Edição bimestral - março-abril/2010
ano XVII - nº 88
Nesta edição - pág. 3
O que buscais?
Assembleia entressonhada
E
screveu, de modo definitivo, o apóstolo
Tiago: “Assim também a fé, se não tiver
as obras, é morta em si mesma” (Tiago
2: 17). Eis porque reúno, no coração de
minha memória, uma querida assembleia da qual fazem parte figuras próximas e muito amadas. Em minha reunião
de saudade, fazem-se presentes Orlando
e Sylvia Paschoal, Rildo e Ivone Benzi,
Osmar Saldanha e outros queridos (desencarnados ou não), abraçados todos
pelas luzes do Dr. Bezerra de Menezes,
do professor Eurípedes Barsanulfo e do
nosso Chico Xavier. E todos estes que,
incansavelmente, trabalharam na Seara
com humildade e carinho vêm se reunir
na sala de minha memória como autênticas confirmações do ensinamento do
apóstolo Tiago, que inicia esta reflexão
emocionada.
Um tal exercício de memória, por mais
fantasioso que possa parecer, enche-me
de tamanha alegria que preciso partilhálo com meus irmãos de ideal espiritual.
Pois nossa irmãzinha Dirce, que mereceu
partir deste nosso mundo enquanto dormia, dirige a todos – embora acanhada
– breves palavras; lá, bem no centro da
abençoada assembleia:
“ – Mentores e irmãos! Estou nervosa! Mas penso ter sido escolhida para
estas palavras porque me dediquei aos
trabalhos mais humildes da nossa causa
com paixão. Errei muitas vezes, mas
Deus me permitiu acertar muito. Hoje
sei que a primeira coisa a aprendermos
Na página 2,
a salvação
pela prática
da caridade
é a lição de que nossas
comunidades não são
perfeitas e nem inteiramente espiritualizadas;
e a segunda aprendizagem é a de que,
apesar das asperezas do
caminho, temos que ir
avante – crescendo pela
misericórdia de Jesus e
por nossos esforços.
No que diz respeito à
Casa de Jesus, quase
tudo nasceu dos ideais
de Orlando e Sylvia
Paschoal; e este, hoje enorme trabalho,
ganhou consistência e vida na discreta
liderança da Sylvia – mulher que poderia
ter sido apenas uma “socialite”, mas preferiu atender aos sofredores. Rildo, Ivone
e outros têm sido lições de vida para
cada um de nós. Osmar distribui doçura
e caridade, apoiado por sua Wilma. Na
verdade, são tantos os dedicados ao
trabalho, que só temos que agradecer a
Jesus e aos seus prepostos.
Não ousarei dirigir qualquer palavra aos
mentores que aqui nos banham de luz.
Não saberia falar com estes filhos do
Altíssimo que nos amparam. Apenas
termino com o nosso VIVA JESUS!”
Dr. Bezerra pôs-se em pé, e falou:
“ Irmãos queridos. Este humilde servo
de Deus só deseja repetir-lhes o ensinamento do apóstolo Tiago, segundo o
qual a fé sem obras é morta. Sem dúvida
Uma reflexão importante
sobre a real necessidade
do trabalho está
na página 3
é muito aconchegante e consolador ler
bonitos livros espíritas. Tais obras devem
ser lidas. Mas estamos convocados, na
difícil situação da Terra, a trabalhar, a
agir, sobretudo, de modo educacional,
pela melhoria da humanidade. Ouvi
contritamente a Srª Dirce e muito me
comovi. Assim, o que mais desejamos
é que cultivem uma fé viva, isto é, que
se traduza ela em obras abençoadas em
nome de Deus.”
Longo silêncio de prece com rostos
sorridentes. Assim se reuniu, no coração
deste autor, a honrosa e doce assembleia
que homenageou o apóstolo Tiago. Fico
atônito: terá algo semelhante acontecido
em algum plano superior?
Não importa. Guardemos os ensinamentos em nossas almas.
Prof. Regis de Morais
Confira os temas
e participe das próximas
palestras da Casa.
página 4
2
Editorial
Trabalho sempre
“E
Jesus lhes respondeu: Meu Pai obra até agora,
e eu trabalho também.” (João, 5:17.)
Na simplicidade das palavras de Jesus, uma
grande verdade: a obra de Deus é movida a
trabalho, no Céu e na Terra.
Na luta diária pela subsistência, o homem desenvolve seus talentos intelectuais e estreita
suas relações com os demais e com os seres
da criação divina no Planeta, na incansável
busca – consciente ou inconsciente – pelo seu
bem-estar material e pela sua felicidade.
