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RURAL
Órgão Oficial da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Sáo Paulo - Outubro de 1980.
Qual é a saída?
aCZC XSE201 01159 80
SJSR CO SJXE 162
BRASILIA/DF 162/159 21 1830 AREXP
TELEGRAMA
^
JÚLIO JOSÉ MIRANDA
RUA BOIADEIRA S/NR
POPULINA/SP(15670)
SE. JÚLIO VG 0 CUSTO DE VIDA ESTA REALMENTE ALTO PORQUE 0 BRASIL
PASSOU OS ULTIMAS ANOS SEM GRANDES SAFEAÍ PT E 0_PREGO DOS ADOBOS
ESTA ALTO POR CAUSA DA CRISE DO 'PETROLir PT COM Á AJUDA DE LAVRADORES
COMO O SR E A PRIORIDADE DADA AO SÉTOE 2ÜSAL PELO PRESIDENTE
FIGUEIREDO ESTOU CERTO DE''QUE O CUSTO DE VIDA JA NAO CRESCEkA TANTO
DE 1980 EM DIANTE^ÍPT TENHA CONFIANÇA E NOS AJUDE PT NA QUESTÃO DA
TERRA E PRECISO RESPEITAR SE O DONO QUER PLAKTAR OU CRIAS GADO PT
0 QUE 0 GOVERNO NAO ADMITE E DEIXAR A TERRA PARADA PT CASO O SR NAO
,3!
ENCONTRE, TERRA PARA TRABALHAR AI EM POPULINA TALVES SE INTERESSE EM
INTEGRAR PROJETOS DE COLONIZAÇÃO EM 6l.TRAS> REGOIAS PT NESSE CASO 0
SR PODERIA INFOEMAE-SE HA SECEETARIA DO INCRA EM SAO PAULO PT
OBRIGADO E ESCREVA SEMPRE PT
AMAURY STABILE MINISTRO DA AGRICULTURA
COL (15670)
Está difícil continuar
lavoura. E falta terra.
O Ministro do Agricultura
sugere saído: Amazônia.
HBMI
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M^
A
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A cena é sempire a mesma: tristeza, desolação,
preocupação. A foto de cima
é de uma reunião de parceiros, em Fernandópolis (pág:
3). E a resposta do Governo
costuma ser sempre a mesma: deixar a situação da
terra como está, mexer com
crédito, fazer espalhafato,
propaganda, e dizer que o
Brasil tenvmuita terra nova.
(onde, por Sinal, tem multa
violência, grilagem, e latifúndios ocupados por avião).
O telegrama de cima é do
Ministro da Agricultura, em
resposta a trabalhadores
rurais de Populina.
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Mas 'o Sindicalismo não
concorda com o Governo.
Foi feita uma reunião em
Santa Catarina, sobre
pequena produção, envolvendo a sindicalismo do
Centro-Sul, onde se mostrou que o sindicalismo já
.está buscando novas saídas,
com mobilizações, passeatas, protestos. Indo a Brasília em caravanas, cobrando
do Governo melhores preços, melhores condições
para produzir, e, especialmente, a Reforma Agrária
engavetada há tanto tempo.
Está cheio por aí de latifúndio que não pode continuar. (Veja nas páginas 4 e
5).
0 nosso síndíco/ísmo, reunido
no Su/, mostra que nõo é
preciso ir pura o Amozdnia.
11451 D SJ3X
11451 E SJSR
03/1145
A O P/N/AO DO LEITOR
Mande sua carta para Federação dos
Trabalhadores na Agricultura do Estado
de São Paulo (FETAESP) R. Brigadeiro
Tobias. 118, Sd? andar, conjunto /Jornal
REALIDADE RURAL CEP. 01032.
ZCZC XSK052 00265 60
rio. E ainda mais o Ministro admite ter dúvidas quanto à
expressão Reforma Agrária. Na minha opinião a bandeira do
nosso sindicalismo é a Reforma Agrária, embora lutamos por
uma previdência social efetiva, por melhores preços, e
melhores condições de trabalho e de vida.
POLÍTICA
Este trabalhador
de Palmital só acredita
mesmo na Reforma Agrária
Aos Companheiros,
Estive lendo no jornal Gazeta Mercantil, edição de 27 de
agosto de 1980, uma reportagem do Ministro do Trabalho,
Murilo Macedo. Na qual ele procurava resolver o problema
O atual sistema político que o povo brasileiro está atravessando não permite a Reforma Agrária e nenhuma reforma de
caráter progressista, inicia-se uma abertura no Governo de
João Batista Figueiredo mas ainda muito restrita. Considero
que só conquistaremos a Reforma Agrária quando esse grupo político que detém o poder ceder o lutar para as forças
democráticas e nacionalistas e através de um governo democrático nacionalista, e com a participação da crase operária e
camponeses na vida brasileira, teremos um desenvolvimento
de uma política de independência e soberania nacional.
Antônio Fernandes - sócio do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais de Palmital - S, Paulo.
do bóia fria através da criação das cooperativas de bóias frias
e treinamentos e capacitação nos mane/os com máquinas.
Caro Companheiro Antônio:
Mas dizia o Ministro que nem todos estava contente, alegando que a CONTAG axava péssima a idéia e apresentava
como solução a Reforma Agrária.
Minha posição é de preno apoio à CONTAG, porque a
Sua curta e bonita carta mostra que o trabalhador rural
também sabe pensar muito bem, e sabe o que quer. Certamente muitos companheiros e companheiras vão ler sua carta
e ficarão contentes de ver que tem gente como você, com
coragem de falar e de sustentar uma opinião. Sua carta vai
Reforma Agrária resolve definitivamente o probrema do boia
fria, porque ele deixa de ser boia fria e passa a ser proprietá-
ser um estímulo para mais companheiros e companheiras
escreverem. Escreva sempre, companheiro!
Esse produtor de Apiaí
já não agüenta mais
0 custo do adubo sempre vem só subindo e não dá condições de fazer adubação no caso do feijão milho e outros, etc.
Quando chega o momento da venda não tira o custo desse
plantio.
Prezados companheiros.
E o lavrador acaba não fazendo nada ficando nas piores.
Por meio desta é que venho pedir solução sobre estes difícil problema que nós pequenos agricultores vem sofrendo
com os altos preços de adubo e também inseticida.
No caso do tomate temos enorme prejuízo sobre o alto
preços do fertilizantes inclusive caixas que o ano anterior
custavam no máximo 18 cruzeiros o corte neste ano subiu
mais do dobro chegando para 42 cruzeiros o corte.
E sendo que os produtos levado para mercado no caso do
Ceasa em São Paulo muitas vezes não chega sendo vendido
nem para tirar o custo do Produto com embalagem e mãode-obra.
Então pecamos as nossas autoridades para uma solução
porque o produto depois de pronto para vender não temos
preços, temos que jogar fora.
Sindicalista argentino
conta o que viu no Brasil
Mui estimado amigo e companheiro.
Pela presente quero agradecer-lhe em forma muito especial por todas as atenções dispensadas por você e vossa
organização durante a recente visita reaiizada ao Brasil pela
delegação da CLAT composta dos companheiros Ruy Brito
Pedroza, Carlos L Custer. Ramón Ermácora e o que subscreve a presente, Emílio Máspero.
Realmente foi para mim e para a CLAT um descobrimento
renovado o fato de haver podido entrar em contato direto e
pessoal com a rica e complexa realidade do Brasil e particularmente do Movimento trabalhista brasileiro.
Em todas as partes pude constatar uma consciência cada
vez mais profunda e madura, orientada ao desenvolvimento e
à consolidação de um movimento sindical efetivamente
democrático, seriamente autônomo dos partidos políticos, do
Estado, do Governo, dos patrões e das multinacionais e ao
mesmo tempo criticamente não alinhado com as ideologias
dos grandes blocos imperialistas que hoje disputam a hegemonia mundial e querem também instrumentalizar as organizações sindicais e populares ao serviço de seus propósitos
imperialistas e colonialistas.
Nesse sentido, temos constatado com profunda satisfação
que hoje no Movimento trabalhista brasileiro há realmente
um grande espírito e uma enorme vontade de renovação e
reestruturação nestas mesmas perspectivas que coincidem
finalmente com as mesmas perspectivas pelas quais vem
lutando a CLAT em toda a América Latina há mais de 25
anos.
Quero aproveitar para reafirmar e reiterar a você e à sua
organização que você tão dignamente representa não apenas
minha profunda e pessoal amizade como também sobretudo,
a solidariedade de classe da CLAT e de suas organizações
para que possamos juntos envidar os esforços solidários e
necessários para que o Movimento Sindical Brasileiro alcan-
Pag. 2 RFALIDADE RURAL — OUTUBRO DE 1980
Então pedimos estas providências ao sr. José Meira, presidente do Sindicato Rural de Apiaí, e a direção das autoridade competente: presidente da República e ao Ministro da
Agricultura. E desde já muito agradecido deste seu estimado
e seu amigo. E subscrevo. Felício Franco Belém - Bairro
Pinhalzinho - Apiaí - SP.
Prezado companheiro FeKcio: Em boca fechada nflo entra
mosquito. Mas também não entra comida, não é verdade? t
bom que aquele pessoal do Governo que fica falando em
prioridade para a agricultura tome conhecimento dessa sua
reclamação. Mas foi importante o senhor escrever e contar
sua mágoa. Escreva sempre companheiroI
ce sua mais profunda renovação e reestruturação tal que o
querem e entendem os melhores homens e as melhores
bases do atual Movimento trabalhista brasileiro.
