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Edição 891
3 a 9 de abril de 2013
Especial – Dia do Jornalista
Com alma, talento e inspiração, eles fazem a diferença no jornalismo brasileiro
São dez as histórias que Jornalistas&Cia selecionou para seus leitores, na celebração deste 7 de abril, Dia do Jornalista. Poderiam ser cem,
quinhentas, quem sabe mil, tamanha é a importância que o jornalismo e
os jornalistas têm para a sociedade e para a democracia de nosso País e
tantos são os talentos que despontam Brasil afora. Mas não são quaisquer
dez histórias, e sim as dos dez mais premiados jornalistas brasileiros de
todos os tempos, os top ten do Ranking Jornalistas&Cia de 2012, que são:
José Hamilton Ribeiro, Eliane Brum, Caco Barcellos, Miriam Leitão,
Cid Martins, Giovani Grizzotti, Mauri König, Carlos Wagner, Clóvis
Rossi e Marcelo Canellas. Em textos de Paulo Vieira Lima e Pedro
Venceslau, vamos descobrir um pouco das paixões, das inspirações e
da trajetória desses homens e mulheres que enchem de orgulho essa
nossa atividade profissional. A equipe deste J&Cia estende essa singela
homenagem a todos os jornalistas que, impedidos de continuarem a
exercer a atividade que abraçaram, por doença ou motivos de força maior,
foram e continuam sendo referências para nossas vidas. Citamos cinco
e na figura deles homenageamos todos os demais: Célia Chaim, Celso
Pinto, Fernando Pacheco Jordão, Helena de Grammont e Marcos
Sá Corrêa. Confira a partir da pág. 3 e no canal Galeria do perfil de cada
um no Portal dos Jornalistas (www.portaldosjornalistas.com.br).
Profissionais do Brasil Econômico aceitam calendário de negociações.
Sônia Soares começa como editora-executiva no Rio
n Reunidos em assembleia na
tarde da última 2ª.feira (1º/4) na
própria redação, os profissionais
do Brasil Econômico em São
Paulo decidiram aceitar o calendário de negociações proposto
pela empresa, com estabilidade
para todos até 17/4, incluindo os
PJs, mas mantiveram o estado
de greve decretado na semana
anterior (ver J&Cia 890). Ainda
por esse calendário, a empresa
assegura liberdade para os representantes do Sindicato realizarem assembleias na redação
sem a presença do RH, desde
que marcadas com 24h de antecedência, e ficou de apresentar
nesta 4ª.feira (3/4) uma proposta
de acerto para os que vão deixar
o jornal ou seguir para o Rio, em
função da decisão de mudar para
lá a sua sede, mantendo em São
Paulo apenas uma sucursal. Essa
proposta deverá ser debatida
em nova assembleia, marcada
para 6ª.feira (5/4). A reunião teve
coordenação de Paulo Zocchi e
Márcia Quintanilha, respectivamente diretores Jurídico e de
Sindicalização do Sindicato dos
Jornalistas de São Paulo.
n No Rio, Sônia Soares começou esta semana como editora-executiva já dentro da nova
estrutura do jornal, assumindo
The Jedi Group
7º
Curso Internacional
em Comunicação Empresarial
Aberje / Syracuse University
aberje.com.br/internacional
por lá funções antes alocadas
em São Paulo. Sônia esteve por
quase 20 anos em O Globo, onde
foi editora de Economia.
Mulheres já são maioria dos jornalistas, mas homens ainda predominam nas chefias, diz pesquisa da Fenaj
n Em coletiva marcada para as
14h30 desta 5ª.feira (4/4) no
Hotel Aracoara, em Brasília, a
Fenaj apresenta o relatório final
da pesquisa Perfil profissional do
jornalista brasileiro, que aponta,
entre outros dados, significativa
expansão da presença feminina
no fazer jornalístico: hoje há mais
mulheres (64%) do que homens
atuando no mercado de trabalho,
mas estes seguem predominantes nos cargos de chefia. Os
resultados se baseiam em respostas a um questionário online
por 2.731 jornalistas, de todas
as unidades da Federação e também do exterior. O trabalho, considerado o maior levantamento já
realizado sobre o tema no País, é
um projeto do Núcleo de Estudos
sobre Transformações no Mundo
do Trabalho da Universidade
Federal de Santa Catarina, em
parceria com a Fenaj, e apoio do
Fórum Nacional de Professores
de Jornalismo e da Associação
Brasileira de Pesquisadores do
Jornalismo. Foi a primeira vez
que se realizou uma pesquisa
com jornalistas baseada num
estudo prévio das dimensões
da categoria – aproximadamente
145 mil profissionais – e com
amostragem de todas as regiões
do País.
n Segundo o documento, quase
a íntegra dos jornalistas que atuam no Brasil têm formação superior (98%); desses, 91,7% têm
graduação em Jornalismo; dos
graduados, 61,2% são formados
no ensino privado e 40,4% têm
curso de pós-graduação; foram
identificados 317 cursos de
Jornalismo no País. De acordo
com o levantamento, 59,9%
dos jornalistas recebem até
cinco salários mínimos; o índice
de desemprego observado na
categoria coincide com a taxa
no País, que fechou 2012 com
5,5%; 55% atuam em mídia
(veículos de comunicação, produtoras de conteúdo etc.), 40%
Lula Marques deixa a sucursal da Folha de S.Paulo em Brasília
n Lula Marques, coordenador do
Departamento de Fotografia da
sucursal de Brasília da Folha de
S.Paulo, deixou o jornal na última
2ª.feira (1º/4). Em entrevista ao
Portal Imprensa, ele afirmou que
a sua dispensa não foi propriamente uma surpresa pelo fato
em si, pois já convivia com essa
possibilidade havia algum tempo,
mas sim pelo “presente” que
recebeu: afinal, estava completando 26 anos de casa no mesmo
dia. Antes da Folha ele esteve por
11 anos no Correio Braziliense.
em atividades de assessoria de
imprensa/comunicação ou outras
ações que utilizam conhecimento jornalístico, e 5% trabalham
predominantemente como professores. A cada quatro jornalistas, um está filiado a sindicato.
n O relatório será publicado no
livro Perfil do jornalista brasileiro
– Características demográficas,
políticas e do trabalho jornalístico
em 2012, em impressão pela
Insular (Florianópolis).
uma empresa de medicina e saúde
imprensa: (11) 3897-4122
Congresso
Mega Brasil de
Comunicação
2013
APRESENTA
O Planeta Comunicação na Era do Diálogo
23, 24 e 25 de abril de 2013 - Centro de Convenções Rebouças - São Paulo SP
Conferências Internacionais
com:
Allyson Hugley,
Weber Shandwick
Bob Bejan,
MSL Group
Richard Funnes,
Finn Partners
Thomas Kamm,
Brunswick
Prêmio Personalidade
da Comunicação
Caco Alzugaray e Domingo Alzugaray
Editora Três
Conferência Magna Lançamento do Anuário Brasileiro
da Comunicação Corporativa
de abertura
E mais:
27 palestras
temáticas
Painel Crème
de la Crème,
com o melhor do
Congresso
Cledorvino Belini,
Grupo Fiat/Chrysler
Programação e Inscrições: www.megabrasil.com.br – Informações: (11) 5576-5600
Organização e Realização
Patrocínio Master
Patrocínio Temático
GRUPO
Comunicação e Marketing
Colaboração
Apoio
Edição 891
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Especial – Dia do Jornalista
José Hamilton Ribeiro
Enquanto a flor branca da paineira não vem
José Hamilton Ribeiro fez questão de marcar a entrevista pessoalmente e impôs como “condição”
que ela acontecesse depois do
almoço, em seu apartamento, que
fica em um condomínio arborizado e
repleto de pássaros no bairro da Aclimação, em São Paulo. De férias do
programa Globo Rural, ele acabara
de chegar de seu sítio na próspera
Uberaba, em Minas Gerais, e recém
tinha desistido de ir para a praia em
Santa Catarina, por causa do tempo
pouco confiável. Ficou em casa
mesmo, caçando documentários
de animais na tevê a cabo. Embalado pelo ócio e pelo clima vaticanista
daqueles dias de Papa Francisco
na telinha, decidiu também encarar
o livro Jesus de Nazaré, do demissionário Joseph Ratzinger, que versa
sobre a infância de Jesus: “É a última tentativa minha de acreditar em
alguma coisa. Não acredito nem em milagre, nem nessa moleza de
achar que rezando cinco minutos você resolve alguma coisa”.
Viúvo desde que perdeu sua companheira Maria Cecília, em 2011 –
eles foram casados por mais de quatro décadas –, Zé Hamilton tenta
driblar a saudade dedicando cada vez mais tempo ao seu próprio mundo rural no município mineiro: “A morte dela me deu um desequilíbrio.
Foi uma luta longa, de sete anos, contra o câncer. Esse período foi de
muito sofrimento, mas de muita solidariedade também”.
Pai de Teté Ribeiro, que é casada com Sérgio Dávila, da Folha de
S.Paulo, e de Ana Lucia, ele confidencia que ainda espera a chegada
de netos. Mas enquanto eles não chegam, Zé viaja com amigos para
sua propriedade, que cada vez mais ganha ares de um bem-sucedido
empreendimento do agronegócio. Ele investe em eucalipto e na engorda de suínos e frangos. Um gerente trata de tocar o dia a dia da
produção e negociá-la: “Fazenda não é uma coisa só para ter renda.
É mais do que tudo um lugar para ir. Você planta seu abacateiro, seu
pé de flor...Minha curtição é chegar lá no sítio e ver as espécies que
estão florindo”.
Zé conta que está vivendo um suspense. Em meados dos anos
1990, ele estava na zona rural da Argentina fazendo uma reportagem
para o Globo Rural sobre tropeiros quando se deparou com uma paineira que o deixou enfeitiçado: “A paineira dá flor rosa, mas aquela
dava flor branca. Consegui três mudas e dei um jeito de cruzar a
fronteira com elas, o que era proibido”. Chegando ao Brasil, correu
para Uberaba e tratou de plantar a novidade entre outras paineiras
recém-chegadas. Mas como não é organizado, esqueceu-se de marcar
o local de cada uma. Desde então, fica esperando para ver em qual
delas surgirá a flor branca.
Trazer mudas na bagagem, aliás, é um ritual que Zé cultiva desde
que começou no Globo Rural, onde está desde 1982: “Dizem que se
todas as mudas que eu trouxe tivessem vingado eu teria uma floresta.
Se eu não fosse jornalista, seria jardineiro. Adoro pegar uma muda e
plantar. Quando vejo que está abatida ou abalada, pego e vou ver a
causa”. A relação com o mundo rural vem de muito antes do matutino
da Globo sobre o campo.
As lembranças da fazenda onde cresceu com oito irmãos em
Santa Rosa do Viterbo, no interior de São Paulo, ainda frequentam as
lembranças do repórter de guerra. As terras da família foram sendo
vendidas aos poucos, sempre que a situação financeira apertava e que
um dos filhos chegava à idade de ir estudar fora: 11 anos. “Fazenda
é um sonho difuso da espécie humana. Faz parte do inconsciente
coletivo do ser humano”. A conversa é interrompida quando o almoço é servido – carne de panela, suflê de milho, arroz e muita salada.
Acompanhado de uma indefectível garrafinha de cachaça mineira
de primeiríssima safra, Zé Hamilton muda de assunto. Entramos então
na pauta Globo Rural. Ele afirma que, ao contrário do que muita gente
pensa, o programa não limita cabeça dos jornalistas que o produzem.
Muito ao contrário: “A gente não fala só de diarreia de bezerro. É um
programa sobre a natureza e a alma do ser humano que vive no campo.
Tem lá angústia, dúvida, sofrimento, conflito, dança e música. Afinal,
quem dirá que a extensão da alma do homem do campo é menor do
que a do da cidade?”. Zé revela, porém, que às vezes tem que travar
uma luta “quixotesca” para evitar que a atração torne-se técnica
demais: “Não, não entendo muito de tevê, mas de vez em quando
aparece um burocrata dizendo: ‘Isso não é Globo Rural’, É uma frase
típica de burocrata. A parte técnica é importante, mas não pode ser
todo o programa. De quais reportagens o povo lembra? Certamente
não são as sobre técnica de produção, e sim sobre o ser humano”.
Para sua sorte, o diretor da atração matutina, Humberto Pereira, comunga da mesma tese. “Ele sempre aprova com entusiasmo quando
sugiro matérias sobre músicos, por exemplo. Quando o Tinoco fez 91
anos, comecei a fazer um grande perfil dele. Eu já havia feito algumas
entrevistas quando ele morreu”.
Antes do cafezinho, a manchete do dia da Folha de S.Paulo, assinada por seu genro, Sérgio Dávila, que flagrara a explosão de uma
bomba no Iraque, nos leva para um tema inevitável: o jornalismo de
guerra, sua experiência no Vietnã e a vida com uma perna mecânica
desde então. Estender essa trilha, entretanto, seria contar uma história
já diversas vezes repetida, sendo uma das mais brilhantes delas na
revista Trip, em 2003. Na ocasião, ele posou pela primeira vez, como
bem definiu Eduardo Ribeiro em artigo no portal Comunique-se, de
forma serena e reflexiva, sem a perna estilhaçada por uma mina do
Vietnã: “Apaziguado consigo e com seu destino – tem ao lado, na
foto da capa (assinada por Márcio Scavone), a prótese que o ajuda
caminhar desde o fatídico episódio, que já vai longe, em 1968”. A
pergunta que não quer calar: o que leva um jornalista a correr riscos
na zona de guerra?. “Um pouco de vaidade, um pouco aventura, mas
também a ambição profissional e a falta de juízo. O jornalista acha que
vai mudar mundo com o seu trabalho. Parece romantismo, mas eu
afirmo com convicção: a presença de um repórter impede que certos
abusos sejam cometidos”.
E por falar em vaidade, pergunto como se sente, famoso: “No
começo eu estranhava muito, já que fui para a tevê depois de muito
tempo de imprensa escrita. O jornalista de texto é conhecido, mas não
é reconhecido. Se o Clóvis Rossi andar na Avenida Paulista é capaz
de ninguém nem olhar para ele. Se for a Glória Maria o trânsito é
capaz de ficar congestionado”.
Zé tira da cartola dois episódios para ilustrar sua relação com a
fama. No primeiro conta sobre uma faxineira da Globo que sempre o
confundia com Rolando Boldrim, que então apresentava o Som Brasil,
programa que vinha logo depois do Globo Rural. Ele ria sempre que
ela perguntava: “O senhor vai cantar hoje?”. No outro, diverte-se
ao recordar do dia em que um casal de velhinhos no aeroporto de
Brasília o confundiu com Amaral Neto. Nesse ponto, o entrevistado
dá uma pausa e diz, reflexivo. “A gente luta para ser reconhecido
pelos colegas. Jornalista é vaidoso. No fundo, tem a ilusão de que
fez alguma coisa”.
Por fim, deixo o entrevistado em paz para seguir, em suas palavras,
“morgando” até o fim das férias. Diante desse tempo nublado que
não colabora, o plano consiste em se dividir entre o longo trajeto até
Uberaba – com direito a paradas nas casas das irmãs, em Campinas
e Ribeirão Preto – e insistir mais um pouco na leitura do livro do
Papa, que ele guarda no criado-mudo ao lado das edições especiais
da revista Time.
Certos hábitos não mudam nunca....
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Especial – Dia do Jornalista
Eliane Brum
Um tempo para chamar de meu
Uma das jornalistas mais premiadas do País no ranking do
Jornalistas&Cia e do Instituto Corda, Eliane Brum, conhecida entre
os colegas como a nossa grande
historiadora do cotidiano, tirou um
tempo para chamar de seu. De
duas a três vezes por semana,
passa do meio da tarde até a noite
lendo na banheira. Chega a ficar
cinco horas com metade do corpo
submerso na água morna – é o
tempo de começar e terminar um
livro inteiro. O ritual inclui vinho
e chocolate. “É um luxo a que
eu me dou. Saio murcha, faceira
e cheirosa. E este é meu único
problema com os e-books: não dá pra levar pra banheira. Assim que
inventarem – se é que já não existe – um jeito de levar computador pra
banheira, nunca mais saio de lá”, brinca. Só em março ela leu Bel-Ami
(Guy de Maupassant), Tudo o que mãe diz é sagrado (Paula Corrêa),
As virgens suicidas (Jeffrey Eugenider), O professor do desejo (Philip
Roth), A longa viagem de prazer (Juan José Morosoli), e Groucho e
eu, uma autobiografia (Groucho Marx). “Estou lendo Oblómov, de
Ivan Goncharov. É uma edição primorosa da Cosac Naify. Mas como é
emprestada, não posso levar pra banheira, o que faz com que demore
muito mais pra ler”.
