Portal do Professor - Ética e violência
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28/04/2010
Autor: ROSANGELA MENTA MELLO
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TELEMACO BORBA - PR WOLFF KLABIN CE E FUND MED NOR E PROF
Coautor(es): Eziquiel Menta
MODALIDADE / NÍVEL DE ENSINO
COMPONENTE CURRICULAR
TEMA
Ensino Médio
Filosofia
Ética
O que o aluno poderá aprender com esta aula
Compreender que do ponto de vista ético somos pessoas e não podemos ser tratados como coisas a serem usadas e manipuladas por outros.
Entender a importância da ética normativa, impondo limites e controles ao risco permanente da violência.
Analisar a necessidade do conhecimento e do papel do adulto na distinção entre o bem e o mal na constituição do cidadão.
Duração das atividades
4 aulas
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Sugerimos que o professor acesse as aulas a seguir e verifique se já foram trabalhados os seguintes conteúdos ou o que os estudantes conhecem sobre estes temas:
1. “A evolução moral e ética: seus reflexos na sociedade contemporânea”
2. “O senso moral e a consciência moral: marginalização e alienação”
3. “Ética das emoções e do desejo”
Sugerimos que o Professor, antes de iniciar as atividades propostas, nesta aula, faça um diagnóstico com sua turma, o que segundo o Professor João Luiz Gasparin – UEM
chama de Prática Social Inicial do Conteúdo.
Proponhas o estudo deste tema e levante junto aos estudantes as suas vivências do conteúdo, isto é, anotando o que já sabem sobre o tema a ser trabalhado e o que gostariam
de saber sobre o assunto em pauta.
Teremos uma visão geral dos conhecimentos empíricos da turma, seus desejos e curiosidades, possíveis erros conceituais que deverão ser trabalhados no decorrer das
atividades.
Estratégias e recursos da aula
PROBLEMATIZAÇÃO:
Segundo o Professor João Luiz Gasparin – UEM a problematização é um desafio, ou seja, é a criação de uma necessidade para que o educando, através de sua ação, busque o
conhecimento. É importante o professor apresentar alguns desafios para motivá-los a refletirem sobre o tema. Sugerimos os seguintes:
1.
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3.
4.
As pessoas podem ser tratadas como coisas e manipuladas pelos outros?
Existem limites e controle no comportamento humano?
O que é violência? Quando ela ocorre?
Qual o papel do adulto em relação aos menores de idade e incapazes, em relação à noção entre o bem e o mal?
INSTRUMENTALIZAÇÃO:
Aula 01:
Vamos iniciar as atividades assistindo um vídeo sobre a cidade do Rio de Janeiro.
Professor! Oriente os estudantes para anotarem em seu caderno o mais lhes chamou a atenção e a observarem como o ser humano usou a violência no decorrer da história
brasileira, em especial, no Rio de Janeiro.
1. Título: Rio de Janeiro (RJ) [Breve História das Capitais Brasileiras]
2. Objetivo: Conhecer os aspectos históricos e culturais da cidade do Rio de Janeiro (RJ)
3. Descrição: Vídeo do episódio da série Breve História das Capitais Brasileiras, exibido pela TV Escola. Apresenta a história da cidade do Rio de Janeiro (RJ) sua
arquitetura, turismo e cultura
4. Duração: 29 min.
5. Tamanho: 108,55 MB
6. Fonte do recurso: Universidade de Brasília (UnB) Link: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=20667
Rio de Janeiro (RJ) [Breve História das Capitais Brasileiras]
Atividade 1
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ROTEIRO DE DISCUSSÃO:
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Você já esteve no Rio de Janeiro? Conhece a cidade por meio das mídias?
Como foi o processo de ocupação na região do Rio de Janeiro no século XVI? O que houve com os nativos da região?
Qual a história do Morro do Castelo?
Por que houve a ocupação da Bahia de Guanarabara?
Que povos viveram no Rio de Janeiro?
O processo de ocupação do Rio de Janeiro foi realizado através de que meios? Você concorda que determinados povos podem chegar e dominar outros povos e tomar
suas terras? Mesmo que sejam povos com uma cultura diferente da sua?
Qual a importância do Rio de Janeiro para a formação do Estado Brasileiro?
Quais os símbolos da cidade?