Espero, e assim o decidimos com toda a claridade e energia, que estes contatos não serão os últimos, senão, na prática, o começo de uma cooperação mais fecunda, mais sistemática e organizada entre vocês e nós, com o objetivo de
poder trabalhar juntos para a mesma libertação pessoal e
coletiva de todos os trabalhadores, de todas as formas de
exploração, de injustiça, de desigualdade, de manipulação e
de repressão.
Na esperança de podermos voltar a encontrar para aprofundar nossas relações, nossos conhecimentos e nossa cooperação, saúdo a você e a todos os companheiros e companheiras de sua organização.
Mui fraternalmente,
Emílio Máspero - Secretário Geral da Central Latinoamericana de Trabalhadores (CLAT) - Caracas. Venezuela.
v.^
-?.
TELEGRAMA
EVALDO DATISTA SAMCHES
CóRREGO MAIEIRA
SITIO SANTA KARIA
POPULIUA/SP(1567 0)
V
SE EVALCO V3 0 TRABALHO NA TESSA E LEALMENTE TLFICIL MAS TA;:2E. E
MUITO IMPORTANTE PT 0 PRESIDENTE FIGUEIREDO DECIBIU DAR PRIORIDADE
AO DESEIIVGLVIIíEKTO DA AGRICULTURA PT TC:í;íA COSFIANCA QUE NOS PRóXIMOS
ANOS A SITUAçãO DEVERA MELHORAR TANTO EM TERMOS DE CREDITO COTO
FACILIDADES PARA 0 CAMPO DE INSUKOSJET-MELHORIA DA REMUNERAçãO DOS
LAVRADORES PT CONTINUE TRABALHANDO A TERRA QUE O PAIS PRECISA DO
SENHOR PT ODRIGADO ET ESCREVA SEMPRE PT
AMAURY STA3ILE MINISTRO AGRICULTURA PT
COL (15670)
11451 P SJSR
11451 E SJSIi
Nossa homenagem a este
companheiro de Populina,
que escreveu ao Ministro
No dia 12 de outubro de
1979 o homem da foto escreveu a seguinte carta ao
Ministro da Agricultura:
"Sr. Ministro da Agricultura,
Cada vez que preçizamos conçultar com um médico o dinheiro é de 6 sacos
de milho para pagar a conçulta, nós trabalha sempre
sem resultado, ficamos
sempre com falta de recursos. Sempre esperando que
as coisa melhora mais
muitas famílias já se obrigaram a ir para a cidade,
está acabando os homens
da roça. Populina,
12/10/79 - Evaldo Batista
Sanches".
E lá pelo dia 15 de abril
deste ano, ele recebia a
resposta do Ministro da
Agricultura, Amaury Stabile, através de um telegrama chôcho demais
para as esperanças da nossa gente:
"Sr. Evaldo. O Trabalho
na terra é realmente difícil
mas também é muito importante. O presidente Figueiredo decidiu dar prioridade ao desenvolvimento da
Agricultura. Tenho confiança de que nos próximos
anos a situação deverá melhorar tanto em termos de
créditop como facilidades
para o campo de insumos e
melhoria da remuneração
dos lavradores. Continue
trabalhando a terra que o
País precisa do senhor.
Obrigado e escreva sempre.
Amaury Stabile, Ministro
da Agricultura.
Isso toda a vida a gente
ouviu.
Mas Evaldo, apesar disso, continuava na esperança de uma Reforma
Agrária e de dias melhores. Casado, pai de 5 filhos, com 31 anos, ele re-
ELEIÇÕES
EM SINDICATOS
Novas Diretorias:
Durante o mês de setembro tomou
posse, no dia 21, a nova Diretoria do
Sindicato de Olímpia.
Para o mês de outubro estão programadas eleições nos seguintes Sindicatos:
18 e 19 de outubro - S.T.R. de São
Carlos
25 e 26 de outubro - S.T.R. de Sorocaba
ooooc
SJSS 00 SJXR 094
EEAGILIA/DF 94/87 09 1110 ASEXP
25 e 26 de outubro - S.T.R. de Porto
Feliz
Destacamos a noticia da filiação à
FETAESP do S.T.R. de Itapetlninga,
aprovado em reunião de nossa Diretoria a 16/09/80 que recebeu o n« de
matricula 126.
DEPARTAMENTO DE
ORIENTAÇÃO SINDICAL
DOS
FETAESP
sidia em Córrego Emerenciana, em Populina. Sindicalista de fibra, ele também esquentava as reuniões da Comissão de Pastoral da Terra (CPT). E,
para tristeza do nosso Sindicato em Populina, onde
era o sócio n' 82, ele faleceu repetinamente no dia
24 de setembro.
Ele era uma grandepromessa para o nosso pessoal de lá.Mas, ao contrário, lá se foi ele para as
terras do outro mundo,
onde, felizmente, não tem
latifundiário, multinacional, usineiro, malandragem de governo, essas
injustiças todas. A ele,
nossas homenagens.
RURAL
Diretoria
Roberto Toshio Horiguti
Presidente.
Francisco Benedito
Rocha
Secretário Geral.
Mário Vatanabe
1' Secretário
Emílio Bertuzzo
2' Secretário
Orlando Izaque Birrer
Tesoureiro Geral
José
Bento de Santi
l9 Tesoureiro
Antônio David de Souza
2' Tesoureiro
Editor Responsável
José Carlos Salvagni (SJP
5177)
Relações Públicas ■
João Ferreira Neto
Rua Brigadeiro Tobias,
118, 36? andar - Conj.
3.607
CEP 01032 Telegráfico:
FETAESP
- Telefones: 228-983?
228-9353 - São Paulo - •
End.
Cga»oaa < «npnuo «■ 0>ici«u D,
PARCBROS ANGUSTIADOS
A OPINIÃO DA FETAESP
)
O passo que falta
Secretaria da Agricultura faz plano de trabalho.
Parceiros de fernondopofís
se reúnem buscando saídos
Vale a pena ler este relatório. Ele conta como
foi o bate-papo no Sindicato de Fernandópolis,
no dia 14 de setembro, com parceiros, sobre as
suas condições de vida e sobre o que os parceiros
querem que mude e melhore.
Ao encontro compareceu o companheiro José
Antônio Pancotti. assessor jurídico da Fetaesp.
Eis o relatório.
AS QUEIXAS DOS PARCEIROS
Iniciando a reunião o Presidente do Sindicato Mário Vatanabe, expôs rapidamente o
porque da reunião e da necessidade de se fazer alguma coisa com vistas a frear a atual situação das parcerias, devido a qual cada ano
os patrões vem reduzindo as parcelas cabíveis
aos parceiros, contrariando inclusive o Estatuto da Terra.
Feito isto os presentes em número de 43
parceiros foram repartidos em 5 grupos para
discutirem os problemas mais sentidos nas
parceiras.
Principais Problemas das Parcerias Sentidos pelos Parceiros:
1) Toco café a 40% e ainda tenho que pagar
o adubo.
2) Fiz contrato de Parceira de 1 ano - toco
café a 35%, pago o adubo, e ainda cobrou
juros.
^
3) O patrão quiz me obrigar a vender o café
para ele.
4) Combinamos de que o Patrão reformaria
a casa tpdo ano. Dos 5 anos que moro lá, só
reformou uma vez antes de mudar.
5) Toco café a 40% ele quer abaixar para
35% e ainda cobrar 3 sacos por cada 1.000 pés
de café para pagar o adubo aplicado.
6) Toco café a 35% e pago 7% para secar o
meu café.
7) Toco café a 40% e pago o adubo, o café
todo vai para a tulha do patrão. No terreiro
quando reparte a renda é maior do que a da
venda e ainda ficam 2 sacos na tulha para segurança, se por acaso houver quebra.
8) O patrão dá um prazo de 30 dias para fazer toda colheita.
9) Lá na colônia onde moro a reforma da
casa, banheiro, instalação de luz é tudo por
minha conta.
10) Tinha 3/4 de roça e agora vão plantar
café.
11) O patrão não dá roça.
12) No preço que tá o adubo se a roça vai
bem, não tem problema, mas se não dá produção, não paga nem o adubo.
13) Tenho contrato com o Patrão, mas não
cumpnu o contrato na questão de assinar o
financiamento e até hoje não deu.
14) Se for só para tocar café, não dá para
pagar as despesas.
15) Para "puxar" o café, tenho que pagar o
frete meu e do patrão.
16) O Patrão faz financiamento no Banco
mas não dá para os Parceiros, com esse dinheiro compra gado ou fazenda.
17) Esse ano não deu produção, só deu para
pagar o adubo.
18) Não tem adubo, não faz financiamento,
não arruma dinheiro.
19) Fiz corte e a desbrota por minha conta e
foi combinado que não pagaria o adubo, agora o Patrão quer cobrar o adubo.
20) 35% de porcentagem é muito pouco, é o
mesmo que morar na cidade.
21) O meu contrato termina no ano que
vem. O proprietário disse que só vai querer alguns parceiros, eu e um outro companheiro,
ele não vai querer porque no contrato passado
era 50% depois ele queria abaixar a porcentagem para 35%. Foi demandado. Eu e meu
companheiro ganhamos a demanda e por isso
o proprietário ficou com raiva e disse que assim que terminar o contrato a gente via ser
mandado embora.
22) O café não é bom e tem que ter bom trato, os parceiros não agüentam as despesas.
OS DIREITOS DOS
PARCEIROS
Após este plenário, houve uma exposição
sobre o que diz a lei em termos de direito do
trabalhador na parceria o Que foi feito pela
Dra. Lúcia.
Aspectos abordados:
a) Nenhuma parceria pode ser a menos de
50% , porque os patrões geralmente não dão o
maquinário e outros equipamentos previstos
em lei.
b) Só se paga adubo se for combinado no
contrato.
c) Nenhum contrato pode ser inferior à 3
anos.
d) A partilha do café tem que ser feita em
lugar anteriormente combinado.
e) Se o patrão dá roça no primeiro ano, não
pode tirar nos outros anos.
