AMOR
43
LIA ORTIZ
AMOR 43
1ª Edição
São José dos Campos
Lia Ortiz de Carvalho
2014
1
Para todos aqueles
que escolheram e
estão esperarando.
2
Sumário
Nota da autora pg 3
Amor 43 pg 4
Crédito das fotos pg 96
Material complementa pg 99
3
Nota da autora
Este livro conta a história fictícia de um casal que encontram-se em uma
igreja evangélica, se aproximam, tornam-se amigos até que percebem que
há algo a mais entre eles.
A partir de então começam um processo junto a seus líderes da igreja e
chegam até o altar sem nenhum envolvimento sexual. Eles escolheram
esperar a noite de núpcias para desfrutarem da relação sexual abençoada por
Deus no casamento.
Como autora, escrevi este livro de forma leve e engraçada para que os
leitores entendam que há como esperar com alegria.
Em minha experiência de vida, antes de me tornar seguidora de Jesus e
procurar vivenciar a Bíblia em minha vida, eu já havia tido relacionamentos
onde o sexo esteve presente.
Em nenhum de meus namoros me senti realizada nesta área pois, no fundo,
minha vontade sempre foi me casar cedo para ter muitos filhos. Cuidar da
casa, marido e das crianças.
Mas, isso não aconteceu.
Em meu último namoro, noiva já, engravidei antes do casamento. O peso de
me casar por estar grávida e a dúvida se, mesmo noiva, aquele era o cara
certo para que eu passasse o resto de minha vida, fizeram com que eu
decidisse não me casar e criar meu filho sozinha.
Muitos criticaram minha decisão, outros apoiaram mas, eu acreditava que
um casamento sem amor não seria a solução para uma gravidez, nem para a
felicidade de meu bebê. Foi uma decisão difícil.
Bem, de certa forma percebi após o nascimento daquele que chamo “o
presente surpresa que Deus me deu, meu filho”, pude entender que fiz a
escolha certa.
O pai de meu lindo garoto o registrou, casou-se 6 meses depois, teve outros
filhos e, só apareceu para conhecer o meu menino quando ele já estava com
9 anos. Depois se viram rapidamente mais uma vez.
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A falta que um pai fez e faz para o meu garoto me fez ter ainda mais
convicção de que quando Deus aconselha que o sexo seja feito dentro do
casamento, é por puro amor que ele tem por nós e pela família.
A família é muito importante para Deus e muito amada por ele.
E, como eu, se você que me lê já teve relações sexuais antes de se converter,
gostaria de lhe dar uma palavra:
Deus faz tudo novo. Ele te lava de tudo o que ficou para trás. Ele te dá uma
nova chance de começar tudo novo, de novo, do jeito dele. Um novo rumo,
uma nova vida.
Eu creio que mesmo nós que antes de Cristo não esperamos, hoje podemos
sim, esperar a pessoa certa, o momento certo, abençoado por Deus através
do casamento.
Creia: Deus ainda irá te surpreender! Espere Nele!
Boa Leitura!
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Capítulo 1 - Na corda bamba
Mais um dia se passou e tenho me mantido firme (como prego na areia) em
persistir no sonho de encontrar o meu amado.
Mas, uma coisa estranha começou a acontecer: eu passei a perceber os
homens a minha volta e isso já me deixou apavorada como uma moça em
cima de uma corda bamba.
Então, o mais temível aconteceu: no meio da multidão passei a reparar em
alguém em quem jamais repararia. E, um sentimento (ou vários) esquisito
tomou conta do meu coração.
A primeira reação foi (e continua sendo): sua trouxa ele jamais vai reparar
em você! Aí a corda bambeou mais ainda e a vontade de desistir do sonho
veio com força.
Mas, não sei por que, Deus continua tratando minha fé e esperança.
Mesmo que, chorando eu fale: "Papai, eu vou cair daqui!”. Ele insiste em
me deixar cima da corda!
Ficar em cima da corda dá um tremendo frio na barriga e muito pânico
(ainda mais eu que detesto altura).
Mas, se Ele quer apenas me mostrar que eu estou viva como mulher, como
sonhadora, tudo bem, acho que consigo chegar do outro lado.
Mas, se este sentimento maluco persistir vou ter que chamar o bombeiro
pois, não terei coragem de dar mais nenhum passo nesta corda!
Socooorrroo, alguém me ajuda!
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Capítulo 2 - O Bombeiro
Precisei chamar o bombeiro pra me tirar da corda bamba pois, o sentimento
intruso continuou.
Eu sabia que meu Papai estava lá embaixo mas, achei melhor garantir (como
sou boba às vezes por pensar que Deus não está no controle!).
E agora?
No chão e sentindo algo estranho por alguém depois de tanto tempo
adormecida? O que fazer?
Pra variar Deus manda ter esperança e fé mas, não me explica o que fazer
ou o que não fazer.
Mas o que eu poderia fazer?
Chegar pro cara e dizer:
"Olha irmão (na fé, lógico!), quando você passa, me dá um frio na barriga!
Ah, ele ia rachar o bico de rir!
Imagina, na igreja todo mundo me vê com meu filho que agora já está nos
adols e eu vou sentir frio na barriga?
Ademais, nunca fui de chegar em ninguém, pelo contrário, os caras
chegavam em mim e eu ainda escolhia qual eu queria namorar: o poder da
juventude (gostosura, sejamos sinceras!).
Não será hoje, que já sou uma mulher madura (mas, não caí do pé, não!),
que vou me declarar para alguém. Então só olho (quando enxergo).
É, o cara é simpático e educado! Seu jeito de se vestir com aquelas camisas
em xadrez e calças jeans claras, eram a minha cara. Pontos pra ele!
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Olho mais uma vez (e eu estava enxergando desta vez), o cara estava
olhando pras menininhas tipo salto alto, calça rasgando de tão apertada,
decote no umbigo e as de blusa no umbigo também? Acreditem, na igreja
também tem isso! E tem os caras que olham para elas (como muitos amigos,
né meninos?)!
E ele? Olhando também! Ah, que decepção! Perdeu os pontos e ainda ficou
com menos!
Me deu vontade de chamar o bombeiro de novo mas pra dar uma ducha no
infeliz!
Será que ele não sabe que as boas mulheres tão de olhos nos seus atos?
Fiquei irritada como se ele já soubesse do frio na barriga e tive vontade de já
escrachar o agora, bobão!
"Seu trouxa, não olhe a aparência mas, sim o coração (hehe o meu, né?)"- eu
diria.
Mas, ele tá na igreja então, já deve ter lido a história da escolha de Davi por
Deus usando Samuel.
Será que preciso que Deus apareça para o agora suposto amado como
apareceu para Samuel e colocar juízo na sua cabeça para que ele pense com
a que está acima do pescoço?
Fui p casa chorar quietinha com Deus: "Todos os meninos olham para as
gostosas DEUS e eu não sou mais gostosa e nem quero que gostem de mim,
de novo, por isso (não é um gostar de verdade). E eles são uns trouxas pois,
a menos q elas sejam viciadas em academia (e são eles q vão pagar a
mensalidade), a lei da gravidade tá aí pra todas (menos pra mim, é lógico!
Tenho um amigo cara de pau que dizia “ainda q você fique gorda, vai ser
uma gordinha gostosa. ). E continuei minha oração:
"Eu não quero mais esse negócio de amado, não quero mais esse negócio de
sonho.
Não casei, vou ficar pra avó, mas esposa eu nunca vou ser." Buáááááááá
E lá vem Deus: "fé e esperança"!
Mais buááá, eu estava decidida a largar mão dessa bobagem!
O que fazer então?
Chama o bombeiro para apagar o fogo desse sujeito!
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Capítulo 3 - Estudando os Homens
Bem, tendo em vista que o suposto amado olhava para as "gostosas" como
na música "Olhar 43"*, decidi conversar com meu filho Pedro, que está
virando um homenzinho e, já passando por palestras sobre o assunto.
Pasmem, tive uma aula com ele!
Pude entender que o 43 (agora será como chamarei meu amado) também
tinha dificuldade na área da sexualidade.
Fui estudar o assunto, até pra também, ajudar meu "bebê adolescente", rs!
Argumentos Bíblicos que ouvimos na palestra de "Eu Escolhi Esperar"**
para não olhar para mulheres que não sejam a sua ou para os solteiros, que
esperem em Deus a certeza de qual será a sua:
1.A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da
imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira
santa e honrosa, não dominado pela paixão de desejos desenfreados, como
os pagãos que desconhecem a Deus.
(1 Tessalonicenses 4:3-5 NVI)
2.“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não adulterarás’. Mas eu digo: Qualquer
que olhar para uma mulher e desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu
coração. Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É
melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no
inferno. (Mateus 5:27-29 NVI)
3.Portanto, irmãos, estamos em dívida, não para com a carne, para vivermos
sujeitos a ela. Pois, se vocês viverem de acordo com a carne, morrerão; mas,
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se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo, viverão, (Romanos 8:1213 NVI)
Maneiras de não olhar para as mulheres:
1. O pastor de EEE contou que por ordens médicas foi fazer academia e
tinha que ser de manhã (horário mais cheio). Ele colocava louvor e fones de
ouvido. Mas, aquela mais "gostosa" parava na sua frente p fazer
agachamento! Foi então que, orientado pelo Espírito Santo decidiu, não só
na Academia mas como maneira de viver andar olhando para baixo;
2. O pastor do Pedro já teve outra inspiração. Ele disse que olha para o
nada! Mas, pela altura dele, ou ele olha pro nada ou pro céu! Rs.
Tudo isso para honrarem suas esposas. Que lindo, né?! Passei a admirá-los
enquanto homens de Deus.
Mas, meu filho (adolescente, heim¿), foi direcionado por seus líderes a já
buscar em Deus sua própria maneira de não olhar para as meninas pela
segunda vez! Ele adotou a prática de lembrar de um versículo que eu sempre
falei p ele e o pastor dele repetiu:
“Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o
que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for
de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas
coisas.” (Filipenses 4:8 NVI)
Assim pensei: O 43 deve ter perdido estas palestra coitado!
E, como sempre lá veio o perdão, mesmo ele não tendo sido pedido!
Engraçado como somos diferentes: homens e mulheres. Este probleminha
nós não temos! Mas, temos outros.
Pra terminar o assunto e passar pra frente minha história com o 43 eis o que
fala Stephen Arterburn e outros em Preparando seu filho para a batalha de
todo homem (depois só nós mulheres que somos difíceis, né?):
"Autocontrole
Escolhas. É possível vencer a batalha pela pureza sexual, mas as escolhas
desempenham papel importante nessa luta. Você optar por ser sexualmente
puro ou não. Qual será sua escolha?"
Espero que meu amado 43 ouça uma palestra destas e pare de olhar para
todas.
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Enquanto isso passarei só a observá-lo e ver se:
1. Ele melhora neste quesito;
2. Só se "melhorar" e, olhar pra mim!
*música de Paulo Ricardo – RPM – Olhar 43
** Confira maiores detalhes no site: http://www.euescolhiesperar.com
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Capítulo 4 - Sopa gelada
Continuei reparando no meu amado 43 e a cada vez que o via, o frio na
barriga voltava.
Reparei que ele melhorara no quesito "olhador". Deve ter recebido alguma
ministração e ter achado seu próprio jeito de segurar sua "onda".
Depois de algumas semanas eu estava no restaurante da igreja com amigos
tomando caldinho quando, de repente, 43 chegou em nossa mesa,
cumprimentou meus amigos e sentou-se!
Meu Deus, até o meu caldinho esfriou! Eu que sou falante, fiquei muda! E
agora? Corro para o banheiro e fico lá até terminar o culto do Pedro? E se o
culto dele acabar mais cedo e ele não me encontrar no restaurante? Eu
estava sem bateria no celular e naquele campus enorme me perderia do meu
filho. Teria que ficar ali e enfrentar o "desespero". E se ele falar comigo?
Dito e feito. Ele conhecia o Pedro, meu filho, (não sei de onde) e me
perguntou sobre ele. Eu quase gaguejei mas, orei: "Deus, agora me socorre
aqui."
Consegui responder e a conversa na mesa continuou. Aos poucos fui me
soltando e ao final já estava rindo com ele. O 43 era engraçado, falante e
olhava nos olhos ao falar! Ah, aqueles olhos cor de mel!!!!
Meu Deus, agora o negócio enrolou. Ele tem qualidades indispensáveis!
Bem, graças a Deus, o Pedro chegou. Cumprimentou todo mundo, até o 43!
Quando eles se conheceram? O Pedro me disse depois que tinha sido num
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acampamento que ele foi!
-Hum, ele gosta de criança! - pensei. Se não gostasse não iria até lá.
Lógico que meu filho que não é bobo, queria saber o motivo do interesse.
-Por nada - disse eu! Ufa!
Desse dia em diante, sempre que nos encontrávamos ele me cumprimentava
educadamente e eu suspirava (que coisa mais adolescente!).
Mas, não achei que ele me olhasse diferente.
Deus, em sua infinita insistência continuava a me lembrar sempre de 1 Pe
cap. 1.
Mas, na parte da esperança pois, já tinha passado por tanta provação até aqui
que minha fé já estava firmada. Só faltava a esperança, não a de ir para o
céu (esta certeza eu já tenho) mas, de ver o meu sonho de enfim me casar,
acontecer!
E, o 43, nem sonhava que tinha sido "escolhido",rs!
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Capítulo 5 - Apenas um cafezinho
Bem, e tudo continuou assim, apenas um oizinho na igreja.
Eu já comecei a achar que 43 não era o meu amado.
Ele era divertido, alegre e olhava nos olhos, usava camisa xadrez mas, não
olhava para mim.
E, não fazia sentido no meu histórico de namorados altos, esportistas e com
corpo atlético.
Meu, ele não era nada disso (nem eu era o que já fui fisicamente). Era
baixinho (devia ter 1,75), nada forte e com cara de quem nunca fez esporte
algum. E, pior, loiro (sempre preferi os morenos!).
E, decididamente não olhava pra mim. Seus adjetivos podiam ser
encontrados em outras pessoas, né?
Porém, quem vive uma vida com Deus e ora por tudo, coisas estranhas
acontecem. Até se interessar por um loiro.
Um dos sábados que passou, deixei o Pedro na casa da minha prima Lara
para ficar com os primos e fui pra casa.
No meio do caminho resolvi parar na padaria e além de comprar pão, me
sentei para tomar um capuccino. De repente ouço uma voz atrás de mim e
uma mão em meu ombro chamando pelo meu nome: "Cristina?!".
Era ele! Meu Deus, ele parecia o maior gigante do mundo tamanho o susto
que levei.
"Desta vez ele percebeu!" - pensei.
Ele pediu gentilmente para sentar comigo. Lógico que deixei (com todo
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prazer!). Mas desta vez, enquanto estávamos tomando nossos cafés e
conversando percebi que ele estava diferente. Estava preocupado com coisas
do trabalho, triste por coisas que haviam acontecido e sem se importar, abriu
seu coração pra mim.
Queria ter tido coragem de também contar o que estava se passando em
casa, com meu filho Pedro e comigo mesma. Mas, ficaria para outra hora!
Ele precisava ir embora.
Nos despedimos, olhos nos olhos, e, posso dizer que ali me apaixonei por
ele totalmente: sincero e verdadeiro, acrescido das qualidades divertido e
alegre. E, naquele dia, senti um menino dentro daquele homem. Ah!!!
Mas, ele não percebeu que a mulher que parece forte é na verdade uma
menina muitas vezes medrosa, tímida, carinhosa e com muita doçura
escondida (lá no fundo, só para o escolhido!).
Fomos embora e, sinceramente nenhuma característica física era melhor do
que ele era na verdade. E estar perto dele era simplesmente estar nos céus!
Seu olhar e sua conversa ganhavam de qualquer tanquinho do mercado.
Ah, agora eu podia falar de verdade: estou apaixonada por 43!
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Capítulo 6 - Coração pego de jeito
Estar apaixonada por alguém, hoje, era um sentimento um tanto quanto
estranho pra mim.
- Ah, Cris, vc é ridícula! Entrando nos 40 e vai se apaixonar! Tonta! - eu
dizia pra mim mesma.
Melhor esquecer tudo isso, começar a decorar versículos, olhar para o nada
ou para os pés.
Assim, quando o 43 passar falo oi para não ser mal educada, respiro fundo,
lembro-me do versículo do Pedro, meu filho (Filipenses 4.8), e penso em
outra coisa!
Pronto, resolvido!
Não quero pagar de ridícula!
