UNIVERSIDADE POSITIVO
IDENTIFICAÇÃO DO POTENCIAL TURÍSTICO PARA O
AGROTURISMO: ESTUDO DE CASO DA FAZENDA PADRÃO - MS
CURITIBA - PR
2010
MARIA VICTÓRIA BUSCHMANN GONÇALVES
IDENTIFICAÇÃO DO POTENCIAL TURÍSTICO PARA O
AGROTURISMO: ESTUDO DE CASO DA FAZENDA PADRÃO - MS
Trabalho
de
Conclusão
de
Curso
apresentado ao Curso de Turismo da
Escola
de
Negócios
da
Universidade
Positivo como requisito parcial para a
obtenção
do
título
de
Bacharel
em
Turismo.
Orientador: Profª. Msc Valéria de Meira
Albach.
CURITIBA – PR
2010
DEDICATÓRIA
Dedico minha pesquisa a minha família
por estar sempre presente nos meus
melhores momentos, e ao meu marido,
meu companheiro para tudo e meu maior
incentivador.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por me fazer capaz de executar esta pesquisa.
A minha orientadora Prof. Msc, Valéria de Meira Albach, por estar presente em todos
os momentos da pesquisa, pela atenção, dedicação e total apoio.
Aos meus colegas de trabalho, por me incentivarem e comemorarem comigo a cada
conquista.
A todos os meus professores do curso que me ensinaram e me avaliaram durante
todo este período de estudo, sem os quais não estaria aqui hoje.
Ao Sr. Rubens Carlos Buschmann pela atenção dispensada ao estudo em questão e
a completa disponibilidade em sanar todas as dúvidas, assim como o Sr. Cláudio
Roberto Buschmann pelas informações essenciais para o desenvolvimento do
trabalho e o Sr. Mario Scheide pela atenção ao tema e a disponibilidade em
responder todas as questões feitas.
A Universidade Positivo, por me dar todos os subsídios necessários para a completa
pesquisa científica.
A minha mãe Leilane Buschmann, ao meu pai de coração Fabian de la Rúa e aos
meus irmãos Fernanda e Rodrigo, que mesmo longe, são a razão de todo meu
sucesso.
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EPÍGRAFE
“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meios de
histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus
olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as
suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para
conhecer o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo
para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar
para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância
que nos faz ver o mundo como imaginamos, e não
simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e
doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e
simplesmente ir ver.”
Amir Klink
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RESUMO
Com a difusão do turismo, e o aumento de suas atividades nos quatro cantos do
mundo, notam-se diversos tipos de segmentações, antes não muito conhecidas e
utilizadas, em completo foco. O Agroturismo é uma dessas segmentações que vem
trazer novidades e ressaltam a curiosidade das pessoas. O trabalho visa explicar
alguns dos segmentos do turismo e diferenciar o que cada um significa, dando
ênfase no Agroturismo, pois é principalmente com ele que a Fazenda Padrão
pretende atuar. Por estar no estado do Mato Grosso do Sul, tipicamente rural, e em
Chapadão do Sul, um município conhecido pelas suas terras e belas fazendas que
se torna viável um estudo sobre a implantação do Agroturismo. A Fazenda Padrão,
referência em suas atividades, nas tecnologias dispensadas e principalmente na
consciência ecológica com que trabalha, com possibilidades de dispor de meios de
hospedagem e alimentação aos turistas se torna compatível ao que se procura.
PALAVRAS-CHAVE: Agroturismo. Rural. Fazenda Padrão. Consciência Ecológica.
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RESUMEN
Con la difusión del turismo, y el aumento de sus actividades em los cuatro cantos del
mundo, se nota diversas segmentaciones, antes no muy conocidas y utilizadas, en
completo foco. El Agroturismo es una de esas segmentaciones que traen notícias y
resaltan la curiosidad de las personas. El trabajo explica algunos de los segmentos
del turismo y diferencia el que cada uno significa, dando énfasis al Agroturismo,
pues es principalmente con él que la Hacieda Padrão pretende actuar. Por estar en
Mato Grosso do Sul, un estado tipicamiente rural y en Chapadão do Sul, un
município conocido por las tierras y bellas haciendas que es viable un estúdio sobre
la implantación del Agroturismo. La Hacienda Padrão, referencia en sus actividades,
las tacnologias dispensadas y principalmente la conciencia ecológica con que
trabaja, con posibilidades de tener medios de hospedaje y alimentación a los turistas
se vê compatíble a lo que se procura.
PALABRAS-LLAVE: Agroturismo. Rural. Hacienda Padrão. Conciencia Ecológica
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................8
2. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................12
2.1. TURISMO .......................................................................................................12
2.2. TURISMO RURAL ..........................................................................................15
2.3. AGROTURISMO.............................................................................................19
2.4. EMPREENDIMENTOS RURAIS.....................................................................23
3. CHAPADÃO DO SUL E A ESTRUTURA TURÍSTICA .........................................26
3.1. INFRA ESTRUTURA DE APOIO AO TURISMO ............................................29
3.2. SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS TURÍSTICOS .............................................30
3.3. ATRATIVOS TURÍSTICOS.............................................................................31
3.4. TURISMO NA REGIÃO ..................................................................................32
3.5. FAZENDA PADRÃO.......................................................................................33
4. APONTUR – ANÁLISE DAS POTENCIALIDADES E OPORTUNIDADES DE
NEGÓCIOS TURÍSTICOS ........................................................................................38
4.1. PÚBLICO ........................................................................................................38
4.2. ACESSO.........................................................................................................39
4.3. TRANSPORTE ...............................................................................................39
4.4. SINALIZAÇÃO (Turística e Informativa) .........................................................40
4.5. ATRATIVOS TURÍSTICOS.............................................................................41
4.6. EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS ....................................................................44
4.7. REQUISITOS SÓCIO-CULTURAIS, ECONÔMICOS E AMBIENTAIS...........45
4.8. OUTROS FATORES ......................................................................................46
4.9. OBSERVAÇÕES GERAIS..............................................................................48
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................49
6. REFERÊNCIAS.....................................................................................................52
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1. INTRODUÇÃO
O município de Chapadão do Sul é considerado a capital agrícola do Estado
do Mato Grosso do Sul, com área territorial de 3.823.979 km² e população
atualmente com cerca de 20.000 habitantes. O estudo feito visou à análise das
potencialidades da Fazenda Padrão para a implantação do agroturismo, tornando-a
um empreendimento possível para o turista viver em um ambiente rural. A Fazenda
Padrão, que antes se chamava Fazenda Santa Luzia do Pouso Alegre, foi adquirida
em 1977 pelo até hoje proprietário Rubens Carlos Buschmann.
Levando em conta a estrutura que a Fazenda Padrão tem em seu
comprometimento profissional com o mercado, é possível perceber a sua
importância tanto para os moradores da região quanto para seus consumidores e
fornecedores em geral, assim, a visitação pode ser uma forma de agregar valor ao
empreendimento e oferecer aprendizagem, conforto, bem-estar e lazer.
A pergunta problema da pesquisa foi identificar quais são as possibilidades de
implantação do Agroturismo na Fazenda Padrão considerando o potencial turístico
da região?
A Fazenda Padrão é representativa no que diz respeito aos seus processos
de plantação, colheita e armazenamento das sementes, e na pecuária com seu
rebanho de primeiro nível, confinamento, procedimentos de cria e recria, entre
outros, por isso, as atividades nela implantadas ganham respeito dos moradores do
município e região, sendo assim reconhecida nacionalmente como produtora
agrícola e pecuária. Com a implantação do agroturismo como uma de suas
atividades, é possível gerar conhecimento sobre o trabalho realizado e ainda
divulgar a região.
Com área de 4.364 hectares, possui escritório dentro da fazenda onde
trabalham nove profissionais e um escritório na cidade de Curitiba/PR onde
trabalham quatro profissionais. Conta com balança, armazéns, refeitório, alojamento
para dezesseis funcionários, garagens para máquinas e implementos, oficina, silos,
pensão, dezessete casas para funcionários com família, galpões, mangueiras,
confinamento e laboratório. No setor da produção, conta com uma equipe de 30
funcionários efetivos, podendo oscilar para mais nos períodos de plantio e colheita.
Uma das atividades da fazenda é a produção pecuária e conta com o sistema
de cria, recria e engorda, com um rebanho de gados de aproximadamente 2.500
9
animais criados a campo e/ou confinados. Esses animais são vendidos aos
frigoríficos que carneiam e vendem para seus consumidores internos e externos. O
criatório de gado P.O. (Puro de Origem) das raças Blonde D'Aquitaine, Simental e
Pardo Suíço é atividade de destaque na Fazenda Padrão, com muitas premiações
nacionais. A coleta e a venda de sêmem de animais provados, também fazem parte
das atividades da fazenda. Tais sistemas de produção resultam em parcerias com
grandes empresas como, por exemplo, a Central Jóia da Índia Sêmem e Embriões
LTDA., Sete Estrela Embriões e Vic Embriões Ltda.
Outra atividade é a agricultura, onde são plantadas sementes de soja, milho,
silagem, algodão, girassol e sorgo, sendo destinados ao consumo dentro da
propriedade, às indústrias e à exportação.
Toda essa infra estrutura agrega valor ao empreendimento por seu
comprometimento que tem tanto com seus funcionários quanto com seus
consumidores e visitantes.
O Turismo Rural é, conforme definido pelo Ministério do Turismo (2008, p.19),
“um conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometidas
com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e
promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade”.
Como Chapadão do Sul tem como principal atividade a agropecuária,
portanto, um ambiente completamente rural. O município não conta com atrativos
turísticos que possam fazer o turista se deslocar de uma cidade muito longe para
visitá-los. Tendo em vista essa realidade, percebe-se que normalmente seus
visitantes são profissionais que já têm um compromisso agendado.
A partir daí, surgiu à idéia de trazer o Agroturismo que, também definido pelo
Ministério do Turismo (2008, p.21), como “as atividades internas à propriedade que
geram ocupações complementares às atividades agrícolas, as quais continuam a
fazer parte do cotidiano da propriedade, em menor ou maior intensidade”, podendo
então, trazer turistas para a região, que conheçam e aprendam sobre práticas e
técnicas agrícolas e agropecuárias, aproveitando a vida no campo, desfrutando da
natureza e da qualidade de vida que uma região rural proporciona principalmente a
quem vive em grandes centros urbanos.
