NOTA FISCAL
PAULISTA
Como tirar proveito
desta arma contra a
sonegação.
Pág. 6
UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA
Foto: StockXpert | Design: Christian de Oliveira
MAIO 2008
DESAFIO
Alunos, docentes e funcionários falam sobre a inclusão dos negros
e afrodescendentes na educação, mídia e política. | Págs. 8, 9 e 10
ANO 24|EDIÇÃO 400
2
CARTAS
CARTAS
publicação do Departamento de
Comunicação e Marketing da
Unimep (Universidade Metodista
de Piracicaba)
Reitor
Davi Ferreira Barros
Pró-reitor administrativo
Sérgio Marcus Nogueira Tavares
Pró-reitora de graduação e
educação continuada
Rinalva Cassiano Silva
Pró-reitora de pós-graduação,
pesquisa e extensão
Rosa Gitana Krob Meneghetti
Gerente de Comunicação e
Marketing
Jorge Vidigal da Cunha
Edição
Celiana Perina
MTb - 31.320
Textos
Angela Rodrigues
Celiana Perina
Vanessa Piazza
Fotografia
Thiago Altafini
Seção Foca
Paula Eliza Mar
Tatiane Ceron
Projeto e Diagramação
Ozonio Propaganda e Marketing
Fotolito e Impressão
Gráfica Mundo Digital
A Unimep é mantida pelo Instituto
Educacional Piracicabano (IEP)
Conselho Diretor do IEP
Paulo Borges Campos Júnior
(presidente); Márcio Rillo
(vice-presidente); Clóvis de
Oliveira Paradela (secretário);
Misael Lemos Silva (titular);
Parabéns
Matérias
Gostaria de dizer que gostei
da matéria sobre intercâmbio. O
texto, as fotos, a estrutura da matéria... enfim, ficou ótima mesmo.
Parabéns e muito obrigado!!
Cumprimento pelas matérias. O
Acontece está muito legal! Abraços.
Gustavo Leoce
Ex-aluno de gestão em
negócios internacionais e
professor da Unimep
‘Feedback’
Ótima a matéria sobre liderança, tema que infelizmente se
encontra marginalizado na pauta
de discussões dos nossos jovens.
Esperamos dar o pontapé inicial
para reverter essa situação. As
portas da FGN Consultoria Júnior estarão sempre abertas ao
pessoal do Acontece Unimep.
Parabéns.
Diego Fantim
Presidente da FGN Júnior e
aluno do 7º semestre
de economia
Arsênio Firmino de N. Netto
Professor do mestrado
profissional em administração Dengue
Gostaria de sugerir à equipe
do Acontece Unimep, uma matéria sobre o mosquito da dengue.
Apesar das campanhas, rondam
boatos, e a equipe do curso de
biologia poderia esclarecer.
Carlo Mattioli
Ex-aluno de análise de sistemas
ilustração: Ricardo Stoco
O Acontece Unimep é uma
É COM VOCÊ
Participe!
Sua colaboração é muito importante para otimizar este jornal.
Então, envie críticas, comentários ou sugestões sobre o conteúdo
geral ou específico do Acontece Unimep. Faça contato pelo email [email protected], telefone 3124-1646; por carta ou
pessoalmente, no endereço rodovia do Açúcar, km 156, Taquaral
(Piracicaba), CEP 13400-911, 1º andar do prédio administrativo,
no Departamento de Comunicação e Marketing da Unimep.
Parkinson
Achei interessante a matéria
sobre o Mal de Parkinson e queria sugerir a produção de outras
matérias na área da saúde.
Ester dos Santos
Ex-aluna e enfermeira
México
que Conheci
Ao desembarcar na cinzenta Cidade do México, não
imaginava as tantas experiências que teria nesse país.
Depois de três meses de intercâmbio posso dizer que essa
foi a melhor e mais proveitosa fase da minha vida. Além
de conhecer um novo idioma
e lugares muito bonitos, estou
vivendo em uma cultura muito
diferente da nossa. O México
é um país que soube aproveitar tudo que lhe foi deixado
pelos povos antigos que viveram aqui, como Maias e Astecas, e melhor, soube mesclar
todos os conhecimentos indígenas com os costumes dos
colonizadores espanhóis. Tais
mesclas compuseram o país
que conheci: com culinária
rica e muito característica; com
ritmos como a salsa, os sons
lindos da marimba ou dos mariachis; os sítios arqueológicos
preservados de Palenque; as
belezas naturais exóticas e as
diferenças culturais dentro do
próprio território mexicano.
Tais vivências compõem o
aprendizado que um intercâmbio pode proporcionar. A dica
é sempre aproveitar as oportunidades para aprimorar os conhecimentos e ampliar os horizontes, sempre abertos a novas
culturas e costumes.
Lílian Migliorini Andrade
Aluna do 7º semestre do curso
de jornalismo e atualmente
participa do programa de
intercâmbio na Universidad
Madero, Puebla (México).
Vânia Aparecida Ferreira
Sakiyama (titular) e Leila
Machado Pereira (suplente)
Diretor Geral do IEP
Davi Ferreira Barros
OPS!
»» O nome da produtora de moda
Carol Alleoni saiu grafado com
apenas um l na última edição.
»» A modelo fotografada na seção de moda da página 13 é Silmara Pachiani, funcionária do
Setor Financeiro da Unimep.
AMBIENTEUNIMEP
O professor de mestrado
em educação física da Unimep
João Paulo Borin foi convidado
para participar como palestrante do 12º International Science
Congress Olympic and Paralympic Sport and Sport For
All, que ocorre entre os dias 20
e 31 de maio em Moscou (Rússia). Trata-se de um congresso
mundial sobre esportes de alto
rendimento, no qual participam
profissionais do mundo todo.
Na ocasião, o docente ministra
a palestra Avaliação e Monitoramento de Treinamento, nos
dias 24 e 27, sobre a utilização
das novas metodologias para
o aperfeiçoamento físico dos
atletas.
Pela primeira vez convidado em virtude do trabalho que
realiza, Borin também cita os
resultados desenvolvidos no Laboratório de Avaliação Física e
Monitoramento do Treinamento
Desportivo da Unimep. “No laboratório oferecemos assessoria
de avaliação a equipes esportivas externas, entre as quais a
de futebol do XV de Novembro
Piracicaba, a do XV de Jaú e
União São João de Araras, além
de equipes de vôlei e basquete.
Por meio do trabalho, também
fazemos pesquisas com os orientandos de mestrado e iniciação
científica”, conta.
As avaliações consistem na
aplicação de testes que apontam o
Prof. Borin
PROFessor BORIN
3
perfil e as capacidades físicas
dos atletas, seguidas de orientações à equipe técnica.
Na Prática
Vinculado à Unimep desde 2004, João Paulo Borin é
doutor em educação física
pela Universidade Estadual
de Campinas (Unicamp). Pesquisador na área de fisiologia,
metodologia e avaliação da
performance humana, possui
experiência em treinamento
desportivo, com atuação em
preparação física, basquetebol
e futebol. Já integrou bancas
examinadoras em 29 apresentações de dissertações, em
sete teses e duas qualificações
de doutorado, além de supervisionar e orientar oito dissertações de mestrado.
VAI A MOSCOU
PARCERIA NOTA 10
A Unimep, a Caixa Econômica Federal, o Simespi, sindicato que representa o setor
metal-mecânico, e o Sebrae
(Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas) assinaram convênio inédito na região na última semana
de abril. Com a iniciativa, será
possível apoiar pequenos e médios empresários para um crescimento efetivo e estruturado.
Aproximadamente 190 empresas vinculadas ao Simespi terão
acesso a um crédito avaliado
em R$ 300 milhões, disponibilizado pela Caixa Federal.
O convênio prevê linhas de
crédito, assessoria para elaboração de projetos, consultoria para
inovação tecnológica e atendimento personalizado aos empresários, a grande maioria micro e
pequenos, que sem ajuda espe-
Representantes das entidades durante anúncio da parceria
cial, não conseguem financiamento para a aquisição de máquinas, entre outros.