Essa doce rotina tornou-se possível quando ela deixou de dar
expediente na redação da revista Época, onde estava desde 2000
como repórter especial. Hoje, Eliane segue no time da publicação da
Editora Globo, mas agora com uma coluna semanal. Feita com a alma,
a argúcia e o aguerrimento da repórter, que nunca deixou ou deixará
de ser. A decisão de tirar o pé do acelerador foi tomada, porém, por
motivos muito mais nobres do que simplesmente o cansaço ou o
estresse: “Quando deixei de ter emprego, uma das ideias era poder
ter tempo para as coisas do afeto, como o envelhecimento dos pais.
Meu pai teve vários problemas de saúde em 2012 e eu tive o privilégio
de poder ajudar a cuidar dele – ou só ficar por perto”.
Nessa nova fase, Eliane está retomando projetos de trabalho interrompidos no meio do caminho: uma grande reportagem apurada no
ano passado, o lançamento de um livro de colunas (que sai ainda neste
semestre) e a escrita de outro livro inédito. “Ando sempre cheia de
ideias, meu drama é que vai faltar vida para o tanto de coisas que eu
quero experimentar. Mas acho que esse é drama de todo mundo, né?”.
A rotina quando está em São Paulo é acordar cedo – por volta das
5h da manhã. Consegue a façanha de fazer isso sem usar despertador (ela também não tem telefone celular). Assim que sai da cama,
começa a escrever. Como tem o hábito de “dormir com as galinhas”,
sua vida social é praticamente nula. Por isso, fica a dica: nunca tente
marcar nada com Eliane Brum no período da manhã.
Três vezes por semana ela faz pilates e quando viaja dá um jeito de
fazer alongamento. “Se não faço isso, minha coluna começa a me causar
problemas. Quando vi as matérias sobre Ricardo III descobri – finalmente –
que havia algo de nobre em mim: minha coluna é igual a dele”, diverte-se.
E, por falar nisso (com o perdão do trocadilho infame), nunca faz
nada às 2as.feiras, no período da tarde, porque está estropiada por
causa da coluna que publica nesse dia no site de Época: “Quem lê
não consegue imaginar o trabalho que ela dá. Em geral, passo todo o
final de semana e cinco horas da 2ª.feira escrevendo e revisando. Aí,
na 2ª de tarde, não volto a escrever meu livro ou outras coisas de que
preciso”. Além disso, ainda cozinha, lava e limpa a casa, sempre em
parceria com o marido João – ele também trabalha em casa.
Quando percebe uma janela na agenda, corre para seu sofá azul
para assistir a alguma série enlatada (de preferência Mad Men) ou
vai para o cinema, que é, segundo ela, um vício. Sua lista de atores
favoritos é extensa: Marlon Brando, Celia Johnson, Daniel Day-Lewis,
Emmannuelle Riva, Joaquin Phoenix, Audrey Hepburn, Gregory Peck,
Isabelle Huppert, Klaus Kinski, Fernanda Montenegro, Wagner Moura,
Lázaro Ramos, Paulo Gracindo, Lima Duarte, Giulietta Masina, Meryl
Streep, Melina Mercouri, Jacques Tati, Ricardo Darín. “Minha rotina
não é de 2ª a 6ª, já que trabalho todo o final de semana. Nem é de
horário comercial. Cada dia é diferente do outro. Quando viajo a trabalho, tento passar pelo menos mais um dia para conhecer o lugar”.
Eliane diz que nunca pensou em trabalhar menos. Ela só queria ser
dona do seu tempo e misturar as coisas. Sua relação com o tempo,
diga-se, sempre foi especial. Sua primeira grande reportagem, publicada em 1989, quando era ainda foca, chamou a atenção da redação do
jornal Zero Hora pelo enfoque completamente inusitado. A encomenda
era fazer uma matéria nada promissora sobre a inauguração de uma
loja do McDonald´s em Porto Alegre. Em vez de fazer o óbvio, ficou
o tempo todo ao lado de um grupo de velhinhos que passavam os
dias jogando xadrez no lugar. Acabou escrevendo um texto belíssimo
sobre o tempo e a modernidade irreversível. Entrou no jornal gaúcho
como estagiária em 1988, depois de cursar História e flertar com a
Biologia e a Informática. Na redação, teve como “mestres” Marcelo
Rech e Carlos Wagner (ver pág. 8).
No Zero Hora, Eliane fez de tudo um muito e passou até pela editoria de Polícia. “Nessa época, Zero Hora tinha juntado as editorias
de Polícia e Geral. Cobri alguns grandes crimes e ás vezes fazia o que
se chama lá de ‘ronda’. Foi aí que descobri uma história daquelas tão
absurdas que só existem na realidade. Na ficção soaria totalmente
inverossímil”. Ela estava fazendo a ‘ronda’ quando ligou para uma
delegacia de Sapucaia do Sul. Um policial do plantão atendeu dizendo
que a coisa estava tão calma que tinha até uma galinha presa. “Como
assim?”, retrucou a repórter. Ao chegar à delegacia com o fotógrafo,
ela descobriu que a galinha presa tinha sido encontrada de madrugada
ao lado de um galo morto e de um homem abraçado a uma garrafa
de cachaça. A polícia havia liberado o homem e prendido a galinha. O
boletim de ocorrência do animal dizia: “detida em atitude suspeita”.
Pior: o homem liberado era suspeito de homicídio e estava foragido.
“Mas por que a prisão da galinha vale uma reportagem? Porque a
galinha fala sobre o ser humano. Vale porque fala da incompetência da
polícia. É uma história engraçada, mas é uma denúncia. E a gente que
é repórter tem tanta sorte que isso tudo aconteceu no Dia Internacional
da Ave”. A tal galinha presa foi capa do jornal e rendeu uma polêmica.
Esse pequeno “causo”, que foi contado pela repórter em uma
palestra ilustra bem o tom das reportagens de Eliane Brum. Sua
busca permanente é pelas preciosidades que estão presentes no
dia a dia. Basta olhar direito para achá-las. “Tive sorte e nos 11 anos
e meio que trabalhei no jornalismo diário, com duas, três pautas por
dia, encontrei muitas”.
Caco Barcellos
Um quase ídolo do futebol
O jogo avançava com o saldo de 3 X 0 para o time adversário até
os dez minutos finais do segundo tempo. Tudo indicava que o placar
estava definido, mas a equipe de Caco Barcellos arrancou um empate
relâmpago e fulminante no campo do Clube Atlético São Paulo: 3 a 3.
Não havia torcida na arquibancada, mas o clima era de final de Copa
do Mundo. Eis que no limite do tempo regulamentar, Caco recebeu
uma bola inacreditável na cara do gol. Era ele, o goleiro e a glória. Foi
então que o cansaço e a noite mal dormida depois de mais uma longa
viagem a trabalho falaram mais alto. “Foi a lesão mais grave da minha
vida. Aquele chute estourou minha perna. E não foi gol”.
Era o fim do dia de uma 4ª.feira na redação do programa Profissão:
Repórter, na sede paulista da Globo, quando o criador da atração
recebeu o Jornalistas&Cia em sua modesta mesa – sem paredes ou
divisórias – localizada em um canto da sala. Enquanto conversávamos,
um editor cuidava dos últimos detalhes do primeiro programa depois
da entressafra, rumo à nova temporada.
Pano rápido. Caco conta que fizera havia pouco mais uma sessão
de fisioterapia. Aparenta estar exausto, mas não olha para o relógio
em nenhum momento. Ele se mostra animado com a perspectiva
de voltar aos gramados em breve, depois de meses longe do campo
do clube SPAC. E com esse gancho conta meio sem querer que por
pouco não foi jogador profissional de futebol. Poderia muito bem ter
sido um ídolo e sonhava com isso.
Entre os oito e os 15 anos,
quando morava na Vila São José
do Murialdo, na periferia de Porto
Alegre, Cláudio Barcelos de Barcellos jogava em um time chamado
Partenon, que era frequentado por
olheiros dos grandes times do
estado (leia-se Inter e Grêmio). O
garoto, que jogava no ataque, era
rápido e hábil, porém franzino demais para os padrões locais. “Os
treinadores do Sul naquela época
selecionavam mais pelo físico do
que pelo talento”, conta. Ao lado
do atacante Cláudio Barcelos no
Partenon jogaram alguns nomes
que fazem parte da história do
futebol brasileiro. Entre outros,
ele cita Flávio Minuano, que foi
centroavante do Internacional de
Porto Alegre, e Jorge Guaraci, que fez história na Portuguesa depois
que deixou o Rio Grande do Sul. Já Caco acabou desistindo quando
percebeu que só os grandalhões eram promovidos nas peneiras gaú-
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Especial – Dia do Jornalista
chas. Bem mais tarde, percebeu que estava errado em sua avaliação
ao acompanhar as carreiras de sucesso de Zico, Romário, Djalminha
e Zinho, todos franzinos como ele.
Anos depois de desistir da carreira nos gramados, Cláudio Barcelos
de Barcellos virou apenas Caco Barcellos quando assinou sua primeira
grande reportagem. Trabalhava então no jornal Folha da Manhã e se
dividia entre a redação e um táxi que pilotava por Porto Alegre para
pagar o curso de jornalismo na PUC-RS. “Era um fusca sem o banco
da frente do passageiro e sem cinto de segurança, que não existia
naquela época. Acabei pegando um cacoete que tenho até hoje:
sempre que o carro freia, eu estico o braço”.
Um belo dia foi “flagrado” dentro do veículo por um dos editores
do jornal. Tinha a fantasia de que aquilo pegaria mal, já que redação
era lugar de intelectual. Tanto que achou que perderia o emprego,
mas estava enganado. Ao saber que um dos seus repórteres era
taxista, o editor encomendou na hora uma reportagem especial sobre
a rotina da profissão. O foca voltou à redação excitadíssimo, mas foi
informado por colegas veteranos gaiatos de que não poderia usar uma
máquina de escrever já que era estagiário. Não teve dúvida. Sacou
as anotações do bolso, escreveu tudo a mão e levou o material para
o secretário de Redação, que avisou sobre a pegadinha. Foi então
apresentado à máquina de escrever, da qual só se separou quando
surgiram os computadores.
Ao saber que deveria assinar o texto, pegou a caneta e escreveu como se assinasse um cheque: “Cláudio Barcelos de
Barcellos”. O editor então tratou de cortar o “Cláudio” e um dos
“Barcelos”, reduzindo o nome para Caco Barcellos de modo que
coubesse no pequeno espaço reservado ao crédito. “Essa matéria me abriu a cabeça para a importância de estar mergulhado
em uma história antes de escrever”, conta.
De Porto Alegre foi para São Paulo em 1976 e ajudou a criar o
mitológico e alternativo jornal Versus, então dirigido por Marcos
Faerman. “Versus foi a única redação da qual fui demitido em minha
vida”, lembra Caco, ao contar que a publicação funcionava como
uma assembleia permanente. “Um dia chegamos e tinha uma turma
querendo que nossas reportagens obedecessem à cartilha de um
grupo que não lembro qual era. Achei que aquilo não fazia sentido,
mas disseram que precisávamos ter compromisso com a causa operária. Votaram e nos demitiram. Naquela redação ninguém trabalhava.
Passavam o tempo todo fazendo assembleia”.
De São Paulo, Caco caiu literalmente no mundo. Foi perambular
pela América Latina quase sem dinheiro no bolso. Desembarcava
onde estava a notícia e tratava de negociar suas histórias por telefone
com as redações da grande imprensa e/ou dos veículos alternativos.
“Cheguei à Nicarágua completamente duro. Tinha 200 dólares. Isso
não dava para uma diária do hotel onde estavam os jornalistas. O que
pagavam pelas matérias era ridículo, não cobria meu custo”.
Caco começou sua carreira em televisão em 1981, na Rede Globo,
depois de passar por IstoÉ e Veja. E já foi direto para o Jornal Nacional.
Chegou com a cabeça de repórter de revista e teve dificuldade em se
adaptar ao novo formato: “Não entendiam minha preocupação com o
texto. Eu ficava dez horas numa frase. Diziam que texto é texto. Tinha
vergonha de usar palavras inadequadas. Queria a palavra exata, mas
fui me acostumando. Eu queria explicar as coisas e não contar o que
todo mundo estava vendo”. Antes de entrar de vez no time do Jornal
Nacional, porém, foi submetido a um “teste”: acompanhar a equipe
do também jovem repórter Ernesto Paglia: “Era uma passeata do
Lula. O pau quebrou, como sempre. Tinha pedra para todo o lado e
eu lá no meio gravando”.
Trinta e cinco anos depois de começar na Rede Globo, em 2006
Caco Barcellos tomou coragem e apresentou à cúpula da emissora
o projeto de um programa, o Profissão: Repórter: “Todos os anos a
Globo recebe no mínimo 50 projetos novos. A grade é muito disputada, mas a emissora é aberta. Aliás, é um dos lugares mais abertos
do mundo. Entrei nessa barca”. Profissão: Repórter começou como
um quadro do Fantástico, até ganhar vida própria, em 2008. O desafio
é contar a história de uma reportagem em todos os ângulos e com
a produção de jovens repórteres. Ao incluir na edição os momentos
difíceis, os dilemas e os bastidores da notícia, o programa caiu nas
graças do público. Numa reportagem sobre a reintegração de posse
de uma ocupação do movimento Sem-Teto, uma repórter ficou abalada
durante a madrugada. Caco estava com a tropa de choque da PM,
outro repórter com a imprensa e ela com o grupo dentro do prédio. “No
momento decisivo, ela entrou em crise ao ver as crianças no colo das
mães. Achou que haveria um ato de extrema violência e começamos
uma discussão maravilhosa. A convencemos de que precisava estar
ali e que a única coisa que podíamos fazer era uma boa reportagem”.
Pai de dois filhos e uma filha, Caco frustra o entrevistador ao
dizer que não cultiva hábitos excêntricos fora da redação. Depois
de afirmar que divide seu escasso tempo livre com os três filhos
(dois ainda moram com ele no apartamento de Higienópolis), livros
e o futebol (hoje joga como ala), define sua vida pessoal como “um
tédio” e diz – modesto – que sua história particular jamais renderia
um filme. Mas um livro, quem sabe...? Apesar da rotina alucinante do
Profissão: Repórter – que exige manter a mala sempre pronta –, revela
que está “muito lentamente” escrevendo um romance de não-ficção,
onde pretende contar um pouco da carreira: “Será sobre um repórter
alinhavando histórias, mas ainda falta muita apuração, especialmente
no Rio Grande do Sul e em países europeus. Não sei dizer quando
isso vai ficar pronto. Estou muito tomado pelo Profissão: Repórter”.
O jeito, afirma, será usar as horas ociosas em aviões e hotéis para
consolidar o material.
Mas se confessa um consumidor voraz de livros de não-ficção. Está
lendo atualmente John dos Passos – Brasil em movimento, obra do
romancista que veio ao Brasil fazer matérias para a revista Life e que
narra as incursões dele pelo País entre 1958 e 1962. Antes, leu 1961,
o golpe derrotado – Luzes e sombras do Movimento da Legalidade,
de Flávio Tavares.
Ele não gosta de fazer balanços de carreira. Diz apenas que sempre
foi ao limite, embora muitas vezes este fosse curto e imposto pelas
circunstâncias: “Nunca planejei literalmente nada do que fiz. Não sei o
que vou fazer amanhã. Aliás, nem agora, aqui, eu sei o que vou fazer.
Estou na entressafra (do programa). Produzimos muito de janeiro até
aqui e agora estamos editando”. Sua agenda, porém, conta há dois
anos com um espaço cativo dedicado à fisioterapia, processo que
começou depois da fatídica lesão relatada no começo deste texto. “E
cuido da alimentação religiosamente. Estou treinando os músculos
para continuar jogando.”
Na hora da despedida, voltamos ao tema de sua não-carreira no futebol. “O futebol mundial perdeu um ídolo”, diz, antes de cair na risada.
Miriam Leitão
Gosto especial para a ficção e olhos atentos à realidade
Miriam Leitão confessa não
saber viver sem o jornalismo e no
mesmo instante em que repete esta
frase reforça o desejo de continuar
investindo em sua carreira de escritora. Autora de obras de impacto
como Saga brasileira: a longa luta
de um povo por sua moeda, que
em 2013 chegou à sétima edição
estimulando reflexões sobre a
história recente do País, a também
escritora comenta seu fervor pela
realidade. Nem por isso deixa de
dar os primeiros passos na ficção –
ela que tem como um dos ídolos o
também mineiro Guimarães Rosa.