Os Amigos Espirituais não se cansam de nos
exortar ao trabalho, especialmente no que
se refere à construção do Bem, de modo a
nos sentirmos úteis, coparticipantes da obra
divina, e desenvolvermos nossas potencialidades espirituais.
Abençoados Benfeitores, que em nome de
Jesus e em nome de Deus vêm a nós trazendo
inúmeras pérolas literárias sobre o tema, para
nos inspirarem e nos fortalecerem! Eis uma
delas, escolhida com muito carinho para o
público leitor deste jornal.
Conselho Mediúnico
Trabalho sempre
Trabalho será sempre o prodígio da vida,
criando reconforto e progresso, alegria e
renovação.
Se a dificuldade te visita, elege nele o apoio
em que te escores e surpreenderás, para logo,
a precisa libertação.
Quando a névoa da tristeza te envolva em
melancolia, procura nele o clima a que te
acolhas e observar-te-ás, sob novo clarão de
encorajamento e esperança.
Ante a mágoa que te busque, à vista de ofensas com que absolutamente não contavas,
utiliza-o por remédio salutar e obterás, em
tempo breve, a bênção da compreensão e a
tranquilidade do esquecimento.
Debaixo da preterição que te fira, refugia-te
nele e recuperarás sem demora o lugar a que
o mérito te designa.
À frente de injúrias que te amarfanhem o coração, insiste nele e, com a bênção das horas,
olvidarás escárnio e perseguição, colocandote no rumo certo da verdadeira felicidade.
Perante a dor dos próprios erros cometidos,
persevera com ele no cotidiano e, a breve
espaço, granjearás serenidade e restauração.
Nos momentos claros da senda, trabalha e
entesourarás mais luz no caminho.
Nos instantes escuros, trabalha e dissolverás
qualquer sombra, desvelando a estrada que o
Senhor te deu a trilhar.
Tudo o que o homem possui de útil e belo,
grande e sublime se deve ao trabalho, com
que se lhe engrandece a presença no mundo.
Haja, pois, o que houver, ampliem-se obstáculos, agigantem-se problemas, intensifiquemse lutas ou se agravem provações, trabalha
sempre no bem de todos, porque, trabalhando na Seara do Bem, podes conservar a
certeza de que Deus te sustentará.
Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: ‘Coragem’.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
Fora da caridade não há salvação
C
omo parte fundamental no desenvolvimento
do nosso espírito, temos a oportunidade de
servir. Servir aqueles que necessitam de nosso
apoio, carinho, compreensão e respeito. A
nossa Casa tem olhado para os dois tipos
de dores, que são inerentes ao espírito: as
agudas e as crônicas. As agudas têm que ser
tratadas com o imediatismo que é necessário: distribuição de cestas básicas, enxoval,
brechó, entre outras ações. As crônicas são
tratadas com o conhecimento doutrinário,
com os trabalhos mediúnicos, com as ações
de educação, saúde, esporte e tudo mais que
possa proporcionar a esse espírito a oportunidade de ele seguir seu Plano Reencarnatório. Ambas precisam de nosso auxílio, por
meio do exercício do amor. O Amor resume
todas as leis Divinas, se considerarmos toda
a dimensão desta palavra. Por isso, a Casa
de Jesus tem a maior preocupação em dar
condições para que seus voluntários possam
cada vez mais exercitar o amor, a partir do ato
O SEAREIRO
É uma publicação editada sob a responsabilidade da
área doutrinária de “Os Seareiros”,
para distribuição aos seus frequentadores e amigos
de servir. Para
que nós possamos conhecê-lo
melhor e ter a
dimensão de
suas potencialidades de trabalho, estamos
iniciando ainda
este mês, o
recadastramento de todos os
trabalhadores
da Casa, para
poder manter o nosso cadastro atualizado.
Vamos precisar muito da sua colaboração:
quando o coordenador do trabalho que você
atua lhe fornecer a ficha de recadastramento,
por favor, procure retornar com ela o mais
breve possível. A Casa de Jesus está ampliando os horizontes de suas ações sociais e precisa saber mais sobre nossos trabalhadores e
Casa de Jesus - Rua João Alves dos Santos
nº 770 - Jardim Paineiras - Campinas
Núcleo José Esteves - Avenida General Carneiro nº
225 - Campinas - (19) 3252-9194
[email protected] www.seareiros.org.br
Núcleo Mãe Maria - Rua Francisco Mesquita
nº 335 - Vl. Brandina - Campinas - (19) 3253-2646
com quem poderemos contar, por meio das
potencialidades apontadas nessas frentes de
trabalho que estamos buscando.
