquer destes efeitos poderão provocar
deslocações, fraturas e contusões. A vítima pode ficar
inconsciente. A respiração e o coração podem paralisar.
O trajeto das queimaduras elétricas pode ser visto como
uma linha claramente traçada sobre a pele e até nos
tecidos internos.
Energia elétrica

Uma corrente de alta voltagem por vezes mata os
tecidos localizados entre os pontos de entrada e de
saída, provocando extensas superfícies de músculo
queimado. Como resultado, perdem-se grandes
quantidades de líquido e de sais (eletrólitos) e, em
certos casos, a tensão arterial baixa perigosamente,
como nas queimaduras graves.

As fibras musculares danificadas libertam mioglobina,
que pode lesar os rins e provocar insuficiência renal.
Energia elétrica

Uma pessoa molhada pode entrar em contacto com uma
corrente elétrica (por exemplo, quando um secador cai
dentro da banheira ou se pisa um charco que está em
contacto com uma linha elétrica subterrânea).

Nestas situações, a resistência da pele reduz-se a tal
ponto que a vítima não se queima, mas pode sofrer uma
paragem cardíaca e morrer se não lhe forem feitas
manobras de reanimação rapidamente.
Energia elétrica

Os raios raramente provocam queimaduras de entrada e
de saída e em poucos casos originam dano muscular ou
mioglobina na urina.

Num primeiro momento pode-se perder a consciência e
até, por vezes, entrar em estado de coma ou então
sofrer confusão temporária, mas estes estados
costumam desaparecer numa questão de horas ou de
dias.

A causa mais freqüente de morte, quando um raio atinge
uma pessoa, é a paralisia do coração e dos pulmões
(paragem cardiorrespiratória).
Energia elétrica

As crianças que, acidentalmente, metem na boca
extremidades de cabos podem sofrer queimaduras na
boca e nos lábios.

Estas queimaduras não só provocam deformações na
cara, como também problemas de crescimento dos
dentes, do maxilar e da cara.
Energia elétrica

A criança deverá ser examinada por um especialista em
ortodontia ou por um estomatologista, bem como por um
cirurgião especialista em queimaduras.

Um perigo adicional é que, quando a crosta se soltar,
ocorra uma grave hemorragia de uma artéria do lábio,
geralmente 7 a 10 dias depois da lesão.
Energias Físicas
Energias Físicas:
1 – Radioativa ou Actínica; raio x, radium,
cobalto, urânio enriquecido, outras formas.
2 – Sonora; a) instantânea (explosão, som de
impacto).
b) contínua (ruído laboral, música
com volumes altos).
Energia física radioativa ou actínica

As lesões causadas pela radiação são o dano
provocado nos tecidos em virtude de uma exposição às
radiações.

Geralmente, a radiação refere-se a ondas ou partículas
de alta energia emitidas por fontes naturais ou artificiais
(geradas pelo homem).
Energia física radioativa ou actínica

As lesões dos tecidos podem ser provocadas
por uma breve exposição a altos valores de
radiação ou então por uma exposição
prolongada a baixos níveis.

Alguns efeitos adversos da radiação duram
pouco tempo. Outros provocam doenças
crônicas.
Energia física radioativa ou actínica

Os primeiros efeitos de doses elevadas tornam-se
óbvios em questão de minutos ou nos dias
posteriores à exposição.

Outros efeitos só são evidentes semanas, meses e
até anos depois.

As mutações do material genético celular dos
órgãos sexuais só se podem tornar evidentes se a
pessoa exposta à radiação tiver filhos. Essas
crianças podem nascer com defeitos genéticos.
Energia física radioativa ou actínica

Escaparam, acidentalmente, grandes quantidades
de radiação das centrais de energia nuclear, como a
de:
-
Three Mile Island, na Pensilvânia (EUA), em 1979, e
-
A de Chernobyl (Ucrânia), em 1986.
-
O acidente de Three Mile Island não provocou uma
grande exposição radioativa.
Energia física radioativa ou actínica
-
De fato, as pessoas que viviam a uma distância
aproximadamente de 1,5 km da central receberam
menos radiação do que a quantidade de raios X que
qualquer pessoa, em média, recebe num ano.
-
No entanto, as pessoas que viviam perto da central de
Chernobyl foram expostas a muito mais radioatividade.
-
Mais de 30 afetados morreram e muitos outros sofreram
ferimentos.
-
A radiação desse acidente chegou à Europa, à Ásia e
aos Estados Unidos.
Energia física radioativa ou actínica

No total, a exposição à radiação gerada por reatores nos
primeiros 40 anos de uso de energia nuclear, excluindo
Chernobyl, provocou 35 exposições graves com 10
mortos, embora nenhum caso tenha sido associado às
centrais nucleares.

Nos países industrializados, os reatores de energia
nuclear devem cumprir estritas medidas governamentais
que limitam a quantidade de material radioativo libertado
a valores extremamente baixos.
Energia física radioativa ou actínica

A radiação mede-se em unidades diferentes.

O roentgen (R) mede a quantidade desta no ar.

O gray (Gy) é a quantidade de energia realmente
absorvida por qualquer tecido ou substância após uma
exposição à radiação.
Energia física radioativa ou actínica

Como alguns tipos de radiação podem afetar
uns organismos biológicos mais do que
outros, para descrever a intensidade dos
efeitos que a radiação produz sobre o corpo,
em quantidades equivalentes de energia
absorvida, utiliza-se o sievert (SV).

