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SEXTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2014 A GAZETA
Poste cai
em cima
de Kombi
Um caminhão-baú arrastou a
EDITORA:
fiação de uma rua no bairro
ANDRÉA PIRAJÁ
[email protected]
Santa Lúcia, em Vitória, e o
Tel.: 3321.8446
poste que segurava os fios
agazeta.com.br/cidades
caiu sobre uma Kombi de
gazetacidades
transporte escolar. Página 9
REPORTAGEM ESPECIAL
CENÁRIO RUIM
MENOS EMPREGOS
E RENDA MENOR
Pesquisa do IBGE mostra que crise afetou muito o trabalhador
BEATRIZ SEIXAS
[email protected]
Informaçõessobreapopulação, rendimentos, emprego,
educaçãoebensdeconsumo
são alguns dos dados que fazemumretratodasociedade
e da economia nacional e
que foram esmiuçados na
Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad), divulgadaontempeloInstituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mas, para o Espírito
Santo, alguns números
não revelaram um cenário
positivo. O estudo aponta
que caiu o rendimento
médio dos trabalhadores e
cresceu o número de desempregados na comparação de 2013 com 2012.
De acordo com a Pnad, a
taxa de desocupação do
anopassadofoide6%,contra os 5,4% de 2012. O contingente de desocupados
foi de 113 mil pessoas no
ano passado. Já o rendimento médio mensal real
de todos os trabalhos das
pessoas de 15 anos ou mais
passou de R$ 1.577 (2012)
para R$ 1.557 (2013).
O valor vai na contramão do restante do país,
que apresentou crescimento da renda média, de
R$ 1.590 para R$ 1.681.
O diretor-presidente do
Instituto Jones dos Santos
Neves (IJSN), José Edil Benedito,afirmaqueaentidade ainda irá trabalhar os
microdados para chegar
aos fatores que influenciaram os índices. Mas, adianta que, no caso do rendi-
mento, a queda pode estar
atrelada à uma redução da
renda no setor rural.
“A gente vinha em um
crescimento da renda rural
muito acelerado no Estado,
mas, no ano passado, houve
fatores que podem ter seguradoesserendimento,como
uma dificuldade maior de
preço dos produtos, em especial o café, e o período intenso de chuvas”, especula.
Para a economista e
pesquisadora-sócia
da
Oportunidades, Pesquisa
e Estudos Sociais, Andrezza Rosalém, os resultados
refletem o baixo desempenho econômico que o Brasil tem apresentado desde
o ano passado. Segundo
ela, é inevitável que essa
desaceleração respingue
no Espírito Santo.
“O aumento da taxa de
desemprego e o decréscimo
dorendimentosãoumretratodoquejáestávamosvisualizando, que é um economia
em recessão técnica, com
umPIBnoEstadoemqueda,
uma demanda doméstica
recuada e uma dependência
dosnegóciosligadosàscommodities que colocam o Estado em uma situação de
baixo crescimento”.
Andrezza comenta que a
partir das informações da
Pnad, a consultoria chegou
a um outro dado, que reforça a redução da renda. “Nos
últimos 10 anos, foi a primeiravezquearendadomiciliar per capita no Estado
caiu. Enquanto que, no Brasil,elaaumentou5%,noEspírito Santo ela recuou 5%.
RICARDO MEDEIROS
ANÁLISE
Estado é muito
influenciável
“A renda tem limitado muito minha vida. Pesquiso
preços e me seguro para manter o equilíbrio das
contas. Sou recém-formada e está difícil trabalhar”
POLYANA ROMANO OLIOSA, nutricionista, 22 anos
Geralmente, os dados
do Espírito Santo são
próximos da média nacional. Mas, desta vez, a
queda é maior em função do perfil econômico
do Estado. Se a economia brasileira não vai
bem, a capixaba é ainda
mais impactada, uma vez
que é muito dependente
do mercado externo. Como a dependência das
commodities é elevada, e
externamente o momento não é de euforia, os
negócios caem. A desaceleração do mercado interno também preocupa.
É preciso mudanças.
—
ARILTON TEIXEIRA,
PHD EM ECONOMIA E PROFESSOR/FUCAPE
Capixabas cada vez mais conectados pelos celulares
Em todo o país, mais da
metade da população já está
conectada à internet. A proporção de internautas passoude49,2%,em2012,para
50,1%, em 2013. Outro número que apresentou crescimento foi o de celulares. Foram contabilizadas cerca de
130,8 milhões de pessoas de
10 anos ou mais, ou 75,5%
da população no Brasil, com
celular. No Estado, o crescimento do acesso à telefonia
móvel foi de 13,9%, equivalente a 91 mil unidades domiciliares, de 2012 para
2013, chegando a 746 mil
casas. As irmãs Yacyara Avelar, 23, e Yasmin Avelar, 25,
estão tão habituadas ao uso
do celular que não conseguem assistir a um filme inteirosemmexernoaparelho.
“Agentepagacontas,consulta produtos, documentos,
tudo no celular. Não dá para
viver sem”, diz Yasmin.
RICARDO MEDEIROS
Yacyara e Yasmin dizem que não vivem sem celular
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Pesquisa do IBGE mostra que crise afetou muito o trabalhador