TEMPERATURA E MANEJO DO ETILENO NO ARMAZENAMENTO DE CAQUIS
‘FUYU’ E ‘KYOTO’1
THEWES, Fabio Rodrigo.2; ANESE, Rogério de Oliveira2; BOTH, Vanderlei3;
GASPERIN, Adriano Roque de4; LINKE Jr., Wanderlei5; BRACKMANN, Auri6;
FRONZA, Diniz7
1
Trabalho de Pesquisa, Universidade Federal de Santa Maria.
Acadêmicos de Agronomia, bolsistas Pibic/CNPq. Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande
do Sul, Brasil.
3
Eng. Agr. Mestrando em Agronomia pelo Programa de Pós-graduação em Agronomia, bolsista
CNPq, Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul,Brasil.
4
Acadêmico de Agronomia, bolsista Probic/FAPERGS. Universidade Federal de Santa Maria, Rio
Grande do Sul, Brasil.
5
Eng. Agr. Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ)-RS.
6
Eng. Agr., Professor, Doutor do Departamento de Fitotecnia, 1000, prédio 77, sala 24, CEP 97105900, Cidade Universitária, Bairro Camobi, da Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do
Sul, Brasil.
7
Prof. Dr. do Departamento de Fruticultura do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa
Maria, Brasil.
E-mail: [email protected];
2
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de duas temperaturas de
armazenamento e a associação destas com a absorção de etileno e aplicação de 1-MCP na
manutenção da qualidade pós-colheita e ocorrência de danos em caqui ‘Fuyu’ e ‘Kyoto’. O
deliniamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com seis tratamentos e
quatro
repetições.
Os
frutos
foram
armazenados
nas
seguintes
condições:
[1]
armazenamento na temperatura de -0,5°C; [2] -0,5°C mais aplicação de 1-MCP; [3] -0,5°C
mais absorção de etileno (ABS); [4] armazenamento na temperatura de 17,5°C; [5] 17,5°C
mais aplicação de 1-MCP; [6] 17,5°C mais ABS. A temperatura de -0,5°C associada à
aplicação de 1-MCP diminui o amaciamento da polpa dos frutos, porém aumenta a
incedência de escurecimento da epiderme.
Palavras-chave: Diospyros kaki, L.; pós-colheita; amaciamento; escurecimento; qualidade.
1. INTRODUÇÃO
1
O caqui ‘Fuyu’ juntamente com o ‘Kyoto’ são as duas cultivares que predominam no
Rio Grande do Sul, que possui mais de 2.100 ha plantados com esta fruta. A colheita está
concentrada nos meses de março e abril. Este fato implica em um excedente de oferta nesta
época do ano e, em consequência, ocorre queda nos preços, diminuindo a lucratividade do
produtor. Uma alternativa para escapar desta sazonalidade de oferta e buscar um preço
mais atrativo é o armazenamento do caqui, para aumentar o período de oferta. Entretanto, o
grande desafio para o armazenamento, é a manutenção da qualidade, pois o caqui
apresenta uma evolução na maturação muito acentuada.
Desta forma, práticas que prolonguem o tempo de armazenamento, podem ser uma
alternativa para aumentar a rentabilidade da cultura. Dentre estas práticas, podemos citar o
armazenamento refrigerado (AR). Porém, o AR não mantém a qualidade dos frutos por um
longo período de tempo, principalmente quando a temperatura de armazenamento for
inadequada, pois podem surgir danos fisiológicos, como escurecimento da epiderme e
amaciamento da polpa. Algumas pesquisas relatam que a melhor temperatura para o
armazenamento do caqui ‘Fuyu’ está entre 0,0 e -0,5ºC. Crisosto et al. (1995) afirmam que a
suscetibilidade ao dano por frio, provocado por baixa temperatura, é maior entre as
temperaturas de 5 e 15ºC para esta cultivar.
O caqui é um fruto climatérico que apresenta uma baixa taxa de produção de etileno,
porém apresenta alta sensibilidade a este fitohormonio. Portanto, a eliminação deste da
câmara de armazenamento pode estender o tempo e a qualidade dos frutos armazenados
sob refrigeração. Além disso, em vez de eliminar, pode-se inibir a sua ação através da
aplicação de 1-metilciclopropeno (1-MCP).
Para eliminação do etileno presente no interior da câmara de armazenamento podese utilizar absorvedores de etileno, como sachês contendo permanganato de potássio.
