Ano III - Número 45
Informativo quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de Campinas
9 a 22 de abril/2007
Não somos os únicos culpados
Fotos: Ricardo Lima
Vista de Campinas no final da tarde, com queimadas que prejudicam ainda mais o clima quente e seco
Entrevista
O helicóptero feito de sucata cirúrgica
Trabalho desenvolvido por
professor e aluno da Faculdade
de Engenharia Ambiental mostra
que a Terra vem aquecendo
nos últimos 10 mil anos,
independente da ação humana
Uma pesquisa realizada pelo professor Júlio César
Penereiro e pelo aluno Ricardo Costa Pellegrini,
ambos da Faculdade de Engenharia Ambiental
da PUC-Campinas, mostra que o homem talvez não seja o único culpado pelo aquecimento
global. Segundo o trabalho, o planeta Terra vem
aquecendo nos últimos 10 mil anos e a ação humana apenas acelerou o processo. A pesquisa toma
como base a relação entre as atividades solares e
a absorção do carbono 14 encontrado em troncos de árvores.
Página 05
O pai da Lei Rouanet
O diplomata e professor Sérgio Paulo
Rouanet, autor da Lei de Incentivo à
Cultura que leva o seu nome, esteve na
PUC-Campinas e falou sobre Diplomacia,
Psicanálise, Marxismo e, claro, sobre as
perspectivas culturais do País. Para ele, a cultura brasileira está em evidência. "Nossa
cultura é muito forte e está desabrochando em todas as áreas", afirma. A Lei Rouanet
viabiliza a produção de diversos projetos
culturais no Brasil, já que concede benefícios fiscais a pessoas jurídicas e físicas que
investem na área. Em 2006, 2.807 projetos foram financiados com base na lei, totalizando R$ 813 milhões em captação.
Página 04
Rouanet, autor da Lei de Incentivo à Cultura, que beneficiou 2.807 projetos em 2006
Quando
a sucata
vira arte
Transformar sucata cirúrgica em
objetos de arte. Este é o hobby do
médico ortopedista Rafael Coletti
Castelnovo, do Hospital da PUCCampinas. Para fazer um helicóptero, ele gasta duas horas e utiliza
50 peças. "O processo é delicado e
exige paciência e a escolha do material adequado", explica.
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Rumo ao Pan
Zenaide Vieira, aluna da Educação Física, está quase garantida nos 3 mil metros com barreiras
Três alunas da PUC-Campinas
estão perto de concretizar o sonho
de muitos brasileiros: disputar os
Jogos Pan-americanos, que serão
realizados em julho, no Rio de
Janeiro. Zenaide Vieira e Thaíssa
Bernardo Presti, alunas de Educação
Física, buscam vaga no atletismo e
Milena Canto Sae, estudante de
Psicologia, tenta integrar a equipe
de saltos. O professor Ricieri Dezem é presença garantida como
árbitro de provas de atletismo.
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9 a 22 de abril/2007
Jornal da PUC-Campinas
Editorial
Vamos cuidar do que é de todos
A
Universidade tem seu sentido inscrito na própria palavra: universitas, abertura crítico-transformadora, criativa, a tudo o que diz respeito ao destino da humanidade, tomada não como entidade abstrata, mas realidade histórica em processo. Conhecer a realidade, descobrir os
limites e possibilidades de sua transformação inserindo-se no coração do processo transformador, repensar continuamente os fundamentos éticos que a
guiam são a marca de sua universalidade. Marca que a impede de ser um
castelo onde o brilho do saber encanta e ofusca. Marca que não deixa que se
dobre às seduções e modismos do momento, sem, no entanto, ignorá-los, mas
submetê-los ao seu juízo crítico. A preocupação com o meio ambiente e, mais
especificamente com o aquecimento global, estão na ordem do dia e a
Universidade não pode ficar isenta. "Uma verdade inconveniente", documentário dirigido por Davis Guggenheim, visto por muitos críticos como
uma espécie de show apresentado por Al Gore, ex-candidato à presidência
dos Estados Unidos, levou a discussão para as ruas.
Até mesmo a temperatura, experimentada como elevada demais para
essa época do ano, foi vista como resultado imediato do aquecimento global.
Aí deve entrar a discussão universitária, sensível ao cotidiano do mundo.
Nesse debate ela participa como instância crítica. Estar na mídia e na "boca
do povo" raramente expressa a urgência ou a relevância de um tema, principalmente quando as duas formas de presença - sintetizadas como "opinião
pública" - coincidem. Quando Fidel Castro vê como resultado da política
norte-americana de combustíveis não poluentes a produção da fome, alerta
para uma discussão que deve ser "politizada". Não abandonada - seria deixar o ouro para o bandido - mas discutida no interior das relações internacionais de poder. A propósito, não se pode esquecer que o gesto parte do presidente de um país que se recusou a assinar o protocolo de Kyoto.
Politizar não significa pôr a natureza como intocável - próprio a um
romantismo, que, no seu devido lugar, não deixa de ser saudável - ou ver os
danos irreversíveis a ela causados como conseqüência mecânica de atitudes individuais ou grupais. É no interior das relações econômicas, cada vez mais
"consistentes" nos seus danos e, paradoxalmente mais "fluídas" nos seus mecanismos de circulação e controle, que o problema deve ser discutido. Há o funcionamento "objetivo" da terra e só seu conhecimento possibilita a transformação - a natureza para ser comandada precisa ser obedecida, diz Bacon mas as ações de comando nunca são inocentes, a não ser que acreditemos ingenuamente na neutralidade do saber sobre a realidade natural e social.