Decidida, lá fomos nós pra nossa igreja (eu não ia mudar de igreja só para
não ver o 43)!
O culto foi abençoado, o do Pedro também e ufa, não encontrei o sujeito
(obrigada, Senhor)!
"Tá vendo, era de Deus eu desistir!"- pensei comigo mesma.
Chegamos no carro, estacionamento cheio, nada do carro pegar. Vamos ver
o que aconteceu ( e o estacionamento esvaziando). Abri o capô e, como
mulher sozinha, entendo até de carro. Uma poça d'agua no chão e a
mangueira com um rasgo. Ai, Jesus e agora?
Agora? Adivinhem?
-Cris, o que aconteceu? Tá tudo bem? – alguém falou.
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Não, era o 43!
Fiquei com aquela cara de idiota sem saber o que responder e ele já foi
dando uma de mecânico:
- Ih, borracha rasgada!!!
-Espertinho, eu já sabia!-só pensei! Ele ia conhecer o meu lado irritado.
O que ele estava fazendo ali se eu tinha decidido acabar com essa paixonite
boba?
- Vou chamar o seguro- disse eu!
Ele achou que eu deveria esperar até o dia seguinte pois, já estava tarde e
poderia nos dar uma carona.
Pensei: - Deus, isso já é provação! Ou seria tentação? Ah, não sei, eu queria
sumir dali, brava com o que estava acontecendo.
Foi quando o "abençoado" do Pedrinho resolveu abrir a boca:
- É, mãe, vamos com ele. Eu tô morrendo de sono. Amanhã vou pra escola
com a tia Lara e você vem arrumar o carro com calma!
Pensei: “Vou matar este menino quando chegar em casa!”.
Mas, não tinha outro jeito mesmo, se eu pensasse com a razão. Nosso
Campus é longe pra caramba e naquela hora o cara do seguro ia chegar de
madrugada! Liguei para a Lara, conversamos e ela pegaria o Pedro no dia
seguinte.
Entramos no carro do 43, depois de pegar pelo menos uma parte da
bagunça do meu carro e, fomos pra casa.
No caminho paramos pra comer uma pizza e pior, foi um tempo delicioso.
Nós três rimos, conversamos.
Chegando em casa, o Pedro foi dormir e eu fui orar e chorar:
-Deus, até de pizza ele gosta! Eu gostei tanto do nosso tempo inesperado
juntos. O que eu faço agora? Tentei o versículo: nada! Tentei olhar para o
nada para não olhar nos olhos dele: na mesa não dava! E, meus sapatos
estavam embaixo da mesa para que eu olhasse para ele! Eu adoro estar com
ele como a muito não gostava de estar com alguém- e, chorava!
Ah, 43, você pegou meu coração de jeito!
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Capítulo 7 - Mais bagunça!
Bem, acordei na segunda com olhos inchados de tanto orar e chorar mas,
não adiantava, Deus continuava me falando para ter esperança.
Do carro, o seguro cuidou.
Minha vida precisava continuar: lavar roupa, limpar o xixi do cachorro,
lavar louça, dar uma ajeitada na casa, levar filho na escola, buscar, levar ao
teatro, à célula, enfim, vida de mãe e dona de casa.
Mas, passei a esperar os domingos com grande ansiedade para ver: meu 43.
Quando não o via minha semana ficava triste.
Enquanto isso o Senhor tratava minha feminilidade, pintando minhas unhas,
me arrumando melhor e até passando batom.
Em contrapartida ficava pensando em mais meias e cuecas para lavar, mais
roupas e sapatos pela casa para catar, sem falar no número de copos para
lavar.
Tenho um filho e agregaria outro homem, um marido, a esta bagunça?
Melhor bagunça do que colocar a roupa no armário por cor, como faz um
primo meu! Isso é tenso. Imagina se exige isso de mim? Armário em
degradê? Socorro!
Fico com a bagunça.
Mas, e se fosse o 43¿
Ele parecia que seria um excelente marido e pai!
Será que ele gostaria de ser cuidado?
Será que ele sente falta de alguém pra conversar?
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Será que gostaria de ter alguém para orar junto, tanto para agradecer como
para clamar!
Será que ele teria coragem de se casar com uma mulher na minha idade
(quantos anos será que ele tem?) já com um filho e um cachorro?
De será em será eu precisava começar a descobrir as respostas mas, como?
Por enquanto a única coisa que eu sabia é que a bagunça em casa ia
bagunçar!!!
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Capitulo 8 - Correndo do Corinthians
Bem, já aceitando mais bagunça em casa, afinal quem arruma de um,
arruma de dois.
Resolvi, então, que era hora de obedecer ao médico e ir caminhar.
Como o Pedrinho estava na escola decidi ir ao tal parque que todo mundo
vai andar e começar.
Cheguei e realmente percebi que havia de tudo ali mas, ainda era melhor do
que ficar numa academia.
Comecei a caminhar e vi o quanto fora de forma eu estava.
De repente ouço alguém me chamar:
-Cris!
Eu conhecia aquela voz mas, distraída que sou, nunca imaginei que pudesse
ser o 43! Ele estava correndo.
-Meu Deus, ele corre!!! - pensei eu!
Aff, deve ser daqueles "psicados" em malhação, deve ir à academia, mas,
acho que não faz efeito nele pois não tem, nem de longe, corpo tipo
“tanquinho” e nem se achava o melhor bombom da caixa (posso garantir
que os que são tanquinhos, se acham!).
Meio assim sem graça falei oi e ele me chamou para dar uma voltinha! Há,
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ferrou! Se eu correr meio metro, ambulância "ni mim", e agora?
-Se eu tivesse ouvido a Carlota, minha amiga de Taubaté, que corre todo dia
e toma aqueles suquinhos emagrecedores, não estaria nesta situação pensei.
-Ah, obrigada, 43, vou continuar caminhando!
- Ok! - disse ele ofegante!
-Hum, coitado, já deve ter corrido umas 10 voltas!-pensei de novo.
Continuei na minha tranquila caminhada quando olhei uma barraquinha com
água de coco (eu amo agua de coco!) e minha vontade de tomar ficou maior
do que a de andar (lógico, barraquinha salvadora!).
Pedi o meu coco e adivinha quem para e pedi um também: ele!
Sentamos juntos em um banco que havia ali perto e começamos a
conversar!
Ele estava começando e também por recomendação médica (ufa!), me
contou no que trabalhava, que gostava de futebol e adorava ir ao campo ver
seu time jogar!
- Eu amo futebol, meu filho desde pequenininho vai comigo ao estádio. Disse eu.
-Ia ser muito legal irmos juntos- pensei.
Foi quando ele me disse algo estarrecedor:
- Todo mundo lá em casa é corintiano e eu nasci corintiano!
Eu engasguei com a água de coco e não conseguia para de tossir. Ele ficou
todo sem saber o que fazer.
De cara eu disse: "preciso ir embora, depois conversamos".
Não, eu estava em choque! Como uma coisa destas podia acontecer?
Meu Deus, o 43 é corintiano?
Ah, não é possível!
Deus me livre!
Não, tudo menos isso!
Não poderia casar jamais com um corintiano!
Eles são chatos, acham que a porcaria do time deles é o melhor e ainda não
aceitam quando tiramos sarro deles. Só eles podem chamar a gente de
Bambi (os meninos), nós não podemos falar nada e tem um palavreado pra
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lá de mal educado!
Nasci são-paulina e vou morrer são-paulina.
Meu filho é são-paulino e pretendo que todas as próximas gerações assim
sejam.
Sou fanática por Jesus porém, depois vem o SPFC!
Sabia que todo mundo tem defeito entretanto, este é inaceitável!
Meu pastor já converteu um palmeirense em são paulino mas, corintiano,
nunca ouvi falar.
Jamais irei me casar com um corintiano! “Corre, Cris!” me diziam meus
instintos.
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Capítulo 9 – Pelo Natal, torceremos para o Brasil.
Eis que cheguei em casa ainda estarrecida com o absurdo: como eu poderia
ter me apaixonado por um corintiano?
Pra variar sobrou pra Ele: Deus, o Senhor não podia ter me avisado no
começo?
Graças a Deus o Pedro chegou da escola e aí não tem como pensar em mais
nada: ele ocupa todo o espaço visual, auditivo e até nasal (eita chulé)!
Fomos almoçar e depois ele tinha inglês. Para não ficar indo e voltando
fiquei na salinha de computação olhando notícias na internet e entrei no meu
Facebook.
Tinha uma mensagem mas, eu nem li de pronto. "Vai que é alguém que quer
conversar e não vai dar tempo?".
Eu nunca fico com o bate-papo ligado pois, começo a conversar com uma
pessoa, entra outra, e mais uma e eu começo a trocar as conversas. Para não
pagar mais mico, nem deixo ligado.
Mas, acabei olhando a mensagem. Meu Deus, era dele! O 43 me mandou
uma mensagem?!
- Mas nunca conversei com ele aqui (lógico, eu sempre “offline”!)- pensei.
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Não consegui resistir. Li!
Ele queria saber como eu estava, afinal eu saí correndo do parque. Hum, e
agora? Mentir é pecado. Como eu ia explicar o que tinha acontecido?
Bem, ele só perguntou como eu estava e eu estava bem, assim, foi o que
respondi!
Pensei que ele ia ler no final do dia. Não achei que ele fosse daqueles que
trabalha com o Face ligado mas, respondeu na hora. Vich, ele é multi!
Conversamos de várias coisas, perguntou do Pedrinho, falou de seu trabalho
(eu não entendi muito o que ele faz, estas coisas novas no mercado!), e falou
da sua família. Que sua mãe tinha uma célula na casa dela e que hoje era dia
que ele ia comer umas "sobrinhas" lá!
- Família crente? - pensei.
Tive que perguntar "todo mundo na sua família é crente?".
Ele me contou que tinha duas irmãs e as duas casadas com cristãos. E, que
seu pai, tocava violão, assim era responsável pelo louvor familiar.
Pronto, até esqueci que ele era corintiano.
Meu sonho era ter uma família de cristãos para passar o Natal, com o
verdadeiro significado do Natal, que entendesse que família é tudo que
temos e que devemos procurar ficar juntos (na minha família é difícil!). Que
a família vem antes dos amigos. Tudo isso. Muito embora eu ame muito
cada um dos da minha família, infelizmente eles não entendem a minha
opção de ser de Jesus!
Resolvi a questão: quando tivesse jogo do São Paulo ele ia dar uma
voltinha, ia ao cinema e quando fosse jogo do Corinthians era minha vez de
passear! Pronto! Resolvido! Na copa torceríamos juntos para o Brasil! Eba!
Mas, Natal seria dia do aniversário de Jesus. Uhu!!!
Teria oração, louvor!!! Tudo de bom!!! Será que vai ter árvore de natal? Ah,
tanto faz.
Bem, conversamos até o Pedro sair da aula e ah, eu estava nas nuvens.
Pedrinho queria saber o que tinha acontecido. Menino curioso, né?
Ps: nesta noite o Corinthians perdeu de 4X1 do Cruzeiro!!! Só uma
observação. Hahaha!!!
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Capítulo 10 - A espera - parte 1
Bem, começamos a conversar pelo Face!
Ele aprendeu que eu era uma negação nisso e eu vi que ele era muito bom!
Um dia perguntei o que ele tinha feito de faculdade e ele respondeu "TI"!
Ah, que legal! - eu falei e corri pro Google pra saber do que se tratava!
Tecnologia da Informação!!!!
Bem que eu não entendia nada do que ele falava do trabalho!
Hum, meu 43 me "completaria" em mais uma coisinha!
Completaria? kkk, no quesito informática não sei nada além de digitar.
Voltando ao assunto, começamos a andar juntos (ele desistiu de começar
correndo e resolveu me acompanhar) todos os dias no parque.
O difícil era acordar cedo mas, o que não faria para estar um pouquinho
mais com ele!
Ao final, sempre uma agua de coco e risadas!
Ah, como eu estava apaixonada por ele! Mas, fazia de tudo pra que ele não
percebesse!
Aos domingos nos encontrávamos no culto e sempre saíamos para comer
algo.
E era só!
Passaram-se 6 meses e eis que chegaram as férias escolares e fui com o
Pedrinho para Utubaba, como sempre.
A internet lá é O caos e eu e 43 mal conseguíamos nos falar!
Não queria ligar para ele pois, seria muita bandeira.
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Assim, eu orava, olhando para aquele mar lindo, tentando entender o que se
passava em meu interior.
Para mim, 43 não me via como mulher, só como amiga!
Conversei muito com Deus a respeito e Ele sempre me dizia que estava no
controle que o tempo era dele!
Ok, mas eu sentia falta de ver meu 43! Muita!
Passada uma semana ele me ligou!!!
Meu coração disparou ao ouvir sua voz (eu decididamente tinha virado
adolescente de novo!)!
Ele disse que estava com muita saudade, eu já gaguejando não esperava
ouvir isso) disse que também.
Falou que queria muito me ver para conversarmos!
Não quis dizer sobre o que mas, queria falar pessoalmente!
Ansiosa que sou insisti até e ele, já me conhecendo bastantinho, rindo disse
que só pessoalmente.
Vich, até acabarem as férias!
Nem completei meu pensamento, ele me interrompeu falando:
-Estou indo para Utubaba na sexta à noite!
Quase desmaiei mas, pronto, fim de conversa e ele iria para lá!
Era quarta feira ainda e eu nem dormi nos próximos dois dias!
Nada me restava além de olhar o mar esperar e orar!
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Capítulo 11 - A lista
Mesmo sem dormir ( fiquei elaborando uma lista!), eu tinha combinado com
minha prima Lara de levar as crianças pra surfar em uma praia mais distante
e, não poderia furar. O Pedrinho estava ansioso!
-Com um banho de mar eu acordo! - pensei.
E lá fomos nós com a criançada, as pranchas, a "farofa”, o "frango",
cadeiras, isopor, barraca e ufa. Já ajeitadas nas cadeiras e com a criançada
no mar, abri meu coração com a Lara!(Sempre ela, rs!).
Ela é católica e eu evangélica mas, sempre nos respeitamos e nos
entendemos através das semelhanças e não das diferenças!
Ela sempre foi a mais tranquila e menos corajosa que eu. Eu sempre fui
mais estourada e enfrentava tudo e todos. Invertemos!!! Ela diz que caiu um
raio em nós e trocamos de personalidade!
Quando eu disse que não dormi, que fiquei fazendo uma lista para o
43 de várias razões para ele desistir de mim ela falou sabiamente (ela estava
se achando sábia!):
- Cris, se ele é realmente um homem que busca a Deus e vem pra cá para
vocês conversarem é lógico que o Espírito Santo (ela é da renovação
carismática) já falou ao coração dele!
Hum, fiquei sem argumentos! Ah, eu pego ela:
27
-Talvez ele venha para falar de algum problema, algo que aconteceu estes
dias...
Ela me interrompeu:
- Você acha que o cara vai pegar essa serra cheia numa sexta feira à noite de
férias para falar de trabalho? Ah, Cris!
Ih, estava difícil, mas eu não ia perder essa fácil, então argumentei:
- Você já esteve conosco, viu que ele nem olha pra mim como mulher!
E, lá veio ela:
- Não mesmo. Ele te trata como se fosse a mulher dele e te olha como a
mais bela das princesas. Nem o Arthur, quando éramos casados me olhava
assim!
Ah, vou entrar no mar pois a conversa aqui tá difícil! A Lara agora que
virou a valente deu pra "sabe tudo".
Passamos o dia na praia, não tocamos mais no assunto e foi um dia
delicioso. Na hora de ir para casa lá fomos nós duas colocar tudo nos carros.
E, quando estávamos nos despedindo ela fincou a faca:
- Vê se não faz besteira, rasga esta lista absurda e coloca nas mãos de Deus.
Aff, chata! Tive vontade de dizer mas, sentia algo em mim falando que ela
esta certa!
Cheguei em casa com o Pedro, almoçamos(jantamos) eu deitei pra ler e orar
com a lista dentro da Bíblia e apaguei. Dormi direto até na sexta feira! O
que um dia inteiro de praia com sol faz com a minha pessoa!
E, chegou a sexta feira!
28
Capítulo 12 A espera - parte 2
Na sexta feira acordei em cima da Bíblia e da lista.
Orei e pedi a Deus o que deveria fazer com a lista?
Guardá-la? Caso a conversa fosse nós!
Rasgá-la? Conforme a Lara me aconselhou, ainda que a conversa fosse nós!
Pedi que Ele me mostrasse o que eu sentia de verdade por 43 e se havia
possibilidade de sermos um do outro.