Os efeitos prejudiciais da radiação
dependem da quantidade (dose), da duração
e do grau de exposição.
Energia física radioativa ou actínica

Uma única dose rápida de radiação pode ser
mortal, mas a mesma dose total aplicada
num lapso de semanas ou meses pode
provocar efeitos mínimos.

A dose total e o grau de exposição
determinam os efeitos imediatos sobre o
material genético das células.
Energia física radioativa ou actínica

Chama-se dose à quantidade de radiação a que uma
pessoa está exposta durante um determinado período
de tempo.

A dose de radiação ambiental que se torna inevitável é
baixa, cerca de 1 a 2 miligrays (1 miligray equivale a
gray) por ano, e não provoca efeitos detectáveis sobre o
organismo.
Energia física radioativa ou actínica

Por outro lado, os efeitos da radiação são cumulativos,
ou seja, cada exposição é somada às anteriores até
determinar a dose total e o seu provável efeito sobre o
organismo.

Da mesma forma, à medida que aumenta a proporção
da dose ou a dose total, aumenta também a
probabilidade de se produzirem efeitos detectáveis.
Energia física radioativa ou actínica

Os efeitos da radiação também dependem da
percentagem do organismo que é exposto.

Por exemplo, mais de 6 grays costumam provocar a
morte quando a radiação se distribui sobre toda a
superfície corporal.

No entanto, quando se limita a uma área pequena, como
acontece na terapia contra o cancro, é possível aplicar 3
ou 4 vezes esta quantidade sem que se produzam
danos graves no organismo.
Energia física radioativa ou actínica

A distribuição da radiação no corpo também é
importante.

As partes do mesmo em que as células se multiplicam
rapidamente, como o intestino e a medula óssea, são
mais danificadas pela radiação do que os tecidos cujas
células se multiplicam mais lentamente, como os
músculos e os tendões.

Durante a radioterapia contra o cancro, faz-se todo o
possível para proteger as partes mais vulneráveis do
organismo, com o fim de poder utilizar doses mais
elevadas.
Energia física radioativa ou actínica

A exposição à radiação provoca dois tipos de
lesões: agudas (imediatas) e crônicas
(retardadas ou tardias).

A síndrome cerebral é provocada quando a
dose total de radiação é extremamente alta
(mais de 30 grays).
Energia física radioativa ou actínica

Revela-se sempre mortal. Os primeiros
sintomas, náuseas e vômitos, são seguidos
de apatia, sonolência e, em alguns casos,
coma.

Estes sintomas são provocados, muito
provavelmente, pela inflamação do tecido
cerebral. Em poucas horas dão-se
estremecimentos (tremores), convulsões,
incapacidade para andar e, finalmente, a
morte.
Energia física radioativa ou actínica

A síndrome gastrointestinal produz-se a partir de
doses menores de radiação, mas também igualmente
altas (4 grays ou mais).

Os sintomas consistem em náuseas, vômitos e diarreias
graves, que provocam grande desidratação.

Inicialmente, a síndrome é provocada pela morte das
células que revestem o trato gastrointestinal (mucosa).
Energia física radioativa ou actínica

Os sintomas persistem devido ao desprendimento
progressivo do revestimento mucoso e ao
desenvolvimento de infecções bacterianas. Finalmente,
as células que absorvem nutrientes ficam
completamente destruídas e produz-se perda de sangue
na zona lesionada, para o interior do intestino,
normalmente em grandes quantidades.

Entre 4 e 6 dias depois da exposição à radiação podem
crescer novas células. Mas, mesmo que assim seja, as
vítimas que sofrem desta síndrome provavelmente
morrerão em virtude de uma insuficiência da medula
óssea, entre 2 e 3 semanas mais tarde.
Energia física radioativa ou actínica

A síndrome hematopoiética afeta a medula óssea, o
baço e os gânglios linfáticos, que são os principais
centros de produção de células sanguíneas
(hematopoiese).

Manifesta-se depois de uma exposição de 2 a 10 grays
de radiação e começa com perda de apetite (anorexia),
apatia, náuseas e vômitos.

Estes sintomas são mais graves ao fim de 6 a 12 horas
depois da exposição e podem regredir completamente
entre 24 e 36 horas mais tarde.
Energia física radioativa ou actínica

Durante este período em que não há sintomas, as
células produtoras de sangue localizadas nos gânglios
linfáticos, no baço e na medula óssea começam a
desgastar-se, a diminuir e não se formam de novo, o
que implica uma grave carência de glóbulos brancos e
vermelhos.

A falta de glóbulos brancos (que combatem as
infecções) costuma provocar infecções graves.

Se a dose total de radiação for de mais de 6 grays, as
insuficiências hematopoiéticas e gastrointestinais
costumam ser mortais.
Energia física radioativa ou actínica

A síndrome radioativa de tipo agudo verifica-se numa
pequena proporção de doentes depois de um tratamento
com radiação (radioterapia), especialmente se tiver sido
aplicada sobre o abdômen.

Os sintomas compreendem náuseas, vômitos, diarreia,
perda de apetite, dor de cabeça, sensação de mal-estar
geral e um ritmo cardíaco acelerado (taquicardia).

Costumam regredir num lapso de horas ou de poucos
dias. Não se conhece com rigor a causa desta
síndrome.
Energia física radioativa ou actínica

Uma exposição prolongada ou repetida a baixas doses
de radiação proveniente de implantes radioativos ou de
fontes externas pode provocar a interrupção dos
períodos menstruais (amenorreia), bem como uma
menor fertilidade tanto nos homens como nas mulheres.