Com a chegada dos turistas à região, é possível mostrar os atrativos
existentes e a importância deles no ambiente nacional.
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Aproveitando a iniciativa da Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul,
onde foi criado um projeto de desenvolvimento do turismo na região do Vale do
Aporé onde se situa o município de Chapadão do Sul, pode-se promover parceria
com o Governo para a real implantação dessa atividade na região. Mostrando
comprometimento, definindo as intenções da implantação dessa atividade e
principalmente dando base para que a Fazenda Padrão tenha seus objetivos
alcançados e suas metas estabelecidas.
A ideia é criar possibilidades de levar turistas para conhecerem como
funciona a vida no campo, conhecendo e aprendendo sobre a rotina diária tanto da
agricultura quanto da pecuária, planejando uma rotina no campo e fazendo com que
eles conheçam tudo o que é feito dentro de uma fazenda, mostrar quais são as
formas de trabalho, como são respeitadas as leis ambientais e sociais e mostrar aos
turistas como funciona a plantação das sementes e a colheita das mesmas, como é
o cuidado dos pastos e dos animais que ficam neles e junto com isso, mostrar tudo
que se refere a esta atividade.
Com as atividades que serão propostas aos turistas, fazer também uma
parceria com a Prefeitura Municipal da cidade para que haja um entrosamento entre
a população local e seus visitantes.
O objetivo geral do estudo foi identificar o potencial para a implantação do
agroturismo na Fazenda Padrão - MS.
Os objetivos específicos do estudo foram:
a)
Reconhecer
teoricamente
os
termos:
turismo
rural,
agroturismo
e
empreendimentos rurais.
b) Verificar as condições de Chapadão do Sul-MS em receber turistas e como o
turismo rural pode ajudar no desenvolvimento do município e da região.
c) Verificar as condições da Fazenda Padrão para criação de hospedagem, pensão
para alimentações, espaço para eventos sociais entre os hóspedes e, atividades de
lazer e agroturismo.
O presente trabalho baseou-se na realização de pesquisa bibliográfica com
relação aos segmentos de turismo possíveis na região e toda a discussão que é feita
para se ter uma definição aceita do Turismo Rural.
Para uma análise sólida, foi feita uma pesquisa de campo, verificando
espaço, qualidade dos estudos e infra estrutura para o acolhimento do turismo.
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Para a melhoria e complemento da pesquisa, foi realizada também, uma
entrevista com o proprietário da Fazenda Padrão, Sr. Rubens Carlos Buschmann
para saber quais suas perspectivas diante da visitação na Fazenda e como ele
espera que esse empreendimento seja entendido e recomendado. E também com o
médico veterinário, Mário Roberto Scheide, responsável pela Fazenda Padrão para
verificação das atividades desenvolvidas como diferencial, sendo essas duas feitas
informalmente e seu conteúdo apresentado, diluído, no desenvolvimento do
trabalho.
A partir deste, o segundo capítulo aborda as definições do Turismo, Turismo
Rural, Agroturismo e Empreendimentos Rurais, estudos feitos a partir das pesquisas
feitas no decorrer do estudo.
No terceiro capítulo é um panorama de como é o município de Chapadão do
Sul e quais as estruturas turísticas existentes, sendo analisados temas como infraestrutura, serviços e equipamentos turísticos, atrativos turísticos e turismo na região,
e ainda é feito um descritivo da Fazenda Padrão, sua estrutura e suas atividades.
No quarto capítulo é explicada as análises feitas mediante a planilha
APONTUR, elaborada pelo SEBRAE-PR para analisar as potencialidades turísticas
dentro do empreendimento.
Por fim, no quinto capítulo, explicita as considerações finais, levando em
conta o estudo realizado, se as propostas previstas foram atingidas e quais
melhorias podem ser feitas para que o empreendimento chegue ao padrão
desejado.
12
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo serão apresentadas as definições sobre Turismo, Turismo
Rural e Agroturismo para que se possa analisar qual desses segmentos serão
implantados no lugar previsto.
O artigo número 180 da Constituição Brasileira de 1988 apresenta: “A União,
os Estados, o Distrito Federal e os municípios promoverão e incentivarão o turismo
como fator de desenvolvimento social e econômico”.
2.1. TURISMO
Desde muito tempo se estuda uma correta definição para o termo turismo,
visto que ele tem diversos segmentos e, por isso, uma ampla possibilidade de
conclusão se não for bem definido e empregado.
Segundo Mathielson e Wall (apud OMT, 2001):
Turismo é o movimento provisório das pessoas, por períodos
inferiores há um ano, para destinos fora do lugar de residência e de
trabalho, as atividades empreendidas durante a estada e as
facilidades são criadas para satisfazer as necessidades dos turistas.
Essa definição foi bem formulada, visto que descreve os ambientes e o
período máximo de tempo fora do seu local de domicílio e de trabalho, contudo, a
definição mais exata e adotada até hoje é a da Organização Mundial do Turismo
(OMT, 2001), onde diz que “o turismo compreende as atividades que realizam as
pessoas durante suas viagens e estadas em lugares diferentes ao seu entorno
habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer,
negócios e outras”.
Essa sim é uma definição que pode ser acatada por todos, pois também
informa que o turismo não está necessariamente ligado somente ao lazer, mas
também a negócios, a fins religiosos, entre outros.
O turismo é, sem dúvida, uma atividade muito praticada pelo mundo todo,
inclusive suas ramificações como o Turismo de Aventura, o Ecoturismo, o Turismo
de Negócio, o Turismo de Sol e Praia, entre outros, vão sendo cada vez mais
aproveitadas pelos interessados.
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O turista já não é mais o andarilho itinerante à procura do exótico,
outrora visto na atmosfera das viagens. Ao contrário, as facilidades
turísticas banalizam o exótico e, pela abundância, desaparecem,
progressivamente, as diferenças das imagens que desafiam o
conhecimento do EU, impunham a presença do “outro” e favoreciam
a comparação metafórica. O turismo, ao contrário, favorece a
metonímia, os detalhes espaciais flagrados na pose fotográfica, com
sua visibilidade demonstrativa aparentemente autêntica ou nos
cartões postais que destacam a referência do detalhe urbano, o
monumento, a praça. Para o turismo, a parte vale pelo todo e é
suficiente para despertar sonhos, lembranças, nostalgias e,
sobretudo, o grande fator do mercado: a necessidade de repetir a
experiência. Este é o círculo do deslocamento espacial promovido,
simbolicamente, pelo turismo (FERRARA apud ZIMMERMANN
1996, p. 49).
Segundo dados levantados (NAISBITT apud ZIMMERMANN, 1996, p. 14),
para a contribuição da economia global, o turismo não tem rival, considerando os
seguintes fatos:
•
O turismo emprega 204 milhões de pessoas em todo o mundo, ou um em
cada nove trabalhadores, totalizando 10,6% da força de trabalho global.
•
O turismo é o setor que mais contribui para a economia do mundo,
produzindo uma inacreditável cifra de 10,2% do produto nacional bruto
mundial.
•
O turismo é o maior gerador de receitas de impostos, no valor de U$ 655
bilhões.
•
O turismo é a maior indústria do mundo em termos de produção bruta, que
se aproxima dos U$ 3,4 trilhões.
•
O turismo corresponde a 10,9% de todos os dispêndios dos consumidores,
10,7% de todos os investimentos de capital e 6,9% de todos os gastos
governamentais.
Com bases nesses estudos econômicos, não resta dúvida da movimentação
do turismo em todo o mundo, e dos benefícios que ele traz não só para quem usufrui
dos serviços, mas também para quem possibilita sua utilização.
Trazendo turistas, a economia do município cresce, viabiliza a contratação de
mão-de-obra, a qualificação de funcionários, melhora a infra-estrutura já existente e
contribui para uma aceitação dos próprios moradores, já que a cidade por si só
crescerá (BUSCHMANN, 2010).
14
O produto turístico é intangível, imaterial, ou seja, um produto que não se
pode tocar e sim, sentir, e talvez seja por isso que tenha tantos adeptos, pois o que
se leva dele é a experiência, a lembrança, a fotografia, a memória dos momentos,
da receptividade, do bom atendimento.
Para Zimmermann (1996, p. 13 e 14), outras características são necessárias
a fim de distinguir o turismo do simples ato de viajar, os quais se relacionam,
principalmente, quanto aos objetivos, à natureza temporária do deslocamento, a
utilização dos serviços e equipamentos turísticos e, o que é mais importante, a
noção de prazer e recreação como fundamental, sendo assim, o turismo rural se
encaixa no que diz respeito, principalmente, a atividades de lazer e relaxamento,
visto que o ambiente é propício para descanso e tranquilidade.
Segundo a OMT (2001), na atividade turística se distinguem quatro elementos
básicos, são eles:
Demanda,
formada
por
um
conjunto
de
consumidores,
ou
futuros
consumidores de bens e serviços turísticos.
Oferta, composta pelo conjunto de produtos, serviços e organizações
envolvidas ativamente na experiência turística.
Espaço geográfico, que á a base física na qual tem lugar a conjunção ou o
encontro entre a oferta e a demanda e em que se situa a população residente.
Operadores de mercado, que se constituem nas empresas e organismos, cuja
principal função é a de facilitar a inter-relação entre a oferta e a demanda.
O conceito de demanda turística está intimamente relacionado ao processo
de tomada de decisões que as pessoas realizam constantemente no processo de
planejamento de suas atividades de lazer e, portanto, sua escolha depende de
numerosos fatores não só econômicos, como também psicológicos, sociológicos,
físicos e éticos. (OMT, 2001)
Existem vários fatores que levam o turista a viajar ou não como mostra a
figura 1.
15
Figura 1 – Condições para o turismo.
Fonte: OMT, 2001
Verifica-se então, que a capacidade de atrair os turistas deve ser bem
estudada e planejada, fazendo assim com que o turista, independentemente destas
condições, não desista de viajar.
2.2. TURISMO RURAL
São muitos os conceitos que se têm hoje sobre o Turismo Rural e suas
ramificações, principalmente pela diferença de significado de rural e urbano que
existe entre os países.
Na Europa, segundo Monzonís (CIET, 2001), inicialmente foi utilizado o termo
turismo de interior em oposição ao de sol e praia, cuja implantação territorial se
corresponde com as áreas litorais.