Neste momento comecei a me lembrar de cada minuto que passamos juntos.
Cada olhar, cada risada, cada toque eventual, cada oração, cada conversa!
Senti uma saudade enorme dele. Tive vontade de pegar o celular e falar tudo
o que sentia por ele. Senti tanto amor e paz no coração que se ele tivesse
reparado que eu poderia ser sua e ele meu, para sempre, eu aceitaria mesmo
com todas as nossas diferenças. Inclusive eu venceria nossa diferença de
idade (ia vencer este preconceito). Afinal, ele não é a idade dele nem eu a
minha, somos homem e mulher, homem e mulher é o que somos.
Enfim, rasguei a lista ( aff, a Lara ganhou).
Ainda era de manhã quando 43 me ligou e avisou que ele e os amigos
conseguiram sair mais cedo e chegariam por volta das 16 hs! O pavor
voltou!
A Lara já tinha subido a serra. Devia estar tirando as malas do carro não
poderia conversar comigo.
29
Eu não tinha muito o que fazer pois estávamos "fritos" do sol do dia anterior
(eu e Pedrinho) e não dava pra pegar mais sol na praia.
Fiz de tudo pra tentar assistir um filme com meu filho. Tomei um pote
inteiro de sorvete de chocolate. Andei pelo apartamento de lá pra cá.
Até que o Pedrinho, esperto que é, perguntou:
- mãe o que está acontecendo!
Eu não queria mentir, sabia que ele há muito estava desconfiado de meus
sentimentos, mas ele gostava tanto do 43 que não queria dar a ele uma falsa
esperança de ter um pai presente.
Pois, era isso que ele teria caso fossemos um do outro. Assim, só contei que
43 estava vindo com o Carlos e o Paulinho para Utubaba e que eu estava
preocupada com a estrada.
Não colou, mas...
Comecei tudo: ler livro, ler a Bíblia, fazer palavras cruzadas no celular mas,
nada, nada segurava minha atenção.
Eu não queria ficar imaginando a conversa, ensaiando o que eu ia falar e
pior, rasguei a lista.
Caramba, não devia ter rasgado a lista? “Vou começa-la de novo!” Pensei.
E, eis que as 17 horas toca o telefone: era ele! Estava preso na serra pois,
tinha acontecido um acidente!
Ai meu Deus!!! Ele vai demorar mais ainda pra chegar!– eu podia ouvir
meu pensamento gritar! Eu ia ficar maluca!
O Pedro, mais "frito" que eu não quis ir até meu local de oração preferido.
Lá fui eu sozinha: sentei ali e esqueci da hora. Nem reparei se alguém via
que vez ou outra uma lágrima caía! Também, aquela hora já não tinha
ninguém na praia. Mas, eu estava bem, pois ali, Aquele que cuidava de
minha vida estava me acalmando. Quando vi, anoiteceu.
Liguei para 43 pra saber onde estava mas, ele ainda estava preso no trânsito.
Iam chegar muito mais tarde!
Que vontade de naquele momento dizer tudo o que eu estava sentindo, mas
vou dizer olho no olho (se ele tocar no assunto, lógico!).
30
Capitulo 13 - Conversa à luz da lua
No nosso apartamento tudo continuava igual. Pedrinho estava vendo TV e
jogando games no celular (aff!).Decidi tomar um banho para acalmar! Mas,
tinha que ser de água fria pois ainda ardia tudo.
Agora eu já estava pronta para quando o 43 chegasse.
E, quando eu menos esperava ele me manda uma mensagem:"Oi. Cheguei!
Gostaria de sair sozinho com você. Será que o Pedro poderia ficar com o
Paulinho e o Carlos?”
Meu Deus! Ele sabia que eu era neurótica com o Pedrinho. Quem melhor
ele podia escolher para trazer se não os caras que sempre cuidaram do Pedro
na igreja? Pedrinho ia amar. Respondi:
-Vou te ligar pra te explicar como chega aqui. O Pedro pegou vários filmes,
tem comida, etc, eles vão se divertir.
-Ok. Manda o endereço por mensagem que coloco no gps! - terminou ele.
Urg, esqueci desse troço de gps (sou pior com ele!), mandei o endereço.
Falei com o Pedrinho que ficou tão feliz que nem se tocou que eu sairia
sozinha com 43!Ufa!
Bem, eram quase 21:00 hs quando eles chegaram. Descemos para recebêlos. Os meninos já foram subindo com o Pedro ( será que eles sabem do que
se trata?).E eu fiquei cara a cara com 43!
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Ele que sempre estava de barba feita, tinha deixado crescer. Não deu tempo
de reparar muito, nem pensar pois, de repente, ele me deu um abraço. Ali
mesmo, na porta do prédio!
E, foi um abraço demorado. Em seguida ele disse: “senti muita, muita
saudade!”
Gelei. E agora? O que eu respondo? Eu quase morri de saudade dele! Saiu:
- Eu também! Senti saudade demais de você!
Vich, falei! Ih, o que vai acontecer agora?
Ele me abraçou de novo. Acho que ele queria me enlouquecer pois, eu podia
sentir sua respiração e seu cheiro. Hum, pensa rápido num versículo, vai
rápido.
Pra variar só podia ser Filipenses 4.8, que eu estava fazendo o Pedro
decorar:
"Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o
que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for
de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas
coisas. "
Lógico que sempre inverto a sequência mas, o que valia era tentar me esfriar
(nunca pensei que fosse sentir algo assim de novo e novo, pois era
diferente!).
Enfim, o abraço acabou. Ufa! Ele me deu um beijo no rosto e me pediu que
eu o levasse ao lugar onde eu gostava de ir orar!
Expliquei que a noite ele não veria a beleza do lugar mas, ele quis ir mesmo
assim. Fomos!
Quando chegamos lá havia uma lua maravilhosa no céu, mais parecia o sol.
Descemos do carro e sentamos na areia. Ficamos um tempo quietos
admirando o lugar (aliás,fomos quietos até lá no carro!).Foi quando ele se
virou pra mim e disse:
- Agora podemos conversar?
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Capítulo 14 - Meu príncipe
“Podemos conversar?” - pensei eu! Será que a aquela altura ainda
precisávamos falar algo? Eu apenas fiquei olhando para ele. Meio que não
acreditando naquele momento. Como meus sentimentos chegaram naquele
ponto! Agora já era:
- Fala logo, né? Desembucha!
Ele já caiu na gargalhada (acho que tenho cara de palhaça!). Voltei a olhar
para a lua e pedi a Deus que ajudasse o coitado a falar! Eita Deus rápido!
Ele começou:
- Cris, desde o dia em que você veio pra cá eu não consegui parar de pensar
em você. Correr ( já estávamos correndo! Uhu!)no parque, tomar coco sem
você ou sair da igreja sozinho sem ter com quem ir jantar e conversar, não
fazia sentido! Faltava você. Fiquei um pouco assustado com a avalanche de
sentimentos que caíram sobre mim. Orei muito e só faltou Deus me falar
que eu era um cego! Resolvi então conversar com o Tico (o líder de célula
dele) e ele deu risada. Disse pra mim que os únicos que não percebiam ou
33
não queriam perceber que o que nós sentíamos um pelo outro era além de
amizade, éramos nós mesmos. - ele deu uma pausa ainda olhando nos meus
olhos.
Continuei quieta mas, já estava com o coração na boca!
-Fui conversar com minha mãe (eles eram muito amigos) e ela me disse a
mesma coisa. Perguntei a ela se uma mulher linda e mais velha como você
poderia olhar para um cara como eu e ela disse que isso só você poderia
responder. E, disse que quanto a idade eu poderia ser atropelado por um
caminhão e morrer antes de você! - terminou ele.
- Que mulher sábia! - pensei. Depois que acho meu 43 um caminhão passa
em cima dele e eu fico viúva! Jesus, não deixa isso acontecer, não. Percebi
que dei uma viajada enquanto ele olhava para mim. Ele já sabia que eu tinha
umas destas e me esperou processar! Foi quando me disse:
- Fala alguma coisa, Cris. Você nem imagina o quanto foi difícil pra mim
entender o que eu sentia e estar aqui te falando e colocando em risco nossa
amizade.
Comecei a rir. Sempre dou risada quando fico nervosa. Isso ele não sabia!
E, eu tinha que falar. Enfim, não sei como, resumi:
- Quer saber 43, o Tico e sua mãe tinham razão. Mas, o único devagar aqui é
você. Eu já sabia o que sentia. E tenho lutado contra isso há algum tempo.
Já ia até falar com você que esse negócio de amizade não dá certo mesmo (e
sempre achei que não dá , não como nós já estávamos)! E, eu é que achava
que um cara da sua idade jamais olharia para mim como sua mulher, ainda
mais você que vivia olhando para as meninas do Ministério de Jovens!
- Eu? - ele disse .
- Aff, são todos iguais. – pensei comigo.
Mas, ele remendou:
- Ah, tá bom. Mas isso foi antes! Deus tratou muito comigo no CR* sobre
cuidar do meu olhar. Você sabe disso! Eu te contei!
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- Eu sei. Não vamos brigar, vamos (às vezes discutíamos rapidamente antes
de cair na risada)? – perguntei.
Ele já olhou pra mim rindo. E, disse:
- Não acredito que você já sentia algo por mim, eu achava impossível!
Eu dei risada, o que eu ia fazer? Eu parecia uma adolescente. E estávamos
lá: eu, ele, o mar e a lua! Ficamos quietos por um tempo e ele perguntou:
- A Re (minha líder de célula) sabe?
-Tive que contar. Um dia quando eu estava ficando quase doida com este
sentimento. E, ela é minha discipuladora , né? Me acalmou e começamos a
orar a respeito.
- Ah, então o lerdo aqui sou eu? Ele perguntou rindo.
Eu disse:
- É. E,dei risada dele.
De repente ele levantou e me puxou pela mão para que eu levantasse.
Ajoelhou-se e me perguntou:
- Você quer namorar para casar comigo? ( ele sabia que eu só namoraria
alguém se fosse, desde o começo com o pensamento de casar!)
Eu cai na gargalhada e depois, disse:
-Sim!
Ele se levantou e tirou do dedo um anel que ele usava (destes que todos os
meninos usam) e colocou na minha mão esquerda. E disse:
- Por enquanto você usa este mas quando voltarmos e conversarmos com
nossos líderes, vou providenciar outro.
Ele veio em minha direção, me deu um beijo na testa(como eu sonhara, mas
isso ele também não sabia) e mais um abraço tão demorado quanto o de
antes.
Ah, se fosse antigamente eu esperaria logo um beijo na boca mas, agora
nascida de novo, tudo também se fez novo.
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Deus estava me dando uma nova oportunidade de ser feliz! Queria tudo
perfeito. Inclusive o beijo. Seria só no altar e AQUELE beijo, só na lua de
mel.
Depois da palestra de "Eu escolhi esperar" minha teoria sobre o beijo ser o
caminho para o sexo foi confirmada! Desta vez faria tudo no tempo certo e
43 sabia disso, afinal éramos amigos.
Agora além de amigo ele é:
O meu príncipe!
*CR: Celebrando a Recuperação, mais que um programa da nossa igreja.
Uma jornada de cura emocional e espiritual!
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Capitulo15 – A chuva
Ficamos ali sentados, ele com o braço em meus ombros, aconchegando
minha cabeça nos seus, olhando a lua, quietos por um tempo (pareceu uma
eternidade!).
-O Pedro! - falei eu num susto.
Ele também assustou, mas me conhecendo, deu um sorriso e disse:
- Ele está com o Paulinho e o Carlos!
Ele mesmo parou, olhou o relógio e completou:
- É melhor irmos ver se eles 3 não colocaram fogo na casa!
Levantamos e fomos para o carro. Pensei "será que ele vai abrir a porta pra
mim como nos filmes?". Que nada! Entrou no carro e só faltou falar "anda
logo". Ah, perfeição demais também cansa, né? Hoje em dia é até perigoso
ficar enrolando pra entrar no carro. É, graças a Deus ele não abriu a porta!
Chegamos em casa e a cena era: o Pedro no joguinho com o Carlos e o
Paulinho roncando no sofá, não sei quem estava tomando conta de quem!
Caímos na risada. Estes nossos babás eram ótimos: pro Pedro tomar conta
deles!
Eles iam embora.
Hum, o 43 me deu outro abraço (na frente dos dois agora) e disse:
- Amanhã nos falamos.
Converse com o Pedro e, amanhã, eu venho falar com ele.
No carro havíamos combinado a seqüência: Pedro, líderes, pais dele e meus
pais (o mais longe era meu pai, 400 km de distância)!
Bem, pedi pro Pedro desligar a TV e o celular o que já foi uma enrolação!
Comecei a falar e ele me interrompeu:
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- A não mãe, você me fez perder no joguinho para falar que vai namorar pra
casar com 43? Você acha que sou criança ainda ou que sou bobo? Tava na
cara que isso ia virar casamento!
Fiquei olhando para ele com cara se trouxa. Mas, ele percebeu que, pra
mim, era importante, deixou de lado o celular e disse:
- Vem cá, mãe! E me deu um abraço. Nós dois sempre fomos muito amigos
e só não falara antes sobre 43 pela questão da esperança de um pai. E, dito e
feito:
- Será que ele vai me deixar chamá-lo de pai?
Dei risada, ele também e falei que ele seria o primeiro a dar o OK . O 43
amanhã falaria com ele (formalmente) e ele poderia fazer esta pergunta pra
ele. Mas, adiantei:
-Quem não gostaria de ter um filho como você, Pedrinho?
Com muito esforço, como sempre, fiz o Pedro ir dormir e fiquei pensando:
-Amanhã conversaremos. Onde? Estamos em Utubaba? Seria na praia? Ah
meu Deus, e agora? O que eu vou vestir? Ou despir? Fiquei apavorada! Eu
não adquiri um "biquini" de shorts e camiseta, e agora¿ Não quero que ele
veja minha barriga, nem meu "pequeno" bumbum. Não agora, né? Já sei:
passarei o dia dentro do mar brincando com o meu morei de maiô embaixo
do shorts e da camiseta de surf. Ele só vai ver um pouquinho mais da minha
perna do que ele já viu!
Deus, se não for demais pedir: Faz chover! Chuva de água e bem forte, em
nome de Jesus!
Era tanto pensamento e oração, tudo misturado com um monte de
sentimentos, que de tanto pensar acabei adormecendo.
Quando acordei com o celular (era ele) e, estava chovendo!
UHU! Deus bom! Ouviu minhas orações.
E, chovia em Utubaba!!!
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Capítulo 16 - Final de Semana Bagunçado
Bem, com a chuva, passamos o final de semana, praticamente, em casa.
O 43 no sábado conversou com o Pedro e os dois combinaram que, após o
casamento o Pedrinho poderia chamá-lo de pai! Disse ainda que tentaria ao
máximo ser o melhor pai que conseguisse para ele mas, que isso também
significaria algumas broncas.
Mesmo com as broncas o Pedrinho estava nas nuvens: um pai! Ele queria
tanto!
43 já assumiu seu papel de cabeça da família e oramos juntos, os 3,várias
vezes no final de semana quando algum sentimento ou dúvida surgia no
tocante as mudanças que aconteceriam em nossas vidas. Entregamos tudo a
Deus.
No sábado, quando a Patrícia e o Cássio (casal que mora no apartamento ao
lado) estavam no prédio, durante o dia, eu e 43 pudemos sair um pouco
sozinhos pra conversar.
Fomos ao quiosque mais quieto que pudemos encontrar e conversamos
sobre nossos sentimentos e ansiedades. Enfim, pudemos orar juntos por,
agora, NOSSO futuro!
Já nos olhávamos diferente. Um olhar que parecia que um podia sentir o que
o outro sentia!
Um olhar de entrega, de "sou seu", "sou sua".
Algumas vezes encostei minha cabeça em seu ombro (como eu havia
esperado por isso) e outras, no meio da conversa, ele acariciava meu rosto.
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Falei para ele continuar com aquela barbinha linda. Ele riu! Sabia que meu
irmão mais novo usava barba pra parecer mais velho e que eu adorava
passar a mão, rs! "Ah, espertinho, por isso a deixou crescer"- pensei!
O restante do tempo, até que ele fosse embora de Utubaba, ficamos com o
Pedrinho.
Assistimos filmes, comemos pipoca com coca-cola, brincamos com o Pedro
e até fizemos guerra de cosquinha! Os dois jogaram vídeo game até,
enquanto eu esperava um minutinho de atenção!
Já parecíamos uma família!
