Quinta-feira
1 de Outubro de 2015
Jornal do Comércio - Porto Alegre
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Economia
COMBUSTÍVEIS
Gasolina pode subir de 4%
a 4,5% para consumidores
JOÃO MATTOS/JC
Impacto da alta no IPCA de outubro deve ser de 0,15 ponto percentual
O economista-sênior do grupo
financeiro chinês Haitong, Flávio
Serrano, avaliou que a alta de 6%
da gasolina nas refinarias, anunciada na terça-feira pela Petrobras,
deve trazer aumento de 4% a 4,5%
nos preços do combustível nas
bombas. Com isso, o impacto do
reajuste no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
de outubro deve ser de 0,15 ponto
percentual (pp).
Além do repasse da alta nas
refinarias, o preço da gasolina
deve subir novamente por conta
do reajuste do etanol até o fim do
ano, quando começa a entressafra
da cana-de-açúcar. Com oferta menor, o preço do etanol anidro, misturado em 27% à gasolina, deve
aumentar. Com o impacto do reajuste do etanol, a gasolina deve ter
um reajuste total de 5% a 6% até o
fim do ano, pelos cálculos do economista, e gerar um impacto 0,25
pp no IPCA.
Já o reajuste de 4% no diesel
nas refinarias não gera impacto direto no IPCA, porque o combustível tem uma participação pequena
na formação do indicador de inflação. Mas, segundo Serrano, a posterior alta do diesel nas bombas
deve chegar futuramente ao IPCA,
com aumento de custos em transportes de cargas e passageiros.
Segundo Serrano, a alta dos
combustíveis de petróleo surpreendeu, porque a Petrobras tinha
uma defasagem de apenas 1% entre os preços internacionais e os
domésticos da gasolina. Já no caso
do diesel, a estatal conseguia uma
vantagem de 11% na comparação
dos preços. Isso ocorre porque a
alta do dólar no Brasil foi mitigada pela redução nos preços internacionais do petróleo. “Com o
aumento da gasolina, a Petrobras
volta a ter ganhos no preço de realização”, concluiu.
Reajuste do etanol também deve pressionar os preços nas bombas
O último reajuste de preços de
combustíveis, anunciado em novembro pela ex-presidente Graça
Foster, gerou, na época, impacto
entre 2% e 2,5%. Essa é a primeira elevação de valores realizada
na gestão de Aldemir Bendine, que
assumiu a petroleira em fevereiro
com a missão de recuperá-la.
De acordo com comunicado
da empresa, os preços sobre os
quais incidem o reajuste não incluem tributos federais, como Cide
e PIS/Cofins. Isso significa que a
alíquota dos impostos vai incidir
sobre o novo valor, o que pode gerar um impacto maior na bomba
de gasolina.
Receita analisará os efeitos na Cide
Gasolina brasileira está entre as 50 mais baratas do mundo
A Receita Federal aguarda os
primeiros dados sobre o consumo de gasolina após o aumento
do preço na refinaria para analisar impacto do reajuste na arrecadação da Cide-Combustíveis. A
cobrança da Cide é feita de forma
fixa, por litro de combustível vendido – atualmente, o contribuinte
paga R$ 0,22 por litro da gasolina e
R$ 0,15 por litro do diesel. Segundo
a Receita, em tese, a alta do preço
O brasileiro reclama do preço,
mas o litro da gasolina por aqui
não é dos mais caros do mundo.
Segundo dados do site Global Petrol Prices, o valor médio cobrado
até o último dia 28 era o 43º mais
barato do mundo, em uma lista
de 184 países. Os R$ 3,27 desse levantamento, que tem como base
a pesquisa semanal realizada em
todo o País pela Agência Nacional
do Petróleo (ANP), estão longe do
R$ 0,06 desembolsado pelos venezuelanos, que são os que têm
o menor custo com gasolina no
mundo. Na Arábia Saudita, onde o
preço é o segundo menor do mundo, o litro sai a R$ 0,46.
Com a alta de 6% no preço da
gasolina nas refinarias, anunciada
pela Petrobras na noite de terça-feira, a expectativa é que o impacto para o consumidor seja de
3,6%. Assim, os R$ 3,27 passarão a
R$ 3,38. E a gasolina no Brasil per-
do combustível pode levar a uma
retração no consumo, o que reduz
a arrecadação da contribuição.
Mas, segundo o órgão, ainda
é cedo para fazer qualquer projeção, porque o reajuste ainda nem
chegou às bombas. Uma revisão
nas projeções de arrecadação da
Cide será feita assim que a Receita começar a receber dados sobre
o comportamento do consumidor
diante do aumento do preço.
Procon notifica postos da Capital
O Procon Porto Alegre fiscalizou ontem 28 postos de combustível localizados nos bairros Centro,
Menino Deus, Rio Branco e São
Geraldo. O objetivo foi o de apurar possíveis aumentos abusivos
dos preços da gasolina e do diesel
praticados pelos estabelecimentos
da cidade. Dez postos foram notificados pelo Procon municipal por
apresentarem preços da gasolina
em valores que vão de R$ 3,499 a
R$ 3,599. O preço anterior era de,
em média, R$ 3,29.
Segundo o diretor executivo
do Procon Porto Alegre, Cauê Vieira, não é lícito aumentar o preço
final do litro do combustível com
justificativa em reajuste federal antes da compra de novos estoques.
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deria seis postos no ranking de
menores preços do mundo, passando para o 49º lugar, entre Mongólia (R$ 3,35) e Libéria (R$ 3,39).
O valor cobrado no Brasil,
mesmo com o aumento do preço, é
bem inferior ao de vizinhos como
Argentina (R$ 5,32) e Uruguai
(R$ 5,74). Outro latino-americano,
o Chile cobra R$ 4,47 pelo combustível, enquanto o paraguaio paga
R$ 4,32, e o peruano, R$ 4,24. Já no
Equador, exportador de petróleo, o
combustível é o 15º mais barato do
mundo e custa R$ 1,75.
De acordo com Global Petrol
Price, o preço médio do litro da gasolina no mundo é de R$ 4,18. Em
geral, os países ricos acabam cobrando mais pelo combustível do
que nos mais pobres. Os Estados
Unidos são uma exceção, onde o litro sai a R$ 2,68. Países europeus,
como Reino Unido, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Noruega, cobram
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mais de R$ 6,00 pelo litro. Mas há
países pobres, como o Zimbábue,
onde a gasolina sai ao preço cobrado no Velho Continente: R$ 6,16.
Já na Holanda e em Hong
Kong, o motorista precisa desembolsar mais de R$ 7,00 por litro.
Os dois são os países que mais cobram pelo combustível.
Nos países exportadores de
petróleo, a gasolina também costuma ser mais em conta. Dos 10 lugares onde o combustível é mais barato no mundo, sete são membros
da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep).
A maioria dos países que, junto com o Brasil, integram o grupo Brics tem preços na casa dos
R$ 3,00. A Rússia é a única exceção. A gasolina do país é a 18ª
mais barata do mundo e sai a
R$ 2,24. A África do Sul cobra
R$ 3,58 o litro. Na Índia, custa
R$ 3,81. E, na China, R$ 3,90.
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Gasolina pode subir de 4% a 4,5% para consumidores