Porém, com a utilização do termo turismo de interior em oposição ao conceito
de turismo litoral, pode ser impreciso, por englobar os grandes núcleos urbanos
longe das áreas costeiras (PRIESTLEY , apud MONZONÍS, CIET, 1997, p.13).
A experiência da União Europeia foi fundamental para estimular e moldar
esse tipo de turismo brasileiro. Muitos termos e expressões foram importados e
apressadamente utilizados, sem que se fizesse a necessária reflexão para entender
seus vários sentidos e suas aplicações às diversas situações próprias daqueles
países (TULIK, 2003, p. 58).
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Por esse motivo muitos autores confrontam ideias e definições para tentar
alcançar uma definição exata e nacional para o termo.
Pérez de lãs Heras inclui o Ecoturismo no Turismo de Natureza e, neste, o
Turismo Rural. Entende essa autora que o Turismo Rural é o conjunto de atividades
que se desenvolvem em contato com a natureza e a vida no campo, em pequenos
povoados rurais (TULIK, 2003, p. 34).
Para a definição exata do que é realmente o Turismo Rural, no ano de 2002,
a Organização das Cooperativas do Brasil promoveu, em Brasília, uma Oficina de
Planejamento, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo,
apoiado pelo Ministério do Esporte e Turismo, através do Instituto Brasileiro do
Turismo e do Instituto de Pesquisa Aplicada, com o intuito de definir o conceito do
Turismo Rural. Neste evento (TULIK, 2003, p. 74), o conceito geral que se teve
sobre esta atividade foi que “o Turismo Rural é um segmento do Turismo que
proporciona conhecer, vivenciar e usufruir as práticas sociais, econômicas e culturais
próprias do meio rural de cada região de forma sustentável”.
Diante desta definição pode-se discutir a respeito de como proporcionar esta
segmentação de turismo, gerando emprego, renda e, principalmente, trazendo
possibilidades de ânimo para essas regiões que são ainda tão afastadas da
sociedade.
Frente aos estudos, pode-se destacar que esse é o principal objetivo,
contando também com o desenvolvimento local, e neste caso, regional também.
Percebe-se que não é somente a cidade que se beneficiará social e
economicamente, senão a região toda, visto que estão muito próximas e tem
atrativos importantes para os turistas que visitam a região.
Segundo BUSCHMANN (2010) a atividade turística rural vem para contribuir
para o desenvolvimento do município e principalmente para a divulgação de sua
propriedade em âmbito nacional.
Monzonís (2002) diz que o ser humano autenticamente rural – com seu modo
e estilo de vida própria, suas diferenças culturais e sociais aliado ao seu entorno
natural e construído – é quem definitivamente deveria caracterizar o que poderia
chamar de patrimônio turístico rural, representativo não somente pela aparência,
mas também por sua essência.
O Turismo Rural no Brasil nasceu em Lages, no estado de Santa Catarina, na
segunda metade da década de 80 e foi considerada pela EMBRATUR como projeto-
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piloto deste tipo de turismo, e hoje já está espalhado em diversos estados como
Minas Gerais, Mato Grosso, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Bahia, entre
outros.
A receita oriunda do Turismo Rural é além das expectativas, sendo
alta e sobrepujando a pecuária. Em apenas dezoito meses de
atuação percebe-se que o investimento é promissor em
rentabilidade. Da receita, 10% são destinados ao pagamento da
mão-de-obra, 30% para as demais receitas, sendo que 60% é lucro
líquido. Além disso, há o acréscimo da renda para os moradores da
região, pois a mão-de-obra é local, podendo aumentar caso as
pessoas passem a produzir artesanato e outros produtos visando à
demanda turística. Salientamos que o Turismo Rural em Lages é
isento de impostos. Afirmo ainda que os lucros oriundos do Turismo
Rural possam ser equiparados sem prejuízos, como os de uma
fazenda agropecuária moderna (GALENO apud PORTUGUEZ,
1996, p.43).
Diante de uma pesquisa feita na Fazenda do Barreiro, Lages – SC, em março
de 1988, uma empresária de 42 anos, vinda do estado de São Paulo diz:
Vocês vivem num paraíso, isto sim é qualidade de vida. A paz, a
paisagem, o silêncio, a natureza, o ar puro, o céu estrelado e o calor
humano oferecido fizeram-me ver coisas e ouvir sons que antes
jamais tinha me apercebido. A vida pode ser muito bela. Saio daqui
rejuvenescida. Até Breve.
Sra. Tânia, proprietária da Fazenda do Barreiro, também em Lages conta:
“Em termos de investimento, tudo que foi construído para o Turismo Rural fez uso da
receita do próprio Turismo Rural, sendo que, com sua implantação, houve um
acréscimo de 50% na receita da fazenda”.
Segundo Zimmermann (1996, p. 20) o Turismo Rural é o principal produto
turístico voltado para a interiorização do turismo, pois, com certeza, todo município
terá alguma propriedade rural com potencial para o turismo.
O Turismo Rural tem que seguir alguns princípios básicos, segundo
Zimmermann:
•
Identidade própria (proprietário, local, arquitetura, paisagem, atividades
produtivas).
•
Autenticidade
•
Harmonia ambiental
18
•
Preservação das raízes
•
Divulgação dos costumes
•
Atendimento familiar
•
Oportunidades de nova fonte de renda (proprietário)
•
Diminuição do êxodo rural
•
Intercâmbio cultura
•
Conscientização ecológica
•
Satisfação dos envolvidos:
•
Comunidade
•
Quem oferece (proprietário)
•
Quem recebe (turista)
O turismo no meio rural pode ser beneficiado pelo turismo de eventos, que
tem crescido muito nos últimos anos, também por eventos esportivos, feiras,
congressos, festas, exposições, rodeios, e estes são muito apreciados pelos
moradores do município e região devido aos shows que são levados para lá, entre
outras atividades que são programadas para as cidades mais próximas que atraem
turistas e ajudam a alavancar o negócio no meio rural.
O processo de implantação do Turismo Rural numa propriedade é
relativamente simples, porém o que vai lhe dar sustentação, basicamente, é o
projeto técnico de viabilidade, o acompanhamento durante sua implantação e o
apoio na fase do lançamento (ZIMMERMANN, 1996, p. 61).
Diante disso, foi criada a ABRATURR - Associação Brasileira de Turismo
Rural – com sede em Lages, com o objetivo de orientar os produtores rurais a
implantar o Turismo Rural.
O SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas –
também criou o Projeto Volta ao Campo, onde orienta a respeito da implantação do
Turismo Rural.
O trabalho vem sendo desenvolvido através da conscientização e
sensibilização de que o Turismo Rural representa uma grande oportunidade de
desenvolvimento e interiorização e que o investimento feito reverte em forte valor
agregado à propriedade, aos proprietários e aos empregados (ZIMMERMANN,
1996, p. 66). De acordo com a figura 1, é necessário seguir algumas etapas para
que tudo seja feito pensando no bem da comunidade local e do município em si, que
19
vai aprender e descobrir como o turismo rural engrandece o nome e a economia de
uma região.
Figura 2 – Processo de implantação do turismo rural.
Fonte: ZIMMERMANN, A, 1996, pg. 63
A figura 2 é essencial, pois define todas as etapas, aliando o que se tem
fisicamente na área estudada e o diagnóstico levantado.
A partir disso, é possível ter consistência no projeto que vai se iniciar, não
tendo futuras surpresas e podendo ter grandes chances de sucesso.
2.3. AGROTURISMO
O Agroturismo, conforme definição do Ministério do Turismo (2008) se
caracteriza
por
atividades
internas
à
propriedade
que
geram
ocupações
complementares às atividades agrícolas, as quais continuam a fazer parte do
cotidiano da propriedade, em menos ou maior intensidade. Devem ser entendidas
como parte de um processo de agregação de serviços e bens não-materiais
existentes nas propriedades rurais (paisagem, ar puro, etc.) a partir do ‘tempo livre’
das famílias agrícolas, com eventuais contratações de mão de obra externa.
20
O Agroturismo teve seu início na Europa e está chegando aos poucos ao
Brasil, trazendo novas oportunidades para quem quer e pode agregar valor ao
negócio.
Conforme
as
experiências
européias,
o
Agroturismo
desenvolveu-se
integrado a uma propriedade rural ativa, de organização e gestão familiar, com a
presença do proprietário, como forma complementar de atividades e de renda;
pressupõe o contato direto do turista com o meio rural, alojamento na propriedade e
possibilidade de participar das atividades rotineiras (TULIK, 2003, p. 39).
No Brasil, há indícios de que o surgimento do Agroturismo se deu em Venda
Nova do Imigrante, no estado do Espírito Santo, a partir da prática de receber
familiares e amigos em casa, aproveitando para oferecer os produtos feitos na
propriedade (PERIN, 1999).
Essa prática foi crescendo e então começaram a comercializar seus produtos,
aumentando e profissionalizando a mão-de-obra. Por não oferecerem hospedagem
a quem procura seus produtos, fizeram importantes parcerias com proprietários da
região, fazendo com que o turismo beneficie a todos (PERIN, 1999).
É pequena a representatividade desse tipo de turismo, em virtude da reduzida
dimensão das propriedades que pertencem a famílias de posses modestas que não
têm condições de atender aos elevados padrões exigidos para o Turismo Rural,
além disso, existe certa aversão ao risco econômico, gerando resistência dos
proprietários em aderir ao turismo, e muitos temem perder a autonomia e a
privacidade pessoal e familiar (RIBEIRO E MANUELA, citado por TULIK P. 218)
O Programa do Agroturismo, praticado no estado do Espírito Santo, tem como
idéia principal gerar possibilidades para que os produtores e suas famílias aprendam
a utilizar o que têm como a paisagem, a produção, a cultura local, a hospitalidade do
povo interiorano e a diversificada cultura regional existentes nessas regiões, fazendo
dessas riquezas naturais e culturais, atrativos turísticos, gerando renda e fonte de
conhecimento.
O dinamismo desta ramificação do turismo vem desse entrosamento com a
rotina dos trabalhadores, onde podem participar e aprender como são feitos os
trabalhos e os mecanismos existentes desde a plantação até a venda, ou desde a
engorda do gado, o cuidado que é tido com ele para chegar ao frigorífico e depois
ser vendido.
21
O Agroturismo é uma alternativa de renda para pequenos e médios
produtores que, com um planejamento viável, estratégias de marketing, boa infraestrutura, treinamento de pessoas, investimentos de empresas do ramo, poder
público e empresas privadas, gerando assim emprego e benfeitorias para o
município e a região, fazendo crescer o turismo rural de uma forma sustentável e
consciente.