A participação da Unimep
será na fase de elaboração de
projetos e assessoria aos empresários. Para o coordenador do
curso de economia e do banco de
dados socioeconômicos da Unimep, Prof. Francisco Constantino Crócomo, o convênio acontece graças à estreita relação que
o curso de economia tem com a
comunidade piracicabana, já que
há mais de 30 anos, desde a sua
origem, desenvolve pesquisas so-
cioeconômicas de impacto local
e regional. “Há ainda uma vasta
possibilidade de apoio técnico e
científico, pois a área de gestão e
negócios é composta por outras
ciências, como contábeis, negócios internacionais, turismo,
administração, entre outras. Aos
alunos, a iniciativa permitirá o
estudo de casos, inclusive possibilitará um melhor entendimento
das aulas teóricas”, ressalta.
Para o diretor da Faculdade
de Gestão e Negócios da Unimep, Prof. André Sathler Guimarães, o convênio dá continuidade
à parceria existente com a Caixa
há quatro anos, período em que
foram desenvolvidos cerca de 80
projetos com 100% de aprovação. “A universidade devolverá
à sociedade o conhecimento produzido no meio acadêmico e, ao
mesmo tempo, contribuirá para
seu desenvolvimento”, destaca.
O Simespi fará atendimento
personalizado aos interessados
em beneficiar-se dos serviços
disponíveis e no Sebrae, por
meio do programa SebraeTec de
Consultoria Tecnológica, disponibilizará modalidades de apoio
para inovação tecnológica das
empresas, contribuindo para a
adequação de sua capacidade
produtiva às necessidades do
mercado em que atuam.
4
SALADENOTÍCIAS
›› Arquitetura
›› Vestibular Julho
Com as mãos na massa, os cerca de
200 alunos de arquitetura e urbanismo
da Unimep inauguraram na primeira semana de abril, no campus Santa
Bárbara, o primeiro ateliê integrado do
curso da Unimep. Localizado no canteiro experimental, o espaço permite o
desenvolvimento e execução de projetos da graduação integrando professores, alunos e técnicos. De acordo com
o coordenador do curso, Natanael Jardim, os discentes terão a oportunidade
de pensar e intervir num espaço de uso
próprio. “Além das possibilidades de
pesquisa, é um lugar experimental”,
diz. As primeiras oficinas e intervenções práticas tiveram início no dia da
inauguração.
As inscrições para o Vestibular
Unimep Julho têm início no próximo
dia 20. Há vagas para os cursos superiores de tecnologia em gestão de recursos humanos (noturno) e tecnologia
em logística (noturno), ambos oferecidos no campus Centro; administração
(noturno), direito (diurno e noturno),
farmácia (noturno), negócios internacionais – bacharelado (noturno) com
turmas no campus Taquaral; e no campus Santa Bárbara, engenharia de alimentos (noturno), engenharia mecânica – ênfase em manutenção (noturno)
e engenharia química (noturno). As
inscrições podem ser feitas até 27 de
junho. A prova será no dia 6 de julho.
Informações no site www.unimep.br/
vestibular ou nos tels. (19) 3124-1749
e 0800-0555616.
›› Pós-Graduação
›› Corrimão
Tem continuidade a série de seminários de pesquisa promovida pelos
professores da pós-graduação em administração. A terceira palestra está
marcada para o dia 29 de maio, às 13h
no anfiteatro de pesquisa do bloco 7.
Na ocasião, fala sobre Customer Equity
a professora Cleusa Satico Yamamoto
Sublaban. A proposta da iniciativa, que
tem entrada gratuita e é aberta à comunidade, é discutir e socializar temas de
pesquisa desenvolvidos pelos docentes
no campo da administração.
›› Direito
O curso de direito do campus Santa Bárbara d’Oeste recebeu moção
de aplausos da Câmara Municipal de
Americana pela realização da palestra
A Importância da Mulher no Século
21: Conquistas e Desafios, realizada no
último dia 27. O evento foi o primeiro
de uma série de seminários gratuitos
e abertos à comunidade sobre o papel
da mulher na região metropolitana de
Campinas, planejados para ocorrer ao
longo do semestre.
›› Jornalismo
O coordenador do curso de jornalismo, professor Paulo Roberto Botão,
foi eleito integrante da nova diretoria
do Fórum Nacional de Professores de
Jornalismo (FNPJ) para o cargo de
Para atender às solicitações do
funcionário da Unimep José Salvador, foi instalado um corrimão
na rampa que dá acesso à entrada
principal do prédio administrativo
do campus Taquaral na primeira
semana de abril. Sobre a conquista, Salvador disse que simples, mas
eficientes medidas como essa são
fundamentais para as pessoas que
têm algum tipo de dificuldade para
se locomover.
diretor editorial e de comunicação. A nomeação ocorreu durante o 11º Encontro
Nacional de Professores de Jornalismo,
realizado em São Paulo. A diretoria eleita
será presidida pelo professor Edson Spenthof, da Universidade Federal de Goiás, e
atuará entre 2008 e 2010.
›› Ensino a Distância
A Comissão Própria de Avaliação
(CPA) da Unimep aprovou a análise feita
com professores e alunos do oferecimento de duas disciplinas curriculares a distância do curso de ciências da computação. Para alunos e professores, o processo
ocorreu de forma favorável e satisfatória.
A comissão encaminha proposta junto
aos órgãos responsáveis, para estender a
oferta de disciplinas a distância a todas as
faculdades no 2º semestre.
›› Farmácia
Cerca de 60 alunos de farmácia, coordenados por docentes do curso, orientaram a comunidade sobre doenças como
hipertensão arterial, diabetes, asma, câncer de pele e AIDS. A iniciativa, intitulada O Farmacêutico na Praça, é um trabalho preventivo e ocorreu na praça José
Bonifácio, em Piracicaba. Na ocasião, os
alunos deram dicas sobre o uso racional
de medicamentos e os perigos da automedicação. Outra proposta da iniciativa é valorizar o farmacêutico enquanto agente de
saúde. A atividade, realizada há seis anos,
é uma parceria da Secretaria Municipal de
Saúde, Conselho Regional de Farmácia
do Estado de São Paulo, Conselho Municipal de Saúde e Centro Acadêmico de
Farmácia da Unimep.
SALADENOTÍCIAS
5
›› Reciclar Geral
“Aqui, se recicla tudo”. A afirmação é de
João Alberto Costa, coordenador do setor Gestão
de Documentos (Gedoc) da Unimep e um dos
executores do Projeto de Reciclagem, implantado na universidade em 2003 e regulamentado
por meio da portaria 03/2008, da direção geral
do Instituto Educacional Piracicabano (IEP) em
fevereiro. O projeto, que prevê a reciclagem de
papel, plástico, vidro e metal nos campi da universidade e no Colégio Piracicabano, possui a
marca de 53.928 toneladas de papel e milhares
de latas de alumínio desde 2005, período em que
os materiais passaram a ser quantificados.
Com a implantação do Gedoc, Costa reforçou a coleta de papel para reciclagem nos setores administrativos da universidade por meio da
distribuição de caixas coletoras. “A comunidade
abraçou a causa e ajuda a arrecadar. Aqui as pessoas são bem conscientes e colaboram”, garante.
Os coletores de vidro, metal, papel e plástico,
respectivamente nas cores verde, amarelo, azul
e vermelho, estão nos campi Centro e Taquaral,
em Piracicaba, e Lins. (leia na seção notícias no
site www.unimep.br texto com os nomes dos
pontos de coleta).
Para aqueles que chegaram à universidade, como também aos
que estão há mais tempo, nem sempre é fácil identificar os responsáveis pelas unidades acadêmicas. Para facilitar e auxiliar
sua estada, o Acontece Unimep publica nesta edição o diretor e os coordenadores da graduação da Faculdade de Gestão e
Negócios (FGN). Confira ainda os integrantes de outras faculdades nas edições anteriores do informativo, disponíveis para
consulta nas bibliotecas de cada campus.
›› Diretor
André Sathler Guimarães
Costa, coordenador do Gedoc
›› Coordenadores
Cléber Folharine Mazzolini
Administração
foto: Alessandro Maschio
Miltes Angelita Machuca Martins
Ciências contábeis
Cristiano Morini e Paulo Pavão
›› Destaque Internacional
O prêmio Destaque Municipal em Negócios
Internacionais 2007, uma parceria entre a Unimep, por meio do curso de negócios internacionais, Acipi (Associação Comercial e Industrial de
Piracicaba), Simespi (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas), Ciesp (Centro das Indústrias do Estado
de São Paulo), Fiesp (Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo) e a Prefeitura do Município
de Piracicaba, por meio da Semdec (Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Econômico), tem
vencedores. O estudante da Unimep e estagiário
da Elring Klinger, Miguel Augusto Matiussi Rull
Arnal, recebeu o prêmio aluno de destaque.
