5P- ESTE DOCUMENTO O 174J tol. FOI OBTIDO ATRAVÉS DO PROGR:AMA DECOAlUTA(AO BIBLlOGRAFICA .U J59 CAPES/SESU/FINEP/IBICT Estrutura e manejo de sistemas .._----....agroflorestais tradicionais do estuário amazônice,« '~.! ./ / ~ r..gfJf/!),-, ,}";, ,1,,:_"- I,l..'l>' I ., f. 1/, .} a. \ U í:e·'r \ o ';:.. \ \ ,,- '<.r \ I ,:.): ,', ')I, ':': \. " " ::'n. ;':, .~. ".. d' .. '------- ", .~.:jl " :; () ~l . ,i Silas MOCHIUTfI ( ); José Antonio Leite de QUEIROZ (: Estrutura 2000 I'l Parcialmente e manejo de sistema SP-01741 financiado pelo PPD/PPG-7 do MCT/FI! (1 e 2) Embrapa Amapá, Macapá- AP 1111111111111111111111 111111111111111111111111111111111111I1111I11111111111 ../' 11159 -1 O açaizeiro (Euterpe oleracea) é UJllH (Arecaceae) presente nas florestas que palmeira margeiam os rios e igarapés da região amazônica. Seu fruto é utilizado na fabricação do vinho (suco da polpa) e constitui-se num dos principais alimentos das populações ribeirinhas. A divulgação das propriedades nutritivas do fruto do açaí e o novo hábito de consumo em outras regiões do país estão possibilitando a abertura de novos mercados, com um cenário promissor para sua produção e industrialização. O açaizeiro é cultivado para produção d fru tos em i temas agroflorestais ( A s) tradicionais nas várzeas do estuário amazônico. A produção de frutos de açaí é atualmente a principal atividad econômica na r gião, gerando uma renda anual em tomo de 20 milhões de reais, somente nas cidades de Macapá e Santana. O preço atualmente pagos ao produtores pelo fruto do açaí têm sido compensatório, levando uma intensificação tanto do manejo d áreas nativas como do seu cultivo em SAF. Não obstante a importância dest istcma para a população ribeirinha, quase sempre tem sido relegados a segundo plano e raramente são estudados. O objetivo deste trabalho foi estudar aspectos estruturais e funcionais dos SAFs tradicionais existentes no estuário amazônico e indicar praticas de manejo que maximize produção dos componentes, aumentando sua capacidade produtiva. Para obtenção de informações sobre SAFs praticados na região, foram visitados 25 propriedades situadas ao longo dos rios lpixuna-Mirim, Pedreira, Anauerapucu, Vila Nova, Mazagão, Mazagão Velho, Amazonas e regiões das Ilhas do Pará. Com base neste levantamento, foram selecionados três sis- temas típicos da reqiao seguintes parâmetros: a) nos açaizeiros; número de touceiras, número de estipes, àlttira' das estipes e estipes em produção; b) frutéiras e espécies florestais: freqüência das espécie~, altura e diâmetro a altura do peito (DAP) das plantas. Em entrevistas com os proprietários, procurou-se identificar o histórico da área e as praticas de manejo adotadas desde o plantio até o presente. No levantamento dos SAFs praticados na região estuarina, identificou-se que o açaizeiro é o principal componente, estando este associado a espé i s frutíferas. florestais, seringueira e criação de porcos, Normalmente esses sistemas são estabelecidos após o cultivo do milho/mandio a e apr entam uma alta densidade de açaizeiros por unidade de área. As espécies presentes nos sistemas são oriundas de plantios, de manejo da regeneração natural ou, ainda, de espécies selecionadas e mantida ela vegetação original. De acordo com os produtore , o cultivo do açaizeiro em SAFs apresenta como principais vantagens a melhor qualidad d fruto p Ia utilização d sementes de plantas selecionadas e pelo sombreamento de outras espécies, maior produção de frutos, produção de frutos durante todo o ano, início da produção com três a quatro anos de idade e a menor altura de plantas que facilita a colheita de frutos. A exploração do palmito do açaizeiro nos SAFs é rara, apesar de ser uma atividade importante nos açaizais nativos em toda a região. Os SAFs avaliados apresentaram as seguintes características: Sistema 1 (S 1) - SAF com 3-4 anos idade, estabelecido após a derrubada e queima da floresta com o cultivo./S'~,.i1' simultâneo de plantas anuais (milho, melancir,0;, . abóbora, maxixe e macaxeira) e de ciclo médN-, ( (]I}-! ,-<../:- ~.., / -, "" 1 Eng.' Agr.', M.5c., Embrapa Amapá, Caixa Postal 10, CEP68902-280, Macapá-AM. e-moit: [email protected]'- , ," Seção Técnica 11 - SAF no Manejo da Paisagem Rural Tabela 1. Caracterização estrutural dos açaizeiros em três SAFs tradicionais do estuário amazônico. Parârnetros Sistema 1 (51) (3-4 anos de Idade) Sistema 2 (52) (10-12 anos de Idade) Touceiras Regenerações « 2m) Plantas adultas (>2m) Total 533 (35) 1.000 (65) 1.533 Altura das estipes <2m 02-04m ~OO (73) 1.300 (25) 05-07m 08-lOm lI-13m 14-16m 100 (02) entre 58 (06) 925 (94) Número de estipesjha 504 (16) 1.155 (36) 1.310 (41) 2.533 (47) 1.088 (20) parênteses 3.200 767 (24) 5.100 100 (02) Altura dos estratos Superior Intermediário Inferior Valores Número de touceiras/ha 258 (18) 1. 