As atividades do agroturismo merecem consideração sobre a ação de
planejadores comprometidos não somente com a conservação dos recursos
naturais, como com a geração de renda e melhoria no padrão de vida e equidade
social para as comunidades locais (PARRA e SILVA, 2006).
Essa atividade é bastante inovadora, pois podem existir parcerias com
escolas, universidades e outras com o objetivo de qualificar o aluno que está se
formando, obtendo conhecimentos que na teoria não são explanados.
Mesmo que em um curto espaço de tempo, o turista busca esse tipo de
vivência quer estar em contato com as coisas do campo, e o que leva, normalmente
são mais do que a hospedagem ou as fotografias, levam lembranças, hospitalidade,
aconchego e uma experiência diferente, autêntica e inesquecível.
O tradicional cafezinho, normalmente oferecido, pode ser acompanhado de
histórias, “causos” e lembranças do passado que alegram as pessoas e trazem à
tona um saudosismo extremamente salutar para os visitantes.
Segundo PARRA e SILVA (2006), para o desenvolvimento do agroturismo é
preciso que existam princípios a serem seguidos, são eles:
- A recepção dos turistas pelos agricultores familiares é parte integrante da
atividade do estabelecimento rural;
- Os agricultores familiares que recebem turistas desejam mostrar o seu
trabalho e o meio ambiente onde vivem (contato com os animais, conhecimento
sobre plantas, o ritmo da estação do ano etc.);
- A recepção e convívio do agricultor e sua família com o turista ocorre num
clima de troca de experiências e de respeito mútuo;
- O agroturismo deve praticar preços acessíveis;
- O agroturismo se constitui num fator de desenvolvimento local, contribuindo
para manter o meio rural "vivo" - demográfica, cultural e ambientalmente – com
perspectivas de futuro para os seus jovens;
- O agricultor garante a qualidade dos produtos e dos serviços que oferece;
22
- Os serviços de agroturismo são oferecidos em habitações adaptadas,
oferecendo conforto, higiene e segurança;
- Os serviços agroturísticos são planejados e organizados pelos agricultores
familiares.
NOGUEIRA e CARVALHO (2003) apontam à região Centro-Oeste, mas
precisamente o Mato Grosso do Sul, onde suas atividades começaram em 2005 com
o apoio do SEBRAE – MS, como um excelente potencial para o agroturismo.
Para que a experiência do turista seja realmente autêntica, é preciso fazer um
inventário turístico de tudo o que existe no município e região, tornando assim, a
população local, uma incentivadora desta atividade.
Quantificar esses atrativos, às vezes desconhecidos por muitos, mas que
pelos moradores são descobertas que podem trazer benefícios tanto para o novo
empreendimento quanto a eles mesmos que, com conhecimento e disposição,
podem até tornar-se parte da equipe que acompanha os turistas para essas rotas
até então desconhecidas.
O agroturismo é forma de geração de renda no meio rural e ainda promove
um contato direto dos turistas com o dia – a – dia nas propriedades agrícolas, e com
os costumes do campo havendo assim uma interatividade campo x meio urbano
(CEPAGRO, apud PARRA e SILVA, 2007).
Sob o aspecto mercadológico, o turismo no espaço rural possibilita um
contato direto entre o produtor e o consumidor final, com a venda de hospedagem /
serviços, de seus produtos in natura ou beneficiados e até mesmo o artesanato
local. Esse contato direto resulta em preços e qualidade melhores para os dois
lados,
pela
ausência
de
intermediários,
transporte,
armazenamento,
etc.
(NOGUEIRA e CARVALHO, 2003).
Existem várias entidades governamentais que apóiam o agroturismo no
Brasil, mas duas se destacam, são eles o SEBRAE e o SENAR.
O Programa SEBRAE do Turismo propõe ações auto-sustentáveis para os
municípios brasileiros e também investe na editoração de publicações de apoio ao
desenvolvimento do segmento do Turismo no Espaço Rural.
O SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – criado em 23 de
dezembro de 1991, tem como objetivo organizar, administrar e executar, em todo o
território nacional, a Formação Profissional Rural (FPR) e a Promoção Social (PS) de
jovens e adultos, homens e mulheres que exerçam atividades no meio rural.
23
O agroturismo hoje em dia vem a ser uma alternativa de renda para pequenos
e médios proprietários, quando baseado em um planejamento viável, especificando
estratégias de marketing, infra - estrutura, treinamento de pessoas, investimento de
empresas no ramo, poder público e empresas privadas, e dessa forma, gerando
emprego e benfeitorias para o local, fazendo assim, com que o turismo rural cresça
de uma forma sustentável e consciente.
2.4. EMPREENDIMENTOS RURAIS
Uma grande escola a céu aberto. Essa pode ser a definição de
empreendimentos rurais, onde os turistas, além de apreciar a natureza e todo o
modo de vida diferente do seu, vai aprender e ver na prática como fazem os que
trabalham com isso.
Segundo Zimmermann (1996), existem alguns fatores que são “obrigatórios”
para o Turismo Rural, são eles:
- Atividade produtiva, sendo o básico para se definir o Turismo Rural
verdadeiro;
- Gastronomia típica da região, onde leve o hóspede a conhecer tudo de
novo que existe neste “novo mundo”;
- Paisagem típica da região, com amplos horizontes e, principalmente onde
ele consiga enxergar e apreciar a flora e a fauna características;
- Hospedagem com atendimento personalizado e sem formalidades, onde o
hóspede se sinta o mais perto possível de sua casa, dando um clima
intimista ao ambiente;
- Acessos com boa conservação;
- Cultura, onde possam conhecer os artesãos, os músicos típicos e o
folclore presente;
- Investir no clima da região, atraindo também por esse motivo, mais
turistas;
- Lazer, com a participação dos turistas na produção, passeios a cavalo,
charretes, apresentações folclóricas, etc.;
- Compras, investindo em souvenir do município, da Fazenda, produtos
produzidos dentro da Fazenda, artesanato local, onde possa gerar outra
fonte de renda para os funcionários e os moradores;
24
- Informações, onde saibam tudo sobre o município, da região e das
atividades de produção que são realizadas dentro do empreendimento.
Para Tropia (1998, pg.17), planejar um empreendimento nada mais é do que
reforçar os efeitos positivos e evitar ou reduzir os efeitos negativos. É fundamental
também estar atento a todas as oportunidades e ser criativo, acima de tudo.
Para Tropia (1998, p. 28), a procura nacional e internacional de longa
distância tem tendência ao crescimento, desde que o empreendimento tenha
roteiros
interessantes,
boa
estrutura
física,
divulgação
e
estratégias
de
comercialização. Segundo Zimmermann (1996), também é importante manter a
identidade do lugar, respeitando a vocação original e manter a mesma paisagem
para construir, não saindo muito do que já existe. Não deixar faltar os costumes
naturais da região e nem deixar de mostrar as manifestações culturais do local.
Segundo Catai (2006, p. 49):
Um empreendedor é um realizador, é aquele que assume riscos e
tem a necessidade de realizar coisas novas, pôr em prática idéias
próprias. As pessoas que têm necessidade de realizar se destacam
porque, independentemente de suas atividades, fazem com que as
coisas aconteçam onde quer que estejam.
Para que o empreendimento tenha uma boa aceitação, é necessário mostrar
ao público tudo o que foi feito de melhorias para que possam sentir-se cuidados.
Saber que foi cuidado de todos os detalhes, de como era e como ficou o
empreendimento, em como a empresa visa o bom atendimento e a completa
satisfação do cliente já traz uma sensação de conforto.
O empreendimento necessita de condições básicas como vias de acesso bom
e sinalizado dentro e fora da propriedade, atenção e cuidados aos turistas, limpeza,
e atividades rurais que instiguem a curiosidade do turista.
Nada mais bucólico e, ao mesmo tempo, simpático do que oferecer o
espetáculo matinal da ordenha de uma vaca. O café da manhã pode ganhar outro
sabor (TROPIA, Fátima, 1998, p. 22).
É fator determinante ter diversas atividades, buscando lazer de todos que
visitam, sejam famílias ou estudantes sozinhos, oferecendo alimentos da
gastronomia local, feitos dentro da propriedade e que os turistas possam participar
25
da sua elaboração, assim como artesanatos feitos por artesãos locais, buscando a
valorização da comunidade local.
Ter diversidade de frutas e verduras na horta e nos pomares para que o
turista possa tirar seu próprio alimento da terra. Oferecer trilhas, cavalgadas,
passeios a pé ou de bicicleta, observação da flora e fauna local e participação nos
projetos de pesquisa de campo.
26
3. CHAPADÃO DO SUL E A ESTRUTURA TURÍSTICA
O município de Chapadão do Sul, criado pela Lei nº 768/87 assinada em 23
de outubro de 1987, localiza-se ao Nordeste do Estado de Mato Grosso do Sul
(Figura 1), na região Centro-Oeste do Brasil.
Limita-se às cidades de Costa Rica, Água Clara, Cassilândia e Chapadão do
Céu, esta já no Estado de Goiás e onde se encontra o Parque Nacional das Emas.
A sede municipal tem seu centro com as seguintes coordenadas geográficas:
S 18º48'459” e W 52º36'003”.
O acesso é estabelecido pela Rodovia MS 306 e BR 158, interligando o
município com os Estados de São Paulo e Minas Gerais, importantes mercados
consumidores do país e pelo encontro da Rodovia Federal BR 060 (que liga Campo
Grande à Brasília) e com a Rodovia Estadual MS 306 (que liga Cuiabá à São Paulo).
A distância do município à Campo Grande, capital do Estado, é de 330 km, à
Brasília é de 740 km, à São Paulo 910 km e à Curitiba 1.120 km.
Essas distâncias possibilitam um seguro e confiável transporte de produtos
devido à proximidade de portos.
O
município
tem
área
de
3.823,979
km
e
uma
população
de
aproximadamente 20 mil habitantes. Seu clima é o tropical úmido (com estação
chuvosa no verão e seca no inverno) com temperatura anual 13 à 28ºC (médias
diárias) e precipitação pluviométrica de 1.850mm (média anual). O solo é latossolo
vermelho profundo e também solo misto (arenoso/argiloso Liso), sendo que um terço
do município compreende um planalto totalmente mecanizável com altitude média
de 820m; o restante é formado de áreas mais baixas, 500 à 600m de altitude,
levemente onduladas.