J) Tudo o que foi combinado no começo
não pode ser mudado.
Depois disto houve uma complementação
do Presidente do Sindicato sobre alguns pontos que ficaram em dúvida.
Finalizando houve a intervenção do Dr.
Pancotti da Fetaesp para esclarecer melhor a
questão da partilha dos frutos.
Depois do almoço o Dr. Pancotti da Fetaesp fez uma exposição sobre política agrícola e problema agrário no Brasil.
Alguns pontos enfocados:
a) Boa safra - produtos não tem preço.
má safra - produtos tem bom preço,
b) Os grandes proprietários tem financiamento fácil. Os pequenos proprietários não tem
financiamento.
c) Assistência técnica dos agrônomos só
chega aos fazendeiros
d) Preços mínimos - Conter inflação - mas
passando pelos intermediários até ao consumidor os preços estão altos.
e) Grandes empresas produzem para exportar para pagar a dívida externa. Governo não
se preocupa em produzir alimentos aos brasileiros.
Problema Agrário:
a) Os trabalhadores estão deixando a roça
para morar na cidade.
Errar é humano. Mas continuar no
erro é burrice.
O Governo, por exemplo, está disposto mesmo a levar adiante a sua
intenção de "modernizar" o latifúndio, a
grande fazenda ineficiente. Também
está disposto a continuar exportando ao
máximo possível, mesmo sabendo que
está faltando comida aqui dentro do
Brasil - e prova disso são as constantes
e vergonhosas importações de produtos
alimentícios, como leite em pó, feijão,
arroz, alho, etc.
Até parece a história do gigante com
cérebro miúdo...
O latifúndio é a praga que está acabando com o Brasil. É como o carrapato
que suga o sangue do boi. Continuar
sustentando o latifúndio é um crime,
contra o trabalhador rural e contra o
povo brasileiro.
A FETAESP acompanhou a palestra
do Secretário da Agricultura, Guilherme
Afif Domingues, na Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa, no
dia 1o de outubro. Nesta palestra, tomamos conhecimento de que a Secretaria
pensa, finalmente, tornar-se útil também
ao pequeno produtor. Pretende-se além
disso, controlar a expansão da cana,
para que ela não tome terras dos produtos tradicionais. Pretende-se implantar
um plano para produzir borracha...
Mas pretende-se também que o
pequeno produtor tenha acesso às pesquisas que são feitas em órgãos públicos, pois até agora só foram úteis aos
grandes.
Seria uma boa noticia, pois a Secretaria da Agricultura não apenas tem sido
b) As terras de arrendamento estão sendo
substituídas por pastagens.
i
c) Concentração da terra.
Depois desta palestra do Dr. Pancotti, os
parceiros voltaram novamente aos seus grupos para discutirem sobre como proceder
para combater esses problemas.
Conclusões dos grupos:1) O que resolve é todo mundo se sindicalizar, e se unir para ter força de exigir novas
leis.
2) Tem que começar a lutar para todas as
parcerias ser de 50%.
3) Precisa ter uma terrinha para produzir as
coisas que consome em casa.
4) Tem que continuar a fazer reuniões para
estudar os problemas.
5)Temos que lutar para conseguir terra. Fazer Reforma Agrária.
Opinião
de caboclo
Compadre Belarmino
Queixa-se sempre de que
Nhá Zéfa anda com minhoca na cabeça.
Não a minhoca, aquela
que os pescadores costumam banhar na ponta do
anzol.
A minhoca de Nhá Zéfa
é diferente; é como bicho
de goiaba que vai furando
o miolo e nunca para.
Maldita minhoca, chamado "bigato".
Nhá Zéfa entende que
compadre Belarmino vai
pouco útil a nós até agora, como também os Secretários da Agricultura não
costumam ficar muito tempo no cargo.
No atual Governo, Afif Domingues é o
terceiro a ocupar o cargo, em apenas
um ano e meio.
Mas o chato é que o plano é furado, e
isso causou até uma discordância entre
a FETAESP e o Secretário, na ocasião.
O Secretário parece estar cheio de boas
intenções, mas o plano é furado, porque não aumenta o número de extensionistas que vão fazer o trabalho ao lado
do homem do campo, ensinando novas
técnicas, ensinando novas opções econômicas para o uso da terra (se possível, sem empurrar adubo ou agro-tóxicos), mostrando como administrar
melhor a pequena unidade de produção.
De mais a mais, a situação dos parceiros é muito difícil e delicada, no atual
momento. Exige maior atenção.
O Secretário disse que a Secretaria
da Agricultura divulgará um telecurso
rural, informou que a Secretaria dará
importância ao preparo de mão de obra
assalariada, etc.
Isso é importante. Mas tem coisa muito mais importante a ser feita.
O atual plano é furado, não tanto por
culpa da Secretaria da Agricultura, mas
sim do Governo Federal. Sem uma
Reforma Agrária que acabe com o latifúndio e aumente tremendamente a produção através do pequeno produtor
(que é capaz disso), nenhuma solução
será válida e definitiva para o Brasil. E'
os problemas sociais continuarão
aumentando como bola de neve.
6) Fazer abaixo assinado com todo mundo e
mandar ao presidentie.
7) Saber a opinião dos companheiros de todos os lugares.
8) Acabar com os intermediários.
9) Unir também com a Igreja e chegar até o
governo para exigir uma solução.
10) Transmitir as idéias aos outros.
Depois desta colocação dos resultados dos
grupos foi feita uma rápida avaliação dos resultados e viu-se cpe foram' levantados muitos
pontos de importância vital. Foi dada a palavra aos parceiros para escolherem o assunto
principal de todos os levantados para ser melhor discutido na próxima reunião. Foi escolhido o assunto que fala sobre "passar as parcerias a 50%" para discutir sobre ele e ver o
que é possível fazer.
Tendo chegado a um acordo sobre o assunto da próxima reunião foi encerrada esta.
A minhoca
ao Sindicato, todo dia,
com segundas intenções...
E pergunta ' 'o que é que
as outras tem que eu não
tenho?"
— E besteira sua, Nhá
Zéfa; lá não há nada; você
duvida? Basta ir junto,
participar também do Sindicato.
A integração da família
na vida sindical e muito
importante, Nhá Zefa; é
indispensável.
Vá láprá ver, sua boba.
J.F.N.
REALIDADE RURAL — OUTUBRO DE 1980 Pás. 3
EM SANTA CATARINA
EM PERNAMBUCO
Quatro dias trocando idéias
para salvar a lavoura dos
nossos pequenos produtores
250 mil
canovieiros
fizeram greve,
na lei e na paz
O Secretário Geral da nossa CONTAG, Gelindo Zulmiro Ferri, disseque o Gover~
no não se importa com memoriais de documentos. E preciso o sindicalismo encontrar novas maneiras de agir. E a FETAÊSP sugeriu que, no próximo ano, o nosso sindicalismo
forme caravanas de vários Estados para mostrar seu descontentamento em Brasília, e/ormar mais Núcleos Sindicais. O companheiro Aparecido de Souza Dias, assessor da
FETAESP, esteve em Santa Catarina e conta o que viu e ouviu.
Após alçum tempo, marcaçjo por situações pontilhadas por altos e baixos, o Movimento Sindical de Trabalhadores Rurais, encontra-se
diante da necessidade de rever suas posições até então
adotadas.
Uma análise do sitema da
"POLÍTICA AGRÍCOLA",
atualmente responsabilizada
pela alta taxa de inflação;
dar um novo enfoque ao trabalho de campo; proceder
uma avaliação global dos
problemas básicos de cada
setor da agricultura, abranPendo: Preços Mínimos e
tecos dos Insumos; Comercialização; Política de Crédito; Produtos de Exportação e
Produtos de subsistência;
Proálcool; A Grande Propriedade e a Propriedade Familiar; levou dingentes sindicais a se reunirem na cidade
de Florianópolis.
O encontro preocupou-se
também, com a troca de experiência dos participantes,
como um dos fatores que levam ao desenvolvimento do
sindicalismo dos trabalhadores rurais brasileiros.
Pelo fato de que na região
Centro-Sul concentra-se o
maior contingente de pequenos produtores, escolheu-se
o Estado de Santa Catarina
para abrigar os participantes,
nas acolhedoras dependências do Centro de Treinamento da FETAESC. O encontro, patrocinado pela
Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Agricultura - Contag -, realizou-se nos
dias 23 á 26 de setembro próximo passado.
Do Estado de São Paulo,
estiveram presentes os companheiros Roberto Toshio
Horiguti, presidente da Federação, um assessor e os companheiros representantes dos
Sindicatos de Adamantina,
Rancharia, Penápolis, Santa
Fé do Sul e Guapiara.
ASSIM ACONTECEU O ENCONTRO
Contando, ainda, com a
participação dos Estados de
Mato Grosso do Sul, a mais
nova Federação de trabalhadores rurais, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do
Sul, o encontro desenvolveuse no sistema de painéis, formados pelos participantes,
trabalho de grupo e plenário.
Na abertura, o companheiro Gelindo Ferri, Secretário
Geral da Contag, observou
em sua mensagem, "que
todo o esforço dos Sindicatos
no sentido de elaborar documentos baseados nas realida- ;
des concretas dos trabalhadores rurais, principalmenteno çiue se refere a Política
Agrícola e Econômica Governamental que vem marginalizando a classe dos pequenos produtores e o encaminhamento de Memoriais às
autoridades, não tem produzido resultados satisfatórios,
uma vez que os nossos reclamos não estão sendo ouvidos
pelos dirigentes da Nação. É
de fundamental importância
que estejamos atentos às justas reivindicações da categoria, para que no futuro, não
sejamos responsabilizados
pela nossa consciência, por
omissão no cumprimento da
parte que nos cabe".