Também pode aparecer um menor impulso sexual
(líbido), cataratas e uma diminuição na quantidade de
glóbulos vermelhos (anemia), glóbulos brancos
(leucopenia) e plaquetas (trombocitopenia).
Energia física radioativa ou actínica

As doses muito elevadas aplicadas sobre zonas
limitadas do corpo provocam a queda do cabelo,
enfraquecimento da pele e formação de feridas abertas
(úlceras), calos e veias aracniformes (pequenas áreas
avermelhadas que contêm vasos sanguíneos dilatados
que se encontram sob a pele, ou aranhas vasculares).

Com o tempo, este tipo de exposições pode provocar
cancro de células escamosas (uma variedade de
cancro).

Anos depois da ingestão de certos compostos
radioativos, como os sais de rádio, podem formar-se
tumores ósseos.
Energia física radioativa ou actínica

Em alguns casos, certo tempo depois de concluída a
radioterapia contra o cancro, produzem-se graves
lesões nos órgãos que estiveram expostos à mesma.

A função renal pode ser alterada após um período
(período latente) de 6 meses a 1 ano depois de uma
exposição a doses de radiação extremamente altas.
Também pode surgir anemia e um aumento da (pressão)
tensão arterial.
Energia física radioativa ou actínica

Nos músculos, a acumulação de grandes doses pode
provocar uma doença dolorosa que inclui debilitamento
muscular (atrofia) e a formação de depósitos de cálcio.

Poucas vezes estas alterações provocam tumores
musculares malignos.

A radiação aplicada sobre os tumores pulmonares pode
provocar inflamação dos mesmos (pneumonite
radioactiva) e uma grande dose provocará graves
cicatrizações (fibrose) no tecido pulmonar, o que pode
ser mortal.
Energia física radioativa ou actínica

O coração e o seu revestimento (pericárdio) podem
inflamar-se depois de uma radiação extensa sobre o
esterno e o tórax.

Grandes doses acumuladas sobre a coluna dorsal
podem provocar uma lesão gravíssima, que pode
acabar em paralisia.

A radiação sobre o abdômen (contra o cancro dos
gânglios linfáticos, dos testículos ou dos ovários) pode
provocar úlceras crônicas, cicatrização e perfuração
intestinal.
Energia física radioativa ou actínica

A radiação altera o material genético das células que se
multiplicam.

Nas células que não pertencem ao sistema reprodutor,
estas alterações podem provocar anomalias no
crescimento celular, como cancro ou cataratas.
Energia física radioativa ou actínica

Quando os ovários e os testículos são expostos à
radiação, a possibilidade de a descendência ter
anomalias genéticas (mutações) aumenta nos animais
de laboratório, mas este efeito ainda não foi
devidamente comprovado nos seres humanos.

Alguns investigadores afirmam que a radiação é
inofensiva abaixo de determinada dose (limiar),
enquanto outros opinam o contrário e pensam que
qualquer índice de radiação sobre os ovários ou os
testículos pode ser prejudicial.
Energia física radioativa ou actínica

Como todavia não há dados definitivos a este respeito, a
maioria das autoridades sanitárias recomendam que a
exposição à radiação médica e laboral não ultrapasse
um determinado nível.

Em qualquer caso, a possibilidade de contrair doenças
ou mutações genéticas relacionadas com a radiação é
estimada em 1 entre 100 por cada gray de exposição e
cada pessoa recebe só uma média de 0,001 grays de
radiação por ano.
Energia física radioativa ou actínica

Quando se manifesta a síndrome (encefálica) cerebral
ou gastrointestinal, o diagnóstico é claro e o prognóstico
pouco animador. A síndrome cerebral é mortal num
período de tempo que varia entre horas e poucos dias.

A síndrome gastrointestinal, geralmente, é mortal num
lapso de 3 a 10 dias, apesar de algumas pessoas
sobreviverem algumas semanas.
Energia física radioativa ou actínica

A síndrome hematopoiética costuma causar
a morte em períodos de 8 a 50 dias. A morte
pode ser provocada por uma infecção grave
num lapso de 2 a 4 semanas ou por uma
abundante perda de sangue (hemorragia) de
3 a 6 semanas após a exposição.
Energia física radioativa ou actínica

O diagnóstico de lesões crônicas por
radiação é difícil ou impossível se se
desconhecer ou se passar por alto a origem
da exposição.

Se se suspeitar que existe uma lesão por
radiação, investiga-se possíveis exposições
laborais, consultando porventura os arquivos
das instituições estatais ou governamentais
que mantenham registros das exposições
radioativas.
Energia física radioativa ou actínica

Podemos examinar periodicamente os
cromossomas, que contêm o material
genético celular, em busca de determinadas
anomalias que costumam ocorrer depois de
uma significativa exposição radioactiva.

No entanto, os resultados destes exames
não costumam ser concludentes.

Se os olhos tiverem estado expostos à
radiação, devem ser examinados
periodicamente em busca de cataratas.
Energias Físicas
1 – Térmica:
a) frio (geladura).
b) calor (queimadura, intermação,
insolação).
Lesões produzidas pelo frio

A temperatura corporal baixa quando a pele é exposta a
um ambiente mais frio;

Quando aumenta a perda de calor;

Quando o sangue não pode fluir com normalidade ou,

Quando diminui o fornecimento de alimentos e de
oxigênio.
Lesões produzidas pelo frio

O risco de sofrer lesões pelo frio aumenta
quando a nutrição é inadequada ou a
quantidade de oxigênio é insuficiente, como
ocorre nas grandes altitudes.