Às vezes é preciso fugir de tudo
e se abrigar na ficção, diz ela, que
admite ter chorado de emoção em
vários momentos em que escrevia
a Saga. Também foi às lágrimas durante um programa na CBN, quando
se relatava o caso de violência sexual sofrida por uma menina.
Sensível e feminina, Miriam ajuda a expandir o território ocupado pelas mulheres no jornalismo. A suavidade no tom de voz e na
abordagem dos interlocutores não anula o vigor com que conduz as
entrevistas. Tem um estilo firme ao cuidar de temas que, às vezes,
transcendem a política econômica e os negócios. Sejam líderes
políticos, empresários ou pesquisadores, seus entrevistados são
questionados de maneira incisiva.
Quando se intensificou a discussão sobre a democratização do
acesso às universidades públicas, garantindo vagas para os pobres,
negros e índios, Miriam saiu em defesa das quotas. Ponderou tratarem-se de recurso eficaz, se mudado e aperfeiçoado. Condenou o racismo
“à brasileira” e falou da necessidade da construção de um Brasil onde
a elite tenha a cara do País.
Ela é casada com Sérgio Abranches, cientista político, jornalista
e escritor, que recebeu o Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Sustentabilidade como Personalidade do Ano em Sustentabilidade de 2011,
seu parceiro inseparável em projetos e viagens pelo Brasil. Sérgio é
uma das grandes personalidades do País na defesa do meio ambiente.
Mãe, avó, dona de casa e, como todas as brasileiras, cuidadosa com as
crianças, Miriam se emociona ao pensar sobre qual será o Brasil onde
no futuro viverão cidadãos contemporâneos de Vladimir e Matheus,
seus dois filhos, o enteado Rodrigo e os dois netos, Mariana e Daniel
agora é
Kreab Gavin Anderson | São Paulo - Rua Quintana, 950 - 9º Andar
+55 11 3054-3330 - e-mail: [email protected]
Edição 891
Página 6
Especial – Dia do Jornalista
Militante política nos anos de chumbo, a então estudante Miriam
foi presa e torturada. Eram tempos de ditadura militar. Criança em
Caratinga, no interior de Minas Gerais, ela imaginava que, ao crescer,
seria escritora e já se interessava por questões sociais. Sua opção
como estudante era História, porém decidiu pelo Jornalismo quando
entrou em uma redação. Virou repórter e há mais de quatro décadas
desenvolve um trabalho premiadíssimo.
Em 2013 recebeu mais uma vez o Prêmio Mulher Imprensa da
Revista Imprensa e, como sempre faz nessas ocasiões, valeu-se
do microfone e do direito à voz que essas iniciativas ensejam para
denunciar a situação de vulnerabilidade das mulheres, sobretudo
das meninas, que continuam às milhares sendo vítimas de crimes
hediondos Brasil afora.
Com os vários prêmios que conquistou ao longo da carreira,
turbinados pelas conquistas consecutivas do Troféu Mulher e do
Prêmio Comunique-se, Miriam está entre os dez mais no Ranking
Jornalistas&Cia dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de Todos
os Tempos. Primeira profissional brasileira a receber o Maria Moors
Cabot, da Faculdade de Jornalismo da Universidade de Columbia,
nos Estados Unidos, conquistou também, entre outros, os prêmios
Jornalismo para a Tolerância, da Federação Internacional de Jornalistas
(FIJ); Orilaxé, do Grupo AfroReggae; Ayrton Senna de Jornalismo Econômico; Camélia da Liberdade, do Centro de Articulação de Populações
Marginalizadas; e Jornalismo Econômico, da Ordem dos Economistas
do Brasil. O Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, foi uma de suas
mais recentes conquistas e veio com Saga Brasileira: a longa luta de
um povo por sua moeda.
História contada por quem a vive
Filha de uma professora primária e de um pastor presbiteriano, tem
11 irmãos em uma família habituada a vivenciar os anseios da população. Na prática do jornalismo econômico esta visão foi-se ampliando.
Protagonista de um setor com prevalência de números, encontra razões para sensibilidade. O jornalismo econômico não deve ser uma coisa
gelada... uma ata do Copom... explica a ex-menina tímida de Caratinga,
na Zona da Mata mineira. Na cidade de onde saiu para ser personalidade
nacional, o colégio em que estudou tem placa lembrando o orgulho em
ser a escola da aluna ilustre. Durante uma festa em sua homenagem,
Miriam relatou as dificuldades no início de carreira como jornalista-mulher.
Alunos e professores manifestaram orgulho em tê-la como estudante.
Para o público, seus momentos de enfrentamento da realidade
são exemplos de determinação. E para quem acompanha sua batalha
diária frente à realidade do País permanece, sempre, a expectativa de
que ela continue a não gostar de sair em férias. A torcida é para que
a compensação pelo estresse diário a impulsione para um intervalo
dedicado à ficção. Fica-se à espera de livros como A perigosa vida
dos passarinhos pequenos e A menina do nome enfeitado que ela já
tem prontinhos...
Cid Martins
Ele narra a violência, respeita os pais, surfa e reza com os filhos
...Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
(Trecho do poema O Tempo, de Mário Quintana, um dos autores favoritos de Cid Martins)
Um ano antes de concluir o
curso de Jornalismo, Cid Martins
viveu um drama que indicou seu
caminho como profissional. O pai,
Aelson, perdeu a visão e passou a
depender do rádio para ter acesso
às notícias. Foi a deixa para que
o jovem estudante prestasse
mais atenção a um dos veículos de
informação de maior credibilidade junto ao público brasileiro. Assim,
estava reforçada a vocação para o radiojornalismo, onde ele inscreve
seu nome entre os campeões na conquista de prêmios.
Como trunfo para vencer na profissão, há um ensinamento que
não veio da universidade nem das redações: Cid segue a orientação
do pai e ouvinte número um. Dele, ouve críticas e sugestões e quem
trabalha em rádio sabe o quanto os ouvintes são exigentes. Aelson
recomenda ao filho ser antes de tudo uma pessoa, porque primeiro
vem o ser humano, depois o profissional. Daí o seu cuidado na apuração dos fatos, já que nenhum furo de reportagem compensará o
prejuízo eventual causado a uma pessoa.
De dona Ivone, a mãe, veio a consciência que resulta no apego à
família, à mulher e aos filhos. Casado com Verônica e pai de João
Pedro (11) e Lorenzo (6), Cid fica permanentemente conectado para
saber se está tudo bem em casa. Mesmo longe, é sagrado o contato.
Foi assim, por exemplo, na cobertura da tragédia da boate Kiss, em
Santa Maria, na fase de investigação sobre as causas do incêndio.
Claro que há ocasiões em que a distância é um problema. Isso
aconteceu durante a desocupação de um morro, no Rio de Janeiro. O
clima era tenso nas horas que antecederam a expulsão dos traficantes
e o início do processo de pacificação do Complexo do Alemão, mas
nem por isso ele deixou de ligar. À noite, lá estava Cid Martins ao
telefone, rezando e contando histórias para os meninos dormirem.
Em sua opinião, isso é indispensável na formação da garotada e ele
próprio, até hoje, não passa um dia sem falar com os pais.
Quando cita livros favoritos, vêm à lembrança as mais recentes
leituras onde se descreve o sonho de um mundo mais humano e
socialmente justo, como O Exército de um homem só, de Moacyr
Scliar; A cabana, de William Yong, em que o autor mostra o drama de
um pai que blasfema contra Deus ante uma violência sofrida pela filha.
Ou ainda Camilo Mortágua, de Josué Guimarães, cujo personagem
central reflete sobre a luta de sua uma família que desde o início do
Século XX enfrentou e venceu problemas causados por mudanças
econômicas e políticas. Na poesia, um dos seus autores prediletos é
o também jornalista e gaúcho Mário Quintana.
Superar dificuldades é comum na vida de Cid Martins, a começar
pela infância sem muitos recursos e os obstáculos para a conclusão
do curso de Jornalismo. O excesso de trabalho influiu para tornar
mais difícil comparecer às aulas e cumprir as tarefas como estudante.
Se no início da carreira chegou a pular muro para fazer entrevista,
hoje os desafios são outros. Sua palavra afiada mexe com pessoas e
situações onde há perigo elevado à máxima potência. Quando pode,
atenua o estresse fazendo yoga e se estiver em férias, desliga o telefone. Segue recomendações da esposa, que deixa bem claro: não faz
questão de ter um marido herói; quer ter um bom pai para os filhos.
Este personagem pleno de vida, que assegura gostar de lavar pratos
e ajudar em outras tarefas domésticas, é também um galanteador.
Gosta de lembrar que jamais esquece o modelo e a cor do vestido de
sua esposa no primeiro dia em que se encontraram... Com os filhos,
as horas de lazer incluem a procura pelas grandes ondas. Ele sai com
a garotada para praticar surf. Vai cheio de disposição, mesmo se a
praia escolhida estiver a 100 km de casa.
Beleza é o que a gente faz.
Empreender é enxergar, em cada desafio, uma oportunidade. E transformar essa
oportunidade em um produto, serviço ou processo inovador. O Grupo Boticário
acredita nisso. Diversificando sua atuação no segmento de beleza, atua por meio
de cinco unidades de negócio, além da Fundação Grupo Boticário de Proteção à
Natureza. E o Grupo segue expandindo com a construção de uma nova fábrica
e centro de distribuição na Bahia. Somado, tudo isso traduz o que entendemos
por beleza: a capacidade empreendedora de gerar desenvolvimento, seja para
nosso Grupo, seja para nossos colaboradores, seja para o país.
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Edição 891
Página 7
Especial – Dia do Jornalista
Giovani Grizzotti
Jornalista e agitador cultural, mostra porque é feliz
Um homem “sem rosto”, odiado por pessoas que aparecem ou temem aparecer nas denúncias em suas matérias, é sempre recebido
com honras pelo público telespectador e ouvinte. Este contraste é uma das marcas da trajetória profissional e pessoal de Giovani
Grizzotti, Repórter Farroupilha da Rádio Gaúcha de Porto Alegre e repórter especial da RBS
Em um contexto onde o sonho é expor a imagem nas mídias, ele
busca a discrição. Evita fotos e o foco das câmeras de televisão. É o
instinto de preservação da vida... Na pequena Capão da Canoa, à beira
mar do litoral gaúcho, onde iniciou a vida como repórter, nas horas
vagas era vendedor de milho verde na praia e pintor de móveis em
uma pequena marcenaria da família.
O contato com o público consumidor serviu para nortear o rumo do
profissional da comunicação. Já em Porto Alegre, passou a dedicar-se
em tempo integral ao jornalismo e à cidadania. Por sua “onipresença”
na mídia e no cotidiano da população, há quem duvide da hipótese de
ele sair de férias. Mesmo sem interromper o ritmo da atividade, este
homem sem o rosto exposto na mídia é um expressivo agitador cultural.
Antes de ganhar o mundo, é necessário conhecer onde vivemos
Não há quem não conheça seu trabalho nos mais de 1.500 CTGs
(Centros de Tradição Gaúcha) instalados no Rio Grande do Sul e nos
quase três mil em funcionamento em vários estados brasileiros. Artistas gaúchos, por sua influência, têm conquistado fama nacional e
ganham estímulo para a consolidação da carreira, indo até além dos
limites do mercado interno.
Prudente, Giovani sabe dos riscos inerentes ao seu trabalho. Tanta
vivência justifica o máximo de cuidado na apuração do farto material
com potencial para ser noticiado. Nada o surpreende e, em igual
proporção, tudo sugere desconfiança diante dos fatos.
A desconfiança, aliás, é característica da reportagem investigativa.
No seu caso, porém, o rótulo não cabe. Giovanni Grizzotti nunca se
classifica como investigativo, porque acha obrigatório para todo jornalista ir fundo na análise das informações, principalmente quando sem
esse esforço não seria possível divulgar com credibilidade determinado
fato de relevante interesse público.
Imagine uma redação atual de qualquer meio de comunicação. As
pessoas estão sentadas, enquanto a matéria-prima das notícias flui
via internet, telefone ou outros recursos que proporcionam praticidade
e “fixam” os jornalistas nas cadeiras. Por razões assim não há mais
o tête-à-tête com entrevistados e Grizzotti se nega a integrar esse
cenário, defendendo a curiosidade e a disposição em não reproduzir,
apenas, os dados oficiais que chegam até os veículos.
Nativista apaixonado pelo jornalismo
Ainda que a fonte seja velha conhecida – e há casos em que a
informação vem de pessoas com quem trabalhou, tem ou teve amizade, não importa... –, o curioso repórter checa, confere, desconfia...
Foi como ocorreu sua iniciação na reportagem policial e até hoje ele
mantém o mesmo comportamento. Trânsito livre entre as autoridades
e outras fontes de informação não o dispensa de evitar interferências
capazes de causar prejuízos à veracidade na apuração dos fatos.
O currículo profissional de Grizzotti registra 25 prêmios. O primeiro
foi em 1978, quando recebeu o MP-RS na categoria Rádio. A partir daí
Giovani diz que para sermos do mundo, primeiro, temos que ser
regionais, parafraseando o pensador russo Tolstoi, para quem só é
possível ser universal aquele que conhece bem a sua aldeia. Em plena
era da globalização, rebate críticas de que o nativismo gaúcho seja
um movimento puramente local.
Quando está pilchado (usando botas, chapéu, esporas, lenço no pescoço, bombacha e outros acessórios típicos da vestimenta tradicional gaúcha),
o visual mostra o cidadão militante da causa nativista. Ele é o gaúcho que
se agiganta na defesa da cultura do seu Estado, na difusão da Revolução
Farroupilha e no registro dos desdobramentos desta atitude libertária, que
considera como um fato histórico fundamental para ajudar a incutir em
todo o País o desejo de independência em relação ao domínio estrangeiro.
Famoso por reportagens especiais e de grande repercussão em
programas como o Fantástico, da Rede Globo, poucos conhecem sua
imagem. Em compensação, as matérias com a assinatura de Giovanni
Grizzotti fazem a diferença no velho e bom feedback, pois a opinião
pública reage e a maioria das irregularidades que aponta no rádio e na
televisão se transforma em ações do Ministério Público. Em boa parte
isso resulta na necessidade de que seja testemunha nos tribunais e
também já lhe rendeu processo.
sua galeria tem-se enriquecido com prêmios como ARI de Radiojornalismo, CNT de Jornalismo-Rádio, SETCERGS de Jornalismo Rádio e
Televisão, Cláudio Abramo de Radiojornalismo, Press de Repórter de
Rádio, Vladimir Herzog de Rádio, Embratel de Jornalismo Investigativo
e Prêmio Esso Especial de Telejornalismo.
Mesmo longe dos prêmios e das pautas, nos acampamentos,
ouvindo vanerões ou churrasqueando com amigos do gauchismo,
Giovanni não se desliga do espírito jornalístico. Há momentos em que
o repórter é tentado a ser o artista. Enfim, é enorme sua intimidade
com o palco e o mundo da arte e espetáculos musicais. Admite que
sabe cantar, porém faz questão de falar de suas habilidades como
profissional da comunicação e utiliza a experiência para atuar no papel
de cidadão. Observa, analisa, aproveita o contato com a realidade das
ruas e do campo no interior do Rio Grande do Sul e demais Estados
onde há preocupação com a preservação da cultura.
De vez em quando pode ocorrer algum “estranhamento”, se alguém percebe que ali está um repórter potencialmente em busca de
informação para matérias motivadas por denúncias graves. Quando a
missão não é uma reportagem, imediatamente ele procura desfazer
equívocos. Esclarece seu papel de difusor das manifestações culturais
sem, entretanto, deixar de demonstrar a grande paixão pelo jornalismo
e por mudanças positivas na sociedade.
As tradições gaúchas lhe proporcionam satisfação, complementada
pelo fato de ser um comunicador com características especiais. ”Sou
curioso, desconfiado, apaixonado e satisfeito”, se autodefine. “Não
sou jornalista apenas porque desejo mudar o mundo. Sou jornalista
porque assim eu sou feliz”, diz, com o orgulho de um profissional
apaixonado pelo que faz.
Mauri König
Uma vida premiada e o dia a dia como alvo da violência
Ele era um menino que brincava nas paisagens de Foz de Iguaçu. Tudo sugeria tranquilidade junto
a uma das Maravilhas da Natureza. Era pouco para ele. O garoto queria ser correspondente de
guerra. Tanto fez que se tornou jornalista e acabou encontrando nas ruas o ambiente hostil dos
campos de batalha
Na redação da Gazeta do Povo,
em Curitiba, onde é repórter especial,
Mauri König faz um balanço dos principais momentos de sua vida e pensa
em mudanças. Já foi espancado pela
polícia paraguaia e deixado na fronteira
do Brasil jogado à própria sorte. É a batalha de quem não se acomoda vendo
a corrupção na pauta do dia.