Há, sim, o outro lado da questão. O "cuidado da criação", de caráter emotivo-romântico, não destituído de significado. Mas, se for desvinculado de um
sentido de preservação do coletivo, corre o risco de reduzir-se a gestos individuais espetaculares ou a rituais esporádicos. Além de nem sempre despertarem o sentido de responsabilidade coletiva, trazem implícito o risco de despolitizar a discussão do problema. Esse risco, entretanto, não pode nos desobrigar de cotidianamente cuidar com carinho do que é de todos.
Notas
CNN abre inscrições para Concurso Universitário de Jornalismo
Para incentivar futuros repórteres e jornalistas do Brasil, a rede CNN Internacional realiza a 3ª edição do
Concurso Universitário de Jornalismo CNN. O concurso propõe que alunos de Jornalismo inscrevam trabalhos realizados sobre o tema "Responsabilidade social: o esporte como ação social", com até dois minutos
de duração cada, gravados em formato DVD, Mini-DV ou Beta. O vencedor ganhará uma viagem para conhecer a sede dos estúdios da CNN, em Atlanta, nos Estados Unidos, além de exibir seu trabalho na CNN
International. As inscrições devem ser feitas pelo site www.concursocnn.com.br, até o dia 8 de julho.
Colégio Pio XII desenvolve Coral com alunos e comunidade
O Colégio de Aplicação Pio XII, da PUCCampinas, abre inscrições para o Coral de
Pais e Amigos Pio XII e para o Coral Juvenil
Pio XII. Em ambos, a participação é gratuita,
mediante processo de inscrição e seleção. O
Coral de Pais e Amigos é aberto aos pais,
familiares, amigos e ex-alunos do colégio,
enquanto que o Coral Juvenil é aberto para
todos os alunos da 5ªsérie do Ensino
Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio de
Campinas e região, sejam de escolas públicas
ou particulares. Os interessados devem se
inscrever até o dia 20 de abril. Mais
informações podem ser obtidas pelo telefone
(19) 3737-3170, pelo site www.pioxii.br ou pelo
e-mail [email protected].
Reitor da PUC-Campinas
Padre Wilson Denadai
Agenda
09/04
Projeto Inter'Arte, das 12h às 13h, no Campus II.
Informações: (19) 3756-7216
16/04
Projeto Inter'Arte, das 12h às 13h, no Campus Central.
Informações: (19) 3756-7216
17/04
Apresentação de Saxofone no Projeto Comunidade Interna,
das 9h35 às 10h, na Faculdade de Letras.
Informações: (19) 3756 -7242
17/04
Apresentação do Coral Universitário no Projeto Arte no Campus, a
partir das 12h30, na Igreja Nossa Senhora da Esperança, Campus II.
Informações: (19) 3756 -7242
17/04
Espaço leitor
@
Qual sua opinião sobre o Jornal da PUC-Campinas? Quer sugerir uma pauta? Divulgar o que você está fazendo?
Participe! Mande uma mensagem para a redação. [email protected]
Parabéns à equipe do Jornal da PUC-Campinas por trazer
um tema de suma importância para a vida acadêmica. O
estudante, ao realizar um intercâmbio, estará
enriquecendo não só o seu currículo, mas também o seu
crescimento como pessoa. Adquirir conhecimentos sobre
uma nova cultura, um novo idioma, analisar como são as
relações socioafetivas de uma população é uma
oportunidade única, que deve ser aproveitada em todos
os seus limites.
Fábio Domingos, estudante de Filosofia
A reportagem de capa da edição 44, denominada "Portas
abertas para o mundo", é muito interessante, pois a
ambiência estudantil se torna mais plural e diversa, sem
mencionar as trocas de experiências culturais que
potencializam o conhecimento, pois a aprendizagem não
se restringe à sala de aula, mas a todos os espaços de
convivência social universitária. Uma maior convivência
com "o outro", com a diversidade étnica, com o diferente,
resulta numa construção da solidariedade, de tolerância
entre povos e do respeito aos direitos humanos. Tal matéria
demonstra a preocupação da PUC-Campinas em criar
novos caminhos e novas oportunidades tanto para os seus
alunos quanto para alunos oriundos de outros países.
Luiz Roberto Alves de Lima,
estudante de Direito
Apresentação de Música de Câmara no Projeto Comunidade
Interna, das 20h45 às 21h10, na Faculdade de Letras.
Informações: (19) 3756 -7242
17/04
1ª Jornada de Pesquisa em Psicanálise e Fenomenologia do
Laboratório de Psicologia Clínica Social, das 9h às 19h, no
Auditório Monsenhor Salim, Campus II.
Informações: (19) 3756-7273
19/04
Projeto Inter'Arte, das 18h30 às 19h30, no Campus Central.
Informações: (19) 3756-7216
21/04
Feriado nacional - Dia de Tiradentes
Expediente
Reitor- Padre Wilson Denadai; Vice-reitora - Angela de Mendonça Engelbrecht; Conselho Editorial - Denise Tavares, Wagner José de Mello e Sílvia Regina Machado de
Campos; Coordenador de Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Editor - Luiz Guilherme Fabrini (MTb 20.561); Repórteres - Adriana Furtado, Crislaine
Gava e Du Paulino; Revisão - Marly Teresa G. de Paiva; Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de Fotos - Marcelo Adorno; Estagiários - Giovanna Franceschi Dias, Guilherme
Facio Guimarães e Roberta Accardo; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte Gráfica Digital; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas,
Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) 3756-7147 e 3756-7674. E-mail: [email protected]
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Jornal da PUC-Campinas
9 a 22 de abril/2007
Opinião
Aquecimento global e o município
Ernesto Dimas Paulella
O
século XX termina e o século XXI inicia com uma grande discussão mundial, o aquecimento global, que nada
mais é do que um fenômeno climático, que provoca o aumento da temperatura da superfície
da terra, certamente por causas antropogênicas,
afirmam os cientistas. Mas há também posições
contrárias a esta teoria, que pregam serem estes
fenômenos naturais, em função de ocorrências
já conhecidas em outras eras, como a glacial, que
congelou o planeta. Teorias à parte, o fato é que
o planeta vem sofrendo com muitas adversidades climáticas nos últimos anos, o que tem provocado esta discussão a nível mundial, com a
coordenação da ONU.
