ANÁLISE DAS DECISÕES
JUDICIAIS À LUZ DOS
DISCURSO DE LACAN
Mestrando: Rodrigo D’Orio Dantas de Oliveira
[email protected]
Directora: Maria Alejandra Porras
Buenos Aires – Janeiro de 2015
Questões
A partir dos discursos em Lacan, e da
função social do processo, qual é o
discurso das decisões judiciais?
Qual é o discurso das decisões judiciais
hoje?
Pontos de Reflexão
- As decisões judiciais e o processo;
- As funções do processo;
- O processo como sintoma;
• Conflito de Desejos (pulsões) – Sujeito Inconsciente X
Sujeito de Direito
• Pretensão Resistida e Solução de compromisso
• Satisfação pelo Sintoma – processo representando a
satisfação substituta de uma libido insatisfeita
(recalcado)
Pontos de Reflexão
- Qual o discurso que melhor se adequa/aplica
ao processo?
Que “laço” deve decorrer do discurso para que haja
uma marcha, um “seguir em frente” ao final do
processo?
Sumário
1 - Introdução
2 – Decisão judicial e o Processo
2.1 – Processo e sua função social
2.2 – Processo como um sintoma
3 - Considerações sobre a Psicanálise
3.1 - Breve reflexão sobre os conceitos gerais
3.2 – Inconsciente
3.3 – Pulsão
3.4 – Transferência
3.5 - Repetição
4 - Teoria dos discursos em Lacan
5 – O discurso das decisões judiciais
6 - Conclusão
Referências
• Dor, Jöel (1989). Introdução à literatura de Lacan. Porto Alegre: Artmed;
• Freud, S. (1893/1996). Estudos sobre a histeria. ESB, Obras Completas
(Vol. II). Rio de Janeiro: Imago;
• Freud, S. (1895/1996). Neuropsiconeuroses de defesa. ESB, Obras
Completas (Vol. III).Rio de Janeiro: Imago;
• Freud, S. (1896/1996). Novas observações sobre as neuropsicoses de
defesa. ESB, Obras Completas (Vol. III). Rio de Janeiro: Imago;
• Freud, S. (1898/1996). A sexualidade na etiologia das neuroses. ESB,
Obras Completas (Vol. III). Rio de Janeiro: Imago;
• Freud, S. (1905/1996.). Três ensaios sobre a sexualidade. ESB, Obras
Completas (Vol. IV). Rio de Janeiro: Imago;
• Freud, S. (1911). Formulações sobre os dois princípios do acontecer
psíquico. In Hanns, L. A. (2004). Escritos sobre a psicologia do
inconsciente (Vol I). Rio de Janeiro: Imago;
• Freud, S. (1915). Pulsões e seus Destinos. In Hanns, L. A. (2004). Escritos
sobre a psicologia do inconsciente (Vol I). Rio de Janeiro: Imago;
Referências
• Glossário Freud com termos psicanalíticos. Acessado em 18 novembro
de 2014, de: www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/glossariofreud.html;
• Hanns, L. A. (1996). Dicionário comentado do alemão de Freud. Rio de
Janeiro: Imago;
• Hanns, L. A. (2004). Escritos sobre a psicologia do inconsciente (Vol I). Rio
de Janeiro: Imago;
• Kaufmann, P. (1996). Dicionário enciclopédico de psicanálise – o legado
de Freud e Lacan. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor;
• Mijjola, A. de. (2005). Dicionário Internacional da Psicanálise. Rio de
Janeiro: Imago;
• Roudinesco, E.; Plon, M. (1998). Dicionário de Psicanálise. Rio de Janeiro:
Zahar.
2º Avance
Análise dos quatros conceitos fundamentais na obra de
Freud e na obra de Lacan:
Pulsão;
Inconsciente;
Repetição;
Transferência.