Nos painéis, linguagem
simples, mas de substancial
conteúdo e baseada nas realidades do dia a dia de cada
painelista.
Não faltaram colocações
chamando á realidade para
o papel que os Sindicatos
vem desempenhando, cada
vez mais preocupados em
analisar como vem sendo
conduzido o sistema de Política Agrícola e Econômico,
atualmente adotados.
Observou-se que, no setor
agrícola, está acontecendo
igual a doença que "quanto
mais se come mais emagresse", referindo-se aos incentivos fiscais, carreados para os
produtos de exportação.
Outro ponto comum defendido pelos painelistas:
"não adianta nada martelar
por uma política agrícola de
desesperos e de tapa buracos, enquanto que a questão
fundamental está na realização de uma Reforma Agrária
ampla, e com a participação
dos principais interessados,
os trabalhadores rurais".
Se a Reforma Agrária não
acontecer, a nossa agricultura tende a morrer nos próximos anos, pois, somente as
pessoas idosas é quem ainda
teima em continuar labutando a terra, enquanto que os
jovens fogem para os centros
urbanos já saturados.
•
Não é com uma agricultura deficiente que sonhamos
para o Brasil do futuro, mas
com uma Nação auto suficiente, capaz de satisfazer todas as necessidades do povo
brasileiro.
Outro ponto de estrangulamento, é que a Política
Econômica beneficia as indústrias de insumos, que dita
as normas e os preços de
Pág. 4 REALIDADE RURAL — OUTUBRO DE 1980
acordo com as suas necessidades, tanto na venda dos
seus produtos, quanto nas
compras das safras agrícolas,
desprezando as possibilidades da nossa agricultura. E
nesse sentido, os financiamentos para custeio, força o
uso de insumos, quando o
Banco faz exigências da
apresentação de notas fiscais
para liberar o dinheiro.
O Proálcool, não deve ser
apenas mais um meio para
acabar com a nossa fauna e a
nossa flora, como vem ocorrendo nas demais Usinas,
servindo de fonte poluidora
do meio ambiente. Portanto,
sentimos a urgente necessidade que as autoridades governamentais proceda uma
revisão na Política do Proálcool.
MOBILIZAÇÕES
Foi um acontecimento importante: haviam quase 80 participantes, dirigentes sindicais e assessores, dos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
Troca de idéias, experiências e compromissos, para mudar essa situação lastimável. Antes desse
Encontro, a CONTAG já havia promovido o Encontro Nacional dos Assalariados Rurais, em Pernambuco (14/19 agosto) e o Encontro Nacional dos Posseiros, em Brasília, no fim de agosto e
início de setembro.
Debates extensos, analisando situação de produtos e a situação
da lavoura em geral. Modelo econômico não serve para nós.
Do Estado do Paraná, relatos sobre a reivindicação
dos pequenos proprietários,
desafojados de suas terras
?iara a construção da Usina
taiupu Binacional, e como
se processou a mobilização
dos interessados, a tomada
de posição, e após o décimo
quarto dia de acompanhamento diante dos escritórios
da empresa, conseguiram
reajustamento de 100% nos
preços estabelecidos para o
hectare de terra, quando da
desapropriação para construção da Usina.
Em Santa Catarina, os fornecedores de leite do Vale do
Itajaí, após um período de
seis meses sem ver dinheiro,
resolveram paralisar a entrega do produto, ação que durou alguns dias, com resultados razoáveis. E ainda,
verificando-se prejuízos para
os cofres do Sindicato, na
manutenção de convênios
para assistência médica e
odontológica, é denunciado
o convênio, devolvendo-se
os equipamentos ao Instituto
de Previdência, em seguida a
decisão dos trabalhadores
reunidos em assembléia no
Sindicato.
Dentre as mobilizações
ocorridas, vale resssaltar a
do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibirubá, no
Rio Grande do Sul, em protesto pela retirada do convisco do soja. Várias reuniões
com pequenos agricultores,
assembléias no Sindicato,
motivação pela imprensa falada e escrita, e o Sindicato
consegue paralisar a cidade
durante a sua manifestação.
Um total de 1.200 tratores
agrícolas desfilam pelas ruas
portanto faixas e cartazes,
numa marcha organizada e
pacifica, conseguindo levar o
seu recado e mostrando o
aue é possível fazer a partir
da união da categoria.
O segundo painel realizado, mostrou que apesar da
preocupação assistencialista,
podemos' contar também,
com ótimas realizações no
campo da Política Sindical, e
principalmente, uma organização bem definida do movimento dos trabalhadores rurais.
As experiências de mobiliA TOMADA DE
zações iniciaram-se pelo Estado de São Paulo. Na época
\ POSIÇÃO
da colhçita do amendoim,
O encontro, mostrou que a
organizou-se uma caravana
Política Agrícola e Econômicomposta de cinco ônibus,
ca ora mantida pelo governo,
duzentos trabalhadores runão serve para o pequeno
rais viajaram para Brasília, e
produtor. E necessário porno auditório da Contag, com
tanto, a urgente mudança do
a presença do Sr. Ministro da
sistema no setor da agricultuAgricultura, protestaram
ra, para não sofrermos concontra o preço mínimo ofeseqüências desastrosas no furecido para o produto,
turo.
provando-se através de lePara alcançar essa meta.
vantamento de custos de
produção que os prejuízos
aos pequenos agricultores
era inevitável, se mantido os
níveis de preços para comercialização. Na cidade de Presidente Prudente, defendendo a mesma causa, os pequenos produtores procederam
uma concentração, e em seguida, uma passeata com a
participação de um grande
número de pessoas.
Realizou-se também, em
Andradina, uma concentração para reivindicar solução
para a Fazenda Primavera,
onde aproximadamente trezentas famílias, defendem os
seus direitos pela posse da
terra. A propriedade foi recentemente desapropriada
para fins de Reforma Agrária, trazendo às famílias esA delegação de S. Paulo: além da FETAESP, Sindicatos de
peranças na solução do
Adamantina, Rancharia, Santa Fé do Sul, Guapiara e Penápolis.
problema.
os representantes do Estado
de Sao Paulo, levando em
consideração os objetivos
que se deseja alcançar em
benefício de todos, e principOalmente dos trabalhadores rurais, assumiu o compromisso de: - a) Lutar pela
democracia com uma Assembléia Constituinte e com
a Reforma Agrária, anseio
de todos os trabalhadores rurais; b) Promover reuniões
de grupos regionais,
realizando-se assembléias estaduais para tomada de posição, sempre que necessário;
c) Ampliar o número de delegados sindicais ou núcleos
sindicais, buscando maior
aproximação com os traba-
lhadores rurais; d) Promover
outro "FÓRUM" de debates
sobre o Proálcool, juntamente com outrçs Estados interessados; e) Proceder manifestações de solidariedade às
lutas dos trabalhadores de
todo o País; f) Manifestações
contra atos de violência e o
terrorismo.
Enfatizando que,, através
de caravanas conduzindo os
trabalhadores rurais até a
CapitalFederal, tem-se a
possibilidade em fazer com
que o próprio homem do
campo, na sua simplicidade,
mantenha diálogo direto
com as autoridades constituídas, definiu-se organizar,
para o próximo ano, novas
caravanas, a fim de manifestar sobre uma urgente mudança na Política Agrícola e
Econômica, buscando-se valorizar mais o pequeno produtor, ao invés de dar ênfase
ao produto de exportação e
de injetar mais dinheiro com
incentivos para os latifúndios
aumentando a concentração
de riquezas.
Ao final, foi redigido um
Manifesto de Solidariedade
aos trabalhadores da Lavoura Canavieira do Estado de
Pernambuco, em greve na
ocasião, que levou as assionaturas de 40 participoantes
do encontro.
Quem aceífa a sugestão do
Ministro de ir à Amazônia?
TELEGRAMA
JÚLIO JOSÉ I-5IRANDA
RUA BOIADEIRA S/NR
POPULINA/SP(15670)
SR. JÚLIO VG 0 CUSTO DE VIDA ESTA REALMENC5 ALTO PORQUE 0 BRASIL
PASSOU OS ULTIMAS ANOS SEM GRANDES SAFRAF PT E 0^PREGO DOS ADOBOS
ESTA ALTO POR CAUSADA CRISE DO PETROLir PT ÇOH A AJUDA DS LAVRADORES
COMO 0 SR S A PRIORIDADE DADA AO SETOR RURAL PELO PRESIDENTE
FIGUEIREDO ESTOU CERTO DE7QUE 0 CUSTO DE VIDA JA MA0 CRESCERA TANTO
DE 1980 EK DIANTE^T TENKA CONFIANÇA E NOS AJUDE PT NA QUESTÃO DA
TERRA E PRECISO RESPEITAR SE 0 DONO QUER PLANTAR OU CRIAR GADO PT
0 QUE 0 GOVERNO NAO ADMITE E DEIXAR A TERRA PARADA PT CASO 0 SR NAO
ENCONTRE TERRA PARA TRABALHAR AI EM P0PULINA TALVES SE INTERESSE EM
INTEGRAR PROJETOS DE COLONIZAÇÃO EM 6tTRAS REGOIAS PT NESSE CASO 0
SR PODERIA INFORMAR-SE NA SECRETARIA DO INCRA EM SAO PAULO PT
OBRIGADO E ESCREVA SEMPRE PT
AMAURY STABILE MINISTRO DA AGRICULTURA
Trabalhadores rurais da Alta Araraquarense resolveram no ano possado escrever
cartas ao Presidente Figueiredo e a outros
Ministros, mostrando a dificuldade de viver
na roça hojee a falta de terras. Aos poucos,
as respostas começaram a aparecer.