Já na categoria empresa de grande porte, a Caterpillar Brasil foi a vencedora. Nas categorias médio e pequeno portes venceram a Stork Print Ltda.
e a BBL Brazilian Beverages, respectivamente. O
prêmio profissional de destaque foi entregue ao
secretário-adjunto estadual do Desenvolvimento,
Luciano Tavares de Almeida, ex-titular da extinta
Semic (Secretária de Indústria e Comércio) até o
final de 2007. O objetivo da iniciativa é reconhecer e incentivar as empresas do município que se
destacaram no comércio exterior, de acordo com o
coordenador do curso de negócios internacionais,
Cristiano Morini.
Francisco Constantino Crocomo
Ciências econômicas
Cristiano Morini
Negócios internacionais
Antonio Carlos Sarti
Turismo
6
SINTONIZADO
pessoas que têm conhecimento
dessa iniciativa? Ainda falta divulgação”, afirma.
Outro aspecto apontado por
Romanini é a tendência de aumento nos preços de mercadorias, que as empresas terão um
determinado custo para se adequar à nova legislação e fatalmente repassarão aos consumidores. Já a professora Miltes diz
que “ficar preso ao benefício individual não deve ser o foco, que
o exercício da cidadania é pensar
no bem-estar coletivo”.
Receio
NOTA FISCAL
Vanessa Piazza
[email protected]
Os vários segmentos do comércio varejista do Estado de
São Paulo são obrigados a participar do projeto Nota Fiscal
Paulista, que tem como principal
objetivo aumentar a arrecadação
estadual por meio da redução de
sonegação fiscal dos estabelecimentos comerciais. O projeto
consiste em devolver ao consumidor 30% do ICMS (Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) recolhido pelo
estabelecimento no mês e na
proporção de consumo. O crédito poderá, dentro de cinco anos,
ser utilizado para reduzir o valor
do débito do IPVA, transferido
para a conta corrente, poupança,
creditado em cartão de crédito,
transferido para outra pessoa ou
devolvido em prêmios. Na Galeria Unimep, das 21 lojas em
funcionamento, sete já aderiram
ao projeto. As outras 14 estão em
processo de adequação.
PAULISTA
A Nota Fiscal Paulista entrou
em vigor em outubro de 2007 e
faz parte do programa Estímulo à
Cidadania Fiscal, instituído pelo
Governo do Estado de São Paulo por meio da lei n° 12.685/07.
Mês a mês, desde a data da implantação e de acordo com um
cronograma preestabelecido pela
Secretaria da Fazenda do Estado
de São Paulo, setores da economia foram obrigados a aderir.
Para tanto o consumidor deve
informar, a cada compra, o CPF
(Cadastro de Pessoa Física) ou
CNPJ (Cadastro Nacional de
Pessoa Jurídica) e solicitar o
documento fiscal. A iniciativa é
válida somente para o Estado de
São Paulo. A partir desses dados
os estabelecimentos comerciais
devem enviar periodicamente as
informações para a Secretaria da
Fazenda, que calculará o crédito
do consumidor (veja quadro nesta página). Também não é necessário se cadastrar no programa
para gerar créditos.
Na avaliação da professora
Miltes Martins, coordenadora
do curso de ciências contábeis
da Unimep, o maior ganho da
iniciativa é instigar o hábito de
solicitar a nota fiscal após uma
compra. “Se a receita do Estado
crescer, teoricamente ele terá
melhores condições de aplicar os
recursos em benefício da população, já que a maior arrecadação
poderá ser utilizada para aumentar os investimentos públicos em
setores como educação, saúde e
segurança”, avalia.
Contramão
Há também quem acredite
que a porcentagem de transferência de crédito ao consumidor
pode ser desestimulante. Para
se ter uma idéia, segundo dados
da Secretaria da Fazenda, o valor médio de crédito gerado por
documento fiscal emitido com
a designação do CPF ou CNPJ
entre os meses de outubro e
dezembro de 2007 foi de R$
1,50. Nesse sentido, na opinião
de Cléber Folharine Mazzolini,
coordenador do curso de administração da Unimep, uma das
formas de garantir o sucesso do
projeto seria aumentar a taxa de
transferência ao consumidor. De
acordo com o professor Geraldo
Romanini, do curso de ciências
contábeis da Unimep, além do
pequeno retorno, a insatisfatória divulgação sobre o projeto
pode atrapalhar. “Quem são as
Diante de qualquer sinal de
mudança, as dúvidas e incertezas são comuns. Um dos receios
dos consumidores é de que ao
informarem o CPF ou CNPJ no
momento da compra, os dados
possam ser utilizados pela Receita Federal, em uma tentativa
de fechar o cerco aos que sonegam Imposto de Renda.
O prof. Romanini diz não
acreditar que em curto prazo as informações da Nota Fiscal Paulista
e as do Imposto de Renda sejam
cruzadas, já que elas são emitidas
a esferas distintas. De acordo com
a profa. Miltes, se o consumidor
não sonega informações não há
com que se preocupar.
Passo a Passo
A cada compra o consumidor informa seu CPF ou
CNPJ e solicita o documento fiscal. O representante do
estabelecimento registra os dados do comprador e emite o
cupom fiscal, a nota fiscal tradicional ou gera a nota fiscal
on-line. Após o recolhimento do ICMS pelo estabelecimento, a Secretaria da Fazenda creditará ao consumidor a
parcela do imposto a que ele tem direito, proporcional ao
valor da compra. Para obter mais informações ou acompanhar a inclusão de créditos e definir a forma como deseja
resgatá-los, o consumidor deve se cadastrar no site: www.
nfp.fazenda.sp.gov.br Informações no tel. 0800-170110
SINTONIZADO
TECNOLOGIA
RSS
O RSS é uma maneira simples e prática de acessar canais
de informações de um único site.
Com ele o usuário não precisa
visitar diariamente “blogs” e
serviços favoritos, pois ao usar
o RSS de imediato o internauta
é informado quando uma notícia
de seu interesse é publicada. É
uma maneira de manter-se atualizado por meio da internet.
Mas o que é RSS de fato? Essa
tecnologia funciona basicamente da seguinte maneira: um site
que possui RSS tem um “feed”
(alimentador) e por meio desse
serviço usuários podem acessar
as informações armazenadas e
visualizá-las. Administradores
de outros sites também podem
incluir as notícias publicadas em
um “feed” em seus sites.
Sua sigla possui diferentes
significados de acordo com a
versão, como Rich Site Summary para RSS 0.91; RDF Site
Summary para RSS 0.9 e 1.0 e
Really Simple Syndication para
RSS 2.0. O RSS é manipulado
e armazenado por meio de uma
linguagem conhecida por XML
(eXtensible Markup Language),
que é codificada em formato de
texto, parecida em alguns aspectos à linguagem html.
O RSS pode ser visualizado
em qualquer “browser” (o navegador, o software que interpreta
a linguagem html, permitindo
assim explorar textos, fotos, gráficos, sons) como o Mozilla Firefox
ou Microsoft Internet Explorer.
7
Em Bom Português
Línguas
Africanas
A data comemorativa
referente à Abolição da
Escravatura, neste mês
de maio, se, por um
lado, leva-me a refletir
sobre até que ponto a assustadora crueldade da
raça humana pode chegar, por outro, não posso
deixar de pensar na rica contribuição que os povos africanos deram ao Brasil, em muitos sentidos. Assim, compartilho com vocês uma interessante pesquisa a respeito das palavras de origem
africana que pertencem ao nosso vocabulário.
Os milhões de africanos trazidos ao Brasil durante
três séculos, principalmente no período colonial,
contribuíram, significativamente, para a colonização desta nação, tanto com sua mão-de-obra
quanto com sua cultura, religião e, obviamente,
suas línguas e os seus dialetos.
Segundo Yeda Pessoa de Castro, doutora em línguas africanas e autora de “Falares Africanos na
Bahia: um Vocabulário Afro-brasileiro” (2001),
os povos africanos trazidos ao Brasil procediam
de duas regiões subsaarianas: 1) o domínio banto, englobando, entre outros, Camarões, Gabão,
Congo, Angola, África do Sul, Botsuana, Moçambique, Tanzânia, Zimbábue; 2) a África Ocidental, que vai do Senegal à Nigéria.
