TAREFA
PROPOSTA
Resolução
His tória
que habitavam o sul da Mesopotâmia, uma região favorecida pelas enchentes periódicas dos rios Tigre e Eufrates, onde praticavam a agricultura, através da irrigação e canalização das águas desses rios. Os sumérios foram responsáveis por importantes conquistas da humanidade,
como a invenção do arado de cobre para uso na agricultura. A escrita
cuneiforme foi inventada também por eles, pela necessidade de registrar problemas práticos, como as despesas do templo. Eles escreviam
através de sinais em forma de cunha, em tabuinhas feitas de argila
úmida que depois eram colocadas ao sol para secar.
8. b
Para os egípcios, tudo o que acontecia na sua vida diária dependia
da vontade dos deuses e acreditavam que a pessoa morta, na forma de
um espírito, fosse morar no reino de Osíris, o deus dos mortos. Para
que isso ocorresse, era fundamental preservar o corpo e o espírito
do morto, mumificando-o. A prática da mumificação contribuiu
para o desenvolvimento da medicina. Os médicos egípcios sabiam
distinguir diversos males como tétano, pneumonia, varíola, cólera e
hanseníase. Curavam ferimentos e doenças porque conheciam os
efeitos de ervas curativas, práticas de boa alimentação e higiene.
Realizavam operações oculares, cranianas e amputações. Nas cidades egípcias de Saís e Heliópolis existiram importantes escolas de
medicina. Entretanto, eles desconheciam a função do cérebro, que
era retirado e jogado fora no processo de mumificação.
2. a
O faraó era a autoridade máxima no Antigo Egito. Considerado um
deus na terra, ele era o “senhor de todos os homens e dono de todas
as terras”. Assim, concentrava poder e controlava várias aldeias e
cidades, além de que era comum, por exemplo, ele convocar lavradores para prestar serviços nas construções de estátuas colossais e
pirâmides que exaltavam a sua divindade.
3. Soma = 5 (01 + 04)
A sobrevivência humana no Antigo Egito deveu-se às cheias do rio
Nilo e ao esforço coletivo do povo que ali viveu. Regularmente, no
início de julho, as águas começavam a subir e assim permaneciam por
três a quatro meses, inundando suas margens. De dezembro em diante, as águas desciam, deixando nas margens um lodo fertilizante, que
nutria a terra. Começava, então, a semeadura e a agricultura se desenvolvia. Os egípcios tinham a convicção de que a vida continuava
após a morte e esse pensamento originou-se da observação dos ciclos da natureza ao longo do tempo e do renascimento da vida silvestre após as cheias do rio Nilo. Acreditavam que o corpo e a alma se
juntavam na vida após a morte e seus deuses eram representados sob
as formas humana, animal ou um misto das duas — eram politeístas.
9. a) Na Antiguidade, a escrita foi um dos fatores que permitiram organizar a estrutura burocrática do Estado. Por meio dela, foi
possível ter controle sobre as propriedades e suas divisões, sobre o pagamento de impostos e para registrar todos os feitos
políticos dos governantes.
b) O Estado constituiu-se numa forma complexa de organização social, que empreendeu junto aos rios grandes obras de irrigação,
aumentando as áreas plantadas. Favoreceu ainda o comércio, regulamentando-o e, por ação militar, garantindo a sua segurança.
4. d
Mesopotâmia, em grego, significa “entre rios”. Esse nome foi dado
pelos antigos gregos ao território situado entre os rios Tigre e
Eufrates, onde hoje se localizam o Iraque e o Kuwait. Através da
irrigação, as aldeias na Mesopotâmia produziam alimentos que
eram distribuídos para a população.
10. d
Do ser humano atual, classificado pelos cientistas de Homo sapiens,
os fósseis mais antigos foram encontrados na África, o que leva a crer
que ali ocorreu nossa origem há aproximadamente 120 milhões de
anos. Foram encontrados também fósseis ainda mais antigos, alguns
com cerca de 4 a 6 milhões de anos, como o Australopithecus e as
espécies Homo habilis, Homo erectus e Homem de Neanderthal, mas
se desconhece a relação deles com a origem do Homo sapiens.
5. d
O controle político-econômico, na Mesopotâmia, era exercido por
um governo centralizado, que empregava funcionários e trabalhadores especializados para manter funcionando, por exemplo, o sistema
de canais de irrigação e a cobrança de impostos. No Egito, da mesma forma, o faraó centralizava o poder político-econômico e um
corpo de funcionários o auxiliava a comandar o território egípcio.
11. c
Na arte egípcia, muito voltada para a religião e a vida após a morte,
destacaram-se a pintura, a escultura, a joalheria e a arquitetura. Os templos dedicados aos deuses e os túmulos dos faraós, em forma de pirâmides, são marcas dessa civilização que permanecem até hoje. Os faraós
normalmente eram sepultados com máscaras mortuárias de ouro que
cobriam todo o seu rosto e junto ao seu corpo, muitos tesouros.
6. a) As civilizações que ocupavam a antiga Mesopotâmia eram socialmente compostas por diferentes grupos (camponeses, pastores, artesãos, escravos, soldados etc.), predominando aqueles
grupos ligados à religião (sacerdotes) e à política (família real).
