DAISI GLORIA FARIAS BARBOSA
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. e Metarhizium
anisopliae (Metsch.) Sorokin SOBRE A LAGARTA DESFOLHADORA DO
MARACUJAZEIRO, Dione juno juno (Cramer) (LEPIDOPTERA:
NYMPHALIDAE).
Recife - BRASIL
2007
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. e Metarhizium
anisopliae (Metsch.) Sorokin SOBRE A LAGARTA DESFOLHADORA DO
MARACUJAZEIRO, Dione juno juno (Cramer) (LEPIDOPTERA:
NYMPHALIDAE).
Autora: Daisi Gloria Farias Barbosa
Orientadora: Profª. Drª. Elza Áurea Luna Alves Lima (UFPE)
Coorientador: Profº. Dr. Antonio F. de Souza Leão Veiga (UFRPE)
Recife - BRASIL
2007
DAISI GLORIA FARIAS BARBOSA
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. e Metarhizium
anisopliae (Metsch.) Sorokin SOBRE A LAGARTA DESFOLHADORA DO
MARACUJAZEIRO, Dione juno juno (Cramer) (LEPIDOPTERA:
NYMPHALIDAE).
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas da Universidade Federal de
Pernambuco, como parte dos requisitos para
obtenção
do
título
de
Doutor
em Ciências
Biológicas, na Área de Microbiologia.
Orientadora:
Profª. Dra. Elza Áurea Luna-Alves Lima
Coorientador:
Profº Dr. Antonio F. De Souza Leão Veiga (UFRPE)
Recife – BRASIL
2007
Barbosa, Daisi Glória Farias
Patogenicidade de Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. e
Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorokin sobre a lagarta
desfolhadora do maracujazeiro, Dione juno juno (Cramer)
(Lepidóptera: Nymphalidae) / Daisi Glória Farias Barbosa.
– Recife: O Autor, 2007.
97 folhas : il., fig., tab.
Tese (doutorado) – Universidade Federal de
Pernambuco. CCB. Ciências Biológicas, 2007.
Inclui bibliografia e anexo.
1. Fungos entomopatogênicos 2. Beauveria
bassiana – Patologia 3. Controle biológico 4.
Maracujá I. Título.
579.5
582.28
CDU (2.ed.)
CDD (22.ed.)
UFPE
CCB – 2007-068
DEDICO
Aos meus pais “in memoriam” Givaldo e Nininha, pela
paciência, carinho e amor, contribuindo dessa forma para a
minha formação educacional e profissional e me fazendo
crescer como pessoa.
DEDICO
DEDICO
Aos meus pais “in memoriam” Givaldo e Nininha, pela
paciência, carinho e amor, contribuindo dessa forma para a
minha formação educacional e profissional e me fazendo
crescer como pessoa.
Agradecimentos
A Deus, por tudo que eu sou e por tudo que tenho dando as bênçãos necessárias
que me permitiram alcançar mais este objetivo em minha vida;
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
pela concessão da bolsa de estudo;
À Universidade Federal Rural de Pernambuco, pela contribuição e apoio nas
pesquisas;
À minha querida Profa. Dra. Elza Áurea de Luna Alves-Lima, professora e
orientadora, que soube com paciência conduzir esta pesquisa da melhor forma, deixando
em mim a certeza de que jamais vou esquecer seus ensinamentos;
Ao Departamento de Micologia/CCB/UFPE, nas pessoas das Professoras Drª.
Elza Áurea de Luna-Alves Lima e Cristina Maria Souza Motta, Chefe do Departamento
de Micologia, pelas facilidades concedidas durante o desenvolvimento da minha Tese;
Aos meus irmãos, sobrinhos, cunhados e meus pais, que mesmo não estando
mais aqui, sei que olham e velam pelo meu sucesso;
Ao Coorientador, Prof. Drº Fernando A. de Souza Leão Veiga, meu carinho e
respeito. Muito obrigado pela coorientação e apoio, cedendo laboratórios para a
condução dessa pesquisa;
Aos meus colegas de laboratório: Ana Paula Almeida, Ana Paula Duarte, Neide
Lopes, Patrícia Pires, pela convivência harmoniosa;
Ao o meu amigo e Prof. Carlos Guaraná, pelo apoio e incentivo nas horas mais
difíceis, um forte abraço.
À Auristela, Marco Aurélio, Luci Duarte, Pedro Monteiro, Maria Helena, Arlene
Bezerra, Neidinha e todos que fazem parte da Zoologia da UFRPE, pela amizade,
carinho e grande ajuda quando mais precisei;
Ao Prof. Dr. Francisco Braga da Paz Júnior, amigo que muito ajudou,
principalmente na estatística;
Aos Professores do Departamento de Agronomia, Manoel Guedes, Vargas,
Reginaldo Barros e Edmilson Jacinto, pelo apoio e amizade.
Aos meus amigos de Graduação, Mestrado e Doutorado, principalmente Luiz,
Ednilza, Carol, Fabrícia, Arlinda, Josilene, Adriana, Suêrda, Adelmo e Laurici, por se
fazerem presentes em todos os momentos da minha vida;
Às minhas amigas DaPaz, Cleidejane, Isabel e Vana, me perdoando sempre pela
ausência, mas ficando a certeza de que jamais as esqueci;
À Profa. Dra. Rejane Pimentel, por todo o carinho e amizade, contribuindo de
certa forma para a realização deste trabalho;
À Profa. Dra. Rosimar dos Santos Musser, por ter disponibilizado uma área em
Campo Experimental para a construção dos telados e ajuda na realização deste trabalho;
Ao Sr. Luiz e Sr. Batista por terem cuidado do plantio com dedicação;
À todos aqueles que contribuíram, direta ou indiretamente, para o sucesso do
meu curso de doutoramento em Ciências Biológicas, muito obrigado!
“É graça divina começar bem.
Graça maior é persistir na caminhada certa.
Mas graça das graças é não desistir nunca”
Dom Hélder Câmara
SUMÁRIO
Pág.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO GERAL
01
2. REVISÃO DE LITERATURA
04
2.1 Maracujazeiro: considerações gerais
04
2.2 Controle Microbiano
07
3. REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS
13
CAPÍTULO I – AÇÃO DE Beauveria bassiana (BALS.) VUILL. E
Metarhizium
anisopliae
PATOGÊNICOS
A
var.
anisopliae
LAGARTA
(METSCH.)
SOROKIN.
DESFOLHADORA
DO
MARACUJAZEIRO, Dione juno juno (CRAMER) (LEPIDOPTERA:
NYMPHALIDAE), EM CONDIÇÕES DE LABORATÓRIO
25
Resumo
27
1. Introdução
29
2. Material e Métodos
30
2.1 Local de realização do experimento
30
2.2 Criação de Dione juno juno
31
2.3 Linhagens fúngicas utilizadas
32
2.4 Crescimento de Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae var.
anisopliae e quantificação dos inóculos
33
2.5 Bioensaios
34
2.6 Análise estatística
34
3. Resultados e Discussão
35
4. Referências
43
CAPÍTULO II - PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana (BALS.)
VUILL.
SOBRE
LAGARTAS
DESFOLHADORAS
DO
MARACUJAZEIRO, Dione juno juno (CRAMER) (LEPIDOPTERA:
NYMPHALIDAE), EM CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS DE CAMPO
48
Resumo
51
1. Introdução
53
2. Material e Métodos
54
2.1 Local de realização do experimento
54
2.2 Fungo utilizado
54
2.3 Produção de conídios em arroz
54
2.4 Teste de patogenicidade
55
3. Resultados e Discussão
57
4. Referências
62
CAPÍTULO III – EFEITO DE Metarhizium anisopliae var. anisopliae
(Metsch.)
Sorokin
SOBRE
MARACUJAZEIRO
Dione
A
juno
LAGARTA
juno
DESFOLHADORA
(Cramer)
DO
(LEPIDOPTERA:
NYMPHALIDAE), EM CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS DE CAMPO
66
Resumo
69
1. Introdução
71
2. Materiais e Métodos
72
2.1 Local de realização do experimento
72
2.2 Fungo utilizado
73
2.3 Produção de conídios em arroz
73
2.4 Teste de patogenicidade
73
3. Resultados e Discussão
75
4. Referências
81
CONCLUSÕES GERAIS
85
ANEXOS
86
LISTA DE FIGURAS
REVISÃO DE LITERATURA
Figura 1. Planta arbustiva do maracujazeiro
05
Figura 2. Flor do maracujazeiro
05
Figura 3. Vista dorsal e ventral da forma adulta de Dione juno juno
06
Figura 4. Lagarta desfolhadora do maracujazeiro Dione juno juno
06
CAPÍTULO I - AÇÃO DE Beauveria bassiana (BALS.) VUILL. E
Metarhizium
anisopliae
PATOGÊNICOS
À
var.
anisopliae
LAGARTA
(METSCH.)
SOROKIN.
DESFOLHADORA
DO
MARACUJAZEIRO, Dione juno juno (CRAMER) (LEPIDOPTERA:
NYMPHALIDAE), EM CONDIÇÕES DE LABORATÓRIO
Figura 1. Área experimental do Campus da UFRPE
31
Figura 2. Recipientes plásticos para criação de Dione juno juno
32
Figura 3. Gaiolas de criação de Dione juno juno
32
Figura 4. Arroz parboilizado inoculado com Beauveria. bassiana
33
Figura 5. Percentual de mortalidade acumulada de Dione juno juno infectada por
Beauveria bassiana nas concentrações 108, 107, 106 conídios/mL e
tempo de avaliação em condições de Laboratório
38
Figura 6. Percentual de mortalidade acumulada de Dione juno juno infectada por
Metarhizium anisopliae var. anisopliae nas concentrações 108, 107,
106 conídios/mL e tempo de avaliação em condições de
Laboratório.
38
Figura 7. Lagarta de Dione juno juno mumificada pela ação de Beauveria
bassiana
41
Figura 8. Lagarta de Dione juno juno mumificada pela ação de Metarhizium
anisopliae
42
CAPÍTULO II - EFICÁCIA DE Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. SOBRE
LAGARTAS DESFOLHADORAS DO MARACUJAZEIRO, Dione juno
juno (Cramer) (LEPIDOPTERA: NYMPHALIDAE), EM CONDIÇÕES
NATURAIS
Figura 1. Área experimental do Campus da UFRPE
55
Figura 2. Telado para a instalação do bioensaio.
56
Figura 3. Bioensaio com o maracujaceiro e Beauveria bassiana
56
CAPÍTULO III - EFEITO DE Metarhizium anisopliae var. anisopliae
(Metsch.) Sorokin SOBRE À LAGARTA DESFOLHADORA DO
MARACUJAZEIRO
Dione
juno
juno
(Cramer)
(LEPIDOPTERA:
NYMPHALIDAE), EM CONDIÇÕES NATURAIS
Figura 1. Área telada para bioensaio no Campus da UFRPE
74
Figura 2. Lagartas ensacadas nos maracujazeiros durante o bioensaio
74
Figura 3. Lagartas de Dione juno juno infectadas por Metarhizium anisopliae
var. anisopliae
79
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO I - AÇÃO DE Beauveria bassiana (BALS.) VUILL. E
Metarhizium
anisopliae
PATOGÊNICOS
À
var.
anisopliae
LAGARTA
(METSCH.)
SOROKIN.
DESFOLHADORA
DO
MARACUJAZEIRO, Dione juno juno (CRAMER) (LEPIDOPTERA:
NYMPHALIDAE), EM CONDIÇÕES DE LABORATÓRIO
Tabela 1. Mortalidade e Tempo Letal de lagartas de Dione juno juno submetidas
a diferentes concentrações de Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae
var.
anisopliae,
isoladamente,
em
laboratório.
Temperatura: 26 ± 1ºC, RH: 70 ± 10% e fotofase: 12h.
36
Tabela 2. Percentagem de mortalidade sobre lagartas de D. juno juno em horas,
nas concentrações 108, 107 e 106 conídios/mL de Beauveria bassiana
e Metarhizium anisopliae var. anisopliae, em diferentes períodos de
observações. Temperatura: 26 ± 1ºC, RH: 70 ± 10% e fotofase: 12h.
39
CAPÍTULO II - EFICÁCIA DE Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. SOBRE
LAGARTAS DESFOLHADORAS DO MARACUJAZEIRO, Dione juno
juno (Cramer) (LEPIDOPTERA: NYMPHALIDAE), EM CONDIÇÕES
NATURAIS
Tabela 1. Percentagem de mortalidade acumulada sobre lagartas de Dione juno
juno em horas, nas concentrações 108, 107,106,105 e 104 conídios/mL
de Beauveria bassiana em condições experimentais de campo.
58
Tabela 2. Mortalidade acumulada (%), Tempo Letal (TL50) em dias com
intervalo de confiança, equações de regressão linear e valores de X2
obtidos pela análise de Probit para a atividade patogênica de
Beauveria bassiana sobre lagartas de Dione juno juno.
59
CAPÍTULO III - EFEITO DE Metarhizium anisopliae var. anisopliae
(Metsch.) Sorokin SOBRE À LAGARTA DESFOLHADORA DO
MARACUJAZEIRO
Dione
juno
juno
(Cramer)
(LEPIDOPTERA:
NYMPHALIDAE), EM CONDIÇÕES NATURAIS
Tabela 1. Tempos Letais em dias, intervalo de confiança, equações de regressão
linear e valores de X2 obtidos pela análise de Probit para a atividade
patogênica de Metarhizium anisopliae sobre lagartas de Dione juno
juno.