As lesões que o frio provoca, normalmente,
não se manifestam, nem sequer em climas
extremamente frios, se a pele, os dedos das
mãos e dos pés, as orelhas e o nariz
estiverem bem protegidos e não ficarem
expostos ao ar durante muito tempo.
Lesões produzidas pelo frio

Quando a exposição é mais prolongada, o organismo
estreita automaticamente os pequenos vasos
sanguíneos da pele e dos dedos das mãos e dos pés,
das orelhas e do nariz para canalizar mais sangue para
os órgãos vitais como o coração e o encéfalo.

No entanto, esta medida de autoproteção tem um preço:
como estas partes do corpo recebem menos sangue
quente, arrefecem com maior rapidez.
Lesões produzidas pelo frio

As lesões provocadas pelo frio compreendem:
-
A hipotermia, situação em que todo o corpo arrefece,
atingindo temperaturas potencialmente perigosas;
-
O congelamento parcial, ou seja, quando partes do
corpo ficam superficialmente danificadas;
-
O congelamento, em que alguns tecidos corporais
ficam completamente destruídos.
Lesões produzidas pelo frio
-
A excessiva exposição ao frio também
provoca frieiras e pé-de-imersão.

A Hipotermia costuma ser tão gradual e
subtil que tanto a vítima como os outros não
se apercebem do que está a suceder.
Lesões produzidas pelo frio

Os movimentos tornam-se lentos e entorpecidos, o
tempo de reação é mais lento, a mente turva-se, a
pessoa não pensa com clareza e tem alucinações.

Quem sofre hipotermia pode cair, andar sem destino fixo
ou, simplesmente, deitar-se para descansar e até
morrer.

Se a pessoa se encontrar na água, move-se com
dificuldade, pouco depois desiste e, finalmente, afogase.
Lesões produzidas pelo frio

O congelamento parcial é uma lesão provocada pelo
frio em que algumas partes da pele congelam, mas não
ficam danificadas de forma irreversível.

Neste caso, as zonas da pele congeladas tornam-se
brancas e duras, posteriormente incham e provocam
dor.

Depois, a pele pode cair, como acontece depois de uma
queimadura do sol, e tanto as orelhas como as
bochechas podem ficar sensíveis ao frio durante meses
ou anos, mesmo que não apresentem lesões evidentes.
Lesões produzidas pelo frio

O único tratamento que pode ser aplicado neste tipo de
situação consiste em aquecer a zona durante alguns
minutos, a menos que ela esteja gravemente congelada.

Nestes casos, o tratamento é o mesmo que para o
congelamento.
Lesões produzidas pelo frio

O Congelamento é uma lesão provocada pelo frio em
que uma ou mais partes do corpo ficam
permanentemente danificadas.

É mais provável que o congelamento afete quem tem
circulação deficiente devido à arteriosclerose
(espessamento e endurecimento das paredes arteriais),
a espasmo (que pode ser provocado pelo tabagismo,
por alguns problemas neurológicos e por determinados
medicamentos) ou à dificuldade do fluxo sanguíneo por
compressão provocada por botas ou luvas demasiado
apertadas.

As mãos e os pés expostos ao frio são mais vulneráveis.
Lesões produzidas pelo frio

O dano que o congelamento provoca deve-se a uma
combinação de fluxo sanguíneo reduzido com a
formação de cristais de gelo nos tecidos.

Quando a pele congela, adquire uma cor avermelhada,
incha e provoca dor, até que finalmente se torna negra.

As células das zonas congeladas morrem. Dependendo
da intensidade do congelamento, o tecido afetado pode
chegar a recuperar ou gangrenar.
Lesões produzidas pelo frio

As frieiras (também por vezes chamadas pérnios),
são sensações dolorosas de frio ou de queimadura
em partes do corpo que tenham estado congeladas.

Aparecem depois de uma exposição ao frio, mesmo
que não tenha sido muito intensa.

As frieiras são difíceis de tratar e persistem durante
anos.
Lesões produzidas pelo frio

O pé-de-imersão (ou pé-de-trincheira) é uma lesão
provocada pelo frio que acontece quando um pé
permanece húmido, envolto em meias ou botas e frio
durante vários dias.

O pé torna-se pálido, húmido e frio, e a circulação
diminui.
Lesões produzidas pelo frio

Se o pé-de-imersão não for tratado, pode produzir-se
uma infecção.

O tratamento consiste em aquecer, secar e limpar
suavemente o pé. É aconselhável mantê-lo elevado.
Deverão ser administrados antibióticos e,
eventualmente, uma dose de reforço da vacina
antitetânica. Por vezes, embora raramente, este tipo de
lesões ocorre nas mãos.
Energias físicas térmicas - calor

O corpo costuma ser capaz de manter a sua
temperatura dentro de uma margem estreita, quer seja
num clima temperado, quer num clima frio, mediante a
sudação, com alterações na respiração, variando o fluxo
sanguíneo que chega à pele e aos órgãos internos.

No entanto, uma exposição excessiva a altas
temperaturas pode provocar alterações, como
esgotamento por calor, golpe de calor (insolação) e
cãibras, intermação e queimadura.
Energias físicas térmicas - calor

O risco de sofrer de uma destas alterações provocadas
pelo calor aumenta com a humidade elevada, que
diminui o efeito refrescante da sudação, e com o
exercício físico prolongado e esgotante, que aumenta a
quantidade de calor que os músculos produzem.