Contamos com você!
Abraço fraterno,
Ricardo Lidington e Natalino de Oliveira
Área Filantropia - Nucleo José Esteves
Colaboraram nesta edição:
Prof. Regis de Morais, Conselho Mediúnico, Conselho
Doutrinário, Ricardo Lidington, Natalino de Oliveira,
Sergio Pelligrine e Juliane Belmont Faria
Projeto Gráfico: Fernanda Berquó Spina
Jornalista responsável: Sirlene Nogueira (MTb. 15.114)
Editoração: Felipe Teixeira
3
A necessidade do trabalho
O
Livro dos Espíritos em seu capítulo que
fala sobre a Lei do Trabalho começa com a
seguinte questão: “A necessidade do trabalho é uma lei da natureza?” e a resposta é
direta e clara: “O trabalho é uma lei natural,
por isso mesmo é uma necessidade...” Pena
que, em nossa atual sociedade, muitos
veem o trabalho como uma necessidade
exclusivamente para viabilizar, para alguns,
a sobrevivência e para outros, a aquisição
daquilo que achamos necessário às nossas
vidas.
Mas o ponto importante e para o qual muitos de nós não estamos nos atentando é
que o trabalho é um dos principais impulsionadores do desenvolvimento pessoal,
tanto intelectual quanto moralmente.
Estamos indo ao trabalho para gerar receita e pagar contas quando deveríamos ir
para aprender, aprimorar o nosso intelecto,
socializarmos-nos e, com tudo isso, exercitar o nosso livre-arbítrio e, consequentemente, desenvolvermos a nossa moral, o
que deveria ser a nossa principal busca.
No trabalho, temos uma enorme oportuni-
dade de nos confrontarmos com as nossas
dificuldades e deficiências morais e, assim,
corrigi-las, superá-las, enfim, crescermos e
sermos melhores a cada dia.
O interessante é que, quando damos ao
trabalho o caráter de ferramenta para
o nosso aprimoramento moral e não o
vemos mais só como uma fonte de renda,
passamos a enxergar o trabalho voluntá-
rio, caridoso, também como uma grande
oportunidade de aprendizado. Passamos
a perceber que a necessidade do trabalho,
dita no ‘Livro dos Espíritos’, não é somente
pelo nosso sustento material, mas muito
mais pelo nosso sustento espiritual.
Amanhã, quando você for para o seu trabalho, vá com uma intenção diferente. Tente.
Que buscais?
Q
uando surgem as dificuldades, quando enfrentamos sofrimentos, quando nos sentimos
angustiados frente aos problemas diversos
por que passamos neste planeta Terra, muitas
vezes nos deixamos envolver pela dúvida: o
que fazer? Como fortalecer nossa fé e a confiança na nossa capacidade de superação?
Como ajudar a nós mesmos e aqueles que
precisam de nós para não esmorecer?
É no exemplo do Mestre Amoroso, Jesus, que
encontramos alento, força e coragem para
continuar a caminhada na transformação dos
nossos sentimentos e chegarmos ao objetivo
da nossa criação.
Através dos seus mensageiros, encontramos
lições de estímulo e ânimo novo, como no
texto de Emmanuel, no livro “O Espírito da
Verdade”, psicografado por Chico Xavier, em
que Jesus pergunta a dois discípulos que O
seguia:
“- Que buscais?
Essa simples pergunta de Jesus pode ser dirigida a todos nós que aceitamos a Boa Nova
renascente no mundo.
Ao trabalhador modesto da assistência
fraternal, a Voz Superior reclama-lhe os frutos
na colheita do bem.
Aos colaboradores da divulgação doutrinária
cabe a interpelação incessante acerca da
tarefa de resguardar a pureza dos postulados
que consolam e
instruem.
Ao servidor da
evangelização surge a interrogação
do Divino Mestre
qual brado de alerta relativamente
ao rumo escolhido
para a sementeira
de luz.
Ao portador da
responsabilidade
mediúnica, Jesus
pergunta pela aplicação dos talentos
que lhe foram
confiados.
Ao aprendiz da oficina espírita cristã, referese à sinceridade que traz consigo, alertandoo para os deveres justos.
À cada criatura que desperta em mais altos
níveis da fé raciocinada, soa a interpelação do
Senhor como sendo convite às obras em que
se afirme a caridade real.
Assim, escuta no íntimo, em cada lance das
próprias atividades, a palavra austera do
Condutor Divino, convocando-te à coerência
entre o ideal e o esforço, entre a promessa e
a realização.
Analisa o que fazes.
Observa o que dizes.
Medita em torno de tuas aspirações mais
ocultas.