76
Tabela 2. Percentagem de mortalidade acumulada de lagartas Dione juno juno
em horas, nas concentrações 108, 107,106,105 e 104 conídios/mL de
Metarhizium anisopliae var. anisopliae sob condições experimentais
de campo.
77
RESUMO
Beauveria
bassiana
e
Metarhizium
anisopliae
var.
anisopliae
são
fungos
entomopatogênicos com ação comprovada contra várias espécies de Lepidoptera, porém
ainda não testada em Dione juno juno, Lepidoptera de importância econômica,
considerada praga-chave do maracujazeiro (Passiflora edulis Sims.). Assim, objetivouse avaliar a patogenicidade e a virulência de B. bassiana e M. anisopliae var. anisopliae
em diferentes concentrações sobre lagartas de D. juno juno em condições de laboratório,
visando o desenvolvimento de estratégias para o controle biológico desta praga. Os
resultados demonstram que B. bassiana e M. anisopliae var. anisopliae têm ação
patogênica sobre a praga do maracujazeiro. M. anisopliae var. anisopliae foi mais
eficiente no índice de mortalidade sobre as lagartas de D. juno juno em relação ao
tempo, considerando-se que B. bassiana também foi eficiente, podendo ser usados em
programas de controle biológico, proporcionando uma importante alternativa de
controle para essa praga.
PALAVRAS-CHAVE: fungo entomopatogênico, controle biológico, praga do
maracujazeiro maracujazeiro.
ABSTRACT
Beauveria
bassiana and
Metarhizium
anisopliae var. anisopliae are fungi
entomopatogenic with proven action against several species of Lepidoptera, however
still no tested in Dione juno juno, Lepidoptera of economical importance, considered
pest key of the passion-fruit plant (Passiflora edulis Sims.). Like this, it was aimed at to
evaluate the patogenicity and the virulence of B. bassiana and M. anisopliae var.
anisopliae in different concentrations on caterpillars of D. juno juno in laboratory
conditions and natural conditions, seeking the development of strategies for the
Biological Control of this pest. The results they demonstrate that B. bassiana and M.
anisopliae var. anisopliae have action patogenic and high infectibility on the pest of the
passion-fruit plant. M. anisopliae var. anisopliae went more efficient as for the
mortality rate on the caterpillars of D. juno juno in relation to the time, could be used in
programs of Biological Control, providing an important control alternative for that pest.
KEY-WORDS: Entomopathogenic fungus, Biological Control, Pest of passion-fruit.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
1. INTRODUÇÃO
O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá-amarelo (Passiflora edulis Sims.
f. flavicarpa Deg.), suprindo 30% do consumo mundial de suco concentrado extraído de
seus frutos. Os principais Estados produtores são Bahia, São Paulo, Sergipe, Pará e Ceará
(MOURA et al., 2000).
A cultura do maracujá amarelo é severamente atacada por pragas. O controle dessas
pragas na agricultura é um fator limitante e tem resultado no aumento do custo de
produção, acarretando problemas ao produtor, ao consumidor e ao meio ambiente. Os
acaricidas e inseticidas são responsáveis por 30% dos valores aplicados no mercado
mundial, de defensivos agrícolas que chegam a aproximadamente 2 bilhões de dólares,
sendo que os bioinseticidas participam apenas com 1% deste montante (ALMEIDA &
BATISTA FILHO, 2002)
Dentre os insetos nocivos para o maracujazeiro, Dione juno juno (Cramer) é um dos
mais importantes, devido aos danos que causa no desfolhamento parcial ou total da planta
conseqüentemente causando perdas na produção de maracujá. No Nordeste, o início do
ataque desta lagarta no maracujazeiro ocorre entre os meses de março e abril; no início da
infestação o dano não é significativo, mas com o seu crescimento a população de lagartas
poderá desfolhar toda a lavoura. Além disso, também ocorre queima das folhas provocadas
pela saliva das lagartas, que apresenta uma ação tóxica sobre as partes verdes. Para
minimizar esses problemas serão necessários estudos continuados sobre os aspectos
taxonômicos, biológicos e manejo ecológico da população de insetos (LIMA & VEIGA,
1993; FANCELLI & MESQUITA, 1998; BOIÇA JR. et al., 1999; GALLO et al., 2002).
Os fungos entomopatogênicos, a exemplo de Beauveria bassiana e de Metarhizium
anisopliae, são produzidos e formulados em diversas regiões do Brasil, com o objetivo de
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
2
controlar insetos de várias ordens, principalmente Lepidoptera. Esses fungos apresentam
grande variabilidade genética e são importantes agentes de controle microbiano de insetos,
pois são perfeitamente compatíveis com os propósitos do Manejo Integrado de Pragas; a
partir da década de 90, foram ainda fortalecidos, pelo uso das técnicas de genética
molecular, que permitem direcionar os processos de seleção, de modo a se obter espécies
fúngicas com alta virulência, especificidade e perfeitamente adaptadas às diversidades
climáticas do ambiente onde serão utilizadas (ALVES, 1998; AZEVEDO, 1998; 2001;
AZEVEDO & PIZZIRANI-KLEINER, 2002; DESTÉFANO et al., 2004).
O uso intensivo e continuado dos solos requer o emprego de fertilizantes sintéticos e
agrotóxicos nas plantas, muitas vezes de forma inadequada e tem levado alguns
especialistas a alertarem para os perigos que esta prática pode representar para o
ecossistema. De qualquer maneira, tem havido consenso de que, se por um lado, as
necessidades da produção de alimentos são crescentes e precisam ser satisfeitas, por outro,
o equilíbrio do ecossistema não pode ser desprezado (CAVALEIRA et al., 2005).
Nos últimos anos, a humanidade vem despertando, de forma crescente, para o
problema de conservação da qualidade do meio ambiente. Inúmeros movimentos de alerta
nesse sentido têm surgido e vêm ganhando grande importância. A deterioração da
qualidade do meio ambiente tem como agente responsável uma ampla gama de atividades
humanas, tais como: resíduos industriais, práticas predatórias de caça, de pesca e
exploração agropecuária, dentre outras (BATISTA FILHO, 2006). Deste modo alternativa
como o emprego do controle biológico com fungos entomopatogênicos está se tornando
uma prática cada vez mais freqüente.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
O presente trabalho foi desenvolvido visando atender os seguintes objetivos:
1) Avaliar a patogenicidade de Metarhizium anisopliae var. anisopliae e Beauveria
bassiana sobre a lagarta desfolhadora do maracujazeiro Dione juno juno (Cramer).
(Lepidoptera: Nymphalidae), em condições de laboratório e de campo.
2) Determinar a Concentração Letal (CL50) e o Tempo Letal (TL50) de Beauveria
bassiana e de Metarhizium anisopliae var. anisopliae sobre lagartas de Dione juno
juno através de bioensaios em laboratório.
3
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
4
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Maracujazeiro: considerações gerais
Passiflora edulis Sims. f. flavicarpa Deg. é uma espécie da família Passifloraceae,
vulgarmente chamada de maracujazeiro (Figura 1), perene, arbustiva, alcançando 8 a 10
metros quando se apóia nas árvores altas. Apresenta caule grosso e torcido, casca parda
áspera e gretada, ramos longos pilosos, com gavinhas, folhas simples, grandes e alternadas.
Flores grandes e vistosas, solitárias, de cor branca e lilás (Figura 2), frutos ovais ou
oblongos e às vezes arredondados. Seu florescimento ocorre de dezembro a agosto.
Normalmente é empregada pela medicina popular e laboratórios farmacêuticos como
calmante. Originária da América tropical, com ocorrência nas regiões tropicais do Brasil
desde o Nordeste até o Rio Grande do Sul, quase sempre perto do litoral (LIOGIER, 1994;
CASTRO & CHEMALE, 1995; 1996; RUGGIERO et al., 1996). O gênero Passiflora tem
cerca de 530 espécies tropicais e subtropicais, das quais mais de 150 são nativas do Brasil.
Destas, mais de 60 produzem frutos que podem ser aproveitados direta ou indiretamente
como alimento. Somente uma espécie é comercialmente explorada no país, o maracujá
amarelo (P. edulis Sims.), que domina as plantações do Brasil, e ainda, do Havaí, Fiji,
Quênia e Taiwan (VARASSIN & SILVA, 1999; PURICELLI et al., 2003; NARAÍN et al.,
2004).
A cultura do maracujá amarelo tem despertado grande interesse aos fruticultores,
devido a sua rápida produção em relação aos outros frutíferos e a sua grande aceitação no
mercado, para consumo in natura e para a industrialização, apresentando importância pelas
qualidades organolépticas e farmacoterapêuticas de seus frutos, além de ter ciclo
BARBOSA, D.G.F.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
5
relativamente curto e de fácil manejo, com retorno econômico rápido (LIMA & VEIGA,
1993; SOUZA & MELETTI, 1997; MELETTI et al., 2005).
Figura. 1. Planta arbustiva do maracujazeiro
Figura. 2. Flor do maracujazeiro
Pela qualidade do fruto o maracujá amarelo é o preferido para o cultivo,
principalmente por ter polpa comestível, ótima para refrescos e sorvetes. A presença do
alcalóide passiflorina em toda a planta, principalmente nas folhas, empresta-lhes
propriedades sedativas e hipnóticas (ARAÚJO et al., 2005).
O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, apresentando uma área plantada
de mais de 36.000 ha e produção anual ultrapassando a 360 toneladas. A partir da década
de 90 (AGRIANUAL, 2000), supre 30% do consumo mundial de suco concentrado
extraído de seus frutos (MOURA et al., 2000). Os principais estados produtores são Bahia,
São Paulo, Sergipe, Pará e Ceará (FREITAS & OLIVEIRA FILHO, 2003; NEGREIROS et
al., 2004; FERRARI, 2006; JUNQUEIRA et al., 2006). Como toda cultura, uma série de
problemas agronômicos incide sobre o maracujazeiro. Dentre estes, destacam-se os insetos
como besouros, moscas-das-frutas, vaquinhas, percevejos, ácaros e principalmente a
lagarta desfolhadora, Dione juno juno (Cramer), que pertence à Superfamília
Papilionoidea, Família Nymphalidae, Subfamília Heliconiinae e Tribo Heliconiini. Esta
lagarta provoca perda elevada à cultura em termos de redução de produção de frutos
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
6
(LARA, 1999). Em vista disto é considerada praga-chave para a cultura do maracujazeiro,
pois ocorre todos os anos, causando danos severos às plantas e perdas na produção
(BROWN JR., 1981; FANCELLI & MESQUITA, 1998; MELETTI et al., 2005).
A forma adulta deste inseto é uma borboleta (Figura 3) que apresenta asas de
coloração alaranjada, com margens pretas e envergadura de 60 milímetros. Colocam em
média de 70 a 150 ovos por postura. A lagarta apresenta hábito gregário, coloração negra e
o corpo revestido por espinhos (Figura 4) (FANCELLI & MESQUITA, 1998; GALLO et
al., 2002).
Figura. 3. Vista dorsal e ventral da forma adulta de Dione juno juno
(www.google.com.br)
Figura. 4. Lagarta desfolhadora do maracujazeiro Dione juno juno.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
7
Dione juno juno é um dos lepidópteros mais daninhos à cultura devido aos hábitos
alimentares. Lima & Veiga (1993) constataram que a forma larval dessa espécie pode
desfolhar parcial ou completamente o maracujazeiro, causando a sua morte. Em virtude
desse dano, o controle deste inseto é freqüentemente estimulado, sendo os produtos
químicos o método mais empregado pelos agricultores. A prática desse método não
resolveu o problema que afeta os insetos polinizadores como as abelhas mamangavas
(Xylocopa sp.), Hymenoptera considerado por alguns pesquisadores como o único
polinizador do maracujazeiro, o que pode resultar em quebra da produção (BOIÇA JR. et
al., 1999; FREITAS & OLIVEIRA FILHO, 2003; ARAÚJO et al., 2005).
Em relação à ocorrência natural de fungos entomopatogênicos infectando D. juno
juno na cultura do maracujazeiro, não foi encontrado registro na literatura consultada.
Entretanto, o vírus da Poliedrose Nuclear é freqüentemente citado por contribuir para o
controle dessa praga (LIMA & VEIGA, 1993). Por outro lado, no Brasil pesquisas sobre o
uso de variedades resistentes são muito restritas com relação ao controle de pragas do
maracujazeiro, o que mostra a necessidade de se buscar alternativas com possibilidades de
futuras aplicações no controle microbiano de D. juno juno e no melhoramento genético de
agentes fúngicos com vista a uma agricultura sustentável (AZEVEDO, 1998; BATISTA
FILHO, 2006; FERRARI, 2006; JUNQUEIRA et al., 2006)
2.2. Controle Microbiano
O controle microbiano é a principal meta da patologia de insetos e a utilização de
fungos entomopatogênicos para esse controle tem recebido atenção especial, por serem os
principais patógenos de insetos, representando um ramo do controle integrado de insetos.