Os meninos o pegaram a noite para ir dormir na casa onde estavam, no
sábado e o trouxeram de volta no domingo, até que chegou a hora de ir
embora.
Ah, não acredito!
Uma dor no peito me invadiu e, por seu olhar, percebi que ele também
sentia a mesma coisa!
Eu ainda ficaria até sexta feira, quando subiria a serra,
sem o MEU 43.
E, ainda chovia.
Eu já vi que quem estava na direção, pra variar era o Paulinho! Falei até na
orelha dele pra ir devagar. Coitado do Paulinho, eu adorava zoá-lo!
43 me abraçou apertado e suspiramos ao mesmo tempo: como seria difícil
ficarmos longe mais um dia!
E, lá se foram eles!
Eu e o Pedrinho ficamos quietos no apartamento por um tempão. Ficou um
vazio. Mas, seria por pouco tempo, em nome de Jesus.
Eu já comecei a sonhar com o casamento, será que vou conseguir um
casamento simples neste tempo de tanto inheco, inheco pra casar?
Ah, eu quero do meu jeito, como eu sempre sonhei.
Como o dos meus pais!
Simples mas, lindo!
E, o apartamento continuava vazio!
Sentei-me ao lado do Pedro e perguntei:
- Tudo bem, filho? E ele repondeu:
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- Tava mais divertido com o 43!
E, estava mesmo!
Que final de semana bagunçado!
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Capítulo 17 - Casal desesperado de saudade
Bem, no domingo á noite recebo telefonema da Re (minha líder de célula e
discipuladora) perguntando:
- Cris, o que está acontecendo?
- Ã, disse eu. Nada.
- Eu acabei de encontrar o 43 e ele disse que vocês queriam conversar
comigo e com o Tico no sábado? - continuou ela.
" Vich, eles foram daqui direto pra igreja e 43 já tá organizando o que
combinamos"-pensei! Realmente combinamos esta conversa mas, quem ia
falar com a Re era eu!
Bem, já que ele se adiantou, contei tudo pra ela e podia até vê-la pulando do
outro lado da linha. Ela orara comigo desde quando descobri meus
sentimentos verdadeiros por ele e ela também torcia para que ele sentisse o
mesmo. Ela sabia o medo que eu estava de ser " rejeitada", afinal nem todo
casal é igual ao Eduardo e a Mônica do Legião Urbana: "ela se formou em
medicina no mesmo mês que ele passou no vestibular,(diferença de idade
era o que mais me preocupava, porque ele olharia pra mim?)
Combinamos de orar juntas pelo celular até sábado, quando iríamos nos
encontrar (nossa operadora era a mesma, ufa!).
Com 43 também: Tico havia lhe emprestado um devocional e começamos,
por telefone, e oramos juntos todos os dias.
Onde eu fosse , praia, supermercado, a saudade de olhar para seu rosto,
ouvir sua risada, olhar em seus olhos, ah, como sentia sua falta!!!Mas, sexta
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feira estava chegando!
Chegou quinta feira e nem fomos a praia para arrumar as malas. De repente,
toca o interfone: um interessado no nosso apartamento.
Abri, o senhor olhou, gostou e queria fazer negócio.
Bem, disse que meu pai entraria em contato e viria resolver mas, o senhor só
ficaria lá até a próxima semana.
Trocamos telefones e liguei para o papai dizendo que ele precisava vir para
Utubaba. Ele não podia pois sua esposa Ester, havia quebrado o pé e não
poderia vir dirigindo (ele não dirige mais).
Pensei: - nada de negócio então!
Foi quando ele me disse para que eu resolvesse, ele iria me instruindo e
mandaria uma procuração para mim. Fiquei muda!
Pior é que ele estava se desfazendo deste apartamento para comprar uma
casa para mim e Pedro na cidade onde morávamos. Eu não poderia falar
não.
Disse: - ok, pai!
Desliguei o celular e comecei a chorar! Já eram quatro da tarde e os
cartórios já estavam fechando. Até a procuração chegar será uma eternidade
e depois, todos aqueles documentos.
Meu pai conversou por telefone com o senhor e combinou preço e a mim
caberia toda a papelada.
O senhor disse que ainda iria atrás das certidões negativas do imóvel e do
papai, assim ficaria na cidade uma semana além da próxima.
Depois de tudo combinado, chorando, liguei para o 43!
Iríamos ficar longe um do outro mais tempo do que nem sequer
imaginávamos!
Ele ficou mudo um tempo, antes de resolver me acalmar. Eu parei de chorar
mas, o peito ainda doía. Oramos e combinamos de fazer o devocional mais
tarde, quando eu me acalmasse!
Passou-se uma semana e nada de sair os documentos. O 43 não podia descer
a serra pois, estava substituindo seu líder que viajara nos cultos do domingo
todo.
Enquanto isso eu fazia fazíamos o devocional juntos e orava com ele e com
43
a Re.
Eu chorava e o Pedro tentava me consolar! Mas, ele também estava com
saudade de seu futuro pai! 43 todos os dias falava com ele um pouquinho!
Eu sentia tanta falta dele que tentava me concentrar em momentos que
passamos juntos para não chorar e até rir.
E, podia sentir nele, em sua voz, o quanto ele queria que eu estivesse a seu
lado.
Ah, quanta saudade...
O melhor era saber que ele também queria que eu estivesse com ele!
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Capitulo 18 - O reencontro
Depois de 3 semana longe de meu 43, afinal, poderíamos subir a serra.
As coisas do apartamento que queríamos levar já estavam devidamente
embaladas e já com transporte contratado.
O casal meus amigos do prédio, me ajudaram até!
Tudo no carro, inclusive o Pedrinho, começamos a subir aquela linda serra.
Ele dormiu na primeira curva.
Dirigindo e sem ter com quem conversar, comecei a "viajar"!
Quando dirijo em estrada minha cabeça "viaja" e penso em tudo
profundamente.
Meu sentimento de alívio por faltar alguns quilômetros para ver 43 se
misturavam a tristeza de vendermos nosso querido apartamento na praia, o
nosso refúgio (meu e do Pedro). Amava aquele lugar.
Mas, Deus colocou em meu coração que tudo foi feito em seu tempo certo:
ao casarmos teríamos uma casa própria para morar em nossa cidade!
Como isso não havia passado por minha cabeça?
Foram tantos acontecimentos em um tempo tão curto que nem estava
raciocinando mais: só dirigindo e orando!
Quando peguei a estrada que daria em São José das Neves, nossa cidade,
meus pensamentos tomaram outro rumo.
E agora?
Por qual processo na nossa igreja iremos passar?
Meu Deus, já havíamos orados todos (eu e 43, 43 e Tico, eu e Rê) por 3
45
semanas!!!
E, nós enquanto casal já estávamos terminando o devocional, faltavam dois
dias!
O que teríamos pela frente?
Será que já começaríamos a namorar?
E o beijo? Ai, eu precisava ficar firme na minha teoria! Por telefone é fácil,
né?
Chegamos.
Ele queria me ajudar a tirar as coisas do carro mas, eu queria encontra-lo de
banho tomado, toda cheirosa para ele,ainda que fôssemos ficar bem
distantes.
Distantes pois eu tinha a mais plena certeza, mesmo sem beijo na boca, que
nós dois tínhamos uma química dada por Deus para usarmos depois do
nosso casamento!
Ah, ops: Filipenses 4:8, nisso pensais!
Bem, combinamos que ele passaria em casa e iríamos em seu carro, comer
algo com o Pedro também.
Eu já estava pronta, ele chegou, coração na boca e pensei "que ridículo, uma
mulher chegando aos 40, parecendo uma adolescente!".
Deus estava me dando uma nova juventude através da sua infinita graça!
Quando o vi ele estava ali, lindo como sempre.
Bem, na verdade ele nem era lindo assim, nem passava perto do Brad, o
Pitti, sabe?
Eu também não era nenhuma Jolie e, havia aprendido depois de muito
penar, que os músculos mais bonitos eram aqueles dentro do coração e não
os da aparência.
E ali estava ele: já sorrindo pra mim quando apareci na escada!
- Ai Jesus, me ajuda pois, minha vontade e pular no pescoço dele e nunca
mais largar - pensei eu.
De repente o Pedro veio igual a um furacão, quase me derrubou da escada,
abriu o portão e pulou no pescoço dele!
Ah menino, que inveja boa - pensei de novo (ainda bem que Deus nos ama
apesar dos nossos pensamentos que só Ele ouve! Coitado, são pensamentos
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de todo tipo e tantos!).
Mas, eu também pude ganhar seu abraço enquanto Pedrinho entrava no
carro.
Parecia que fazia anos que não nos víamos!
Quanta saudade!
Eu sentia seu cheiro e seu calor (tô falando que é um perigo!).
Olhamos um nos olhos do outro e sussurramos:
-Não consigo mais ficar longe de você! - disse ele.
- Nem eu e nem quero. Nunca mais!- disse eu.
47
Capítulo 19 - De mãos dadas
No domingo de manhã fomos os três para a igreja juntos.
Tínhamos combinado de almoçar, após o culto, com o Tico e a Re, nossos
líderes de célula, para uma conversa. Ih, seria séria (a conversa), rs!
Bem, terminado o culto o Pedro foi almoçar na casa do Pitu, um amigo dele
dos adolescentes cuja mãe é minha amiga (nunca deixei o Pedro com
qualquer um) e nós fomos para o restaurante (ainda não andávamos de mão
dadas, estávamos esperando esta conversa).
Bem, após todos os cumprimentos, abraços, brincadeiras, eis que chegou a
hora.
Foi o Tico quem começou dizendo que havia conversado com a Re e que
eles iam se ater as preocupações que nós tínhamos em relação ao nosso
namoro/casamento.
- Ah, estes dois andam se falando muito por nossa causa, heim? Hum...pensei. Foco, Cris! Dei mais uma daquelas minhas viajadas!
O Tico continuou: "a preocupação do 43 é sua situação financeira. Como
você sabe ele se deu mal com seu sócio na empresa que estavam criando de
marketing virtual e está começando do zero de novo."
Bem, todos calaram-se. Ah, era pra que eu falasse!
- Bem, eu já falei pra ele que se o meu critério para escolher o meu príncipe
fosse a situação econômica, estaria procurando um velhinho aposentado
igual meu pai (que ele não ouça que eu o chamei de velho). Disse que
tínhamos uma vantagem pois, agora já teríamos uma casa aqui pra morar,
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sem pagar aluguel. E, que nada me daria mais prazer do que trabalhar (de
secretária, lavando banheiro...) com 43 e ajudá-lo a crescer, afinal, via nele
um guerreiro trabalhador que ia atrás do que queria. A "Ultra Marketing"
cresceria, eu acreditava. - disse eu.
-Certo- disse o Tico
E, o 43, só suspirou.
Era a vez da Re, ih:
-Bem,43, por tudo que orei com a Cris, sua maior preocupação era com sua
idade e a dificuldade de te dar filhos, embora fisicamente ela seja saudável ,
os óvulos depois dos 40 envelhecem.
- Aff, detesto esta palavra envelhecer e velho igual a meu pai - pensei eu.
Acho que preciso fazer mais teatro pra aprender a dar nomes às coisas!
Eu sabia o que ele ia responder:
- Eu nunca sonhei com aquele bando de filhos e além de não ter condições
de tê-los agora, teria que abrir mão de muitos sonhos como viagens, cursos
no exterior e, temos o Pedro que é um filhão! Quero uma guerreira
companheira e parceira que me incentive dia a dia muito mais do que filhos
e o Pedro será nosso filho e nos dará netos. Já serei pai ao casar e serei um
bom avô. Só teremos filho se a Cris quiser muito.
- Pronto soltou a bomba na minha mão! Eu adoraria ter 50 filhos com ele
mas, agora¿ - pensei eu.
Eu me sentia naqueles jogos de televisão onde se você responder errado, soa
uma campainha!
Todos ficamos quietos.
A Re e o Tico se olharam. Eles estavam assim, se entendendo pelo olhar?
Ué, eles se conheceram outro dia através de nós dois!!!Hum!!!
Então Tico disse: vocês já oraram, fizeram o devocional, entre nós também
oramos e eu e a Re (hum!) conversamos durante este tempo e achamos que
vocês já podem namorar, só queríamos tirar estas dúvidas.
Ui!!! Eu e 43 sorrimos um para o outro. Os dois se levantaram, nós dois
também nos ajoelhamos e fomos abençoados. Aleluias!
Os dois começaram a rir e fizeram a última pergunta:
- Não vai ter beijo na boca, 43? Você vai concordar com a teoria dela?
49
Era a hora do beijo mas, 43 foi lindo! Ele veio e me deu outro beijo na testa
e respondeu:
- Concordo, mas se resolvermos o contrário vocês dois serão os primeiros a
saber!
Caímos todos na risada e fomos comer.
Na hora de ir embora meu lindo agora, namorado,olhou para mim e eu já
entendi de pronto: ele queria pegar na minha mão. Eu disse sim com os
olhos tb.
Já nos falámos pelo olhar desde quando éramos amigos! Era algo divino.
Simplesmente podíamos até discutir mas, sempre acabávamos rindo, desde
1 ano atrás quando nos aproximamos mais.
E, um passo dado.
Um sonho começando a se realizar:
Saímos de lá de mãos dadas, namorando!
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Capítulo 20 - Meu herói
Eis que é chegada a segunda feira.
Pedro foi para escola (acabaram as férias!) e eu e 43 fomos caminhar logo
cedo.
Parecia que o parque tinha ganhado vida. Estava tudo mais colorido e lindo.
Enquanto caminhávamos fomos conversando sobre a necessidade da bênção
agora dos nossos pais (isso não tem fim?).
Bem, os pais dele moram na mesma cidade que nós, minha mãe em Taubaté
(pertinho), o duro era a "fera" que mora em Ribeirão Novo.
Foi só falar nele, tocou o celular: era o papai. Queria saber se eu já estava
procurando casa em São José. Eu disse que ainda não e pra variar ouvi:
- Vê se não vai dar uma de lerda!
Meu pai e seus adjetivos!
Meu Deus como eu iria procurar uma casa sem avisar (perguntar,
comunicar, sei lá!) meu pai que teríamos mais um morador na casa?
-43! Temos urgente que falar com o meu pai!- disse eu de súbito.
- Por quê? Perguntou ele.
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- A casa! Respondi.
Pensa em alguém que fica frio de repente. Pois ele gelou. Não falava uma
palavra.
- Não posso procurar uma casa para 3 sem falar com ele, afinal a casa será
nossa mas dele também.- Continuei eu.
Ele estava apavorado, rs! Ah, se ele conhecesse meu pai!
Bem, com a pressa do meu pai que me ligou 5 vezes no mesmo dia,
marcamos a viagem para Ribeirão para o final de semana.
Liguei para a esposa dele e adiantei a conversa .Ela já iria aos poucos
preparando o terreno.
Meu pai já não esperava casar nenhum dos filhos, quanto mais eu a mais
velha e agora "gordinha" como ele fala.
É, cresci com adjetivos! Haja CR pra tantos!
Malas prontas, saímos à noite, na sexta. 43 enxerga bem para dirigir no
escuro mas, é lento que só, respeita todas as placas (alguém tem que ter
juízo nesta futura família).
E, é longe aquela terra. Pensar que passei minha vida toda lá!
43 foi de casa até a casa de meu pai ensaiando o que dizer. Me deu até
vontade de dormir.
Eu só orava para o meu pai não ter os "repentes" dele na frente do meu,
agora "amor".
Chegamos. 43 orou antes de sair do carro e enfim, descemos.
Foi quando ele desmistificou um pouco meu pai que embora promotor
público aposentado, mora num apartamento simples.
Os dois (Meu pai e Ester) nos receberam super bem. Pedro já pulou no avô
mesmo eu tendo falado mil vezes que precisávamos do vovô bem calminho.
Mas, tem hora que falar com o Pedro é igual falar com uma pedra.
Colocamos as coisas nos quartos e fomos comer algo antes de dormir.
Meu pai de cara ofereceu uma pinguinha, um uísque ou uma cervejinha para
o 43 (ninguém lá em casa é crente e acho que ele faz de propósito)!
43 preferiu um suco (lógico).
Durante o lanche 43 falou dele, conforme ia sendo perguntado (parecia um
interrogatório). Que havia feito TI (meu pai olhou pra mim com uma
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interrogação na cara). Contou sobre a Ultra Marketing, a história do ex
sócio e que estava recomeçando e de repente começou a falar sem parar.
Falou, falou e falou.
Bem, meu pai fez que entendeu tudo mas, eu sabia que ele não entendera
nada.
