BRASIL
EDIÇÃO #7 OUTONO 2014
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BRAZILIAN DAYS 2014
A quarta edição do “Dias do Brasil” contou
com mesa redonda, exibição de livros,
workshops, capoeira, palestra e filme
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Abertura do Brazilian Days com Roger Mello,
Vagn Plenge e Antoneli Matos
HAMLET: UM NOVO OLHAR
Marcel conta sobre Hamlet, antropofagia e
a história do Brasil.
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Marcel de Amorim, doutorando da
UFRJ, em Aarhus
AULA INAUGURAL
Esse ano para a nossa Aula Inaugural anual
tivemos como convidado Georg Wink, da
Universidade de Copenhague
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Georg Wink: “O Brasil Jogando Globalmente: A
Formação Histórica de uma Vocação Novel”
Novos Colegas nos
Estudos Brasileiros
Os Estudos Brasileiros têm dois novos colegas e o
Brasil Aqui gostaria de dar-lhes as boas vindas e
também de apresentá-los aos nossos leitores.
Para saber mais sobre eles:
http://brasaqui.blogspot.dk/
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Derek Pardue é antropólogo
americano e pesquisa cultura
popular, imigração ,
cidadania e identidade.
Georg Fischer é historiador
alemão e combina temas
sociais e meio ambiente com
história em sua pesquisa.
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EDIÇÃO #7 OUTONO 2014
EDITORIAL
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HAMLET E SHAKESPEARE : UM NOVO OLHAR
Por Fernanda Gláucia
Caros leitores,
Mais um semestre de muito
trabalho e muitos
acontecimentos se concluindo.
Tivemos a chegada de novos
colegas, que têm por desafios
um novo país, nova língua,
novo ambiente de trabalho,
mas que têm se adaptado
muito bem e trabalhado
bastante. Começamos com
força total com a Aula
Inaugural dada por Georg
Wink, na primeira semana de
aula, com a presença e apoio
do nosso querido Vinicius de
Carvalho. No fim de setembro,
com o apoio da Embaixada
Brasileira em Copenhague,
tivemos os Dias do Brasil com
convidados muito especiais,
inclusive o ganhador do prêmio
Hans Christian Andersen 2014,
Roger Mello. Também tivemos
uma palestra sobre Hamlet. Boa
leitura!
Por Niels Aslak Lehtonen
No dia 22 de outubro, o doutorando da UFRJ Marcel Alvaro de
Amorim visitou os Estudos Brasileiros na Universidade de Aarhus
para dar uma palestra sobre Hamlet, de William Shakespeare. Ele
apresentou diferentes interpretações do espetáculo através da
perspectiva do cinema brasileiro e discutiu a questão da
Antropofagia. Antropofagia, do ponto de vista de Marcel, pode ser
vista como uma prática de consumo pela qual se saboreia a
cultura que se “come”, transformando-a e reconstruindo-a a partir
de um novo contexto. Marcel abordou também, a partir do filme “A
Herança”, de Ozualdo Candeias, as ligações entre a história do
Brasil e o enredo de Hamlet, especialmente em relação ao período
da ditadura militar e a era dos latifúndios com toda sua riqueza e
poder sobre os escravos. Também nos contou sobre a história da
circulação da peça Hamlet no Brasil desde a chegada dos
portugueses. Agradecemos Marcel pela palestra, pelo seu tempo
conosco e pelas novas e interessantes análises. Esperamos vê-lo
novamente!
Workshop com Roger Mello
Workshop com Vagn Plenge
WORKSHOP DE TRADUÇÃO COM VAGN PLENGE
Por Hannah Vasconcellos
No segundo dia do “Dias do Brasil”, Vagn Plenge deu um workshop de tradução em que traduzimos
do português para o dinamarquês algumas páginas do livro “De olho nas penas” de Ana Maria
Machado. Ele falou sobre seu trabalho com tradução e interpretação através dos anos e nos deu
ferramentas que permitem um maior conhecimento sobre seus métodos de tradução. Plenge contou
que ele trabalha com dois princípios muito simples: tudo deve ser de fácil compreensão e a estrutura
sintática deve ser fluida e balanceada, enfatizando o primeiro princípio. Além disso, ele mencionou a
importância de “ficar próximo ao texto original” para garantir que se perca o mínimo possível da
linguagem e do estilo pessoal do autor.