Inconsciente
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Gênese da Psicanálise (Interpretação dos Sonhos, 1900) – S. Freud praticou
o isolamento comedido do inconsciente, ao passar a classificá-lo como um
substantivo, e não mais como um adjetivo;
Até esse momento, a psicologia estava muito enraizada na religião –
(Psicologia das Almas) – Teologia;
Passagem de Freud por Paris, estudando junto a J. Charcot – consegue
identificar um estado latente da mente (ex: Histéricas com paralisia);
Em Estudos sobre a histeria, S. Freud relata que suas pacientes histéricas
sofriam de reminiscências relacionadas a vivências anteriores, e não
necessariamente a algum problema biológico;
S. Freud, na teoria da sedução, apoiado em sua “auto-análise” e nas
correspondências trocadas com W. Fliees, tem uma conclusão inicial de
que todas as neuroses eram consequências de um abuso sexual infantil
(trauma psíquico na infância) – depois conclui que tais traumas, na maioria
das vezes, eram da orem da fantasia;
Inconsciente
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•
•
•
Um primeiro conceito de inconsciente é constatado na primeira tópica,
onde S. Freud define o inconsciente como uma instância, tal como o préconsciente e o consciente, descrevendo o primeiro formato do aparelho
psíquico;
Na instância do inconsciente que ficaria o conteúdo recalcado, e esta
instância é que seria a determinante do próprio consciente;
Na segunda tópica, sem descartar a ideia de ser uma instância, S. Freud
enriquece a teoria com a descrição da ID, do Ego do Superego;
Para J. Lacan, o inconsciente seria o discurso do Outro, tendo como
estrutura própria a linguagem (a Linguagem seria a condição do
inconsciente);
J. Lacan afirma que o individuo não aprenderia a falar, mas seria instituído
como sujeito pela linguagem;
J. Lacan, a partir dos três registros (real, simbólico e imaginário) descreve o
inconsciente topologicamente, dividido pelos nós borromeanos.
Transferência
•
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•
•
Método Catártico (Ab-reação): verbalização de sentimentos que haviam
sido reprimidos (descarga emocional);
S. Freud constatou que tal método dava resultado, mas parciais – e muitas
vezes apenas durante o período do atendimento;
A partir dessas constatações (somada aos relatos de J. Breur no caso Ana
O.) S. Freud passa a identificar um apego diferenciado, pelo paciente, à
figura do analista – esse apego tinha características eróticas;
Essa relação também aparecia, não necessariamente na mesma intensidade
e com idênticas características, nas casos em que havia alguma autoridade
implicada entre dois sujeitos (professor-aluno; médico-paciente; líderliderado);
Essa relação entre paciente e analista é definido por S. Freud como sendo a
transferência – deslocamento para a figura do analista de afetos (com
carga erótica) ligados ao passado do próprio paciente;
Transferência
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S. Freud, no inicio, não viu tal relação com bons olhos: entendia que a
transferência seria um entrave para o processo terapêutico – depois,
concluiu que seria uma parte essencial do processo;
S. Freud constatou que a transferência – juntamente com a associação livre
– seria um fundamental instrumento de investigação dos traumas mais
enraizados do paciente;
S. Freud entendia que a transferência seria uma via de mão-dupla:
paciente-analista, analista-paciente (denominado contratransferência);
Já J. Lacan não entendia pela existência da contratransferência;
Inicialmente, no processo terapêutico, a partir de inversões dialéticas, os
momentos fortes da transferência inscreviam-se nos momentos de
fraqueza do analista;
No Seminário (54/55), J. Lacan afirmou que a transferência seria a relação
do Eu do paciente com a posição do grande Outro;
Transferência
•
No Seminário (60/61), J. Lacan introduz o Desejo do Analista (definindo a
essência do amor transferencial);
•
No Seminário (61/62), J. Lacan, com a figura do “Sujeito-Suposto-Saber”,
trabalha a existência da suposição do paciente achar que o analista
entenderia o seu sofrimento e, para que o paciente conseguisse esse saber,
deveria iniciar um jogo de sedução imaginária com o analista;
•
Quando o paciente chega a análise, ele apresentaria um sintoma (gozo).
Com a transferência, parte deste gozo é deixado de lado por um novo
gozo, de que o analista (sujeito do suposto saber) diga qual é o sentido
desse sintoma (novo gozo).
Repetição
•
Processo típico de expressão inconsciente, a repetição levaria o sujeito a
reiterar certas coisas, experiências, pensamentos, ideias, dentro de uma
regularidade e fixidez real - compulsão como processo inconsciente
irresistível ao sujeito que o leva a produzir sequencias, que, em sua origem,
foram geradoras de sofrimento e que conservam esse caráter doloroso;
•
Segundo S. Freud, seria o “buscar de novo”;
•
S. Freud afirma ainda que a repetição seria um fragmento da transferência,
e a própria transferência uma repetição do passado que fora esquecida;
•
Para J. Lacan, a repetição teria duas ordens: o tiquê e o automaton
3º Avance
Análise dos quatros discursos na obra Lacan:
Discurso do Mestre;
Discurso Universitário;
Discurso do Analista;
Discurso Histérico.
Referências: além de algumas obras de Lacan, o objetivo
será o de dar maior enfoque ao Seminário 17 (serão
pesquisadas também obras sobre alguns interpretes de Lacan).
FIM
Gracias
Obrigado
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