Sonhador, com uma trajetória profissional em que seria correspondente de
guerra, de certo modo viu esse desejo
atendido. Só que não há campo minado
e o inimigo se confunde com o conjunto de pessoas no fluxo de pedestres ou no trânsito de qualquer cidade. Há um risco a cada esquina,
um perigo que nega ao repórter o direito de ir, vir e voltar com vida.
Incrível que o tempo seja de paz e exista uma interminável guerra
surda que, recentemente, o fez optar por um exílio temporário. Ameaçado, principalmente em seu próprio país, é hora de reflexão e redirecionamento da carreira – tem comentado o repórter que construiu
sua trajetória profissional no jornalismo investigativo.
Engana-se quem acredita em possível renúncia aos projetos de
matérias de impacto, nas quais desnuda figuras importantes do mundo da corrupção. Dois casamentos desfeitos e 17 prêmios depois,
o repórter está no topo do ranking dos mais respeitados jornalistas
brasileiros e não quer deixar de escrever.
Edição 891
Página 8
Especial – Dia do Jornalista
A solidão do super-herói
De comportamento introvertido, beirando o antissocial, conforme
sua própria definição, Mauri decidiu que a grande guinada será a partir
dele próprio. Longe dos filhos e da mulher – que deixaram Curitiba
recentemente por falta de segurança –, o profissional de tantas
aventuras, ao estilo dos super-heróis, dá sinais de que precisa tomar
fôlego, respirar e alçar novos voos. Algo precisa ser feito e numa
pausa entre uma pauta e outra confessa a busca do afeto comum a
qualquer ser humano.
Há uns 12 ou 13 anos, uma crise emocional quase o tirou das
reportagens. O corajoso repórter chegou a imaginar que a saída seria
o magistério ou a literatura, setores em que projetava ter plenas
condições de êxito. É autor do livro Narrativas de um correspondente
de rua e participou da antologia El mejor del periodismo de América
Latina. Sua preocupação é afastar a chance de qualquer interrupção
na atividade jornalística.
Formado em Letras e Jornalismo, pós-graduado em Jornalismo
Investigativo, Mauri König se vê como uma espécie de personagem,
o protagonista de uma história forçado a alterar o seu perfil para continuar em ação. Este comunicador de poucas palavras com pessoas
fora do universo da imprensa está revendo conceitos.
Foram tantos os momentos em que deu prioridade ao trabalho,
passou horas e horas de seus finais de semana arquitetando matérias
e deixou em plano secundário o descanso e o relacionamento com
familiares e amigos. O trabalho o expôs, deu-lhe notoriedade, mas
também o afastou de coisas primordiais.
Aparentemente durão ao enfrentar obstáculos, o novo Mauri que
está nascendo deve contar com mais espiritualidade e leveza. Já estão
na agenda idas regulares aos médicos e um papo sério com analista
para cuidar da saúde e longevidade. Se as dores vierem, a receita é
não abusar de remédios alopáticos... Acupuntura deve ser uma das
bases do tratamento. Isto –como o repórter espera – vai se refletir na
estética e narrativa do texto.
Tranquilidade para curtir as conquistas
Já dá para prever... Que venham novos prêmios como Esso,
Embratel categoria Região Sul, Jabuti, Vladimir Herzog de Anistia e
Direitos Humanos, Direitos Humanos de Jornalismo da Sociedade
Interamericana de Imprensa e International Freedom Press Awards.
A estante está enriquecida com tantas honrarias.
E onde fica o homem, com seus sentimentos e perspectivas? Este
homem permanece almejando dar conta da carga de trabalho sem
abrir mão do direito ao repouso do corpo e da mente e à ampliação
dos compromissos com o lazer. Muito provavelmente os novos hábitos
vão levá-lo a conquistar novas amizades e aprimorar a sociabilidade.
Até incluiu no planejamento a matrícula em uma academia de dança
de salão.
São providências mágicas, que aplacarão a ira dos denunciados
por irregularidades?
Com certeza, não. Não há nada mágico, reconhece. Só que, ao
adotar um estilo de escrever e viver bem mais tranquilo, ao se expor
na mídia sem facilitar que lhe cortem a cabeça, a pressão será atenuada e será melhor para reestruturar a vida pessoal. Serão valorizados
aspectos de fatores que se fizeram a razão de torná-lo um homem
profissionalmente bem-sucedido e que, bem equacionados, também
devem fazê-lo satisfeito e próximo ao seu núcleo familiar.
Carlos Wagner
Um repórter em busca de histórias
Menino, ele tinha o sonho de cuidar da saúde das pessoas. Adolescente, aderiu à contracultura
e nos anos 1960 deixou o cabelo crescer, defendeu a democracia, criticou a guerra do Vietnam
e aderiu ao amor livre. Até que um dia, a comida em um jornal o fez aceitar um emprego. Não
demorou em se tornar repórter e ser um jornalista consagrado
Muitos anos antes de se falar no
surgimento de uma nova classe média
brasileira, Carlos Wagner já era um
exemplo de êxito para quem pertence
à base da pirâmide social brasileira. Um
sucesso construído sem o apoio de
políticas oficiais. “Se tu vens de uma
origem pobre, tu és o empreendedor de
ti mesmo”, decreta.
Quando criança ele se imaginava
um médico quando crescesse. Acabou
virando hippie e andou por aí até abandonar a ideia da Medicina e focar o objetivo na Faculdade de Comunicação.
Mas mesmo assim levou o dobro do tempo para concluir o curso de
quatro anos. O importante era viver a vida com a intensidade própria
de sua geração.
Filho de família humilde, nascido em Santa Cruz do Sul (RS), Carlos
foi para Porto Alegre nos anos 1980 e se fez repórter. Venceu a partir do
seu primeiro contato com a redação do histórico Coojornal (produzido e
dirigido só por jornalistas), para onde foi atraído pela comida oferecida
pelo jornal... Sua atuação não era propriamente uma atividade jornalística. Passava as horas organizando e fazendo funcionar o Departamento
de Circulação.
Para valer mesmo foi sua temporada em Carazinho, município com
pouco mais de 60 mil moradores, distante 284 km da capital gaúcha.
Trabalhou no jornal Interior e depois voltou para a cidade grande. Hoje,
estabelecido em Porto Alegre, é repórter especial do Zero Hora e tem
um portfólio de trabalho reconhecidíssimo. Está entre os dez jornalistas
com maior número de prêmios no País. São quase 40 conquistas. É um
dos líderes no Ranking Jornalistas&Cia dos Mais Premiados Jornalistas
Brasileiros de Todos os Tempos.
Também transita com facilidade na área da Literatura. Algumas de
suas principais obras são A saga do João sem Terra; Brasiguaios: homens sem pátria; O Brasil de bombachas; e País bandido – crime tipo
exportação. Escreveu também o conto-reportagem Lições da estrada
e o livro/CD-ROM Zero Hora – 45 reportagens que fizeram história.
Devorador de caminhos
Elegante, este senhor de ralos cabelos cor de prata, nascido na
primavera de 1950, é um adepto dos suspensórios na composição de
um figurino que o ajuda a se destacar entre os jovens na redação. Se
bem que é na rua, lá no mundo exterior, o lugar onde Carlos Wagner
encontra seu habitat natural. Sou repórter e ando pela vida em busca
de histórias, costuma dizer. Formado pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Wagner argumenta que a escola forma jornalistas, já os
repórteres se formam na estrada.
Apontado como um verdadeiro devorador de caminhos, não se
intimida se tiver necessidade de andar dezenas de quilômetros para
cumprir uma pauta. É assim, por exemplo, que Carlos Wagner foi
encontrar brasileiros na fronteira com países sul-americanos, onde
eles estão construindo a economia da região, correndo risco de vida e
enfrentando a ameaça da perda de suas propriedades. O resultado de
peregrinações como essa vai além do mero conceito de reportagem e
se transforma em material rico em informações para estudos em várias
áreas do conhecimento.
As histórias que ele busca – onde quer que estejam – esclarecem
pontos obscuros e contribuem para o registro da vida real e atual do Brasil.
Famoso como jornalista, pouco se sabe a respeito do indivíduo, do ser
humano Carlos Wagner. Talvez porque sua proposta seja de em nenhum
momento sobrepor-se à importância do fato, da informação e da notícia.
O tempo de hippie e da contracultura ficou nos distantes anos1960 do
Século XX e apesar disso, agora, em tempos de consumismo e hábitos
burgueses, Carlos prefere o despojamento, a paz e o amor em vez de
conflitos. Escolheu a vida simples da média das famílias, faz concessão
ao casamento (enfim... foram quatro!) e gosta de estar com a mulher
e os filhos. Só não comenta muita coisa sobre o trabalho. Quando está
em casa, procura curtir o momento e descansar para logo, logo, voltar
à estrada e continuar a ser repórter enquanto sentir a pulsação da vida.
Vem aí a quarta edição do
Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC
de Imprensa e Sustentabilidade!
Prepare suas pautas e matérias e aguarde
a abertura das inscrições!
Serão mais de R$ 100 mil em prêmios
e um importante upgrade no currículo!
Edição 891
Página 9
Especial – Dia do Jornalista
Clóvis Rossi
Com o Barcelona, onde o Barcelona estiver
Clóvis Rossi orgulha-se de nunca em sua carreira na Folha de
S.Paulo (e lá se vão 33 anos) ter pedido aos chefes na redação para
tirar uma folga além dos fins de semana e das férias. Toda vez que
circulavam as tradicionais escalas de descanso das equipes que haviam
trabalhado nos plantões de Ano Novo, Carnaval ou Natal, ele ignorava.
Mas depois de cobrir mais uma vez o Fórum Econômico Mundial,
em Davos, na Suíça, no último mês de janeiro, decidiu pela primeira
vez quebrar essa tradição em nome de uma boa causa: passar 15
dias com a esposa passeando pela Itália antes de entrar de cabeça
na cobertura das eleições naquele País: “Eu tinha férias para tirar e
emendei com a folga de Carnaval. De Davos fui direto para a Itália,
onde alugamos um apartamento em Milão”. Depois de visitar Bologna
e Verona, o casal decidiu passar o Carnaval em Veneza.
A lua de mel fora de época estava indo muito bem, obrigado, até
que o celular de Clóvis tocou freneticamente durante uma travessia
no tradicional vaporetto, a embarcação que serve de táxi para os
venezianos e turistas. O visor do aparelho indicava que era alguém
da redação. Deu aquele frio na barriga. “Você pode falar com a Vera
(chefe de especiais do jornal) sobre a renúncia do Papa?”, perguntou
a voz do outro lado. “Na hora achei que se tratava de um trote. Isso
nunca aconteceu em 600 anos na Igreja. Mas era verdade”.
Depois de voltar correndo para Milão para pegar as malas e cancelar
as reservas da etapa seguinte da viagem, em Florença, Clóvis e a esposa
desembarcaram em Roma. “Eu viajo menos do que gostaria e mais
do que o orçamento do jornal permite. Desta vez passei quase 50 dias
fora, mas tive que encurtar as férias”.
Uma vez na terra do Papa, repetiu o mesmo ritual de todas as coberturas que fez ao longo da carreira. Passou em uma banca de jornais e
comprou tudo o que viu pela frente. Depois, cercou-se de livros sobre
conclaves, perfis de papas e afins. E submergiu naquele mundo: “Sou
muito inseguro e sempre me sinto como se fosse a primeira cobertura.
Me cerco de toneladas de informação. Faço um arquivo monstruoso,
mas acabo não usando nada. Minha obsessão é fazer dossiê. Compro
livro, revista, jornal, tudo. Só consigo escrever quando acho que entendi
o foco do assunto”.
Apesar de ter acompanhado outros
conclaves, Clóvis diz que esse é o tipo
de cobertura mais difícil de se fazer: “É
ruim porque não tem fonte. Eu conhecia
dom Geraldo Magela [arcebispo-emérito
da Arquidiocese de Salvador, na Bahia].
Fiz uma entrevista com ele por telefone.
Eu em Roma e ele ainda em Salvador. Os
cardeais do conclave não falam e quando
falam dizem só platitudes do tipo: ‘Será
feita a vontade do Espírito Santo’”.
Nos dias que antecederam a fumaça
branca que anunciou Francisco, Clóvis e
todos os demais colegas foram reféns
das informações do porta-voz do Vaticano e dos pitacos dos vaticanistas. “Esses erram mais do que colunista. Todos erraram. Ninguém
acertou. Nem sei se é verdade que o Papa foi segundo com mais votos
no conclave anterior. Ninguém viola o sigilo”.
De volta ao Brasil, o colunista da Folha retomou a sua rotina. Desde
1987, quando assumiu a coluna na página 2, ele não fica mais redação
do 4° andar do prédio do jornal, na rua Barão de Limeira. Subiu para uma
salinha no 9° andar mas não dá expediente regular: “Nós últimos anos
tenho trabalhado em casa. Parto do principio de que vivo de notícia. E
a notícia não está aqui, ela está na rua”.
Nos últimos tempos, Clóvis tem viajado menos. Mas isso não o incomoda. ”Nasci em redação e a rotina dentro dela nunca me incomodou.
O que me incomoda é o trânsito. É perder uma hora para chegar ao
jornal e outra para voltar. São duas horas da vida jogadas fora por dia.
Isso quando não chove. É um crime”, diz, emendando uma pergunta
em seguida. “O que você faz dentro de um carro além de ouvir rádio?
Nada. Essa mudança me desestressou de maneira fantástica”.
Como mora a dez quilômetros da Folha, perto do aeroporto de
Congonhas, ele concentra sua agenda de compromissos na Folha de
S.Paulo sempre no mesmo dia e fora do horário de pico. Esta entrevista
aconteceu em uma 3ª.feira ao meio-dia.
Com dois de seus três netos crescidos e na faculdade, seu xodó
atualmente é a pequena Alice, de quatro anos, que é muito agarrada
com o avô. Clóvis conta que gasta o restante de seu tempo basicamente
assistindo futebol. E faz uma confissão: “Tenho um projeto que nunca
vai se realizar: ser setorista da Champions League. Eu pagaria para ver
99% dos jogos. Se alguém me pagasse o que eu pagaria para ver, não
existiria melhor profissão do mundo”. Se um gênio da lâmpada surgisse
do nada e realizasse o pedido, as pautas já estariam todas na ponta da
língua. “Tem jogador brasileiro em pencas na Europa. São 66 ao todo
na Champions. Daria para montar seis times. E mais: como vive, por
exemplo, o Wagner Love em Moscou? Deve ser uma pauta fantástica.
O cara sai de Bangu e vai parar na Rússia. Como ele se comunica com o
treinador? Como organiza pagode? Como aguenta o frio? Que negócios
giram em torno disso além do jogo em si? E ainda por cima trabalharia
seis meses por ano, que seria outra grande vantagem”, brinca.
Apesar de ser oficialmente palmeirense, o colunista se diz hoje um
torcedor fanático do Barcelona: “Fiz uma coluna dizendo isso, coluna
que rendeu muito xingamento. Disseram que eu tinha traído o Palmeiras
e trocado o time pelo Barcelona”. Clóvis não se abalou e seguiu dando
preferência ao time catalão. “Assisti a alguns jogos do Palmeiras nessas
últimas semanas. Não dá, não dá... Aquilo não é futebol. É muito ruim.
Não sou masoquista. Sou de uma época que o Palmeiras disputava
o título, sempre. Meu sentimento todo hoje está com o Barcelona”.
Falou e disse, sem medo de enfrentar a ira da Mancha Verde, temida torcida uniformizada do time – como, aliás, são todas as demais.
Pudera. Ser alvo faz parte da rotina desde sempre. Seja nos tempos
da ditadura, de FHC ou na era Lula, ele recebeu bombardeio de todos
os lados: “Se eu fosse levar a sério os indigentes mentais dos dois
lados (PSDB e PT) já teria desistido da profissão há muito tempo. Os
tucanos me rotularam como petista e os petistas como tucano”. Clóvis
conta que até na cobertura da renúncia e sucessão do Papa sua caixa
de e-mail foi tomada de petardos. “Eu critiquei a omissão (do Papa
Francisco) na época da ditadura argentina, o que considero uma coisa
imperdoável. Me chamaram de ateu, anticlerical e disseram que não
gosto do Papa por ser argentino. Que bobagem! Eu vivi na Argentina,
onde fui correspondente. Adoro aquele país e os portenhos”.