Segundo Chaves et al. (1997), a adoção de medidas que reduzem a ação desse
fitohormonio, tais como absorvedores de etileno, podem retardar a velocidade de maturação
e senescência, aumentando, o período e a qualidade de conservação dos frutos.
O 1-MCP é um composto volátil, potente inibidor da ação de etileno. Vários estudos
têm demonstrado a habilidade deste composto em reduzir a ação do etileno sobre a
maturação de diversas espécies frutíferas, como bananas (JIANG et al., 1999) e maçãs
(FAN et al., 1999). Entretanto, para otimizar os efeitos benéficos da aplicação de 1-MCP em
pós-colheita de caqui, é preciso dar continuidade e intensificar as pesquisas, pois a ação do
1-MCP varia conforme a concentração, tempo e época de aplicação (PORAT et al., 1999).
2
Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de duas temperaturas de
armazenamento e a associação destas com a absorção de etileno e aplicação de 1-MCP na
manutenção da qualidade e ocorrência de danos em caqui ‘Fuyu’ e ‘Kyoto’.
2. METODOLOGIA
O experimento foi desenvolvido no Núcleo de Pesquisa em Pós-colheita (NPP) do
departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com frutos
das cultivares Fuyu e Kyoto provenientes de um pomar didático/experimental localizado no
Colégio Politécnico da UFSM, Santa Maria. Logo após a colheita, os frutos foram
transportados para o NPP, onde foram submetidos a um processo de seleção, excluindo-se
frutos que apresentavam algum tipo de defeito ou lesão. Posteriormente, foram efetuadas a
homogeneização das amostras experimentais e aplicação dos tratamentos.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com quatro
repetições de 25 frutos cada. Os tratamentos avaliados foram:[1] armazenamento na
temperatura de -0,5°C; [2] -0,5°C mais aplicação de 1-MCP; [3] -0,5°C mais absorção de
etileno (ABS); [4] armazenamento na temperatura de 17,5°C; [5] 17,5°C mais aplicação de
1-MCP; [6] 17,5°C mais ABS. A aplicação de 1-MCP foi foi realizada no interior das
minicâmaras, sendo os frutos expostos a dose de 1µL L-1 de 1-MCP. Os frutos de todos os
tratamentos foram armazenados em minicâmaras experimentais de 0,4 m 3, que estavam em
duas câmaras frigoríficas nas temperaturas de -0,5°C e 17,5°C. Para a absorção de etileno
foram utilizados sachês de permanganato de potássio que foram inseridos no interior das
minicâmaras, onde os frutos destes tratamentos permaneceram durante o armazenamento.
As avalições foram realizadas após um mês de armazenamento e até o oitavo dia de
exposição dos frutos na temperatura de 20ºC, a fim de simular a vida de prateleira. A
avaliação do amaciamento da polpa foi realizada de forma subjetiva, por meio dos seguintes
níveis: 0 = sem ocorrência de amolecimento; 1 = início e <30% do fruto amolecido; 2 = 30 a
80% do fruto amolecido; 3 = de 80 a 100% do fruto amolecido. O índice foi calculado através
da soma dos produtos do número de frutos pelo seu respectivo nível de amolecimento,
dividido pelo número total de frutos da amostra. Para a análise da cor da epiderme utilizouse um colorímetro eletrônico marca Minolta, modelo CR310, que utiliza o sistema
tridimensional de cores CIELAB, sendo as medições de cor expressas em termos de valor L,
C e hº. O valor L representa a luminosidade, variando da coloração preta (L=0) na base do
eixo vertical da escala tridimensional, até branca (L=100) no topo do mesmo eixo. O croma
3
(C) representa a intensidade ou saturação de cor, possuindo valor zero no centro do
esquema tridimensional e aumentando a medida que se afasta do centro. O valor hue (hº) é
definido pelo ângulo de localização da cor no diagrama, mostrando a tonalidade da cor,
onde o ângulo 0º representa vermelho puro; 90º representa o amarelo puro; 180º o verde
puro e 270º o azul.