27
Figura 3
Fonte: Wikipedia
Chapadão do Sul foi escolhido para realização do agroturismo devido ao seu
tamanho, propício para atividades rurais e também seu enfoque tecnológico grande,
o que ocasiona uma resposta positiva da população local. Esta, normalmente é mais
redutível na implantação do turismo, por medo de depredações e mau uso das
instalações, porém, por estarmos nos referindo a uma população que é propensa ao
divertimento e novidades, podemos concluir que a cidade é um pólo de Agroturismo
na região.
Para Buschmann (2010), a população local reagiria com muita simpatia e até
com bastante interesse para o turismo, pois, a atividade traria inúmeros benefícios à
cidade e município, pois, resultaria em nova oportunidade de progresso e geração
de empregos em áreas específicas (hotelaria, restaurantes, comercio, transporte,
etc.).
Segundo Portuguez (2002, p.16) o turismo só estará promovendo o
“desenvolvimento” quando for capaz de proporcionar, a melhoria das possibilidades
do bem-viver para os núcleos receptores.
Antes chamada de Pouso Frio, devido ao seu ar mais fresco e uma altitude
mais elevada, a cidade foi descoberta e fundada pelo comendador-comandante Julio
Alves Martins, em 1972.
Julio Alves Martins ficou fascinado com as terras que viu e resolveu povoar a
região. Cerca de noventa dias depois de pousar pela primeira vez por lá, já tinha
vendido dezenas de terrenos a fazendeiros vindos principalmente do Sul do Brasil,
28
neste tempo, adquiriu uma área de 2.197 hectares, onde construiu sua fazenda,
onde reside até hoje (CUCHIARO, PAULICHI, s/ ano) 1.
No ano de 1976, Julio Alves Martins plantou 120 hectares de soja, o que virou
notícia, já que ninguém ainda tinha conseguido plantar nada até então. Enquanto
conseguia alguns êxitos, chamava amigos, conterrâneos e clientes para juntos,
desbravar as terras de Chapadão. Sr. Julio, conseguir colher 46 sacas de soja por
hectares nesse plantio inovador, e isso lhe rendeu um registro no IBGE – Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística como o “Primeiro fazendeiro a plantar soja no
Chapadão” (CUCHIARO, PAULICHI, s/ ano).
Julio Alves Martins então, sabia que o nome Chapadão dos Gaúchos não era
mais propício para a região fértil que se mostrou e resolveu mudar o nome para
Chapadão do Sul, em homenagem também aos que contribuíram para o avanço da
região, tendo a maioria gaúcha, mas também muitos vindos da região sul do Brasil
(CUCHIARO, PAULICHI, s/ ano).
Quando fez o loteamento da cidade, Sr. Julio já deixou lotes para beneficiar
seus habitantes, onde hoje é a Enersul – distribuidora da Rede Energia em Mato
Grosso do Sul com 32.500 metros, o Clube Recreativo com 24.000 metros, o CTG –
Centro de Tradições Gaúchas com 1.250 metros, colégios com 16.500 metros,
igrejas com 7.100 metros, delegacias de polícia com 1.600 metros, destacamento
policial com 468 metros, correios com 468 metros, hospitais com 6.000 metros,
centros de saúde com 937 metros, creches com 1.000 metros e prefeitura com 7.500
metros (CUCHIARO, PAULICHI, s/ ano).
Em 23 de outubro de 1987, data que se comemora o Dia do Aviador, que
serviria também para homenagear o fundador, foi assinada a homologação da lei de
criação do município de Chapadão do Sul.
Pelo seu comprometimento com a população desde o seu nascimento, a
cidade de Chapadão do Sul tem como prioridade a preservação da cultura local e de
seus espaços, o que já possibilita a implantação do Turismo Rural na região,
fazendo com que os turistas saiam da paisagem urbana para penetrarem dentro de
um espaço completamente agrário.
Sendo a sede municipal de pequeno porte, dispõe da oferta de equipamentos
urbanos essenciais, conforme se verifica a seguir:
1
Pesquisadores sobre a vida do fundador e colonizador do município para sua homenagem.
29
3.1. INFRA ESTRUTURA DE APOIO AO TURISMO
Conforme pesquisa no site do município, foi possível levantar os seguintes dados
sobre a infra estrutura presente:
•
Rede Viária: em praticamente toda a cidade possui vias pavimentadas, com
boa sinalização e condição de uso. Somente nas áreas mais afastadas é que não
tem pavimentação, porém com ruas de fácil acesso.
•
Sistema Bancário: possui 5 diferentes bancos, sendo eles Banco do Brasil,
HSBC, Bradesco, Sicredi e Caixa Econômica Federal.
•
Aeroporto: projetado para aeronaves de grande porte, com extensão total de
2.500 m.
•
Comunicação: tem todos os meios de comunicação, telefone fixo, telefone
móvel e internet.
•
Energia: a energia elétrica que impulsiona o desenvolvimento da região e do
Município é fornecida pela Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira (CESP). Contudo, o
município está se consolidando como grande pólo regional na geração de energia,
com a construção de três PCH – Pequenas Centrais Hidrelétricas somente no
município. Duas estão fase de construção e uma terceira está na fase de
licenciamento ambiental, que juntas gerarão 86 megawatts. A construção de três
usinas sucroalcooleiras também garantirá a geração de energia elétrica no
município, através do bom aproveitamento dos derivados cana-de-açúcar.
•
Água: o abastecimento de água tratada atinge 100% da população urbana,
contando com 2.879 ligações e 46.812 m de extensão.
•
Abastecimento de Combustíveis: no perímetro urbano existem 07 postos de
combustíveis.
•
Saúde: conta com 17 estabelecimentos de saúde, incluindo clínicas
particulares, hospitais municipais, postos de saúde e laboratórios. Conta também
com 09 farmácias.
•
Educação: a educação é destaque, possibilitando o acesso a mais de 3,5 mil
alunos à pré-escola e ao ensino fundamental somente na rede municipal. O setor
educacional é o segundo melhor de Mato Grosso do Sul e um dos melhores do País,
segundo o IDEB. Conta ainda com o maior Índice de Desenvolvimento Infantil – IDI e
30
um dos menores índices de analfabetismo do Estado. O município é ainda um dos
mais expressivos Centros Educacionais e de Conhecimento, com campus de
ciências agrárias da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, com quatro
cursos – Agronomia, Engenharia Florestal, Biologia e Pedagogia; e uma Faculdade
privada com cursos de administração, ciências contábeis e pós-graduação em
gestão pública, gestão empresarial com ênfase em RH e gestão sucroalcooleira.
•
Horário: a hora local possui uma diferença de 1 hora a menos do horário
oficial brasileiro (Exemplo: 12 horas em Brasília corresponde a 11 horas em
Chapadão do Sul).
3.2. SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS TURÍSTICOS
Na pesquisa realizada no site da cidade, também foi possível levantar dados de
seus produtos oferecidos e equipamentos turísticos presentes:
•
Rede Hoteleira: conta com 08 estabelecimentos, dos quais 03 (Hotel
Casabella, Hotel Guaicurus e Hotel Paraná) oferecem melhores condições de
hospedagem.
Figura 4
Fonte: Site Prefeitura Municipal de Chapadão do Sul
31
•
Locadora de Veículo: existe 01 agência de locação de veículos.
•
Agência de Turismo: conta com 01 agência (Gávea Tur) que vende
passagens e organiza excursões para cidades nacionais e internacionais e cruzeiros
marítimos.
•
Locais de Eventos: Centro de Tradições Gaúchas, que conta com grupos de
danças, Centro de Lazer Comunitário, Praça de Eventos e Praça 23 de Outubro.
•
Alimentação: Existem aproximadamente 15 restaurantes, contando com
pizzaria, churrascaria, comida chinesa e lanches.
3.3. ATRATIVOS TURÍSTICOS
Conforme pesquisa no site da Fundação Turismo, foi possível visualizar os atrativos
presentes no município, sendo eles:
•
Turismo: município com maior desenvolvimento tecnológico na produção
agrícola, tornando-se um importante pólo turístico tecnológico no Estado.
Constituído principalmente por gaúchos e paranaenses, é detentor de uma
das maiores rendas per capita do Mato Grosso do Sul e as fazendas foram
transformadas
em
verdadeiras
empresas
de
produção
agrícola
e
de
desenvolvimento de tecnologia.
•
Conta com um importante museu, onde se encontram as primeiras máquinas
utilizadas na construção da cidade e os aviões utilizados pelo fundador para trazer
os imigrantes do sul do país.
Figura 5
Fonte: Site Prefeitura Municipal de Chapadão do Sul
32
Eventos: Chapadão Folia (período do carnaval), Tecnoagro, realizada pela
Fundação Chapadão, onde são expostas as últimas inovações agropecuárias, Festa
do Galeto, realizada pelo Rotary Clube, Baile da Cuca e da Lingüiça, Cavalgada do
Chapadão, onde aparecem os cavalheiros com trajes típicos dos pampas gaúchos,
Exposul, Exposição Agropecuária e Industrial de Chapadão do Sul, onde ocorrem
rodeios, shows e exposições, Festa do Folclore, Semana Farroupilha, Aniversário da
Cidade e o tradicional Baile do Havaí.
Figura 6
Fonte: Site Prefeitura Municipal de Chapadão do Sul
Além dos eventos realizados em Chapadão do Sul, da alta tecnologia
utilizada na produção agropecuária, esta cidade chama atenção, também, pela
riquíssima arquitetura moderna e arrojada, com construções de casas em alto estilo
que torna a cidade uma das mais belas da região nordeste do Estado e da Região
do Vale do Aporé.
3.4. TURISMO NA REGIÃO
Na região também existem diversas cachoeiras em propriedades privadas,
onde, a maioria, é aberta a visitação. Em Costa Rica, cidade vizinha existe a Água
Santa, onde acontece o fenômeno da ressurgência, que consiste na subida de
águas profundas, muitas vezes ricas em nutrientes, para regiões menos profundas,
a Gruta Tope da Pedra contanto com ricas fontes de pesquisas e educação
ambiental.
33
Também em Costa Rica, localiza-se o Parque Estadual das Nascentes do Rio
Taquari, Parque Nacional das Emas, Parque Natural Municipal Salto do Sucuri onde
existe a prática de turismo de aventura como rappel, tirolesa e rafting.