A propósito, sua atual leitura é justamente Os Argentinos, de Ariel
Palacios. Antes, leu Outro Israel, de Uri Avnery. A lista de autores favoritos é extensa e ecumênica, de Shakespeare a Machado de Assis, passando por livros de jornalismo: “Todos ajudaram na minha formação”.
Antes de encerrar a entrevista, insisto em saber o que ele seria caso
não fosse jornalista. A primeira resposta é diplomata, carreira que só não
seguiu porque não tinha idade para prestar o vestibular do Rio Branco e
acabou indo mesmo de Jornalismo, na Cásper Líbero. A outra opção era
jogador de basquete, esporte que praticava até há pouco tempo com os
veteranos da ACM de Pinheiros: “Fui campeão sul-americano jogando
pelo Sírio juvenil. Quando estava indo para a equipe principal, arrumei
emprego em jornal e tive que escolher”. Escolheu o jornalismo por
uma razão banal: o basquete conseguia pagar menos do que a redação.
Deu no que deu.
Edição 891
Página 10
Especial – Dia do Jornalista
Marcelo Canellas
Repórter de alma interiorana
Ele já fez de tudo no jornalismo, de reportagem policial a cobertura de massacre
de trabalhadores na zona rural e Copa do
Mundo da França Direitos humanos e sociais estão no seu DNA, destacando-se no
currículo profissional, no qual despontam
também fatos curiosos.
Nas viagens pelo sertão do Brasil,
chegou a ficar cara a cara com uma onça.
Tremeu de medo, bastava um pulo do
“gato” para ter virado uma refeição.
Certa vez mentiu para aliviar a pressão
numa batida policial, que abordou de forma pouco gentil a equipe de reportagem
no meio da floresta, repleta de conflitos
agrários. O temível episódio, no entanto,
virou piada, como veremos mais adiante.
Por fatos como estes, e centenas de outros, é que Marcelo Pasqualoto Canellas, um dos mais premiados jornalistas do Brasil, tem
um sonho, que pretende realizar em breve: escrever um livro.
“São 25 anos de estrada. Revendo as coberturas que fiz, as coisas
que vi, percebi que é tudo ligado ao interior; meu sonho é escrever um
livro com a alma interiorana”, afirmou Canellas numa rápida entrevista
no saguão do aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Nos dias seguintes, seria quase impossível encaixar um tempo para
bate-papo por causa da programação de uma reportagem que faria na
capital paulista para o Fantástico, da Rede Globo, onde integra o núcleo
de reportagem especial de Brasília.
Embora possa ser encontrado num dia no Rio Grande do Sul, no
outro no Pará, ou no chaco matogrossense, é em Brasília que está
com a vida estruturada. Divorciado, dispensa prioridade aos dois filhos
– Pedro, 11, e Gabriel, 7 –, de cuja companhia procura desfrutar em
todos os momentos possíveis.
O sentimento interiorano, no entanto, fala forte, mesmo envolvido
pela urbanidade da Capital Federal. A compensação foi a compra de
quatro hectares de terra, na região de Sobradinho, cidade-satélite da
capital. No terreno tem pequenas plantações de feijão, milho, mandioca.
“Pego os guris e vamos pra lá”, disse.
Essa relação com a terra acompanha Canellas desde criança. Seu
pai e um irmão são agrônomos e a mãe, professora de História. Ele
próprio iniciou faculdade na área de Agronomia, mas logo percebeu
que gostava de relatar acontecimentos em geral, e tinha muita curiosidade, especialmente por casos policiais. Não titubeou, direcionando
os estudos para Jornalismo.
Nasceu em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Pouco depois a
família se mudou, fincando raízes em Santa Maria, local da tragédia que
ceifou mais de duas centenas de vidas de jovens no início deste ano:
“Sempre me imaginei fazendo uma grande matéria sobre a cidade, uma
coisa diferente, nunca uma catástrofe. Pedi para ficar fora da cobertura.
Relutei, mas acabei indo, só que com muita tristeza. Foi estranho”.
Para se ter um idéia da paixão dele por Santa Maria, o pequeno sítio
de Sobradinho é nominado Boca do Monte, homenagem ao “sobrenome” popular pelo qual a cidade gaúcha é conhecida. Canellas guarda
inúmeras recordações de Santa Maria, como as das atividades no
movimento estudantil em meados da década de 1980, com a ditadura
dando seus últimos suspiros. Foi presidente do centro acadêmico da
faculdade e do DCE da Universidade Federal, e integrou a executiva
nacional da UNE: “Era muita agitação, manifestação pra tudo, da educação a protesto contra aumento de passagem de ônibus”.
Gostava das reuniões, e não perdia festa, sempre na agenda. O
futebol idem. Perguntado se era bom de bola, só deu um sorriso, e
explicou que atuava de volante, completando, “avançado”: “Eu adorava
o Falcão”. Com 1,75 m e 78 kg, ainda hoje gostaria de bater uma bola,
mas, aos 47 anos, é difícil arrumar turma nessa faixa etária. Então, resta
a emoção dos jogos do Internacional, time do coração, do qual ele tem
na ponta da língua todas as principais formações da década de 1970.
E, no momento, está esperançoso com Dunga na direção da equipe:
“Parece estar dando um jeito no time”.
Semanalmente, o vínculo com o Sul é realçado pela crônica que
escreve no Diário de Santa Maria. Foi nesta cidade que deu o pontapé
inicial da atividade na tevê, na RBS, afiliada da Globo. Na época, os
recursos limitados da emissora local, com equipe reduzida, levavam
os jornalistas a fazerem um pouco de tudo, condição que o conduziu
ao aprendizado de variadas funções na profissão.
A coluna também tem espaço no jornal A Cidade, de Ribeirão Preto,
interior paulista, o segundo centro onde trabalhou, durante cerca de três
anos, e que praticamente abriu o sonhado espaço da grande reportagem,
com a qual passou a mostrar sua competência na emissora.
“Viajo demais, estou na Globo desde 1990”, afirmou, sem tom de
reclamação. Ao contrário, gosta muito, bem como aprecia os “causos”
com que topa nas suas andanças pelo País.
O encontro com a onça, por exemplo, não foi exatamente uma
surpresa. Sempre viaja em parceria com experientes repórteres cinematográficos, sendo os preferidos Luiz Quilião e Lúcio Alves. Já
noite, chegou ao alojamento e estranhou Quilião empunhando um
facão. “Tem onça rondando”, ouviu o alerta. Acordou bem cedinho e
riu ao ver o companheiro ainda abraçado ao facão e bradando: “Morro,
mas morro peleando!”.
Canellas afastou-se para esvaziar a bexiga no mato e quando se
deu conta, a poucos metros, a onça, uma parda, o encarava. As pernas
bambearam, um medo terrível atingiu a espinha como raio, só deu
tempo de dar um berro, de susto. Foi a onça correndo para um lado e
ele para o outro. Sorte que a bexiga já estava vazia. Hoje ele conta rindo.
O caso da abordagem policial aconteceu numa estrada de fim de
mundo, na região de São Félix do Araguaia, entre Tocantins e Mato
Grosso, em 2007. Foi uma interceptação truculenta. O veículo em que a
equipe viajava não portava nenhum logotipo para reconhecimento. Sem
dar ouvidos às identificações verbais, os policiais foram logo mexendo na
aparelhagem, filmadoras, baterias. Assustado, Canellas decidiu apelar.
Disse que os equipamentos eram monitorados por satélite. Portanto, em
Brasília a emissora sabia onde eles estavam. Imediatamente, a postura
dos policiais mudou e a equipe foi liberada. O satélite era um blefe.
“Seu” Carlos, o sertanejo de cerca de 80 anos, contratado como guia
para a reportagem, ainda muito assustado, e já distante dos policiais,
aliviado, desabafou: “Deus seja louvado e abençoe esse tal de satélite”.
A equipe caiu na gargalhada.
Essas são curiosidades da vitoriosa carreira de Marcelo Canellas.
Entretanto, não se pode deixar em branco, sem quaisquer citações,
passagens de grandeza do desempenho de Canellas na reportagem,
repleta de premiações.
Foi assim nas coberturas do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, da chacina da Candelária, do massacre dos sem-terra
em Eldorado dos Carajás, na série sobre a fome no Brasil, agraciada
com a medalha ao mérito da ONU, entre outros prêmios.
Neste Brasil de rincões inexplorados, e praticamente desconhecidos,
produziu a série Vaqueiros e Peões, a série Terra do Meio, mostrando
os conflitos agrários no sul do Pará (foi nessa reportagem que ocorreu
a abordagem policial, contada por ele de forma descontraída, mas que
mostrou como era a tensão e a truculência na região, exigindo coragem
na cobertura jornalística).
Currículo invejável, que gera expectativa por futuras reportagens, e
pelo novo e sonhado desafio, o livro.
www.portaldosjornalistas.com.br
Perfis biográficos dos
jornalistas brasileiros
e o noticiário com o
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Jornalistas&Cia é um informativo semanal produzido pela Jornalistas Editora Ltda. • Tel 11-3861-5280 • Diretor: Eduardo Ribeiro ([email protected].
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Edição 891
Página 11
São Paulo
Peter Moon deixa Época e Michele Oliveira, a Folha de S.Paulo
n Michele Oliveira deixou a
Folha de S.Paulo nesta 3ª.feira
(2 /4), após quase dois anos
como editora da revista são paulo, que circula aos domingos
com o jornal, e já na próxima
2 ª (8 /4) assume o cargo de
e d ito ra d a rev ist a B am b o o
(Editora Turquesa), reportando-
-se à diretora de Redação Clarissa Schneider. A revista,
que aborda arquitetura, arte e
decoração, está completando
dois anos neste mês. Essa foi a
segunda passagem de Michele
pela Folha, onde entrou pela
primeira vez em 2002, tendo
atuado em Brasil (atual Poder)
e na Folha Corrida. Na revista
sãopaulo, onde integrava desde
2011 a equipe de Cleusa Turra,
Michele ajudou no processo de
consolidação editorial e comercial da publicação, criada em
2010 para substituir a Revista
da Folha. zação da Muda Práticas (www.
mudapraticas.com.br), empresa que ela dirige e que tem o
marido Marcos Mauro como
parceiro. Em formato inclusivo
(usa linguagem de sinais para o
público com deficiência auditiva),
a série aborda temas como consumo responsável, mobilidade
urbana, permacultura urbana,
preservação ambiental, redução
e destinação de resíduos, cidadania e equidade social, e sustentabilidade como fonte de renda
e de economia. Heloísa, que foi
por 13 anos da Abril, conta como
começou a se interessar pelo
tema: “Nos anos 1980, na Abril,
tive o privilégio de participar da
equipe da primeira publicação
que tratava de sustentabilidade
(embora na época não existisse
o termo). Foi a Vivavida, dirigida
pelo Alberto Dines, com a Judith Patarra como redatora-chefe.
Fui editora-executiva dessa belíssima publicação que questionava
e propunha novas reflexões
sobre hábitos de alimentação,
locomoção, moradia etc. Infelizmente, durou apenas um ano e
meio, por falta de anunciantes.
Foi participando e discutindo
essa revista que despertei para
essa tal de sustentabilidade. O
Dines, mestre visionário, há 30
anos já trazia essa reflexão para
o público em geral. Imagine nos
anos 80 a gente falando de reduzir o uso do carro, de preferir
legumes e frutas de época e sem
agrotóxicos, de ter horta em casa
(que é hoje a permacultura urbana) etc. e tal...”. Dois exemplos
do Minuto Sustentável podem
ser conferidos em http://migre.
me/dWgpP e http://migre.me/
dWgw1.
n A InPress Porter Novelli passou
a responder pela comunicação e
estratégias de relações públicas
da divisão de câmeras digitais e
pela administração das mídias sociais da Fujifilm, empresa que está
no Brasil desde 1958. A conta,
com direção de Juliana Damigue
e atendimento de Emília Spirlandelli, traz na gestão digital a diretora de núcleo Renata Santiago e o
diretor criativo Adriano Brandão.
E-mails formados por nome.sobre
[email protected].
n A Casa da Notícia, de Nereu
Leme, comemora a chegada de
três novos clientes ao núcleo de
relacionamento com a imprensa:
DLA Entertainment, de
desenvolvimento e distribuição
de conteúdo digital para tevê,
internet e dispositivos móveis;
Toshiba Medical, divisão de
desenvolvimento e tecnologia da
área médica; e Preto Advogados,
que atua em diversas áreas,
como tributária, fiscal, penal,
econômica e internacional.
O atendimento da DLA
e da Toshiba Medical estão
a cargo de Mariana Vieira,
sob coordenação de Marcos
Camargo Jr.; a conta da Preto
Advogados fica com Carlos
Thompson. E-mails formados
por [email protected].
n A Communica Brasil é a nova
assessoria de imprensa da Wappa, empresa de pagamentos e
gerenciamento de despesas por
meio do celular, para clientes corporativos. No atendimento Marcela Martinez, com coordenação
da sócia-diretora Andréa Funk.
E-mails formados por nome@
communicabrasil.com.br.
n A DFreire anuncia a conquista
das contas de Abramundo, empresa brasileira que cria, desenvolve,
produz e implementa metodologias e materiais educacionais
para o aprendizado de Ciências
no Ensino Fundamental, que
terá direção de Luciana Abritta
([email protected]);
e de MegaMatte, rede que comercializa mate em 104 unidades
espalhadas por cinco estados
brasileiros, e com atendimento no
Rio de Janeiro por Fabíola França
(fabiola@) e em São Paulo por Liane Mota (liane@), sob direção de
Debora Freire (debora@) e José
Luiz Chaves (joseluiz@).
n O Grupo Máquina conquistou
a conta da Reed Exhibitions
Alcantara Machado, para atendimento à imprensa de Fenatran,
ExpoFenabrave e Auto Esporte
Exposhow. A conta terá coordenação da diretora Renata Asprino, com atendimento de Adriana
Pedroso e Igor Taborda. E-mails
formados por nome.sobrenome
@grupomaquina.com.
n A Sing é a nova responsável
pela assessoria de imprensa
da A2F, empresa especializada
em soluções críticas na área de
Tecnologia da Informação, com
foco em projetos de desenvolvimento, integração de aplicativos,
sistemas de gestão de dados,
virtualização e serviços para data
centers. Atendimento de Danilo
Reis ([email protected].
br), com direção de Tatiane Dantas (tdantas@).
Agenda-SP
n No mesmo dia, a partir das
19h30, Sérgio Pereira Couto
lança Os arquivos secretos do
Vaticano (Gutenberg), livro que
aborda temas guardados pelo
Vaticano em 800 anos de história, como documentos, correspondências, diários de papas,
processos da Inquisição e papéis
confidenciais. Na Livraria Martins
Fontes (av. Paulista, 509).
6/4 (sábado) – n A Faculdade
Cásper Líbero promove o seminário Caminhos da pesquisa em
comunicação no Brasil, objetivando estabelecer uma reflexão
sobre as principais questões
teóricas, epistemológicas e institucionais relacionadas com
a constituição e as dinâmicas
da área da comunicação no Brasil. Mais informações no www.
casperlibero.edu.br.
n Terceira edição do Encontro
com autores e ideias, promovido
por Mona Dorf em parceria com
o Governo do Estado de São
Paulo. Nesta sessão, o convidado
é Marçal Aquino, que falará sobre Literatura e Cinema. Às 11h,
na Biblioteca de São Paulo (av.
Cruzeiro do Sul, 2.630). Entrada
franca.
9/4 (3ª.feira) – n O Programa de
Administração de Varejo da FIA
e a Felisoni Consultores Associados apresentam os resultados da
Pesquisa trimestral de intenção
de compras no varejo – abril a
junho de 2013. A partir das 10h30,
na Unidade Pinheiros da FIA (rua
Navarro de Andrade, 152).
n No mesmo dia, a partir das
18h30, na Livraria Cultura do
Conjunto Nacional (av. Paulista,
2.073), Ivan Marsiglia lança A
poeira dos outros – Um repórter
na Casa da Morte e mais 19
histórias (Arquipélago). A obra
reúne 20 reportagens do atual
editor-assistente do caderno
Aliás, do Estadão, e que em sua
carreira acumula passagens por
Playboy e Trip.