As médias das variáveis analisadas, cujo efeito dos tratamentos foi significativo na
análise da variância pelo teste F, foram comparadas através do teste de Tukey em nível de
5% de probabilidade de erro.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na análise realizada na saída da câmara, os frutos da cv. Fuyu armazenados em
17,5ºC apresentaram um elevado índice de amaciamento da polpa, sendo que foram
descartados após dois dias de exposição a 20ºC por estarem com polpa completamente
macia (Tabela 1). O menor índice foi observado nos frutos armazenados a -0,5ºC
associados à aplicação de 1-MCP, durante todo o período das avaliações, resultado que
esta de acordo com Argenta et al. (2009), que observaram que o tratamento do frutos com
1-MCP preveniu o amaciamento após a armazenamgem, na temperatura de -0,1°C(±0,8), e
durante a vida de prateleira de caqui ‘Fuyu’. Um fato interessante é que a aplicação de 1MCP foi eficiente no controle do amaciamento na temperatura de -0,5ºC, o que não
aconteceu quando aplicado aos frutos que permaneceram em 17,5ºC, em que este foi
superior ao tratamento em que houve absorção de etileno. Provavelmente a exposição dos
frutos a essa maior temperatura estimulou a síntese de novos receptores de etileno,
diminuindo o efeito do produto, o que não ocorre na temperatura de -0,5ºC. Apesar do
amaciamento ter sido um pouco maior nos frutos do tratamento 17,5ºC mais absorção de
etileno, quando comparado com aqueles armazenados em -0,5ºC associados com 1-MCP,
este pode ser considerado um sistema de armazenamento interessante, pois mantém a
qualidade dos frutos a um custo menor, pela economia de energia do sistema de
refrigeração.
Tabela 1. Amaciamento da polpa (indice 1 - 3) de caqui ‘Fuyu’ após 30 dias de armazenamento em
diferentes temperaturas e formas de manejo do etileno. Santa Maria 2011.
Condições de
armazenamento
-0,5 °C
-0,5°C + 1-MCP
-0,5 °C + ABS
Saída da
câmara
0,04 d
0,00 d
0,00 d
Dias de exposição à temperatura de 20 °C
Dois
Quatro
Seis
Oito
1,12 a
1,64 a
2,32 a
2,59 a
0,00 c
0,00 c
0,15 c
0,32 c
0,42 b
1,39 ab
1,67 ab
2,27 a
4
17,5 °C
17,5 °C + 1-MCP
17,5 °C + ABS
CV (%)
2,92 a
0,71 b
0,36 c
5,16
0,96 ab
0,50 b
34,9
1,27 ab
0,77 b
23,9
1,99 a
1,07 b
24,5
2,45 a
1,55 b
16,7
Médias seguidas por letras iguais, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade de erro.
No momento de saída da câmara de armazenagem, os frutos da cultivar Kyoto
armazenados na temperatura de 17,5°C ja se apresentavam polpa totalmente macia, sendo
descartados no momento de saída da câmara (Tabela 2). Já os frutos armazenados na
temperatura de -0,5°C apresentaram o menor amaciamento, no momento de saída da
câmara, diferindo dos frutos dos demais tratamentos. Nas demais avaliações os frutos
armazenados na temperatura de -0,5°C com aplicação de 1-MCP apresentaram pouco
amaciamento (Tabela 2). Brackmann et al. (2008), trabalhando com caqui ‘Fuyu’, também
observaram que aplicação de 1-MCP manteve os frutos firmes, mesmo após quatro dias de
exposição a 20°C. Ja os frutos armazenados na temperatura de 17,5°C com aplicação de 1MCP aos dois dias de exposição à 20°C, apresentaram-se totalmente macios, sendo
descartados (Tabela 2). Na temperatura de 17,5°C, a absorção de etileno foi mais eficiente
no controle do amaciamento em relação aos demais tratamentos submetidos a esta
temperatura (Tabela 2).
Tabela 2. Amaciamento da polpa (indice 1 - 3) de caqui ‘Kyoto’ após 30 dias de armazenamento em
diferentes temperaturas e formas de manejo do etileno. Santa Maria 2011.
Condições de
armazenamento
-0,5 °C
-0,5°C + 1-MCP
-0,5 °C + ABS
17,5 °C
17,5 °C + 1-MCP
17,5 °C + ABS
CV (%)
Saída da
câmara
0,04 c
0,00 c
0,06 c
2,34 a
0,40 b
8,63
Dias de exposição à temperatura de 20 °C
Dois
Quatro
Seis
Oito
0,27 ab
0,42 ab
0,70 b
1,29 b
0,01 b
0,05 b
0,07 c
0,13 c
0,25 ab
0,35 ab
0,51 bc
0,87 b
0,56 a
0,51 a
1,47 a
1,96 a
71,4
58,2
42,2
28,8
Médias seguidas por letras iguais, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade de erro.