Figura 7
Fonte: Site Prefeitura Municipal de Costa Rica
Em Cassilândia, o Salto do Rio Aporé também se destaca como ponto
turístico da região para visitantes e moradores, visitada desde 1940, onde
se
encontra edificada uma usina desativada e tombada por lei como Patrimônio
Histórico Cultural e Paisagístico do Município.
Em Inocência, sua história narrada no conto de Vicente de Taunay, conhecido
como Romance Inocência, é o que chama mais atenção.
Segundo Buschmann (2010), a própria região pelo seu clima, sua topografia e
pela sua estrutura agropecuária (fazendas) hoje existente, aliada aos diversos
pontos (rios/cachoeiras) são muito interessantes como atrativos da natureza.
3.5. FAZENDA PADRÃO
Em 1977, um grupo de empresas de Cascavel - PR adquiriu terras no
município de Chapadão do Sul - MS e, em 1986, a partir da dissolução destas
empresas, coube a terra de Chapadão do Sul ao Sr. Rubens Carlos Buschmann
pela sua parte societária, que então batizou esta terra como Fazenda Padrão.
34
Figura 8
Figura 9
Fonte: Arquivo Fazenda Padrão
Fonte: Arquivo Fazenda Padrão
A partir daí deu início as suas atividades somente com plantio de soja, para
depois explorar intensivamente várias culturas como o algodão, o milho, o feijão, o
sorgo, o arroz, entre outros, e pecuários, com melhoramento genético de gados P.O.
– Puros de Origem, vindos da Europa, destinados a pratica de cruzamento industrial
para a produção de carne.
A Sementes Padrão começou suas atividades no ramo de sementes no início
da década de 1970 no Oeste do Paraná, e na pecuária começaram os investimentos
também no mesmo local, na Fazenda Rio Cotegipe até meados da década de 90,
quando foi transferida toda a estrutura existente para a Fazenda Padrão.
Na pecuária, desde o início de suas atividades, praticou o cruzamento
industrial utilizando as raças européias Blonde D´Aquitaine, Pardo Suíço e Simental,
das raças zebuínas Tabapuã e Nelore. O destaque ficou com a raça Blonde pelo seu
potencial para a produção de carnes de qualidade e em quantidade.
Segundo Scheide (2010),
O confinamento, o cruzamento industrial por nós usado há anos nos traz
benefícios quanto ao tempo e qualidade de carnes indiscutíveis, sendo
motivo de dias de campo para que outros produtores venham conhecer as
técnicas que nos fazem ser diferenciados da maioria, pois primamos por
uma alimentação de primeira, silagem, feno, pastagens corrigidas e um
gado que fornece uma carne apreciada por todos. No melhoramento animal
trabalhamos com Fertilização in Vitro, Inseminação Artificial, Ultrasongrafia
em fêmeas para avalição tanto de sexagem como reprodutiva, touros
europeus já adaptados por aqui, sempre lembrando que a alimentação é a
base de tudo, e isto nós temos de sobra.
35
A excelência da raça Blonde, foi conseguida pela importação de animais
vivos, sêmen e embriões dos principais raçadores franceses e canadenses.
Figura 10
Fonte: Vaca Blonde Campeã. (site Fazenda Padrão)
A Fazenda Padrão conquistou destaque ao fazer campeões da raça Blonde
D´Aquitaine, que deixaram um legado genético de seus descendentes que garantem
a multiplicação e melhoramento da raça tanto na Fazenda Padrão quanto em outras
propriedades através do fornecimento de reprodutores, matriz, sêmen e embriões.
Em 2008 implantou o Boitel, um sistema de confinamento de animais de
terceiros, tratados com silagem de primeira qualidade, preparados com milho
altamente produtivos e rações especiais aliadas a modernas técnicas, garantindo
aumento de peso e lucro certo ao pecuarista.
Na Fazenda Padrão, todos os investimentos são realizados mantendo-se a
qualidade do meio ambiente, a fertilidade do solo, o potencial genético dos seus
animais e sementes de soja ali produzidas.
Na safra 2008/2009, a Sementes Padrão adquiriu uma fazenda no município
de São Gabriel do Oeste, onde passou a operar excelentes instalações de
beneficiamento no preparo e armazenamento de sementes de soja.
36
A Sementes Padrão, através de suas propriedades rurais, multiplicam
sementes dos principais órgãos de pesquisas, onde têm técnicas adequadas para
manter as características de cada variedade, o que garante fidelidade genética dos
materiais aos produtores rurais.
Figura 11
Fonte: O autor.
As plantações são diariamente monitoradas e na colheita, segue-se com rigor
para se sustentar a qualidade do que é produzido. As sementes são analisadas no
laboratório da Fazenda Padrão, onde é verificado o vigor e a germinação de cada
lote. Após a venda de sementes, oferece também técnicos especializados à
disposição dos produtores rurais para sanar eventuais dúvidas quanto a época de
plantio, espaçamento, regulagem da plantadeira e profundidade das sementes de
cada variedade comercializada.
Também realizam encontros técnicos para transmissão de conhecimentos
através de dias de campo e palestras informativas.
A partir dessas informações é possível perceber que existe visitantes todo o
tempo na fazenda, sejam produtores rurais a procura de sementes ou animais, ou
alunos de escolas que buscam a fazenda para conhecer um pouco sobre a fauna e
a flora local. A população local também procura a fazenda para eventos festivos na
cachoeira, onde se realizam normalmente almoços e até piqueniques.
37
Segundo Scheide (2010) há um tempo atrás, tiveram a idéia de fazer em
Chapadão um Turismo de Tecnologia, aonde as pessoas iriam para aprender algo
inovador sobre agropecuária. Este turismo não é tanto voltado para o esporte e sim
para o conhecimento, tanto de estudantes da área, agronomia e outros cursos afins,
bem como produtores ligados ao campo que sobrevivem deste e querem conhecer
técnicas inovadoras que fazem Na Fazenda Padrão para conhecimento próprio e
para usar em suas fazendas tanto aqui no Brasil como em outros países.
A partir da figura 12, é possível observar como é divida, hoje, a área da
entrada da Fazenda Padrão.
Figura 12
Fonte: Google Earth
Entrando na fazenda desde a rodovia, se percorre por uma estrada de terra,
porém nivelada, rodeada por plantações, chegando no escritório, é possível ver os
armazéns de silagem e a direita já algumas casas de funcionários. No final do que
podemos chamar de vila, se vê a Casa Sede, com um pomar do lado direito.
Da onde está a pensão e o campo de futebol, é por onde se pode ir ao
confinamento, a cachoeira e a pecuária.
38
4. APONTUR – ANÁLISE DAS POTENCIALIDADES E OPORTUNIDADES DE
NEGÓCIOS TURÍSTICOS
O APONTUR é um documento criado pelo SEBRAE-PR – Serviço de Apoio à
Micro e Pequena Empresa do Paraná, que visa avaliar as potencialidades turísticas
de empreendimentos nascentes ou que já existem, mas que pretendem melhorar
suas atividades. O estudo é um descritivo de tudo que interfere na atividade do
empreendimento, conseguindo ter um panorama melhor do que está bom e o que é
preciso melhorar, ou até mesmo, em como fazer um novo empreendimento de
sucesso.
O documento usado não dá uma resposta conclusiva sobre o que fazer e
como agir, mas sim analisa os pontos fortes e fracos da área, município ou região, o
que traz uma confiabilidade melhor de como agir.
O diagnóstico do documento foi feito in loco na Fazenda Padrão, que é objeto
de estudo e foi analisado em nove tópicos principais, verificando as condições que o
empreendimento tem para a viabilidade do estudo.
Ao final, é gerado um gráfico mostrando uma porcentagem parcial de sua
viabilidade, tornando o documento um forte aliado na implantação do negócio.
4.1. PÚBLICO
Estudantes de agronomia, veterinária, zoologia, botânica e biologia são
públicos efetivos na Fazenda, desenvolvendo pesquisas e aprendendo sobre novas
tecnologias ali desenvolvidas e a população local tem sua contribuição para a
divulgação da fazenda, pois muitos fazem confraternização, principalmente na
cachoeira que ocupa uma área para eventos e piqueniques.
Já os turistas em potencial são, inicialmente, pessoas que vem de estados
próximos e têm interesse em participar da rotina de uma fazenda, desde suas
atividades mais simples, como tirar leite de uma vaca como as atividades mais
elaboradas como é o caso das análises das sementes plantadas, cultivadas e
comercializadas.
Além dos turistas que estão em cidades próximas, com o sucesso do
empreendimento, é possível que venham turistas de cidades mais distantes ou até
39
mesmo de outros países para conhecer as terras e atividades desenvolvidas em
solo brasileiro.
4.2. ACESSO
As principais vias de acesso para a Fazenda Padrão são a BR 163 na saída
para Cuiabá até Capim Verde, a BR 060 que passa por Camapuã até Chapadão do
Sul e a MS 306 que cruza a cidade. À distância para Campo Grande, que é o
principal centro emissor é de 348 km sendo toda pavimentada e com boas
condições de uso. Desde a saída da MS 306 até o escritório da Fazenda Padrão sua
estrada não é pavimentada, porém, seu acesso é muito bom devido à patrola, uma
máquina utilizada para a manutenção de estradas, passada regularmente para que
suas condições de uso estejam sempre boas condições.
A
ACESSO
Acesso mais utilizado
Terrestre
NOTA
A.1 Quanto ao principal acesso (mais utilizado)
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
#######
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
A.2 Qualidade do principal acesso (quando terrestre e à partir do principal centro emissor). Considerar tipo de pavimento
Peso
4
A.2.1 - até o local:
2
1
3
4
5 #######
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
4
A.2.2 - dentro da área:
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
#######
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO FALSO
2
1 #######
3
4
5
6
7
8
9
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
4
4
A.3 Distância do Centro Emissor (pelo principal tipo de acesso ou na somatória deles)
56
Figura 13 - Acesso
Fonte: APONTUR SEBRAE
Neste item, como mostra a figura 13, são analisadas as principais vias de
acesso ao empreendimento e ao município em que o mesmo se encontra,
verificando também a qualidade do acesso desde o principal centro emissor e qual a
distância entre os dois.