Só o que ele queria saber era se 43 era trabalhador (ponto).
Não pediu extrato bancário, nem RG e CIC pra puxar a
"capivara"(antecedentes criminais) dele como fizera com meu primeiro
namoradinho.
43 passara no teste inicial.
Fomos dormir. Eu e Pedro num quarto e o 43 no outro.
Ele já parecia mais calmo, viu que papai só parece uma fera mas, que é
gente boa.
Faltava falar que o namoro era para casamento.
Acordamos no dia seguinte e fomos caminhar os 4. À tarde fomos ao
shopping (meu pai ama um shopping) e meu ele pode ver como nos
dávamos bem, os 3 ( eu, Pedro e 43).
À noite íamos jantar em casa, quando 43 falaria o "restante".
Eis que chegou a hora. Estávamos sentados na sala quando 43 começou a
falar. Ele já havia terminado e estava esperando a resposta do papai e, eis
que ela entra.
Meu pai pula pra cima do sofá e eu também. O Pedro estava no quarto. Eu e
papai começamos a gritar para a Ester:
- a barata!
Ester saiu correndo para pegar o veneno( já estava acostumada com a cena).
Meu pai de cima do sofá gritava:
-Não perde ela de vista senão ela some!
43 nos olhava como se fôssemos "aliens". Mas, vendo nosso desespero,
tirou calmamente o sapato e craft nela antes mesmo que Ester chegasse com
o veneno.
Eu olhei para o papai e ele pra mim. Começamos a rir sem parar. A Ester
chegou atrasada e vendo aquela cena ria também. Foi a vez de 43 rir.
Pensei:
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- Meu Deus, perdi o marido. Quem vai querer entrar pra uma família de
doido?
Ester tirou o cadáver daquele "monstro" dali, meu pai desceu do sofá, deu
um tapinha nas costas do 43 e disse:
- Já vi que você trata bem minha filha e meu neto. E, ainda mata barata,
pode casar!
Meu pai não faria uma oração como fizera os pais do 43, nem sequer dizer
que nos abençoa, como fez minha mãe. Este era o jeito dele de nos amar e
dizer que podíamos contar com ele. Um tapinha nas costas!
Dormimos e no dia seguinte cedo viemos embora.
No caminho contamos para o Pedro sobre o episódio da noite anterior ( ele
estava no computador na hora do acontecido) e o que o vovô tinha dito.
Pedro vira pra 43 e diz:
- Cara, ensaiou tanto e só precisava matar uma barata? E, como resposta
ganhou um tapinha? Bem vindo a nossa família! E caiu na risada.
Nós rimos até também.
É, esta é a minha família 43, já sabe como será! E nós a amamos assim
mesmo. Você também aprenderá!
Agora já podíamos procurar a casa para 3 pois os pais dele e minha mãe já
haviam dado sua bênção durante a semana. Mais o tapinha do meu pai: tudo
resolvido!
Que venha a casa e o casório.
Eu já tenho meu herói para matar as baratas!
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Capítulo 21 - 43 e eu
Bem, antes de continuarmos nossa história vou falar um pouco sobre nós.
43 nasceu e cresceu em São José das Neves.
Eu nasci em Tibitá, ali perto, mas passei a maior parte de minha vida em
Ribeirão Novo.
Ele ia nas férias para Caratuba e eu para Utubaba, cidades de praia bem
próximas.
Ele tinha 10 anos quando eu completei 20.
Ambos estudamos em boas escolas e também fizemos a mesma escola de
inglês: ele em São José, eu em Ribeirão.
Eu era a mais velha de 4 irmãos ( ainda sou) e ele o mais novo de 3 e único
homem.
Meus pais se separaram quando eu tinha 21 anos e os dele não se largam até
hoje.
43 já tem 3 sobrinhos e eu nenhum, pode?
Meu filho é o único "bebê" da nossa família.
A família dele sempre foi cristã evangélica praticante e a minha se dizia
católica mas, somente minha avó paterna ia a missa.
Papai e mamãe gostavam mesmo é de um barzinho, viviam saindo para
namorar.
Aos 17 eu quis prestar vestibular de propaganda e marketing e fiz direito.
Ele sempre gostou de computadores e foi fazer Tecnologia da Computação
na Unipamp em Pampinas (eu sou da época da máquina de escrever).
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Eu, nunca tinha ouvido falar de Jesus como Salvador e ele cresceu na igreja.
Aos 21 conheci um cara com quem aprendi a fumar, beber e usar drogas
(cocaína e maconha) e ele também aos 21(mas,10 anos depois de mim),
acabou saindo do Caminho ( detesto as palavras desviou ou desviado, as
acho pejorativas).
Aos 22 ouvi sobre Jesus a primeira vez e aos 23 me batizei mas, continuei
dando cabeçada. Só grudei no pescoço de Deus quando fiquei grávida do
Gabriel aos 27( quando 43 estava dando uma volta pelo "mundo" em seu
primeiro ano de faculdade).
Enquanto eu vivia exclusivamente para o Pedro, 43 estava saindo com
meninas da faculdade e também bebendo e etc, junto com seu ex sócio, com
quem dividiu apartamento na época da pós graduação em Marketing.
Acabada a pós,43 abriu uma empresa em Pampinas mas durou pouco pois
seu sócio e "amigo" passou a perna nele.
Ele usou tudo que tinha ganhado para pagar o prejuízo que o cara lhe dera e
voltou para São José no mesmo ano que me mudei pra cá.
Eu continuei vivendo para o meu filho e ele abriu a Ultra e passou a
trabalhar com marketing virtual mas, gostava também de desenvolver
softwares.
Ele voltou para o Caminho e acabamos na mesma igreja.
Quando o conheci ele servia no Ministério de Bebês. Eu o achei
interessante mas, era meu estranho um homem neste ministério. Depois vim
a saber que ele começou por causa de seu primeiro sobrinho e foi ficando
pois suas irmãs alternavam a época de engravidar.
Eu servia na recepção.
No primeiro ano só nos cumprimentávamos mas, eu já o achava
interessante.
Ele só tinha olhos para as meninas gostosas (to aprendendo a colocar nome
nas coisas depois que comecei a fazer teatro) e elas só tinham olhos para os
musculosos da vida.
Eu achava bem feito. O tonto sempre dava com a "cara na porta" e tinha que
sair com seu
"olhar 43", de fininho.
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Quando começamos a conversar mais (tínhamos amigos em
comum)comecei a achá-lo mais interessante.
Nunca repararia num sujeito de só 1.75, sem músculos, com uma
barriguinha já aparecendo e com pequenas entradas no cabelo (hoje o Pedro
vive falando para ele que ele vai ficar careca).
Mas, nestes 13 anos sozinha, Deus havia tratado meu coração e eu já não me
importava com a aparência. Ele tinha um rosto lindo e um olhar penetrante.
E sua risada então (Ele continua assim até hoje).
Olhar para mim, nada!
Deus em seu cuidado infinito deu um jeitinho para que começássemos a
andar e correr no parque juntos e foi ali que tudo começou.
Foi a partir dali que vimos que não viveríamos um sem o outro.
Não éramos tão diferentes como "Eduardo e Mônica" mas, no que
divergíamos chamávamos Deus para ajudar ( até hoje O chamamos).
Sempre preferi os morenos porém, me apaixonei por seus cabelos castanho
claro (quase loiro), sua agora barbinha que às vezes parecia loira e seus
olhos cor de mel, que às vezes ficavam verdes!
Mais sobre mim? Quem sabe um dia ele mesmo fale!
Formávamos um casal interessante!
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Capítulo 22 - Nossa casa
Voltando a nossa história, chegamos de Ribeirão e na viagem combinamos
que iríamos (eu e Pedro) ajudar 43 na Ultra Marketing.
O Pedro iria para escola cedo, eu e 43 nos encontraríamos no parque para
correr, eu iria para casa fazer meu serviço doméstico e quando Pedro
voltasse almoçaríamos juntos e depois ajudaríamos 43.
Pedrinho teria uma mesa para estudar e faria serviço de banco para nós. Eu
ficaria ao telefone e também procuraria outras empresas para oferecemos o
nosso trabalho
(o do 43, né? Eu e o computador não éramos muito amigos!), enquanto o
meu amado fazia os projetos ou visitava os clientes.
Logo na segunda começamos.
Mas, nesta primeira semana eu tinha que procurar a nossa casa.
Os dois se enfiaram no computador e começaram a procurar casas. Eu não
gostava assim, queria uma imobiliária onde eu falaria com gente. Eles
tentaram me converter ao computador mas, não me convenceram.
Deixei os dois lá, aff!
Fui à imobiliaria de uma irmã da igreja que me recebeu e me levou até sua
mesa. Sentei e ela começou a mexer no computador. Pensei:
- Ela está procurando fichas para me mostrar. Devem estar catalogadas aí.
De repente ela vira a tela para mim e mostra uma casa.
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- "Temos esta aqui que é pequena como você quer" - falou a irmã e disse o
preço!
Me mostrou mais algumas e seus preços NO COMPUTADOR e eu disse
que precisava falar com meu noivo.
Saí de lá tão irritada e até chorei (choro até em comercial de fraldas) quando
cheguei no carro. Não sei se eu estava triste pois o dinheiro não daria para
moramos perto de tudo, só num tal bairro Piratininga onde Judas perdeu as
meias porque as bota ficaram no caminho. Ou, se estava com raiva daqueles
dois que tinham razão: tudo é feito por computador hoje!
Cheguei na Ultra e os dois estavam quietos. Sentei na cadeira em frente à
mesa do 43 e comecei a falar:
- Sabe o que a irmãzinha fez? Mostrou um monte de casas pra mim no
computador!
O Pedro ia rir e me chamar de teimosa quando 43 olhou para ele e na
mesma hora obedeceu o olhar. Eita menino, o 43 ele obedece!- pensei.
Continuei falando que o dinheiro de Utubaba só dava pra comprar uma casa
no tal Piratininga e que demoraríamos 50 minutos no transito da rodovia,
sem congestionamento e, e, e, falei por uns 10 minutos e ele ficou olhando
para a minha cara encostado em sua confortável cadeira (fui ficando mais
brava ainda!), mas, parei de falar.
Esqueci de falar que ele é calmo e eu eletrizada e assim, juntos,
conseguimos andar num passo equilibrado.
Mas, tinha hora que esta calmaria me irritava. Será que ele entendeu que
vamos morar na fronteira com outra cidade?
Bem, ele se curvou, pegou nas minhas mão em cima da mesa e disse:
- Acabou?
Ah, era esta a hora de enforcá-lo porém, deixei-o vivo e com a cabeça fiz
que sim. Ele começou então:
- Enquanto você saiu, vimos o preço das casas e que precisaríamos de mais
dinheiro. Como meus pais já tinha oferecido o apartamento onde eu moro,
liguei para eles e aceitei.
Como ele fez isso sem falar comigo?E meu pai?Mas, pior que ele
continuou:
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- Sabendo que você gostaria de falar com seu pai antes, me adiantei e liguei
para ele. Ele disse que por ele tudo Ok. Que ele viria quando fosse a hora
da papelada.
Aí fiquei mais raivosa ainda. Além de decidir sozinho liga pro meu pai?-se
pensamento gritasse, era agora.
Se tem uma coisa que não gosto é ser a última a saber das coisas, por isso
não sou chegada a surpresas.
Me acostumei a decidir tudo sozinha e agora ia ficar de fora? Ele parece ter
ouvido meus pensamentos e disse:
-Eu só quis me adiantar para termos nossa casa e nos casarmos assim que
terminarmos o curso para noivos!
Ele sabia como me derreter!
Sorri, enfim!
Ele me ganhou.
Deu a volta na mesa e me deu um beijo na testa.
Nossos líderes nem se preocupavam muito com nossos limites no namoro já
que estávamos firmes na minha teoria do beijo. Mesmo assim, sempre
levávamos Pedrinho junto para não ficarmos sozinhos.
Nossa casa: agora tínhamos o dobro do dinheiro!
Não queríamos gastar tudo.Íamos devolver o que sobrasse.
Enquanto eu procurava casas, ele mostrava seu apartamento nas horas
vagas.
Eu via, separava as que gostava e no final de semana, ele e Pedro iam
comigo ver de novo.
Quando concordamos com uma casa, seu apartamento foi vendido e seu pai
lhe deu o dinheiro. Deus foi bom demais, deu tudo certo.
Só faltava a papelada mas, desta, meu pai vinha cuidar.
43 voltaria para a casa dos pais, eu entregaria a casa que morava de aluguel
e arrumaríamos nossa casa com o que nós dois tínhamos.
Nossa casa tinha 3 quartos, sendo uma suite, cozinha, banheiro social, sala
com espaço para sala de jantar.
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Era média e térrea! Tinha até portões dos dois lados para prendermos nossa
fera, o Asham, nosso cachorro. Tinha varanda para rede e era novinha. Seus
donos a construíram e foram transferidos de cidade!
Agora era nossa. Esta casinha:
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Capítulo 23 - A mudança
Após papelada resolvida, chamamos uma firma de limpeza com quem 43
trabalhava (fizeram excelente preço) para dar um trato na casa. Embora ela
estivesse limpinha, sou um "pouco" neurótica neste quesito.
Eu já tinha embalado com zelo meus livros e todas as roupas. Faltava só o
caminhão para os móveis os desmontadores de armário e mudança feita.
Não deixei os caras do caminhão colocar nada no meu(nosso futuro) quarto,
nem no do Pedro pois precisava vir primeiro os, agora, montadores de
armários.
Assim, ficou tudo na sala e no terceiro quarto.
Se não bastasse a minha mudança, tinha também as coisas do apartamento
dele,
Eu sentava e chorava de pânico, naquela bagunça. E, parecia que Deus
avisava o 43 para me ligar e me acalmar!
Eu não podia sair, tinha um bando de homens arrumando os móveis da casa,
lustres, etc e etc.Foi uma dura semana.
Faltavam 3 meses para a data do nosso casamento e eu não havia feito nada.
E, 43 me queria de volta no escritório pelo menos 3 vezes por semana pois
nossa pequena equipe estava funcionando muito bem.
Ele dizia: a casa depois nós arrumamos.
Mas, ele, lindo, estava na casa da mamãe com tudo no lugar.
Foi quando ele teve a ideia de convocar sua mãe e irmãs para me ajudar.
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Pensei: "Ih, isso não ia dar certo." Por mais que eu me dê super bem com
elas não tenho liberdade de dizer:
- Aqui, ali.
Acho que ele percebeu sua péssima ideia no meu olhar e não falou mais
nada.
Foi quando liguei para uma amiga que trabalhara comigo em Tibitá,
Daniela, que era expert em mudança.
De pronto seu marido a trouxe e ela ficou aqui uma semana com sua
filhinha.
Tudo em seus lugares. O que eu não achasse era só ligar para ela.
43 ainda não tinha visto e talvez quisesse mudar algo de lugar, mas pelo
menos eu e Pedro estávamos em lugar habitável.
Voltei para o escritório, rotina normal e ia começar a procurar NO
COMPUTADOR as coisas para o casamento, principalmente o vestido.
Foi quando ao ligar o negócio, esqueci a senha.
43 estava na rua visitando clientes, Pedro fazendo trabalho na escola, e
agora?
Eu ainda tinha um monte de papéis na minha mesa para catalogar.
Liguei para o 43. Ah, lógico, ele sabe a senha!
- Amor, tenho um monte de coisas pra fazer e os computadores estão todos
desligados. Liguei o meu mas, não sei a senha.
- Hum, nem eu! Mudamos enquanto você estava na casa.
O que? O meu 43 não sabe a senha? Como? Ele sabe tudo de computador!
Meu Deus, e agora? Ele continuou:
- Amor, o Pedro não esta aí, né?
Meu filho sabia todas as senhas. E, 43 sabia que eu só ligava em último caso
para não atrapalhá-lo. Continuou:
-Vai até a primeira gaveta da minha mesa que tem um caderninho com todas
as senhas!
Desliguei o telefone e na hora me lembrei de meu amigo Paulo. Abri a
gaveta e lá estava o tal caderninho e sabe qual era a marca? Bodeschine!
Mas pra que saber tanto de informática se precisa de um caderninho? Assim
fica fácil até para mim!
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Quando 43 voltou fiz esta pergunta a ele, que respondeu:
- Eu entendo de informática não de decorar números e senhas. Minha
memória não é impecável.
Hum, e qual o motivo para todos que entendem de computador comprar o
caderno da mesma marca? -continuei com as perguntas.