Politicamente, predominavam as monarquias teocráticas.
b) Trata-se do primeiro código de leis escritas da história, atribuído
ao rei babilônico Hamurábi. Nesse código, baseado no princípio
de talião — olho por olho, dente por dente —, as leis apresentam severas e violentas punições, principalmente para as camadas mais pobres.
12. c
A necessidade de aproveitamento da água forta­leceu o Estado, que
se tornou proprietário das terras e assumiu o controle da construção
das obras de irrigação e da produção agrícola. A força do Estado centralizado era representada pela figura de reis (cujo poder era considerado divino) ou, no caso do Egito, de faraós (que seriam a própria
encarnação de um deus). Em razão disso, os sistemas de governo
eram autoritários e teocráticos, e tinham em sua base aqueles que
trabalhavam para o sustento e ostentação dos que comandavam.
7. c
As cidades de Ur, Uruk, Eridu e Nipur, chamadas de cidades-Estado
pelos historiadores pelo fato de serem independentes entre si, são consideradas as primeiras cidades da história, fundadas pelos sumérios,
13. c
Os camponeses, chamados no antigo Egito de felás, constituíam a maioria da população e tinham uma vida muito difícil. Nas propriedades
1
CADERNO 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
HG.01
1. a
Nas palavras de Marc Bloch, a história “é um esforço para o conhecer melhor: por conseguinte, uma coisa em movimento”. A história
preocupa-se em conhecer o passado e o presente das sociedades
humanas, buscando compreender o papel que homens e mulheres
tiveram e têm na sociedade, pois suas vidas estão sempre em transformação. No trabalho de investigar todos os aspectos da vida humana, o historiador recorre a outras ciências ou disciplinas, como a
arqueologia, a psicologia, a sociologia, o direito, a geografia, a linguística (estudo das línguas), a toponímia (estudo dos nomes) e outras. A pesquisa histórica é, portanto, um trabalho interdisciplinar.
agrícolas eles faziam todo tipo de serviço (arar, plantar, colher, abrir
canais, construir, consertar) e em troca recebiam apenas pequena parte
do que plantavam. Além disso, tinham de pagar um imposto em produto (cereais), que era recolhido aos armazéns do faraó, apropriado pelo
Estado. Os felás trabalhavam também, periodicamente, nas grandes
obras públicas, como abertura de estradas, limpeza de canais, transporte de pedras usadas na construção de túmulos, templos e palácios.
centeio, cevada, além de frutas, linho, algodão e papiro. Na América, a
população estabeleceu-se nos vales de Norte Chico, região do Peru
atual, a cerca de 200 quilômetros de Lima. Por volta de 2627 a.C. foi
fundada ali a cidade de Caral, primeiro centro urbano do continente.
14. Tomando o texto como base, podemos apontar alguns componentes
que se destacam na construção do conhecimento histórico: a própria
relação passado/presente; as mudanças de conceitos, práticas e hábitos; o uso de fontes escritas, iconográficas, orais, eletrônicas, digitais;
as permanências de conceitos e de instituições; a inclusão de conteúdos de outras ciências como apoio à construção do conhecimento
histórico (o que chamamos de interdisciplinaridade).
15. d
O desenvolvimento da agricultura e a criação de rebanhos, que garantiram a sobrevivência da espécie e o estabelecimento de aldeias
e cidades. A produção de excedentes levou ao desenvolvimento das
trocas e estimulou o contato entre os grupos. O poder adquirido
pelos grupos que conseguiam acumular maior quantidade de excedente fez surgir a ideia de propriedade privada, em oposição à ideia
de propriedade coletiva (ou à ausência do conceito de propriedade).
Associado à necessidade de defesa da terra, esse conceito conferiu
à autoridade um novo perfil: força militar e poder econômico, estabelecendo assim o Estado, responsável pelo controle social e pela
defesa da propriedade.
22. b
A escrita egípcia era feita com sinais ou caracteres pictóricos que
representavam imagens de pássaros, insetos, objetos etc. conhecidos como hieróglifos. Nessa escrita, cada sinal representava um
objeto: havia partes do corpo humano, plantas, animais, edifícios,
barcos, utensílios de trabalho, profissões, armas. Os hieróglifos
sofreram, através do tempo, evolução na escrita para o hierático
(variante cursiva, usada para pintar papiros e placas de barro) e mais
tarde sob influência grega para o demótico (forma simplificada e
menos complexa, que inclui alguns sinais gregos).
Atividades extras
23. c
A prática da agricultura nas margens dos rios Tigre e Eufrates só foi
possível graças à construção de grandes canais de irrigação, em razão do solo fértil, porém árido. Unidas pelo trabalho de construir
esses canais, as aldeias agrícolas de Mesopotâmia formaram, por
volta de 3500 a.C., as primeiras grandes cidades-Estado na Baixa
Mesopotâmia: Ur, Uruk, Eridu, Lagash, Nipur.