4.3. TRANSPORTE
O meio de transporte mais utilizado é o rodoviário. O público efetivo usa muito
os automóveis particulares, apesar de a cidade ser pequena e os pontos não serem
tão longes dentro da cidade, as fazendas, onde é o local de trabalho de muitos
40
moradores, são mais distantes do centro, o que torna o acesso mais facilitado com
esse tipo de transporte, e táxi que apesar de pouco utilizado, também é um meio de
transporte alternativo.
Conforme mostrado na figura 14, o meio de transporte terrestre é o mais
utilizado, sendo a alternativa que muitos preferem, com estradas boas tanto dentro
do município quanto dentro do empreendimento.
B
TRANSPORTE
Tipo de transporte mais utilizado
B.1
Veículos particulares
NOTA
Modal (considerando apenas o principal)
Ferroviário ou Aquático
1
FALSO
B.2
Tipo (do principal meio de transporte)
2
FALSO
Peso
Aéreo
3
FALSO
Único/vários terceirizados
4
FALSO
5
FALSO
Rodoviário
6
FALSO
Vários e misto
7
FALSO
8
9
#######
FALSO
2
Único e próprio
8
9
#######
FALSO
FALSO FALSO
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
#######
2
Custo/Preço (do total dos meios de transporte utilizados)
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
#######
3
Atratividade (em si)
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
#######
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
2
1
FALSO
B.3
Qualidade (do principal meio de transporte)
B.4
B.5
2
FALSO
3
FALSO
4
FALSO
5
FALSO
6
FALSO
7
FALSO
3
90
Figura 14 – Transporte
Fonte: APONTUR SEBRAE
Também são utilizadas as bicicletas e motocicletas (que também são
utilizadas como táxi), meio de transporte para dentro do município e também de
moradores da zona rural. Além destes, ainda existem ônibus municipais que fazem o
trajeto da zona rural para a zona urbana.
Existe também, em dois dias durante a semana e nos finais de semana, um
trenzinho que passa pelos principais pontos da cidade, e que pode ser caracterizado
como transporte turístico, onde é cobrada uma taxa de R$ 5,00, e no dia das
crianças, a Prefeitura Municipal aluga este trem e leva as crianças para passear.
4.4. SINALIZAÇÃO (Turística e Informativa)
A sinalização é muito importante para que tanto a população local quanto os
turistas possam saber onde estão e para onde está indo.
Conforme analisado na figura 15, nos arredores do município existem
diversas placas que informam quais são as cidades próximas e a quantos
41
quilômetros se encontram. Dentro do município, as placas também informam bem
aonde são os principais pontos.
Pela formação alinhada do município, é fácil se localizar e encontrar aonde
deseja chegar. Para chegar à Fazenda Padrão, existe um grande luminoso à beira
da Rodovia e dentro do empreendimento também existem placas tanto de
sinalização quanto de preservação ambiental.
C
SINALIZAÇÃO (Turística e Informativa)
NOTA
Peso
C.1 De acesso (até o local)
2
1
3
4 #######
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
3
C.2 Dentro do local
2
1
3
4 #######
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
1
C.3 Até os Atrativos e Equipamentos e Serviços
Serviços (do entorno Imediato - até 30 minutos do local)
2
1
3
4 #######
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
2
30
Figura 15 – Sinalização
Fonte: APONTUR SEBRAE
Como o município não tem apelo turístico, as placas existentes são
informativas, já que as placas turísticas seguem normas e critérios específicos. A
sinalização turística será necessária e efetiva a partir do momento que existir um
apelo forte ao turismo no município e região.
4.5. ATRATIVOS TURÍSTICOS
Conforme mostrado na figura 19, dentro da propriedade existe uma cachoeira
que é muito utilizada pelo público efetivo, sem cobrança de taxas, principalmente por
escolas e confraternizações de empresas. Muito bem conservada e com placas
indicativas para a preservação da natureza faz dela muito especial na região.
42
Figura 16
Fonte: O autor
Além disso, atividades do meio rural também são atrativos turísticos da
Fazenda Padrão, como a visita a uma anta que foi carinhosamente apelidada pelos
funcionários da Fazenda de Tonico, e virou atração certa para os visitantes.
Dentre as várias atividades da fazenda, assistir o parto de uma vaca,
castramento de bois, comitivas, plantio, colheita e secagem das sementes, são
atividades que não podem ser deixadas de lado. Além disso, percorrer o campo de
plantação de girassóis, algodão e milho são um atrativo à parte, e também a espera
de um animal selvagem, como as onças pintadas ou até mesmo cruzar com emas,
tatus ou uma revoada de araras azuis ou tucanos são momentos que ficam pra
sempre.
43
Figura 17
Fonte: O autor
Figura 18
Fonte: Site Prefeitura Municipal de Chapadão do Sul
44
Na cidade, existe o terminal de Chapadão do Sul da Ferronorte, onde
atualmente são carregados e descarregados os grãos, e é aberto ao público que
gosta de saber como o trabalho é feito.
Na Fazenda Campo Bom passa o Rio Aporé, que desemboca em uma
cachoeira que é bastante visitada. Neste rio, existe uma pequena usina que gera a
energia utilizada na fazenda.
No município de Costa Rica, a 60 km de Chapadão do Sul, também existe o
Salto do Rio Sucuri, onde são realizadas diversas atividades de turismo de aventura.
D
ATRATIVOS TURÍSTICOS
Cachoeira
Principais
Parque Nacional Do Sucuri
Complementares
D.1
Principais Atrativos Turísticos
D.1.1 - Qualidade (atratividade e conservação)
D.1.2 - Proximidade
NOTA
Peso
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
#######
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
3
9
FALSO
2
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
#######
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
2
FALSO
1
FALSO
2
FALSO
3
FALSO
4
#######
5
FALSO
6
FALSO
7
FALSO
8
FALSO
D.2
Atrativos Turísticos Complementares
D.2.1 - Qualidade (atratividade e conservação)
D.2.2 - Proximidade
Mais de 30 minutos
Menos de 30 minutos
Dentro da área
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
#######
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
2
33
Figura 19 – Atrativos Turísticos
Fonte: APONTUR SEBRAE
Além disso, existem as atrações culturais e folclóricas, como a Festa de São
Pedro realizada no Salão Paroquial, a Semana Farroupilha que é realizada dentro
do galpão do CTG – Centro de Tradições Gaúchas que tem uma grande atividade
dentro do município, onde seus grupos de dança ganharam diversos prêmios
estaduais e nacionais. O Chapadão Folia, o Baile do Hawai, o Baile da Cuca e da
Lingüiça são outras festas que acontecem anualmente.
4.6. EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS
O número de equipamentos e serviços turísticos, mostrados no capítulo 3.2.,
são compatíveis ao tamanho do município, visto que a tendência é sempre ter mais,
diante do crescimento rápido com que o município se desenvolve. O atendimento
oferecido é de qualidade e está sempre em busca inovações.
45
E
EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS
Telefone, internet e televisão a cabo
Principais
Chalés para acomodação dos turistas e ambiente para eventos sociais
Complementares
NOTA
E.1
Serviços de Alimentação
E.1.1 - dentro da área
E.1.2 - no entorno
Tipo: Pensão para todas as refeições
E.2
Tipo: Hotéis
Meios de Hospedagem
E.2.1 - dentro da área
E.2.2 - no entorno
Peso
2
1
3
4
5
6
7
8
9
#######
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
2
FALSO
3
FALSO
4
FALSO
5
FALSO
6
FALSO
7
FALSO
8
FALSO
3
9
#######
2
2
1
3
4
5
6
7
8
9
####### FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
3
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
#######
2
63
FALSO
1
FALSO
Figura 20 – Equipamentos e Serviços
Fonte: APONTUR SEBRAE
Conforme verificado na figura 20, a Fazenda Padrão ainda não dispõe de
equipamentos e serviços turísticos porque ainda não atua nesta atividade, porém,
como os equipamentos utilizados para suas atividades são de tecnologia de ponta, e
estão sempre em busca do que há de mais moderno, para o turismo não será
diferente já que a fazenda conta com boa estrutura e espaço para a implantação de
hospedagem assim como alimentação e espaço para eventos e confraternizações.
4.7. REQUISITOS SÓCIO-CULTURAIS, ECONÔMICOS E AMBIENTAIS
Como se observa na figura 21, o empreendimento cumpre, na medida do
possível, os quesitos da acessibilidade, porém, em algumas áreas torna-se
desconfortável para quem necessita devido a terra e cascalhos. A Fazenda Padrão
não é atuante em programas de turismo, podendo estar mais integrados a eles para
poder administrar melhor o atrativo que o empreendimento se tornará.
F
F.1
F.2
REQUISITOS SÓCIO - CULTURAIS
Acessibilidade ( Portadores de Mobilidade Reduzida - PMR)
Participação nos Fóruns Locais e Regionais de Desenvolvimento
NOTA
Peso
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
#######
FALSO
FALSO
FALSO
Obs:
2
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
#######
FALSO
2
28
Obs:
Figura 21 – Requisitos Sócios-Culturais, Econômicos e Ambientais
Fonte: APONTUR SEBRAE
46
A partir da figura 22, é possível perceber que no quesito econômico, é
imprescindível fazer um Plano de Negócio, onde poderá saber exatamente em que e
por que investir, tornando a iniciativa mais correta e menos arriscada.
Nas estratégias de marketing, o empreendimento como está atualmente já é
grande em proporção nacional. Já existe uma homepage onde é possível verificar
todas as atividades da Fazenda, bem como os produtos e serviços que comercializa,
dentro das atividades que realiza, tendo a possibilidade do Agroturismo, a
homepage já existente seria uma maneira mais fácil de divulgar a nova atividade.
G
REQUISITOS ECONOMICOS
NOTA
Peso
G.1
Plano de Negócios
Obs:
Controle de Qualidade
2
1
3
4
5
6
7
8
9
####### FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
Obs:
3
G.2
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
#######
2
G.3
Estratégias de Marketing
Quais:
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
#######
FALSO
FALSO
FALSO
2
1
3
4
5
6
7
8
9
2
30
Figura 22 – Requisitos econômicos
Fonte: APONTUR SEBRAE
Conforme a figura 23, a Fazenda Padrão tem como princípio básico o
incentivo à proteção da natureza e está sempre atualizada com as leis ambientais,
sendo fiscalizadas regularmente pela Guarda Ambiental e pela Polícia Florestal.