Os idosos, as pessoas muito obesas e os alcoólicos
crônicos são especialmente vulneráveis às alterações
do calor, tal como os que ingerem determinados
medicamentos, como anti-histamínicos, fármacos
antipsicóticos, álcool e cocaína.
Energias físicas térmicas – calor - prostração

A prostração provocada pelo calor é um processo
devido a uma exposição ao calor durante várias horas,
na qual a perda excessiva de líquidos provocada pela
sudação causa fadiga, queda da pressão (tensão)
arterial e, por vezes, um colapso.

A exposição a altas temperaturas pode provocar perda
de líquidos através da sudação, sobretudo durante a
atividade física ou o exercício.
Energias físicas térmicas – calor - prostração

Juntamente com os líquidos, perdem-se sais
(eletrólitos), o que altera a circulação e o funcionamento
do encéfalo.

Como resultado, pode verificar-se prostração. A
prostração causada pelo calor parece uma situação
grave, mas, na realidade, raramente o é.
Energias físicas térmicas – calor - prostração

Os principais sintomas são o aumento da fadiga,
debilidade, ansiedade e sudação excessiva.

A pessoa pode sentir que desmaia estando em pé
porque o sangue se acumula (armazena-se) nos vasos
sanguíneos das pernas, que se dilatam com o calor.

O batimento cardíaco (ritmo) torna-se mais lento e fraco,
a pele arrefece, empalidece e toma um aspecto húmido
e viscoso e o indivíduo afetado fica confuso.
Energias físicas térmicas – calor - prostração

A perda de líquidos reduz o volume de sangue, faz
descer a tensão arterial e pode provocar um colapso ou
desmaio.

Geralmente, a prostração provocada pelo calor é
diagnosticada com base nos sintomas.
Energias físicas térmicas – calor - insolação

O golpe de calor- insolação é uma doença que pode
pôr a vida em perigo, que deriva de uma prolongada
exposição ao calor e na qual uma pessoa não pode suar
o suficiente para fazer descer a sua temperatura
corporal.

Esta doença costuma desenvolver-se rapidamente e
requer um tratamento intensivo e imediato.
Energias físicas térmicas – calor - insolação

Se uma pessoa estiver desidratada e não puder suar o
suficiente para arrefecer o seu corpo, a temperatura
corporal pode atingir níveis perigosamente elevados e
provocar um golpe de calor.

Certas doenças, como a esclerodermia e a fibrose
quística, diminuem a capacidade de sudação e,
consequentemente, aumentam o risco de ocorrer um
golpe de calor.
Energias físicas térmicas – calor - insolação

A pele fica quente, avermelhada e geralmente seca.

O ritmo cardíaco acelera-se e depressa pode atingir as
160 ou 180 pulsações por minuto, em vez do índice
normal de 60 a 100 pulsações por minuto.

O ritmo respiratório aumenta, mas a tensão arterial
raramente varia.

A temperatura corporal, que deverá ser medida no reto,
rapidamente ascende a 40º ou 41ºC, provocando uma
sensação de fogo interior.

A pessoa pode sentir-se desorientada e confusa, perder
rapidamente a consciência ou ter convulsões.
Energias físicas térmicas – calor - insolação

O golpe de calor - insolação pode provocar alterações
permanentes ou a morte se não for tratado de imediato.

Uma temperatura de 41ºC é muito grave e uma
temperatura de apenas 1º mais costuma ser mortal.

Rapidamente poderá verificar-se uma lesão permanente
nos órgãos internos, como o encéfalo, chegando muitas
vezes a ser fatal.

Os idosos e quem sofre de uma doença debilitante,
incluindo os alcoólicos, tendem a ser os mais
prejudicados. Geralmente, o diagnóstico de golpe de
calor baseia-se nos sintomas.
Energias físicas térmicas – calor - cãibras

Estas cãibras são espasmos musculares graves que
ocorrem depois de se suar excessivamente ao
desenvolver uma atividade física intensa em condições
de calor extremo.

Estas cãibras são provocadas por uma perda excessiva
de líquidos e de sais (eletrólitos) como o sódio, o
potássio e o magnésio, devida a uma sudação intensa,
tal como acontece durante a prática de uma atividade
física extenuante.
Energias físicas térmicas – calor - cãibras

As cãibras provocadas pelo calor são muito comuns
entre os trabalhadores manuais, como o pessoal das
casas das máquinas, os ferreiros e os mineiros.

O excesso de proteção, como o vestuário que os
alpinistas ou os esquiadores usam, pode ocultar uma
grande sudação.
Energias físicas térmicas – calor - cãibras

Este tipo de cãibras costuma começar inesperadamente
nas mãos, nas barrigas das pernas ou nos pés.

Costumam ser dolorosas e impedem os movimentos. Os
músculos endurecem, ficam tensos e torna-se difícil
descontraí-los.

As cãibras provocadas pelo calor podem ser evitadas ou
tratadas consumindo bebidas ou alimentos que
contenham sal.
Energias físicas térmicas – calor - cãibras

Em casos excepcionais a pessoa afetada deve receber
líquidos e sais por via endovenosa.

Os comprimidos de sal podem ajudar a evitá-las, mas,
normalmente, provocam queixas no estômago.

