SNPTEE
SEMINÁRIO NACIONAL
DE PRODUÇÃO E
TRANSMISSÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA
GSE-25
19 a 24 Outubro de 2003
Uberlândia - Minas Gerais
GRUPO VIII
GRUPO DE ESTUDO DE SUBESTAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS - GSE
TÉCNICAS DE LINHA VIVA EM MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE SUBESTAÇÕES
Benício Luiz Berardo*
CTEEP
José Eduardo Lopes
CTEEP
RESUMO
Devido a complexidade do Sistema Elétrico atual e,
aliado a crescente necessidade de intervenções com
Linha Viva em equipamentos de subestações, foi
desenvolvida esta técnica alternativa, utilizando o
Método ao Potencial, cujo objetivo principal é aumentar
significativamente as liberações de equipamentos em
subestações.
PALAVRAS-CHAVE
Linha Viva, Regime de Instalações Energizadas,
Andaime Isolante, Método à Distância, Método ao
Potencial.
1.0 - HISTÓRICO
A cada manutenção nas subestações, era necessário o
desligamento parcial ou total do Bay, onde, por
conseqüência disto, o tempo de disponibilidade dos
equipamentos envolvidos nas manutenções estava se
tornando cada vez mais reduzido, impactando assim
diretamente nos índices de disponibilidade de
equipamentos e, consequentemente na receita das
concessionárias.
Com o treinamento das primeiras equipes para
executar manutenções com Linhas Energizadas,
através do Método à distância, os eletricistas das
equipes de manutenção começaram a utilizar esta
técnica, primeiramente, em Linhas de Transmissão e,
em seguida em subestações, na conexão e
desconexão de jampes, possibilitando assim a
liberação de equipamentos para manutenção.
Fabiano Ribeiro Faria
CTEEP
Depois de algum tempo, surgiu o treinamento que
possibilitou as equipes a executarem manutenções em
Linhas Energizadas, utilizando-se para isto o Método
ao Potencial.
Face ao crescimento do sistema elétrico, e as
dificuldades cada vez maiores nas liberações de
equipamentos desenergizados para manutenções,
foram adquiridos Andaimes Isolantes para possibilitar
trabalhos em Regime de Instalações Energizadas,
iniciando assim, uma nova fase na manutenção de
grande parte dos equipamentos em subestações.
Baseado em experiência adquirida, nas constantes
liberações de equipamentos, foram constatadas
algumas dificuldades quanto ao manuseio e utilização
dos Andaimes Isolantes, uma vez que estes
eram
montados diretamente sobre a brita dos pátios das
subestações. A equipe envolvida nestes serviços tinha
dificuldades quando do deslocamento do Andaime
entre fases e / ou equipamentos, além de poder
ocorrer a aproximação acidental das cordas de fixação
dos estais com outros pontos energizados e, aliado ao
fato da altura ser um fator restritivo nestes serviços.
2.0 -TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO EM REGIME DE
INSTALAÇÕES ENERGIZADAS
2.1 – Método à Distância
Os serviços são executados através de bastões
isolantes / acessórios, que garantem as distâncias de
segurança entre os executantes e as partes
energizadas dos equipamentos, não havendo,
portanto, o contato direto, conforme foto 1.
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Tel.: (014) 3342-1624 - Fax: (014) 3342-1958 - E-Mail: [email protected]
2
Foto 1 : Método à Distância
Figura I
2.2 – Método ao Potencial (Convencional)
3.0 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
Os serviços são executados, com o eletricista ao
mesmo potencial do equipamento e o restante da
equipe trabalhando à distância. A colocação deste
executante ao potencial, é feita através de um Andaime
Isolante, montado diretamente no solo e estaiado
(fixado), através de bastões isolantes e cordas
amarradas em suportes de equipamentos ou de hastes
fixadas no solo, conforme mostra a foto 2.
Face as dificuldades e limitações, quando das
intervenções com Andaimes Isolantes em
Subestações, surgiu como primeira
melhoria, a
montagem dos Andaimes sobre uma caminhonete
cabine simples. Embora tivéssemos uma melhoria
significativa, este método tinha algumas restrições
quanto ao aspecto segurança, pois o veículo utilizado
tinha problemas quanto ao tamanho, rodagem e
estabilidade.
Como aprimoramento deste método, montamos os
Andaimes Isolantes sobre a carroceria de um
caminhão, o que, sem dúvida, solucionou os problemas
ocorridos anteriormente, quando da utilização da
caminhonete.