Ele começou a rir e quis saber a razão da pergunta. Tive que contar sobre
este meu amigo que sempre me disse para eu marcar as senhas num
caderninho destes e desta marca!!!
Ele riu e ficou olhando para mim e nem perguntou. Ele já tinha a certeza de
que eu não dei ouvidos a meu amigo.
Não se atreveu a me chamar de teimosa. Se chamasse estava tudo
terminado! Mas, nem precisava falar.
Neste mesmo dia ele foi supervisionar as coisas lá em casa. Achou tudo
perfeito. Lógico. Mais uma vez eu fiz tudo sozinha! Mas, desta vez tinha
quem me ouvisse (coitado) e me acalmasse. E, ele só não estava comigo
pois precisava estar no trabalho.
Sentou no sofá e disse:
- Acho que não quero mais sair daqui!
Hahaha, faltam 3 meses!
E, realmente, juntando o meu e o dele, nossa casa ficou extra aconchegante!
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Capítulo 24 - Preparativos para o casamento e o primeiro beijo
Bem, faltavam 3 meses quando começamos a procurar aquilo que queríamos
para nosso casamento. Nos indicaram uma cerimonialista! Hum, fui ver!
A moça até que bem intencionada me mostrou um monte de coisas extra
destas que estão na moda mas, nada que eu queria. Perguntei se ela não faria
um do meu jeito e ela disse que não. Agradeci e parti.
Voltei para o escritório já me descabelando e 43 me acalmou, pra variar.
Nos indicaram outra.
Lá fui eu de novo mas, desta vez ele foi comigo. Acho que ele achou que
sua presença masculina mudaria algo.
Foi a mesma história e quando saímos dali, caímos na risada!
Por nós não teria nada mas, nossas famílias achavam que precisava pelo
menos de uma florzinha, um bolo para brinde com champanhe e
refrigerante, etc...
Combinamos de orar nesta semana sobre decoração.
Enquanto isso achei uma costureira para fazer o meu vestido. Depois de
várias explicadas, ela entendeu o que eu queria.
Lógico que perguntei para 43 se ele fazia questão de um vestido todo rodado
e ele disse que não. "Parecia a noivinha do bolo" - disse ele.
Não ia contar para ele como seria mas, mais uma coisa que tínhamos em
comum, para compensar as tantas outras que tínhamos diferente, eu também
não gostava dos rodados.
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Bem, muita gente palpitando, muitos querendo que fossemos até São Paolo,
capital do nosso estado, procurar isso ou aquilo.
Nós dois detestávamos São Paolo. Só em ocasiões especiais ou
extraordinárias.
Até que lembrei, enquanto orava, de uma irmã da igreja que serviu comigo.
Ela ajudara no casamento de um casal amigo.
Pronto! Liguei para ela que aceitou na mesma hora.
Ela veio com uma lista sem fim para corrermos atrás mas, agora, sairia do
nosso jeito.
Pagamos para a floricultura ir decorar. Escolhemos as músicas que iriam
tocar, os padrinhos (esta foi uma difícil missão, tínhamos muitos a escolher)
e tantas coisas mais.
Nossa lista de convidados teria que ser do tamanho da igreja, no máximo.
A igreja que eu sempre quis casar, era a que mais se parecia com igreja.
Embora nossa liderança tivesse tirado os bancos e colocado cadeiras, não
ficou comprometido o seu aspecto de igreja.
Fomos ticando a lista com o dinheiro que sobrou da nossa casa e ganhamos
dos nossos pais para o nosso casamento.
Eles tinham se conhecido quando meu pai veio resolver a papelada da casa e
ficaram amigos. O pai do 43, era paciente como o filho e aguentou meu pai
tomar uns 10 chopes enquanto ele enrolava com uma taça de vinho tinto.
Eles trocaram telefones e nos fizeram esta surpresa.
Antes de pensar nos gastos com a cerimônia a primeira coisa que fizemos
foi pagar nosso cruzeiro de lua de mel que até o Chile, um sonho!
Pagamos também nossas 2 diárias de noite de núpcias ( achamos que uma
noite não seria suficiente, rs!).
E, foi tudo dando certo até que minhas cunhadas me deram o dia da noiva
num cabelereiro.
Ai Jesus! O que vou ficar fazendo neste lugar? Eu nunca fui chegada a
cabelereiros. Mas, entendi a boa intenção delas e nem falei nada.
Fiquei pensando nisso o tempo todo: como fugir desta parte?
Bem, experimentei várias vezes o vestido, tudo ok, mas eu estava com os
nervos a flor da pele.
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Agora faltava apenas um mês.
43 também estava nervoso.
Foi quando tivemos nossa primeira briga de verdade, até então eram só
discussões sempre resolvidas na hora.
Estávamos saindo da igreja no domingo a tarde. Segunda era feriado e o
Pedro insistiu para ir dormir na casa do amigo cuja mãe é minha amiga
também. Deixei
Fomos embora só eu e 43. Eu peguei a direção do carro. E, não obedecendo
as indicações dele (ele era um GPS ambulante), me perdi.
Foi a primeira vez que o vi bravo. Ele me mandou parar o carro e foi para a
direção.
Eu fiquei quieta e ele num tom mais alto que o normal, um pouco grosso
(minimamente para ficar emocionante),me disse:
- Você é muito teimosa. Não gosta dessa palavra mas, é esta palavra que te
define.
Eu teimosa¿ Emudeci de raiva, segurei o choro e fiquei quieta pedindo a
Deus uma luz brilhante de calma.
Ele também se calou mas, por sua respiração vi que estava se acalmando.
A luz veio e me acalmou também. Que bobeira brigar por causa da direção e
do caminho! – pensei eu.
Havíamos aprendido no curso de noivos que homem e mulher são
diferentes. Será que isso faz parte do manual deles? Esqueceram de avisar!
Fala sério, só porque não fiz o caminho dele e me perdi? Era só me achar de
novo. Afinal, eu estava acostumada a me perder!
Bem, ele fez um caminho mais longo para casa e parou o carro numa
avenida que tem mirantes para a serra.
Descemos e fomos até a grade. Ficamos olhando as montanhas até que ele
começou a falar.
Me pediu perdão. Disse que embora eu fosse realmente teimosa, nem
sempre isso era um defeito. Minha "qualidade" de ser teimosa me fazia
também correr atrás do que eu queria e não desistir das coisas. E, me pediu
para não desistir dele nunca, de nós! Para, por favor, perdoá-lo (que
melodrama!).
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Se ele fosse artista diria que a fala era ensaiada. Porém, ele não tinha nada
de artista. Era de coração que ele falava.
Era minha vez de falar. O que diria? Era lógico que não desistiria dele nem
de nós.
Eu só sorri e disse que ia ser bem teimosa conosco também.
Foi quando de repente ele segurou meu rosto e fazendo carinho, olhava nos
meus olhos.
Eu pensei: "meu Deus, não é que ele me deixa completamente sem ar!"
Ficou assim um tempo e depois, sorriu para ver se eu concordaria com um
beijo.
Eu sorri de volta, concordando ( que frio na barriga, nosso primeiro beijo na
boca).
Já era hora enfim. Mas, pensei: “Só um”.
A química que eu achei que tínhamos, meu Deus, multiplica por mil.
Ele começou beijando meus lábios com todo carinho e calma!
Eu podia sentir o meu coração bater junto com o dele.
E, bom só e...e, ah, foi o melhor beijo de toda a minha vida.
Simplesmente o céu desceu a terra ou nós subimos ao céu em somente um
beijo.
Quando vimos que o coração estava batendo rápido demais e sangue
bombeando para o cérebro com a informação "sexo", exatamente como o
pastor de "Eu Escolhi Esperar" havia dito: paramos na mesma hora.
Minha teoria estava certa. Nos abraçamos, ficamos quietos ali por um tempo
e combinamos:
De novo, só no altar.
Afinal, nós escolhemos esperar e não estragaríamos nossa espera a apenas 3
semanas do casamento.
Mas, foi o beijo.
68
Capítulo 25 - As alianças
Depois daquele beijo foi difícil dormir.
Engana-se quem pensa que mulher mais velha não tenha disposição para as
coisas do "amor".
Ao contrário, eu pelo menos, "fervo". Por isso institui em nosso namoro a
abstenção ao beijo. E, 43 concordou.
Já que escolhemos esperar, na nossa nova vida onde tudo se fez novo, temos
que fazer de tudo para evitar e, não beijar na boca era a primeira delas.
Porém, depois desse beijo foi difícil não pensar na noite de núpcias. Graças
a Deus pagamos duas noites! Será que o 43 vai dar conta?
Ai, não queria pensar nisso. Levantei e peguei a lista para ver se ticamos
tudo. E lá estavam elas: as alianças!
Meu Deus e agora?
Eu não podia tomar a frente e comprá-las com nosso dinheiro do casamento,
quem fazia o controle era ele e ia notar.
Também não queria ser eu a tomar a frente mas, não conseguiria dar
indiretas para ele se "tocar". Nunca fui de indiretas.
Queria que ele tomasse a frente e aparecesse com elas.
69
Na segunda à tarde, quando fui para a Ultra, ele estava lá, não tinha cliente
para visitar.
Entrei e nem cheguei perto dele. Era um misto de vergonha por causa do
beijo e de fuga de sentir vontade de novo.
Sentei na minha mesa e não olhei para ele.
Percebi que ele não tirava o olho de mim e eu não conseguia fazer nada,
pensando dele, ali na minha frente.
Enfim, olhei para ele.
Ele sorriu com olhar de "sua boba".
Eu sorri de volta com olhar de boba apaixonada mesmo.
Que vontade de me jogar em seus braços!Hum!
Eu amava tanto aquele homem como nunca imaginava amar alguém, muito
mais um cara da idade dele. Eu achava que os trintinhas continuavam
moleques mas, 43 era uma exceção. Eu iria me casar com um Homem com
H maiúsculo.
Passamos a semana assim, de longe, bem de longe.
Agora faltavam as alianças e apenas duas semanas para o casamento.
Na terça feira ele me convidou para jantar e disse que podíamos deixar o
Pedro na casa dos pais dele.
Disse que sim, deixamos Pedrinho lá e seus pais disseram para não nos
apressarmos.
Achei estranho mas, o Pedro amava ficar com eles. Meu futuro sogro era
militar reformado e meu filho amava suas histórias, olhar sua farda, etc.
Fomos a um restaurante bom, daqueles que só iríamos em ocasiões de
comemoração. Ele pediu um vinho tinto e ficamos conversando antes de
fazer o pedido.
Conversamos sobre o beijo e nossas expectativas para com nossa noite de
núpcias.
Foi uma conversa difícil para uma pessoa como eu que não consegue dar
"nomes aos bois" e fica sem graça com isso.
Mas, 43 me conhecia tão bem que no seu falar calmo e assertivo ele me
pegava de jeito.
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Ao final, tínhamos conversado tanta coisa, algumas dúvidas, falamos de
coisas intimas ( graças à Deus em restaurante bom os garçons ficam longe
da mesa, ufa!) e quando houve uma pausa, ele mudou de lugar, sentando-se
ao meu lado. Pensei:
-Ih, se me der outro beijo daqueles, era uma vez o "Eu Escolhi Esperar".
Ainda mais depois daquela conversa.
Minha vontade foi de falar para que ele voltasse para o outro lado da mesa:
só faltavam 11 dias para o casamento.
Mas, não. Não era outro beijo.
Ele me pediu de volta o anel dele (agora era meu, oras!) que fora colocado
em meu dedo como sinal do nosso compromisso.
Que absurdo? Não acredito que ele vai tirar o meu anel?-pensei. E, o
folgado foi tirando e colocando em sua mão esquerda. Fiquei indignada.
Foi quando ele tirou do bolso uma caixinha e disse:
- Eu falei para você que quando eu tivesse condição te daria uma aliança
melhor!
Tive tanta coisa para fazer naquela semana que esquecera das alianças, de
novo.
Quando 43 abriu a caixinha lá estavam elas: as únicas que nós dois
havíamos gostado.
Eu não sabia o que fazer. Fiquei olhando para ele como quem não estava
acreditando.
Ele, já acostumado a esperar que minha ficha caísse só sorria!
Quando ele viu que eu havia entendido que sim, estamos juntos mesmo,
vamos nos casar e será para sempre, disse:
- Meu amor, estas são as alianças que vamos usar até o nosso último dia de
nossas vidas!
Colocou a aliança em minha mão direita e me entregou a caixinha. Eu
coloquei a dele, sorrindo.
Ao final ele me deu um beijo na testa (ufa) e voltou para seu lugar para
fazer o pedido.
Conversamos várias coisas. Sobre o casamento, seus preparativos, nossa
viagem e como faltava pouco para entregarmos todos os trabalhos até a data
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de nosso casamento. Já estávamos avisando nossos clientes, os antigos e os
novos, que só no mês seguinte, recomeçaríamos.
Acabou o jantar e pensei que já estávamos indo embora ele tirou o anel do
dedo de novo. E disse:
- Amor vamos trocar de novo. Agora que vi que serve, preciso mandar
gravar nossos nomes!
Comecei a rir, afinal, como diria meu pai "alegria de pobre dura pouco". Lá
ia eu embora com o antigo anel, rs!
Mas, o importante é que ele lembrara de nossas alianças.
72
Capítulo 26 - Os 3 dias antes do casamento
Faltavam 3 dias para o nosso casamento, tudo na Ultra estava em ordem e a
minha família começou a chegar.
Todos estavam em hotel no qual conseguimos um bom preço para a galera
que vinha de fora, exceto mamãe que estava em nossa casa.
Mas, se reuniam lá .
Eu não estava nervosa, irritada ou falante. Pior, estava quieta.
Simplesmente dúvidas que eu jamais tivera inundaram meu coração e
meu ser. Eu ia casar! Será?
E, ainda tinha aquele abençoado "dia da noiva" que minhas cunhadas, com
toda boa intenção, inventaram.
Lógico que todos perceberam. Tentaram puxar conversa, fizeram
graça...mas, eu não estava ali.
Liguei para minha líder pedindo oração.
Só Deus em sua infinita misericórdia e graça poderia acalmar meu coração.
Ou, uma sentadinha na praia Roxa onde eu poderia chorar sem ninguém ver
e falar com Deus diante de toda aquela beleza de Sua criação.
Como eu fugiria a 3 dias do casamento para ir para Utubaba.
43 percebeu por telefone que eu não estava bem ( isso que dá ser uma
pessoa muito transparente). E, ele também não me parecia bem.
À noite quando nos falamos ele me perguntou se eu tinha certeza que queria
me casar com ele. Fiquei quieta. Foi quando ele me falou que estava com
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medo de não me fazer feliz. Eu comecei a chorar e pedi para desligar o
celular.
Depois de uma hora ele me ligou e disse:
- Amanhã quero passar o dia todo com você e longe de todos. Orei e vamos
para aquele lugar onde assumimos nosso compromisso!
- O que? Disse eu. Amanhã?
Ele respondeu:
- Sim. Faça uma pequena mochila e diga apenas que vamos passar o dia
juntos e voltamos só à noite. Diga a verdade, que precisamos ter este tempo
sozinhos antes de nos casar. E, ninguém precisa saber que vamos para a
praia .
- Ok. Eu disse. Amo você por estar tão conectado ao meu coração 43. continuei.
Do outro lado eu senti que ele estava quieto e podia ouvir assim mesmo ele
dizendo o quanto me amava também.
Arrumei uma mochilona, estaria frio lá e tinha certeza que meu futuro
marido não iria se lembrar de levar um abrigo. Peguei em suas coisas (que já
estavam em casa) o que ele precisaria, as minhas, deixei tudo pronto e fui
dormir.
Acordei cedo. Ele ia passar às 7 hs. O Pedro e mamãe ainda estavam
dormindo e deixei um bilhete exatamente como ele havia dito.
E lá fomos nós para a praia, na quinta feira antes do nosso casamento, que
seria no sábado.
Não gostávamos de conversar sobre nós sem que fosse olhos nos olhos,
assim fomos conversando outras coisas ate chegarmos lá e já fomos direto
para a praia . No agora, nosso lugar com Deus. Coloquei as cangas na
areia, e, agora olhos nos olhos começamos a falar de nós. Praticamente as
nossas dúvidas eram as mesmas. Especialmente na parte sexual. Nós dois já
tínhamos experimentado no mundo como era transar mas, tínhamos algumas
dúvidas de como seria fazer amor abençoado por Deus.
Conversamos, pela primeira vez, abertamente sobre nossas preferências e
sobre como um respeitar o outro naquilo que gostávamos mas, eu ainda
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não conseguia falar as palavras certas. Falamos de nossos receios e anseios
mais secretos.