Na prática, este aumento de temperatura
tem origem, muito provavelmente, no chamado "efeito estufa", decorrente das atividades
humanas, mais precisamente das atividades
econômicas e industriais, que se utilizam dos
recursos naturais como matérias primas para a
elaboração dos produtos de uso contemporâneo, que tem como resultado final a geração de
gases conhecidos como gases de efeito estufa
(GEE), como o metano, o dióxido de carbono,
entre outros nocivos e agressivos.
Galeria
“Segundo a
NASA, o planeta
esquentou 0,8ºC
nos últimos
30 anos”
Sem dúvida que há evidências claras do aquecimento global, como a diminuição da área de
cobertura de gelo no hemisfério norte, que ultimamente diminuiu 15%. James Hansem, diretor do
Instituto Goddard de Estudos Espaciais, da NASA,
afirmou em 2006 que, nos últimos 30 anos, o planeta esquentou 0,8 ºC. Outra evidência é o aumento do nível do mar, que vem aumentando 0,025
m por década, pelo efeito do derretimento das
calotas polares, o que poderá comprometer todo
o sistema urbano litorâneo mundial e provocar
enchentes no sistema fluvial, pela retenção interior das águas.
Entretanto, já existem fatos muito reais, como:
1) O Ártico e a Groenlândia estão derretendo. Em 2005, em relação a 1979, a cama-
da de gelo foi 20% menor.
2) Devido ao aquecimento das águas, os
furacões de categorias 4 e 5 dobraram nos últimos anos.
3) O Brasil, na região sul, de forma inédita, entrou na rota dos ciclones em 2004.
4) O nível do mar subiu de 10 a 25 cm no
século XX.
5) Os desertos avançam e as áreas tomadas por secas dobraram nos últimos 30 anos.
Só na China, as áreas desérticas avançam 10
mil km² por ano.
6) A ONU estima que 150 mil pessoas morrem por ano em conseqüência das secas e das
inundações e estima que, em 2030, este número dobrará.
Em função destas constatações, nasceu no
final do século XX a Agenda 21, que, em seus 40
capítulos temáticos, orienta as nações para o desenvolvimento sustentável. Ou seja, atingir e manter
um nível de desenvolvimento tecnológico e econômico que seja sustentado pelos recursos naturais
e pela civilização, de maneira a não destruir as
condições ideais de vida no planeta.
O protocolo de Kyoto, assinado em 1997 e em
vigor em 2005, é um exemplo concreto de racionalidade na redução das emissões de GEE.
Entretanto, é preciso que os municípios se juntem
Imagem
NO CORAÇÃO DA
CIDADE - Visita ao
coração da Catedral
Metropolitana de Campinas,
o maior prédio construído em
taipa de pilão (barro
misturado com capim) do
mundo e que passa por um
intenso trabalho de restauro.
Indo a fundo nos seus
segredos, é na cripta de
mármore que estão
sepultados os bispos da
cidade. Revisitar a história de
Campinas desde o início de
sua formação, é o objetivo
dessa prática de formação,
ministrada pelo professor
João Verde, da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da
PUC-Campinas, que discute
a história e o patrimônio com
o intuito de compreender
melhor a cidade por meio da
sua evolução.
Ernesto Dimas Paulella é agrônomo, administrador
e urbanista, especialista em Engenharia Econômica,
mestre em Urbanismo, professor de Elaboração e
Análise de Projetos e professor de Gestão Pública e
Meio Ambiente no curso de Pós Graduação/
Especialização do CEA, da PUC-Campinas.
"VOCÊ ACHA QUE O AQUECIMENTO GLOBAL É
PRODUTO, EXCLUSIVAMENTE, DA AÇÃO DO HOMEM?"
"Com certeza, sim.
Pelo desrespeito à
natureza. Toda
ação do homem
retorna para ele,
seja com esse
aquecimento ou
com catástrofes."
Jonas Sousa,
funcionário do
Centro de
Ciências
Humanas (CCH)
"Sim, por causa da
ganância de sempre
querer inventar
algo para sua
comodidade. O
carro, por
exemplo, facilita a
nossa vida, mas
polui o ar."
Larissa Cardoso,
aluna da
Faculdade de
Relações Públicas
nesta luta, fazendo a sua própria Agenda 21,
implementando políticas públicas, orientadas
para o adequado manejo dos recursos naturais
locais, incentivando a indústria limpa e os projetos de desenvolvimento limpo, como, por exemplo, o etanol e o biodiesel, a compostagem de
resíduos orgânicos do lixo domiciliar, a reciclagem dos resíduos inertes e a redução da geração de resíduos. Se isto for perseguido, certamente conseguiremos, em pouco tempo, recompor os níveis de potabilidade das águas, das reservas florestais e faunísticas, condições basilares
para a nossa permanência no planeta.
Fotos: Ricardo Lima
Não. O Universo é
uma coisa viva. Não
sabemos o quanto
disso é transmutação
dele e o quanto é
ação do homem."