Faça uma comparação entre o setor histórico e o moderno no Rio de Janeiro, no que se refere ao processo de urbanização da cidade. Condições de vida para a
população. Pobreza e exclusão social.
Como foi o processo de favelização do Rio de Janeiro e os problemas sociais?
Como o “regime do medo”, segundo a apresentadora do vídeo é justificado?
Vamos discutir as situações de risco da população de risco, habitantes nos morros do Rio de Janeiro?
Após as discussões é importante que os estudantes anotem em seu caderno a síntese das idéias apresentadas, pois este conjunto de aula vai culminar com a produção de
reportagens para o jornal da escola.
SAIBA MAIS:
O QUE É UMA REPORTAGEM. Disponível em: http://www.prof2000.pt/users/jmatafer/jornal/reportagem.htm acessado em 11/04/2010.
REPORTAGEM CONTEXTUALIZADA. Disponível em: http://webmail.faac.unesp.br/~pcampos/Reportagem%20Contextualizada.htm acessado em 11/04/2010.
Este vídeo apresentado a turma, demonstra que a história brasileira foi marcada pela violência, desde o início do processo de colonização. (Passe no quadro de giz a citação a
seguir) Segundo Chaui, 2002, p. 336,
...a violência é percebida como exercício da força física e da coação psíquica para obrigar alguém a fazer alguma coisa contrária a si, contrária aos seus interesses e desejos,
contrária ao seu corpo e à sua consciência, causando-lhe danos profundos e irreparáveis, como a morte, a loucura, a auto-agressão ou a agressão aos outros. [...] A violência é
violação da integridade física, psíquica, da dignidade humana de alguém.
Atividade 2:
Refletindo sobre a história do Rio de Janeiro, vamos discutir com a turma:
1. Quem tem razão? O homem branco que invade as terras brasileiras e dizimam os nativos ou os nativos, os negros, os escravizados, os seres humanos sem as mínimas
condições de vida, como os favelados, desempregados...
2. Que valores éticos devem ser instituídos? Sob a ótica de quem? Do poder dominante ou dos dominados?
3. Qual a relação da violência com a ética dominante?
4. Quando impomos nossa cultura, não estamos tirando a liberdade dos outros?
5. Quem estabelece a moral?
Estas questões polêmicas são importantes para despertar no estudante a necessidade de investigação, de análise à luz do conhecimento da filosofia. É necessário sair do
senso comum, partir para novas idéias com uma base teórica sólida, com argumentos convincentes.
Aula 2
Convide a turma para pesquisar sobre a racionalidade do ser humano, a vontade, a nossa capacidade de comunicação e interação; como sujeitos de nossa cultura, do
conhecimento e da ação.
A partir do momento que a pessoa passa de sujeito para objeto ela é violentada em seu direito subjetivo, isto é, não podemos ser tratados como coisa.
Neste campo do conhecimento entra em ação a ética para garantir a nossa condição de sujeito, ou seja, uma ética normativa, que impõe limite e controle ao risco permanente
da violência.
Atividade 3
ROTEIRO DE PESQUISA:
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Existe ou não valores morais válidos para todos os homens?
Como discernir o que é justo ou injusto? Bom ou mal?
O que é relativismo ético? Quais os argumentos dessa teoria?
Qual a causa do mal? O que pensa Hannah Arendt sobre esta questão?
Faça um contraponto entre a teoria intintivista e a sócio-ambientalista.
A apresentação das atividades de pesquisa podem ser publicadas no jornal ou site on-line da escola, e ser apresentada, utilizando as seguintes sugestões:
1. Utilizando o método de estudo de caso
2. Painel integrado
3. Seminário
INDICAÇÃO DE SITES:
CHAUI, Marilena. Ensaio: Ética e Violência. In: FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO. Teoria & Debate. out-dez/1998. Disponível em: http://www.fpabramo.org.br/conteudo/ensaioetica-e-violencia acessado em 06/04/2010.
Safra, G.; Dunker, C.; Priszkulnik; L.; Debieux, M. & Migliavacca, E.M. (2009). Ética e violência: o problema da vulnerabilidade psíquica. Memorandum, 16, 0818.Disponível em:
http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/a16/safraetalii01.pdf acessado em 07/03/2010.