Como essas, outras palavras oriundas das línguas
africanas, inclusive de outros povos como os jejes e os nagôs, incorporaram-se ao nosso léxico e
conseqüentemente à cultura do povo brasileiro.
Geralmente, são palavras relativas à família, à
música, a comidas, a práticas religiosas e à vida
cotidiana, por exemplo, angu, axé, banguela, berimbau, caçula, cachaça, cachimbo, camundongo, cangaço, canjica, capenga, encabulado, forró,
fungar, Iemanjá, marimbondo, maxixe, moleque,
moranga, oxalá, quiabo, quibebe, quitanda, quitute, samba, tutu, vatapá, zabumba.
Trajetória
A tecnologia foi criada em
1999, pela Netscape, no momento uma das maiores companhias
da internet. Porém a Netscape
acabou por abandonar o projeto
achando-o inviável. Anos depois
o RSS renasceu e tornou-se um
dos pilares de “blogs” e “sites”
que distribuem e trocam informações. Hoje todos os grandes
portais de notícia possuem RSS.
E o novo site da Unimep também.
LÍNGUA
Stockxpertcom
Os povos bantos, em virtude de sua superioridade numérica em relação aos demais, estiveram
presentes em todas as regiões brasileiras. Falavam variadas línguas. Dentre elas, três foram
marcantes: umbundo, quimbundo e quicongo.
Castro apresenta em sua obra um rico vocabulário afrobrasileiro, com palavras que têm origem
nessas línguas, tais como: babá, bagunça, cafuné,
caxumba, cochilo, dendê, dengo, fubá, jiló, miçanga, moqueca, tanga, zangar, etc.
Então, se tiver um “site” ou “blog”
e quiser disponibilizar as notícias
da Unimep www.unimep.br você
já pode. Entre para conferir e pro-
cure pelo símbolo RSS 2.0
Departamento de Tecnologia e
Informática da Unimep (DTI)
Mirian de Fátima Polla
Graduada em letras e funcionária da Unimep
Comentários, críticas e sugestões: [email protected]
8
CAPA
LIBERDADE PLENA
Angela Rodrigues
[email protected]
Há mais de um século, os acontecimentos do 13 de maio são questionados e já não têm o mesmo significado
para 49,4% da população brasileira,
que se declarou negra segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Estatística
e Geografia (IBGE) de 2006. O motivo
é que em 1888, ao receber a tão sonhada liberdade por meio da assinatura da
Lei Áurea, os cerca de 700 mil escravos
da época foram lançados à própria sorte, sem moradia e emprego. Há exatos
120 anos, embora os afrodescendentes
tenham conquistado merecidos direitos, há muito o que conquistar. Sob
essa perspectiva, o Acontece Unimep
lançou um desafio: fazer uma reflexão
sobre a inclusão social do negro na
sociedade quando serão completados
200 anos da abolição.
Márcia Antônio, 31, aluna do 7º
semestre de educação física, acredita
que em 80 anos a situação esteja diferente. “A melhora deve ocorrer não só
...o acesso à
educação ajudará
a amenizar o
preconceito.
em relação ao preconceito contra o negro, mas também com as pessoas com
deficiência e homossexuais. O negro
vem lutando por diferentes espaços. Se
lutar, conquista seu espaço, desde que
haja oportunidade”, destaca. “Minha
previsão é positiva. Penso que no futuro as coisas estarão bem melhores”,
diz Lucimara Silva, 21, aluna do 7º semestre de enfermagem. Para a aluna, o
acesso à educação ajudará a amenizar o
preconceito.
“Quero crer que a população negra tenha um papel de maior inserção
na sociedade e que isso ocorra pela
Márcia
Lucimara Silva
J
á Fábio Veríssimo Martins,
35, publicitário, pós-graduado em marketing pela
Unimep, aluno de especialização em gestão financeira e funcionário da instituição, acha
difícil refletir sobre um cenário. Para
ele, para mudar o futuro deve-se lembrar e entender o passado. “O que
tem de ser feito é reavivar o passado. Na Alemanha, por exemplo, não
se esqueceu o preconceito contra os
judeus, os campos de concentração
em Auschwitz (símbolo do holocausto perpetrado pelo nazismo) estão lá
para serem lembrados a todo o momento. No Brasil, ocorre o processo
inverso. As pessoas querem esquecer
que houve escravidão, assim como
todas as crueldades que se fizeram
contra o negro. É um preconceito
omisso, o que é muito pior”, diz.
Em sua opinião, mesmo se houvesse a iniciativa de reflexão, os estudos ficariam restritos ao segmento
intelectualizado. “No futuro não será
diferente, os negros estarão inseridos,
mas a maioria ainda sofrerá pela falta
de oportunidade”, completa. Gustavo
Lima, 25, que é neto de negro e aluno
do 10º semestre de direito, acredita
própria decisão de se buscar um espaço, porque foi ensinado desde o início
que determinadas funções não devem
ser ocupadas por negros. A população
“branca” se acostumou a ver os negros
em posições subalternas. À medida que
ela deixa essa função, causa espanto
e inclusive posturas de preconceito,
desprezo e de descrédito da atividade
que exerce”, afirma José Carlos Silva,
professor de química do campus Santa
Bárbara da Unimep e um dos diretores
do Pamhi (Plano de Assistência Médico-Hospitalar), que já sofreu discriminações, algumas no próprio trabalho.
que a inclusão no futuro será melhor.
Sobre o preconceito, ele considera
fundamental discussões sobre o tema.
“Morei dois anos no bairro de negros
Dorchester, em Boston (EUA), e senti um isolamento social. Os amigos
do meu irmão, que é mais moreno
que eu, perguntavam quem era e o
que estava fazendo ali”, conta.
A inclusão passa pela igualdade econômica, social e pelo acesso
aos bens culturais, às tecnologias e
à educação formal, na avaliação de
Belarmino Guimarães, diretor da faculdade de comunicação da Unimep.
Assim, a inserção de segmentos historicamente excluídos por meio da
indústria cultural se dá via mercado.
“Contudo, o preconceito é muito forte: é o caso de programas de humor
que criam personagens estereotipadas. O pobre nordestino, a mulher
que enfrenta dupla jornada de trabalho, negro, sobretudo em programas
policialescos, sofrem com a violência
simbólica. Esta violência consentida
precisa ser esclarecida. Minha expectativa é de que o esclarecimento se dê
na crítica à mídia, que é um papel da
sociedade e de suas instituições, particularmente as de ensino”, avalia.
CAPA
9
Em sentido horário: Grasiela, Solange, Moreira e Martins
“...a parcela de nãonegros chega a ser quase
cinco vezes maior que a
de negros....”
Passado
No Brasil o regime de escravidão vigorou desde os primeiros anos, logo após
o descobrimento, até o dia 13 de maio de
1888, quando a princesa regente Isabel assinou a Lei 3.353, mais conhecida como
Lei Áurea, libertando os escravos. Hoje
amplas discussões marcam as comemorações históricas do 13 de maio. No entanto, a população negra prefere lembrar suas
conquistas em 20 de novembro, Dia da
Consciência Negra.
“A abolição da escravatura, apenas uma
imposição por causa da reforma industrial,
fez o negro deixar a senzala e não ter onde
morar. E aí o negro perambulava pela cidade. Foi quando se criou o termo vadiagem
no Código Penal Brasileiro. Se via um negro
sem ter o que fazer, a polícia prendia-o por
vadiagem. Criou-se aí o primeiro estigma”,
conta o professor José Carlos Silva.
Para o publicitário Fábio Veríssimo
Martins a abolição tem de ser lembrada
como um marco da revelação de que a
união social da classe pode ser um agente
transformador. “Digo também que a mulher negra foi o primeiro símbolo da liberação feminina, porque enquanto o negro não
conseguia emprego, sua mulher é que era
aceita para ser a babá, lavadeira, empregada e sustentar a família”, conta.
Prof. Silva
Acesso à Educação
Uma das diferenças mais gritantes refere-se ao ingresso no
ensino superior. A pesquisa Escolaridade e Trabalho: Desafios
para a População Negra nos Mercados de Trabalho Metropolitanos (2007), elaborada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), concluiu que
o acesso à educação é segmentado segundo a cor, com forte
concentração de negros nos níveis básicos. Ainda segundo o
estudo, a maior desigualdade de acesso à universidade ocorre
na região metropolitana de São Paulo, em que a parcela de
não-negros chega a ser quase cinco vezes maior que a de negros. O índice é associado à baixa qualidade do ensino público
no país e à necessidade maior entre jovens afrodescendentes
de inserção precoce no mercado de trabalho.