José Antonio
Bernal F. Olmos,
diretor adjunto da
Faculdade de
Administração Comércio Exterior
"As indústrias não estão nem aí e,
por isso, o ar, o clima, está tudo
muito quente. Não sabemos mais
o que é inverno e o que é verão."
Alexandra G. Pereira,
funcionária do Centro de
Ciências Exatas, Ambientais e
de Tecnologias (CEATEC)
"Sim. Além do uso
exagerado de
combustíveis
fósseis, a emissão
de CO2 em grande
quantidade retem a
energia do sol."
Augusto
Etchegary Júnior,
professor da
Faculdade de
Química
“O tempo
É
o
melhor
AUTOR.
Sempre
ENCONTRA
UM final
perfeito.”
Charles Chaplin,
Ator inglês
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9 a 22 de abril/2007
Jornal da PUC-Campinas
Entrevista
Ricardo Lima
Rouanet: "os produtores culturais estão fazendo a parte deles e farão cada vez mais"
Cultura brasileira
em EVIDÊNCIA
O diplomata Sérgio Paulo Rouanet, em visita à
PUC-Campinas, fala sobre a Lei de Incentivo à
Cultura, que leva seu nome, e aposta no bom momento
do cinema, do teatro e da literatura nacionais
Jornal da PUC - O senhor se aproximou da
Psicanálise, no amplo leque de sua formação acadêmica na área de Ciências Humanas?
Sérgio Paulo Rouanet - Primeiro me interessei
pela Psicanálise no dia em que eu mesmo comecei a fazer Psicanálise em Genebra. A partir daí,
comecei a ler a obra de Freud, comecei a ver que
a Psicanálise poderia servir como mediadora entre
o indivíduo e a sociedade. A Psicanálise tinha
mais coisas em comum com o marxismo, por
exemplo. De alguma maneira era outra janela
para compreender o ser humano e sua complexidade individual e social. São duas chaves para
a compreensão do homem: uma chave que tem
a ver com a situação do homem enquanto indivíduo, que seria a Psicanálise, e a situação do
homem enquanto integrante de relações sociais,
que cria a dimensão do marxismo. A Psicanálise
seria um instrumento para libertar o homem dos
seus condicionamentos internos e o marxismo,
um instrumento para libertar o homem de seus
condicionamentos objetivos, externos e internos.
JP - Como foi a influência que a combinação
Psicanálise, Política e Diplomacia exerceu sobre
a sua carreira?
Rouanet - A Diplomacia fazia parte do cotidiano
da minha profissão. Foi uma opção profissional
que me permitiu estudar muito no exterior e usufruir de boas bibliotecas. Tive a felicidade de ir a
lugares bem interessantes do ponto de vista cultural, como Nova Iorque, Washington, Genebra,
Zurique, Copenhague, Berlim. Estudei
Economia, Ciências Políticas, Filosofia. A
Q
Renata Rondini
[email protected]
Quando se fala em Rouanet, todos se
lembram da Lei de Incentivo à Cultura, que,
a cada ano, viabiliza a produção de diversas
atividades culturais no Brasil. Pois quem dá
nome a ela é o diplomata, ensaísta,
conferencista e professor carioca Sérgio
Paulo Rouanet, autor da lei quando ocupou o
cargo de secretário de Cultura da Presidência
da República no governo de Fernando Collor
de Mello. Ele esteve na PUC-Campinas no
último dia 14 de março, para acompanhar a
aula inaugural da Faculdade de Ciências
Sociais, ministrada por sua mulher, a
socióloga Bárbara Freitag Rouanet.
Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais
pela PUC do Rio de Janeiro, ingressou na
carreira diplomática, assumindo postos nos
Estados Unidos e Europa. Concluiu
mestrado em Economia, Ciências Políticas e
Filosofia, todos nos Estados Unidos, e
doutorado em Ciências Políticas pela
Universidade de São Paulo (USP).
Atualmente, é professor associado na
Universidade de Brasília e membro da
Academia Brasileira de Letras.
Criou, em Berlim, o Instituto Cultural
Brasileiro, inaugurado em setembro de 1995 e
que destina-se a divulgar a cultura brasileira
na Alemanha e a trazer exposições de museus
alemães para o Brasil. Foi embaixador do
Brasil na Dinamarca e na República Tcheca,
e cônsul-geral em Berlim.
Nesta entrevista exclusiva ao Jornal da PUCCampinas, Rouanet fala sobre Cultura,
Psicanálise, Marxismo e conta um pouco de
sua história. Para ele, a cultura brasileira vive
um excelente momento. "Tenho uma visão
bastante otimista. A cultura brasileira é
muito forte, muito dinâmica e está
desabrochando em todas as áreas", diz.
Confira, a seguir, os principais trechos da
entrevista.
Psicanálise, de alguma maneira, serviu de base
para tudo isso.
JP - O senhor foi secretário de Cultura da
Presidência da República entre 1991 e 1992, período em que criou a Lei Rouanet de incentivo à
Cultura. Na sua opinião, passados 15 anos, a lei
cumpriu seu propósito? Por que?
Rouanet - Naquele momento, houve uma série
de equívocos nas políticas culturais. O fim da Lei
Sarney, por exemplo, foi um equívoco, porque
ela foi um instrumento extremamente benéfico
para a classe cultural e para a cultura brasileira.