Este controle trata da utilização de patógenos visando à manutenção de população de
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
8
pragas abaixo dos níveis de danos econômicos (LECUONA, 1996; SOCCOL et al., 1997;
ALVES, 1998). Mais de 60 espécies de fungos capazes de infectar insetos são destacadas
no emprego de controle biológico, isoladamente ou associadas com outros métodos, dando
ênfase à utilização de fungos entomopatogênicos. Estes podem ser de ação específica ou
causar doenças em grande número de hospedeiros, como B. bassiana e M. anisopliae, entre
outros. A presença de propágulos de um patógeno com poder de infectividade sobre um
hospedeiro suscetível não garante sua colonização. As condições ambientais podem
permitir ou não a germinação e posterior colonização do hospedeiro pelo patógeno
(ALVES & LECUONA, 1998). Em condições adequadas esses fungos são capazes de
infectar um grande número de insetos, em praticamente todos os estágios de
desenvolvimento. Muitas das espécies entomopatogênicas atuam, via tegumento, por
contato. Esses fungos apresentam grande diversidade genética que permite a seleção de
linhagens e avaliação das mais infectivas para o controle de pragas específicas
(AZEVEDO, 1998; AZEVEDO & WOFF, 2000; MOINO Jr. et al., 2002).
Dentre os agentes microbianos de insetos destacam-se os fungos, bactérias, vírus,
nematóides, entre outros. Esses agentes, utilizados em doses elevadas, evitam o
desequilíbrio biológico do agro-ecossistema, por não afetarem os inimigos naturais e os
polinizadores relacionados (LACEY et al., 2001; ALVES et al., 2002). Os fungos
entomopatogênicos foram os primeiros agentes a serem aplicados no controle microbiano
de insetos, com cerca de 80% das doenças de insetos causadas por esses patógenos.
O Brasil perde anualmente quantidades expressivas de suas safras pelo ataque de
insetos pragas. Do ponto de vista biológico, as pragas que dizimam os diversos cultivares
de plantas no Brasil e em outros países, podem ser controladas através de organismos
existentes na natureza, que são chamados de inimigos naturais. Entre estes, podem ser
citados os fungos entomopatogênicos, que são utilizados com eficácia para controlar
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BARBOSA, D.G.F.
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algumas dessas pragas, já que em condições naturais causam redução nas populações
desses insetos (PARRA et al., 2002). No entanto, para o desenvolvimento de um programa
de controle microbiano, a seleção de isolados de fungos entomopatogênicos é de extrema
importância e deve ser a etapa inicial. A grande variabilidade genética desses fungos deve
ser explorada, para que sejam utilizados isolados mais adaptados ao combate dos insetos e
consequentemente mais virulentos (AZEVEDO, 2001; CÉSAR FILHO et al., 2002;
LOUREIRO et al., 2005; NEVES & HIROSE, 2005).
Os fungos são capazes de atacar insetos fitófagos e aquáticos, pragas de solo e
causar epizootias naturais, além de se destacarem como patógenos de largo espectro.
Podem infectar diferentes estágios de desenvolvimento dos hospedeiros, penetrando por
diversas vias, inclusive pelo tegumento, com uma grande capacidade de disseminação
horizontal, sendo vários os mecanismos envolvidos na patogenicidade de fungos sobre os
insetos. Fatores abióticos como temperatura, umidade, luz e radiação ultravioleta e fatores
bióticos como predisposição do hospedeiro e as diferentes fontes nutricionais, podem
influenciar no ciclo das relações fungo-hospedeiro (ALVES, 1998). Dentre os fungos
entomopatogênicos mais conhecidos e estudados destacam-se Beauveria bassiana (Bals.)
Vuillemin e Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorokin. Estes fungos são os mais
empregados no controle de pragas, têm distribuição cosmopolita e são referidos como os
primeiros a causarem doenças de natureza microbiana identificadas em insetos; assim
sendo, estão entre os mais importantes patógenos microbianos, com grande potencial como
agentes de controle biológico, pois têm alto grau de infectividade e patogenicidade contra
insetos-praga (SILVA et al., 2003).
A literatura relata que a primeira citação sobre o gênero Beauveria foi feita por
Vuillemin em 1912, quando o descreveu pela primeira vez e o nomeou de Beauveria em
homenagem a Beauverie, renomado entomologista francês da época. A espécie-tipo foi
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estudado anteriormente pelo pesquisador italiano Agostinho Bassi. Contemporâneo dos
trabalhos de Bassi, o micologista italiano Balsamo-Crivelli, numa primeira publicação,
enquadrou-a no gênero Botrytis, e posteriormente de Botrytis bassiana, em homenagem a
Bassi. Vuillemin reestudou a espécie e colocou em sinonímia, denominado Beauveria
bassiana (Balsamo) Vuillenim, permanecendo até os dias atuais. Esta espécie é
considerada a mais bem estabelecida, entre os fungos entomopatogênicos (BENHAM &
MIRANDA, 1953; De HOOG, 1972; LECUONA et al., 2005).
Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorokin, muito utilizado no controle das
cigarrinhas da cana-de-açúcar (Mahanarva posticata e M. fimbliolata), tem a vantagem de
ser inócuo ao homem e aos outros animais (LOUREIRO et al., 2005; MATOS et al., 2005;
MENDONÇA & MARQUES, 2005). M. anisopliae, considerada uma das espécies mais
importantes para o controle biológico, destaca-se por apresentar eficiência no controle
integrado de insetos-praga. Seu primeiro registro foi feito pelo zoólogo russo Ilya
Metschnikoff, que o denominou Entomophtora anisopliae, isolado do besouro Anisopliae
austriaca, na Rússia, em 1879. Sorokin, em 1883, o transferiu para o gênero, denominando
Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorokin, que permanece até os dias atuais (TULLOCH,
1976; ONOFRE et al., 2002; MARQUES et al., 2005).
No Brasil, na região Nordeste a partir de 1964, M. anisopliae destacou-se como
controlador da cigarrinha da cana-de-açúcar Mahanarva posticata e das cigarrinhas das
pastagens (Deois sp. e Zulia sp.) na região Centro-Oeste, com a ocorrência epizoótica para
esse inseto nas condições de campo (AZEVEDO, 1998; MARQUES et al., 2005;
MENDONÇA et al., 2005). A patogenicidade de M. anisopliae tem sido avaliada com
elevada eficiência, sobre importantes pragas agronômicas: carrapato (Boophilus microplus
(Canestrini), traça-das crucíferas, (Plutella xylostella (L.), cupins da cana-de-açúcar
(Nasutitermes coxipoensis (Holmgren), formiga (Atta sexdens) (L.), age sobre insetos
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causadores de doenças humanas, como o barbeiro (Triatoma infestans) (Klug), entre outras
(KAAYA, 2000; ATHAYDE et al., 2001; LECUONA et al., 2001; SILVA et al., 2003;
LOUREIRO & MONTEIRO, 2004; ALBUQUERQUE et al., 2005).
No controle de insetos, uma série de vantagens são observados quando da utilização
de patógenos, tais como: especificidade, sendo que mesmo quando aplicado em grandes
quantidades não causam danos ao ambiente e não afetam parasitos, predadores e
polinizadores. Por outro lado, a dispersão natural dos patógenos possibilita a transmissão e
a redução natural da praga; efeitos secundários, ou seja, além da mortalidade direta, podem
afetar gerações futuras, diminuindo a oviposição e a viabilidade dos ovos; o controle é
mais duradouro, fazendo com que a doença assuma caráter enzoótico, mantendo a
população da praga em níveis economicamente toleráveis; podendo ser utilizados
conjuntamente com alguns inseticidas seletivos, na busca de uma ação sinérgica e,
portanto, um controle mais eficaz; sabe-se que os entomopatógenos não poluem o
ambiente e não são tóxicos para o homem e animais, e assim sua ação é benéfica,
protegendo o ecossistema (LECUONA, 1996; MOCHI et al., 2006).
Observações feitas por Loureiro et al. (2005) em estudos sobre a eficácia de M.
anisopliae contra a cigarrinha da raiz da cana-de-açúcar M. fimbriolata, indicaram que
ocorreu 100% mortalidade do inseto, sugeriram que embora M. anisopliae tenha
proporcionado alta patogenicidade, outras características desejáveis precisam ser estudadas
como a produção de conídios, para que os mesmos possam ser utilizados nas formulações
de produtos para o controle de M. fimbriolata
A maioria dos projetos de controle microbiano é realizada com fungos
entomopatogênicos, devido às características de ação desses patógenos, que atuam por
contato. Estão presentes em grandes quantidades na natureza, sendo o solo o seu maior
reservatório e apresentam grande diversidade genética. Os fungos foram os primeiros
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agentes a serem aplicados no controle microbiano de insetos. Um dos primeiros registros
da ocorrência de um fungo infectando inseto data de 1726 e foi constatado por Réaumur.
Na oportunidade foi documentado o aparecimento do fungo Cordyceps atacando uma
lagarta de coleóptero (ALMEIDA & MACHADO, 2006).
Na seleção de linhagens de B. bassiana e M. anisopliae contra o cascudinho
(Alphitobius diaperinus), praga da avicultura, Rohde et al. (2006) avaliaram várias
concentrações (105 a 109 conídios/mL); entre estas, em 18 linhagens causaram mortalidade
larval confirmada superior a 80% para B. bassiana e para M. anisopliae,somente em seis
linhagens, de um total de 41, causaram mortalidade larval confirmada superior a 80%,
entretanto, são recomendadas ainda mais investigações sobre o comportamento destes
agentes entomopatogênicos no controle microbiano do cascudinho.
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PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
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PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
CAPÍTULO I
BARBOSA, D.G.F.
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BARBOSA, D.G.F.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
25
Daisi Gloria Farias Barbosa
Rua Setenta - Nº 15 – Bairro: Jardim Paulista
Paulista – PE - CEP 53409-010
e-mail: [email protected]
Ação de Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. e Metarhizium anisopliae var. anisopliae
(Metsch.) Sorokin. Patogênicos à Lagarta Desfolhadora do Maracujazeiro, Dione juno juno
(Cramer) (Lepidoptera: Nymphalidae), em Condições de Laboratório
DAISI G. F. BARBOSA1; LAURICI P. DOS SANTOS2; SUÊRDA W. J. DE SANTANA2 ;
ANTONIO F. S. L. VEIGA3; ELZA A. LUNA-ALVES LIMA4.
1.
Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal de
Pernambuco/UFPE, Centro de Ciências Biológicas (CCB), avenida Prof. Nelson Chaves
S/N, Cidade Universitária, CEP 50670-420, Recife, PE. Brasil.
2
Programa de Pós-graduação em Entomologia Agrícola, Departamento de Agronomia da
Universidade Federal Rural de Pernambuco/UFRPE
3
Universidade Federal Rural de Pernambuco/UFRPE, Departamento de Biologia, Área de
Zoologia, Laboratório de Entomologia (LaboEnto).
4
Laboratório de Controle Biológico, Departamento de Micologia/CCB/UFPE, Av. Prof.
Nelson Chaves S/N, Cidade Universitária, CEP 50670-420, Recife, PE, Brasil.
e-mail: [email protected]
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BARBOSA, D.G.F.
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Ação de Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. e Metarhizium anisopliae var. anisopliae
(Metsch.) Sorokin Patogênicos à Lagarta Desfolhadora do Maracujazeiro, Dione juno juno
(Cramer) (Lepidoptera: Nymphalidae), em Condições de Laboratório
Manuscrito enviado para publicação na Revista
NEOTROPICAL ENTOMOLOGY
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
27
RESUMO – Foi verificada a ação patogênica de Beauveria bassiana (Bals.) Vuill.
URM3447 e Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorokin URM3185 em condições de
laboratório, sobre a lagarta desfolhadora do maracujazeiro Dione juno juno nas
concentrações de 108, 107, 106 conídios/mL sob condições de temperatura (28 ± 4ºC),
umidade relativa (UR 75 ± 10 %) e fotofase (12 h) e deterninado o Tempo Letal (TL50). As
lagartas utilizadas nos bioensaios foram criadas em folhas de maracujá até alcançarem o 3º
instar, no Laboratório de Entomologia da UFRPE. Todas as concentrações causaram
mortalidade de 100% para M. anisopliae e para B.bassiana 97, 71 e 48% da maior a menor
concentração, em 120 horas de avaliação. A TL50 para M.anisopliae foi 2,18, 2,55 e 2,65
dias e para B.bassiana foi 2,60, 2,62 e 8,04 dias. Esses resultados indicam que B.bassiana
URM3447 e M.anisopliae URM3185 e têm ação patogênica para a lagarta desfolhadora do
maracujazeiro.