“A política de inserção por meio de cotas ainda é mínima
se olharmos a população de negros do país. Algumas pessoas
condenam e criticam o sistema, mas se não se fizer isso, a diferença jamais diminuirá”, salienta o professor Silva. “Tudo o
que possa contribuir é positivo. Com o sistema de cotas conseguimos colocar mais negros na universidade, por mais que se
critique”, ressalta Márcia.
Defensora do sistema de cotas, Telma Regina de Paula
Souza, coordenadora do curso de psicologia e do Comitê de
Ética em Pesquisa da Unimep, fala que a questão vai além.
“Não basta você fornecer bolsas, se não acolher esse aluno para
que ele se sinta incluído”, destaca ela, que também é membro
da Secretaria Executiva do Fórum Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente.
Já Grasiela Souza, 19, que cursa o 1º semestre de administração da Unimep, fala que fazer uma classificação por meio
de cor é inadequado e discriminatório. Seu colega, Felipe Moreira, 18, também do 1º semestre de administração diz que o
sistema de cotas deve ser por classe social. Solange Borges,
19, aluna do 5º semestre de fisioterapia, pensa que o ingresso
no ensino superior deve ser igual para todos, e que o que tem
de mudar é a conscientização das pessoas.
10
CAPA
COMUNIDADE NEGRA
EM NÚMEROS
Professora Telma Regina
A professora Telma Regina
de Paula Souza, coordenadora
do curso de psicologia, entre
os anos 2001 e 2003 integrou
o extinto Núcleo de Afrodescendentes da Unimep (Nadu),
que propôs a realização de
estudos, reflexões, análises
e um censo sobre a presença
da comunidade negra nos três
campi Taquaral (Piracicaba),
Santa Bárbara d’Oeste e Lins.
“Tivemos depoimentos pesados
de sentimentos de isolamento
de alunos, onde no máximo
eles conseguiam em trabalhos
em grupos ficar com os pobres.
Não tinham receptividade. Apesar de todas as contradições que
um sistema de cotas traz, permite o debate. Quando eles não
estão aqui, ficam invisíveis”,
afirma.
Financiado pelo Fundo de
Apoio à Pesquisa (FAP), o censo
Para uma Política de Reconhecimento Identitário, o primeiro
desenvolvido em instituições
privadas de ensino superior,
apontou dados comparativos
completos identificadores de diferenças entre brancos e negros.
Um deles mostra que em 2003,
na Unimep, para cada 80,7 alunos brancos havia 13,8 negros;
entre os docentes, eram 89,9
brancos e 4,5 negros e entre os
funcionários, 77,8 eram brancos
e 17,3 negros. “O que é bárbaro
e na pesquisa ficou claro, é que
os afrodescendentes que participaram da pesquisa disseram que
para serem vistos e respeitados
pela sociedade tinham que ser
muito bons nas atividades que
executavam”, observa.
O Núcleo encerrou as atividades em 2003. “Promovemos
momentos de reflexão muito importantes e apresentamos os dados do censo, mas não tivemos
nenhuma ressonância, comentário ou manifestação, nem de
apoio nem de crítica”, conta.
Para ela, o que falta no país
não são bons estudos sobre a
questão, mas políticas de inclusão social, não só eficazes como
justas. Em relação ao futuro do
afrodescendente, Telma afirma
que não se muda preconceito por
lei ou decreto, e sim por meio de
um longo processo histórico. “É
possível controlar a discriminação, mas o que se mantém na realidade brasileira é uma cultura
autoritária. É uma elite que ignora qualquer humanidade para se
manter como elite”, afirma.
FOFOCANÃO!SÓFOCA
11
tribos
ilustração: Léo Zandoval
UNIVERSITÁRIAS
Paula Martim
Tatiane Ceron
Será possível, hoje em dia,
observar um aluno pelos corredores da Unimep e descobrir que
curso ele faz, apenas analisando
sua aparência e suas atitudes?
Pode parecer que não, mas em
muitos casos essa análise é possível sim. Isso porque alguns estudantes representam claramente
o estereótipo do curso em que
estão matriculados e fica fácil
identificar aspectos pertencentes
a determinados grupos ou que
constituem o que muitos chamam de “tribos da Unimep”.
Veja esse exemplo: A garota
veste calça “legging”, camiseta e
tênis. O cabelo está preso em um
rabo de cavalo no alto da cabeça.
Fácil perceber que a personagem
é aluna de educação física, não?
Quer outro exemplo? Imagine
então um aluno vestido de terno,
gravata, sapato social e carregando alguns livros grossos debaixo
do braço. Aposto que você não
hesitaria em arriscar que ele cursa direito. Ainda seguindo essa
linha, percebe-se que alunos das
áreas biológicas, que sempre circulam pelos corredores e Galeria
Unimep com o tradicional jaleco.
E não é igualmente fácil identificar, pelas vestimentas despojadas, a forma de se expressar mais
escandalosa e o vocabulário descolado, os alunos inconfundíveis
do bloco de comunicação. São
essas características da aparência, comportamentos e atitudes
que traduzem e entregam os modelos estereotipados de alunos
referentes a cada curso.
De acordo com a professora
de antropologia da Unimep Dora
Maria Souza Tedrus para um grupo ser identificado como tribo é
necessário certa manipulação
simbólica que torne sua identidade reconhecível, contrastável
perante as demais. Essa manipulação é a seleção de traços específicos: vestimentas, línguas,
dialetos, gírias, religião, etc. Ela
afirma que essa associação a determinados grupos é esperada.
“Os cenários sociais possibilitam o contato com a diferença a
partir da qual dialogamos e criamos
algum nível de identificação. Assim, nos aproximamos e nos associamos a grupos que proporcionam
referências que fazem sentido em
nosso universo simbólico”, reforça.
Perfil X Emprego
Embora alguns perfis sejam
visíveis dentro da Unimep, o
professor da instituição e psicanalista Luiz Calmon Nabuco diz
que os estereótipos não devem
ser estimulados. “Quando um
indivíduo aceita um comportamento estereotipado, sua capacidade de reflexão fica limitada”,
afirma. Alana Reis, estudante do
7º semestre de jornalismo, também destaca o perigo que envolve o estereótipo. “Me chamam
de hippie, mas não sou. Uso roupas que se assemelham às que eles
usavam antigamente, mas não porque quero ser, e sim porque gosto
dessas roupas”, defende.
A necessidade de ingressar
no mercado de trabalho também
determina o estilo de se vestir e
o comportamento a seguir. De
acordo com Domingos José dos
Santos, estudante do 10° semestre de direito, as roupas sociais
são o “slogan” da profissão. “Os
ambientes que os advogados
freqüentam pregam essa necessidade”, diz. Mas na opinião de
Nabuco, o mesmo mercado que
reforça perfis, elimina os candi-
datos que fazem uso constante
dos clichês e dos estereótipos.
“Posso tipificar um candidato
à vaga de um emprego, mas se
durante a entrevista ele somente reforçar clichês, dificilmente
o contrato, porque o estereótipo
está ligado à insegurança e à ignorância”, exemplifica.
Visão de Mundo
Para o professor da Unimep e sociólogo Gessé Marques Júnior, outro aspecto que
pode consolidar estereótipos é
a teoria vista em aula. “O curso de direito tem formação mais
conservadora e as referências
são as de que as leis devem ser
respeitadas. Já os estudantes de
comunicação lêem teorias que
instigam mudanças no que está
preestabelecido. Isso reflete no
comportamento”, esclarece.
Em seu ponto de vista, a profissão cria modos de entender o
mundo. “Quem faz uma disciplina técnica como engenharia vai
ter uma visão mais dicotômica.
Já quem está numa área de humanas provavelmente vai ter
uma maneira de reflexão que a
profissão exige. Assim, diferente da área de exatas, o aluno de
humanas não vai falar isso está
certo ou está errado, vai analisar
o contexto”, observa.
O estudante do 1° semestre
de sistemas de informação Ricardo Henrique Tassi compartilha da opinião. “O profissional
de exatas tem raciocínio mais lógico, tem paciência para resolver
os problemas. Seu pensamento é
mais frio”, define.