Há que ter em conta que, se se consumir sal em
excesso, pode provocar-se uma retenção de líquidos
(edema).
Energias físicas térmicas – calor
A antiga classificação das queimaduras
1º grau (eritema, rubor).
2 – 2º grau (flictema - bolha – líquido seroso
com proteína e cloretos – sinal de Chambert
positivo).
Energias físicas térmicas – calor
3º grau (escarificação – necrose – cicatrizes
que podem produzir danos deformantes e/ou
perturbações funcionais).
4º grau (Carbonização):
a) superficial – e assim um isolante tanto
térmico quanto elétrico.
b) profunda.
Energias físicas térmicas – calor
Modernamente as queimaduras são classificadas em:
1 – Superficiais: hiperemia, na área atingida pelo agente
térmico que traz pouca energia ou estabelece contato
fugaz. Destrói somente as células mais superficiais da
epiderme.
(a hiperemia some à compressão e retorna quando se
desfaz a pressão).
Energias físicas térmicas – calor
2 – Parciais: comprometem toda a epiderme e a superfície
da derme, mas poupam os anexos cutâneos – matriz
dos pêlos e os ácinos das glândulas sebáceas e
sudoríparas.
Dividem-se em:
a) superficiais – destroem a epiderme até a camada basal,
formando bolhas. A seqüela é o distúrbio da
pigmentação do local.
b) profundas – destroem a epiderme e suas terminações
nervosas, a derme superficial e parte da derme
profunda. Não atingem os anexos e a hipoderme. A
seqüela é o quelóide.
Energias físicas térmicas – calor
3 – Totais: destroem todos os planos da pele, os
anexos cutâneos e a vascularização.
- As lesões são pálidas, com aspecto e
consistência semelhante a couro e não exsudam
pelo fechamento da rede vascular profunda.
- Atingem, além da gordura, a musculatura. São
insensíveis.
- A seqüela são escaras com tecido necrótico,
cicatrizes deformantes.
- Quase sempre necessitam de reabilitação.
Energias físicas térmicas – calor
- A gravidade das queimaduras depende de vários
fatores: extensão, profundidade, localização, idade
da vítima e agente causal.
- Para a Associação Americana de Queimaduras:
discreta, moderada e grave.
- A área de uma das mãos estendidas corresponde a
0,8% da superfície corporal (Perry et al. 1996),
acabando com a controvérsia entre autores de 1 a
2,5%.
Energias físicas térmicas – calor
-
A morte das células libera substâncias que
fazem desencadear a resposta inflamatória:
endotelina, histamina, bradicinina,
serotonina, prostaglandinas, catecolaminas,
vasopressina, monóxido de nitrogênio e
citocinas.
- A reação local às queimaduras tem uma
vertente vascular e outra celular
dependentes dos mediadores químicos.
Energias físicas térmicas – calor
O estado físico do agente:
A forma e a distribuição das lesões pode até identificar
o agente.
Fogo:
1- Pêlos - extremidade distal retorcida e friável,
aspecto e cheiro característico – encrespados ou
crestados.
2- Roupas – a propagação da carbonização,
faz-se de baixo para cima. Conforme o tecido pode
agravar as lesões da chama inicial (combustível
rápido).
Energias físicas térmicas – calor
FOGO: é a causa mais freqüente de queimaduras
graves em mulheres idosas e adultos.
GASES OU VAPORES: muito aquecidos, mas não
inflamados.
 As lesões (queimaduras) podem ser parciais e
profundas
 As lesões (queimaduras) ocorrem nas partes
desnudas do corpo.
 Acidentes com panelas de pressão, autoclaves,
saunas como exemplos.
Energias físicas térmicas – calor
- A morte depende do agente térmico e dos fatores
pessoais.
- A causa mais precoce de morte é a intoxicação por
monóxido de carbono (a concentração chega a
517.400 ppm nos locais fechados e em locais
abertos a 35.700 ppm – partes por milhão),
cianetos, etc. fruto da combustão dos materiais
presentes no ambiente.
- Baixa concentração de O2 pela combustão de
materiais. Alta concentração de carboxiemoglobina
acima de 50%.
- Espasmo dos bronquíolos em decorrência da ação
irritante das substâncias inaladas.
Energias físicas térmicas – calor
- Juntamente com os gases tóxicos são aspirados
partículas de carvão, fuligem, cinza que podem ser
vistas na necropsia com a abertura da árvore
respiratória e no conteúdo gástrico.
- Apesar do grau avançado de destruição superficial,
na maioria das vezes, as vísceras mostram-se bem
preservadas e passíveis de serem examinadas sem
dificuldade.
Energias físicas térmicas – calor
- As fraturas ósseas por ação do calor não podem ser
vistas como produzidas por ação contundente.
- As fraturas do crânio pela ação do fogo, pela ruptura
de veias da dura-máter costumam produzir
hematoma intracraniano, no setor epidural após a
morte.
- O encéfalo ferve. O sangue vai para as meninges.
Pela retração da dura-máter os vasos de drenagem
rompem-se, podendo colecionar inclusive no
espaço subdural.
Energias físicas térmicas – calor
- Nas primeiras 24 horas – desidratação > alterações
hemodinâmicas (choque) >insuficiência renal
(necrose tubular aguda) > pulmão de choque.
- À necropsia é comum o grande aumento de peso
dos pulmões. De cor vermelho-vinhosa e sem
crepitação à palpação.
- Exame microscópico após as 48 horas:
a) depósito de membranas hialinas sobre as
paredes septais.
b) obliteração de pequenos vasos por trombos
de fibrina.
Energias físicas térmicas – calor
- Cerca de 75% dos grandes queimados morre de
infecção generalizada (sepse).
- Ainda hoje considerada por muitos (inclusive KriseK)
como inevitável a ocorrência de infecções (bons
resultados pela intervenção cirúrgica precoce e
mais agressiva).
- A eliminação nos mecanismos de defesa –
queratinização e descamação das células
superficiais, produção de substâncias lipídicas
antibacterianas e concorrência da flora normal –
favorecem as infecções.
Energias físicas térmicas – calor
Líquidos Escaldantes:
1 – costumam produzir queimaduras descendentes
(gravidade).
2 – lesão de maior intensidade em plano superior com
relação ao solo.
3 – lesões características de vítimas dormindo.
4 – crianças em acidentes domésticos e no banho