10/4 (4ª.feira) – n A Faap promove a segunda edição do
programa Faap Brazil Debriefing,
série de encontros gratuitos
de debates sobre os grandes
temas da agenda internacional
que norteiam as pautas nas
redações. Realizado pelo curso
de Relações Internacionais da
universidade para jornalistas que
cobrem o setor, com condução
de professores da Faculdade de
Economia e a participação de
convidados de consulados, embaixadas e organismos internacionais, este encontro será sobre
a China, o Brasil e a mudança de
eixo, apresentado por Clodoaldo
Hugueney, ex-embaixador do
Brasil naquele país. Das 11h às
12h15, no Centro de Criatividade
e Empreendedorismo da Faap
(rua Alagoas, 903 – Prédio 3).
Informações com Iracema de
Carvalho (iracema.carvalho@
wnp.com.br) ou Fabiana Dourado ([email protected].
br), pelos 11-3662-7270 / 7271 /
98912-5359.
numa chácara da cidade, inclusive
familiares. Integram o time de
ex-alunos profissionais como Gilson Moreira (ex-FSB e Máquina
da Notícia, atualmente na Quip),
José Alberto Bombig (Folha de
S.Paulo), Mariza Vaz (TV TEM),
Zelda Melo (TV Globo), Lucas
Machado (Revista Hipismo), Lucy
Miguel (Revista Na Mochila) e Luciane Murae (ex-Telefônica), entre
outros. “Vai ser um encontro para
contar histórias, comer churrasco
e relembrar, onde a única taxa é
rachar o aluguel do local”, explica
Gilson, um dos organizadores.
Contatos com Lucas Machado no
14-9118-6923.
n Após cinco anos cobrindo Ciência e Tecnologia em Época, Peter
Moon deixa a revista para um
período sabático. Peter foi diretor
de IstoÉ Online e editor de IstoÉ,
e antes passou por IDG, Folha
de S.Paulo e revista Brasileiros.
Seus contatos são petermoon@
yahoo.com e 11-97287-5050.
Heloísa Sobral estreia na telinha
n Heloísa Sobral (hsobral@
mudapraticas.com.br e 11-50561111) está estrelando a série
Minuto Sustentável, levada ao ar
desde a semana passada pela TV
Osasco (canal 6 da NET Osasco)
e nas emissoras vinculadas à
Associação dos Canais Comunitários de São Paulo (Acesp), que
alcança outros 30 municípios.
São 15 programetes, com 16 veiculações de cada um ao longo do
mês, perfazendo 240 inserções
rotativas de um minuto. Todos
ficam também armazenados no
youtube. A série é uma ideali-
Dança das contas-SP
In Press fecha com a Fujifilm
5/4 (6ª.feira) – n Lançamento
do livro Na trilha da cultura, de
Liz Wood e Clarissa Rocha,
na Livraria Cultura do Conjunto
Nacional (av. Paulista, 2.073),
às 18h30. A obra apresenta um
reconhecimento ao trabalho de
educadores, principalmente do
Ensino Fundamental, em escolas públicas e privadas, e conta
com a participação de convidados como Rubem Alves, o
cartunista Ziraldo e o técnico
de voleibol da seleção brasileira,
Bernardinho.
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São Paulo – Interior
n Para celebrar seus 20 anos de
formatura, colegas do curso de
Jornalismo da Unesp de Bauru
reúnem-se neste fim de semana
(6 e 7/4) em uma grande festa
Edição 891
Página 12
São Paulo – continuação
Assessorias-SP
Antonietta Varlese começa na Accor
n Antonietta Varlese assumiu
a Gerência de Comunicação
Corporativa e Desenvolvimento
Sustentável na América Latina
do Grupo Accor, reportando-se
diretamente ao CEO Roland de
Curtas-SP
n Aos 86 anos Helle Alves, ex-Diários Associados, lança na capital
paulista em 18/4, a partir das 19h,
na Livraria do Espaço – Espaço Itaú
de Cinema (rua Augusta,1475),
Eu Vi – Quando mataram Che
Guevara e outros momentos da
História. Nascida em Itanhandu
(MG) em 1926, Helle participou de
episódios importantes da história
da segunda metade do século passado do País e da América Latina,
como a morte de Che Guevara,
a inauguração de Brasília e os
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Bonadona. A executiva, que já
havia atuado na empresa anteriormente, teve passagens por
Dow Química, Louis Dreyfus
Commodities, British American
Tobacco (Souza Cruz) e Citibank.
festivais de MPB que revelaram
Chico Buarque, Caetano e tantos
outros nomes de nossa música.
Moradora de Santos desde 1992,
onde se dedicou à causa dos idosos, diz que a escolha pela cidade
foi seu destino e sua sorte. Do
apartamento próximo ao Canal 1,
saíram as primeiras linhas do que
seria só um rabisco de memórias
e se transformou nesse livro.
n O Pulo do Gato, da Rede Bandeirantes, completou nesta 3ª.feira
(2/4) 40 anos sob comando de
José Paulo de Andrade. Não
se tem notícias de uma atração
que esteja há mais tempo no ar
no Brasil com um mesmo apresentador. Em fevereiro passado,
Zé Paulo completou 50 anos de
Bandeirantes (ver http://migre.
me/dWtPP) e soma 53 “com um
único patrão”: a família Saad, dona
da então Rádio América, onde
começou sua carreira como radioescuta. Ele apresentava o Jornal
Falado das 7 quando, em 1973,
n Andreza Tibana passa a integrar a equipe da Bluebox como
coordenadora de Inteligência
Digital. Vinda da agência de social
media do grupo Mint, ficará responsável pelas mídias online da
aceitou o “desafio” de ancorar
um jornalístico na faixa das 6h da
manhã, até então dominada por
programas sertanejos. O nome
Pulo do Gato deve-se justamente
a isso: “Foi um ‘pulo do gato’ na
concorrência”, explica Zé Paulo,
que diz levantar às 4h para “acordar a emissora”. Aos sábados, o
apresentador é rendido pela coordenadora de Produção Silvania
Alves, que está no programa há
duas décadas.
n A Exame PME, dirigida por
Maria Luísa Mendes, firmou
parceria com o portal do Programa de Aceleração do Crescimento para Pequenas e Médias
Empresas (www.pacpme.com.
br) para possibilitar acesso ao
conteúdo da revista aos usuários
do portal, investidores, acionistas
e empresários. O acordo também
prevê atividades educacionais
elaboradas em conjunto com as
empresas de pequeno e médio
porte, a fim de aprimorar a com-
empresa (redes sociais, hotsites
e websites). A Bluebox conta
com assessoria de imprensa da
Holofote, a cargo de Stephanie
Mazzarello (stephanie@holofote.
com).
petitividade, a governança e o
acesso ao capital de crescimento;
e ações conjuntas de marketing
e promoções.
n Para celebrar seus 70 anos de
fundação, a rádio Gazeta AM está
transmitindo uma série de reportagens especiais em que conta sua
trajetória. Prevista inicialmente
para 12 capítulos, a série pode
ainda ser ampliada, já que, segundo a emissora, não há prazo limite
para o fim das homenagens. As
reportagens estão disponíveis em
http://www.gazetaam.com.
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Correspondentes Estrangeiros
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Minas Gerais (*)
Júlio Domingos assume Jornalismo da Band em Minas
n Júlio César do Prado Domingos é o novo diretor de Jornalismo do Grupo Bandeirantes
em Minas. Ele já passou por
diversos setores do grupo, como
Assessorias-MG
n Ernesto Boaviagem assumiu
a Assessoria de Comunicação
Social da SLU-BH (31-3277-9343),
mas continua atuando na Supra,
empresa da qual é sócio.
n Na Zoom, registro para a chegada de Aline Viana, ex-assessora
da Rede Morar, e Nathália Gorito, que era repórter da Revista
Fotos e Festas.
Curtas-MG
n O Diário do Comércio começou a
publicar o DC RH, página temática
produção, reportagem, edição e
coordenação de Jornalismo na
sucursal do Triângulo Mineiro,
e agora será responsável pelo
conteúdo produzido por Band
sobre assuntos relacionados à área
de recursos humanos, que vai circular quinzenalmente, 5as.feiras, no
caderno de Negócios. Sugestões
de pautas para gestaoenegocios@
diariodocomercio.com.br.
n Rogério Faria Tavares tomou
posse na cadeira nº 71 do Instituto Histórico Geográfico de Minas
Gerais, cujo patrono é o padre
Veiga de Menezes, considerado o
precursor da imprensa no estado.
n A Revista Ragga, do grupo
Diários Associados, deixou de
circular.
Minas, BandNews FM, Metro e
TVO (que transmite programação
exclusiva de tevê em ônibus da
capital).
n Kátia Máximo (31-2126-8022 e
n Inconfidência é o nome do jornal
de circulação dirigida produzido
em Belo Horizonte por militares
do Exército, com textos que
abordam causas e consequências
da chamada “revolução de 1964”,
que completou 49 anos no último
dia 31 de março. O editor-redator
é o coronel Carlos Cláudio
Miguez (31-3344-1500 e jornal@
jornalinconfidencia.com.br).
n Com as participações do arquiteto Gustavo Penna e do
advogado e especialista em
Direito Imobiliário Kênio Pereira,
[email protected].
br) substitui a Neide Magalhães,
editora-chefe da Revista Encontro, nas férias desta.
o Sindicato dos Jornalistas de
Minas Gerais começou a discutir
em março a construção de seu
edifício-sede. Segundo Eneida da
Costa, presidente da entidade,
haverá outras assembleias para
continuar discutindo o tema, pois
os associados é que definirão o
que vai ser feito.
n Interface (assessoria de imprensa) e Ideia (relações públicas) estão entre os Melhores da Comunicação Mineira de 2012 no Prêmio
Minas de Comunicação, cuja festa
foi realizada em 26/4, na CDL-BH.
(*) Com a colaboração de Admilson Resende ([email protected] – 31- 8494-9605), da Zoom Comunicação (31-2511-3111 / 8111)
De papo pro ar
Malemolência baiana
Assis Ângelo, jornalista, estudioso
da cultura popular e presidente do
Instituto Memória Brasil
http://assisangelo.blogspot.com.br
Não é todo mundo que sabe, mas o baiano Dorival Caymmi
exerceu, entre outras profissões, as de pintor e jornalista.
Sua obra foi traduzida em muitas línguas, até hebraica. Ele
nasceu em Salvador, morou em São Paulo, onde compôs
Maracangalha, e morreu no Rio de Janeiro. Ficou famoso por
suas canções praieiras e por não entrar na onda da correria,
comum nas grandes cidades. Por isso o chamavam de preguiçoso. Uma vez lhe perguntei se isso era verdade e a razão
de ele não mais compor ou gravar discos, como antes. Com
a voz arrastada e depois de dizer que gostava de caminhar
na praia, respondeu:
– Pois é, ninguém me convida mais pra nada...
Ouça também Jornalistas&Cia na Rádio Mega Brasil Online (www.megabrasil.com),
toda 4ª.feira, às 18h, com reapresentações na 5ª, às 10h, e na 6ª, às 20 horas.
Edição 891
Página 13
Rio de Janeiro
Octavio Guedes é o novo âncora do CBN Rio
n Octavio Guedes, diretor de Redação do Extra, assume cumulativamente o CBN Rio como âncora,
na Rádio CBN. Ele participa do
programa há quatro anos como
comentarista, e ficou conhecido
pelo tom informal, bem-humorado e crítico. Aliando isso à
experiência jornalística premiada
com dois Esso, Octavio pretende
apenas, nas suas próprias palavras, “dar notícia relevante e útil”.
O CBN Rio era comandado por
Lúcia Hippólito, que há um ano
se afastou por motivo de doença.
Maurício Martins substituiu-a
interinamente e agora deixa a
casa. A companheira de bancada
Lilian Ribeiro continua no posto,
assim como a produtora Simone
Magno. O programa vai ao ar de
2ª a sábado, das 9h às 12 horas.
n Guedes conta que sua ligação
com o rádio vem desde o tempo
em que era repórter. Quando
trocou o Jornal do Brasil por O
Troca de cadeiras na Economia de O Globo
Dia, jornais que tinham leitores
com perfis bastante diferentes,
passou a ouvir rádio sistematicamente para entender aquela
audiência. Em 1998, antes de o
Extra entrar em circulação, ele
foi chamado para treinar a equipe
inaugural. O trabalho do dia começava com todos lendo os jornais
e ouvindo o noticiário de rádio, e
em seguida discutindo por que
algumas notícias iam para o rádio
e outras para o jornal, o que era
informação e o que era serviço. Já
como editor do Extra, participou
do programa Debates populares
da Rádio Globo, com Lúcia Hippólito e o juiz, hoje ministro do STJ,
Luís Felipe Salomão. Havia quatro
anos era comentarista do CBN
Rio, no quadro Aconteceu e não
virou manchete. Acredita que,
em sua nova atribuição, o Extra
tem a ganhar, pois vai passar as
manhãs debatendo as principais
notícias do dia.
n A equipe de Economia de
O Globo teve diversos remanejamentos. Nadja Sampaio,
titular da Defesa do Consumidor,
deixa em breve o jornal para se
aposentar e será substituída por
Luciana Casemiro, que era sua
adjunta. A equipe, que conta
também com Luíza Xavier e
Daiane Costa, ganha o reforço
de Andréa Freitas, até então
redatora da Economia. Cássia
Almeida foi promovida a repórter especial. Há 17 anos em O
Globo, Cássia tem um Esso na
bagagem. Essa vaga foi de Liana
Melo, agora editora na revista
Amanhã, suplemento do jornal.
Janaína Lage, que era redatora
de Mundo, entrou como sub de
Finanças. Clarice Spitz, vinda
da Economia online, vai reforçar
a área de Macroeconomia. No
lugar dela entra Sérgio Vieira do
Nascimento, que estava temporariamente na coluna Negócios
& Cia, de Flávia Oliveira. E
também foram anunciados, na
seção Digital&Mídia, Sérgio
Maggi como subeditor e Sérgio
Matsuura como repórter. Cláudia dos Santos, que era redatora
da Economia, passou para a
equipe de Gilberto Scofield, na
editoria Rio.
Assessorias-RJ
o segmento empresarial de
exportação e importação de
mercadorias e serviços, e atua
para favorecer a expansão
competitiva e sustentável do
comércio exterior. No apoio ao
atendimento está Luis Otávio
Marques (luis.santos@insightnet.
com.br).
n Fernanda Guaraná (fernanda@
fguarana.com.br e 21-7628-4896),
na empresa que leva seu nome,
responde pelo atendimento ao grupo
Perinatal. Maternidade de referência
em tratamento intensivo neonatal,
conta com unidades em Laranjeiras,
na Barra e na Baixada Fluminense.
No apoio estão Hanna Wajsfeld
([email protected] e 21-87368670) e Lóiam Torres (loiam@
fguarana.com.br e 21-7629-8938).
n Sérgio Costa (sergio.costa@
insightnet.com.br) é o diretor da
nova conta da Insight (21-25095399), a Associação de Comércio
Exterior do Brasil. Fundada
em 1970, a AEB representa
Curtas-RJ
Brasil Energia passa por reformulação
n A editora Brasil Energia passa
por uma reestruturação. A revista
Brasil Energia foi desmembrada
em duas. A tradicional mantém
o título e a pauta de geração,
transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica.
Acrescenta ainda a cobertura
das fontes renováveis, como
eólica e solar; os consumidores,
com foco em tarifas de energia
elétrica e combustíveis; e eficiência energética. A que nasce
agora, Brasil Energia Petróleo
& Gás, destina-se ao setor de
petróleo e gás natural, com foco
em exploração e produção (E&P)
e refino, tecnologia e fornecedores. Alexandre Gaspari assumiu
a chefia de Redação das publicações – ele foi editor-executivo
da antiga revista Brasil Energia e
está na casa há 13 anos, desde
a saída do Jornal do Brasil, em
2000. Felipe Grandin é o editor-executivo da nova Brasil Energia
– vem do Jornal da Tarde e era,
até então, editor-assistente da
área de energia elétrica. Felipe
Maciel, o editor-executivo da
Brasil Energia Petróleo & Gás, há
sete anos na empresa, era editor-assistente da área de petróleo e
gás natural.
n Cinco editores dos produtos
jornalísticos da empresa se tornaram seus sócios, entre eles Gaspari, Grandin e Maciel. Os outros
são Carla Zacconi – responsável
pela revista Brasil Energy e newsletter diária Brasil Energy Daily, na
empresa desde 2004 – e Roberto
Francellino, editor do portal
EnergiaHoje, de notícias diárias,
na Editora Brasil Energia desde
2003. Rosely Máximo já era
sócia e se mantém como editora
dos guias de negócios (petróleo
e gás e energia), dos anuários
(Cenários Petróleo e Gás e Energia) e dos mapas (Exploração e
Produção, Refino, Gás Natural,
Energia Elétrica e Fontes Renováveis), bem como do Banco de
Dados Brasil Energia.