Marques diz ainda que a adequação aos estereótipos está ligada à necessidade de interação,
mas que fazer uma definição de
perfis com base em características externas não é adequado. “É
perigoso cair na caricatura”, diz.
Ele defende também que mesmo
quando os parâmetros considerados para traçar os perfis estão
muito claros, nem sempre é possível definir. “Se pensarmos na
roupa, existe um meio-de-campo
que a gente não consegue separar,
por isso é preciso muito cuidado
para tratar da questão”, destaca.
Paula Martim e Tatiane Ceron são
alunas do 7º semestre do curso de
jornalismo e foram orientadas
pelo coordenador do curso,
Paulo Roberto Botão.
mudança de planos, quando uma
pauta não se concretiza nas falas
dos entrevistados. Essa experiência
certamente nos amadurece
profissionalmente”.
Paula Martim
“Participar de uma edição do
Acontece reflete a possibilidade
de expor à universidade todos os
elementos apreendidos ao longo
do curso de jornalismo: o apuro,
o contato com as fontes, a busca
pelo rápido fechamento e até a
“Fazer essa matéria foi como estar,
de fato, inclusa em uma redação
jornalística e, portanto, propensa
a esbarrar em todos os obstáculos
que o exercício da profissão impõe,
seja no contato com as fontes ou até
mesmo na corrida louca contra o
tempo na necessidade de se fechar o
material dentro do prazo estipulado.
Contudo, a experiência foi válida
e me permitiu perceber ainda mais
claramente quão complexo, mas
também delicioso e gratificante, é
ser uma jornalista”.
Tatiane Ceron
12
UNIVERCIDADES
‘ANGOLA’CANTADA
Os africanos Luciano, Sofia e Octávio
Seguindo a trilha traçada pela
música, que cantam para festejar
ou lamentar, eles vão desmistificando informações sobre Angola
com a divulgação da sua cultura
e do continente africano. E vão se
aperfeiçoando para um dia retornar e ajudar na reconstrução do
país, após o fim da guerra civil
em 2002. Eles são Octávio Goio,
28, nascido em Luanda, Angola,
e mestrando em direito internacional pela Unimep, e os irmãos
Luciano Chingui, 29, fisioterapeuta, e Sofia Chingui, 23, nutricionista, ambos nascidos em
Huambo, Angola, e graduados
pela Unimep. Participantes desta
edição da série Univercidades,
os três integram o grupo musical africano de raiz Sanguluka
que já se apresentou em Brasília,
Goiás, Minas Gerais e Bahia.
“A música faz parte da nossa
cultura. Nossas manifestações
de sentimentos, para comemorar
ou lamentar, é com a música e a
dança”, conta Goio, que chegou
ao Brasil aos 17 anos, em 1997,
por meio de uma bolsa de estudos do governo angolano. O benefício foi cancelado após dois
meses de sua chegada, mas não
suficiente para fazê-lo desistir.
Goio interrompeu o segundo ano
de teologia que cursava na Faculdade Teológica Cristã do Brasil (FTCB) e transferiu-se para
o curso de direito do campus
Taquaral da Unimep Piracicaba,
que conheceu em 2000, em uma
apresentação no Teatro Unimep.
Luciano e Sofia viveram
uma trajetória semelhante. Ambos vieram ao Brasil, respectivamente aos onze e cinco anos.
Conheceram Goio em 1999, de
quem passaram a ser amigos e
em seguida companheiros de
grupo. A seu convite vieram a
Piracicaba para estudar. “Chegamos muito novos e, apesar
da boa recepção, foi um choque
cultural. Por exemplo, levamos
muito tempo para entender algumas palavras”, conta Chingui.
Para a irmã Sofia, o processo
foi mais fácil; em compensação
não conheceu a fundo o seu país
de origem, o que pretende resgatar um dia. O desejo é o mesmo
de Goio e Chingui.
Sanguluka
O Sanguluka nasceu em
1998, a partir de convites a Goio
e seu tio e o ex-integrante José
Cardoso, 31, para cantarem em
encontros religiosos. Cardoso
retornou a Angola, mas antes de
sua partida o grupo era composto por Chingui e Sofia. Nessa
formação nasceu o primeiro CD
“Kixanu Kia Jezu” (O Chamado
de Jesus), em 2005. A maior parte das músicas, entre elas hinos
do folclore angolano, é cantada
em línguas nativas e sem qualquer tipo de instrumento, estilo
conhecido como capela.
Além de compor, eles falam
nas letras das músicas sobre a
realidade de Angola. “Há quem
pense que vivemos em tribos e
andamos de elefante. Mas os lu-
Angola
Habitantes: 12,5 milhões
de habitantes.
Características gerais –
Angola é composta de vários
povos, etnias e culturas,
uma diversidade de idiomas,
embora o português seja a
língua oficial.
Atividades econômicas:
exploração de diamante
e petróleo e comércio.
gares são urbanizados e apesar
das favelas, a África não é só
fome e miséria”, conta Goio. Nas
palestras há também orientações
dadas por eles em suas profissões. O grupo pretende nesse ano
lançar um DVD, que ainda se encontra em processo de edição.
Principais municípios:
Luanda, Benguela, Cabinda,
Huíla e Huambo.
Fonte: site oficial do Governo
da República de Angola
Luanda
Benguela
Huambo
ANGOLA
CULTURAÉOQUEHÁ
MODA É
Música Faz Bem
ARTE?
A proposta do criador da moda
como arte é a confecção de peças
a partir de idéias e percepções
pessoais associadas ao contexto
da história e da época em que
vive, visando, a partir da inovação, buscar o único num universo
onde peças em série comandam o
mercado. Esses profissionais primam pela estética e pelo “design”,
desafiam o óbvio e se reinventam
a cada estação, sendo responsáveis pela criação de roupas que
são verdadeiras obras-primas e
que ainda influenciam toda a rede
de produção da moda comercial,
aquela que vemos nas vitrines e
que segue uma linha de criação
baseada em cópias e estudos de
tendências para agradar ao grande público, despertar o desejo de
consumo de identidades e marcas
e colaborar na incessante busca
do ser humano pelo belo, pela juventude e pela sensualidade.
O problema de muitos criadores é
que suas idéias inusitadas geram
O Negro na
Música Brasileira
Entre as raças que moldaram a música
brasileira – a indígena, a branca e a negra – esta última foi, sem dúvida, a que
nos deu maior originalidade e graça.
pouca identificação
e não vendem.
A massificação e a
padronização da moda
infelizmente dominam
o mercado, mas é assim
que o consumidor quer
que seja. Para quem gosta de vestir algo diferente,
achar uma roupa original
não é tarefa fácil, mas opções existem.
A característica comercial
não faz a moda perder as
suas linguagens e possibilidades de comunicação.
Como diria o filósofo Manuel Fontán de Junco, a
moda consegue estabelecer
uma ponte entre a beleza e
a vida, é uma arte que se
usa e se leva pra rua. E é
fundamentalmente humana, feita por e para o homem.
Em quatro séculos de comércio de escravos, chegaram ao Brasil cerca de quatro
milhões de africanos. Seu estágio de cultura era mais avançado que o dos nossos índios, tanto na organização política como
na riqueza de elementos artísticos e folclóricos. Além de serem
mais arraigados à sua cultura, principalmente a religiosa, tiveram maior contato com os brancos na vida doméstica e na mestiçagem. Por essas razões, a influência negra na música brasileira
foi grande, bem maior do que a influência indígena.
A música dos negros possuía função social e religiosa. No cativeiro, o canto era a única diversão permitida; cantavam no trabalho e no descanso, e comemoravam as festas públicas. Com
a mestiçagem intensa, o negro nos legou sua música e também
assimilou a música européia, que aprendeu nas igrejas e nas
casas dos senhores.
Participaram dessa edição Vanessa
Anastácio, estudante de letras,
com licenciatura em português,
Vânia Anastácio, vendedora
da Galeria Unimep
Carol Alleoni é produtora
de moda e jornalista
Tempo de Teatro
“Tudo a seu tempo”, assim a funcionária da Editora Unimep Ivonete Savino define sua recente
entrada em um dos grupos teatrais
da Unimep, o No Espaço. Coordenado pelo ator e diretor Antonio
Chapéu, o grupo, que recentemente
estava com inscrições abertas para
novos integrantes deu espaço para
10 das 32 inscrições que recebeu.