Os telegramas do Ministério da Agricultura, por exemplo, refletem bem a mentalidade
que sempre houve naquele Ministério: nada
de mexer nos latifúndios. Quem quiser terra,
que aceite mudar-se para outras áreas, ou se-_
ja, a Amazônia.
Uma das respostas, a que REALIDADE
RURAL teve acesso, é para Durval Libarino,
um companheiro volante da Populina.
Diz o telegrama do Ministro (cópia na foto
acima):
"O homem da lavoura é realmente a mola
do mundo. O Sr. Tem razão e o Governo
também acha isso. Dai porque o Presidente
Figueiredo decidiu dar todo o apoio à agricultura e esse apoio também vai representar
melhoria de vida para os lavradores como o
sr. e tenha certeza de que o problema dos
boias-frias também está sendo estudado. Se
aí na região não tem mais terra, quem sabe o
sr. se interessa em integrar-se em projetos de
colonização e assentamento de lavradores em
outras partes do Pais. Se o Sr. quizer informações sobre o assunto, entre em contato
com o escritório do Incra em São Paulo. Escreva sempre, muito obrigado.
Amaury Stabile - Ministro da Agricultura".
Quem aceita ir para a Amazônia e deixar
os latifundiários tornar conta das terras aqui?
Os usineirós de Pernambuco não acreditavam que os 250
mil canavieiros da Zona da
Mata vinculados a 42 Sindicatos de Trabalhadores Rurais,
fossem capazes de se unir para
exigir maiores salários e melhores condições de trabalho.
Os usineirós pensavam que o
trabalhador so presta pra trabalhar e baixar a cabeça. Pensavam que ele não sabe buscar
o seu direito.
Mas os usineirós se enganaram. Os trabalhadores rurais,
unindo os 42 Sindicatos de
Trabalhadores Rurais da
Zona da Mata, Fizeram una
greve legal no fim de setembro, e deram a todo o País
uma bonita lição de bom senso, de calma, de controle, de
equilíbrio, e, especialmente,
de muita firmeza.
£ tem mais: foi uma greve
que o povo viu com muita sim-
patia. Todos entendiam que,
de fato, o trabalhador rural
não pode ficar só lamentando,
lamentando. E foi tanta a simpatia do povo da cidade para
com a greve dos canavieiros,
(fie, além da Igreja, um grande número dê Sindicatos da cidade, e outras organizações,
de professores, de pesquisadores, de estudantes, arrecadou
dinheiro para o fundo de greve
dos canavieiros.
Em São Paulo, a FETAESP
e o nosso sindicalismo se mobilizaram para obter dinheiro
para os canavieiros, inclusive
vendendo o Realidade Rural.
Além disso, organizações diversas prontificaram-se a levantar fundos. E o próprio
Presidente da FETAESP, Roberto Toshio Horiguti, esteve
em Pernambuco, acompanhando as negociações. Outros dois dirigentes urbanos
Desenho — Boletim da CPT
paulistas também foram lá levar a solidariedade do sindicalismo urbano.
A GREVE ERA LEGAL.
MAS A POLÍCIA NÃO
SABIA DIREITO.
A violtacia por parte dos
patrões foi muito grande contra os trabalhadores. A verdade é que a greve pegou os usineirós de surpresa. A cana por
cortar, os usineirós desesperados serviam-se de capangas
com armas á vista para intimidar os trabalhadores e
forçá-los a trabalhar. E em
muitos lugares a própria polida ajudou os patrões, ela que
devia garantir o direito aos
trabalhadores de parar, já que
a greve era legal, e a escravidão acabou ha muito tempo.
A própria FETAESP enviou telegrama ao Ministro da
Justiça, Abi Ackel, pedindo
garantias para o exercício pleno do direito de greve. E em
Pernambuco uma comissão de
dirigentes sindicais conversou
com o Secretário da Segurança pedindo mais energia da polícia contra a violência dos patrões e as armas à vista. A resposta do Secretário não foi
muito animadora, no entanto,
dizendo ele que se os capangas
tinham porte de arma, a policia não tinha o que fazer...
No dia 30 de setembro a
greve acabou, com o julgamento do Tribunal Regional
do Trabalho (TRT) concedendo o reajuste doINPEC,mais
4% de produtividade. As negociações entre os nossos Sindicatos e os patrões foram extensas e levaram apenas a um
acordo parcial.
O começo da greve foi em
São Lourenço da Mata e Paudalho (25 de setembro), que
contam com um excelente quadro de delegados Sindicais. Alguns dias depois a greve
abrangeu os outros 40 Sindicatos da Zona da Mata.
Sem dúvida, uma vitória do
nosso Movimento Sindical em
Pernambuco.
Em Minas 5.000 pararam também
Em Passos, Minas Gerais,
a 60 quilômetros da fronteira
com SãoPaulo, na região de
Ribeirão Preto, no dia 2 de
outubro ocorria um fato importante para o nosso Movimento Sindical em Minas:
5.000 canavieiros, que trabalham nas usinas Rio Grande e
Açucareira, decidiram parar
por conta os trabalhos a fim
de exigir um aumento no ganho e melhores condições de
trabalho e de transporte.
Foi uma surpresa. Em Minas Gerais nenhum Sindicato, como conta a nossa Federação nesse Estado, faz ainda
campanhas salariais. E conforme o presidente da Federação mineira (FETAEMG),
André Montalvão da Silva, a
paralização "foi um movimento que superou tudo o
que se possa imaginar em
termos de organização por
parte dos próprios trabalhadores".
A Federação mineira e o
Sindicato em Passos logo foram prestar assistência aos
trabalhadores, que tinham o
aumento e as outras reivindicações.
Começou no dia 2, quintafeira. A noite desse mesmo
dia a Câmara Municipal de
Passos ouviu os trabalhadores e prestou total apoio à
paralização. No dia seguinte,
sexta, às 4 horas da tarde, os
trabalhadores e os patrões se
sentaram na mesa para negociar. As duas usinas são propriedade de uma mesma empresa (a que fabrica o fermento Itaiquara). As negociações nesse dia não deram
certo. Recomeçaram então
no dia 4, sábado, às 4 da tarde. A FETAEMG e o Sindi-
cato de Passos prestando assistência aos nossos canavieiros. As negociações foram
até as duas da madrugada,
mas das 12 reivindicações
dos trabalhadores, 10 foram
acatadas pelos patrões.
nhos atuais; transporte exclusivo de ônibus e não mais
caminhões; e, finalmente, estabilidade para os 21 canavieiros que fizeram parte da
Comissão de Negoaição. Ou
seja, os 21 não podem ser
As três principais são: 40% ' desperdidos.
de aumento em cima dos gaEm conseqüência, o traba-
lhador passou a ganhar Cr$
75,60 por tonelada de cana,
quando ganhava só 54,00. E a
tarefa subiu para 112,00.
Segundo a nossa Federação em Minas, a paralização
dos trabalhadores contou
com total apoio em Passos.
As duas usinas têm juntas
14.000 hectares.
Pouca Vergonha!
No dia da audiência de conciliação, em
12 de setembro, na nova sede do Tribunal
Regional do Trabalho (TRT), a Federação dos patrões (FAESP), mandou apenas seus advogados conversar conosco,
enquanto que os dirigentes da FAESP, segundo os advogados, foram participar da
festa de inauguração de uma usina de álcool em Junqueirópolis.
Com todo o respeito aos advogados da
FAESP, será que não merecíamos um
pouco mais de respeito por parte da Federação dos patrões?
A data do julgamento do nosso dissídio,
pela TRT, ainda não foi marcada.
REALIDADE RURAL — OUTUBRO DE 1980 Pág. 5
MURAL
RAIO MATA JOVEM EM ITAPETININGA
Jorge Rodrigues Sampaio, tinha apenas 19
Surgiu um temporal, com fortes trovoadas e
anos. No dia 10 de setembro ele foi capinar muita chuva. Jorge abrigou-se rapidamente
numa lavoura da Fazenda Santo Antônio, no embaixo de um coqueiro, levando junto a enxaBáirro do Pinhal, onde ele era empregado.
da. Então um raio o atingiu, matando-o, conforme conta o nosso Sindicato em Itapetininga.
CONTAG DENUNCIA JUÍZA PARCIAL
E COMPROMETIDA
A nossa CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) e às
21 Federações estaduais de Trabalhadores
rurais reuniram-se recentemente em Brasília. Entre outras deliberações, elas resolveram expressar seu total apoio e solidariedade as 200 famílias de posseiros que ocupam o
imóvel ("Santana dos Frades em Pacatuba
(Sergipe) há quase um século, e que são hoje
vítimas de violência e arbitrariedades da
empresa Serigy Agro-industrial Ltda, que
quer ficar com suas terras.
Ao mesmo tempo, a CONTAG e as Federações também expressaram sua solidariedade ao nosso Sindicato em Pacatuba, cujo
presidente, Geraldo Pedro dos Santos, e vários trabalhadores foram presos depois de
uma manifestação pública pacífica e de um
ato religioso, em Própria, em favor do pessoal do "Santana dos Frades".
A solidariedade também é para o Bispo de
Própria, D. José Brandão de Castro, que celebrou o ato religioso e que tem sido caluniado vergonhosamente só porque defendeu o
direito dos trabalhadores e suas famílias de
serem respeitados.