MARONA, Marjorie C. Contribuições de Hannah Arendt e Habermas para a teoria democrática contemporânea. Disponível em: http://www.domhelder.edu.br
/veredas_direito/pdf/29_182.pdf acessado em 07/03/2010.
EDUCAR PARA CRESCER. Hannah Arendt. Disponível em: http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/hannah-arendt-307899.shtml acessado em 06/04/2010.
SUAREZ, Marcial A. Garcia Suarez. Violência, técnica e política em Carl Schmitt e Hannah Arendt. Disponível em http://www.ifcs.ufrj.br/~enfoques/julho05
/pdfs/julho2005_03.pdf acessado em 07/03/2010.
VIDA SIMPLES. Todo mundo quer ser bom. Disponível em: http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/091/grandes_temas/conteudo_545002.shtml acessado em 07/03/2010.
A partir do momento que os estudantes construíram uma base teórica, passaremos a discutir o tema pesquisado, com apresentação de cenas de filmes, sugeridos a seguir:
INDICAÇÃO DE FILMES:
1 - Filme: Escritores da liberdade (Original: Freedom Writers)
1. País: EUA/Alemanha
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Gênero: drama.
Classificação: 14 anos.
Duração: 123 min.
Ano: 2007.
Sinopse: Hilary Swank é uma professora novata que tenta inspirar seus alunos problemáticos a aprender algo mais sobre tolerância, valorizar a si mesmos, investir em
seus sonhos e dar continuidade a seus estudos além da escola básica. Também ela é ousada ao enfrentar os grupos formadores de gangs em sala de aula, levando-os a
pensar sobre a formação e ideologia dos próprios.
7. FONTE: REVISTA ESPAÇO ACADÊMICO. O filme “Escritores da Liberdade” e a função do pensamento em Hannah Arendt. n. 82. Mar/2008. Disponível em:
http://www.espacoacademico.com.br/082/82lima.htm acessado em 06/04/2010.
2 - YOUTUBE. Hannah Arendt. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=9wzfYU9s1t8 acessado em 06/04/2010. Duração: 5 min.
Aula 3
Para contextualizar as questões apresentadas, sugerimos dois áudios, pois a produção das reportagens pelos grupos de alunos. podem ser gravadas em MP3 e postadas no
podcast da escola.
DICAS DE PODCAST:
Podcast é uma palavra que vem da junção de Ipod com Broadcast e nada mais é do que programas de rádio personalizados gravados em mp3 e disponibilizados pela internet.
Através de um arquivo RSS os autores desses programas de rádio caseiro, disponibilizam aos seus “ouvintes” possibilidade de ouvir ou baixar os novos “programas”, utilizando
softwares como olpoddder é possível baixar os novos programas automaticamente, até mesmo sem precisar acessar o site do autor, podendo gravá-los depois em aparelhos de
mp3 ou CDs e ouvir quando quiser.
Saiba mais acessando: www.escolabr.com/portal/modules/wfchannel/index.php?pagenum=2
INDICAÇÃO DE ÁUDIO:
Construindo o futuro
1. Objetivo do recurso: Apresentar projetos que visam tirar o jovem do tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Mostrar a iniciativa da escola Maria Anita, em Salvador, para
transformar a comunidade.
2. Duração: 29 min.
3. Tamanho do arquivo: 26,178 MB em MP3
4. Link: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=601
Paciência
1. Autor: Lenine e Dudu Falcão
2. Duração do vídeo: 3min52
3. Link para a letra e vídeo: http://letras.terra.com.br/lenine/47001/
Professor! Forme as equipes para discutirem os áudios sugeridos e sua relação com o tema proposto. Verifique se há alguma dúvida sobre a técnica de produção de
reportagem, solicitadas anteiormente.
É imprescindível que construa uma síntese integradora, junto com os estudantes.