Então, eu me propus a fazer uma lei que de novo
pudesse ser útil para a cultura, que pudesse ajudar os artistas e intelectuais em geral a finalizarem suas produções culturais. Aproveitei o que
havia de mais valioso na Lei Sarney, que era a idéia
do Mecenato, do incentivo fiscal. Minha contribuição foi ter tornado essa lei mais completa. O
incentivo fiscal foi apenas uma das dimensões de
um tripé. Os outros dois pés foram mecanismos
de bolsa, que eu acho que nunca chegou a ser utilizado, e o Fundo Nacional de Cultura, porque
até então os recursos financeiros eram apenas uma
forma de renúncia fiscal por parte do Estado. O
Estado abria mão de suas receitas fiscais, mas não
era dinheiro vivo, o dinheiro vivo passou a ser o
Fundo Nacional de Cultura. O objetivo não era
criar um programa cultural, um projeto cultural,
mas o Estado tem como fornecer recursos para
que a sociedade civil, que é a verdadeira dona da
cultura, possa atender o que a sociedade espera
dela, seja na produção de filmes, peças de teatro,
livros no campo das artes plásticas, da literatura,
da música.
JP - No meio artístico, ainda há uma grande reclamação de que a lei beneficia aqueles grupos que
já estão estruturados, enquanto que os pequenos
ou com menos expressão continuam a sofrer com
a falta de apoio. O que o senhor acha disso?
Rouanet - Eu já tinha consciência plena, na época, de que os recursos eram concentrados no eixo
Rio-São Paulo. Eu tentei incluir na própria lei,
sobretudo na parte que se refere ao Fundo Nacional
de Cultura, que o objetivo seria distribuir os recursos de maneira mais eqüitativa do ponto de vista
geográfico. Só que a concentração de recursos na
parte mais rica do Brasil não é o resultado de uma
lei, é o resultado de uma realidade.
JP - O que ainda falta para o Brasil valorizar a sua
cultura e aumentar a produção, pois talentos não
faltam?
Rouanet - Eu tenho uma visão bastante otimista.
Tenho a impressão de que a cultura brasileira é
muito forte, muito dinâmica e está desabrochando em todas as áreas. O cinema brasileiro renasceu, no teatro existe muita coisa importante, literatura com personalidades importantes. A cultura brasileira está em evidência. Na medida em
que o governo brasileiro fizer a sua parte, e tem
que ser uma parte discreta porque não é o Estado
que tem que fazer a cultura, mas o Estado tem
que viabilizar, criar condições objetivas para que
a cultura possa florescer, eu tenho a impressão de
que os produtores culturais estão fazendo a deles
e farão cada vez mais.
Jornal da PUC-Campinas
Aquecimento global
Pesquisa desenvolvida
por professor e aluno da
Faculdade de Engenharia
Ambiental mostra que a
Terra vem aquecendo
nos últimos 10 mil anos,
independente
da ação humana
05
9 a 22 de abril/2007
A CULPA
não é só nossa
Ricardo Lima
O
Adriana Furtado
[email protected]
Olhar para o passado talvez
seja a melhor maneira de
entender as mudanças climáticas que preocupam a humanidade. Decifrar as variações e
os registros da atividade solar
através do tempo pode ser uma
das formas para se retratar o
passado do nosso Planeta e ajudar os pesquisadores a solucionarem e compreenderem
melhor os fenômenos ocorridos atualmente, como as questões relacionadas ao aquecimento global. Utilizando
métodos estatísticos para identificar os diferentes registros
da atividade solar, o professor
Júlio César Penereiro e o aluno Ricardo Costa Pellegrini,
ambos da Faculdade de
Engenharia Ambiental da
PUC-Campinas desenvolvem, desde 2005, um projeto
de Iniciação Científica (IC),
que estabelece a Conexão entre
anéis de árvores como registros do
passado e a atividade solar nos últimos 10 mil anos. O projeto revela que há uma relação inversa O estudante Ricardo Costa Pellegrini, da Faculdade de Engenharia Ambiental da PUC-Campinas
entre as atividades solares e a
absorção do carbono 14 encontrado nos tron- Faculdade de Matemática. Foram analisados
nos períodos correspondentes", acrescentou o
cos de algumas árvores. E, o mais surpreen- dados, já disponíveis na literatura, de várias
pesquisador.
dente: indica que o homem talvez não seja o amostras de anéis de árvores e medidas realiPor muito tempo rejeitada pela comunigrande vilão e único responsável pelo aqueci- zadas com telescópios de pequeno porte em
dade científica, a teoria que relaciona diretamenmento global, mas, sim, que o planeta vem contagem de manchas solares.
te a irradiação solar ao clima da Terra agora
aquecendo nesses últimos 10 mil anos, já que
O carbono 14 é um isótopo do carbono 12.
parece ser consenso nessa mesma comunidaas emissões de gases, inclusive o carbono, são Ele se origina na atmosfera terrestre através da
de. De acordo com Penereiro, analisando os
consideradas as maiores responsáveis pelo reação causada entre um raio cósmico (nêumateriais é possível notar que fatores naturais,
aumento da temperatura terrestre.
tron proveniente do espaço sideral) com o nitrotais como as mudanças na órbita da Terra e no
Nesse estudo, aluno e professor encontra- gênio existente. Na natureza, essas árvores, ao
campo magnético, podem ter contribuído para
ram nos troncos das coníferas (árvores de espé- realizarem a fotossíntese, absorvem o carbono
a maior ou menor absorção de carbono 14.
cies como, por exemplo, Sequóias, Pinheiros 14 que fica retido no tronco após serem cortaAssim, as alterações climáticas podem ser come Araucárias) a base para a investigação da ati- das. "Ao analisarmos um corte de tronco, podeprovadas. "Independente do fator humano,
vidade solar naquele período. "Usamos o car- mos estimar a concentração de carbono 14 em
notamos que o planeta vem aquecendo poubono 14 absorvido no tronco dessas árvores relação ao carbono 12 e, com isso, calcular a
co, mas gradativamente nos últimos 10 mil
para estimar, analisar e compreender o perfil idade da árvore. Já que a quantidade de carboanos. Por isso não podemos assegurar que o
das alterações nas atividades existentes no Sol no 14 na atmosfera depende da atividade do
homem é o único responsável pelo aquecinos últimos 10 mil anos", explicou o coorde- Sol sobre nosso planeta, podemos identificar o
mento global, pois podem haver influências
nador da pesquisa, que também é professor da aumento ou a diminuição da atividade solar
externas", afirmou.