Agenda-RJ
da solidão, mediado por Flávio
Pinheiro. O encontro marca o
lançamento de dois livros do
autor – O amor acaba e O mais
estranho dos países – pela Companhia das Letras. O arquivo de
Paulo Mendes Campos está
sob a guarda do Instituto Moreira
Salles (IMS) e a edição de suas
obras tem organização de Flávio
Pinheiro. Às 20h, no IMS (rua
Marquês de São Vicente, 476).
9/4 (3ª.feira) – n Exibição do documentário Garrafas ao mar: a víbora manda lembranças, dirigido por
Geneton Moraes Neto, sobre a
vida de Joel Silveira. Geneton
propôs-se a dividir com o público
o Silveira de quem foi amigo por
20 anos e, para isso, gravou entrevistas em áudio e vídeo, com
narração do cantor Fagner. Há
também uma seleção de textos
clássicos do jornalismo brasileiro,
entre eles os produzidos por Silveira quando era correspondente
dos Diários Associados na Segunda Guerra Mundial. Após a projeção, Geneton e Arthur Dapieve
participam de um debate sobre o
filme. Quem tiver interesse, pode
visitar também a Sala Joel Silveira
no Centro de Cultura e Memória
do Jornalismo, no mesmo prédio
do Sindicato dos Jornalistas, com
memorabilia e a biblioteca que
pertenceu ao repórter. As 19h,
no auditório do Sindicato (rua
Evaristo da Veiga, 16, 17º).
3/4 (4ª.feira) – n Humberto
Werneck e Wilson Figueiredo
participam do bate-papo Paulo
Mendes Campos: o cronista
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Leia na edição 199
n O lançamento do Oficina Motor, programa sobre automobilismo que estreia em 8/4 no canal +Globosat; a chegada de Aline Magalhães para a equipe da Autoesporte; e o novo suplemento Sobre Motos
do jornal Hora de Santa Catarina.
n A edição traz ainda alguns detalhes do 4º Fórum da Indústria Automobilística, que começa na próxima semana em São Paulo; e uma
entrevista com Célio Galvão, gerente de Imprensa da Ford, sobre as ações comandadas por sua equipe para o lançamento do modelo
global do New Fiesta, que contou com show gratuito da cantora Claudia Leitte e evento na fábrica para imprensa e autoridades.
n Em Destaque da semana, Luís Perez comenta sobre práticas de empresas que muitas vezes não são bem-vistas pelos profissionais
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Edição 891
Página 14
Brasília
n Primeira Federação de trabalhadores do Brasil a realizar eleição
direta para a sua direção, em
1983, a Fenaj promoverá novo
processo eleitoral nos dias 16,
17 e 18 de julho. Reunida pela
primeira vez em 26/3, em Brasília, a Comissão Eleitoral Nacional
elegeu como sua presidente
Sueli de Freitas – os demais
integrantes são Cláudio Curado,
Benildes Rodrigues, Iran Alfaya
e Gésio Passos – e aprovou um
calendário inicial que prevê a
abertura de prazo para inscrição
de chapas concorrentes ao pleito
nesta primeira quinzena de abril.
O processo eleitoral, pelo qual
serão eleitos os membros da diretoria da Federação e da Comissão
Nacional de Ética dos Jornalistas,
acontece a cada três anos. Nele
podem votar todos os jornalistas
brasileiros sindicalizados e em dia
com seus respectivos sindicatos.
n O Sindicato dos Jornalistas
do DF realizou em 1º/4 mais
uma edição do projeto Cozinha
Fotográfica, que contou com as
presenças de Leopoldo Silva,
editor de Fotografia do Senado,
e Oliver Boëls, da Etnofoco.
Leopoldo apresentou ensaio fotográfico sobre os índios krahó,
que vivem no norte de Tocantins.
As imagens foram produzidas
durante uma cerimônia conhecida
como pohkahoc, que simboliza a
despedida dos parentes e amigos
do índio morto. Já Oliver exibiu
imagens inéditas e de forte impacto de rituais na Índia.
n O entidade, a propósito, firmou convênio com o Instituto
de Pós-Graduação (Ipog), que
irá dar 25% de desconto nas
mensalidades de seus cursos. O
Instituto atua em 21 estados e é
conhecido por oferecer cursos de
graduação e pós-graduação em
Administração. Em Comunicação,
há cursos de Marketing e Mídia
Digitais. Mais informações pelo
www.ipog.edu.br.
n Leandro Fortes está de volta
à redação de CartaCapital, depois
de ter-se afastado do trabalho por
três meses para se dedicar à produção de um livro sobre a CPI do
Banestado. A publicação, ainda
sem título, deverá ser lançada
em junho pela Geração Editorial.
n Canta, Brasília! é o concurso
lançado pelo Correio Braziliense
como parte das homenagens
ao 53º aniversário da Capital
Federal, em 21/4, que este ano
terá a música como tema. As
inscrições poderão ser feitas até
11/4, no hotsite do projeto (www.
correiobraziliense.com.br/canta-brasilia). Para participar, os candidatos deverão preencher uma
ficha com os dados cadastrais e
enviar um vídeo com uma música
autoral que retrate a cidade. Os
cinco melhores trabalhos serão
eleitos por votação popular, de
12 a 14/4, na página eletrônica
do concurso. O campeão será conhecido no dia 21, no suplemento
especial A capital de todos os
sons. O autor da melhor canção
será premiado com uma guitarra
Fender, gravação da música em
estúdio e divulgação de um trecho de 30” na rádio Clube FM até
o final de abril.
n Em reunião realizada no Senado
na última 2ª.feira (1º/4), o Conselho
de Comunicação do Congresso
Nacional formalizou apoio à federalização dos crimes contra
jornalistas. Além disso, sugeriu ao
autor da proposta, deputado Protógenes Queiroz, que a iniciativa
contemple não só os jornalistas,
mas também radialistas e todos os
que praticam a atividade no País.
De acordo com o texto original do
PL 1.078/2011, em tramitação na
Câmara, a participação da Polícia
Federal nas investigações de crimes contra jornalistas ocorrerá se
houver “omissão ou ineficiência
das esferas competentes”.
n Acompanhado da esposa Miriam Leitão, Sérgio Abranches
lançou nesta 3ª.feira (2/4), no Teatro da Caixa Cultural, seu primeiro
romance, O pelo negro do medo
(Editora Record). O evento foi
precedido de um debate sobre o
tema A literatura depois do Jornalismo, com mediação de Carlos
Alexandre, editor-executivo do
Correio Braziliense, e fez parte do
projeto Sempre um Papo.
n Estão abertas as inscrições para
o curso de roteiro para cinema,
vídeo e tevê que Rubens Shinkai,
diretor e roteirista de curtasmetragens, documentários,
vídeos empresariais e comerciais
para televisão, ministrará de 15
a 26 de abril. Informações pelo
61-3321-6665 ou www.cultvideo.
com.br/espacocult.
Prêmio Jabuti 2012 na categoria
Livro do ano de Ficção. O Taguatinga Shopping vai sediar mesas-redondas, palestras, bate-papos
com autores, oficinas, shows e
várias outras atividades sobre o
mundo das letras. São esperados
cerca de 30 mil visitantes e todas
as atrações têm entrada livre e
são direcionadas especialmente
para estudantes. A curadora Iris
Borges, que tem experiência à
frente da tradicional Feira do Livro
de Brasília, falou da importância
de o evento ser realizado em uma
cidade do Entorno: “Apostamos
em Taguatinga, uma das regiões
administrativas mais populosas
do DF. Vamos começar com um
evento mais intimista, para pôr os
autores em contato direto com
os leitores, mas é uma semente
para crescer a cada ano”. Visitação de 2ª a sábado, das 10h às
22h, e domingo, das 14h às 20
horas. Informações pelo www.
flidf.com.br.
até o momento pelo Ministério
Público Federal e a investigação
específica do Tribunal de Contas
da União. Na apuração de mais
de dois meses foram ouvidos
depoimentos de especialistas,
entidades, associações, representantes de órgãos públicos
de áreas diversas do País e do
exterior, como no México, onde
a repórter Joice Bacelo, do DC,
constatou que a empresa contratada está sendo investigada por
problemas semelhantes aos de
Santa Catarina. Na RBS TV e na
TVCOM, as reportagens estão
sendo conduzidas por Thais
Andrioli.
n A propósito do Diário Catarinense, sua página na internet
acaba de ganhar um espaço para
infografia, com gráficos, mapas,
organogramas, esquemas, fluxogramas ilustrados e storyboards que não cabem na versão
impressa. A página Infografia do
DC pode ser acessada pelo menu
multimídia da capa do site.
n A editoria de Esportes do jornal A
Notícia, de Joinville, lançou fanpage
no facebook (/ANEsportes) e conta
no twitter (@anesportes), e o novo
blog Toque de Letra, comandado
pelo editor Elton Carvalho, que
será uma extensão da sua coluna
diária na edição impressa do NA.
Elton terá também outras sessões
do impresso, como Pitaco do leitor
e Do baú.
de se adequar ao mercado e aos
fortes concorrentes que apareceram nos últimos anos. Na primeira
edição com novo formato, que
circula com mais de 100 páginas,
capa para Kevin Tsujihara, novo
presidente-executivo da Warner
Brothers.
n Começa nesta 6ª.feira (5/4) e
vai até domingo (7/4) o Curso de
comunicação aplicada à conservação da natureza, em Campo Grande, destinado a fontes da imprensa especializada ou profissionais
Agenda-DF
Taguatinga sedia I Feira Literária do DF
8/4 (2ª.feira) – n Início da I Feira
Literária do Distrito Federal, que
vai até 14 de abril. O evento homenageará a escritora Stella Maris Rezende, que morou durante
40 anos em Taguatinga e há seis
mudou-se para o Rio de Janeiro.
Ela é autora da obra A mocinha
do Mercado Central, que levou o
Santa Catarina
n O Grupo RBS deu início em
31/3 a uma série de reportagens
conjuntas sobre os lucros da empresa administradora de malhas
viárias sob concessão na rodovia
BR-101, trecho Florianópolis-Curitiba. A série Pedágio sob suspeita
está sendo veiculada durante
toda esta semana em diferentes
plataformas pelos veículos Diário
Catarinense, RBS TV, TVCOM e
CBN Diário. Ela usa como ponto
de partida as ações promovidas
Internacional
n Após oito décadas de publicação diária, o tabloide norte-americano Variety, sobre negócios do
entretenimento, passa a ser uma
revista semanal. A empresa também suspendeu a cobrança por
seu conteúdo online e dispensou
17 mil pagantes. A justificativa é a
Mato Grosso do Sul
Livros
n Andrei Bastos lança na
amazon.com.br seu livro Sala
de Espelhos, com histórias do
movimento estudantil no final
dos anos 1960 e início dos 1970.
O texto descreve a trajetória do
autor, na primeira pessoa, dos
bancos escolares ginasianos
aos cárceres da ditadura, com o
idealismo natural da juventude
se chocando com a crueldade do
sistema e dos torturadores. O livro
é exclusivamente digital e custa
R$ 1,99 por 137 KB, o que inclui
envio wifi internacional ou no
Kindle. Sobre esta opção editorial,
Andrei diz estar “lançando
minha garrafa no oceano de uma
distribuidora gigante para ver em
quantas praias vou chegar”.
que lidam com a comunicação
dirigida à conservação em órgãos
de governo, ONGs e instituições
de pesquisa. Informações nos
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tasecia
Movimento Landell de Moura
n O Movimento Landell de Moura, com o apoio da
Prefeitura de Porto Alegre, busca adesões para o
concurso A maior invenção de todos os tempos, que
o SBT está promovendo. O objetivo, obviamente, é
mobilizar as pessoas em torno do rádio. O endereço
para votar é www.sbt.com.br/amaiorinvencao.
Edição 891
Página 15
Curtas
Folha de S.Paulo seleciona repórteres free-lancers em 15 cidades do País
n A Folha de S.Paulo abriu inscrições para formar um cadastro de repórteres free-lancers
em 15 cidades de 13 estados,
que receberão um treinamento
básico sobre os procedimentos da Folha e poderão sugerir
pautas, mas só serão acionados
quando necessário pela coordenação da Agência Folha. Podem
se candidatar profissionais de
Barreiras (BA), Boa Vista (RR),
Campina Grande (PB), Caruaru
e Petrolina (PE), Juiz de Fora e
Montes Claros (MG), Macapá
(AP), Palmas (TO), Ponta Grossa
(PR), Rio Branco (AC), Santarém
(PA), São Luís (MA), Teresina
(PI) e Vitória (ES). Os candidatos devem morar numa dessas
cidades ou em local de acesso
rápido a ela, não ter nenhum vínculo com órgãos públicos, e ter
experiência em reportagem em
jornal (de preferência diário) ou
revista informativa, na cobertura
de política e de administração
pública, boa cultura geral e disponibilidade para viagens. Curso de
pós-graduação concluído ou em
andamento e conhecimentos do
Novo Manual de Redação da Folha são habilitações desejáveis.
O processo de seleção inclui
testes de conhecimentos gerais
e específicos, português e regras
de padronização estabelecidas
pelo manual, além de entrevista.
Interessados devem enviar cur-
GloboNews reestreia Conta Corrente em novo formato
n Marcado originalmente para
estrear novo formato em 18/3,
o programa Conta Corrente, da
GloboNews, vai ao ar na próxima
2ª.feira (8/4), a partir das 21h,
com as mudanças que, segundo
comunicado da emissora, devem
torná-lo mais dinâmico e com
linguagem mais clara. Apresen-
tado por Dony De Nuccio – atual
editor de Economia do Jornal das
Dez –, o programa focará temas
relacionados à economia com
uma abordagem que facilite a
compreensão do telespectador.
O telejornal terá um assunto
principal por dia: Mercado de
trabalho (às 2as.feiras), Educação
financeira (às 3as), Empreendedorismo (4as), Investimentos (5as)
e Sucesso e inspiração (6as). O
programa também terá entradas
nos jornais da GloboNews às 10h,
16h e 18 horas. Outra novidade é
o lançamento do aplicativo Conta
Corrente, disponível para iPhone e
Android, que organizará os gastos
Editores convidados preparam especial de 35 anos do M&M
n Celso Loducca, sócio-presidente da Loducca, Fernando
Chacon, diretor de Marketing
do Itaú Unibanco, e Alexandre
Hohagen, vice-presidente do
Facebook na América Latina, aceitaram convite para uma missão
diferente: atuarem como editores
do especial de aniversário de 35
anos do Meio&Mensagem, que
circulará em 15 de abril. Loducca
colabora com seus insights e
coordenação junto a Alexandre
Zaghi Lemos, editor de Comunicação do M&M; Chacon atua
na editoria de Marketing com
o titular Jonas Furtado; e, em
Mídia, Hohagen trabalha ao lado
de Rodrigo Manzano. Todos coordenados pela editora-executiva
Lena Castellón e pela diretora de
produtora que responde pela
realização do programa. Na Chefia da Redação está Alexandre
Kacelnik, ex-Bloch, O Globo e
criador do programa de rádio
Rock Motor, também atual editor-executivo da revista Speedway.
A apresentação cabe à piloto
profissional Michelle de Jesus,
com Henrique Koifman (ex-O
Dia, da revista Automania e do
blog Rebimboca Online, no portal
de O Globo) e Lipe Paíga (teve
o programa World of Wheels
WOW e hoje está em assessoria
na área de automobilismo). Jade
Stipp, vinda da área de filmes
e vídeos publicitários, responde
pela produção, e na Direção de
Fotografia está Cauê Seinber,
ex-Rede Paulista de Televisão,
afiliada à TV Cultura. Para apre-
rículo até 30/4 para treina@uol.
com.br, escrevendo no campo
Assunto a sigla C-1.217, além
de um texto de no máximo 20 linhas explicando por que quer ser
repórter colaborador da Agência
Folha. O jornal informa que tanto
o currículo quanto o texto devem
ser inseridos no corpo da mensagem, e não como anexos, e que
as inscrições fora desse padrão
não serão consideradas.
pessoais do usuário por categorias
estabelecidas de acordo com as
necessidades de cada um, e ainda alertará quando as despesas
forem superiores à programada.
Tudo ficará anotado na agenda
do aplicativo, que mostrará, mensalmente, gráficos das despesas,
rendimentos e investimentos.
Redação Regina Augusto. Além
das matérias normais da semana,
todas as editorias trarão reportagens especiais, de profundidade,
desenvolvidas especialmente
para essa edição, a de nº 1.555.