WORKSHOP DE ILUSTRAÇÃO E CRIATIVIDADE COM ROGER MELLO
Por Isabelle Bang Hansen
O workshop com Roger Mello foi muito interessante e provavelmente fez com que todos saíssem um
pouco da sua zona de conforto. Mello começou lendo um poema e enquanto ele lia, nós tínhamos
que desenhar algo, qualquer coisa que viesse em nossas mentes. Quando ele terminou de ler o
poema e nós, os nossos desenhos, ele nos fez trocar de desenhos com outra pessoa. Agora tínhamos
que escrever algo, um poema, uma música, qualquer coisa que o desenho em nossa frente nos
fizesse pensar. Depois devolvemos o desenho e lemos o texto que a outra pessoa escreveu sobre o
nosso desenho em voz alta. Terminamos o workshop com um "desenho cego“: sentamos de costas
um para o outro enquanto uma pessoa com suas palavras "pintava uma imagem" sobre alguém que
ela conhecesse e a outra pessoa desenhava o desconhecido pela descrição. Depois tivemos que
inventar uma história sobre essa pessoa.
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PARA SABER MAIS VISITE:
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NEWSLETTER DO CURSO DE ESTUDOS BRASILEIROS DA UNIVERSIDADE DE AARHUS
ABERTURA DO “DIAS DO BRASIL” 2014
Por Nicolai Kammersgaard
No último dia de setembro e no dia seguinte os Estudos Brasileiros organizaram seu anual “Dias do
Brasil” com o tema "Literatura e Cultura Infanto-Juvenil". Fernanda Gláucia Pinto deu as boas vindas e
o evento começou com a participação do escritor e ilustrador brasileiro Roger Mello, que ganhou o
prêmio do H.C. Andersen em 2014, do editor e tradutor dinamarquês e presidente da IBBY Vagn
Plenge e Antoneli Matos, doutoranda-sanduíche na Universidade de Copenhague. Roger Mello
começou explicando como ele se concentra na vida cotidiana no Brasil em vez dos problemas do
país, que suas observações sobre a vida das crianças inspiraram suas histórias e ilustrações e que,
através destas, ele tenta retratar os sentimentos, desejos e impressões das crianças. Em seguida, ele
explicou como ele sustenta sua criatividade através de fotografias e viagens. Vagn Plenge começou
com a introdução da IBBY, a associação de literatura infantil na Dinamarca em que ele é o
presidente. Depois ele enfatizou que livros devem ser para todos, que definir idade nos livros não é
necessário desde que as crianças tenham uma boa introdução aos livros. Antoneli Matos falou sobre
sua pesquisa de cinco livros infantis de Clarice Lispector. Na introdução de cada fala dos
participantes, alguns alunos leram algumas passagens da obra de Roger Mello e de Clarice Lispector.
Foi um início agradável e interessante para os “Dias do Brasil”.
A FAMILY AFFAIR
Por Fie Willers Laursen
“A Family Affair” foi uma palestra interessante sobre como soul
music, hip hop e sarau estão conectados no Brasil. Essa
conexão nos faz pensar em como a música não é
simplesmente para ouvir, mas também como ela une as
pessoas e como as faz sentir como família. O sarau e o hip
hop começaram a ficar populares no fim dos anos 70 e
começo dos 80, em especial nas regiões marginalizadas e nas
favelas de SP e do RJ, onde se expressava insatisfações com a
estrutura social das cidades. Os saraus geralmente
aconteciam em bares ou em outros lugares públicos. Durante V. Plenge, A. Matos, Roger Mello, Georg
Fischer, Fernanda Gláucia e D. Pardue
a ditatura no Brasil, um homem chamado Velando Machado
foi expulso do Rio por propagar e expressar sua opinião sobre
a estrutura social das cidades durante os saraus. Ele se tornou
muito popular nos anos 90 e ainda é hoje em dia .