Em uma pausa resolvemos entrar na água. Estava um gelo. Final de junho a
água já está gelada.
Hum, eu entrei e já fui indo para o fundo, enquanto ele, constatando a frieza
da água, demorou para entrar.
Passamos a rebentação (o mar estava calmo) e ficamos ali brincando os dois
e nos abraçamos!
Toda dúvida, todo receio, tudo que podia atrapalhar que nos casássemos,
estavam indo embora. Parecia que nos amávamos mais que antes.
Ao sair da água fui logo colocando meu abrigo, gorro, cachecol e mantinha
que estavam na mochila. Ventava gelado. Ele demorou para assumir que
estava com frio!
Foi quando tirei seu abrigo da mochila e mostrei para ele. Parecia um garoto
olhando para o algodão doce. Na mesma hora se esquentou. Eu não queria
um noivo espirrando no altar.
Ficamos ali, embrulhadinhos na manta.
Neste dia nos beijamos várias vezes. Podíamos perceber o quanto
mexíamos um com o outro. Precisávamos desta certeza sobre nossa
química.
Só tínhamos nos beijado uma vez durante todo este tempo.
Mas, havia química suficiente para explodir um quarteirão!
O que estava acontecendo comigo e 43 era inédito para ele também.
No pouco tempo que saiu do Caminho e ficou no mundo, também tratava as
meninas como coisas como eu me sentia em relação aos meus
relacionamentos no mundo, uma coisa, não uma mulher.
Estávamos aprendendo a amar o amor de Deus. E, só neste dia tivemos a
certeza de que Deus havia feito o sexo para que fosse usufruído com a
pessoa certa, na hora certa.
Havíamos conversado sobre intimidades tipo lado da cama, papel higiênico,
como gosta do armário, se joga a toalha molhada na cama mas, nunca
havíamos conversado sobre este assunto antes.
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Era tudo novo. Um aprendizado novo. Um tempo novo. Uma nova chance
de sermos felizes. Nós dois. Juntos. Uma sintonia perfeita.
Saímos da praia no final do dia e só conseguíamos agradecer a Deus por
tudo que permitira que conversássemos e descobríssemos naquele dia. Ele
nos amava e nos queria juntos como uma só carne.
Precisávamos destas certezas antes de chegarmos ao "sim".
Almoçamos e voltamos para São José das Neves.
Quando chegamos em casa estávamos livres de dúvidas, de passado.
Mais unidos e com nosso amor fortalecido.
Estávamos totalmente prontos para o nosso casamento.
Que venha o dia da noiva!
Que venha o nosso casamento!!!
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Capítulo 27 - Refletindo sobre os sentimentos
Cheguei em casa e mamãe e Pedro já estavam dormindo.
Pensei: "o que será que eles tanto fizeram hoje? ".
Mas, ótimo. Com os dois dormindo não haveriam perguntas.
Fui tomar outro banho (tenho mania de banho), agora em casa e mais a
vontade.
Só conseguia agradecer a Deus por, enfim, me entregar o meu marido.
Durante tanto tempo eu esperei um homem como o 43:
Corajoso em sua sinceridade;
Forte em assumir suas fraquezas;
Direto em suas posições (às vezes até demais, mas ninguém é perfeito!);
Adorável em sua conversa;
Divertido com sua gargalhada;
Homem com H maiúsculo por assumir e amar tanto uma mulher com um
filho já grandinho.
Sua paciência e jeito com o Pedro eram simplesmente algo vindo do véu
para um garoto que crescera sem pai;
Sua garra ;
Guerreiro que levantava quando o derrubavam ou caia, quantas vezes fosse
preciso;
Calmo o suficiente (haja calma!) para aquietar alguém tão agitada como eu;
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E, seria um amante galante e fogoso ,com certeza. Depois do dia que
passáramos em Ubatuba, pude conhecer um pouco deste seu lado em seus
beijos.
Eu amava seu cheiro, seu toque, sua voz e principalmente seus olhos: A
expressividade de seu olhar era única.
Eu amava 43 com toda força e com tudo que eu tinha de melhor.
Aprendera muito com ele e com certeza aprenderia mais ainda.
Eu tinha certeza que juntos, com Pedro e Deus, seríamos imbatíveis.
Haveriam dificuldades mas, dois guerreiros juntos é mais difícil de derrubar
do que um sozinho. Opa, 3, o Pedro é um guerreirinho também!
Realmente viajei no chuveiro.
Quando percebi já tinha gastado muita água do planeta e tratei de me
apressar.
O que será que ele estava pensando agora?Quem sabe um dia nos conte!
Sai do banho e quando olhei o celular ele já havia ligado.
Me troquei e liguei para ele.
Ficamos ao telefone falando de nossos sentimentos por um bom tempo.
Agora, nós dois tínhamos toda a certeza do passo que iríamos dar,
afinal acreditávamos que seria um passo para toda vida.
Ele me disse rindo que nossas famílias tinham combinado um almoço com
os noivos.
Pelo tom de sua voz sabia que era sério. E que ele rira pois, já tinha ideia do
que eu iria falar.
E realmente eu disse:
- Ih, vamos dormir logo então. Amanhã o dia promete.
Duas famílias totalmente diferentes com seus membros mais diferentes
ainda!
Seria um acontecimento e tanto.
Desligamos!
Dormir? Foi difícil.
Era um misto maluco de alegria, ansiedade e paz.
E, muito amor!
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Continuei revendo cada acontecimento de nossa vida juntos e agradecendo a
Deus por nós.
Pensei tanto que acabei dormindo.
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Capítulo 28 - Almoço em família
Acordei com o Pedro pulando na minha cama. Ele estava animadíssimo.
Meus 3 irmãos, Marcelo, Gustavo e até o Gabriel (mora no exterior) haviam
chegado para o primeiro casamento (e acho que único) da família.
Meus irmãos eram totalmente carreira e nada família. Nenhum deles tinha
filho e não ficavam muito tempo com uma mesma mulher.
Assim, o Pedro era o único sobrinho e neto.
Agora o Pedro está mocinho e já senta para conversar, mas quando era
criança viviam palpitando na educação que eu dava a ele.
Enchi o Pedro de beijos, brinquei de cosquinhas, eu ia ficar o maior tempo
de toda a vida dele sem o ver enquanto viajava de lua de mel. O meu bebê!
Cresceu! Ele falava: "falta um dia para que eu chame o 43 de pai"!
Levantei, e como já era quase hora do almoço, tomei um capuccino apenas e
todos chegaram.
Era bom vê-los mas, sempre que nos reuníamos alguma briga saia.
Brincaram com o Asham, com o Pedro e meu pai já veio dizendo que queria
ir almoçar num tal bar que fica na frente de um cemitério.
É um bar, choperia, restaurante pra quem bebe, o que não era o caso de toda
a família do 43.
Liguei para o 43 e disse a escolha do meu pai. Ele começou a rir e disse a
escolha do pai dele.
Sr. Heitor, sempre sensato, escolhera um lugar com parquinho, afinal ele
tem 3 netos pequenos.
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E agora? Nem saímos e já discordam do local.
Fiquei quieta! 43 podia imaginar a minha cara de: quero sair correndo!
Então ele disse "vou conversar com meu pai e você conversa com seu".
Falei para meu pai das crianças, chamei a Esther para me ajudar e, nada. Ele
queria ir lá e ponto, e ponto final!
A Esther, sua esposa, era toda paciente com criança. Ela era pedagoga mas,
meu pai...
Hum, esse negócio não vai dar certo.
43 liga. Seu pai era de uma sabedoria infinita e resolvera ceder (até onde iria
sua sabedoria quando todos reclamassem das crianças?). Meus agora
sobrinhos tinham 4 , 3 e a meninha de 2 anos.
Eu já tava vendo o fim daquele almoço.
Pedi para conversar com meu sogro e fui para a cozinha para ninguém
ouvir. Agradeci a colaboração (a família toda era evangélica e não bebia.
Jamais iriam àquele estabelecimento por conta própria) e disse o que achava
que aconteceria. Ele me disse:
- Minha filha, não vamos ganhá-los para nossas vidas se impusermos a
nossa vontade a eles (Eita Deus bom de me dar um sogrão deste)!
Combinamos que eu seria o termômetro da minha família e sairia com 43
quando fosse a hora. Ele sairia 5 minutos depois com toda a turma deixando
apenas sua parte da conta.
Sai da cozinha e todos já me esperavam para sair. Fui com meu pai pedindo
para que ele se segurasse nos chopes para não haver briga, especialmente
entre o Marcelo e o Gustavo. Os dois sempre se pegavam nas discussões de
tão diferentes que são. Sabia que estava gastando saliva a toa, mas...
Chegamos ao mesmo tempo no estacionamento na frente do cemitério (que
lugar para construir um bar? Pior é ir até ele?).
Nos sentamos e , lógico, os pequenos de 3 e 4 anos começaram a correr pelo
recinto.
A pequenininha deu para chorar de fome, já estava tarde.
Ótimo, criança chorando, pedido mais rápido, vamos embora!
Que nada! A família do 43 pediu e a minha nada, só a mamãe (ela não bebe
mais) e nós dois.
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Enquanto os pratos não vinham eles conversaram entre si e dá-lhe chope nos
homens da minha família.
Rimos do dia que 43 foi pedir para casar comigo e só precisou matar a
barata.
Aliás, meu pai, ao encontrar D. Neusa , minha sogra, disse a ela que ela
havia educado muito bem seu filho.
Ela agradeceu feliz e ele respondeu:
- Mata barata como ninguém!
Ela riu até! Graças a Deus.
Essa vamos contar para nossos netos!
Devem ter sido umas 4 rodadas de chope até que a comida chegasse.
Foi quando eu,que estava mais próxima dos meus irmãos,comecei a ouvir
murmúrios sobre a barulheira das crianças.
Olhei para Esther que começou a rir. Esta era a mais doida da família. Não
nascera nela mas, resolveu casar com meu pai e seus 4 filhos doidos dos
quais eu sou a mais velha. Pensei:
-Tomara que todo mundo coma rápido.
Mais umas 4 rodadas até que terminamos de comer.
Cutuquei o 43 e disse:
- Está na hora.
Levantamos, ele fez todo o discurso do noivo agradecido pela ajuda de
nossos pais ( e estávamos gratos mesmo!), agradeceu a presença de todos os
meus irmãos (embora não nos entendêssemos 100% , eram meus irmãos e
sempre os amei e os amaria para sempre.) e nos despedimos pois tínhamos
algumas coisas para resolver do casamento (íamos até o local do dia da
noiva para me tranquilizar que as coisas sairiam do meu jeito mas ninguém
sabia!).
Deixa dada.
Pedi para 43 esperar para sair do estacionamento para ter certeza que o sr.
Heitor cumpriria o combinado.
E ele cupriu! Saiu de lá 5 minutos depois de nós.
Passou pelo nosso carro, me deu um beijo e dois tapinhas no braço que
entendi como: você tinha razão!
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Ficaram lá meus 3 irmãos, papai, e mamãe.
E, Ester, lógico, de motorista e babá, para cuidar que nada acontecesse com
o Pedro.
Quem ia cuidar dos meus 3 irmãos eram meus pais, afinal, como o diz o
ditado popular:
"Quem pariu Mateus que o embale!"
E, assim saímos ilesos de nosso almoço familiar!
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Capítulo 29 - O dia da noiva
Saímos do almoço e 43 para acalmar meu coração, foi comigo até o tal lugar
do "Dia da Noiva ".
Bem, se eu ficasse naquele lugar sozinha até a hora do casamento,
enlouqueceria.
Chamei 43 de lado e ele concordou que eu perguntasse se eu poderia ter,
neste dia, as mães das minhas daminhas ao meu lado.
Ele assentiu e o local fez um bom preço para acrescentar as duas comigo.
Ah, respirei aliviada.
Precisava agora que elas concordassem.
Foi tranquilo, elas aceitaram. Quem não atende a um pedido da noiva, hehe!
Por volta de duas da tarde os pais levariam as meninas para se arrumarem.
Eba, agora estava tranquila. E o estabelecimento aceitou que eu fizesse as
coisas na seguinte: unhas, depilação, tempo de curtição (deveria ser tempo
sozinha) e por fim o pior: cabelo e maquiagem.
Fui dormir cedo naquela sexta feira. O sábado seria cheio de emoções.
Eu estaria até as 15.30 do sábado com as meninas nos arrumando. E o 43?
Coitado, o que iria fazer.
Devia ter "Dia do Noivo" também.
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Na verdade eu achava que esta era uma indústria crescente em nosso país, a
do casamento. Indústria que vem para ditar regras e paradigmas, coisas que
eu detestava que me impusessem.
Pedi ao Pedro que o integrasse aos homens da família, mas não saberia o
que aconteceu até o final de nosso casamento.
Acordei as 7.00 hs. Fala sério, no dia do meu casamento?
Mas, tinha que pegar a Lara, minha amiga, prima e irmã e, a Tainá, minha
irmã em Cristo.
E lá fomos nós. As duas não se conheciam mas, eram igualmente palhaças.
Rimos desde a hora de escolher o esmalte das unhas até a hora que me
deixaram com meu pai e Pedro para irmos para a igreja.
Depois das unhas e depilações fomos para uma sala enorme com 4
banheiras de hidromassagem!
Eu, nojenta que sou levei um maiô, e lá ficamos nós acompanhadas de uma
garrafa de Champagne no gelo e deliciosos petiscos.Sem contar as
palhaçadas.
Acabada a parte boa eis que chegou a hora da tortura.
Fazer meu liso cabelo segurar o véu foi um sufoco. Tinha grampo e spray
para todo lado.
Minha alergia a cheiro fez com que minha dor de cabeça logicamente
surgisse. Precavida tomei um analgésico.
Acabado o terror dos grampos e toda aquela melecagem em meus lindos
cabelos a pior hora: a maquiagem!
Falei bem sério com a moça:
- Meu noivo não quer que eu apareça com cara de palhaça. Assim, faça o
mais leve possível. Do contrário lavo o rosto e vou sem nada. Nunca tinha
visto isso mas, a maquiagem era feita numa cama!
E era verdade. 43 era um cara mais novo do que eu mas, era um homem
muito macho! Para conquistar uma mulher que nem eu o cara tinha que
saber muito o que queria. Sou mulher que já tem opinião e não mais uma
mocinha que fica " ai, você que sabe", "ai você que escolhe". Em cima do
muro como uma manga. Não. Ele gostava de mim como eu era. Sabia que
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eu detestava maquiagem e fazia questão que eu fosse do meu jeito até no dia
do nosso casamento.
Bem, até que a moça acertou. Sorte a dela!
As minhas princesas chegaram e queriam tudo igual ao da tia Cris.
A filha da Lara eu considerava como minha sobrinha e ela entraria com seu
irmão na minha frente.
A filha da Tainá entraria atrás de mim arrumando meu véu e depois levaria
as alianças até o 43.
Lindas. As vendo ali tão radiantes tive vontade de chorar.
Na idade delas eu já sonhava com um marido mas, Deus "demorou" para
fazer e me entregar o meu.
Fui até elas e disse exatamente isso e as aconselhei a esperar até que o
homem certo chegasse!
Quando meu pai e Pedro chegaram no carro de um amigo para me buscar,
elas foram embora com suas mães me esperar na igreja e eu fui com os dois.
Passaram-se as horas e o tal "Dia da Noiva" mas,do meu jeito, acabara e
fora indolor graças as minhas amigas e as meninas.
Obrigada Deus, por ter me dado um marido que me apoie e me ajude
sempre que eu não sei o que fazer (embora isso seja raro e geralmente com
modismos!).
Vamos para a Igreja.
É chegada a hora.
Eis que eu me encontrava linda!
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Capítulo 30 – Damas de Honra, Pajem e etc, etc...
As crianças eram as mais fáceis de escolher.
Meu querido casal de sobrinhos postiços, filhos da Lara,entrariam a minha
frente.
A Luci, filha da Tainá entraria atrás arrumando meu véu e depois voltaria
com as alianças.
Tudo resolvido.
Agora a escolha dos padrinhos é sempre mais difícil quando se visa apenas a
amizade, o amor e não a qualidade de presente que podem nos dar.
Eu pensava de uma maneira e a família do 43 também pensava igual: não
vamos poder tornar Jesus conhecido se nos enfiarmos dentro da igreja.
Se deixarmos as pessoas que conhecemos e que são de outra religião
excluídas de nosso contato, jamais conhecerão o verdadeiro Jesus pois,
talvez, sejamos a única Bíblia que poderão ler.
