TRANSPORTES
O perfil dos transportes no Estado de São Paulo é similar ao do país quanto à importância relativa das diferentes
modalidades no volume global de movimentação de cargas e pessoas. A característica dominante é o forte peso do
transporte rodoviário, não apenas na movimentação de longo curso de cargas e passageiros, mas também no transporte de
passageiros no âmbito urbano e metropolitano.
Para o Município de São Paulo, cujos dados englobam uma série de 20 anos (1978 a 1997), constata-se a predominância do
ônibus em todo esse longo período, ainda que o metrô tenha assumido progressiva participação, em termos relativos e
absolutos, no volume de passageiros transportados.
O meio rodoviário que, em 1978, na capital, respondeu pelo transporte de 1,68 bilhão de passageiros (85% do total), atingiu
o pico no ano de 1986, com 2,07 bilhões (77%), e encerrou o período com praticamente o mesmo movimento de 1978, ou
seja, 1,61 bilhão, reduzindo sua participação para 67 %. O metrô, em 1978, transportou 190 milhões de passageiros (9,6 %
do total), atingiu o pico em 1996, com 701 milhões (26,5%) e teve pequena redução em 1997, em números absolutos, com
689 milhões, mas com a maior participação relativa do período (28,6 %). O trem de subúrbio, não obstante sua extensão de
270 km de linha, e servindo, além da capital, outros 21 municípios, manteve-se estagnado, com um movimento de
passageiros transportados que oscilou em torno de 5% do total.
A perspectiva é que, em face da virtual estabilização do volume total de passageiros transportados por ônibus e por trem
(metrô e subúrbio), o transporte sobre trilhos, especialmente o metrô, continuará absorvendo parcelas crescentes desse
serviço público, nos limites da capital, e em detrimento do ônibus. O plano de expansão do metrô – só em 1998 estão
entrando em atividade mais oito estações (Jardim São Paulo, Parada Inglesa, Tucuruvi, Pêssego, José Bonifácio,
Guaianases, Vila Madalena e Sumaré) – e as melhorias programadas para o sistema de trens de subúrbio reforçam essa
conclusão. Para o decrescente desempenho do ônibus, também não deve ser negligenciado o transporte por lotação,
regular e clandestino, cuja influência, no entanto, ainda não é passível de mensuração.
Há que considerar, por outro lado, que os dados da Tabela 1, refletindo apenas o comportamento das modalidades ônibus e
trem, limitam a análise da real situação de uso das diferentes modalidades de transporte, uma vez que não incorporam o
transporte individual, por automóvel. Este meio, pelo seu peso na oferta total de transporte e pela tendência que tem sido
constatada em sua evolução, acaba por interferir sensivelmente no desempenho dos demais modos.
Na RMSP, o sistema de transporte intermunicipal de passageiros por ônibus e trólebus – este último abrangendo somente
os municípios de São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema – apresentou movimento menor (-8%), em
1997, relativamente a 1996, tendo transportado 485 milhões e 525 milhões de passageiros, respectivamente, naqueles anos
No Estado, o transporte intermunicipal de passageiros, de longo curso, por ônibus, persistiu em sua tendência de queda, já
verificada em 1996. Em 1997, o movimento de passageiros transportados foi de 257,3 milhões, contra 301,9 milhões em
1996, uma redução de cerca de 15%. O movimento de embarque e desembarque dos terminais rodoviários da capital –
Tietê, Jabaquara, Bresser e Barra Funda – reflete aquela tendência, tendo sido cerca de 9% menor que o de 1996.
A malha rodoviária do Estado estende-se por 28,5 mil km. de rodovias pavimentadas (18,6 mil km estaduais, 8,8 mil km
municipais e 1,1 mil km federais) e 169,1 mil km não-pavimentados, dos quais 166,8 mil km são municipais, 1,5 mil km
estaduais e 0,8 mil km federais. A rede sob administração estadual (20,1 mil km, não computadas as estradas vicinais), seja
pelo alcance de sua extensão, seja pelo percentual já pavimentado (mais de 90%), tem-se mantido estável, variando apenas
o tipo de rodovia. De fato, as obras de pavimentação têm-se concentrado na duplicação de pistas, mais do que na extensão
da rede. Quanto às vicinais – sob administração municipal, embora os trechos pavimentados passem provisoriamente para a
administração estadual – , que se enquadram preponderantemente como não-pavimentadas (em 1997, somam 175,6 mil
km, com apenas 8,8 mil km pavimentados), têm mantido também estável a sua extensão, porém com acréscimos
significativos na parcela pavimentada. Assim, os 408 km pavimentados até 1982 (0,3% da rede) evoluiram para 8.812 km
em 1997 (5,%).
No transporte marítimo, o Porto de Santos apresentou movimento geral de mercadorias de 38,5 milhões de toneladas contra
36,8 milhões em 1996, o que corresponde a um aumento de 4,6%. Referido movimento distribuiu-se em 20,7 milhões de
toneladas de mercadorias desembarcadas e 17,8 milhões embarcadas. O longo curso movimentou 29,2 milhões de
toneladas (75,8% do total) e a cabotagem, 9,3 milhões (24,2%). Ainda nessa modalidade de transporte, ressalte-se o
desempenho do Terminal Almirante Barroso, em São Sebastião, operado pela Petrobrás, cujo movimento (petróleo e
derivados) somou 41,6 milhões de toneladas, contra 36,8 milhões em 1996, com crescimento, portanto, de 13%.
O sistema aeroportuário do Estado é integrado por 30 aeroportos administrados pelo Daesp - Departamento Aeroviário do
Estado de São Paulo, e mais cinco aeroportos – Guarulhos, Congonhas, Viracopos, Campo de Marte e São José dos
Campos – administrados pela Infraero, empresa federal.
Em 1997, o movimento de passageiros nos aeroportos administrados pelo Daesp, na marca de mais de um milhão de
embarques e desembarques, apresentou crescimento de 7,3% sobre o ano anterior. Manteve-se, assim, em ascensão, não
obstante o explosivo salto havido em 1995, quando o número de embarques e desembarques chegou a quase 850 mil,
contra 475 mil em 1994, ou seja, um aumento de aproximadamente 80%. O aeroportos de maior movimento, sob a
administração estadual, são os de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Sorocaba.
Quanto aos aeroportos administrados pela Infraero, os dados de 1997 incorporam o movimento do de São José dos
Campos, que passou para a administração daquela empresa em dezembro de 1996.
Em 1997, o total de pousos e decolagens foi de 485 mil, com destaque para Congonhas (176,5 mil) e Guarulhos (167,3 mil).
O movimento de passageiros (embarque e desembarque) alcançou o total de 17 milhões, sendo 11,1 milhões de vôos
domésticos e 5,9 milhões, internacionais. O aeroporto de Guarulhos absorveu 11,1 milhões (dos quais, 5,9 milhões de vôos
internacionais), seguido do de Congonhas, com 5,4 milhões (exclusivamente de vôos domésticos). Esses dois aeroportos
concentraram mais de 95% do movimento total de passageiros (embarque e desembarque) dos cinco aeroportos
administrados pela Infraero.
O movimento de cargas (embarque, desembarque e em trânsito) foi de 641,6 toneladas, com destaque para os aeroportos
de Guarulhos (398,5 ton) e Viracopos (214,1 toneladas).
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