JANEIRO / 2008
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A RAZÃO
A moral é espiritual
As diferenças entre o homem
e seus parentes primatas são
menores do que se pensava
LUIZ REIS ORMONDE
Militante da Casa-C
Chefe, médico
da UFRJ, professor adjunto da UGF
raços
antes
considerados
"exclusivamente
humanos" são
encontrados
também em outros primatas. É o que nos
mostra o holandês Frans De
Waal, a maior autoridade
mundial no estudo dos primatas (a ordem animal à
qual pertencem o homem e
os macacos).
Acreditava-se até há
bem pouco tempo que o
homem era o único animal
capaz de fabricar e usar ferramentas. Segundo De Waal,
imaginava-se também que
"somente nós, humanos,
éramos capazes de autoconhecimento e de antecipar
situações". Em entrevista
concedida à revista Veja de
22 de agosto de 2007, o
T
SAÚDE
primatologista De Waal declara que "há diferenças, é
óbvio, entre o homem e
seus parentes. Mas elas são
muito menores do que se
pensava e só foram impressas em nosso comportamento de forma lenta e gradual”.
Continua De Waal: “Para ter
uma compreensão completa
sobre nossa espécie, é preciso analisá-la dentro de um
panorama de evolução biológica que ocorreu antes de
sua existência".
Não deixemos, contudo,
de considerar a evolução biológica na sua totalidade de
aspectos, quais sejam as
transformações da matéria
que, gerando organismos
(corpos) com um sistema
nervoso central cada vez mais
competente interagiram com
a Força Criadora em processo
de auto-conscientização e in- adas, como, por exemplo, a
dividualização.
da mímica facial, a da coPara aqueles ainda não municação através de gestos
habituados aos ensinamen- e, por fim, de sons, culmitos do Racionalismo Cristão nando, mas já na espécie
vale lembrar que a Força humana, com a fala! Isso
Criadora impregna a maté- possibilita às partículas da
ria em cada átomo, esteja Força Criadora, melhor relaesse átomo isolado ou or- cionarem-se entre si.
ganizado em moléculas
Melhor relacionando-se,
complexas que
melhor organicompõem até
zam-se e mais
mesmo neurôbem sucedidas
Pacifismo
nios e com isso
são, por exemganha
todo o sistema
plo, na atividade
nervoso de um
fundamen- da caça, o que
ser vivo.
garante a sobreto quando
As transforvivência e transmações da mase percebe missão das catéria em virtude
racterísticas físique temos cas resultantes
das mutações e
conseqüente sedas mutações
todos a
leção
natural
aos seus desmesma
dos mais capacendentes. Esse
zes de sobrevicontínuo apriorigem
ver (maravilhosa
moramento proproposição, já
porcionou o deamplamente
senvolvimento
comprovada, de Charles de interações antes erroneaDarwin) proporcionam con- mente admitidas somente
dições cada vez melhores entre os humanos.
de expressão às partículas
Tais interações levaram ao
da Força Criadora em pro- surgimento do reconhecesso de individualização e cimento do outro como
auto-conscientização, permi- membro do grupo, da troca
tindo o desenvolvimento de de favores, das alianças na
capacidades as mais vari- busca de liderar, na busca de
associações temporárias que
permitissem a sobrevivência
de grupos distintos opondose a um inimigo comum e
também à percepção do sentimento de perda quando da
morte de um membro do
grupo, inicialmente sentida
sob o ponto de vista utilitário: ora menos um caçador, ora menos uma fêmea
para procriar. Posteriormente,
o vivenciamento constante
dos sentimentos de perda
imprimiu as sensações de dor
moral quando alguém não é
mais visto ou, imóvel, degrada-se ante o fenômeno natural da putrefação de um
corpo que, apresentando
lesões profundas, não mais
permite ali a permanência da
partícula da Força Criadora.
As transformações da
matéria (Darwin) levaram à
formação de corredores biológicos materiais em que a
Força auto-conscientiza-se,
individualiza-se, evolui.
