Doe sua Nota Fiscal Paulista
para a Pesquisa do Câncer
Hospital A.C.Camargo, um dos
principais centros de diagnóstico,
tratamento, ensino e pesquisa
sobre o câncer da América Latina.
Pesquisadores que colaboraram com o projeto
da cartilha Doe sua Nota Fiscal Paulista para a
Pesquisa do Câncer:
• Ana Cristina Victorino Krepischi
• Diana Nunes
• Maria Isabel Waddington Achatz
• Rafael Malagoli Rocha
• Vilma Regina Martins
Créditos
• Ilustrações - Pingado Sociedade Ilustrativa
• Fotos - Lalo de Almeida e Mario Bock
Seja nosso parceiro
O Hospital A.C.Camargo, mantido pela Fundação Antônio Prudente, é um dos principais centros
internacionais integrados de tratamento, ensino e pesquisa do câncer e tem o compromisso
de conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da
doença.
Responsável pela maior produção científica sobre o câncer no país, reúne no CIPE (Centro
Internacional de Pesquisa) alunos de pós-graduação, doutores e cientistas que desenvolvem
pesquisas nas áreas de biologia celular e molecular, genética e genômica do câncer.
As colaborações internacionais como a do MD Anderson Cancer Center (Texas, EUA) e a do
Instituto Nacional do Câncer (NCI) dos Estados Unidos contribuem para o intercâmbio entre
centros de pesquisa, cientistas, pesquisadores, médicos e estudantes.
A interação com a sociedade se dá por meio de um intenso trabalho de difusão de conhecimentos
sobre o câncer, realizado por médicos e pesquisadores em espaços públicos, como estações
de metrô e escolas. As atividades e ações são realizadas por meio de palestras, campanhas e
veiculação de informações sobre prevenção e diagnóstico precoce na mídia.
Cartazes da exposição
“Câncer, conhecer para previnir”
A exposição “Câncer, conhecer para previnir”
em vários pontos da cidade
Você pode ser um personagem importante desta história com uma atitude simples, rápida e
nobre.
Participe da campanha
“Doe sua Nota Fiscal Paulista para a Pesquisa do Câncer”.
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Iniciativa
Para dar continuidade ao desenvolvimento dos projetos de pesquisa em prol do combate ao câncer, o
Hospital A.C.Camargo realiza a campanha “Doe sua Nota Fiscal Paulista para a Pesquisa do Câncer”. A Nota
Fiscal Paulista é um projeto de estímulo à cidadania fiscal no Estado de São Paulo que tem por objetivo
incentivar os consumidores a exigirem a entrega do documento fiscal na hora da compra. Além disso, visa
gerar créditos aos consumidores, cidadãos e às empresas do estado.
Por meio de uma iniciativa simples, você pode contribuir para a pesquisa do câncer.
Fundamentação legal
De acordo com a lei 13.441, 10 de março de 2009, que deu nova redação à lei 12.685/2007, o Governo do
Estado de São Paulo permite que pessoas físicas ou jurídicas transfiram os créditos decorrentes do incentivo
de parte do ICMS, efetivamente recolhido pelo estabelecimento vendedor ou prestador de serviços às
entidades paulistas de direito privado da área da saúde, sem fins lucrativos.
A doação do crédito refere-se ao montante e corresponde a 30% do ICMS efetivamente recolhido pelo
estabelecimento a seus consumidores. Para obter mais informações sobre a Nota Fiscal Paulista acesse:
http://www.nfp.fazenda.sp.gov.br/.
Como participar
Para doar seus créditos referentes à Nota Fiscal Paulista ao Hospital A.C.Camargo você precisa apenas
solicitar a nota fiscal sem a inclusão de qualquer CPF ou CNPJ.
Ao efetuar uma compra, em qualquer estabelecimento, solicite a nota fiscal e deposite-a nas urnas
do Hospital A.C.Camargo, espalhadas pela cidade. As urnas serão recolhidas e as notas fiscais serão
passadas para o CNPJ do Hospital; o crédito será imediatamente repassado aos Projetos de Pesquisa em
Desenvolvimento no A.C.Camargo.
Mais informações acesse o site: www.accamargo.org.br
Seja você também uma empresa parceira do A.C.Camargo e contribua para a pesquisa
do câncer.