Com relação a cor da epiderme, por meio da luminosidade, é possível observar que
os frutos armazenados na menor temperatura (-0,5°C) apresentam-se mais escurecidos, em
função do menor valor de L. Na maior parte dos dias de análise, o maior escurecimento
(menor valor de L) é encontrado nos frutos que permaneceram em -0,5ºC e receberam
aplicação de 1-MCP (Tabela 3). Este fato sugere que pode ocorrer dano pela baixa
temperatura, que pode ser agravado pela aplicação de 1-MCP. Da mesma forma na
5
avaliação do Croma, observa-se menor intensidade da cor, representada pelo menor valor
de C, nos frutos armazenados na menor temperatura, especialmente naqueles que
receberam aplicação de 1-MCP. Os maiores valores do ângulo hue (hº) nos frutos
armazenados a -0,5ºC indica que estes apresentam cor da epiderme amarelo/esverdeada,
enquanto que aqueles armazenados na temperatura de 17,5ºC apresentam valores de hº
menores e, portanto, cor da epiderme amarelo/avermelhada, o que possívelmente esteja
relacionado com a diminuição do conteúdo de clorofílas e incrementos na produção de
carotenóides e antocianínas pelos frutos armazenados nesta temperatura, pois conforme
Park & Kim (2002), a quantidade de pigmentos carotenóides pode aumentar após a colheita
em caquis, especialmente quando expostos ao etileno.
Dessa forma, apesar da associação da aplicação de 1-MCP com a temperatura de 0,5ºC ter proporcionado menor amaciamento da polpa do caqui ‘Fuyu’ armazenado durante
30 dias, este tratamento provoca escurecimento da epiderme e amadurecimento anormal
dos frutos. Uma alternativa interessante para o armazenamento desta cultivar de caqui,
seria a utilização da temperatura de 17,5ºC associada à eliminação do etileno do ambiente,
como uma forma barata e eficiente de armazenagem.
Tabela 3. Cor da epiderme de caqui ‘Fuyu’ após 30 dias de armazenamento em diferentes
temperaturas e formas de manejo do etileno. Santa Maria 2011.
Condições de
armazenamento
-0,5 °C
-0,5°C + 1-MCP
-0,5 °C + ABS
17,5 °C
17,5 °C + 1-MCP
17,5 °C + ABS
CV (%)
-0,5 °C
-0,5°C + 1-MCP
-0,5 °C + ABS
17,5 °C
17,5 °C + 1-MCP
17,5 °C + ABS
CV (%)
-0,5 °C
-0,5°C + 1-MCP
-0,5 °C + ABS
17,5 °C
17,5 °C + 1-MCP
Dias de exposição à temperatura de 20 °C
Dois
Quatro
Seis
_______________________
_______________________
Luminosidade (L)
57,6 b
59,4 bc
59,0 b
62,5 b
57,2 b
58,0 c
59,3 b
59,5 c
58,4 b
60,1 b
60,9 b
62,8 b
55,9 b
61,6 a
66,7 a
67,0 a
66,8 a
63,3 a
65,0 a
65,5 a
65,4 a
2,23
1,42
1,49
1,78
______________________________
Croma (C) _____________________________
52,2 b
56,5 bc
56,4 c
64,1 b
53,0 b
53,3 c
56,3 c
56,0 c
51,2 b
58,5 b
60,1 c
65,0 b
55,2 b
62,8 a
73,0 a
74,9 a
72,9 a
63,3 a
69,2 a
70,6 b
71,0 a
4,34
3,02
3,04
2,94
________________________________
Hue (h°) _____________________________
80,8 a
80,5 a
77,3 a
75,8 b
80,7 a
83,5 a
81,7 a
80,7 a
79,9 a
81,5 a
77,3 a
74,6 b
65,5 c
68,1 c
72,8 b
72,3 b
71,8 b
Saída da
câmara
6
17,5 °C + ABS
CV (%)
74,3 b
2,43
73,0 b
2,29
72,5 b
2,63
71,1 b
2,96
Médias seguidas por letras iguais, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade de erro.