Meu sogro sempre dizia que a igreja anda por demais fechada e elitista (no
sentido mesmo de eleger para quem falam e a quem devem amar).
Eu achava ótimo que eles fossem assim. Eu também acreditava que se Jesus
estivesse em nosso mundo atual, tentaria um papel em emissoras de TV de
outras religiões, faria faculdade de economia para trabalhar na bolsa de
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valores, tentaria um cargo em uma usina de açúcar e álcool, além de entrar
em todos os lugares onde haveriam pessoas necessitando de seu amor e
salvação. Ele não viria somente para os pobres. Ele tentaria que alguns
camelos passassem pelo buraco da agulha!
Conversei com 43 e com meu pastor que do meu lado teríamos apenas
padrinhos não crentes.
Pessoas as quais eu amava demais mas, que não conheciam Jesus.
Eles concordaram.
Do lado do 43 estariam as pessoas que nos ajudariam espiritualmente
quando precisássemos.
Do meu lado estavam os meus amigos que eu amava muito, de outras
épocas!
O pastor, ah, este seria o meu!
O pastor para quem Deus deu as palavras certas quando eu já estava
desistindo de igreja, ainda em Taubaté. O pastor Sousa.
Ele era enorme de altura e forte, parecia um gigante. E era um gigante
espiritual. Foi com ele que aprendi a chegar mais perto de Deus.
43 respeitou minha decisão. Ele poderia convidar até nosso pastor sênior
para celebrar nosso casamento. Mas, seria o pr. Sousa.
Eu só estava chateada pelo fato de que meus futuros sobrinhos não entrarem
na igreja, mas minhas cunhadas achavam que eram muito pequenos para tal
façanha.
De resto, a roupa que cada um vestiria (todos tem seu próprio estilo!),a
decoração da igreja e etc, nada me importava!
Só me importava que sairia de lá casada, casada com meu 43!
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Capítulo 31 - O casamento
Bem, eu já estava pronta.
Papai e Pedro estavam lá e sabiam que 43 já estava a minha espera.
Entramos no carro emprestado mas, o Pedro teve que ir na frente: o véu
ocupava um lugar.
Meu pai estava até tremendo. Engraçado, ele já casara duas vezes!
Pedrinho estava eufórico e lindo. Meu bebê estava tão mocinho. E, hoje
ganharia o tão sonhado pai.
Chegamos à igreja e ainda tive que esperar os padrinhos entrarem (se eles
sabiam que eu estava chegando porque não foram logo entrando?).
Bem, era nossa vez.
O casal da Lara na nossa frente, lindos, eu no meio de papai e Pedro e a
filha da Tainá, auxiliando com o véu atrás.
Não lembro de quem vi nem dos detalhes da igreja. Acho que só veria nas
fotos.
Meu pai e Pedro me entregaram para o 43 com abraços e foram sentar em
seus lugares. Meu pai esboçou um choro (há, ia parar de mandar em mim!
Kkk).
Isso eu percebi que saíra do meu jeito: mamãe e Ester entraram juntas com
43 pois, papai sentou entre as duas esposas (a ex e a atual, hahaha!) e o
Pedro sentou na ponta ao lado da mamãe.
Acho que isso era inédito em casamentos. Mas, como não sou chegada a
convenções, queria assim e pronto.
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Percebi este detalhe e também que quem estava ali na nossa frente era o
meu pastor (não tinha como confundir!).
De resto, não lembro de nada.
Ia passando um filme em minha cabeça.
43 percebeu primeiro que eu estava viajando e apertava minha mão quando
eu precisava me manifestar.
Mas, meu pastor que sempre foi mega observador, começou a falar meu
nome mais alto, com aquele vozeirão, para ver se eu voltava do Céu à Terra.
Eles tentaram me tirar de Nárnia mas, não conseguiram.
O misto de alegria, gratidão, amor e realização aliados aquela roupa e sapato
me apertando, sem falar o cheiro do cabelo, não me deixavam ouvir Palavra
alguma. Era uma confusão de sentimentos físicos e emocionais.
Já prevendo isso tinha ordenado ao Pedro que gravasse tudo(ele colocou o
celular debaixo do altar) e ao cinegrafista também havia dito que só pagaria
a outra metade se ele tivesse gravado palavra por palavra.
Chegou a hora do votos.
O pastor deu o microfone ao 43 e cadê o papel? Tava no carro.
Coloquei a mão nos meu sutiã (finérrima) e o meu também não estava ali.
Cochichei com 43 "Fala qualquer coisa depois você me mostra o seu e eu te
mostro o meu, também perdi!”.
Lógico que quem conhecia melhor a nós dois já estava rindo, inclusive o
pastor.
E, se não bastasse ele ter esquecido os votos no carro, ao procurá-los
percebeu que estava com as alianças que deveriam entrar com a filha da
Tainá, no bolso.
Não teve jeito. O pastor teve que pedir para que sua esposa fosse até ali e
pegasse as alianças.
Aí, todo mundo riu.
Votos falados rapidamente de improviso e entra a Luci, linda como uma
princesa, entrou com as alianças.
Foi aí que eu percebera que a música não era tocada. Havia uma pequena
orquestra lá no fundo e eis que surge do lado esquerdo da igreja uma irmã
com voz sem igual cantando e do lado direito outro irmão. E eles
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interpretavam " For once in my life " na versão Sinatra e Gladys Knight.
Perfeitamente.
Aí eu chorei.
Será que a marcha nupcial foi a orquestra quem tocou? Meu Deus, não
percebi!
Disse as últimas palavras para o 43 antes da aliança chorando.
Bênção dada, casamento realizado com fins religiosos e civis, hora de virar
e ir embora.
Foi quando nós dois tivemos a linda surpresa por parte da família de 43! Os
nossos 3 petiticos sobrinhos entraram com a esposa do pastor ao som de
"Aos olhos do pai" do Diante do trono.
Certeza que ela sabia, bem como minha amiga cerimonialista.
É lógico que eles não vieram andando pois a Cacá apenas estava tentando
que eles corressem para o lugar certo: nós!
Eu peguei a menininha no colo e 43 pegou os dois meninos.
Esperamos a música acabar e os entregamos a Cacá que os direcionou aos
pais, nossos padrinhos.
Saímos com nossos irmãos cantores cantando: Aleluia!
Fomos direto para o edifício em frente a igreja onde seria o bolo com
champanhe e refrigerante.
Um amigo que morava ali, conseguiu alugar o salão para fazermos nosso
brinde!
E já estávamos com 2 das 3 partes cumpridas civil e religioso.
Só faltava nos tornarmos uma só carne, carnalmente falando mesmo.
Afinal, já estávamos: CASADOS!
91
Capítulo 32 - Bolo com champanhe
O beijo que esquecemos de dar no altar demos na porta da igreja. E, foi um
beijão.
Me senti nos filmes de Hollywood!
Todos já haviam descido a escada e nós descemos por último(depois do
beijo).
Esta foi a melhor parte para a criançada: jogar arroz em nós dois. Se
divertiram!
Fomos então, para o bolo do outro lado da rua.
Chegamos lá, tudo organizado exatamente a meu gosto e, se também não
tivesse o importante era que estávamos quase totalmente casados.
Segundo o Pr. de Eu Escolhi Esperar, nosso casamento seria selado quando
de fato nos tornássemos uma só carne no ato sexual abençoado por Deus.
No canto do salão tinha um espaço reservado para os mais idosos.
O resto era em pé mesmo pois, só seria um bolo e champanhe ou
refrigerante.
Nesta hora voltei a Terra mas, jamais lembraria quem me cumprimentou ou
não.
Eu e 43 ficamos perto do bolo para 1.645 fotos e, enfim o cortamos. O
champanhe e refrigerante já estavam sendo servidos e o bolo também. Havia
um bom número de garçons.
Papai parou do nosso lado e ficou ali com Ester conversando conosco
quando, chega o Pedro, todo feliz: "vovô o São Paulo ganhou do
Corínthias!" pensei em enterrar o Pedrinho no bolo.
Já sabia qual a pergunta.
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Meu pai vira para 43 e a faz:
- E aí, meu mais novo filho, para que time você torce?
43 olhou para mim e sabia que não podia mentir: "sou corinthiano, Dr."
Meu pai ficou mudo.
Nesta, estava passando o pastor Sousa. Meu pai o parou e perguntou:
"pastor, pra que time você torce?"
Ia piorar para o 43.
- Sou sãopaulino, Dr. e dos fanáticos.
Então meu pai solta a do dia:
- Será que você não pode desfazer este casamento?
O pastor olhou pra nós...
Meu pai continuou:
- Fui ludibriado: o camarada aqui é corintiano! Sabia, pra matar barata como
ele só sendo da Gaviões!
Todos caímos na risada.
Papai abraçou 43, o Pedro pulou nos dois e o pastor colocou Pedrinho de
ponta cabeça.
Família unida e bagunçada.
Eis que nos foi dado um microfone para agradecer a todos e eu o tirei da
mão de 43 e disse: meninas podem tirar os sapatos pois, a lembrancinha é
um chinelo e está aqui ao meu lado direito (depois daquele mundaréu de
fotos no bolo saí de fininho e já pequei o meu.) Mandamos fazer e ficou
lindo.
Procuramos o Pedro, enchemo-lo de beijos, agora ele tinha um pai que
poderia beijá-lo e pedimos que ele obedecesse à vovó ou à Ester nestes dois
dias de núpcias.
Festa acabada, eu e 43 entramos no carro para nossa noite e o carro estava
todo pintado de "just married" e cheio de latinha amarradas sei lá onde e,
tinha um coração no vidro de trás.
E lá fomos nós!
A caminho do hotel consegui relaxar: deu tudo certo. Pelo menos do que me
lembro:
O bolo, a champanhe e ah, os chinelos!!!
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Epílogo - A noite de núpcias
Sabe o que achei no banco de trás do carro do 43? O buquê!!!
Como o procuramos na hora da noiva jogá-lo!
Mas, não teve problema peguei "emprestada" uma flor do jardim do prédio
só para a Re pegar!
No carro tinha tudo. Malas (não consigo sair com uma só nem por um dia!),
meu net (eba, ia poder ler meus votos para ele) enfim, tomara que tenha
carregador no hotel porque tinha muita coisa.
Era um hotel novo em São José que escolhemos a dedo para nossos dois
dias de núpcias.
Chegamos lá, eba, carregador.
Fomos para o quarto mas, o discreto do carregador foi junto mesmo
elevador.
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Ok, teríamos ainda a primeira noite menos os trinta segundos do elevador e
mais uma diária que só terminaria na segunda ao meio dia.
Esperamos o sr. Carregador colocar tudo no quarto, trancamos a porta,
colocamos o não incomode do lado de fora e fomos ver o lugar.
Era lindo. Na cama havia uma rosa com um bilhete. Era da nossa
"cerimonialista" que estivera lá.
Elas deixaram Champagne no gelo ( mais uma: coma alcoólico para quem
não bebe) numa mesa lindamente arrumada e no bilhete dizia: olhem na
geladeira.
Carpaccio (eu amo), frios e, em cima da geladeira pistache, castanhas e
afins.
E, também dizia: "já que a noiva não que perder tempo com um monte de
pétalas, deixei apenas uma rosa".
Linda.
E agora?
43 veio me dar um beijo e puxou meu véu. Eu dei um berro pois meu cabelo
foi junto.
Ele começou a rir.
Foi quando disse:
- Amor, você faz questão de fazer amor com a noiva vestida de noiva?
Eu estava doida pra me livrar daqueles grampos, do vestido, e tudo o que
vem por baixo.
- Não. Você faz questão de despir o noivo
Vich, direto ele, heim? Acho até que fiquei vermelha. Pensa eu despindo o
noivo inteiro? Ai, Jesus! O que me aguarda. Será que ele é totalmente
selvagem? Ih!
Agora já recebemos a bênção do pastor diante de todos e de Deus e ele
mesmo já oficializou legalmente diante a lei dos homens como se fosse no
cartório. Já estávamos 2/3 casados, não tinha como fugir do último 1/3.
Deus seja comigo!
- Não, não, não, questão alguma! - respondi eu.
Ele disse que estava doido por um banho. Pedi:
-Olha não esquece de levar sua roupa pro banheiro!
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Vai que ele volta pelado! Ufa, ele levou. Pedi para ele não ter pressa pois,
até que eu tirasse aquela maquiagem e os grampos...dava para ele acabar
com a água do planeta.
Ufa, a maquiagem eu tirei mas os grampos, não deu tempo.
Acreditem, como ele é mais alto tirou todos e o véu (de pijama).
Quando olhei meu cabelo corri para o banheiro, estava um horror!
-Agora é minha vez!!!
Ele caiu na risada!
- Será que você não precisa de ajuda para desabotoar todos esses
botõezinho? - perguntou ele.
Frio na espinha. Vai que ele desabotoa e.... Ai, ai, ai, não estava preparada!
Tudo desabotoado fui para o banheiro e esqueci minha mala.
Mas, ele já estava na porta (fechada lógico)com ela e rindo.
Por quê tanto ri num momento tão tenso?
Faz 13 anos que não faço estas coisas e ele assim, tão à vontade!
Bem, quem acabou com a água do planeta fui eu. Não sabia se passava óleo
no corpo ou perfume. Os dois ia ficar demais.
Sai do chuveiro e lógico que não ia secar o cabelo. Nunca seco.
Escovei os dentes, precisava mais alguma coisa, estava indo
rápido demais.
Foi quando ele deu uma batidinha na porta e disse que já fazia uma hora que
eu estava lá.
Ih, enrolou! Coloquei minha camisola (tinha adorado ela na loja mas agora
preferia um pijama), os chinelos e saí morrendo de medo dele me jogar na
cama e já querer terminar o 1/3.
Não, ele havia arrumado a mesa com as coisas que as meninas deixaram,
aberto a champanhe e sentado à mesa.
Hum!!!
Quando cheguei perto da mesa ele se levantou e puxou a cadeira me
chamando de minha linda (hum!).
Ele percebeu que eu estava um pouco apreensiva e confessou que também
estava. Ele também queria que nossa noite fosse inesquecível.
Já havíamos conversado sobre o assunto antes mas, na hora do vamos ver
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era outra coisa. Ficamos ali um bom tempo conversando, até que nos
beijamos já sem medo e foi automático aos dois e absolutamente
sincronizado deitarmos na cama e.... Casamento consumado e com gostinho
de quero mais até na segunda feira e depois para toda a vida.
Meu corpo se encaixava perfeitamente ao dele. Seu cheiro e o meu foram
feitos especialmente para nós.
Já estávamos exaustos do dia que tivemos e um exercício extra maravilhoso
até o final da noite, eu simplesmente encostei em seu peito (como eu
precisei de alguém que me acolhesse assim nos últimos 13 anos!) e dormi
sorrindo.
No dia seguinte fui acordada com carícias (na minha vida mundana, de
manhã, jamais!) mas, era realmente inexplicável, eu não era a boneca da
manhã e sim a desejada, amada, ui...
Até de manhã! Eu não acreditava.
Pedimos o café no quarto e enquanto não chegava, agradecemos a Deus por
perfeitamente ter nos colocado um na vida do outro.
Depois do café, rimos de tudo que acontecera no dia anterior e me lembrei
dos votos no meu net.
Peguei, li para ele e ele lembrou que o dele estava no seu e-mail e leu para
mim.
Ficamos nos olhando pois se tivéssemos lido os votos na igreja eles
pareceriam cópia um do outro. Rimos muito nesta hora.
Sempre nos divertíamos juntos mas, agora unidos um ao outro totalmente,
uma liberdade divina nos aproximava cada vez mais.
E, o dia estava apenas começando.
Pudemos experimentar o Céu na Terra muitas vezes.
Mas, tudo porque em nossa nova vida em Cristo, com tudo novo:
NÓS ESCOLHEMOS ESPERAR a nossa noite de núpcias!!!!
FIM
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Crédito de Fotos:
Capa:
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Capítulo 1:
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Capítulo 2:
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Capítulo 3:
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Capítulo 4:
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Capítulo 5:
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Capítulo 6:
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Capítulo 7:
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Capítulo 8:
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Capítulo 9:
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Capítulo 10:
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Capítulo 11:
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Capítulo 12:
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Capítulo 13:
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Capítulo 14:
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Capítulo 15:
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Capítulo 22:
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Capítulo 25:
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Capítulo 28:
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Capítulo 29:
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Capítulo 30:
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Capítulo 32:
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Material complementar:
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site: https://www.facebook.com/euescolhiteesperar.aserie
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