Segundo o documento da CONTAG e das
Federações, a prisão foi absurda e ilegal,
sem amparo na legislação e "demonstra o
comprometimento e a parcialidade da juiza
Gisela Araújo Torres, que negou providências para garantir a posse dos lavradores,
ocupantes do imóvel há quase um século,
decretando em seguida a prisão dos trabalhadores e do companheiro sindicalista, impedindo assim o exercício pleno da atividade sindical"'.
GRUPO REGIONAL 5 NÃO ACEITA DIVISIONISMO
Os nossos Sindicatos em Araraquara, Jaú,
Barra Bonita, Matâo, Novo Horizonte, Unipês, Barretes, São Carlos e Jaboticabal, integrantes do Grupo Regional 5, resolveram tomar uma posição em comum de desprezo a.
uma estranha idéia que anda circulando por aí,
de autoria de um grupo catarinense com idéias
patronais. £ isso ai: quem quiser trair a categoria que se mude de uma vez para os Sindicatos patronais...
GRUPO REGIONAL 9 EXIGE O FIM DA VIOLÊNCIA
Os nossos Sindicatos em Batatais, Ribeirão Preto, Cravinhos, Pontal, Ituverava e Sales de Oliveira, integrantes do Grupo Regional 9, decidiram endossar dois documentos
da nossa CONTAG e das 21 Federações estaduais de trabalhadores. Um dos documentos é de apoio aos posseiros de imóvel"Santana dos Frandes", ameaçados de expulsão
(matéria acima). O outro, documento é contra a onda de violências que atingiu o País
nos últimos tempos, tanto causando assassinatos de dirigentes sindicais do campo e de
trabalhadores rurais, como também atos de
terrorismo nas cidades, contra personalidades ou instituições.
Segundo o documento da CONTAG,
apoiado pelo Grupo Regional 9, os atos de
violência, que, entre outras coisas, nos cus-
taram a morte de três líderes sindicais do
campo (um do Pará, outro do Acre e outro
de Pernambuco), "são fatos ocorridos nos
últimos três meses e demonstram que a ganância, a insensatez e a-certeza da impunidade condicionam e estimulam a violência dos
poderosos, que não vêem limites nem no respeito ávida humana, para alcançarem mais
e maiores lucros à custa dos trabalhadores e
principalmente dos trabalhadores rurais".
O documento finaliza com reivindicação
de providências por parte do Governo para
que os culpados pela violência sejam punidos, e de uma nova ordem econômica, com
Reforma Agrária.
É isso aí: somos cidadãos brasileiros do
mesmo jeito que os ricos e temos todo direito do pleno respeito!
GRUPO REGIONAL 10 QUER NÚMERO
MAIOR DE REALIDADE RURAL
Incrível! Isso ainda
acontece em São Paulo!
É dificio acreditar aue tamanha barbaridade ainda aconteça em São Paulo, um Estado
considerado "moderno".
É muita vergonha, mat é
verdade.
Foi em São Miguel Arcanjo,
município que faz parte da
base do nosso Sindicato em
Capão Bonito.
Prudência Saltes de Almeida
nasceu há 62 anos no Bairro
do Taquaral, na propriedade
que seu pai, Francisco Salles
de Almeida, comprou de Porfírio Fernandes Ribeiro e de
Anna Bardoina da Conceição
no dia 5 de janeiro de 1916,
conforme cópia autenticada da
escritura, enviada pelo Sindicato de Capão Bonito à Fetaesp.
Seu Prudência viveu com os
pais nesta propriedade até os
23 anos, quando casou e
mudou-se para a casa do sogro. Mas seus pais continuaram vivendo lá. A área estava
cercada com arame, estava cuidada normalmente. Lá existem
duas casas pequenas, barreadas e cobertas de sapé, como
eram as casas antigas. E há
pouco mais de um ano o filho
de Prudência, Joaquim,
mudou-se para a área e continuou a cuidar da roça, dos arvoredos, das jabuticabas, das
laranjeiras, pinheiros, etc.
Numa casa residia Joaquim.
Na outra, seu amigo Benedito
Gomes.
Joaquim, como também seu
Prudência, nunca foi tratado
na vida como se fosse cachorro. Sempre foi respeitado. Mas
no dia 9 de setembro ele experimentou na própria carne o
que significa ser tratado como
animal.
Eram 9 horas da manhã.
Joaquim estava dentro da casa.
VOCÊ DEVER
■DESAPARECER
DESTA TERfiCRA/
CPT ?
quando, de repente, ouviu que víada ao "Realidade Rural"
era chamado. Foi ver. Era o
pelo presidente do Sindicato,
oficial de Justiça, João Lucas, José Alves de Lima, o oficial
acompanhado de dois solda- de justiça leu o mandado do juiz
dos, mais afilho de um fazen- mas não deu uma cópia, a Joadeiro vizinho (um tal de "dr." quim, como era de sua obrigaMilton Palumo), o administra- ção, a fim de que Joaquim e
dor da fazenda e mais um em- seu pai pudessem tomar conhepregado.
cimento e defenderem-se.
Joaquim foi chamado para
Segundo José Alves de Lifora, foi agarrado e algemado. ma, os companheiros são pesEm seguida o pressoal entrou soas muito humildes, não sadentro da sua casa, jogou para bem nem sequer comunicar-se
fora seus pertences.
Então o bem e nunca contestou uma nooficial de Justiça mandou afi- tificação do juiz, razão pela
lho do fazendeiro incendiar a qual foi facílimo para a advocasa. Em seguida, invadiram a gada do tal "Dr" Milton Palucasa em que residia Benedito mo ganhar a causa.
Gones, que na hora não estava.
Até quando um trabalhador
Tiraram para fora os pertences rural vai continuar sofrendo
e também incendiaram. Depois tanta humilhação, tratado
soltaram Joaquim, mandando como bicho? Será que ele não é
aue se retirasse e levasse em também um CIDADÃO BRAhora os pertences.
SILEIRO como esse tal de
Até parece que não existe "dr" Milton Palumo, como
justiça para pobre. Pois, como esse oficial de justiça desalmamostra uma declaração assina- do? Como é que um homem
do por Joaquim e seu pai, en- pode ser tratado desse jeito?.
Lugar de criança é na
escola e não na enxada
A diferença
Os nossos Sindicatos em Palmital, Cândido
Mota, Rancharia, Regente Feijó, Presidente
Prudente e Teodoro Sampaio, integrantes do
Grupo Regional 10 (alta Sorocabana), reuniuse no dia 10 de setembro em Cândido Mota e
debateu sobre o Encontro Nacional de Assalariados Rurais, que houve em agosto em Carpina (Pernambuco). Depois foi feito um relato
de casa Sindicato sobre o andamento da organização dos Núcleos Sindicais, o que cada Sindicato fez até agora e como pretende trabalhar
daqui por diante.
rina, por parte do representante do Grupo Regional. Conversou-se ainda sobre a possibilidade de fazer mais um debate regional sobre assistência médica, com o INAMPS, a exemplo
daquele que foi feito em agosto, em Presidente
Prudente, com vários Sindicatos, trabalhadores, hospitais e o INAMPS, para acertar os
ponteiros.
Por fim, os dirigentes sindicais conversaram
sobre a utilidade do jornal "realidade rurall"
como instrumento de esclarecimento dos delegados sindicais. E como o número de exemplares do jornal em cada edição é muito pequeno,
Debateu-se, mais adiante, a forma de dividir surgiu a idéia de se propor um convênio entre
as despesas de viagem para o Encontro Na- os Sindicatos e a FETAESP para aumentar a
cional de Pequena Produção, em Santa Cata- tiragem.
QUEM MATOU WILSON? FOI O VENTO...
Em julho, latinfundiários da borracha, ao
que tudo indica, cumprindo ameaças feitas
até pelo rádio, mataram o companheiro Wilson Pinheiro de Souza, presidente do STR
de Brasília (Acre).
Uma semana depois houve um ato público
na cidade em homenagem a ele, e em protesto contra sua morte. Wilson, um ativo dirigente, era também membro do Partido dos
Trabalhadores (PT), presidido pelo Lula. O
nosso sindicalismo, no entanto, é equidistante de partidos, não apoia nenhum em particular. E jbi a condição de que seria uma manifestação sindical e não partidária que a
CONTAG impôs para participar do ato
público, ao qual estiveram presentes Lula e
Jacó Bittar (dos petroleiros de Campinas,
também do PT). Na ocasião ambos estavam
no Acre.
Houve o ato público, a CONTAG falou.
Lula também falou, como sindicalista. Algum tempo depois um latifundiário foi morto, trabalhadores admitiram a responsabilidade, foram torturados até. É por recomendação da Federação dos latifundiários do
Acre, Lula e Jacó Bittar, entre outros, levaram processo na Lei de Segurança Nacional
por incitamento.
O engraçado é que, a exemplo do que
ocorre com os assassinos de outros companheiros dirigentes sindicais a gente não sabe
ainda quem matou Wilson. E a Lei de Segurança Nacional não foi aplicada aos seringueiros que disseram no radio que Wilson e
o companheiro João Maia, delegado da
CONTAG no Acre, deveriam ser assassinados.
Dizem que a lei é igual para todos só que
do nosso lado anda pesando barbaridade...
Pág. 6 REALIDADE RURAL — OUTUBRO DE 1980
Frustração.A Organização Internacional do Trabalho
(OIT), organismo das Nações Unidas (ONU),
está tentando convencer a todos os Governos
do mundo para que procurem impedir que os
menores comecem a trabalhar antes dos 15
anos.
Não é apenas pelo motivo de que as crianças não são "adultos em miniatura", mas prin-'
cipalmente pelo fato de que, até os 15 anos,
pelo menos, a criança tem o direito de receber
educação, de praticar esportes, de se preparar
para enfrentar a dura vida que vem depois.
