O cliente tem sempre razão
Fachada do edifício da Rua do Ouro,
actual sede do Montepio.
VALORES QUE CRESCEM CONSIGO
No ano em que completa o seu 170.º aniversário, a maior associação
mutualista do país encontra-se também entre as instituições financeiras
líderes nacionais. Uma história que prova que a solidariedade e a partilha
do risco podem ser receitas para o sucesso.
A grandeza de alma, de progresso humano e de espírito de entreajuda
que sustentam os princípios que levaram à fundação do Montepio
tiveram início num longínquo domingo de Outubro de 1840.
Contudo, para sermos fiéis à história, há que recuar um pouco nesse
ano, quando Francisco Álvares Botelho, professor do Colégio dos
Nobres e funcionário da Fazenda Pública, apresentou o seu “Plano
de Montepio Literário”. Com 270 subscritores, o documento
propunha a criação de um fundo de pensões de sobrevivência, a ideia
de solidariedade institucionalizada que faz com que os homens se
associem para criar projectos de entreajuda e que sustenta o conceito
de mutualismo. Discutido, aprovado e reconhecido oficialmente o
projecto através de alvará régio assinado pela Rainha D. Maria II, a
“obra” arrancou a 4 de Outubro daquele ano em assembleia eleitoral,
à qual compareceram dezoito sócios que, ao elegerem os primeiros
corpos sociais, inauguraram a constituição do Montepio
dos Empregados Públicos e deram, assim, início a uma instituição
que chegou ao século XXI.
Os objectivos do Montepio foram definidos nos seus primeiros
estatutos. «São fins da Sociedade prestar socorro aos sócios, aos
parentes dos mesmos ou a estranhos “credores da sua gratidão”
e “basear no seu capital a fundação de uma caixa económica, fazer
empréstimos sobre penhores, a juro razoável, e descontos de
ordenados dos sócios”.»
A escolha da data não foi aleatória, a Igreja Católica consagra o dia 4
de Outubro a S. Francisco de Assis, mestre da fraternidade, que
iluminou o caminho dos seus semelhantes. Ao arrancar com o
projecto naquela data, pretendeu-se que S. Francisco também
iluminasse de esperança a obra que então nascia.
O símbolo que serviria de imagem ao Montepio, o pelicano, foi uma
escolha que se manteve desde a primeira hora.
A iconografia cristã, baseada no sacrifício, fez daquela ave um
símbolo de Cristo, mas a sua imagem também está ligada às noções
de altruísmo, fraternidade e solidariedade, valores defendidos pela
instituição.
A EVOLUÇÃO DO LOGóTIPO
Curiosidade
Nos primeiros quatro anos de existência, em obediência ao
título com que foi criado, o Montepio só admitiu funcionários públicos: 37 novos sócios. Terá
sido essa a razão para, em 1844, ter sido adoptada uma nova designação: Montepio Geral.
1840
1965 a 1983
2
1863
até 1965
1983 a 2006
Na actualidade
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ÉPOCA CONTURBADA
DA HISTÓRIA NACIONAL
O ano de 1840, data da fundação do Montepio, não foi uma
época auspiciosa da história nacional. Entre a Revolta dos
Marechais, em 1937, e a revolta encabeçada por Costa Cabral,
em 1842, o país estava ainda abalado pelas invasões francesas
e sem garantias de que a Convenção de Evoramonte, de 1834,
fosse terminar com a guerra civil. Embora o triunfo dos
Liberais tenha determinado que fosse aclamada rainha a
Princesa do Grão-Pará, com o nome de D. Maria II, a
consolidação do Liberalismo só veio a acontecer com a
Revolução da Maria da Fonte, depois de 1846.
Além de maior associação mutualista do país, o Montepio é,
também, uma instituição financeira entre as líderes no plano
nacional, com uma oferta integrada de produtos e serviços
financeiros que vai ao encontro das necessidades de diversos
segmentos. Posiciona-se como entidade-ponte entre os sectores
solidário e lucrativo, como parceiro do Estado no desenvolvimento
de uma política de inclusão e exemplo de como a economia pode
ser colocada ao serviço da sociedade, materializando os valores do
associativismo, da solidariedade e do humanismo. Ultrapassando o
universo associativo e financeiro, o Montepio quis estender a sua
preocupação de solidariedade à comunidade. Para tal, criou, a 4 de
Outubro de 1995, a Fundação Montepio, que estabelece um
contacto permanente com a comunidade e procura conhecer a
diversidade do sector da Economia Social, identificando e
promovendo boas práticas de intervenção social. A instituição
também traçou um programa de responsabilidade social que
abrange diversas frentes. Através da Associação Mutualista, da Caixa
Francisco Álvares Botelho, fundador do Montepio
Económica, da Fundação Montepio e de mais de trezentos
colaboradores-voluntários, apoia, anualmente, inúmeros projectos
nas áreas de solidariedade social, saúde, ambiente, educação, sendo
prioritários os que promovam uma melhor qualidade de vida para
crianças, jovens, idosos e cidadãos portadores de deficiência.
Pioneiro na educação financeira, o Montepio desenvolveu ainda um
programa para adultos que segue o lema “poupar e investir”, e que
tem por objectivos apoiar a prevenção do endividamento excessivo,
estimular a poupança e apoiar as famílias na gestão do seu dinheiro.
Ajudar a definir e a cumprir um orçamento familiar, a poupar
quando se organizam férias e muitas dicas para reduzir custos, são
algumas das ideias abordadas pelo projecto.
Para as crianças, o lema do Montepio é “tostão a tostão, se chega
ao milhão” e, através da educação financeira, mostra como se deve
gastar e como se deve poupar, por exemplo, visitando um
supermercado para aprender a distinguir o essencial do supérfluo.
Ao longo da formação, as crianças visitam também um
balcão Montepio e conhecem o funcionamento de uma
instituição financeira.
Com a mesma intenção, desde 1928 e durante sessenta
anos, o Montepio disponibilizou aos seus clientes
mealheiros de diferentes cores e formatos, mas sempre
com um objectivo: a poupança. Todos os mealheiros
tinham uma chave, que era propriedade do Montepio,
e, para acederem às suas poupanças, os clientes tinham
de deslocar-se à instituição para abrir o mealheiro.
Para concretizar os fins mutualistas e satisfazer as
necessidades de mais de 458 mil associados e de
um milhão de clientes, o Montepio disponibiliza
uma gama completa de modalidades de
previdência, produtos e serviços, orientados para
responder às expectativas de todos, assegurando a
humanização da protecção social e a concretização de uma
cidadania activa.
A MAIOR ASSOCIAÇÃO
PORTUGUESA
O Montepio é, hoje, não só a maior mutualidade,
como a maior associação portuguesa. Nos
últimos cem anos de vida do Montepio,
coincidentes com os cem anos da instauração do
regime republicano que agora se comemoram,
oito dos dezasseis presidentes da república
portugueses tornaram-se associados do
Montepio: Manuel de Arriaga, Teófilo Braga,
Sidónio Pais, Canto e Castro, Óscar Carmona,
Américo Tomás, Costa Gomes e Ramalho Eanes.
Teófilo Braga
A nova imagem dos
balcões Montepio
Rainha D.Maria II, assinou o alvará que aprovou
os primeiros estatutos do Montepio
Manuel de Arriága
4
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