(nádegas, genitália e pés). (negligência, pelo
E.C.A.).
Energias físicas térmicas – calor
Da Perícia:
- A perícia em queimadura pode ser feita em pessoas
vivas e em cadáveres.
- O diagnóstico da reação vital diz respeito apenas à
necropsia forense.
- Lesão dolosa tem importância na caracterização de
certos itens dos parágrafos primeiro e segundo do
artigo 129 do Código Penal (lesões corporais) e, na
aplicação da pena.
Energias físicas térmicas – calor
Da Perícia:
- Como possibilidades, temos a caracterização do
perigo de vida, a redução da capacidade funcional
de um membro, a incapacidade por mais de 30 dias
para as ocupações habituais ou a deformidade
permanente.
- Para fins civis, a quantificação de dano para efeito
de indenização, seja o crime doloso ou culposo.
Energias físicas térmicas – calor
- Queimaduras de face > dano estético de
vulto.
- Queimaduras das mãos e dos pés >
comprometer tendões formando aderências
> redução da função.
- Queimaduras na genitália > impotência
instrumental no homem. Assim mesmo
podemos determinar o sexo do cadáver pelo
achado do útero ou da próstata.
Energias físicas térmicas – calor
- Pielonefrite aguda pela infecção ascendente
das vias urinárias.
- Queimaduras profundas que interessam toda
a circunferência de um segmento queimaduras circunferências – (ex. tórax e
pescoço). > síndrome compartimental >
cirurgia (escarotomia).
Energias físicas térmicas – calor
- Contudo o exame dos dentes pelo
odontolegista é o melhor processo de
identificação.
- Nas carbonizações podemos recorrer ao
exame radiológico do esqueleto (calos
ósseos de fraturas antigas, a forma dos seios
paranasais, principalmente os frontais).
Energias físicas térmicas – calor
Causa jurídica das queimaduras:
- A maior causa (1ª) os acidentes (no lar com crianças
e idosos).
- Hábito de fumar com o dispositivo para acendê-lo
(idosos) – exame de nicotina na urina. (30% das
mortes nos EUA)
- Pessoas embriagadas e drogadas aumentam o risco
de acidentes pelo fogo. (coordenação muito
diminuída).
- Auto lesões pelos agentes térmicos não é comum.
Energias físicas térmicas – calor
Causa jurídica das queimaduras:
- As lesões criminosas como a tortura, o castigo
corporal (mulheres e crianças) são comuns.
- A 2ª maior causa de morte pela ação térmica direta é
o suicídio.
- O homicídio por ação térmica já foi mais raro
(excluindo, quando as pessoas são mortas
inicialmente por outros meios).
- Incêndios criminosos: para fraudar seguros; por
vingança; por irresponsabilidade de piromaníacos;
para ocultar crime.
Energias físicas térmicas – calor
Diagnóstico da reação vital:
- Reação inflamatória;
- As bolhas das queimaduras parciais
aparecem em menos de uma (1) hora;
- Dosagem de monóxido de carbono no sangue
(teores de carboxiemoglobina acima de
50%).
- Produção de outros produtos tóxicos (ex. os
cianetos.
Energias físicas térmicas – calor
- Aspiração de gases tóxicos (partículas de carvão,
fuligem, cinza – vistas pela abertura das vias
respiratórias).
- A quantidade de calor e o tempo exigido para a
cremação de um corpo, nunca são conseguidos em
incêndios, agressões e nas dissimulações de
homicídios.
- A face do corpo voltada para baixo fica bem
preservada.
- A queimadura com microondas que esquenta os
tecidos que contem mais água. (mais pele e
músculo e menos gordura).
Energias físicas térmicas – frio
- Diz-se que há hipotermia quando a Tc (temperatura
central –medida preferencialmente no esôfago e se
não no reto) cai abaixo dos 35ºC.
- A hipotermia costuma dividir-se em:
1- leve (35 a 32ºC);
2- moderada (32 a 28ºC);
3- grave (< 28ºC).
- Para alguns autores;
4- profunda (20 a10ºC);
5- muito profunda (10 a 5ºC);
6- ultraprofunda (< 5ºC).
Energias físicas térmicas – frio
- Não há lesões patognomônicas da
hipotermia.
- A causa jurídica mais comum é o acidente.
- Podem ocorrer crimes dolosos como:
abandono de incapaz ao relento, no frio.
- Crimes culposos relacionados com atividade
terapêutica clínica ou cirúrgica.
- Raramente o suicídio por expor-se
deliberadamente ao frio ambiental.
Energias físicas térmicas – frio
-
-
-
Na água a temperatura de 2,5 a 12ºC, após 2
horas de contato em média a morte ocorre.
A hipotermia é produzida de forma muito
mais rápida em contato com a água gelada.
Os segmentos mais atingidos pela lesão são
as mãos e os pés – 90% dos casos. Se bem
protegidos a maior incidência migra para as
orelhas, o nariz e as regiões malares.
Energias físicas térmicas – frio
- As geladuras devem ser avaliadas somente
após o descongelamento.
- As geladuras podem ser classificadas em
superficiais e profundas ou em quatro graus:
1º grau – pele de consistência aumentada
e com área pálida.
2º grau – edema e bolhas com conteúdo
límpido e cristalino.
Energias físicas térmicas – frio
-
As geladuras podem ser classificadas em
quatro graus:
3º grau – pele de consistência de uma
placa endurecida e bolha com conteúdo
hemorrágico.
4º grau – necrose do segmento afetado e
trombose arterial.
Energias físicas térmicas – frio
-
Provenientes de acidentes, a maioria das
lesões está mais ligada às ações de
ressarcimento de dano, indenizações por
acidentes de trabalho.
- O diagnóstico da gravidade depende da
evolução.
Energias físicas térmicas – frio
-
Faz-se necessário pesquisar a existência de
incapacidade por amputação de segmentos,
ou deficiências residuais motoras, sensitivas
ou psíquicas.
-
Tem sido referidas alterações de
enrijecimento articular e áreas de
desmineralização e destruição óssea nos
segmentos comprometidos.
Energia Física Elétrica Industrial
- As lesões causadas pela eletricidade industrial
chamamos de eletroplessão.
- Nos acidentes de alta tensão: parada
respiratória central; parada cardíaca em
assistolia; hemorragia tardia.
- Nos acidentes de baixa tensão: fibrilação
ventricular; parada respiratória periférica.
Energia Física Elétrica Industrial - Eletroplessão