PALAVRASCHAVE: Fungos entomopatogênicos, Controle Biológico, Patogenicidade.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
28
Action of Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. and Metarhizium anisopliae var. anisopliae
(Metsch.) Sorokin. Pathogenic to the Defoliater Caterpillar of the Passion-Fruit Plant,
Dione juno juno (Cramer) (Lepidoptera: Nymphalidae), in Laboratory
ABSTRACT – The action of pathogenicity of Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. URM3447
and Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorokin URM3185 in laboratory, on the defoliater
caterpillar of the passion-fruit plant Dione juno juno in the concentrations of 108, 107, 106
conidia.mL-1 was verified in temperature between 28 ± 4ºC), relative humidity (UR 75 ± 10
%) and photophase (12 h) and determined the Lethal Time (TL50). The caterpillars used in
the bioassays were fed in leaves of passion-fruit up to the 3rd instar, in the Laboratory of
Entomology of the UFRPE. All three concentrations promoted mortality of 100 % for M.
anisopliae and B. bassiana, 97, 71 and 48 % from the higher to the lower concentration, in
120 hours of evaluation. The TL50 for M. anisopliae was 2.18, 2.55 and 2.65 days and for
B. bassiana it was 2.60, 2.62 and 8.04 days. These results indicate that B. bassiana
URM3447 and M. anisopliae URM3185 have pathogenic action for the defoliater
caterpillar of the passion-fruit.
KEY WORDS: Entomopathogenic fungus, Biological Control, Pathogenicity.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
29
O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá-amarelo (Passiflora edulis Sims.
f. flavicarpa Deg.), contribuindo com 30% do suco concentrado para consumo mundial
(Moura et al. 2000, Meletti et al. 2005). Os principais Estados produtores são Bahia, São
Paulo, Sergipe, Pará e Ceará (Negreiros et al. 2004, Ferrari 2006).
Cerca de 80% das doenças que ocorrem nos insetos são causadas por fungos. As
espécies mais utilizadas no controle de insetos-praga são Beauveria bassiana (Balsamo)
Vuillemin e Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorokin (Alves 1998, Destéfano et al.
2004).
Os fungos entomopatogênicos, a exemplo de B.bassiana e M. anisopliae, são
produzidos e formulados em diversas regiões do Brasil, com o objetivo de controlar insetos
de várias ordens, incluindo Lepidoptera (Alves 1998, Mendonça 2005.).
A grande variabilidade genética desses entomopatógenos os credencia como
importantes agentes de controle microbiano de insetos, pois são compatíveis com os
propósitos do Manejo Integrado de Pragas, sendo fortalecido pelo fato de que, atualmente,
com o emprego de técnicas moleculares, pode-se direcionar o processo de seleção, de
modo a se obter linhagens fúngicas com alta virulência, especificidade e perfeitamente
adaptadas às diversidades climáticas do ambiente onde serão utilizadas (Alves 1998,
Azevedo 2001)
O uso intensivo e continuado de solos na agricultura com o emprego de
fertilizantes sintéticos e agrotóxicos, muitas vezes de maneira inadequada, são alerta
para os perigos que essas práticas podem representar para o ecossistema. Assim, tem
havido consenso de que, se por um lado, as necessidades de produção de alimentos são
crescentes e precisam ser satisfeitas, por outro, o cuidado com o equilíbrio do
ecossistema não pode ser desprezado (Cavaleira et al. 2005).
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
30
Devido à importância que D. juno juno representa para o maracujazeiro, e apesar
dos avanços já obtidos na área de controle desse inseto, existe a necessidade, de estudos
mais detalhados sobre taxonomia, biologia, produção, formulação, patogenicidade e
epizootia, referentes aos fungos entomopatogênicos, a fim de se obter informações mais
amplas e seguras sobre a ação dos patógenos mais empregados, para a manutenção e
equilíbrio ecológico das populações de insetos (Alves 1998, Fancelli & Mesquita 1998,
Neves & Hirose 2005).
No Nordeste do Brasil o ataque dessa lagarta no maracujazeiro ocorre entre os
meses de abril a junho, sendo que no início do desenvolvimento das lagartas o dano não é
significativo, mas com o crescimento da população o desfolhamento tende a aumentar.
Além disso, também há queima das folhas provocadas pela saliva das lagartas, que tem
uma ação tóxica sobre as partes verdes (Lima &Veiga 1993; Boiça Jr. et al. 1999, Gallo et
al. 2002).
Este trabalho teve por objetivo avaliar a patogenicidade de B.bassiana e
M.anisopliae sobre lagartas de D. juno juno e determinar o Tempo Letal (TL50) destes
fungos sobre as lagartas através de bioensaios em laboratório.
Material e Métodos
Local de realização do experimento. O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de
Controle Biológico, do Departamento de Micologia, do Centro de Ciências Biológicas
(CCB), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e no Laboratório de Patologia de
Insetos do Departamento de Agronomia e de Entomologia (LaboEnto) do Departamento de
Biologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
31
Criação de Dione juno juno. As coletas dos insetos, criação e plantio do maracujazeiro
foram realizados na Área experimental do Campus da UFRPE. (Figura 1), no período entre
setembro de 2004 e março de 2005. Foram coletados ovos de inseto e transportados para a
sala de criação do Laboratório de Entomologia da UFRPE. Os ovos foram acondicionados
em recipientes plásticos com 9,5 cm de base e 7,8 cm de altura, fechados com tampas
teladas. Com a eclosão das lagartas, as mesmas foram transportadas para gaiolas teladas de
0,50 x 0,50 cm (Figura 2 e 3). A criação foi mantida a 28 ± 4ºC e UR 75 ± 10 % e fotofase
de 12 horas. Foram colocadas como alimento folhas de maracujazeiro, sendo trocadas
diariamente até as lagartas atingirem o 3º ínstar.
Figura 1. Área experimental do Campus da UFRPE
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
32
Figura 2. Recipientes plásticos para criação de Dione juno juno
Figura 3. Gaiolas de criação de Dione juno juno
Linhagens fúngicas utilizadas. B. bassiana URM3447 isolada de Castnia licus, em
Pernambuco e M. anisopliae var. anisopliae URM3185, isolada de Mahanarva posticata,
em Alagoas, foram cedidas da Coleção de Cultura (Micoteca URM), do Departamento de
Micologia, do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE).
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
33
Crescimento de Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae var. anisopliae e
quantificação dos inóculos. Os fungos foram crescidos em Meio de Batata-Dextrose-Ágar
(BDA) Oxoid, em placas de Petri incubadas em câmara BOD (Biological Oxigen
Demand), a 27 ± 1º C, UR 60 ± 10% e fotofase de 14 horas, durante 15 dias. Em seguida,
foram crescidos em arroz parboilizado, dentro de sacos de polipropileno medindo 30 x 20
cm, segundo a metodologia de Alves et al. (2002). Os sacos, contendo 200g de arroz
parboilizado, previamente autoclavados, foram inoculados com 10 mL da suspensão
fúngica, obtidas das culturas crescidas em placas de Petri com BDA por 15 dias. Após a
inoculação, cada saco foi agitado para distribuição uniforme das suspensões e fechados
(Figura 4). Após esse procedimento, foram incubados em BOD, durante 15 dias. Depois
desse processo de incubação foram retiradas amostras de 10g de arroz com os fungos e
colocadas em Becker de 100 mL, contendo 50 mL de água destilada autoclavada e
espalhante adesivo Tween 80® (0,05%). As suspensões foram submetidas à agitação
magnética de 200 rpm, em seguida transferiu-se 1 mL para aferir o número de conídios em
Câmara de Neübauer, em microscópio de luz. Foram realizadas diluições sucessivas até a
obtenção das concentrações de 108, 107 e 106 conídios/mL para cada fungo.
Figura 4. Arroz parboilizado inoculado com Beauveria. bassiana.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
8
34
7
Bioensaios. Foram utilizados 20 mL da suspensão, nas concentrações: 10 , 10 , 106
conídios/mL de B. bassiana e M. anisopliae var. anisopliae e pulverizadas sobre 3 lagartas
do 3º ínstar, em 10 repetições, confinadas em placas de Petri forradas com papel filtro
autoclavado, umedecido com água destilada para conservação da umidade, contendo folhas
de maracujá como alimento, totalizando 30 lagartas para cada concentração. As
testemunhas foram banhadas com água destilada autoclavada com Tween 80® (0,05%v/v).
O método de aplicação dos tratamentos dos fungos foi o de aspersão, sobre lagartas em
cada parcela experimental, medindo o volume utilizado de suspensão por tratamento, em
uma aspersão por aplicação, utilizando um aspersor de 500mL, modelo “Paascche
Airbrushr®”, com bico de baixo volume. Após as aplicações, as placas de Petri foram
mantidas devidamente fechadas e colocadas em estufa incubadora BOD a temperatura de
26 ± 1ºC, UR 70 ± 10% e fotofase de 12 horas.
As avaliações foram realizadas diariamente, observando a mortalidade. As lagartas
mortas foram removidas e transferidas para placas de Petri contendo papel filtro
umedecido com água destilada autoclavada e acondicionadas em estufa incubadora BOD
para o acompanhamento da conidiogênese. Além da mortalidade foi determinado o tempo
letal (TL50) para cada isolado sobre lagartas de D. juno juno.
Análise estatística. Os dados referentes à mortalidade foram submetidos à análise de
variância e a comparação das médias foi feita pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade,
utilizando-se o programa de Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas (SAEG), versão
5.0 segundo Euclides (1985). Para determinação da TL50, a mortalidade foi submetida à
análise de Probit empregando-se o programa POLO PC (LeOra Software).
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
35
Resultados e Discussão
Patogenicidade de Beauveria bassiana e de Metarhizium anisopliae var. anisopliae
sobre lagarta de Dione juno juno. B. bassiana e M. anisopliae apresentaram viabilidade
superior a 96%. Quanto à patogenicidade, com relação à mortalidade de D. juno juno, foi
verificado que no quinto dia de inoculação, nas concentrações de 1,62 x 108, 1,62 x 107 e
1,60 x 106 conídios/mL dos fungos estudados, houve variação quanto à percentagem de
mortalidade com B. bassiana, que foi de 97, 71 e 48%; com M. anisopliae, todas as
concentrações ocasionaram 100% de mortalidade. O menor valor de mortalidade foi
registrado na concentração de 106 conídios/mL de B. bassiana, atingindo apenas 48% no
quinto dia de avaliação. No entanto, houve diferenças significativas para ambos os fungos
na concentração de 106 conídios/mL. Esses resultados demonstram a eficiência de M.
anisopliae, que alcançou 100% de mortalidade nas três concentrações no quinto dia de
inoculação, mesmo não havendo diferenças significativas em relação a B. bassiana nas
duas maiores concentrações (Tabela 1).
BARBOSA, D.G.F.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
36
Tabela 1. Mortalidade e Tempo Letal de lagartas de Dione juno juno submetidas a
diferentes concentrações de Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae var.
anisopliae, isoladamente, em laboratório. Temperatura: 26 ± 1ºC, UR: 70 ±
10% e fotofase: 12h.
C
Mortalidade
(%)
χ2
Calculado
TL50(IC 0,05)
Equação de
regressão
108
97,0±0,31a2
10,5
2,60 (2,39 – 2,81)
1,7114 + 7,854*logX
107
71,0±0,94a
0,24
4,62 (1,88 – 3,27)
1,6835 + 9,806 *logX
106
48,0±0,48b
5,59
6,04 ( 2,34 –3,76)
1,1260 + 8,004*logX
URM
108
100±0,0a
0,29
2,18 (1,95 – 2,37)
0,5114 + 10,787*logX
3185
107
100±0,0a
4,82
2,55 (1,98 – 3,03)
0,8163 + 10,281*logX
106
100±0,0a
10,3
2,65 (1,93 – 3,20)
1,0547 + 9,324*logX
-
-
Fungos
URM
3447
Test.
1
_
0,00 ± 0,00c
-
C1 = Concentrações
2Média ± E.P. Seguida da mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (P>0,05).
Virulência quanto ao Tempo Letal. Considerando a TL50 dos entomopatógenos nas
concentrações de 108, 107 e 106 conídios/mL, foi constatado índice de mortalidade de 2,60,
4,62 e 6,04 dias para B. bassiana e para M. anisopliae 2,18, 2,55 e 2,65 dias, nas
respectivas concentrações. Foi observado também, que a menor TL50 ocorreu na
concentração de 108 conídios/mL para M. anisopliae (Tabela 1).
Mortalidade Total. Os resultados dos testes de patogenicidade mostraram que a
mortalidade total causada por M. anisopliae foi de cinco dias. Considerando o tempo em
horas, foi verificado que M. anisopliae apresentou mortalidade uniforme até às 48 horas,
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
37
elevando-se de forma acentuada nas três concentrações, até atingir 86,7% de mortalidade,
permanecendo nesse nível até às 120 horas de observação, quando alcançou 100% de
mortalidade. Em relação a B. bassiana, a partir de 48 horas, o índice de mortalidade foi
crescente, significativo e uniforme para a concentração de 108 conídios/mL até atingir 96
horas, estatisticamente semelhante à concentração de 107 conídios/mL com 120 horas
(Figuras 5 e 6).
Considerando o índice de mortalidade, B. bassiana e M. anisopliae se apresentam
semelhantes estatisticamente até às 120 horas, na concentração de 108 conídios/mL. A
partir das 72 horas, M. anisopliae, nas concentrações de 107, 106 conídios/mL é superior
estatisticamente a B. bassiana, destacando-se até às 120 horas (Tabela 2).
BARBOSA, D.G.F.
Mortalidade acumulada (%)
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
38
120
100
Testemunha
80
8
10
108
60
7
107
10
40
6
106
10
20
0
1
2
3
4
5
Tem po (dia)
Figura 5. Percentual de mortalidade acumulada de Dione juno juno infectada por
Beauveria bassiana nas concentrações 108, 107, 106 conídios/mL e tempo de
Mortalidade acumulada (%)
avaliação em condições de Laboratório.