H
H.1
REQUISITOS AMBIENTAIS
Licenciamento Ambiental
NOTA
Peso
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
#######
FALSO
2
16
Qual
Figura 23 – Requisitos ambientais
Fonte: APONTUR SEBRAE
Diante destes fatores analisados, verifica-se que a Fazenda está dentro dos
padrões comerciais, mas que ainda é preciso adequar-se para o turismo.
4.8. OUTROS FATORES
Existem ainda outros fatores que podem influenciar diretamente na atividade
turística como é o caso dos meios de comunicação, conforme figura 24.
47
I
I.1
OUTROS FATORES
Telefonia Fixa
I.2
Telefonia Celular
I.3
Internet
I.4
Serviços Postais
I.5
Segurança Física
I.6
Segurança Pública
NOTA
Peso
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
#######
FALSO
FALSO
FALSO
Obs: Oi, Vivo, Tim,Claro
2
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
#######
FALSO
Obs: Chapnet e
2
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
#######
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
Obs: Correio
2
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
#######
FALSO
FALSO
FALSO
Obs:
2
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
#######
3
Obs: Brasil Telecom
Obs:
2
1
3
4
5
6
7
8
9
FALSO FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
FALSO
#######
FALSO
3
101
Figura 24 – Outros fatores
Fonte: APONTUR SEBRAE
Existe uma companhia de telefonia fixa, e para a telefonia móvel, todas as
principais operadoras tem sinal no município e região, assim como dentro da
Fazenda Padrão. Quanto à internet, os sinais também são bons e inclusive existem
dois provedores que distribuem o sinal.
A cidade possui um canal regional de televisão, assim como dois jornais que
circulam pelo município, atualizando as informações completas semanalmente.
Para serviços postais, o funcionamento é bom e eficaz, levando em conta que
as correspondências que são para o empreendimento são colocadas em sua caixa
postal.
A segurança física dos turistas e da população é sempre bem preservada,
visando o aproveitamento sem quaisquer prejuízos. Dentro da Fazenda, a
segurança dos funcionários e de seus visitantes está sempre em primeiro lugar,
tendo sempre profissionais muito bem qualificados atendendo a qualquer tipo de
solicitação e a segurança pública é eficaz. Apesar de existirem casos de violência na
região, a maioria é doméstica ou de passantes, ou seja, de pessoas que vêm da
fronteira e passa pela cidade somente como um meio de fuga, e não para
represálias.
48
4.9. OBSERVAÇÕES GERAIS
É possível ter como premissa, um município organizado e seguro, onde a
maioria da população é fazendeira ou trabalha para eles ativa ou passivamente.
Hoje existem pessoas de fora morando na cidade devido a Fachasul –
Faculdade de Chapadão do Sul que oferece cursos de Ciências Contábeis e
Administração e a um Campus da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
que se instalou no município devido à grande produtividade que tem na região,
então como conseqüência um lugar bom para se estudar in loco o que se aprende
na sala de aula.
Apesar de longe de grandes centros, os turistas potenciais encontrarão lá o
ambiente ideal para aprendizado e lazer, podendo estabelecer uma ligação mais
forte com o local.
89%
Requisitos Ambientais
Requisitos Sócio - Culturais
100%
78%
Equipamentos e Serviços
100%
70%
100%
41%
Atrativos Turísticos
100%
56%
Sinalização
83%
Transporte
Acesso
Resultado Obtido
Figura 25 – Gráfico dos resultados parciais
Fonte: APONTUR SEBRAE
100%
100%
39%
Resultado Esperado
100%
100%
48%
Requisitos Econômicos
0%
100%
80%
Outros Fatores
70%
49
RESULTADO GERAL
100%
62%
Resultado Esperado
0% Resultado Obtido
70%
Figura 26 – Gráfico do resultado geral
Fonte: APONTUR SEBRAE
Diante dos gráficos apresentados nas figuras 25 e 26, pode-se observar o
resultado da avaliação que o esperado era 70% e a nota obtida foi 62%, mostrando
que a Fazenda Padrão e a região ainda tem que se adequar para o ideal
desenvolvimento turístico.
50
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o estudo realizado, pôde-se perceber que, diante de tantas
segmentações, hoje existe um crescimento muito grande para o estudo das
mesmas, causando também a curiosidade de muitos, tanto para estudos quanto
para implantações dessas atividades em empreendimentos já existentes e em
empreendimentos futuros. Nessa pesquisa, foi possível observar claramente qual a
diferença de cada segmento e poder definir qual atividade a ser realizada.
Foi possível analisar que o município de Chapadão do Sul, apesar de poucas
iniciativas para o Turismo até hoje, tem condições de suportar turistas e de oferecer
todos os serviços.
São necessárias algumas modificações com relação à sinalização turística e
marketing turístico, mas o município, pela sua estrutura moderna, e seu potencial de
crescimento tem grandes possibilidades de crescer nesse segmento.
Já na Fazenda Padrão, objeto de estudo desta pesquisa, foi verificado in loco
que não existe um enfoque turístico nas suas atividades, mas que a área que a
fazenda ocupa e com a participação efetiva do proprietário e funcionários, é possível
tornar ela um atrativo turístico para o município, região e, mais a frente,
nacionalmente. As atividades realizadas na fazenda, já são atrativas, visto que
podem ser utilizadas para que o turista possa ver como são realizadas.
Diante do crescimento do Turismo e suas segmentações, as pesquisas
acadêmicas têm crescido muito, o que acaba gerando uma profissionalização no
setor, promovendo a capacitação na área e a busca da sustentabilidade.
O produtor rural, com a instabilidade na economia, gerando dúvida com
relação a sua produtividade acaba por investir no turismo em sua propriedade,
gerando outras fontes de rentabilidade e propiciando conhecimento e lazer a quem o
procura.
Com o crescimento deste segmento, outros produtores resolveram então,
seguir o mesmo exemplo, aumentando sua renda e, consequentemente, gerando
empregos e melhorando a economia do seu município e região, ocorrendo
mudanças organizacionais internas nas propriedades rurais.
Abrir as porteiras para estranhos desfrutarem daquilo que mais se orgulham
não é tarefa das mais fáceis. Atualmente essas dificuldades estão sendo vencidas,
51
com exceção da escassez de recursos monetários e a falta de crença dos agentes
de turismo com relação à prestação de serviços no espaço rural.
Contudo, a participação mais freqüente das entidades governamentais e a
utilização de estudos acadêmicos têm contribuído para o crescimento do
Agroturismo no Brasil.
Pode-se também levar em conta o receio que os próprios produtores rurais
têm com essa atividade nova, onde muitas vezes são comedidos e não querem
arriscar seu negócio que dá certo com uma atividade que possa prejudicar sua
atividade primária, sem perceber que o Agroturismo vem contribuir para um lucro
maior e talvez uma produtividade também maior.
52
6. REFERÊNCIAS
ABAV-MS. Disponível em www.abavms.com.br> Acesso em 03/10/2010.
ALMEIDA E RIEDL, Turismo Rural: ecologia, lazer e desenvolvimento. Bauru,
SP: EDUSC, 2000.
Buenos Aires : CIET - Centro de Investigaciones y Estudios Turísticos, 2001,
Estudios y perspectivas en turismo.
BUSCHMANN, Rubens Carlos. Entrevista concedida em 17/09/10.
Cassilândia. Disponível em www.cassilandia.ms.gov.br> Acesso em 06/05/2010.
CATAI, Henrique (org); Simonato, M. F.; Molina, S. R.; Schnorr, R. T. D. M.; Bulzoni,
M.; Oliveira, E., textos selecionados (organizador Henrique Catai). O Ambiente
Rural é Turístico.
CHAPADÃO DO SUL. Disponível em: <http://www.chapadaodosul.ms.gov.br/>
Acesso em: 03/03/2010.
COSTA RICA. Disponível em: www.costarica.ms.gov.br.> Acesso em 06/05/2010.
FAZENDA PADRÂO. Disponível em: <http://www.fazendapadrao.com.br/>. Acesso
em: 03/03/2010.
Fundação Turismo. Disponível em: www.turismo.ms.gov.br> Acesso em 01/06/2010.
MATO GROSSO DO SUL. Disponível em: <http://www.turismo.ms.gov.br> Acesso
em: 06/03/2010.
Ministério de Minas e Energia – Serviço Geológico do Brasil. Disponível em:
www.cprm.gov.br> Acesso em 24/08/2010.
NOGUEIRA E CARVALHO, Agroturismo: Implantação e Desenvolvimento de
uma Modalidade de Turismo no Espaço Rural. Disponívem em:
http://bdm.bce.unb.br> Acesso em 29/05/2010.
OLIVEIRA, Marcos Orlando. Como implantar o turismo rural em sua fazenda.
Viçosa: CPT – Centro de Produções Técnicas, 1997.
OMT, Introdução ao Turismo / direção e redação Amparo Sancho ; traduzido por
Dolores Martin Rodriguez Córner. – São Paulo : Roca, 2001.
PARRA E SILVA, Revista Científica Eletrônica Turismo – Periodicidade
Semestral, Ano III Ed. 5 – Junho de 2006. Disponível em: http://www.revista.inf.br>
Acesso em 29/05/2010.
53
PERIN, Vera Inez & HOSKEN, Fábio M. Agroturismo – Um Novo Conceito de
Negócio – Viçosa, CPT, 1999.
Portal de Turismo. Disponível em: www.ferias.tur.br> Acesso em 01/06/2010.
PORTUGUEZ, Anderson Pereira. Agroturismo e desenvolvimento regional. 2ª ed.
São Paulo: HUCITEC, 2002.
PORTUGUEZ, Anderson Pereira... [et al.]. Turismo no espaço rural: enfoques e
perspectivas – São Paulo : Roca, 2006.
SCHEIDE, Mario Roberto. Entrevista concedida em 21/10/10.
SEBRAE-PR, APONTUR – Avaliação de Potencialidades Turísticas, 2009.
TROPIA, Fátima. Turismo no meio rural / 2.ed. / Ilustrações de Mirella Spinelli –
Belo Horizonte: Autêntica Editora, 1998. SO p. (Coleção Pequena Empresa, 6).
TULIK, Olga. Turismo Rural. São Paulo: Aleph, 2003.
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Acesso em: 25/09/2010.
ZIMMERMANN, Adonis. Turismo Rural, um modelo brasileiro. Florianópolis. Ed.
do Autor, 1996.
Download

Maria Victoria - Universidade Positivo