“Sempre tive certeza de que um dia
iria desempacotar o meu sonho de
ser atriz”, afirma Ivonete. E assim
o fez. Aos 50 anos, com seu ingresso à trupe, ela realiza esse desejo
que cultiva desde a infância. Após
inúmeros adiamentos, o momento chegou. “Era dia 7 de março,
último dia de inscrição. Estava
chovendo muito e precisei mudar
o caminho. Então, parei em frente ao NUC (Núcleo Universitário
13
Até o século 19, a profissão de barbeiro era desempenhada por
negros, e incluía as tarefas de “médico” e de músico. As bandas
de negros eram comuns nas festas populares e eram chamadas
de “músicos barbeiros” ou “ternos de barbeiros”. Esses foram,
provavelmente, os primeiros conjuntos de músicos profissionais do Brasil.
Muitos são os elementos negros presentes na música brasileira.
Podemos citar:
• ritmo sincopado, característico do nosso samba;
• riqueza de instrumentos, como cuíca, ganzá, atabaque, marimba e berimbau;
• muitas danças e elementos coreográficos, como a umbigada;
• coreografia sensual nas danças nacionais;
• cantos de rituais fetichistas com emprego de escalas exóticas;
• estrofe improvisada, seguida de refrão fixo, comum nas cantorias de violeiros;
• existência, na voz cantada brasileira, de um som nasal causado, possívelmente, pelo mestiçamento com o negro, que se
distingue do nasal caipira, de origem indígena.
Ivonete Savino
de Cultura) e pensei: nunca venho
aqui, deve ser um sinal”, recorda.
Já integrada às propostas do
grupo, as reuniões semanais, e
os exercícios corporais a fazem
superar outros limites. “No dia
seguinte de cada reunião, a Ivonete, funcionária da Editora Unimep, a psicóloga ou a avó jamais
faria o que a Ivonete atriz fez na
noite anterior. Naquele momento
tudo parece possível. Você sente
que pode brilhar, isso me motiva, pois em um palco o público
acompanha o desempenho de
cada ator e ninguém pode camuflar”, conta ela, que é uma das 18
integrantes do grupo.
Foram os africanos do grupo banto que legaram à música brasileira as bases do samba. Provavelmente derivado de “semba”,
ritmo onde os dançarinos davam “umbigadas”, abrasileirou-se,
e hoje é a preferência nacional em ritmo, música e dança.
Já dizia Caymmi: “quem não gosta de samba, bom sujeito não é...”
Beatriz de Castro Victoria
Diretora Executiva da Escola de Música de
Piracicaba Maestro Ernst Mahle
[email protected]
14
MAIS CULTURA...
Estréia
LEITURA
Sicko / Europa Filmes
CINEMA X
O Cine Humberto Mauro da Unimep apresenta o documentário norte-americano “Sicko” (2007), dirigido por
Michael Moore que fica em cartaz entre dias 26 e 31 de
maio. Na trama, histórias de americanos comuns cujas
vidas foram despedaçadas, arruinadas e, em alguns casos, destruídas pelo sistema de saúde. O filme mostra
que a crise não somente afeta os 47 milhões de cidadãos que não têm seguro de saúde, mas também milhões de outros que pagam suas prestações e que estão
freqüentemente lutando com a burocracia e com suas
regras oficiais. As exibições são gratuitas e acontecem
de segunda a sexta-feira, às 9h, às 15h e às 19h30, e aos
sábados, às 9h e às 14h, no auditório verde, bloco 2,
campus Taquaral. Informações no tel. (19) 3124-1707
ou no site www.cinehumbertomauro.com.br
Difundir a cultura cinematográfica e literária para as comunidades periféricas de Piracicaba
é a proposta da parceria firmada
oficialmente, na última semana
de abril, entre os representantes dos projetos Cinema de Rua
(Cine Humberto Mauro Unimep)
e Biblioteca Volante (Prefeitura
de Piracicaba). Com a união, os
bairros do município recebem
quinzenalmente a programação
de filmes nacionais mais o acervo
de livros, presentes no ônibus. A
também participa de atividades
promovidas pelos alunos de pedagogia. Tais atividades têm a
meta de promover e incentivar o
gosto pela leitura, sobretudo para
aqueles que, devido a agravantes
econômicos e culturais, não têm
acesso a livros de qualidade.
mudança inclui o expediente da
Biblioteca Volante, que vai chegar às 14h e permanecer aberta
até às 18h. Já a projeção do filme
será às 19h30. As atividades são
gratuitas. Os projetos funcionam
em caráter experimental desde o
segundo semestre de 2007.
Por meio da parceria com
o curso de pedagogia da Unimep e com a Fundação Educar–
DPaschoal são distribuídos,
gratuitamente, livros didáticos
para a comunidade carente, que
Agenda
Os programas ECO, exibido às segundas-feiras às 21h, às
quintas-feiras às 10h15 e às 15h e na sexta-feira às 16h, e Comida Boa, exibido às segundas às 10h30, 15h30 e 21h, pela
Unimep TV (canal 13 da NET Piracicaba), também passam a
integrar a grade da programação do NET Cidade a partir desse
mês. Sendo assim, serão exibidos nos municípios de Americana, Sumaré, Rio Claro, Limeira, Mogi-Mirim, Mogi-Guaçu,
Santa Bárbara d’Oeste, São Bernardo do Campo, Santo André,
São Caetano, Diadema, Mauá, Atibaia, Itapetininga, Araraquara, Bragança Paulista, Araçatuba, Jacareí, São José dos Campos, Jundiaí, Sorocaba, Franca e Ribeirão Preto. Assim como
nas cidades de Bauru, São Carlos, São José do Rio Preto, Resende, Barra Mansa (RJ) e Manaus (AM).
Motoboys / Paramount
Unimep TV
O documentário “Motoboys
– Vida Loka” (2003), de Caíto
Ortiz, abriu o convênio e também
será exibido nos dias 17 de maio,
no Bosques do Lenheiro; no dia
31 em Santa Olímpia; 7 de junho
em Santana e 28 de junho no bairro Mário Dedini.
Ran / Paramount
Cerimônia de oficialização do projeto
Cine às Quartas
Na programação Cine às Quartas, o Cine Humberto Mauro apresenta no dia 21 o drama japonês “Ran”
(1985), de Akira Kurosawa. No enredo, a história da
obra trágica de William Shakespeare, “Rei Lear”, transposta para o Japão. No dia 4 de junho, está previsto outro
drama, “O Ladrão de Sonhos”(1995), direção de JeanPierre Jeunet e Marc Caro. Na trama, Krank envelhece
numa nebulosa torre aquática por não poder sonhar e
tenta resolver a sua limitação seqüestrando crianças das
cidades vizinhas. Já no dia 11 de junho, está na lista o
espanhol “Má Educação” (2004), de Pedro Almodóvar.
Enrique Goded é um cineasta que passa por um bloqueio
criativo e que se aproxima dele um ator que procura trabalho, se identificando como Ignacio Rodriguez, que foi
o amigo mais íntimo de Enrique e também o primeiro
amor da sua vida. As exibições são gratuitas e acontecem às 9h, às 15h e às 19h30, no auditório verde, bloco
2, campus Taquaral. Informações no tel. (19) 3124-1707
MarcoMary e RobertoBetinaBotox
ou no site www.cinehumbertomauro.com.br.
CULTURA
Ela voltou com tudo e com
“os olhos” na produção acadêmica. Trata-se da Editora Unimep, setor montado no campus
Taquaral desde 1992 e responsável pela produção de revistas
institucionais, com oportunidades de publicações a docentes,
alunos e membros da comunidade unimepiana. A Editora esteve
com suas atividades suspensas
entre novembro de 2006 e março de 2007 em virtude de uma
reformulação estrutural, para a
implantação de um formato condizente com as reestruturações
pelas quais passam a universidade. Para os próximos meses,
a proposta é consolidar seu novo
projeto de trabalho, valorizando
as atuações dos profissionais da
casa com publicações de artigos,
livros, entre outros.
“Neste momento de reorganização, o principal objetivo é que a
Editora volte a cumprir seu papel,
especialmente no que se refere à
publicação das revistas institucionais. A partir de março de 2007, as
primeiras ações foram realizadas
e hoje ela retorna em pleno funcionamento”, conta Rosa Gitana
Krob Meneghetti, pró-reitora de
Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unimep e atual editoraexecutiva da Editora Unimep.
