ISSN 0104-4931
CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM INTENSO SOFRIMENTO PSÍQUICO
ATENDIDOS PELOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
Autoria: Martha Morais Minatel
Coautoria: Bruna Lidia Taño; Thelma Simões Matsukura
Introdução: Os Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenis (CAPSi) se afirmam,
por meio das atuais políticas públicas de saúde mental, como espaços de cuidado
principalmente direcionados para as crianças e adolescentes que apresentam intenso
sofrimento psíquico e transtornos mentais severos e persistentes. Entretanto, estudos
recentes vêm indicando que os profissionais destes serviços ainda se encontram
confusos quanto a população prioritária a ser atendida por estes equipamentos,
culminando com a dificuldade de construção de alternativas de cuidado que estejam
relacionadas aos novos paradigmas de atenção em saúde mental. Objetivos: Caracterizar
as crianças e os adolescentes inseridos nos CAPSi que se encontram em situação de
intenso sofrimento psíquico a partir do relato de seus familiares e técnicos dos serviços.
Método: Participaram do estudo 17 técnicos com formação em nível superior dos
CAPSi e 16 familiares de crianças e adolescentes em intenso sofrimento psíquico
atendidos nestes serviços, segundo indicação dos profissionais. O estudo foi realizado
em quatro CAPSi em diferentes municípios do estado de São Paulo. Os instrumentos
utilizados foram roteiros de entrevista estruturada para os familiares e para os técnicos e
fichas de identificação das crianças preenchidas pelos técnicos. A análise dos resultados
ocorreu por meio de categorização das informações. Resultados: Das 16 crianças e
adolescentes representadas pelos seus familiares, suas idades variaram entre 6 e 16 anos.
Segundo relato dos profissionais, destas, 6 receberam da equipe a hipótese diagnóstica
de Transtorno Global do Desenvolvimento. Ainda sobre o diagnóstico, 4 familiares
relataram desconhecer o diagnóstico dado pela equipe. Com relação à escolarização, 3
não frequentam escola. Sobre a inserção no serviço, a maior parte dos usuários se
encontra em modalidade de inserção semanal com frequência em um grupo e em
consulta com médico psiquiatra. Conclusão: Os resultados indicam que ainda há
dificuldades na organização dos serviços para a atenção às demandas apresentadas pelos
sujeitos, seja na possibilidade de oferta de cuidado proporcional a intensidade do
sofrimento apresentada pelas crianças e adolescentes, como também pelo
desconhecimento dos diagnósticos pelos familiares o que pode indicar ainda falhas na
comunicação entre os diferentes atores dos processos de cuidado.
Palavras-chave: saúde mental; criança e adolescente; serviços de saúde mental
ISSN 0104-4931
Cadernos de Terapia Ocupacional, UFSCar, São Carlos, v. 22, n. Suplemento Especial. 02, 2014.
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