Também estão em produção matérias em vídeo e conteúdo extra
para a internet. E a edição de
aniversário vai marcar a estreia do
aplicativo do M&M para tablets
de plataforma Android e Apple.
Ainda por lá, registro para a chegada das designers Camila Antunes Silva Costa e Denise Mota
Tadei, em Arte, e das estagiárias
Bruna Molina Correa (Online) e
Aline Rocha Nascimento Silva
(Comunicação).
n Termina nesta 6ª.feira (5/4) o
prazo para inscrições com valores
sentar o carro em novo formato,
o programa conta com uma
oficina-estúdio, além de pista de
testes. Traz ainda cobertura dos
principais salões de automóveis
e visita fábricas e montadoras de
grandes marcas mundiais.
n Estreou em 29/3, na edição
das 10h da manhã do Jornal
GloboNews, a coluna Pré-Estreia,
liderada por Clarissa Lyra-Salles,
que semanalmente apresentará
novidades sobre cinema e entrevistas com atores e diretores de
filmes a serem lançados.
n Mais de 30 voluntários, entre
jornalistas, estudantes e professores de jornalismo, estão
traduzindo o Data Journalism
Handbook (Manual de Jornalismo
de Dados), inédito no Brasil. A
iniciativa é da Abraji, a convite
promocionais para o Seminário
Jornalismo Esportivo: Grandes
Coberturas, que o Instituto Internacional de Ciências Sociais
(IICS) irá realizar no próximo dia
20. Presenças já confirmadas de
Carlos Villanova, diretor de Comunicação da Rio-2016; Gustavo
Delbin, presidente do Instituto
Brasileiro de Direito Desportivo;
Raul Costa Jr., diretor executivo dos canais SporTV; Allen
Chahad, gerente de Conteúdo do
Terra; Luiz Pimentel, diretor de
Redação do R7; Eduardo Generoso, gerente de Projetos da Entertainment Sports Management
(ESM); Alessandro Abate, editor
do Lance; Ana Brambilla, editora de Mídias Sociais da Editora
Globo; e Sérgio Lüdtke, coordedo European Journalism Centre
(EJC), responsável pela primeira
edição do manual. O livro mostra
como os jornalistas podem usar
dados em reportagens. A versão
em português – que também
abordará os trabalhos de desenvolvimento do Manual Iberoamericano de Jornalismo de Dados –
tem coordenação de Tiago Mali,
redator-chefe da revista Galileu. O
lançamento está previsto para o
segundo semestre de 2013.
n Ainda sobre a Abraji, a associação promove em 25/4 o seminário
O crime e a notícia, em São Paulo. Participarão o ex-ministro da
Justiça Márcio Thomaz Bastos,
Valmir Salaro, Eugênio Bucci,
Mônica Waldvogel, entre outros
juristas e jornalistas. Às 8h30, no
teatro do Tribunal de Justiça de
nador do Programa Avançado em
Jornalismo Digital do IICS. Até 6ª,
as inscrições custam R$ 100 para
estudantes de graduação e pós;
R$ 200 para antigos alunos (que
cursaram os programas Master
em Jornalismo); e R$ 300 para o
público em geral. Após essa data,
os valores sobem para R$ 170, R$
270 e R$ 370, respectivamente.
Mais informações e inscrições no
www.iics.edu.br.
n Estreia na próxima 2ª.feira (8/4),
às 21h, no canal +Globosat, o
programa Oficina Motor, semanal que mostra o automóvel no
Brasil e no mundo, seja do ponto
de vista de estilo, desempenho,
história e cultura, até manutenção
e economia. O diretor é Alexandre Moreira Leite, da Midmix,
São Paulo (av. Ipiranga, 165). Inscrições a partir de 8/4 pelo www.
ocrimeanoticia.wordpress.com.
n A Profashional Editora (www.
profashional.com) comemora dez
anos de vida contabilizando 150
publicações e mais de 20 milhões de exemplares impressos
por ano. Com foco em revistas
customizadas, a empresa, comandada pela publisher Sandra
Teschner, produz desde revistas
corporativas e jornais internos até
publicações altamente segmentadas e B2B.
n O faturamento bruto das Organizações Globo aumentou 16%
em 2012, batendo em R$ 12,7
bilhões. Já o lucro líquido, de R$
2,9 bilhões, cresceu mais do que
o dobro (38%) em relação a 2011
(o bruto foi de R$ 5,7 bilhões).
Wolfenson, também de São
Paulo (SP), com Belvedere; ambos ganharão R$ 42,8 mil cada.
Inscreveram-se 468 fotógrafos,
resultando em aproximadamente
sete mil imagens reunidas em
ensaios publicados e inéditos,
número recorde para o prêmio.
A cerimônia de premiação ocorrerá em 17/6, na Sala São Paulo,
juntamente com a entrega do
Prêmio FCW de Ciência, Cultura
e Medicina.
n Tadeu Vilani, repórter fotográfico do Zero Hora, venceu pelo
terceiro ano consecutivo o Concurso Fotográfico Cultural Leica
Fotografe, na categoria Preto e
Branco. Tadeu também foi um
dos finalistas na categoria Cor,
com a foto captada na Vila Dique,
em Porto Alegre. Levi Bianco,
do Brazil Photo Press, conquistou o primeiro lugar em Ensaio,
com Enquanto a bola não rola...,
que reuniu cliques sobre o que
acontece nos estádios de futebol
antes de começarem os jogos.
Destaque também para Igor de
Mello, de O Povo (CE), que ficou
em 3º lugar com a imagem de
um menino caminhando dentro
de um canal em Fortaleza.
Prêmios
n A Fundação Conrado Wessel
(FCW) divulgou os vencedores
da 11.ª edição do Prêmio FCW de
Arte (Fotografia). O primeiro lugar
ficou com Pedro David, de Belo
Horizonte (MG), com o trabalho
Sufocamento, que receberá R$
114,3 mil. A segunda colocação
foi para Mauro Restiffe, de São
Paulo (SP), com Planos da Fuga,
e o terceiro lugar ficou para Bob
Edição 891
Página 16
Sites, blogs e afins
Luiz Carlos Azenha deixa a direção do Viomundo, mas não fecha o blog
n Luiz Carlos Azenha voltou
atrás na decisão de descontinuar seu blog Viomundo (www.
viomundo.com.br), que havia
informado aos seus leitores
no último dia 29/3, mas vai se
afastar “do compromisso diário
de passar de cinco a 10 horas
diante de um computador aprovando comentários, traduzindo
e publicando textos. Torno-me
um repórter voluntário e não remunerado, além de escrever os
tradicionais comentários sobre
mídia e política”. Após ser condenado em primeira instância na
semana passada (cabe recurso)
a indenizar em R$ 30 mil Ali
Kamel, diretor de Jornalismo e
Esporte da Rede Globo, Azenha
mudou de ideia para atender a
pedidos dos leitores, principalmente de João Carlos Cassiano
Ribeiro, que escreveu a ele via
Facebook: “Respeito sua decisão
e compreendo sua necessidade,
mas me sinto um pouco órfão
com o fim do Viomundo e triste
em ver o jornalista abandonando
uma das frentes de trabalho por
força da opressão. Choro ao escrever essas palavras pois sei que
perdemos um espaço vital para
nossa luta. Não sou colaborador
e nem costumo interagir com o
blog, sou um leitor anônimo e
aprendi a observar o seu blog
como um filho observa o pai e
aprende e se orgulha de estar por
perto. Nossa luta não é partidária
ou governamental, é pelos mais
fracos e pela dignidade humana.
Sempre o terei como amigo sem
nem o conhecer, pois me orgulho
dos meus amigos e me orgulho
muito de você!”.
n Em post que publicou no Viamundo na 2ª.feira (1º/4), Azenha
informa que Conceição Lemes
([email protected])
passa a editora-chefe do site,
encarregada também da relação
com os 40 mil seguidores no
twitter/facebook; e que Leandro
Guedes ([email protected].
br), da agência digital Café Azul,
“que há meses já vinha estudando o assunto, adotará um mix
de todas as sugestões que nos
foram feitas por vocês sobre
crowdfunding, além de perseguir
eventuais patrocinadores que
vocês nos sugerirem; o dinheiro
arrecadado com o crowdfunding
será todo reinvestido no site e
não será utilizado para bancar
advogados, dos quais já contamos com os competentíssimos
Cesar Kloury, Idibal Pivetta, Airton
Soares e um importante escritório
de Brasília que ofereceu ajuda solidária”. Na nota, Azenha informa
ainda que passa a aceitar, sempre
que compatível com sua agenda
profissional, “todos aqueles pedidos de entrevistas de estudantes, palestras em universidades
e conferências” e “acima de
tudo, passo a me dedicar à área
de minha especialidade, que é
a produção de vídeos, minidocs
e docs”.
n Foram diversas as manifestações na internet e nas redes
sociais tanto sobre a sentença
quanto pela decisão original de
Luiz Carlos de suspender o blog,
a maioria carregada de opiniões
apaixonadas, contra ou a favor
– como, aliás, é comum nesse
tipo de episódio. J&Cia reproduz
a de Marcelo Moreira, ex-editor
de Economia do Jornal da Tarde,
por considerá-la equilibrada: “Até
entendo a comoção que cause a
condenação do jornalista Luiz Car-
los Azenha, em ação movida pelo
diretor da Globo Ali Kamel – em
especial entre os blogueiros de
esquerda independentes e sérios
e entre os cooptados e chapas-brancas. O problema é que a
questão, por enquanto, é uma
contenda pessoal entre dois cidadãos, nada mais. A mesma coisa
em relação ao jornalista Rodrigo
Vianna, outra ‘vítima’ de Kamel.
Os blogueiros escreveram o que
quiseram, alguém se sentiu ofendido e foi à Justiça. O que tem
demais isso? Ganhar ou perder na
Justiça faz parte. Tratar isso como
escândalo me parece demais.
Ou alguém prova que a decisão
judicial foi corrupta e manipulada
ou então a questão não passa de
uma contenda pessoal. A decisão
judicial, em si, me desagradou,
pois não havia nenhum indício de
que Azenha tenha feito qualquer
‘campanha’ de perseguição. A
sentença de primeira instância
é simplesmente esdrúxula e
Azenha merece a solidariedade,
mas sem os exageros típicos de
uma parte da esquerda que só
sabe bater bumbo. É triste, mas
não vejo a mesma energia dessa
gente em protestar contra o gravíssimo caso de censura e decisões judiciais perigosas no caso
do jornalista Fabio Pannunzio,
que está sofrendo um assédio
judicial impressionante de um ex-secretário de Segurança de São
Paulo, fato que obrigou o jornalista a encerrar temporariamente
seu blog interessante. Pannunzio
não tem simpatia pelo governo
do PSDB em SP, mas também
não tem simpatia pelo governo
Dilma. Será esse o motivo de ser
ignorado por esse pessoal que se
‘escandalizou’ com o caso Azenha? E o que dizer do bombardeio
que Juca Kfouri sofreu e sofre de
Ricardo Teixeira? Acho um tema
interessante para discussões
entre os profissionais da área”.
n Outro condenado a pagar indenização, mas a José Serra, por
danos morais pelo “oportunismo eleitoral do livro A privataria
tucana”, é Amaury Ribeiro Jr.,
que finalizou a obra às vésperas
da última eleição presidencial e
a lançou pela Geração Editorial
(também condenada). O que
chama a atenção nesse caso é a
sentença do juiz André Pasquale
Scavone, da 10ª Vara Cível de São
Paulo: ao mesmo tempo em que
afirma que “não é este o juízo que
vai dizer se os fatos narrados [no
livro] são ou não verdadeiros” e
reconhece que é “inequívoca a
intenção dos réus de atingir a imagem de Serra”, considera “curioso” o fato de a ação ter caráter
indenizatório e não de “impedir a
venda do material ofensivo” – daí
ter fixado a indenização pelo valor
“simbólico” de R$ 1 mil. As duas
partes vão recorrer.
com profissionais brasileiros”, diz
Daniel Bruin, criador do projeto.
Interessados podem solicitar a
adesão diretamente na página do
grupo no Linkedin.
n Inspirada no 1º de abril que
passou, está imperdível a nova
edição do Sacolão Brasil (www.
sacolaobrasil.com.br), que se
autodenomina “o primeiro jornal
de mentira do País”. Entre as
principais reportagens estão a
que mostra o bilionário Lake
Batista levando para as águas do
Rio um novo esporte, o jato ski,
que custa R$ 150 mil por hora;
e a que informa que a polícia do
Canadá começou a aceitar travestis em suas fileiras. Criado e
editado por Fernando Morgado,
destaca ainda quatro colunistas
– Tânya Elizabette (Calçadas da
Vida), Beto Cult (Meu Mundo),
Jean-François Silva (Cinema) e
Mercedes Eulália Santilla (Memórias da Vovó Santinha) –, a charge
de Nicolielo e, na seção Utilidade
Pública, como enfrentar a velha
pergunta: ”O patrão vive dando
em cima de você?”.
E mais...
n O grupo Brazilian Business
Communication no Linkedin
atingiu a marca de 1.000 integrantes esta semana. Lançado
há um ano, reúne profissionais
de comunicação de diversas
áreas, que debatem assuntos do
meio, trocam experiências e buscam oportunidades de trabalho.
“Como exemplo de que o Brasil
está na moda na comunidade
internacional, temos participantes
de Europa, América Latina, Estados Unidos e Ásia, e até de países
como Qatar e Bósnia-Herzegovina, que buscam intercâmbio
Memórias da redação
Caro leitor(a):
Ao mesmo tempo em que conclamamos nossos leitores a enviarem novas histórias, pois o nosso estoque está no fim, publicamos nova contribuição de Mônica Paula ([email protected]), coordenadora de
Comunicação do Instituto Internacional de Ciências Sociais/IICS (www.iics.edu.br).
O gentleman da carne
Desde 1997, os jornalistas que
vêm a São Paulo cursar os programas Master em Jornalismo esperam também curtir o lado bom da
cidade. Um deles é a gastronomia,
que faz com que o pessoal vindo
de todas os lugares de Brasil,
América Latina (Argentina, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela),
África (Angola) e Ásia (Japão)
queiram conhecer a diversidade
existente por aqui. Com a turma
de 2002 não foi diferente. Um dia,
na hora do almoço, os alunos do
então Master em Jornalismo para
Editores, atualmente Master em
Gestão Estratégica e de Marcas,
queriam comer carne.
Um dos mais entendidos no
assunto “comer bem”, José
Corrêa Neves Júnior, do jornal
Comércio da Franca (Franca/SP),
que sempre aproveitava uma
escapada até Sampa para conhecer um restaurante diferente, de
imediato decretou: “Vamos pro
Bassi!” O restaurante de Marcos
Bassi sempre foi um ponto de
excelência para quem é carnívoro
assumido. Infelizmente falecido
de forma precoce há pouco mais
de uma semana, mais uma vítima desta terrível doença que é
o câncer, Bassi era considerado
uma espécie de “embaixador da
carne”.
Providenciamos rapidamente
uma reserva e, na hora combinada, Júnior colocou sua Blazer
verde à disposição para fazer o
transporte da turma entre a rua
Maestro Cardim, sede do então
CEU (Centro de Extensão Universitária), atual Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS),
até a rua 13 de Maio, respectivamente nos vizinhos bairros de
Paraíso e Bela Vista, coisa de dez
minutos de distância. Lá, Bassi
recebeu a todos com um enorme
sorriso e, usando da gentileza e
simpatia que lhe eram peculiares,
ofereceu o que de melhor havia
na casa. Com todo esse pessoal
reunido foi uma vez só, mas absolutamente inesquecível pelo
carisma do dono e a qualidade
e sabor da comida – mesmo eu,
que não sou das mais chegadas
em carne, curti cada momento.
Faziam parte dessa turma, entre outros, Ana Dubeux (Correio
Braziliense), Antonio Carlos Leite, o Cacá (ex-Rede Gazeta/ES),
Claudia Vassallo (Revista Exame/
Abril), Djane Della Torre (ex-Agência Estado), Gisela Tognella
(ex-Editora Abril), Hélcio Costa (O
Vale/São José dos Campos-SP),
João Unes (A Redação/GO), Tião
Pinheiro (Jornal do Tocantins),
Lenilde Pacheco (ex-A Tarde/BA),
Fátima Cardoso (Report Sustentabilidade/SP), Bela Hammes e
Rosane Tremea (Zero Hora), Marleth Silva (Gazeta do Povo/PR),
Raul Lores (Folha de S.Paulo),
Roxana Tabakman (ex-Editora
Perfil/Argentina) e Virginia Fetter
(Diário Popular – Pelotas/RS).
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7º Especial – Dia do Jornalista