Os frutos da cultivar Kyoto armazenados na temperatura de -0,5°C também
apresentaram-se mais escurecidos (menor valor de L) do que os frutos armazenados na
temperatura de 17,5°C (Tabela 4). Isso indica que o frio causou algum dano as células da
epiderme dos frutos, levando ao escurecimento da mesma. Os frutos armazenados na
menor temperatura (-0,5°C) com aplicação de 1-MCP tiveram uma menor intensidade na
coloração, mostrado pelos menores valores de croma (Tabela 4), ja os frutos armazenados
na temperatura de 17,5°C apresentaram elevada intensidade de cor, principalmente depois
de dois dias expostos a temperatura de 20°C. A coloração mais esverdeada foi observada
nos frutos armazenados na temperatura de -0,5°C com aplicação de 1-MCP, indicada pelos
maiores valores do ângulo hue (h°) (Tabela 4). Baseado nesse resultado, acredita-se que a
baixa temperatura associada a aplicação de 1-MCP inibiu a biosíntese de carotenóides e
antocianínas, pigmentos que formam a coloração avermelhada da epiderme. Este resultado
esta de acordo com dados da literatura, que afirmam que armazenamento de caquis em
temperaturas inferiores a 5°C reduz significativamente a evolução da coloração esverdeada
para avermelhada (BRACKMANN et al., 1997 e RINALDI, 1998). Já os frutos armazenados
na maior temperatura (17,5°C), apresentaram os menores valores de h° indicando uma
coloração mais avermelhada, e, portanto, mais atrativos ao consumidor.
Tabela 4. Cor da epiderme de caqui ‘Kyoto’ após 30 dias de armazenamento em diferentes
temperaturas e formas de manejo do etileno. Santa Maria 2011.
Condições de
armazenamento
-0,5 °C
-0,5°C + 1-MCP
-0,5 °C + ABS
17,5 °C
17,5 °C + 1-MCP
17,5 °C + ABS
CV (%)
-0,5 °C
-0,5°C + 1-MCP
-0,5 °C + ABS
17,5 °C
17,5 °C + 1-MCP
17,5 °C + ABS
CV (%)
Dias de exposição à temperatura de 20 °C
Dois
Quatro
Seis
_______________________
Luminosidade (L) _______________________
61,8 c
63,3 b
63,4 b
62,8 b
60,7 c
62,3 b
62,4 b
62,0 b
61,1 c
62,9 b
63,1 b
63,4 b
68,7 a
65,8 b
67,2 a
66,9 a
66,5 a
1,81
0,93
0,83
2,20
______________________________
_____________________________
Croma (C)
61,7 c
62,7 b
64,7 b
65,1 b
58,4 c
59,2 c
60,7 c
60,4 c
60,3 c
62,1 b
64,2 b
64,0 b
74,2 a
68,8 b
73,1 a
74,1 a
72,5 a
3,22
1,90
1,41
1,23
Saída da
câmara
7
________________________________
-0,5 °C
-0,5°C + 1-MCP
-0,5 °C + ABS
17,5 °C
17,5 °C + 1-MCP
17,5 °C + ABS
CV (%)
Hue (h°) _____________________________
80,6 b
78,2 b
77,6 b
84,4 a
82,8 a
81,5 a
81,0 b
80,5 ab
78,0 b
73,8 c
73,1 c
72,0 c
1,80
1,86
1,57
84,2 a
86,0 a
84,8 a
75,1 b
75,1 b
1,91
Médias seguidas por letras iguais, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade de erro.
4. CONCLUSÃO
A temperatura de -0,5°C associada à aplicação de 1-MCP diminui o amaciamento da
polpa dos frutos, porém aumenta a incedência de escureciemnto da epiderme nas cultivares
Fuyu e Kyoto..
O uso de 1-MCP em altas temperaturas (17,5°C) não é eficiente para frutos das duas
cultivares.
A absorção de etileno pode ser uma alternativa para armazenamento de caqui ‘Fuyu’
e ‘Kyoto’, devido ao baixo custo.
O caqui ‘Fuyu’ pode ser armazenado por períodos não muito longos na temperatura
de 17,5°C associado à absorção de etileno.
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8
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1998. 22f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia Agroindustrial) - Universidade Federal de
Pelotas, Pelotas, 1998.
9
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