120
100
Testemunha
80
108
108
60
40
107
107
20
10
106
6
0
1
2
3
4
5
Tem po (dia)
Figura 6. Percentual de mortalidade acumulada de Dione juno juno infectada por
Metarhizium anisopliae var. anisopliae nas concentrações 108, 107, 106
conídios/mL e tempo de avaliação em condições de Laboratório.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
39
Tabela 2. Percentagem de mortalidade sobre lagartas de Dione juno juno em horas, nas
concentrações 108, 107 e 106 conídios/mL de Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae var. anisopliae, em diferentes períodos de
observações. Temperatura: 26 ± 1ºC, RH: 70 ± 10% e fotofase: 12h.
Fungos
URM
3447
URM
3185
Test.
C1
24 (horas)
48 (horas)
72 (horas)
96 (horas)
120 (horas)
108
107
0,0±0,0c2
0,0±0,0c
30,0±0,48a
0,0±0,0c
60,0±0,86a
12,0±1,05b
86,0±0,96a
33,3±0,46b
97,0±0,31a
71,0±0,94a
106
0,0±0,0c
0,0±0,0c
21,0±35,1b
29,0±0,52b
48,0±0,48b
108
107
0,0±0,0c
0,0±0,0c
10,0±1,41b
10,0±1,36b
86,7±0,84a
86,7±0,96a
93,3±0,42a
86,7±0,84a
100±0,0a
100±0,0a
106
0,0±0,0c
0,0±0,0c
76,7±0,83a
96,7±0,73a
100±0,0a
_
0,0±0,0c
0,0±0,0c
0,0±0,0c
0,0±0,0c
0,0±0,0c
C1 = Concentrações
2Média ± E.P. Seguida da mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (P>0,05).
Os resultados da mortalidade de 100% dos insetos testados com M. anisopliae, no
quinto dia após a inoculação, diferem com relação ao tempo e percentagem de mortalidade
dos resultados obtidos por Marques et al. (2001), quando observaram que B. bassiana e M.
anisopliae foram patogênicos sobre lagartas de Castnia licus, ocasionando 88 e 70% de
mortalidade e TL50 de 6,80 e 7,50 dias após inoculação, dados esses que comprovam a
eficácia de B. bassiana. Ainda sobre o tempo letal, Figuerêdo et al. (2002), encontraram
valores superiores (9,01 a 14,89 dias) para B. bassiana e para M. anisopliae (17,97 e 7,30
dias) sobre a mesma espécie de lagarta (Castnia licus), diferindo dos resultados
demonstrados neste trabalho. B. bassiana foi testada na concentração de 108 conídios/mL
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
40
sobre lagartas da traça das crucíferas, Plutella xylostella e apresentou variação de 78 a 90%
após oito dias de inoculação; M. anisopliae, na mesma concentração, obteve um índice de
mortalidade de 70 a 96%. (Silva et al. 2003). Experimentos com lagartas de Diatraea
saccharalis com isolados de B. bassiana e M. anisopliae ocasionaram baixa mortalidade
(França et al. 2006), assemelhando-se quanto à viabilidade dos conídios dos respectivos
fungos, cujos valores foram superiores a 95%, próximo aos resultados encontrados nesta
pesquisa que foi superior a 96%. Ao estudarem o controle da traça-do-tomateiro (Tuta
absoluta), Rodríguez et al. (2006) obtiveram mortalidade acima de 95%, não havendo
diferenças significativas quando comparado a esta pesquisa, diferindo apenas no que diz
respeito a TL50 que foi de 5 dias, que conseguiram resultados satisfatórios apenas no 11º
dia de inoculação do patógeno. No mesmo sentido, Santos Jr. et al. (2006) trabalharam
com P. xylostella, na concentração de 107 conídios/mL, e constataram para M. anisopliae
41,7% e para B. bassiana 55%. Maiores valores foram obtidos no presente trabalho, com
índices de mortalidade para B. bassiana nas concentrações de 108 e 107 conídios/mL de 97
e 71% e para M. anisopliae 100% nas duas concentrações.
Essas diferenças podem ser explicadas pela variação na intensidade dos fatores de
virulência dos diferentes fungos e dos mecanismos de defesa do inseto-alvo. Há uma
grande variabilidade em termos de respostas das espécies dessa ordem (Lepidoptera) aos
diferentes patógenos. Uma espécie que é naturalmente susceptível pode expressar algum
mecanismo de defesa, frente à exposição a um certo agente, incluindo, até mesmo, a
possibilidade de evolução de resistência do inseto a esse patógeno (Alves 1998, Neves &
Hirose 2005).
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
41
Sintomatologia. Considerando os sintomas da doença, foi verificado que, após 24 horas da
aplicação fúngica, ocorreram reações anormais nas lagartas de D. juno juno, consideradas
sintomatologias iniciais da doença, tais como: movimentos lentos e redução da
alimentação. Após 24 horas, foi observado o processo de mumificação. Em certos casos,
foi constatado o desenvolvimento micelial e a produção de conídios dos fungos
(conidiogênese), tendo apresentado coloração esbranquiçada para B. bassiana e coloração
branca na colônia jovem e esverdeada nas culturas mais velhas para M. anisopliae (Figuras
7 e 8).
A descrição dos sintomas acima mencionados é similar aos descritos por Vilas Boas
& Alves (1988), Alves (1998), Silva & Veiga (1998), quando observaram a sintomatologia
em estudos de patogenicidade, de B. bassiana e M. anisopliae sobre lagartas de C. licus,
sob condições de laboratório.
Os resultados da mortalidade e da TL50 obtidos neste trabalho sugerem que B.
bassiana e M. anisopliae têm potencial para serem empregados no controle da lagarta do
maracujazeiro D. juno juno.
Figura 7. Lagarta de Dione juno juno mumificada pela ação de
Beauveria bassiana.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
42
Figura 8. Lagarta de Dione juno juno mumificada pela ação de
Metarhizium anisopliae.
Agradecimentos
Os autores agradecem à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), pela
facilidade de acesso aos Laboratórios de Pesquisa e em particular aos professores Rosimar
dos Santos Musser e Edmilson Jacinto Marques, por terem disponibilizado o Campus,
laboratórios e sugestões para a realização desse trabalho. Ao Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),pelo apoio financeiro e pela concessão
da bolsa de Doutorado do primeiro autor.
BARBOSA, D.G.F.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
43
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BARBOSA, D.G.F.
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CAPÍTULO II
BARBOSA, D.G.F.
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BARBOSA, D.G.F.
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Patogenicidade de Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. Sobre Lagartas Desfolhadoras do
Maracujazeiro, Dione juno juno (Cramer) (Lepidoptera: Nymphalidae), em
Condições Experimentais de Campo
Manuscrito a ser enviado para publicação na Revista
NEOTROPICAL ENTOMOLOGY
BARBOSA, D.G.F.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
49
Daisi Gloria Farias Barbosa
Rua Setenta Nº 15 – Bairro: Jardim Paulista
Paulista – PE - CEP 53409-010
e-mail: [email protected]
Patogenicidade de Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. Sobre Lagartas Desfolhadoras do
Maracujazeiro, Dione juno juno (Cramer) (Lepidoptera: Nymphalidae), em Condições
Experimentais de Campo
DAISI G. F. BARBOSA1; ANTONIO F. S. L. VEIGA 2 ; ELZA A. LUNA-ALVES LIMA 3
1
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da Universidade Federal de
Pernambuco/UFPE, Centro de Ciências Biológicas (CCB), Av. Prof. Nelson Chaves S/N,
Cidade Universitária, CEP 50670-420, Recife, PE. Brasil.
2
Universidade Federal Rural de Pernambuco/UFRPE, Departamento de Biologia, Área de
Zoologia, Laboratório de Entomologia (LaboEnto).
3
Laboratório de Controle Biológico, Departamento de Micologia/CCB/UFPE, Av. Prof.
Nelson Chaves S/N, Cidade Universitária, CEP 50670-420, Recife, PE, Brasil.
e-mail: [email protected]
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
Patogenicidade de Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. Sobre Lagartas Desfolhadoras do
Maracujazeiro, Dione juno juno (Cramer) (Lepidoptera: Nymphalidae), em Condições
Experimentais de Campo
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PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
51
RESUMO – Foi testada a ação patogênica de Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. URM3447
sobre a lagarta do maracujazeiro Dione juno juno (Cramer) em cinco concentrações (108,
107 106, 105, e 104 conídios/mL), determinando-se o Tempo Letal (TL50) e a Concentração
Letal (CL50) em condições naturais. As lagartas foram colocadas sobre as plantas,
pulverizadas nas cinco concentrações e ensacadas. As avaliações foram realizadas a partir
de 24 horas da aplicação fúngica. Os tratamentos 108 e 107 conídios/mL proporcionaram
mortalidade de 97 e 71% respectivamente às 120 horas de avaliação, CL50 de 1,6x106
conídios/mL e TL50 de 3,71 e 4,06 dias, enquanto os tratamentos 106, 105 e 104
conídios/mL apresentaram mortalidade de 48, 37 e 24% respectivamente. Esses resultados
indicam que B. bassiana foi mais eficiente nas concentrações de 108 e 107 conídios/mL
comprovando o seu potencial para emprego no controle microbiano de Dione juno juno.
PALAVRASCHAVE: Fungo entomopatogênico, controle biológico, maracujá.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
52
Pathogenicity of Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. on Defoliater Caterpillars of
Passion-Fruit Plant, Dione juno juno (Cramer) (Lepidoptera: Nymphalidae), in
Experimental Conditions of Field
ABSTRACT – The pathogenic action of Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. URM3447 on
the passion-fruit caterpillar Dione juno juno (Cramer) in five concentrations (108, 107 106,
105, and 104 conidia/mL), determining the Lethal Time (TL50) and the Lethal
Concentration (CL50) under natural conditions were tested. The caterpillars were disposed
over the plants, pulverized in five concentrations and bagged. The evaluations were made
from 24 hours of the fungic application. The treatments with 108 and 107 conidia/mL
caused a mortality of 97 and 71%, respectively, after 120 hours of the evaluation, CL50 of
1.6x106 conidia/mL and TL50 from 3.71 and 4.06 days, meanwhile the treatments 106, 105
and 104 conidia/mL showed a mortality of 48, 37 and 24% respectively. These results
indicated that B. bassiana was more efficient in the concentrations of 108 and 107
conidia/mL proving its potential to the use in a microbial control of Dione juno juno.
KEY-WORDS: Entomopathogenic fungus, biological control, passion-fruit.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
53
A cultura do maracujá amarelo (Passiflora edulis Sims var. flavicarpa Deg.) tem
despertado grande interesse aos fruticultores, face a sua rápida produção em relação a
outras frutíferas e a sua grande aceitação no mercado, para consumo in natura e para a
industrialização. Apresenta importância pela qualidade organoléptica e farmocoterapêutica
de seus frutos, além de ser uma frutífera de ciclo relativamente curto e de fácil manejo,
com retorno econômico rápido (Lima & Veiga 1993, Souza & Meletti 1997). A planta é
nativa da América do Sul e amplamente cultivada em países tropicais, sendo o Brasil um
dos principais produtores dessa fruta (Araújo et al. 2005, Campos et al. 2005);
apresentando uma área plantada de mais de 36.000 ha com produção anual que ultrapassa
360 toneladas (Agrianual 2000) e supre 30% do consumo mundial de suco concentrado
extraído de seus frutos (Moura et al. 2000, Meletti et al. 2005). Os principais Estados
produtores são Bahia, São Paulo, Sergipe, Pará e Ceará (Freitas & Oliveira Filho 2003,
Negreiros et al. 2004, Ferrari 2006, Junqueira et al. 2006).
Como toda cultura, uma série de problemas agronômicos incide sobre o
maracujazeiro. Dentre estes, destacam-se os insetos, principalmente a lagarta desfolhadora
do maracujazeiro Dione juno juno (Cramer), considerada praga-chave, podendo causar
elevadas perdas de produção, pois utilizam a planta para oviposição e alimentação (Bianchi
& Moreira 2005). Formas jovens dessa espécie podem desfolhar parcial ou totalmente o
maracujazeiro. Em virtude desses danos, o controle deste inseto é frequentemente realizado
pelo uso de agrotóxicos; essa prática muitas vezes afeta não somente os inimigos naturais
como também insetos polinizadores, a exemplo de Xylocopa sp., considerado por alguns
pesquisadores como único polinizador dessa cultura, o que pode resultar em quebra de
produção do maracujazeiro (Boiça Jr. et al. 1999, Freitas & Oliveira Filho 2003).
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
54
Dentre os agentes de controle biológico, destaca-se Beauveria bassiana (Bals.)
Vuill., um fungo entomopatogênico muito empregado no controle microbiano de várias
pragas de importância econômica ( Alves 1998).
Este trabalho teve por objetivo avaliar a eficácia de B. bassiana sobre lagartas
desfolhadoras do Maracujazeiro, Dione juno juno nas condições naturais.
Material e Métodos
Local de realização do experimento. Os experimentos foram conduzidos no Laboratório
de Controle Biológico, do Departamento de Micologia, do Centro de Ciências Biológicas
(CCB), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Laboratório de Patologia de
Insetos do Departamento de Agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco
(UFRPE) e na Área Experimental do Campus da UFRPE, no período entre janeiro a março
de 2005.