Mais informações:
[email protected].
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A pesquisa científica no A.C.Camargo
A pesquisa realizada no Hospital A.C.Camargo tem como objetivo ampliar a compreensão dos mecanismos
que levam ao surgimento e à progressão dos tumores, na busca por diagnósticos mais precisos, tratamentos
mais eficazes e individualizados e melhora na qualidade de vida dos pacientes com câncer.
Os resultados dos trabalhos desenvolvidos são refletidos nos artigos publicados pelo Hospital em revistas
internacionais desde a criação da escola de pós-graduação, em 1997. Além da contribuição ímpar para
a história da ciência brasileira, com uma produtividade nunca alcançada por outra instituição médica de
câncer no país, trata-se de um sólido legado para o conhecimento da oncologia em nível mundial.
Os projetos de pesquisa do Hospital A.C.Camargo são desenvolvidos em laboratórios equipados com
tecnologias de ponta, disponíveis para todos os grupos de pesquisa, como sequenciadores de última
geração, microscópios de alta resolução para análise de células e tecidos, equipamentos de imagem in
vivo e sistema automatizado para avaliação de amostras tumorais. O Hospital mantém, ainda, colaboração
ativa e importante com os principais centros de pesquisa do Brasil e do mundo.
Por meio da utilização das mais de 25 mil amostras biológicas de tumores, armazenadas no Biobanco
da Instituição, são realizadas pesquisas que identificam marcadores moleculares em câncer, acelerando o
desenvolvimento de estratégias de prevenção, diagnóstico, prognóstico e a identificação de novos alvos
terapêuticos. O Biobanco é composto pelos Bancos de Tumores (com mais de 15 mil amostras de tecido
tumoral) e de Macromoléculas (10 mil amostras de DNA e RNA), que estocam amostras derivadas de
pacientes atendidos no Hospital, após autorização formal dos pacientes e do comitê de ética institucional.
A pesquisa desenvolvida no A.C.Camargo unifica a ciência básica e clínica, aplicando os achados científicos
aqui produzidos na prática, para que os pacientes recebam o tratamento mais adequado e eficiente para
combater todos os tipos de câncer.
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O câncer
Os diversos tecidos do nosso corpo são formados por células. Elas são responsáveis pelo funcionamento de
todos os nossos órgãos e são programadas para viver e morrer de forma controlada. Quando uma célula
sofre alterações (mutações), ela pode passar a dividir-se descontroladamente e originar um tumor.
Os tumores podem ser benignos ou malignos. Em geral, tumores benignos crescem de forma lenta
e organizada, com limites bem nítidos. Já nos malignos, ou câncer, as células se dividem de forma
descontrolada com capacidade para invadir e se espalhar para outros órgãos do corpo, dando origem às
metástases.
O câncer pode surgir pela ação de um ou de vários fatores de risco: ambientais (substâncias químicas,
exposição ao sol, vírus, cigarro, álcool em excesso, alimentação gordurosa e sedentarismo) e genéticohereditários (alterações no material genético que são transmitidas de pais para filhos).
Os cânceres causados pelos fatores ambientais podem ser prevenidos; já aqueles originados por alterações
genéticas herdadas dos pais podem ser detectados e tratados precocemente.
A informação genética
Quando se pensa em pesquisa sobre o câncer, a informação genética é um dos bens mais preciosos. Ela está
escrita em uma linguagem química chamada DNA, formada por quatro “letras” (ou nucleotídeos): A, C, T e
G. A sequência desses nucleotídeos no genoma é a maneira pela qual a informação genética é codificada
e armazenada. Essa é a unidade básica da formação dos genes, a porção mais informativa do genoma.
Os genes são copiados em mensageiros intermediários, chamados mRNAs, que regulam atividades celulares
diversas e codificam a informação necessária para a fabricação das proteínas. Constituída por aminoácidos,
cada proteína tem uma função específica como, por exemplo, fazer com que a célula prolifere, migre dentro
de um órgão ou mesmo para outro órgão, produza outras proteínas ou até mesmo, morra.
Ao compreender a função dos genes e das proteínas é possível entender características normais do
organismo e, também, as alterações que ocorrem no câncer.