Projetos e metas não faltam.
Além da retomada e atualização das publicações das revistas
institucionais, outras atividades
constam no Plano de Trabalho
2008-2010 a ser apresentado ao
Conselho de Política Editorial.
PRODUÇÃO
ACADÊMICA
A partir desta edição, as
curiosidades históricas contidas
nos ricos acervos históricos da
Unimep têm espaço garantido
nesta seção, que se originou da
série de mesmo nome publicada durante 6 edições na página
16. Uma curiosidade sobre futebol abre este seção. Se você
Os livros mais
retirados nas
bibliotecas
dos campi da
Unimep.
››Taquaral
Atuação
Coletivo Olho de Peixe
Bincoletto e Nilza (em pé), Rosa e Ivonete
NA MIRA
De acordo com Rosa, entre os
projetos estão a reativação da
publicação de livros, inclusive
os já editados e que possuem
bom acolhimento entre o leitor; o desenvolvimento de campanhas junto aos alunos para
assinaturas de periódicos; a re-
BAÚ UNIMEP
Artilheiro
ativação da linha editorial “Cadernos Universitários”, para
atender à demanda do corpo
docente em relação à produção
de textos utilizados em sala de
aula; a realização de estudos
para a disponibilização das
revistas institucionais em formato eletrônico e a publicação
semestral da revista “Cadernos
de Direito”, antes produzida
pela coordenação do curso de
mestrado de direito da universidade.
15
pensa que o maior artilheiro negro
mundial foi Pelé, errou. Ao contrário do que muitos pensam e de
acordo com o “Guiness Book of
Records” (O Livro dos Records), o
maior goleador do mundo é o afrodescendente Arthur Friedenreich
(1892-1969), autor de 1.329 gols.
Embora a informação não tenha
sido oficializada pela Fifa (Fédération Internationale de Football),
Desde a sua implantação, a
Editora Unimep publicou mais
de 70 livros nas áreas de ciências humanas, ciências sociais,
ciências exatas e tecnologia,
ciências biológicas e de saúde
e educação, além de revistas
como “Saúde em Revista” e
“Revista Impulso”, ambas quadrimestrais; “Revista da Faculdade de Odontologia de Lins
(FOL)” e “Revista de Ciência
& Tecnologia”, semestrais.
Compõem a equipe da Editora, Ivonete Savino, assessora
da editora-executiva, Maria
Nilza Facco Preeg e Pedro Luís
Lopes Bincoletto, auxiliares
administrativos. O setor está
localizado na sala 8 do bloco
7 do campus Taquaral. Funcionamento: das 7h30 às 12h e
das 13h às 17h30, de segunda a
sexta-feira. Informações no tel.
(19) 3124-1620 ou no e-mail
[email protected]
“Curso de Direito Civil
Brasileiro” (2007); Maria
Helena Diniz; Ed. Saraiva.
››Santa Bárbara
d’Oeste
“Fundamentos da Termodinâmica” (2003); Gordon
J. Van Wylen; Editora Edgard Blucher; 577 páginas.
›› Lins
Fonte: “O Livro de Ouro do
Futebol”, de Celso Unzelte,
Acervo Rocha Netto.
ela está registrada em várias enciclopédias de futebol. Craque das
décadas de 10 a 30, o lendário “El
Tigre” deu os primeiros passos no
futebol em 1909, período em que
utilizava as meias da mãe para alisar os cabelos e muito pó de arroz
com a proposta de esconder a cor
morena e poder atuar no aristocrático Sport Club Germania, hoje
Esporte Clube Pinheiros.
“Princípios de Termodinâmica para Engenharia”
(2002), Michel J. Moran;
Editora LTC; 681 páginas.
Fonte:
Bibliotecas Unimep
Os Mais, Mais...
16
HUMOR GRÁFICO
SALÃO
UNIVERSITÁRIO
Celiana Perina
Obra: Leo Valente
consideravelmente nos últimos
dias. Com relação às inscrições,
fomos um dos primeiros salões
do país a receber desenhos pela
internet, fato hoje adotado por
um número crescente de eventos do gênero”, destaca o coordenador do salão, professor Camilo Riani, que ressalta que a
parceria com a Assessoria para
Assuntos Internacionais, consolidada este ano, e a divulgação
pela internet possibilitaram uma
rapidez maior para que a proposta fosse difundida em várias
partes do mundo.
Ainda relacionado à informática está o perfil dos trabalhos recebidos pelo Salão Universitário
Os vencedores serão anunciados no dia 6 de junho durante a
festa de premiação, a ser realizada
no átrio da biblioteca do campus
Taquaral, onde também estarão
expostos os trabalhos vencedores. Na ocasião estão previstas
performances de “clowns” e a
confecção de desenhos dos convidados por cartunistas.
Estão confirmados para compor o júri de premiação a renomada
dupla Gual (Gualberto Costa) e Jal
(José Alberto Lovetro), que assina
a criação do Troféu HQ-MIX e são
autores de dezenas de personagens
e projetos culturais; Jean, chargista
oficial da Folha de S. Paulo; o próprio Baptistão, entre outros.
Anote
Dados sobre regulamento, bem
como ficha de inscrição, fotos de
salões anteriores, história e obras
premiadas se encontram no site
www.unimep.br/salaodehumor.
Informações no tel. (19) 31241611 (das 8h às 12h) ou no e-mail
[email protected].
da Unimep. De acordo com Riani foram confeccionados a partir
da utilização de programas gráficos. “Existe um grande uso de
inovações visuais, não por acaso,
já que se trata de uma geração
que cresceu tendo a informática
no seu dia-a-dia”, observa.
Prêmio
Aos vencedores serão divididos R$ 3.000 em prêmios,
além dos portfólios especiais –
CDs com dados sobre a carreira,
contatos, trabalhos e imagens
de cada um dos artistas e escolhidos pelo júri – que serão enviados para profissionais da área
do humor gráfico, imprensa, revistas e agências de publicidade.
Após a cerimônia de premiação,
estará disponível para votação a
categoria internet, que permitirá
que os internautas escolham o
melhor trabalho selecionado.
A arte do material de divulgação, como de costume nas edições anteriores, é confeccionada
por um profissional do humor
gráfico brasileiro. Nessa edição o
desafio ficou a cargo do premiado
caricaturista Eduardo Baptistão,
que atua no O Estado de S. Paulo
e é considerado um dos maiores
profissionais da atualidade.
Obra: Behzad / Iran
Ainda dá tempo de se inscrever para a 16ª edição do Salão
Universitário de Humor de Piracicaba-Unimep, que ampliou
a possibilidade de participação,
já que não só universitários de
graduação e pós-graduação da
América Latina, como de todo
o mundo, podem mandar seus
desenhos. As inscrições, que são
gratuitas, se encontram abertas
até 26 de maio e podem ser feitas pessoalmente, pela internet
ou pelo correio nas categorias
charge, cartum, caricatura e HQ
(História em Quadrinhos).
Criado com a finalidade de
ser uma vitrine para o universitário, o salão é um projeto pioneiro dedicado especialmente
ao segmento do humor gráfico.
E não foi à toa que com a ampliação da participação os organizadores receberam, além dos
brasileiros, trabalhos originários de países do Oriente Médio, Europa e América Latina. A
expectativa é que o número de
inscritos aumente nos últimos
dias de prazo de inscrição. “A
experiência dos anos anteriores
mostra que a procura aumenta
Obra: Rodrigo Godinho
[email protected]
História
O Salão Universitário de Humor é um projeto dedicado especialmente ao universo do humor gráfico, que nasceu em 1992
com o propósito de ser um verdadeiro espaço para a manifestação artística e revelação de jovens talentos. Nele foram revelados
craques do traço nacional, como Flávio Rossi, Rodrigo Rosa,
Pryscila Vieira, Páffaro e muitos outros. No início com âmbito
nacional, o evento passou a ser latino-americano, até chegar ao
atual estágio, aberto a universitários de todo o mundo.
Ao longo desses anos, mais de 1.000 universitários de todo
o Brasil e América Latina participaram do evento, o que gerou
um acervo com cerca de 1.500 trabalhos selecionados. O material traduz a história brasileira e mundial, por meio de sártiras
de momentos críticos da política, sob o olhar do universitário.
Download

NOTA FISCAL PAULISTA