Fungo Utilizado. Beauveria bassiana URM3447 obtido da Coleção de Cultura da
Micoteca (URM) do Departamento de Micologia, Centro de Ciências Biológicas (CCB) da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Produção de Conídios em arroz. Sacos de prolipropileno contendo 200g, de arroz
parboilizado foram autoclavados por 15 minutos a 120 ºC. Após resfriamento, foi realizada
a inoculação com 10 mL da suspensão de 108 coníodios/mL de B. bassiana, oriundos do
crescimento em Batata-Dextrose-Ágar – BDA (Oxoid) aos 12 dias de crescimento. Em
seguida foi homogeneizado e incubado em BOD (Biological Oxigen Demand) a 27 ± 1 ºC,
aguardando-se o crescimento do fungo para posterior elaboração das concentrações. Os
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
55
conídios foram quantificados com auxílio de câmara de Neübauer, segundo a metodologia
de Moraes & Alves (1986). Um grama de arroz contendo o fungo foi homogeneizado em
100 mL de água destilada com “Tween” 80® (0,05% v/v) e sofreu agitação em Vortex por
um minuto. A suspensão foi quantificada e ajustada para uma concentração de 108
coníodios/mL. A partir desta, foram feitas diluições sucessivas até se obter as
concentrações 107, 106, 105 e 104 conídios/mL.
Teste de patogenicidade. O Bioensaio constou de seis tratamentos incluindo o controle
para cada concentração. Foi instalado em campo experimental cultivado com maracujá
amarelo (Figura 1). As mudas foram plantadas e cultivadas em número de 10 + 10 das
testemunhas. Os telados foram constituídos de uma armação de madeira de 4 x 4 cm, com
4 m de largura por 6 m de comprimento e revestido com tela de nylon (Figura 2). Lagartas
do 3º ínstar de D. juno juno obtidas da criação estoque do Laboratório de
Entomologia/UFRPE, foram colocadas em 10 plantas, sendo 10 lagartas por planta,
perfazendo um total de 100 lagartas para cada concentração.
Figura 1. Área experimental do Campus da UFRPE
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
56
Figura 2. Telado para a instalação do bioensaio.
Figura 3. Bioensaio com o maracujaceiro e Beauveria bassiana.
Após a instalação do telado e com as mudas do maracujazeiro devidamente
plantadas, as lagartas foram liberadas nas parcelas experimentais, efetuando-se a aplicação
de B. bassiana, em cinco concentrações (108, 107, 106, 105 e 104 conídios/mL), por
aspersão, utilizando-se um pulverizador de 500 mL, modelo “Paascche Airbrushr®”, com
bico de baixo volume. A pulverização foi efetuada com o jato dirigido sobre as lagartas nas
folhas, aproximadamente durante 10 segundos; foi utilizado um volume de 2 mL por
planta, sendo a testemunha tratada com água autoclavada + Tween 80® (0,05%v/v). Após
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
57
esse procedimento as lagartas foram cobertas com sacos de tecido, para evitar a fuga das
mesmas durante os bioensaios (Figura 3).
As avaliações foram realizadas diariamente após 24 horas da aplicação fúngica até
o final do experimento. As plantas foram examinadas, identificando-se e contando-se as
lagartas normais, com sintomas e mortas. Em seguida, as mortas foram transferidas para
placas de Petri contendo papel filtro umedecido com água autoclavada e colocadas em
estufa incubadora (BOD) com 26 ± 1ºC, UR 70 ± 10% e fotofase de 12 horas para o
crescimento e a observação da conidiogênese. Foram determinadas a percentagem de
mortalidade no TL50 e na CL50 nos diferentes tratamentos. O delineamento foi inteiramente
casualizado com arranjo fatorial de 1 x 6 (um isolado em cinco concentrações +
testemunha) com dez repetições.
A eficiência de B. bassiana foi avaliada através da percentagem de mortalidade das
lagartas. A determinação da CL50 e TL50 foi efetuada mediante a utilização do programa
Micro Probit (versão 3.0). Os dados referentes à mortalidade das lagartas foram
submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey (P≤0,05)
empregando-se o programa Sanest (versão 3.0).
Resultados e Discussão
A percentagem de mortalidade, avaliada em horas, após pulverização variou em
todas as concentrações. Os resultados com relação à mortalidade de D. juno juno,
mostraram que a concentração de 108 conídios/mL variou de 0 a 97% no espaço temporal
de 24 a 120 horas de observação, respectivamente, demonstrando a eficácia de
infectividade e mortalidade sobre as lagartas gradativa e crescente. A concentração de 108
BARBOSA, D.G.F.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
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conídios/mL não diferiu significativamente da concentração 107 conídios/mL no quinto dia
de avaliação com 97 e 71% de mortalidade, respectivamente, diferindo das demais (106,
105 e 104 conídios/mL), as quais não ultrapassaram 48%. Constatou-se uma variação
significativamente crescente em relação às doses de 104, 105, 106, 107 e 108 conídios/mL
(Tabela 1). Esses resultados mostram que as concentrações de 108 e 107 conídios/mL
apresentam um maior índice de mortalidade em menor tempo.
Com relação à TL50 de B. bassiana verificou-se que na concentração de 108
conídios/mL foi obtido TL50 de 3,71 dias e reduzida variação numérica entre as demais
concentrações. As concentrações de 105 e 104 conídios/mL não se adequaram ao modelo
estatístico por não alcançarem um índice de mortalidade de 50% até o quinto dia de
avaliação (Tabela 2). A CL50 foi de 1,6 x 106 conídios/mL. Esses resultados indicam o
potencial de B. bassiana para o controle de D. juno juno.
Tabela 1. Percentagem de mortalidade acumulada sobre lagartas de Dione juno juno em
horas, nas concentrações 108, 107,106,105 e 104 conídios/mL de Beauveria
bassiana em condições experimentais de campo.
Fungo
48
72
96
120
108 0,0±0,0c
30,0±2,6b
60,0±2,8a
86,0±1,8a
97,0±0,9a
107 0,0±0,0c
0,0±0,0c
12,0±1,3b
33,0±1,9b
71,0±0,9a
106 0,0±0,0c
0,0±0,0c
21,0±0,3b
30,0±0,0b
48,0±0,6b
105 0,0±0,0c
0,0±0,0c
0,0±0,0c
27,0±1,7b
37,0±1,6b
104 0,0±0,0c
0,0±0,0c
0,0±0,0c
0,0±0,0c
24,0±1,1b
0,0±0,0c
0,0±0,0c
0,0±0,0c
0,0±0,0c
1
C
24
(horas)
Beauveria
bassiana
Test.
1
_
0,0±0,0c
C= Concentrações
2Média ± E.P. Seguida da mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (P>0,05).
BARBOSA, D.G.F.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
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Tabela 2. Mortalidade acumulada (%), Tempo Letal (TL50) em dias com intervalo de
confiança, equações de regressão linear e valores de X2 obtidos pela análise de
Probit para a atividade patogênica de Beauveria bassiana sobre lagartas de
Dione juno juno.
Fungo
Beauveria
bassiana
Test.
1
TL50(IC0,05)
Equação de
regressão
X2
3,71(3,53-3,90)
Y=1,03+10,59*Logx
0,54
71,0±0,9a
4,06(3,81-4,34)
Y=1,16+6,73*Logx
4,34
106
48,0±0,6b
4,83(4,49-5,20)
Y=5,28+13,19*Logx
3,70
105
37,0±01,6b
*
-
-
104
24,0±1,1b
*
-
-
_
0,0±0,0c
*
-
-
C
Mortalidade (%)
108
97,0±0,9a2
107
1
C = Concentrações
2Média ± E.P., seguida da mesma letra na coluna, não difere estatisticamente pelo teste de Tukey P>0,05).
O efeito de diferentes concentrações de B. bassiana em lagartas de Diatraea
saccharalis em condições de laboratório e de campo também foi avaliado por Legaspi et
al. (1999), observando em lagartas do primeiro instar uma TL50 de 4,6 dias, no segundo
instar 4,8 dias e no terceiro instar 6,40 dias, demonstrando que B. bassiana foi patogênico
para lagartas de D. saccharalis nos três instares avaliados. Os resultados obtidos do 1º e 2º
ínstares se assemelham com os dados obtidos nesta pesquisa nas concentrações de 107 e
106 conídios/mL, mesmo não se tratando do mesmo gênero, inclusive.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
60
A mortalidade total, obtida neste experimento foi de 97 e 71% para as
concentrações 108 e 107 conídios/mL, mostrando o potencial de B. bassiana sobre D. juno
juno quando aplicados em condições naturais, resultados semelhantes foram encontrados
por Estrada et al. (2004) ao estudarem a ocorrência natural de B. bassiana no cultivo de
cana-de-açúcar, constataram que B. bassiana infectou de modo natural Diatraea.
saccharalis, comprovando dessa forma, a atividade patogênica de B. bassiana no campo.
Estes resultados apóiam também as observações realizadas por Rohde et al. (2006), quando
avaliaram a suscetibilidade larval do cascudinho (Alphitobius diaperinus) por B. bassiana e
M. anisopliae e destacaram que B. bassiana foi mais patogênico do que M. anisopliae, o
que concorda com os resultados obtidos neste trabalho.
Agradecimentos
À Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), pela facilidade de acesso
aos Laboratórios de Pesquisa e em particular aos Professores Rosimar dos Santos Musser e
Edmilson Jacinto Marques por terem disponibilizado o Campus, Laboratório e sugestões
para a realização desse trabalho. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) pela concessão da bolsa de Doutorado do primeiro autor.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
61
Conclusão
● Beauveria bassiana URM 3447 têm ação patogênica e elevada infectibilidade sobre
Dione juno juno, à praga do maracujazeiro, podendo ser utilizados em programas de
Controle Biológico aplicados em experimentos de campo.
● As concentrações de 108 e 107 conídios/mL são as mais eficientes, com relação ao índice
de mortalidade das lagartas de Dione juno juno atingindo 97,0 e 71,0% de mortalidade no
quinto dia de avaliação.
● O menor TL
50
encontrado foi na concentração 108 conídios/mL que foi de 3,71 dias e a
concentração letal foi de 1,6 x106 conídois/mL.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
62
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BARBOSA, D.G.F.
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à
verrugose
(Cladosporium
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
64
Rohde, C., L.F.A. Alves, P.M.O.J. Neves, S.B. Alves, E.R.L. da Silva & J.E.M. Almeida.
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PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
CAPÍTULO III
BARBOSA, D.G.F.
65
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
66
Efeito de Metarhizium anisopliae var. anisopliae (Metsch.) Sorokin Sobre a Lagarta
Desfolhadora do Maracujazeiro Dione juno juno (Cramer) (Lepidoptera:
Nymphalidae), em Condições Experimentais de Campo
Manuscrito a ser enviado para publicação na Revista
NEOTROPICAL ENTOMOLOGY
BARBOSA, D.G.F.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
67
Daisi Gloria Farias Barbosa
Rua Setenta Nº 15 – Bairro: Jardim Paulista
Paulista – PE - CEP 53409-010
e-mail: [email protected]
Efeito de Metarhizium anisopliae var. anisopliae (Metsch.) Sorokin Sobre a Lagarta
Desfolhadora do Maracujazeiro Dione juno juno (Cramer) (Lepidoptera: Nymphalidae),
em Condições Experimentais de Campo
DAISI G. F. BARBOSA1; ANTONIO F. S. L. VEIGA 2 ; ELZA A. LUNA-ALVES LIMA 3
1
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da Universidade Federal de
Pernambuco/UFPE, Centro de Ciências Biológicas (CCB), Av. Prof. Nelson Chaves S/N,
Cidade Universitária, CEP 50670-420, Recife, PE. Brasil.
2
Universidade Federal Rural de Pernambuco/UFRPE, Departamento de Biologia, Área de
Zoologia, Laboratório de Entomologia (LaboEnto).
3
Laboratório de Controle Biológico, Departamento de Micologia/CCB/UFPE, Av. Prof.
Nelson Chaves S/N, Cidade Universitária, CEP 50670-420, Recife, PE, Brasil.
e-mail: [email protected]
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
68
Efeito de Metarhizium anisopliae var. anisopliae (Metsch.) Sorokin Sobre a Lagarta
Desfolhadora do Maracujazeiro Dione juno juno (Cramer) (Lepidoptera: Nymphalidae),
em Condições Experimentais de Campo
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
69
RESUMO – Metarhizium anisopliae var. anisopliae é um fungo entomopatogênico com
ação comprovada contra várias espécies da Ordem Lepidoptera, não tendo sido testado em
Dione juno juno, Lepidoptera de importância econômica, considerada praga-chave do
maracujazeiro (Passiflora edulis Sims.). O trabalho teve por objetivo avaliar a
patogenicidade e a virulência de M. anisopliae var. anisopliae em diferentes concentrações
sobre lagartas de D. juno juno em condições naturais, visando o desenvolvimento de
estratégias para o controle biológico desta praga. Os resultados apresentados neste trabalho
confirmam que M. anisopliae var. anisopliae tem ação patogênica e elevada infectibilidade
sobre essa praga do maracujazeiro. M. anisopliae var. anisopliae foi eficiente no índice de
mortalidade (100% ) sobre as lagartas de D. juno juno em relação ao tempo, podendo ser
usado em programas de controle biológico.
