Título: ENSINO DE PSICOLOGIA EM CURSOS PROFISSIONALIZANTES DE SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL E DE PRÁTICA DE ENSINO DE PSICOLOGIA/ UFRJ Tema: 6 – Educação Autor responsável por apresentar o Trabalho: JULIANA DE SANTANA MATTA Autor(es) adicionais: DIVA LÚCIA CONDE Financiador: Resumo: O ensino de Psicologia no nível médio tem proporcionado práticas criativas e inovadoras que devem ser debatidas e problematizadas em vista das experiências que vêm se construindo ao longo de sua inserção e em cada momento na sala de aula. Nesta perspectiva, a Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC – RJ) tornou-se pioneira ao ampliar a atuação do ensino de Psicologia para todos os cursos profissionalizantes, o que propiciou o espaço para construção de novas práticas, desafiando o desenvolvimento de ferramentas e conteúdos pedagógicos que contemplem tais formações. O relato dessa experiência remete à disciplina de Psicologia nos cursos técnicos profissionalizantes em Patologia Clínica e Prótese Dentária, acompanhada pela autora em questão, nesta época aluna do curso de Licenciatura em Psicologia da Faculdade de Educação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e posteriormente ministrada pela mesma, já como professora, nestes mesmos cursos. Esta experiência se deu em uma escola também muito peculiar. A Escola Técnica Estadual de Saúde Herbert Daniel de Souza (ETESHDS) se localiza em Quintino, um dos campos da FAETEC no Rio de Janeiro. A direção da escola priorizava o diálogo entre os profissionais e sua filosofia principal era de fomentar uma formação ampliada que fosse além da mera apreensão do conhecimento. Para tanto, eram organizados eventos multidisciplinares durante todo o ano na escola e cada disciplina tinha que priorizar este objetivo maior. Dentro desta perspectiva, a disciplina de Psicologia e Ética era concebida como uma das ações centrais para trabalhar a humanização desse futuro profissional de saúde. No ano em que estive como estagiária de licenciatura, acompanhei três professores de Psicologia: dois recém-chegados na escola, que iriam ministrar aulas para os cursos de Patologia Clínica e Prótese Dentária, e um terceiro professor, mais antigo, que ministrava a mesma disciplina para o curso de Enfermagem. Os dois professores recém-chegados procuravam seguir as mesmas orientações pedagógicas e de conteúdo da mais antiga. Todavia, logo as dificuldades foram se configurando, já que se tratavam de realidades profissionais diferentes e que, portanto, requisitavam diferentes orientações tanto de conteúdo quanto de prática pedagógica. Essas dificuldades impulsionaram o estabelecimento de uma reunião periódica dos professores de Psicologia da escola, da qual eu fiz questão de participar e incentivar para que se pudesse repensar qual seria o papel da Psicologia nestes cursos. No curso técnico de Enfermagem, por exemplo, tratar de humanização no atendimento era discutir a interdisciplinaridade, entender o conceito ampliado de saúde, abordar as características psico-emocionais dos diversos tipos de doentes, fomentar o trabalho em equipe, entre outras. Contudo, para os alunos de Prótese Dentária, que não têm contato direto com a pessoa que se beneficiará do seu serviço, pode ser inadequado discutir “humanização na assistência” dessa forma. Como abordar a Ética nesses cursos. E o que estaríamos entendendo como Ética Profissional na saúde eram questões que debatíamos. No ano seguinte, como professora do turno da noite, fui construindo minha prática pedagógica e minha experiência neste campo.