Além do mais, num mundo que cada vez
mais enfrenta o problema do desemprego, já
está na hora de deixar a criança estudando em
vez de ser tão explorada e dar seu lugar a tantos trabalhadores desempregados e mal empregados.
Esperança plantada na cabeça
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA), o Eng»
Agr* Carlos Lorena, calcula-se que 4 milhões
de menores em todo ò Brasil são tirados na escola para puxar a enxada, enquanto que há
tantos milhões de volantes tão mal pagos e
com tantos dias parados....
A criança tem o direito de se preparar a
vida e de ser respeitada como criança. E o trabalhador tem o direito ao trabalho e ao respeito como trabalhador.
É como se diz por aí: "É de pequenino que
se torce o pepino...".
(Informações do DIEESE - Departamento
Inter-sindical de Estatísticas e Estudos SóciosEconômicos).
DOIS DIAS DE TROCA DE GRUPO REGIONAL 6 RECLAMA
IDÉIAS EM AGUDOS
Reunião com INAMPS para
ANIMARAM DIRIGENTES
melhor assistência
Nos dias 2 e 3 de setembro
houve rum importante encontro do nosso sindicalismo no
Instituto Técnico e Educacional para Trabalhadores Rurais
no Estado de São Paulo (ITETRESPj, em Agudos, com presença de toda a Diretoria da
Fetaesp.
No primeiro dia houve uma
animada troca de idéias entre
a Comissão de Dirigentes Sindicais que foi ao Encontro Nacional de Assalariados Rurais,
em Pernambuco, em agosto, e
os sindicalistas presentes.
O que mais impressionou os
nossos dirigentes sindicais que
foram a Pernambuco foi a tremenda organização das delegacias sindicais nos Sindicatos
de São Lourenço e Paudalho e
a grande conscientização dos
trabalhadores. Quem monta a
chapa da Diretoria do Sindicato lá são os próprios delegados
sindicais. E o delegado sindical
tem uma comissão de apoio no
bairro de modo que ele não
fica sozinho. Se ele sair, já tem
outro ponto para ficar no lugar
dele.
Na parte da tarde, os dirigentes sindicais no ITETRESP trocaram idéias sobre
a melhor forma de organizar
as nossas bases, concluindo
pela urgência de implantarmos
os Núcleos Sindicais nos bairros. Sem eles, o Sindicato não
avançará.
No dia seguinte, 3 de setembro, houve uma esclarecedora palestra, feita pelo sindicalista Rui Brito, lider bancário, ex-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de
Crédito CCONTEC) e exdeputado federal. Rui mostrou
porque a economia brasileira
esta como passo de bêbado: E
revelou os segredos e as
manobras dos donos da política nesse confuso País.
Na parte da tarde, então, os
dirigentes sindicais trocaram
idéias entre si, em Grupos,
sobre a palestra e fazendo ligação com a Reforma Agrária.
Mais uma vez a conclusão foi
que. para chegar à Reforma
Agrária só se começa depois
que forem implantados os
O depoimento do pessoal que foi a Pernambuco despertou muita curiosidade c Interesse em Agudos.
Vivido no sindicalismo, Rui Brito soube mostrar o que está
acontecendo nesse complicado País e que nos prejudica.
O sindicalismo busca saídas. E os dirigentes saíram com idéias
e disposição para agir.
Núcleos Sindicais e os delegados sindicais nos bairros começarem a levar o Sindicato para
o nosso povo.
O negócio é este: arregaçar
as mangas, organizar os Núcleos Sindicais, que depois a
coisa esquenta...
QUEREM DAR 70
MILHÕES DE HECTARES
A ESTRANGEIROS
A Comissão de Pastoral da
Terra (CPT) confirma a existência de um louco projeto de
entrega de 70 milhões de hectares do Brasil Central, na área dos cerrados, a um grupo
japonês, através de uma empresa mista chamada Campo.
O projeto chama-se JICA,
foi denunciado pelo deputado
Hélio Duque (PMDB-PRj,
segundo o jornal "Paraná
Rural", da nossa Federação
no Paraná. O estudo apresentado e aprovado pelo governo brasileiro prevê a produção, em 1985 de 14 milhões de toneladas de soja,
milho e sorgo, exclusivamente para exportação, a maior
parte para o Japão.
Teria até um porto exclusivo para estas exportações, além de estradas, etc.
Enquanto isso, um deputado paulista sugeriu que o famoso latifúndio Jari, de qua-
Depois do Grupo Regional 10 (área de Presidente
Prudente), foi a vez do
Grupo Regional 6 (área de
Piracicaba) de fazer uma
reunião conjunta com funcionários do INAMPS, trabalhadores rurais, hospitais
e Sindicatos, a fim de tirar a
limpo as dores de cabeça
que o nosso pessoal está
tendo em matéria de atendimento médico-hospitalar,
porque, afinal, o sindicalismo tem muito mais o que
fazer, além de ficar bronqueando com hospital.
A reunião foi realizada
em Pirassununga, com a
presença do chefe da equipe de assistência médica
aos trabalhadores rurais do
INAMPS, Jorge Narciso,
do presidente da FETAESP, Roberto Toshio
Horiguti, de dirigentes dos
nossos Sindicatos em São
Pedro, Araras, Descalvado,
Pinhal, Piracicaba e, natuE preciso acabar com a romaria do trabalhador rural para ser
ralmente, Pirassununga.
atendido no hospital. Há muitos preconceitos e armadilhas conCompareceram também tra ele, conforme as denúncias apresentadas durante a reunião.
vários trabalhadores que se
que Nelson tinha muito re
o Santa Casa local. E o prequeixaram de mau atendiceio), Nelson levou a esposidente da FETAESP reformento por parte de hospisa a um hospital onde havia
çou sua reclamação: "O
tais da região e também por
convênio com o INAMPS,
caso de Pirassununga - disserem explorados por mécom guia fornecida pelo
se Roberto - é muito sério,
dicos que se aproveitam da
nosso Sindicato. E escolheu
onde os trabalhadores têm
sua desinformação ou da
um médico que já acompaconstantemente negado o
sua dor. Estiveram presennhava sua esposa e por isso
que eles têm direito. E no
tes ainda o médico revisor
lhe despertava confiança.
momento em que eles mais
do INAMPS (Jorge A. PaSó que não era a escala de
precisam, alguém aproveita
laveri), a chefe do serviço
plantão do médico e ele
o seu desespero para tirar
de Medicina Social do
teve que pagar. "Não vou
do seu bolso até os últimos
INAMPS (Renê M. Evariscolocar a minha família em
10 centavos".
to Carlos), o representante
qualauer lugar" - disse Nellocal do INAMPS/FUNOutros Sindicatos fizeson. Mas ele não conseguiu
RURAL (Júlio Labianca
ram queixas semelhantes.
entender
esse
negócio
de
Jr.) e o agente local do IAAssistência médicoescala de plantão. E Jorge
PAS (Edmur Geraldo da
hospitalar no Brasil realNarciso,
do
INAMPS,
disse
Silva).
mente está ruim e gera atrique o trabalhador pode estos constantes entre os
UM MUNDO DE
colher o hospital, mas escanossos Sindicatos e os hosla de plantão é escala de
COMPLICAÇÃO
pitais.
plantão.
PARA TER A ASSISDe fato, conforme os traTÊNCIA DE DIREITO
balhadores mostraram na
ATRITOS ENTRE
Além do problema dos
reunião, não está fácil o
hospitais regionais, alguns
HOSPITAIS, SINDInosso companheiro e a sua
sobrecarregados, outros
CATOS, ETC.
família conseguirem a assisfolgados, um ponto provoHá de chegar um dia em
tência médico-hospitalar a
cou muito debate na reuque comida e saúde deixem
que têm direito. Às vezes é
nião: é o comportamento
de ser tratados a peso de
o hospital e o médico que
dos médicos e dos hospitais
ouro e passem a ser tratacobram serviços que não
em relação aos trabalhadodos com bom senso, com
devem ser cobrados; outras
res rurais. Até parece que
juizo. O nosso Sindicato
vezes, é o sofrimento do
os trabalhadores rurais não
hoje está perdendo muito
nosso companheiro ou de
são tão cidadãos brasileiros
tempo quebrando a cabeça
sua família para serem subquanto as outras pessoas
em resolver pequenos
metidos a uma operação,
desse Brasil.
problemas com hospitais
uma verdadeira romaria, e
11
depois disso aparece uma
grossa conta por pagar.
Os companheiros pequenos produtores reclamaram
muito na reunião: eles contribuem com 2,5% de Funrural mas parece que nem
têm direito aos benefícios
da previdência social. Os
meieiros apanham de todos
os lados. Os pequenos produtores, com freqüência,
Na mesa, entre outros, Jorge Narciso, do INAMPS (escre- são tomados por patrões e
vendo) e o presidente da Fetaesp, Roberto Toshio Horiguti, que lhes é sugado o suado dicriticou a comercialização da saúde hoje pelas Santas Casas, nheiroconstruídas com o dinheiro público.
hçS- 4.>"i «»
(Desenho do informativo TERRA
se 4 milhões de hectares no
Pará, seja transformado num
território, para que b Brasil
não perca esta área para os
americanos.
É. Uma vez precisava
de guerra para tomar a terra
da nossa Federação em Minas
dos outros. Hoje e guerra já
era. Já vão entregando logo,
enquanto que milhões de
famílias estão sendo transformadas em volantes e na
cidade a comida sobe doidamente por causa disso...
nheiro sem dó. Foi isso que
denunciou, por exemplo, o
companheiro Nelson Fioramonte, na reunião de Pirassununga.