PALAVRASCHAVE:
patogenicidade, maracujá.
fungo
entomopatogênico,
controle
microbiano,
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
70
Effect of Metarhizium anisopliae var. anisopliae (Metsch.) Sorokin Over the Defoliater
Caterpillar of the Passion-Fruit Plant Dione juno juno (Cramer) (Lepidoptera:
Nymphalidae), in Natural Conditions
ABSTRACT – Metarhizium anisopliae var. anisopliae is an entomopathogenic fungus
with proved action against several sorts of the Order Lepidoptera, not having been tested in
Dione juno juno, a Lepidoptera economically important, considered plague-key of the
passion-fruit plant (Passiflora edulis Sims.). The objective of this was to evaluate the
pathogenicity and the virulence of M. anisopliae var. anisopliae at different concentrations
on caterpillars of D. juno juno at natural conditions, aiming the development of strategies
for the biological control of this plague. The results confirmed that M. anisopliae var.
anisopliae have a pathogenic action and high infectibility over this plague of the passionfruit plant. Metarhizium anisopliae var. anisopliae was efficient in relation to the rate
mortality (100 %) on the caterpillars of D. juno juno considering the time, being able to be
used in programs of biological control.
KEY WORDS: entomopathogenic fungi, microbial control, pathogenicity, passion-fruit
plant.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
71
O maracujá-amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg.) é nativo da
América do Sul e amplamente cultivado em países tropicais, sendo o Brasil um dos
principais produtores dessa fruta. A cultura do maracujazeiro no Brasil tem grande
importância pela qualidade de seus frutos, ricos em sais minerais e vitaminas, sobretudo as
vitaminas A e C, muito utilizado na indústria farmacêutica, possui propriedades sedativas e
hipnóticas devido a presença do alcalóide passiflorina (Araújo et al. 2005, Campos et al.
2005).
Como toda cultura, uma série de problemas agronômicos incide sobre o
maracujazeiro. Dentre estes, destacam-se os insetos, principalmente a lagarta desfolhadora
do maracujazeiro Dione juno juno (Cramer), considerada praga-chave, podendo causar
perdas elevadas à cultura em termo de redução da produção, pois utiliza a planta para
oviposição e alimentação (Bianchi & Moreira 2005). As formas jovens dessa espécie
podem desfolhar parcial ou totalmente o maracujazeiro, causando a sua morte. Em virtude
desse dano, o controle deste inseto é frequentemente realizado pela utilização de
agrotóxicos. Essa prática muitas vezes afeta os inimigos naturais e o inseto polinizador
Xylocopa sp., considerado por alguns pesquisadores como único polinizador dessa cultura,
o que pode resultar em redução de produção (Lima & Veiga 1993, Boiça Jr. et al. 1999,
Freitas & Oliveira Filho 2003).
Em função dos avanços das pesquisas e de uma conscientização maior dos
problemas advindos com o uso intensivo de inseticidas (Nora & Hickel 1997) e o elevado
custo desses defensivos agrícolas, o controle biológico com fungos entomopatogênicos
surge como alternativa para a redução da densidade populacional de pragas agrícolas
(Tefera & Pringle 2003).
Dentre os agentes de controle biológico, Metarhizium anisopliae var. anisopliae
(Metsch.) Sorokin é produzido e formulado em diversas regiões do Brasil, inclusive no
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
72
Nordeste, com o objetivo de controlar várias espécies de insetos. M. anisopliae é referido
como um eficiente agente de controle microbiano de insetos pragas, tais como o gafanhoto
Schisstocerca pallens (Moreira et al. 1996), o cupim Heterotermes tenuis (Moino Júnior &
Alves 1998), a broca gigante da cana-de-açúcar Castnia licus (Drury) (Figuerêdo et al.
2002), a barata alemã Blatella germanica (Quesada-Moraga et al. 2004), o coleóptero
Hoplia philanthus (Ansari et al. 2004), o cupim Nasutitermis coxipoensis (Albuquerque et
al. 2005), o cascudinho Aphitobius diaperinus (Rohde et. al. 2006), entre outros.
Metarhizium anisopliae var. anisopliae vem sendo utilizado no Brasil, em
aproximadamente 500.000 ha, como parte do programa de controle biológico das
cigarrinhas da folha da cana-de-açúcar, Mahanarva posticata (Stal.) no Estado de
Pernambuco, sendo considerado o programa de controle biológico aplicado de maior
sucesso no mundo (Alves 1998, Azevedo 1998, Ferreira et al. 2005, Marques et al. 2005)
Este trabalho teve por objetivo avaliar a patogenicidade e a virulência de
Metarhizium anisopliae var. anisopliae, sobre a lagarta desfolhadora do maracujazeiro,
Dione juno juno, em condições naturais.
Material e Métodos
Local de realização do experimento. O estudo foi desenvolvido na Área Experimental e
Laboratório de Patologia de Insetos do Departamento de Agronomia da Universidade
Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e no Laboratório de Controle Biológico do
Departamento de Micologia, Centro de Ciências Biológicas (CCB), da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE), no período de outubro de 2005 a março de 2006.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
73
Fungo utilizado. Metarhizium anisopliae var. anisopliae URM3185 obtido da Coleção de
Cultura Micoteca (URM) do Departamento de Micologia, Centro de Ciências Biológicas
(CCB) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Produção de Conídios em arroz. Sacos de prolipropileno medindo 30 x 20 cm, contendo
200g de arroz parboilizado, previamente autoclavados, foram inoculados com 10 mL da
suspensão fúngica, com 12 dias de crescimento, em Batata-Dextrose-Ágar (BDA). Após a
inoculação, foi realizada a homogeneização do arroz e incubados em BOD (Biological
Oxigen Demand), a 28 ± 1 ºC para o crescimento fúngico e posterior elaboração das
suspensões. Os conídios foram quantificados com auxílio de câmara de Neübauer, segundo
a metodologia de Moraes & Alves (1986). Um grama de arroz contendo o fungo foi
homogeneizado em 100 mL de água destilada com Tween 80® (0,05% v/v). Os conídios
foram removidos e filtrados em gaze esterilizada e as concentrações ajustadas a 108, 107,
106, 105 e 104 conídios/mL.
Teste de patogenicidade. O bioensaio constou de seis tratamentos incluindo testemunha
para cada concentração. Foi instalado em área experimental um telado constituído de uma
armação de madeira de 4 x 4 cm, com 4 m de largura por 6 m de comprimento e revestido
com tela de naylon (Figura 1); em seu interior foram plantadas e cultivadas 10 mudas de
maracujá amarelo (Passiflora edulis). Em um outro telado foram concentradas as
testemunhas, com o mesmo número de parcelas e mesmas condições ambientais,
totalizando 10 plantas por telado. Lagartas de 2º e 3º instar oriundas da criação estoque do
Laboratório, foram colocadas em dez plantas de maracujazeiro, sendo dez lagartas por
planta, perfazendo um total de 100 lagartas para cada concentração. Após a aplicação do
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
74
concentrado fúngico as lagartas foram ensacadas com tecido evitando que as mesmas
fugissem durante o experimento (Figura 2).
Figura 1. Área telada para bioensaio no Campus da UFRPE.
Figura 2. Lagartas ensacadas nos maracujazeiros durante o bioensaio.
Após 24 horas da liberação de lagartas nas parcelas experimentais, foi efetuada a
aplicação de M. anisopliae var. anisopliae em cinco concentrações (108, 107, 106, 105 e 104
conídios/mL), por aspersão, usando-se um pulverizador de 500 mL, modelo “Paascche
Airbrushr®”, com bico de baixo volume, com o jato dirigido para as lagartas nas folhas,
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
75
aproximadamente durante 10 segundos; utilizou-se 2 mL por planta, sendo a testemunha
tratada com água autoclavada mais Tween®80 (0,05%v/v).
As avaliações foram realizadas diariamente após 24 horas da aplicação do fungo até
o final do bioensaio. Diariamente eram contadas as lagartas normais, com sintomas e
mortas. Em seguida, as mortas foram transferidas para placas de Petri contendo papel filtro
umedecido em água autoclavada e colocadas em estufa incubadora BOD (Biological
Oxygen Demand) com 26 ± 1ºC, UR 70 ± 10% e fotofase de 12 horas para crescimento e
observação da conidiogênese; após esse procedimento foram determinadas as percentagens
de mortalidade e TL50 nos diferentes tratamentos. O delineamento foi inteiramente
casualizado com arranjo fatorial de 1 x 6 (fungo e seis tratamentos, incluindo-se as
concentrações e a testemunha).
A patogenicidade de M. anisopliae var. anisopliae foi avaliada pela percentagem de
mortalidade de lagartas A determinação da TL50 e CL50 foi efetuada mediante a utilização
do programa Micro Probit (versão 3.0). Os dados referentes à mortalidade de lagartas
foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey (P≤0,05)
empregando-se o programa Sanest (versão 3.0).
Resultados e Discussão
Foi determinado o percentual de mortalidade acumulada de D. juno juno tratadas
com M. anisopliae var. anisopliae, nas concentrações 108, 107, 106, 105, 104 conídios/ mL
mais a testemunha e o tempo de avaliação a partir da aplicação do fungo. Não ocorreu
mortalidade acumulada nos tratamentos com as testemunhas durante o período de
avaliação e o maior percentual de mortalidade foi registrado nas concentrações de 108 e 107
conídios/mL, com 100% de mortalidade no quinto dia de avaliação, não havendo
BARBOSA, D.G.F.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
76
diferenças significativas entre as concentrações 106 e 105 conídios/mL, embora a primeira
tenha alcançado 68% e a segunda 48% de mortalidade de lagartas. Esses dados mostram
que o maior índice de mortalidade ocorreu nas maiores concentrações, no quinto dia da
aplicação (Tabela 1).
Tabela 1. Tempos Letais em dias, intervalo de confiança, equações de regressão linear e
valores de X2 obtidos pela análise de Probit para a atividade patogênica de
Metarhizium anisopliae sobre lagartas de Dione juno juno.
Tratamento
Metarhizium
anisopliae
Test.
C
Mortalidade
(%)
TL50(IC0,05)
108
100,0±0,0a2
107
1
Equação de regressão
X2
3,03(2,43-3,47)
Y=2,20+5,81*Logx
1,45
100,0±0,0a
4,06(3,81-4,34)
Y=2,09+11,64*Logx
1,09
106
68,0±0,0b
4,83(4,49-5,20)
Y=2,17+4,13*Logx
1,64
105
48,0±0,0b
6,02(5,61-6,46)
Y=5,28+13,19*Logx
3,70
104
0,8±0,4bc
-
-
-
_
0,0±0,0c
-
-
-
1
C = Concentrações
2Média ± E.P. Seguida da mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey P>0,05).
Na determinação da TL50, as concentrações de 108, 107,106 e 105 conídios/mL
apresentaram 3,03, 4,06, 4,83 e 6,02 dias respectivamente e a concentração letal ideal para
se obter 50% de mortalidade larval foi de 1,2 x 106 conídios/mL, salientando-se portanto,
BARBOSA, D.G.F.
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
77
as duas primeiras concentrações com morte de lagartas no menor espaço de tempo após a
aplicação. Optou-se por uma análise de variância com teste de comparação de médias das
mortalidades em cada concentração, com regressão polinomial, para determinar a equação
de tempo das diferentes concentrações e calcular a CL50 (Tabela 1).
Verificou-se a ocorrência de mortalidade crescente, gradativa e significativa em
todas as concentraçõesde conídios do fungo, exceto para 104 conídios/mL, mostrando
baixa infectividade de M. anisopliae var. anisopliae, não alcançando 10% de mortalidade
no decorrer do tempo em que foi avaliado nesse experimento, mostrando assim baixa
infectividade nesta concentração nas condições testadas. De um modo geral, para todas as
concentrações usadas e testadas nos diferentes períodos de avaliação, observou-se um
aumento significativo na percentagem de mortalidade das lagartas (Tabela 2 ).
Tabela 2. Percentagem de mortalidade de lagartas Dione juno juno em horas, nas
concentrações 108, 107,106,105 e 104 conídios/mL de Metarhizium anisopliae var.
anisopliae sob condições experimentais de campo.
48
72
96
120
108 0,0±0,0c2
30,0±2,6a
66,0±1,8a
86,0±1,8a
100,0±0,0a
107
0,0±0,0c
0,0±0,0c
33,0±1,2b
58,0±1,2b
100,0±0,0a
106
0,0±0,0c
0,0±0,0c
34,3±1,8b
50,0±1,6b
68,0±0,0b
105
0,0±0,0c
0,0±0,0c
24,0±1,3b
38,0±1,7b
48,0±0,0b
104
0,0±0,0c
0,0±0,0c
0,0±0,0c
0,0±0,0c
0,8±0,4c
_
0,0±0,0c
0,0±0,0c
0,0±0,0c
0,0±0,0c
0,0±0,0c
1
Tratamento
C
24
(horas)
Metarhizium
anisopliae
Test.
1
C = Concentrações
2Média ± E.P. Seguida da mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey P>0,05).