Sobre este tema, resume desta forma o autor Gilberto Cotrin:
Instintivista: afirma que a violência humana, concretizada nas guerras, nos crimes, na opressão social, na conduta autodestrutiva, é provocada por instintos inatos decorrentes
da fisiologia básica do homem. [...] Sócio-ambientalista: nega que a violência seja um atributo inato do homem. Afirma que o comportamento humano (pacífico ou violento) é
moldado pela influência do meio ambiente. [..] (Cotrin, 1999, p. 218)
Relativismo ético: afirma que não há uma base objetiva e universal sobre a qual se possa erguer um único sistema moral válido para todos os homens. A moral é fruto do padrão
cultural vigente em cada sociedade. A ética é uma questão de ótica assentada pelos grupos sociais para permitir um mínimo de ordem, direção e solidariedade. Nessa visão, a
virtude estaria na tolerância em relação aos diferentes sistemas morais que, entre si, convivem pacificamente. Ética objetiva: corrente que acredita na existência de um conjunto
de valores objetivamente válidos para todos os homens. Defensores da ética objetiva: a)
humanismo: os valores éticos objetivamente válidos, têm como base a própria
natureza humana. O bem é o que contribui para o desenvolvimento das potencialidades do homem e favorece a vida. O mal é o que estrangula a vida e paralisa as atividades do
homem. Os valores válidos devem ser buscados pela ciência... (Cotrin, 1999, p. 224:)
O tema de nossa aula nos leva a concluir que a violência é o uso da força física, do constrangimento, da coação, da ideologia, do poder para impor a vontade de uma pessoa ou
grupo social sobre outros, envolvendo questões sociais, políticas, pessoais, emocionais... Através da ética normativa pode-se impor limites e controle contra o risco da violência,
mas o que desejamos é justamente o contrário, que o próprio ser humano seja capaz de compreender o seu papel na sociedade em que vive, possua a consciência moral com
responsabilidade, para prevalecer o bem e que o mal seja extinto da face da terra. Através da vontade no ser humano podemos ter paz e felicidade. O bem deve ser praticado
naturalmente.
Aula 4
CATARSE:
Momento em que o aluno se aproxima da solução do problema. Elaboração teórica da síntese, da nova postura mental. Sugerimos que os estudantes elaborem as reportagens
sobre o tema da aula.
Atividade 4
O registro das atividades no decorrer das aulas pode ser publicadas no jornal da escola no podcast, com exemplos de situações locais, da comunidade escolar, onde os
estudantes expressam o seu entendimento sobre o tema e denunciam situações que devem ser repensadas pela comunidade em que vive.
PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO:
Atividade 5
Através das publicações, pode-se propor que a turma realize atividades de conscientização, junto à comunidade escolar. O material poderá ser postado no youtube para
compartilhar com todos.
REFERÊNCIAS DE TODOS OS RECURSOS UTILIZADOS:
ALVES, Liane. Todo mundo quer ser bom. In: VIDA SIMPLES. Você é mesmo do bem? Abr/2010, ed. 91.
CHAUÍ, Marilena. Filosofia. São Paulo: Ática, 2002.
COELHO, Lívia Dias. Procedimentos de ensino: um movimento entre a teoria e a prática pedagógica. Curitiba: Champagnat, 1997.
COTRIN, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: ser, saber e fazer. São Paulo: Saraiva, 1999.
GIL, Antônio Carlos. Didática do Ensino Superior. São Paulo: Atlas, 2009
Recursos Educacionais
NOME
TIPO
Rio de Janeiro (RJ) [Breve História das Capitais Brasileiras] Vídeo
Recursos Complementares
Sugerimos a leitura dos seguintes textos:
NAUROSKI, Everson Araujo. O príncipe eletrônico: o papel dos meios de comunicação de massa e a sua influência política e ideológica na sociedade ao mediar às relações de
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Portal do Professor - Ética e violência
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MENDES, Juscelino Vieira. Violência urbana. In: REVISTA CIÊNCIA & VIDA: FILOSOFIA. Orgulho e vaidade úteis ou condenáveis?. Ano 2, n. 13
Avaliação
O processo de avaliação é contínuo, devendo o professor anotar a aprendizagem dos estudantes, observando seus argumentos, retomando os conceitos quando necessário,
levando em consideração se o estudante se apropriou dos seguintes conceitos, durante as atividades de produções escritas, de argumentações orais, na produção das
reportagens e nas pesquisas.
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1. Do ponto de vista ético somos pessoas com direito a liberdade e respeito à dignidade humana, independente de nossa condição social, econômica, política...
2. Ética e violência, segundo Hannah Arandt.
3. O papel do adulto (Professor) na distinção entre o bem e o mal na constituição do cidadão.
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