Industrialização acelerou aumento da temperatura
Compartilhando da mesma opinião do professor, o estudante Ricardo
Costa Pellegrini também não responsabiliza unicamente o homem, mas
acredita que sua contribuição tem potencializado o aumento da temperatura, o que fica evidente, por meio dos dados analisados, após o advento da industrialização. "Nos últimos 50 anos, nunca houve uma emissão de Carbono tão grande, assim como os registros de aumento da temperatura", argumentou Pellegrini.
Ainda de acordo com o aluno, a pesquisa revela que apesar do gradativo aquecimento no planeta, entre os anos de 1650 e 1700, a Terra passou por uma chamada Pequena Era do Gelo. Nesse período, foram cons-
tatadas baixa atividade solar e alta absorção de carbono 14. Essa identificação abre uma nova porta para pesquisa, já que, com a alta concentração de carbono, a temperatura deveria ter aumentado. "Também não
podemos afirmar que apenas as emissões de carbono são responsáveis
pelo aquecimento global", observou o aluno. Mesmo sem a comprovação científica, o estudante acredita que exista a possibilidade de que as
concentrações de carbono emitidas na atmosfera sejam cumulativas e
que a grande onda de calor que vivemos hoje seja uma conseqüência do
passado. Mas, como ele mesmo disse, isso já é uma nova tarefa a ser
desenvolvida na pesquisa em progresso.
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9 a 22 de abril/2007
Jornal da PUC-Campinas
Criatividade
Ortopedista transforma
sucata em objetos de arte
Rafael Castelnovo, do Hospital da
PUC-Campinas, cria robôs, carros
e até helicópteros, utilizando
sobras de materiais cirúrgicos
Fotos: Ricardo Lima
Crislaine Gava
[email protected]
P
arafusos, porcas e fixadores externos se transformam em
uma bela escultura nas mãos do ortopedista do Hospital
da PUC-Campinas, Rafael Coletti Castelnovo. Especialista
em fixadores externos (gaiola), Castelnovo cria helicópteros, carros, robôs, dentre outros objetos, com a sobra de materiais cirúrgicos. "A sucata pode dar origem a objetos construtivos e expressivos", observa o médico.
Adepto de esportes e aparelhos locomotores, a paixão por criar
objetos inusitados começou na infância. Porém, naquela época,
ele usava seus brinquedos de montar e as peças dos rádios a válvula da avó para esculpir as peças. "Quando era criança eu deixava minha mãe preocupada, pois tudo nas minhas mãos se transformava", completa Castelnovo.
Com cerca de 70 esculturas feitas, em 2001 Castelnovo
descobriu em seu trabalho, como ortopedista, uma forma
de arte. Em apenas 30 minutos, o que parece ser sucata, se
transforma em um robô sobre rodas. Já para fazer um helicóptero, ele gasta, em média, duas horas e, para cada escultura, utiliza cerca de 50 peças. "O processo é delicado e
exige paciência e a escolha do material adequado", explica o ortopedista. Porém, tendo em mente o que vai ser
produzido, basta emendar as partes com porca e parafuso
e está pronta mais uma escultura.
O artista diz que tudo começou naturalmente. Ele aperfeiçoou seu trabalho, primeiro com peças pequenas, como
é o caso da primeira escultura produzida, o robô, e depois
partiu para esculturas maiores, como os helicópteros.
Na maioria das vezes, Castelnovo começa uma obra
sem saber como vai ficar. "Às vezes, no meio do dia, eu
começo a montar, paro um pouco, volto. Nem sempre
consigo fazer o que imaginei, começo a mexer na peça e, aos poucos, ela vai se
moldando", explica.
Uma das esculturas já ganhou a nota máxima em uma gincana realizada em
2002 pelo hospital, em comemoração ao Dia do Profissional da Saúde, 12 de maio.
"É atuando como ortopedista que eu me sinto realizado. Porém, busco neste pra-
O ortopedista Rafael Coletti Castelnovo, do Hospital da PUC-Campinas;
ao lado, robô feito com sucata cirúrgica
zeroso hobby uma forma de relaxamento e distração", afirma.
O médico diz que o mais interessante é fazer arte com algo que
não serviria para mais nada e viraria sucata. O escultor diz que não
quer ganhar dinheiro com a arte e sim mostrar o que sabe fazer. Uma
prova disso são seus seguidores, como os residentes médicos do Serviço
de Ortopedia do Hospital. "A partir dessa iniciativa, faço algumas
peças, mas me dedico mesmo a montar facas", afirma o residente
Dante Palloni Costa Dias. Mas Castelnovo não deixa de provocar os
aprendizes: "as esculturas deles não ficam tão boas quanto as minhas;
eles precisam treinar mais."
A maior parte das esculturas, confeccionadas com material em aço
inox, já foi dada para colegas de trabalho, amigos e familiares.
Atualmente, o ortopedista conta com 10 peças em seu acervo pessoal.
Castelnovo tem uma vida agitada como médico e é nos momentos de folga
que cria suas esculturas. Mas ele escolheu o sábado como dia de seu compromisso com a arte. Atualmente, não tem muito tempo para atender às inúmeras demandas. Entretanto, quando o pedido é especial, como o da namorada, ele dá um jeitinho e coloca em prática suas habilidades.