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A
cromossomo
B
DNA
mRNA
ribossomo
proteína
A) DNA/cromossomos: os cromossomos contêm a maior parte do nosso
DNA. A maioria das nossas células contém núcleos, onde o conjunto de
cromossomos fica protegido.
B) DNA com mutação: o DNA de um gene pode sofrer várias alterações,
entre elas, a mutação. O câncer pode ocorrer quando alguns genes
sofrem essas mutações e ficam incapazes de atuar corretamente.
Medicina personalizada: após terem coordenado alguns dos projetos mais
importantes do país, atualmente os cientistas do A.C.Camargo desenvolvem
um conjunto de pesquisas para identificar e entender o papel das modificações
moleculares (DNA, RNA e proteínas) tanto na origem do câncer quanto em
possibilidades de tratamento. São aplicadas técnicas para visualizar, localizar
e quantificar a presença de moléculas alteradas no câncer e, a partir desses
estudos, predizer os melhores e mais específicos tratamentos para cada paciente.
Essa abordagem, chamada “medicina personalizada”, propõe que cada paciente
seja tratado de acordo com a alteração molecular apresentada no seu tumor.
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Desvendando segredos
Um dos principais alvos da pesquisa do câncer é o genoma – o conjunto completo das informações
genéticas do indivíduo, que se encontra alterado nos tumores. Desde o sequenciamento completo
do genoma humano, no ano 2000, a quantidade de informação extraída desses dados pela pesquisa
científica cresce exponencialmente.
Apesar de, no geral, o câncer ocorrer devido a uma combinação de fatores genéticos e ambientais, cerca
de 10% de todos os casos que ocorrem na população tem origem hereditária – os filhos herdam a mutação
de seus pais. Desta forma, outros indivíduos da mesma família, que têm a mutação, têm risco muito maior
de desenvolver um tumor.
Atualmente, existem exames específicos que indicam esse risco e podem ajudar essas famílias a detectarem
o câncer ainda no começo ou até mesmo prevenir seu aparecimento. Este é o desafio dos estudos das
síndromes hereditárias de câncer: encontrar as mutações genéticas responsáveis pelos cânceres que
acontecem em famílias.
Nesses casos, a primeira abordagem é o aconselhamento genético, que consiste em consultas nas quais
são levantadas as informações detalhadas sobre hábitos de vida e o histórico de câncer do paciente e
de seus familiares. Por meio dessas consultas é possível identificar se o risco para o desenvolvimento
de algum tipo de câncer ou de síndrome familiar é alto, moderado ou baixo. Em seguida, é elaborada
a árvore genealógica que agrega informações em relação à ocorrência de câncer em outras pessoas da
mesma família. Nas famílias com predisposição ao câncer, o acompanhamento é proposto para todos
os membros, de forma a diminuir o risco e aumentar as chances de detecção precoce, potencializando o
sucesso do tratamento.
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A) O indivíduo carrega em todas as suas células uma
mutação que potencializa o risco de desenvolver um ou
vários tipos de câncer em algum momento de sua vida.
TUMOR HEREDITÁRIO
TUMOR ESPORÁDICO
B) Mesmo na ausência de mutações herdadas, diferentes
mutações se acumulam no DNA do indivíduo ao longo da vida e
podem torná-lo mais suscetível ao desenvolvimento de tumores
esporádicos.
mutação
câncer
Família em questão: atualmente,
vários projetos de pesquisa sobre câncer
hereditário estão em andamento no
A.C.Camargo com avanços e benefícios
para pacientes e seus familiares. Mais de
300 pacientes pertencentes às famílias
que apresentam alta predisposição ao
câncer participaram de pesquisas para
identificar a presença de mutações em
genes de câncer, conhecidos como
BRCA1 / BRCA2 / TP53. Há, ainda,
projetos com os quais se pretende
identificar novos genes relacionados ao
processo tumoral.
Os principais fatores de risco
para as síndromes familiares
de câncer são:
• famílias que apresentam vários
casos de câncer, do mesmo tipo
ou de tipos diferentes;
• famílias com casos da doença
em diferentes gerações (pais,
avós, irmãos e tios);
• indivíduos que tiveram vários
cânceres ou tumores bilaterais.