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
78
A capacidade de sobrevivência e virulência desse agente foi citada por Alves
(1998), quando relatou que M. anisopliae var. anisopliae é o melhor agente fúngico contra
insetos nas condições climáticas brasileiras, devido principalmente à variabilidade genética
(Azevedo 1998) que resulta no aparecimento de muitas linhagens, com diferentes níveis de
agressividade, especificidade, produção de conídios, resistência à radiação ultravioleta e
patogenicidade a vários insetos; desse modo, as condições ambientais exercem grande
influência sobre os fungos entomopatogênicos, quando essas condições são adversas, o
controle microbiano torna-se prejudicado, justificando-se as pesquisas com a finalidade de
se selecionar (Marques et al. 2005) induzir e melhorar linhagens que apresentem
características úteis para o êxito de seu emprego no campo (Azevedo & Pizzirani-Kleiner
2002).
O efeito in vitro de M. anisopliae sobre lagartas de Alabama argillacea, foi
analisado por César filho et al. (2000), que obtiveram mortalidade superior a 53,3%.
Embora trabalhando com outro inseto, Figuerêdo et al. (2002) nas mesmas condições,
avaliaram a concentração de 108 conídios/mL de M. anisopliae e obtiveram valores de
83,3% de mortalidade sobre Castnia licus, mesmo não sendo experimentos de campo, os
resultados desses autores foram significativos estatisticamente com relação aos dados
encontrados neste trabalho de pesquisa, para a concentração de 108 conídios/mL nas 96
horas de avaliação, quando foi alcançado 86% de mortalidade.
A infectibilidade de M. anisopliae var. anisopliae sobre lagartas de D. juno juno foi
comprovada quando os insetos apresentavam corpo mumificado e conidiogênese (Figura 4)
verificada pelo desenvolvimento da massa de conídios de cor verde.
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BARBOSA, D.G.F.
79
Figura 4. Lagarta de Dione juno juno infectada por Metarhizium anisopliae
var. anisopliae
Agradecimentos
À Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), pela facilidade de acesso
aos Laboratórios de Pesquisa. Aos Professores Rosimar dos Santos Musser e Edmilson
Jacinto Marques, por terem disponibilizado o Campus, laboratórios e sugestões para a
realização desse trabalho. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) pelo apoio financeiro e pela concessão da bolsa de Doutorado ao
primeiro autor.
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BARBOSA, D.G.F.
80
Conclusão
● Metarhizium anisopliae var. anisopliae URM 3185 têm ação patogênica e elevada
infectibilidade sobre Dione juno juno, à praga do maracujazeiro, podendo ser utilizados em
programas de controle biológico aplicados em experimentos de campo, sendo indicada
como importante alternativa de controle para esta praga.
● As concentrações de 108 e 107 conídios/mL são as mais eficientes, com relação ao índice
de mortalidade das lagartas de Dione juno juno atingindo 100% de mortalidade no quinto
dia de avaliação.
● O menor TL 50 encontrado foi na concentração 108 conídios/mL que foi de 3,03 dias e a
concentração ideal foi de 1,2x106 conídois/mL.
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81
Referências
.
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CONCLUSÕES GERAIS
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae var. anisopliae têm ação patogênica
sobre a lagarta do maracujazeiro (Dione juno juno).
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae var. anisopliae nas concentrações de
108 e 107 conídios/mL são eficientes, na mortalidade das lagartas do maracujazeiro
Dione juno juno em condições de laboratório e condições experimentais de campo..
Metarhizium anisopliae é 100% patogênico às lagartas do maracujazeiro (Dione
juno juno), com TL50 de 2,18 em condições de laboratório e de 3,03 dias em
condições experimentais de campo na concentração 108 conídios/mL.
Beauveria bassiana também foi patogênica a lagartas de Dione juno juno, obtendo
97% de mortalidade e TL50 de 2,60 em condições de laboratório e de 3,71 dias em
condições experimentais de campo na concentração 108 conídios/mL.
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ANEXOS
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Daisi Gloria Farias Barbosa
Universidade Federal de Pernambuco - Departamento de Ciências Biológicas Doutorado em Ciências Biológicas
Recife - Pernambuco - Brasil
Dear Mr(s). Daisi Gloria Farias Barbosa,
The paper entitled "Ação de Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. e Metarhizium
anisopliae var. anisopliae (Metsch.) Sorokin Patogênicos à Lagarta Desfolhadora
do Maracujazeiro, Dione juno juno (Cramer) (Lepidoptera: Nymphalidae), em
Condições de Laboratório" has been successfully been sent to the Editorial Office
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Patogenicidade de Fungos sobre
Dione juno Juno
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Yours,
Regina Lucia Sugayama
Editor-in-chief
Submissão de Novo Trabalho
Confirmação
Daisi Gloria Farias Barbosa
Universidade Federal de Pernambuco - Departamento de Ciências Biológicas Doutorado em Ciências Biológicas
Recife - Pernambuco - Brasil
Caro Sr(a). Daisi Gloria Farias Barbosa,
O trabalho entitulado "Ação de Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. e Metarhizium
anisopliae var. anisopliae (Metsch.) Sorokin Patogênicos à Lagarta Desfolhadora
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BARBOSA, D.G.F.
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anisopliae var. anisopliae (Metsch.) Sorokin Patogênicos à Lagarta Desfolhadora
do Maracujazeiro, Dione juno juno (Cramer) (Lepidoptera: Nymphalidae), em
Condições de Laboratório" foi enviado com sucesso ao Editorial da Neotropical
Entomology. Os seguintes arquivos foram anexados ao seu trabalho:
Descrição
Arquivo
Patogenicidade de Fungos sobre
Dione juno juno
Daisi Gloria Farias BarbosapublicaçãocapI
definitivo.doc
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trabalho.
Atenciosamente,
Regina Lucia Sugayama
Editora Chefe
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NORMAS DA REVISTA
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ISSN 1519-556X printed version
ISSN 1678-8052 online version
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entre parênteses. Abaixo do título e também centralizado, listar os nomes dos autores em
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autor por extenso. A seguir, liste as instituições dos autores, com endereço postal e
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Espanhol. Artigo em Português ou Espanhol: Abstract em Inglês. Incluir o título Instruções
aos Autores traduzido, que deve ser grafado com letras minúsculas com apenas as iniciais
maiúsculas (exceto preposições, conjunções e artigos). A seguir, escreva RESUMO,
RESUMEN ou ABSTRACT, seguido de hífen, continuando com o texto em parágrafo
único e, no máximo, 250 palavras. Pule uma linha e mencione o termo
PALAVRASCHAVE, PALABRAS-CLAVE ou KEY WORDS em maiúsculas. Use de
três a cinco termos separados por vírgulas e diferentes das palavras que aparecem no título
do trabalho.
Página 4. Resumo no idioma do artigo. A página 4 deve trazer o resumo no mesmo idioma
do artigo, sem o título. Os conteúdos do Resumo e do Abstract devem ser exatamente
iguais. Siga as instruções para elaboração do segundo resumo (item anterior).
Introdução. Inicia na página 5, sem incluir o subtítulo “Introdução”. Deve contextualizar
claramente o problema investigado e trazer a hipótese científica que está sendo testada,
bem como os objetivos do trabalho.
Material e Métodos. Centralize o subtítulo “Material e Métodos” com letras em negrito.
Apresente informações suficientes para que o trabalho possa ser repetido. Inclua o
delineamento estatístico e, se for o caso, o nome do programa utilizado para as análises.
Resultados e Discussão. Centralize o subtítulo “Resultados e Discussão” ou os subtítulos
“Resultados” e “Discussão”, com letras em negrito. As conclusões devem estar contidas no
texto final da discussão.
Agradecimentos. O subtítulo deve estar em negrito e centralizado. O texto deve ser breve,
iniciando pelos agradecimentos a pessoas e depois a instituições ou agências de fomento.
Referências. Iniciar a lista de referências em uma nova página, sob o título Referências,
dispondo-as em ordem alfabética, usando apenas as iniciais do(s) nome(s) do(s) autor(es)
maiúsculas, seguido do ano da referência. Cite apenas o número do volume (sem o número
do fascículo). Use vírgulas para separar os nomes dos autores. Cite o primeiro autor pelo
sobrenome seguido das iniciais dos nomes. Do segundo autor em diante, use primeiro as
iniciais do nome e após o sobrenome por extenso. Use o símbolo “&” antes de citar o
último autor. Abrevie os títulos das fontes bibliográficas, sempre iniciando com letras
maiúsculas. Utilize as abreviaturas de periódicos de acordo com o BIOSIS Serial Sources
(http:// csssrvr.entnem.ufl.edu/~pmc/journals/all_journals.htm ou http://www.library.uq.
edu.au/faqs/endnote/ biosciences.txt). Os títulos nacionais deverão ser abreviados
conforme indicado no respectivo periódico. Evite citar dissertações, teses, revistas de
divulgação. Não cite documentos de circulação restrita (boletins internos, relatórios de
pesquisa, etc), monografias, pesquisa em andamento e resumos de encontros científicos.
Exemplos de citação de artigo, livro, capítulo de livro e página de internet estão
disponíveis no site da revista.
Tabelas. Devem ser elaboradas em Word 97 ou superior, incluindo o título. Devem ser
inseridas no texto após as Referências. Coloque uma tabela por página, numerada com
algarismo arábico seguido de ponto final. As notas de rodapé devem ter chamada
numérica.
Por
exemplo:
PATOGENICIDADE DE Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ...
BARBOSA, D.G.F.
92
Table 1. Mean (± SE) duration and survivorship of larvae and pupae of T. absoluta fed on
leaves of different tomato genotypes. Temp.: 25 ± 1ºC, RH: 70% and photophase: 14h.
Figuras. Após as tabelas, coloque a lista de legendas das figuras. Use a abreviação Fig.. As
figuras devem estar no formato jpg (fotos) ou gif (gráficos e esquemas) e com tamanho
inferior a 500 kb. As figuras originais ou com maior resolução poderão ser solicitadas após
o aceite. Devem ser enviadas em arquivos individuais e nomeadas com segundo o número
da figura. Exemplos: fig1.gif, fig2.jpg.
Fig. 1. Flutuação populacional de M. fimbriolata em São Carlos, SP, 2002 a 2005.
Citações no texto
Nomes científicos: Escreva o(s) nome(s) científico(s) por extenso, seguido do autor
descritor, quando mencionados pela primeira vez no Resumo, Abstract e na Introdução.
Ex.: Spodoptera frugiperda (J.E. Smith). No restante do trabalho e nas legendas das figuras
e cabeçalhos das tabelas, use o nome genérico abreviado. Ex.: S. frugiperda.
Fontes de consulta: As referências no texto devem ser mencionadas com o sobrenome do
autor, com a inicial maiúscula seguido pelo ano da publicação (ex.: Martins 1998). No caso
de mais de uma publicação, ordená-las pelo ano de publicação (ex.: Martins 1998, Garcia
2002, Gomes 2005). Para dois autores, use o símbolo “&” (ex.: Martins & Gomes 2004).
Para mais de dois autores, utilize “et al.” (em itálico) (ex.: Garcia et al. 2003); para duas ou
mais citações do mesmo autor, use ponto e vírgula entre os autores (ex.: Garcia 2003;
Toledo 2001, 2005).
Tabelas: No texto, use a palavra por extenso (ex.: Tabela 1).
Figuras: No texto, use a palavra abreviada (ex.: Fig. 3).
Comunicações científicas. Registros de ocorrência e de interações tróficas e novos
métodos para estudo de insetos são considerados para publicação como comunicação
científica. As instruções são as mesmas dos artigos completos. Entretanto, a Introdução,
Material e Métodos e Resultados e Discussão devem ser escritos em texto corrido, sem
subtítulos. O resumo deve ter até 100 palavras.
Revisões (Fórum). Revisões extensivas ou artigos sobre tópicos atuais em Entomologia
são publicados nesta seção. Artigos controversos são bem-vindos, porém o texto deve
explicitar as opiniões controvertidas e referir a versão comumente aceitas. A Neotropical
Entomology e seu Corpo Editorial não se responsabilizam pelas opiniões emitidas nesta
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FICHAS DE ANOTAÇÕES DOS EXPERIMENTOS
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Avaliação da aplicação de Beauveria bassiana URM3447 sobre Dione juno juno em
condições de laboratório
MODELO SEMELHANTE PARA TODAS AS CONCENTRAÇÕES
Data de início do experimento:
Concentração:
Dias
1º
2º
3º
4º
5º
Total
Repetição
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-
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Avaliação da aplicação de Metarhizium anisopliae URM3185 sobre Dione juno juno
em condições de laboratório
MODELO SEMELHANTE PARA TODAS AS CONCENTRAÇÕES
Data de início do experimento:
Concentração:
Dias
1º
2º
3º
4º
5º
Total
Repetição
-
-
-
-
-
-
R1
R2
R3
R4
R5
R6
R7
R8
R9
R10
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Avaliação da aplicação de Beauveria bassiana URM3447 e Metarhizium anisopliae
URM3185 sobre Dione juno juno em condições naturais
MODELO SEMELHANTE PARA TODAS AS CONCENTRAÇÕES
Data de início do experimento:
Concentração:
Dias
1º
2º
3º
4º
5º
Total
Repetição
-
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-
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R6
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R8
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