PUC-Campinas fornece maquetes para escolas públicas
realizada a 1ª Exposição de
Instrumentos Didático-Pedagógicos. A exposição, realizada
A Faculdade de Ciências
em parceria com a Prefeitura
Biológicas da PUC-CamMunicipal de Campinas, expôs
pinas promove a doação de
cerca de 400 maquetes produinstrumentos pedagógicos
zidas pelos alunos da PUCpara escolas estaduais e muniCampinas e doadas a 40 escocipais da rede pública de
las da rede municipal de ensiCampinas. São cerca de 50
no. "Com as doações queremos
instrumentos que reproducontribuir para o início de
zem processos biológicos e
montagem de laboratórios de
estruturas microscópicas em
ciências nas escolas", explica a
escala visível a olho nu. Essas
diretora.
maquetes foram produzidas
As escolas das redes estadual
pelos alunos da faculdade na
e municipal de Campinas que
disciplina de Práticas Intiverem interesse em retirar os
tegradas, cujo objetivo é fazer Alunos da Faculdade de Ciências Biológicas preparam as maquetes que são doadas para escolas públicas
instrumentos pedagógicos doacom que o conhecimento teóMariangela Cagnoni Ribeiro, a atividos pela Faculdade de Ciências
rico, aprendido em sala de aula seja
de ciências das escolas.
dade
de
confecção
das
maquetes
ocorBiológicas devem entrar em contaconcretizado nas maquetes para
De acordo com a diretora da
re desde 2004 e, no ano passado, foi
to pelo telefone 3729.6817.
utilização em aulas e laboratórios
Faculdade de Ciências Biológicas,
Adriana Furtado
[email protected]
Jornal da PUC-Campinas
9 a 22 de abril/2007
07
Fotos: Ricardo Lima
MURAL
Por dentro
da Ginástica
Rítmica Popular
Professora da
PUC-Campinas lança
livro sobre o tema,
fruto de pesquisa
realizada com
crianças de Piracicaba
E
ntender a ginástica rítmica a partir de
uma visão popular e como ferramenta de promoção do desenvolvimento
motor e da criatividade nas crianças. Essa
é a abordagem adotada pela professora da
Faculdade de Educação Física da PUCCampinas Roberta Gaio em seu livro
Ginástica Rítmica Popular - uma proposta educacional, que está em sua
segunda edição ampliada e atualizada. Publicado pela Editora
Fontoura, o livro conta com 149 páginas e é fruto de uma pesquisa realizada pela professora na cidade de Piracicaba envolvendo
crianças de escolas e comunidades locais.
A obra revela a necessidade da criança vivenciar experiências
motoras, ampliando seu repertório motor, além de contribuir para
seu desenvolvimento e sua criatividade a partir das vivências lúdi-
vagas de estágios
A educação está no gibi
O cartunista, jornalista e escritor DJota
Carvalho Jr.(foto), autor da tira Só
Dando Gizada, publicada diariamente
no Caderno C do Correio Popular,
lançou em março, na Fnac, o livro A
educação está no gibi. Professor do
Centro de Linguagem e Comunicação
(CLC) da PUC-Campinas, DJota mostra
as várias possibilidades de utilização dos
gibis em sala de aula. Primeiro, o autor
situa o leitor no mundo dos quadrinhos.
Feito isso, descreve uma série de exercícios utilizando HQs em disciplinas
curriculares. Por fim, dá dicas, todas ilustradas, para professores e alunos
produzirem histórias, provando que o humor gráfico pode ser uma
excelente ferramenta didática. O livro, publicado pela Papirus Editora,
tem 112 páginas e está à venda por R$ 28,50.
Professor de Direito lança livro
O professor Valdeci dos Santos, do Curso de
Direito da PUC-Campinas, lançou, no último
dia 30, no auditório Nobrão, no campus
Central, a segunda edição - atualizada e
ampliada - do livro Teoria Geral do Processo,
editado pela Millennium Editora. Durante o
evento, houve sessão de autógrafos do autor
e sorteio de exemplares do livro.
classificados
cas propiciadas pela ginástica. "O livro tem a proposta de mostrar
que é possível desenvolver um trabalho com a ginástica rítmica em
escolas e comunidades de maneira geral e de forma popular", explica a autora.
A professora dividiu o livro em três capítulos. No primeiro, traz
um histórico geral da ginástica rítmica. No segundo capítulo, a autora trata mais diretamente do trabalho com crianças e as atividades
da ginástica rítmica, desde noções motoras até referentes à relação
com a família. No terceiro e último capítulo, é feita a desmistificação da ginástica rítmica popular. O preço nas livrarias é R$ 28,00.
Roberta Gaio formou-se pela Faculdade de Educação Física da
PUC-Campinas, em 1981, e é docente da Universidade desde
1987, nas disciplinas Ginástica Geral, Ginástica Rítmica e Educação
Física para Pessoas com Necessidades Especiais. Fez mestrado e
doutorado na Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep).
CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola)
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8h às 17h, Bolsa auxílio de R$ 500,00 + Vale transporte + Vale
refeição, cód. 46170
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> TÉC.ELETRÔNICA - Cursando 1º a 2º ano, horário das 8h às 17h,
Bolsa auxílio de R$ 3,36 p/ hora + Vale transporte + Vale refeição +
Assistência Médica, cód. 46173
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Assunto: 46173
> CIÊNCIAS CONTÁBEIS - Cursando 4º ano, masculino, horário das
8h às 17h, Bolsa auxílio de R$ 680,00 + Vale alimentação, cód.