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Determinando papéis
Além das mutações, outros tipos de alterações do genoma, como ganhos e perdas de grandes segmentos
de um cromossomo ou mesmo de cromossomos inteiros, são comuns em tumores. Um dos projetos em
andamento estuda o perfil genômico de tumores de mama e de metástases derivados da mesma paciente,
buscando identificar alterações cromossômicas que se correlacionem com a progressão do câncer. Outro
projeto investiga o perfil molecular de carcinomas de laringe e sua associação com o vírus de papiloma
(HPV). As pesquisas de alterações genômicas podem revelar genes ou regiões cromossômicas relacionadas
ao início do processo tumoral, à sua progressão e à ocorrência de metástase. Esses marcadores são úteis no
diagnóstico precoce, na predição de resposta ao tratamento e na identificação de alvos terapêuticos para
o tratamento individualizado.
Técnica de FISH
CÉLULA NORMAL
FISH
Investigação no tumor de um gene que causa câncer quando presente em um número de
cópias elevado, usando a técnica hibridação in situ fluorescente (FISH). Na foto, a
marcação fluorescente verde indica a presença de um gene controle e a marcação vermelha,
o gene de câncer; a célula normal tem duas cópias dos dois genes testados enquanto a
tumoral contém muitas cópias do gene de câncer. Na ilustração abaixo da foto, encontra-se
uma representação esquemática dessa imagem.
CÉLULA TUMORAL
FISH
Técnica de CGH Array
DNA do tumor
DNA de tecido não-tumoral
o DNA do tumor (marcado com fluorescência vermelha) e o DNA de um tecido não-tumoral (marcado com fluorescência
verde) são misturados e colocados sobre uma lâmina contendo um grande número de sequências de DNA de genes
conhecidos (microarranjos genômicos). A cor amarela indica uma quantidade normal daquele segmento genômico
no tumor.
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Análise em série
No câncer, a produção de determinadas proteínas pode ser em excesso ou mesmo ausente. Além disso, a
própria proteína pode sofrer alterações em sua forma. Essas modificações podem aumentar a capacidade
de proliferação das células tumorais ou torná-las mais resistentes a medicamentos que causem sua morte.
Métodos de pesquisa e diagnóstico foram aperfeiçoados permitindo avaliar, por exemplo, a presença
de diversas proteínas em mais de 300 tumores ao mesmo tempo. Esse avanço confere maior rapidez às
investigações em busca de biomarcadores que podem ser importantes na determinação prognóstica e da
melhor conduta terapêutica para cada paciente.
Técnica de TMA
A
B
B1
B2
Conjunto representado por 164 tecidos
normais e/ou tumorais de pacientes
com câncer (esquerda).
O papel da molécula:
a análise de um grande
número de amostras
permite
determinar
matematicamente
a
importância
ou
relevância de uma
determinada proteína
no diagnóstico e no
tratamento dos tumores.
Aumento da quantidade de uma proteína
(coloração em castanho) no tecido tumoral
quando comparado ao tecido normal (B1 =
maior aumento / B2 = menor aumento).
Foco no diagnóstico: vários projetos de pesquisa conduzidos no A.C.Camargo buscam identificar
alterações no genoma dos tumores dos pacientes. Os projetos utilizam metodologias como a hibridação
in situ fluorescente (FISH) (ver ilustração FISH) e também abordagens de investigação genômica
global em alta resolução, como a hibridação genômica comparativa em microarranjos (CGH array) (ver
ilustração CGH array), que investiga ganhos e perdas de centenas de milhares de sequências genômicas
simultaneamente, testando todo o genoma humano (~25.000 genes) em um único experimento.
Além disso, os pesquisadores da área de genômica do Hospital A.C.Camargo utilizam técnicas modernas
de sequenciamento em ultralarga escala que permitem não apenas avaliar alterações quantitativas,
mas também a presença de novas mutações ou novas alterações genéticas que possam aumentar a
predisposição ao desenvolvimento de um tumor, ou mesmo predizer a sua agressividade.