Por essa razão podemos
afirmar que a moral é espiritual e não animal como
está dito no título do artigo
narrando a entrevista com
o primatologista De Waal.
As facetas da moral humana foram elaboradas e
polidas (bem ou mal polidas, dependendo hoje de
nosso esforço para tal) ao
longo das múltiplas passagens da Força por diferentes corpos físicos, desde
a sua mais remota origem,
origem essa que antecedeu
a formação do Universo.
Tivemos todos essa
mesma origem e outras
partículas estão agora iniciando seu processo de auto-conscientização e individualização. Lembremos disso quando pensarmos em
nos lançar sobre o outro
vendo nele um inimigo.
Mahatma Gandhi não
escreveu os versos que aqui
seguem, mas com certeza
concordará com eles:
Quando tento ser livre
E tua mão golpeia-me,
Pensas ouvir lamentos
Mas são gritos de liberdade
Pois já sou livre
Quando me golpeias.
O pacifismo ganha fundamento científico quando
percebemos que somos todos iguais e temos todos a
mesma origem.
Feliz 2008, 2009,
2010...
ROBINSON BOTELHO DE FARIA, cirurgião torácico do Hospital Souza Aguiar
Hérnias são casos de cirurgia
Operação de emergência e em
idade avançada deve ser evitada
Uma hérnia é uma massa
formada pela projeção de
um órgão ou estrutura, que
sai da cavidade que o contém, por um orifício natural ou acidental. Se esse
orifício é natural, em um
paciente com hérnia observamos variações anatômicas
congênitas que fazem com
que esse orifício se alargue,
possibilitando a saída de
um órgão que freqüentemente é o intestino. Em
pacientes adultos acreditase em um defeito de fabricação de colágeno, que é
uma substância presente na
bainha dos músculos, tornando-os mais fracos.
As hérnias mais comuns
são as inguinais (que ocorrem na virilha), de cujo total de casos cerca de 85%
ocorrem em homens; as
hérnias femorais (85% em
mulheres); hérnias umbilicais
e incisionais (provocadas
por algum problema no fechamento de uma cirurgia).
De acordo com a descrição acima, observamos
que as hérnias são um problema estrutural, mecânico,
e por isso só podem ser
corrigidas com cirurgia.
Apenas em um paciente
com risco cirúrgico muito
elevado não é indicada a
cirurgia corretiva, a menos
Dra. G ABRIEL A D ’ALMEIDA
GINECOLOGIA - OBSTETRÍCIA
CONVÊNIOS E PARTICULARES
que haja uma situação de
emergência.
A hérnia, fora a dor e a
diminuição da capacidade de
trabalho, pode apresentar
complicações sérias levando
o paciente à morte. Pode
ocorrer encarceramento e, por
fim, estrangulamento, com
necrose, mas o que é isso?
Como exemplo usaremos
a hérnia inguinal, que é a
mais freqüente e conhecida.
Aquela tumoração que aparece na virilha do homem e
que, em casos avançados
desce para a bolsa escrotal
é uma parte do intestino.
Se o intestino fica preso no
anel inguinal e não consegue retornar à cavidade abdominal, dizemos que está
encarcerado. O trânsito intestinal fica obstruído, levando ao inchaço do intesti-
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no, diminuição da circulação
de sangue, e essa redução
do fluxo sangüíneo leva à
necrose, que é o apodrecimento do órgão. Algumas
vezes ocorre a interrupção
do fluxo sangüíneo por uma
torção do intestino. São situações graves e que levam
à cirurgia de urgência. Esse
mesmo mecanismo pode
ocorrer em qualquer tipo de
hérnia.
Se você tem alguma hérnia, e ela já está virando de
estimação, fique atento. Ela
não vai desaparecer e a sua
tendência é aumentar. Procure fazer sua cirurgia de
forma programada e sem riscos, assim que for diagnosticado seu problema. Cirurgia
de emergência e em idade
avançada é uma situação que
devemos evitar.
DR. JORGE ALEXANDRE FARES
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