CAPOEIRA MALUNGOS NO “DIAS DO BRASIL”
Por Fie Willers Laursen
Mestre Russo e Mestre Jiló dividiram sua paixão pela capoeira
conosco. Eles explicaram que ela não é apenas um esporte,
mas também uma filosofia, um modo de viver e se divertir, mas
que também possui normas e rituais. Ainda que seja um jogo,
ela não se baseia em ganhar e perder, mas em interação com
outras pessoas. Para nos dar uma ideia do que é a capoeira,
Mestre Russo e Mestre Jiló nos pediram para ficarmos de pé
num círculo e ajudá-los a fazer o ritmo enquanto eles jogavam
dentro do círculo e outros tocavam um instrumento. Depois foi
a nossa vez de aprender a ginga. Devido à paixão de Mestre
Russo e Mestre Jiló pela capoeira nos foi possível vislumbrar um
pouco do que ela realmente significa: a capoeira é uma velha
tradição brasileira na qual as pessoas aprendem como se
tornarem melhores. Eles contaram também que durante a
ditadura no Brasil a capoeira não era bem vista e que os
instrumentos eram destruídos e as pessoas que praticavam a
capoeira eram presas.
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PARA SABER MAIS VISITE:
Palestra de Derek Pardue com a sala
cheia.
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BRAZIL PLAYING GLOBAL
Por Daniel Schmidt*
Os Estudos Brasileiros da Universidade de Aarhus promoveu no dia 11 de setembro desse ano a Aula
Inaugural, que foi dada por Georg Wink, da Universidade de Copenhague. Ele falou sobre como o
Brasil é ou pode se tornar um Global Player (jogador de peso no cenário global).
Inicialmente, Wink falou sobre os vários aspectos relacionados ao desenvolvimento do Brasil. Ele
perguntou: "O que significa ser um Global Player?" e "Por que ainda ficamos surpresos em ver o Brasil
como um possível e forte Global player?". Wink refere-se com essas perguntas a um discurso que
aborda a questão de ser um possível Global Player definido a partir de um ponto de vista histórico. O
desenvolvimento do Brasil, neste aspecto Wink fala sobre o cidadão de segunda classe em termos
de imigração, é, entre outras coisas, um dos muitos fatores que são diferentes entre Dinamarca e
Brasil - outras diferenças são, por exemplo, a população, a globalização e a diferença entre a
cidade e o campo. Wink aborda todos esses fatores em um contexto histórico, que tem sido
(re)passado tanto oralmente quanto por escrito, para que possamos ter uma melhor compreensão
do desenvolvimento do Brasil.
Para ser um Global Player os brasileiros precisam trabalhar para um futuro melhor. De acordo com
Wink, o ponto de vista histórico visto em muitos discursos sobre a própria história do Brasil não é tão
misterioso, pelo contrário, a trajetória do discurso em direção a uma descoberta é que tem feito os
discursos mais fortes e o Brasil um Global Player muito melhor. A palestra acaba, segundo Wink, sem
uma conclusão, porque ele acha que ela deve ficar aberta.
Após esse término em aberto, houve um debate sobre como o Brasil poderia se tornar um Global
Player melhor. O debate se centrou no contexto histórico do Brasil, que o país deveria abraçar sua
própria história primeiro, tentar entendê-la - os fatores subjacentes que moldaram a cultura e os
valores do país - e legitimá-la. Somente depois disso é que será possível, então, entender o conceito
de Global Player e assim ser reconhecido nacionalmente e internacionalmente como tal. Dessa
forma, o Brasil terá maior influência na economia internacional, o que fará do Brasil e do seu povo
um futuro Global Player.
*Daniel Schmidt é bacharel em Estudos
Brasileiros pela Universidade de Aarhus
CRÉDITOS e CONTATO
Conceito: Vinicius Mariano de Carvalho. Colaboradores: Daniel Schmidt; Fie Willers Laursen; Hannah
Vasconcellos; Isabelle Bang Hansen; Nicolai Kammersgaard; Niels Aslak Lehtonen. Coordenação,
Montagem e Revisão de texto: Fernanda Gláucia. Logo e Assistência em Design: Marc Vincent
Klitgaard. Arte e design: Ludimilla Fonseca.
Contato: [email protected]
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