142 (82) 1.400 231 (07) > 17m Total Estipes em produção Sistema 3 (53) (35-40 anos de idade) 983 496 (09) 454 (08) 326 (06) 489 (09) 30 (01) 5.416 525 (10) m referem-se >4 2-4 >6 4-6 >13 8-13 <2 <4 <8 à freqüência relativa. (abacaxi, banana e cana). i tema formado por perenes plantadas (açaí, cupuaçu, caju, goiaba, manga, andiroba e seringueira) e pelo manejo da regeneração natural (pau-mulato, taperebá, curupita e ernbaúba]. i tema 2 (S2) - quintal caseiro com 10-12 anos de idade, e tabelecido após a eliminação d vegetação ecundária ( m queima), plantio por semente muda de frutíferas (açaí, goiaba, caju, jambo, limão, ameixa, manga e inqá-cipó), manejo da regen ração natural (pau-mulato, taperebá e jenipapo) e plantas mantidas da vegetação original [andiroba, macacaúba e seringueira). Sistema 3 (S3) - SAF com 35-40 anos de idade, estabelecido pelo plantio de açaí e seringueira e pelo manejo da regeneração natural [andiroba, buriti, louro, murumuru, mututi, taperebá e virola], Os sistemas avaliados apresentaram uma alta densidade de touceiras e estipes de açaí em todos estágios de crescimento (Tabela 1). A altura das estipes em produção aumentaram com a idade dos sistemas. Nos SAFs mais novos, a produção de frutos ocorreu a 4m-5 m (S 1) e 7m-8 m (S2), enquanto que no mais v lho tavarn a irna de 13m de altura (S3) (Tab Ia 1). Estipes muito altas apresentam baixa produção de frutos, além da dificuldade de colheita. O açaizeiro somente inicia a produção de frutos quando alcança o estrato superior do sistema e maior incidência de luz em sua copa. No S3, apesar de pos uir grande parte da tipes aptas para a produção (>4 m de altura), somente 300/0 tavam produzindo fruto, enquanto nos S2 e SI apresentaram 50% e 1000/0, respectivamente. A grande quantidade de estipe no estrato intermediário do S3 permite que seja realizado um desbaste das estipes mais altas, visando aumentar a produção de frutos e reduzir a altura das plantas. Para uma boa produção de frutos, o açaizal deve ser mantido abaixo dos 12m de altura, as estirpes mais altas devem ser retiradas e aproveitadas para palmito. O aumento da idade dos SAFs avaliados reduziu a quantidade e a frequência de fruteiras e espécies florestais (Tabela 2), devido à alta densidade de plantio e à competição entre os componentes. SAFs novos (S 1) apresentaram uma grande quantidade de fruteiras de porte mediano, já com idade 361 10-12 anos (S2), a maiona das fruteiras de porte mediano já desapareceram ou estavam morrendo, enquanto que em SAFs mais velhos (S3) predominavam árvores altas, acima da copa dos açaizeiros ou espécies capazes de crescer sob a copa destes. Plantas jovens das espécies agressivas (pau-mulato, genipapo e taperebá) são aneladas no caule para Tabela 2. Caracterização amazônico. Parâmetros estrutural das fruteiras Sistema 1 (3-4 anos de Idade) permitir uma maior intensidade de luz sistema. No entanto, espécies floresta adultas, madeiráveis ou não, rararnen são cortadas. Muitas espécies presenteS" SAFs apresentam baixo valor econôrni( podendo ser retiradas para aumentar intensidade de luz sobre as espécies produtivaS do sistema. e espécies lenhosas em três SAFs tradicionais Sistema 2 (10-12 anos de Idade) do estuário Sistema 3 (35-40 anos de idade) -------------------------------------------------------------------------------------------------------------.DAP <10cm 11-20cm 21-30cm 31-40cm 41-50cm 867 (72) 333 (28) Número de plantas/ha 100 (44) 54 (24) 25 (11) 25 (11) 8 (03) 7 (07) >50cm Palmeiras" Altura de plantas <05m 06-10m lI-15m 16-20m 867 (72) 333 (28) Número de plantas/ha 113 (49) 58 (2 ) 1:0 (22) 8 (04) Andiroba Pau-mulato 167 (14) 133 (11) Outras Madeireira Fruteira: Cupuaçu Caju Goiaba Cacau 333 (28) 133 (1\) 67 (06) (16) (06) (06) (25) 21 88 75 79 (08) (33) (29) (30) 8 (04) 13 (06) 17 (07) 13 (05) 37 (14) 4 (02) 12 (05) 58 (2") 4 (02) 25 (11) 17 (07) Jenipapo lngá-cipó Jambo Manga 33 (02) Taperebá 100 (08) 21 (10) 12 (05) 17 (07) Seringueira Outras Espécies Total 67 (06) 167 (14) 8 (04) 17 (07) 92 (34) 1.200 229 263 Área basal Espécies Lenhosas'" Espécies Madeireiras Açaizeiros 0,042 0,001 0,068 referem-se 4 (02) 4 (02) 63 (24) 46 (17) Palmeiras 362 42 17 17 66 Número de plantas/ha Principais espécies Madeireira : • Exceto açaizeiros •• Exceto palmeiras Valores entre parênteses 21 (08) 46 (18) 54 (21) à freqüência relativa. m2/ha 0,119 0,048 0,178 0,155 0,035 0,199