Essas abordagens detectam alterações relevantes para o processo tumoral e garantem diagnósticos mais
acurados. Nesses estudos estão sendo identificadas as alterações presentes em diversos tipos de tumores,
como mama, cólon, próstata, cabeça e pescoço e tumores embrionários. A análise dessa quantidade
massiva de dados depende de uma estrutura computacional específica e dedicada, tal como a existente
hoje no núcleo de bioinformática do Hospital A.C.Camargo.
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Decodificando as mensagens
Outros alvos promissores de investigação em câncer são os estudos de microvesículas extracelulares (MVs)
e células tumorais circulantes (CTCs), ambos relacionados com o aparecimento de metástases.
As MVs são estruturas semelhantes a pequenas bolhas, liberadas por todas as células do corpo,
encontradas em fluidos corporais como o plasma sanguíneo, urina, saliva, leite materno, entre outros. Elas
transportam informações codificadas por diversos tipos de moléculas: proteínas, lipídeos, DNA e RNA, de
dentro para fora das células. Essas “mensagens” são transmitidas tanto para células vizinhas do mesmo
tecido, quanto para tecidos distantes, através do sangue. Estudos estão em andamento para avaliar o
papel destas vesículas no crescimento do tumor e no seu papel quanto ao aparecimento de metástases.
As CTCs são capazes de se desprender do tumor e entrar na corrente sanguínea em busca de outros
órgãos para se desenvolver. Esse é um comportamento muito parecido com o de origem das metástases.
Assim, os estudos com CTCs buscam encontrar, identificar, caracterizar e compreender seu funcionamento
e, a partir dessas informações, definir prognósticos mais acurados e elaborar estratégias terapêuticas
diferenciadas, antes do aparecimento de metástases.
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TUMOR PRIMÁRIO
Células tumorais circulantes (CTCs)
na circulação sanguínea.
vaso sanguíneo
A
B
CÉLULA TUMORAL
CÉLULA NORMAL
NO TUMOR PRIMÁRIO
CÉLULA NORMAL
EM METÁSTASE
MVs TUMORAIS
MVs produzidas
pelas células tumorais
Uma das principais funções das MVs é
transferir “mensagens” entre diferentes
células. O aumento da quantidade de MVs
ou no seu conteúdo pode levar ao aumento
na invasão dos tumores no tecido de origem,
aumentar as chances do desenvolvimento
de uma metástase ou na resistência ao
tratamento.
METÁSTASE
As metástases ocorrem
quando as células tumorais
deixam o tumor primário
e invadem outros órgãos,
disseminando os tumores.
Novos alvos de tratamento: dada a importância das MVs no desenvolvimento do câncer,
os pesquisadores do A.C.Camargo têm focado em estudos para caracterizar melhor as
“mensagens” de MVs derivadas de pacientes com câncer de mama, cólon, melanoma
e tumores do sistema nervoso, como o glioblastoma. Uma das abordagens utilizadas é a
decodificação das mensagens do tipo RNA contidas nas MVs por meio do sequenciamento em
larga escala. Essa técnica poderosa usa um sequenciador de última geração que permite “ler”
a mensagem contida nas moléculas de RNA carregadas pelas MVs, buscando entender para
onde esta mensagem está sendo endereçada e como ela contribui para o desenvolvimento da
doença. Os projetos desenvolvidos pelo A.C.Camargo estudam como essas mensagens podem
auxiliar no desenvolvimento de terapias para tratamento do câncer, incluindo drogas que
inibam a troca de MVs entre as células ou inibam seu conteúdo, antes que atinjam seu alvo
em outros órgãos. As MVs também podem servir de marcadores que indiquem a agressividade
da doença e sua resposta ao tratamento, e o fato de estarem presentes no sangue torna a
análise destes tumores menos invasiva para o paciente.
Ao analisar o sangue do paciente, além das MVs podemos encontrar células que se originaram
do tumor do paciente e que caem na corrente sanguínea. Essas células buscam se estabelecer
em outros órgãos formando as metástases. Desta forma, nossa equipe tem identificado a
presença destas células no sangue de pacientes com câncer na tentativa de prevenir uma
doença mais avançada e tratar o paciente de forma precoce. Além disso, tentar conhecer
melhor estas células e saber como elas se comportam em nosso organismo para que novas
possibilidades de tratamento sejam possíveis.
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Central de Atendimento: (11) 2189-5000
www.accamargo.org.br
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