Síndrome desencadeada pela eletricidade artificial.
As lesões localizadas mais simples são:

Marca elétrica de Jellinek: lesão esbranquiçada e
dura, mumificada, com a forma do eletroduto (fio,
plug), com centro encovado e bordas elevadas.

Metalização ou Salpicos metálicos: marcas com
destaque da pele e metal do eletroduto fundido no
fundo das mesmas.
Energia Física Elétrica Industrial - Eletroplessão

Efeito Joule: transformação da energia elétrica em
térmica, podendo dar queimaduras de 1º, 2º e 3º graus.

Oftalmia elétrica: com formação de cataratas.

Lesões nervosas: neurites, parestesias, atrofias
musculares, paralisias.

Lesões vasculares: fragilidade vascular.

Lesões ósseas: formação de pérolas de fosfato de
cálcio.
Energia Física Elétrica
ELETROCUSSÃO
 Ação sistêmica ou letal da energia elétrica artificial.
FULGURAÇÃO
 Lesões localizadas, não letais, produzidas pela
eletricidade cósmica ou queraurano gráfica, sendo a
mais característica o: Sinal de Lichtenberg de aspecto
arboriforme (em "folha de samambaia"), resultante da
paralisia vascular ou da difusão elétrica pela pele.
FULMINAÇÃO
 Lesões sistêmicas ou letais produzidas pela eletricidade
cósmica ou queraurano gráfica
Energia Física Elétrica Industrial
Causa Jurídica da morte:
-
Acidentes > infortúnios no trabalho.
-
Acidentes > que se confundem com suicídios > práticas
eróticas.
-
Cadeira elétrica > modo de execução da pena capital.
-
Prática da tortura (crime hediondo) > regiões sensíveis
do organismo (úmidas = baixa resistência, corrente mais
intensa).
Energia Física Elétrica Industrial
Perícia:
- Constatar incapacidades e estabelecer o nexo causal
com o acidente.
- Nos acidentes de alta tensão, as lesões são extensas e
inconfundíveis.
- Nos acidentes de baixa voltagem pode haver dificuldades
diagnósticas nas necropsias.
- Fragmentos de epiderme colados ao condutor que
eletrocutou a vítima.
Energia Física Elétrica Natural
- A ação não letal da eletricidade natural sobre o organismo
é chamada de fulguração.
- Alguns autores chamam de fulminação, ação letal da
eletricidade natural – fulminar é lançar raios, coriscos.
Perícia:
- Mau estado das vestes e lesões por ação contundente
podem trazer suspeitas.
- Sinais gerais de asfixia.
Energia Física Elétrica
Lesões produzidas pelo efeito joule da corrente e pela
ação luminosa dos arcos voltaicos, que podem persistir:
- Surdez
- Catarata tardia (redução progressiva da transparência do
cristalino).
- Lesões do epitélio da córnea - ceratite (conseqüência dos
raios UV).
Energias químicas

Também denominadas queimaduras por cáusticos,
nome de todas as substâncias químicas que provocam
desorganização ou necrose dos tecidos.

Em Medicina Legal, distinguem-se as substâncias
químicas pelo efeito, em geral escaras:
EFEITO DESIDRATANTE:
 ácido sulfúrico (vitríolo ou azeite de vitríolo), escara
roxa a preta, dura;

cal virgem, soda em escamas, potassa em escamas,
escara vermelha a branca.
Energias químicas
EFEITO OXIDANTE:
 ácido nítrico, escaras amarelas;
 ácido clorídrico, escaras cinza a roxas;
 ácido fênico, escaras esbranquiçadas;
 ácido crômico, nitrato de prata, escaras marrom
escuro a pretas.
EFEITO FLUIDIFICANTE:
 soda cáustica, em solução;
 ácido acético, amoníaco - formam escaras moles e
úmidas, de esbranquiçadas a amareladas.
Energias químicas
EFEITO COAGULANTE:
 sais de mercúrio, zinco, cobre, chumbo - coagulam
as proteínas, em geral lesões esbranquiçadas
EFEITO IRRITANTE:
 gases bélicos (iperita, lewisita) - liberam ácido clorídrico
intrahístico (dentro dos próprios tecidos).
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Causa jurídica das queimaduras