Ele é um bom exemplo
das reclamações dos companheiros trabalhadores
presentes à reunião. Ele,
aliás, mostrou que entrar
em hospital quando se perde uma filha ou se tem o
pai doente, como ocorreu
com ele, não é nada fácil. È
como se diz: gato escaldado
tem medo de água fria...
Por isso, quando sua esposa teve parto (um parto
• ai
para assistência ao nosso
trababalhador e está tendo
poucas condições, em conseqüência, de cuidar de resolver outros problemas do
trabalhador, como problemas salariais, preços de
produção, de comercialização, organização de núcleos sindicais, etc.
Um dos dirigentes que
mais reclamou do emperramento do atendimento
médico-hospitalar foi o
presidente do STR de Pirassununga (Algemiro Verona), que volta e meia dá
com os burros n'água, com
\erona. de Pirussuminga:
aflito com Santa (asa.
REALIDADE RURAL — OUTUBRO DE 19&) Páfe. 7
SINDICALISMO, DE FORA.
Governo do Estado começa
acertar títulos no Ribeira.
A celebração do convênio SUDELPA/PPI
(Procuradoria do Patrimônio Imobiliário do Estado) no dia l* de outubro, em Registro, com a finalidade de titular as terras devolutas. é um
acontecimento importantíssimo que, a quem interessar possa, ENVOLVE PROFUNDAMENTE
E DE MANEIRA PREFERENCIAL O NOSSO
SINDICALISMO.
O Governo insiste em nos desconhecer, em
desconhecer o papel do sindicalismo dos trabalhadores rurais. Ele não nos informou dos planos
de trabalho. Sequer nos convidou para a cerimônia do convênio, como se nem existíssemos. Do
mesmo modo, o Governo se esqueceu que o povo
tem outras instituições de representação comunitária, que não podem ser ignoradas e desprezadas.
Conforme ampla matéria do jornal "A TRIBUNA DO RIBEIRA", compareceram à cerimônia do dia l* dois secretários Estaduais: Rubens Vaz da Costa, Secretário do Planejamento,
que defendeu a instalação das usinas nucleares
em Iguape (que prejudicarão a quase 200 famílias dejosseiros); e o Secretário da Justiça, José
Carlos Ferreira de Oliveira. Segundo o Secretário da Justiça, o Governo do Estado determinou
que aPPIea SUDELPA "desenvolvam um programa que solucione o mais rápido possível a legitimação das terras em favor dos que a cultivam
e habitam com o direito de se tornarem donos
das mesmas"
Garantiu o Secretário da Justiça que tanto o
pequeno posseiro como o grande proprietário terão suas terras tituladas.
Pois bem. O grande problema não é afigura
do posseiro. Ele ê um ser humano e um CIDADÃO BRASILEIRO, ignorado, desprezado. A
enorme dúvida mesmo é o "grande proprietário", de que falou o Secretário. Como é que esse
"grande ' conseguiu se tornar "proprietário"?
Será que não foi à custa de humilhações em cima
dos humildes posseiros, como è costume por lá?
O nosso posseiro auer trabalhar, quer cumprir
as obrigações que lhe competem como CIDADÃO BRASILEIRO. Mas quer também respeito
aos seus ãreitos como CIDADÃO BRASILEIRO. Costuma-se cobrar dele apenas as obrigações e na hora dos direitos ele sempre fica defo-
Vale a pena, aliás, citar trechos da esclarecida
entrevista que o Bispo D. Aparecido José Dias,
de Registro, deu ao jornal "A TRIBUNA DO RIBEIRA " sobre o assunto, confirmando os nossos
temores. Falando sobre os problemas da região,
o Bispo mostrou certo descrédito pela firma
como o Governo do Estado pretende fazer o trabalho de titulagem:
- Acredito - disse o Bispo - que o Governo poderá resolver a questão em parte. As terras devolutas competem ao Estado, mas eu não sei o que
será feito em relação às terras que foram tomadas.
Tratando-se do Brasil, o Bispo tem razão.
É por essa razão que o sindicalismo não pode
ficar de fora do processo de titulagem. Aliás, outro trecho da entrevista do Bispo mostra que inferno cada vez pior está virando o Vale do Ribeira.\
•Os grupos capitalistas - comentou o Bispo estão empunhados numa invasão que ninguém segura mais. Dentro de alguns anos o Vale não terá problemas com posseiros, porque essa categoria está extinta. Virão, então', os bóias-frias, e as
preocupações serão oufras. O lavrador é tremendamente desprotegido e não tem condições mínimas de resistir a esse avanço. Solução? Só se
houver uma reviravolta total. Mas eu não acredito nesta hipótese hoje. Tudo o que vejo é o dinheiro fazendo violência. Porque o capitalismo
não visa o bem da pessoa, visa o lucro, e o homem só interessa para ele quando pode produzir
lucro.
Por isso insistimos: legalizar títulos de terras
tomadas com fraudes ou pressões prepontentes é
ferir profundamente a CIDADANIA do trabalhador rural e um dia poderão vir as conseqüências.
Portanto, teria sido de bom proceder o Estado
ter solicitado a contribuição e a opinião dos órgãos representantes da domunidade do Vale do
Ribeira. Os nossos Sindicatos de Trabalhadores
Rurais e a própria FETAESP reivindicam o direito de participar desse processo de titulagem,
para que não se cometam injustiças e os nossos
humildes posseiros sejam obrigados a deixar terras que herdaram de seus avós, até dos bisavós.
A própria Igreja no Vale também teria, certamente, muito o que dizer e ponderar.
FETAESP
S/fidicofos e Igrejas
se movimentam
Os nossos Sindicatos no Ribeira estão organizando Núcíeos Sindicais nos bairros para acompa.
nhar melhor os problemas. (Na foto, líderes de bairros depois de uma reunião no Sindicato de
Registro).
A Igreja, por seu lado, também está muito aflita com os problemas dos posseiros e com suas poucas saidas, frente à ganância e poder organizado contra eles^ Ela vem fazendo um importante trabalho de organização e apoio do pessoal. (Na foto, aspecto de uma reunião de posseiros no Salão Paroquial de Registro).
Tiroteio na Primavera;
Incra age mais rápido
e situação já melhora.
Quando tudo parecia acabado, calmo, na Fazenda Primavera, .em Andradina, com
a desapropriação da fazenda
pelo Governo, foi então que
aconteceu o imprevisto: dois
companheiros posseiros, José Aparecido dos Santos e
João Gomes da Silva, foram
atacados por três jagunços,
que ocupavam a camioneta
do administrador da Fazenda, Geraldo Paidilha (o "Volta Seca"), foram, baleados e
também perderam o trator
com o qual preparavam a
terra. O trator foi destruito e
incendiado.
estavam perdendo a paciência com a boiada dos Abdalla, que continua ai invadir
suas roças e impedir que as
lavouras se desenvolvam
normalmente. Os Abdalla
continuam a morar na fazenda, apçsar da fazenda ter
sido desapropriada e declarada "área de Reforma Agrária" pelo presidente Figueiredo em julho. Parecia que
nem tinha sido desapropriada.
A denúncia da agressão
aos dois posseiros foi levada
à Fetaesp pelo nosso Sindicato em Adradina. Segundo
baleado. Ele conseguiu fugir,
apesar de perseguido, conseguiu socorro com os vizinhos, que levaram os feridos
para o hospital, enquanto outros tratavam de perseguir os
jagunços em fuga. Não conseguiram pegá-los, porque
famílias da Primavera começam a ter tranqüilidade
eles haviam avariado uma
ponte. Mas o "Volta Seca"
no mesmo dia foi preso em bosa. Outro do próprio Moacir, perguntando sobre o
flagrante.
caso e explicando que a deEm Andradina os possei- missão se deu a seu pedido.
ros vieram à cidade para . No mesmo dia, chegavam
acompanhar o caso e tomar dois aviões em Andradina,
providências junto com o com técnicos do Incra para
Sindicato e a Comissão Justi- fazer um levantamento da siIsso aconteceu no dia 12 a denúncia, outro posseiro ça e Paz. Em São Paulo a Fe- tuação e acelerar as provide setembro. Os posseiros já por pouco também não foi taesp mantinha contatos com dências para que o drama
o Incra para cobrar um dos posseiros tenha um fim,
acompanhamento para o ca- de uma vez por todas. Em
so^No dia seguinte, o Presi- Andradina até comentavam
dente da Fetaesp, Robeito que "nunca a cidade tinha
Toshio Horiguti, esteve em
recebido antes dois aviões
Andradina, onde se reuniu num dia só". Um veio de
com os posseiros no SindicaBrasília, outro de São Paulo.
to, fazendo um balanço da siE no mesmo dia veio outra
tuação. Durante a reunião, o informação: os Abdalla têm
f>residente recebeu vários te- um mês para saírem da FaQuando há problemas, a Comissão dos líderes dos posseiros se
efonemás do Incra, em São zenda.
Paulo. Alguns do Presidente
No entanto, 18 dias depois reúne, troca idéias, toma decisões. E as 300 famílias apoiam.
do Incra, Paulo Yokota, dan- desse incidente, o presidente
do ciência de providências e da Fetaesp teve de telefonar com o Sindicato, os posseiros continuava passeando em su
Para chatear os posseiros, Abdalla soltava gado nas roças aca- informando da demissão do
ao presidente do Incra, Pau- continuavam impedidos de asroças.Eo Incra,gatoescabando com as lavouras. Agora Abdalla tem que sair da fazenda. coordenador regional do In- lo Yokota, em Brasília, para desenvolver suas lavouras lado, prometia providências
Acabou a festa.
cra, Moacir Rodrigues Bar- informá-lo de que, de acordo porque o gado do Abdalla imediatas.
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0 nosso síndíco/ísmo, reunido no Su/, mostra que nõo é preciso ir