Que resposta forneces à pergunta do
Senhor?
Quem segue o Cristo, vive-lhe o apostolado.
Serve, coopera e caminha avante, sem temor
ou vacilação, lembrando-te de que Jesus a
cada dia nos pergunta:
- Que buscais?”
Conselho Doutrinário
4
O espírita na equipe
N
umerosos companheiros estarão convencidos de que integrar uma equipe
de ação espírita se resume em presenciar os atos rotineiros da instituição a
que se vinculam e resgatar singelas
obrigações de feição econômica. Mas
não é assim. O espírita, no conjunto
de realizações espíritas, é uma engrenagem inteligente, com o dever de
funcionar em sintonia com os elevados
objetivos da máquina.
Um templo espírita não é simples
construção de natureza material. É um
ponto do Planeta onde a fé raciocinada
estuda as leis Universais, mormente no
que se reporta à consciência e à justiça
a edificação do destino e a imortalidade
do ser. Lar de esclarecimento e consolo,
renovação e solidariedade, em cujo
equilíbrio cada coração que lhe compõe
a estrutura moral se assemelha à peça
viva de amor na sustentação da obra
em si. Não bastará frequentar as reuniões. É preciso auscultar as necessidades
destas mesmas reuniões, oferecendo
solução. Respeitar a orientação da casa,
mas também contribuir, de maneira
espontânea, com os dirigentes, na extinção de censuras e rixas, perturbações
e dificuldades, tanto quanto possível
no nascedouro, a fim de que não se
convertam em motivos de escândalo.
Falar e ouvir construtivamente. Efetuar
tarefas consideradas pequeninas, como
sossegar uma criança, amparar um
doente, remover um perigo ou fornecer
uma explicação, sem que,
para isso, haja necessidade
de pedidos diretos. Sobretudo, na organização espírita, o
espírita é chamado a colaborar na harmonia comum,
silenciando melindres e
apagando ressentimentos,
estimulando o bem e esquecendo omissões no terreno
da exigência individual.
Todos nós, encarnados e
desencarnados, comparecemos no templo espírita com
www.seareiros.org.br
o intuito de receber o concurso dos
Mensageiros do senhor; no entanto, os
Mensageiros do Senhor esperam igualmente por nosso concurso no amparo
a outros e a nossa cooperação com eles
será sempre acima de tudo: trabalhar e
servir, auxiliar e compreender.
Estude e Viva de Francisco Cândido
Xavier – André Luiz
Atendimento Central de Voluntários
Visite o site do Seareiros e fique bem informado sobre as ações da Casa!
Palestras de março e abril
Março
Palestra
Palestrante
- 31/3 - às 20 horas
“Aprendendo com
os espíritos”
Fausto Barbieri
Venha conversar com a gente e conhecer as diversas áreas de atuação do
nosso voluntariado. Teremos o prazer em ajudá-lo a encontrar o trabalho
que melhor se ajusta às suas expectativas e disponibilidade!
Local: Salão Paineiras
Horário: segundas-feiras, das 19h30 às 21 horas
Passes na Casa de Jesus
Dia Abril
Palestra
Palestrante
- 14/4/10- 20 horas
- 4ª feira
”A arte de servir”
Angélica Abreu
- 18/4/10 das 8h30
às 11h30 - domingo
“Perispírito”
Dr. Romário de
Araújo Melo
- 28/4/10 - 20 horas
- 4ª feira
“Musicoterapia”
Vera Rubinstein
Eventos de abril:
8-9-10/4
Big Bazar
17/4/10 - Seminário USE
“ Música e espiritualidade” - das
19 às 22 horas
Campanha do Bombom
Doação de uma caixa de bombom até 31/3/10. Os produtos
vão compor as cestas básicas
das famílias assistidas pela CJ
Reflexões do Evangelho
Sextas-feiras, das 20h15 às
21h15, no Salão das Paineiras
Locais / Horários
Paineiras
Magnético/Cura Seg Magnético/Cura Magnético Palestra
Magnético Ter Magnético Qua
Magnético/Cura
Qui
Magnético/Cura Magnético Sex Magnético Magnético Sáb Cura
Magnético General Carneiro
8 às 10 h 14 às 16 h
20 às 21 h
19h30
8 às 10 h Magnético 8 às 10 h
14 às 16 h
Magnético 8 às 10 h
8 às 10 h
14 às 16 h
8 às 10 h Magnético 8 às 10 h
14 às 16 h
8 às 11 h
8 às 10 h
14 às 16 h
Passes domiciliares para doentes im­pos­si­bi­li­ta­dos de se locomoverem
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