47310 - Interessados enviar CV p/ [email protected]
Assunto: 47310
> EDUCAÇÃO FÍSICA - Cursando 3º a 4º ano, Morar em Indaiatuba,
horário das 18h às 21h, Bolsa auxílio de R$ 4,00 p/ hora, cód. 59334
Interessados enviar CV p/ [email protected]
Assunto: 59334
> ENGENHARIA CIVIL - Cursando 3º a 4º ano, horário das 8h às 17h,
Bolsa auxílio de R$ 1.033,00 + Vale Alimentação, cód. 47342
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Assunto: 47342
> ENGENHARIA CIVIL - Cursando 2º a 3º ano, horário das 7h30 às
16h30, Bolsa auxílio de R$ 1.000,00 + Vale Alimentação, cód. 67458
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Assunto: 67458
> ENFERMAGEM - Formação em 12/2007, horário das 15h às 21h
(segunda a sexta-feira), Bolsa auxílio de R$ 400,00 + VT + Cesta Básica Cód. 61790 - Interessados enviar CV p/ [email protected]
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17h (2 horas de almoço) - Bolsa Auxílio de R$ 600,00 - Cód. 42872
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COMPUTAÇÃO - Cursando 1º ao 4º ano, R$ 800,00 + vale transporte e
cesta básica - sexo feminino, residir em Jaguariúna ou em regiões
próximas - Interessados enviar CV p/ [email protected]
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transporte, vale refeição, possibilidade de prorrogação e efetivação - sexo
masculino - Interessados enviar CV p/ [email protected]
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ano, R$ 500,00 + possibilidade de prorrogação, efetivação, ambulatório
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08
9 a 22 de abril/2007
Jornal da PUC-Campinas
Esporte
Fotos: Ricardo Lima
Elas
estão
com o
pé no Pan
A atleta Zenaide Vieira (acima), em treino na Usina
Esther, em Cosmópolis; ao lado,Thaíssa Bernardo
Presti treina na pista da Faculdade de Educação Física
Três alunas da
PUC-Campinas
disputam as seletivas
para os jogos que serão
realizados no Rio de
Janeiro, em julho
Outra aluna da Faefi que já está em vantagem na corrida para o Pan do
Rio-2007 é Thaíssa Bernardo Presti, do 4º ano, que disputa uma vaga no
revezamento 4x100. Campeã da modalidade em 2006 nos Jogos da Lusofonia,
Não tem jeito. Basta acontecer algum grande evento esportivo para o
que reuniu atletas de países de língua portuguesa em Macau, na China, é
brasileiro vestir camisa amarelinha e tirar a bandeira do fundo do armário.
uma das oito atletas pré-convocadas na modalidade, das quais seis se clasA emoção e a expectativa de ver nossos atletas subindo ao lugar mais alto
sificam. "Participar de um Pan já é um sonho. Sendo no Brasil é ainda
do pódio e entoar o Hino Nacional são indescritíveis. Aliás, mesmo que o
melhor", comemorou a atleta, que já está reunida com a equipe pré-selelugar no pódio não seja tão alto assim ou que o atleta nem chegue até lá,
cionada para se preparar para a última seletiva, a ser realizada em junho.
nos orgulhamos desses heróis que representam a pátria, às vezes em esporLonge das pistas de atletismo, é na pistes, cujas regras nem bem entendemos.
cina que a aluna do 4º ano de Psicologia
Este ano, o brasileiro tem um ingreMilena Canto Sae luta por uma vaga nos
diente a mais para deixar o patriotismo aflosaltos ornamentais, salto sincronizado,
rar, uma vez que os Jogos Pan-americanos
trampolim de três metros e salto de plaacontecem na cidade do Rio de Janeiro, de
taforma. Veterana no Pan - já participou
13 a 29 de julho. Serão cerca de 5,5 mil
dos Jogos em Santo Domingo 2003, na
atletas de 48 países disputando 28 modaRepública Dominicana -, a atleta acha gralidades esportivas. Três alunas da PUCtificante a experiência de conviver duranCampinas têm grandes chances de figurar
te dias numa vila olímpica rodeada dos
entre os 700 atletas da delegação brasileimelhores atletas das américas. "Represenra no Pan 2007.
tar o Brasil aqui dentro, provavelmente,
Há dois anos ocupando o primeiro lugar
será a primeira e última vez pra mim.
no ranking brasileiro de atletismo dos 3
Então, esse Pan será uma experiência únimil metros com obstáculos, a aluna do 3º
ca", completou.
ano de Educação Física (Faefi) Zenaide
Mas não serão só as competições que
Vieira está com a participação praticamen- Dezem, professor de atletismo, é nome certo na arbitragem do Pan
contarão com membros da comunidade
te garantida, uma vez que são duas vagas
acadêmica da PUC-Campinas. Do lado de fora das pistas o professor de
para a modalidade e o primeiro colocado no ranking, que fecha agora em
atletismo da Faefi Ricieri Dezem tem presença confirmada como coordemaio, é automaticamente classificado. A outra vaga é disputada entre os
nador geral de arbitragem de pista, além de arbitrar a maratona e a marcha
outros atletas em uma seletiva que acontece também em maio. Campeã e
atlética. Diretor do Departamento de Arbitragem da Federação Paulista de
recordista sul-americana em 2006 e campeã ibero-americana também no
Atletismo e único árbitro paulista com status internacional, Dezem já parano passado, Zenaide acredita que representar o Brasil dentro de casa é ainticipou de dois pan-americanos, dois mundiais e dois sul-americanos.
da mais gostoso.
N
Du Paulino
[email protected]
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Não somos os únicos culpados - PUC