Atualmente, os Andaimes são montados sobre um
conjunto de bases metálicas, fixadas por parafusos no
assoalho da carroceria do caminhão (conforme mostra
a foto 3), o que sem dúvida melhorou a estabilidade /
equilíbrio dos Andaimes.
Foto 2 : Andaime montado diretamente sobre brita.
2.3 – Método ao Potencial (Proposto)
O princípio é o mesmo do método convencional, sendo
que neste caso, o Andaime Isolante é montado sobre o
assoalho da carroceria de um caminhão e fixado por
2 (dois) conjuntos de suportes (conforme mostrado na
figura I), especialmente adaptados para esta finalidade,
e estaiado na própria carroceria.
Foto 3 : Vista do conjunto de suportes, fixando o
Andaime Isolante na carroceria do caminhão.
3
A montagem do Andaime é feita próxima do local a ser
trabalhado, limitando assim a uma montagem e
desmontagem; ao passo que o transporte do andaime
no método convencional é feito manualmente, e
necessita de várias montagens e desmontagens para
diminuir o peso e proporcionar melhor equilíbrio nos
deslocamentos sobre a brita.
Com o estaiamento do Andaime nas extremidades da
carroceria, eliminamos a necessidade de utilizarmos
suportes de outros equipamentos e / ou hastes fixadas
no solo, o que conseqüentemente reduz o risco de
aproximação de pontos energizados de outros
equipamentos.
O veículo utilizado, pela equipe de manutenção, é um
caminhão Mercedes Benz, simples, podendo para
tanto ser utilizado outro tipo de veículo, desde que
tenha suspensão rígida e rodagem dupla na traseira.
Neste tipo de serviço, o motorista deve ser habilitado
para trabalhos em áreas energizadas, sendo que os
deslocamentos e as manobras do caminhão são
coordenados pelo encarregado da equipe.
Há Subestações, cujos arranjos físicos não permitem a
circulação de veículos em seus pátios energizados,
nestes casos não é possível utilizar esta técnica.
Este método, foi desenvolvido para possibilitar as
liberações de equipamentos de 88 kV à 138 kV, não
sendo viável sua utilização em classes de tensão
superiores a estas.
No caso do caminhão utilizado, podemos montar, com
segurança, até nove módulos do Andaime,atingindo a
altura de aproximadamente 11 (onze) metros, sendo
consideradas as alturas do Andaime e do caminhão.
Esta técnica, também está sendo utilizada, em
manutenções de Linhas de Transmissão, em locais
onde a distância fase / solo é compatível com a altura
máxima do andaime, conforme mostra a foto 4.
Foto 4 : Andaime sendo utilizado em serviços
Linhas de Transmissão
de
3.1 Exemplo : Serviço de Desconexão de “Pingados”
em Subestações, em Regime de Instalações
Energizadas, conforme mostra a foto 5, utilizando os
Métodos Convencional e Proposto, conforme Tabela a
seguir :
TABELA 1 : Comparativo
Método
Homem
hora
Desgaste
Físico
Condições
Segurança
Convencional
20
Grande
Boas
Proposto
12
Pequeno
Ótimas
4
Dentre os aspectos analisados, podemos destacar os
seguintes:
ÿ
ÿ
ÿ
ÿ
ÿ
ÿ
ÿ
Praticidade ;
Desgaste Físico;
Confiabilidade;
Exposição ao Risco;
Segurança da Equipe Envolvida;
Recursos Disponíveis;
Tempo de Intervenção.
A técnica proposta, sem dúvida, trouxe mais segurança
e agilidade, quando da execução de serviços com
Linha Viva em Subestações, pelo fato do desgaste
físico ser bem menor, as distâncias de segurança
passarem a ser melhor monitoradas pela equipe e o
tempo de execução dos serviços, desde a utilização
deste método, diminuiu significativamente em relação
ao método convencional.
Foto 5 : Desconexão de “Pingados”, em equipamentos
de 88 kV, em Subestação.
Este método possibilitou intervenções em
equipamentos que, até então, não eram possíveis de
serem realizados devido à altura ou a aproximação
com outros equipamentos, superando assim, nossas
expectativas iniciais em relação a estes serviços.
4.0 - CONCLUSÃO
5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
As melhorias feitas até chegarmos ao sistema atual,
foram submetidas a vários testes e avaliações no
campo, pela equipe de Manutenção de Linha Viva.
Instrução de Manutenção TR-015/94, Manutenção de
Instalações Energizadas - CTEEP.
Download

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