16. b
A economia de regadio com seu complexo sistema hidráulico de diques, canais, açudes e represas, exigiu um rigoroso controle e centralismo, tanto para garantir a produção, como para coordenar o
grande contingente de mão de obra. Nesse contexto o Estado emergiu como principal elemento controlador, coordenador e proprietário da terra e da produção.
17. e
Há cerca de 12 mil anos, ocorreu a primeira grande revolução feita
pela humanidade: a domes­ticação de animais e o cultivo de plantas,
isto é, o desenvolvimento do pastoreio e da agricultura. Foi a chamada Primeira Revolução Agrícola (ou Revo­lução Neolítica), que marcou o início de um novo período da Pré-História: o Neolítico (Idade
da Pedra Polida ou Nova Idade da Pedra).
24. d
A sociedade do Egito antigo atribuía a condição de deuses e deusas
às forças da natureza — entre as quais o sol, o céu, a terra, as estrelas, o ar, as águas. Havia centenas de divindades que eram associadas a acontecimentos da vida diária, à vida, à morte, aos fenômenos
da natureza. A religião politeísta (adoração de vários deuses) e antropozoomórfica (divindades representadas por seres híbridos, com
uma parte humana e outra animal), assumia diferentes formas, inclusive a adoração de animais. As crenças religiosas estavam na base
de manifestações culturais como a arte, a medicina, a astronomia, a
literatura e o próprio governo do Egito.
18. d
A forte intervenção do Estado nas sociedades hidráulicas caracterizava
uma economia dirigida e centralizada. Para isso, o Estado patrocinava a
construção de grandes obras públicas, como canais de irrigação para as
terras cultivadas e diques, para conter as inundações que causavam
muitos prejuízos. E para resolver os problemas práticos, como registrar
os cereais distribuídos à população, controlar as despesas gerais dos
templos e a arrecadação de tributos, os sumérios inventaram uma forma de registrar, conhecida como escrita cuneiforme. Usavam marcas
em forma de cunha — daí a expressão “escrita cuneiforme” — feitas
com estilete em argila úmida. Através dessa técnica foi escrito o Código
de Hamurábi, o mais antigo código de leis de que se têm notícias.
HG.02
1. e
Os hebreus — povo de origem semita — são considerados antepassados dos judeus, e as principais informações sobre eles estão na
Bíblia (no Antigo Testamento). Fundadores do judaísmo, primeira
grande religião monoteísta (crença em um só Deus — Javé), tiveram
a crença religiosa como o grande fator de união, durante uma trajetória histórica marcada por migrações e perseguições.
19. a
Em regiões do Oriente Próximo (Egito e Mesopo­tâmia), na Ásia
(China e Índia) e na América (Peru e México), formavam-se os primeiros núcleos ou aglomerados de população, vivendo em habitações construídas pelo próprio homem. As primeiras mo­radias
foram erguidas às margens de grandes rios, cujas águas eram usadas para irrigar as plantações, iniciando-se o processo de urbanização.
2. c
No século VIII a.C., época em que os reis hebreus oprimiam o povo
e o luxo dos poderosos contrastava com a pobreza dos camponeses
e pastores, surgiram os profetas. Os profetas eram vistos como mensageiros de Deus, homens escolhidos para transmitir as mensagens
divinas e com capacidade de prever o futuro. O profeta Isaías se
destacou por sua preocupação com a justiça social.
3. F – F – V – F – V
É pelo comércio marítimo que os fenícios mais são lembrados. Seus
negócios baseavam-se na exportação de artesanato e na venda de
produtos das mais diversas regiões do mundo, por meio de uma
bem estruturada rede de portos e rotas que ligavam cidades por
quase toda a orla do Mediterrâneo. No aspecto cultural, o legado
mais importante foi a criação de um alfabeto composto por sinais
gráficos fo­néticos, utilizado e aperfeiçoado por gregos e romanos.
20. c
Há cerca de 3500 anos a.C., os sumérios fundaram as primeiras cidades da Mesopotâmia: Ur, Uruk, Eridu, Lagash, Nipur, às margens dos
rios Tigre e Eufrates, cujas águas serviram para irrigar a terra e praticar
a agricultura e evitar os longos períodos de fome tão comuns naquela
época. No Egito, desde 5000 a.C., os habitantes das aldeias próximas
ao rio Nilo faziam obras de irrigação e cultivam cereais, como trigo,
2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
21. e
As sociedades antigas eram estratificadas e dominadas pela elite, uma
minoria formada por sacerdotes, militares e burocratas do Estado, além
das famílias reais. O trabalho compulsório — em geral na forma de servidão coletiva — predominava na agricultura e na construção de obras
públicas. Eram poucos os traba­lhadores livres. Os camponeses, embora
formalmente livres, eram obrigados a prestar serviços; os escravos
(quase sempre estrangeiros) diferiam dos camponeses por serem
considerados “propriedade” de outrem. Esse tipo de estratificação
da sociedade favoreceu o aumento de produção agrícola, gerando
excedentes, trocados por produtos da pecuária e do artesanato.
4. c
Enquanto a maioria dos povos da Antiguidade acreditava na existência de vários deuses, os hebreus desenvolveram a crença em um
único Deus, Javé ou Jeová, que segundo eles, exigia de seus seguidores a adoração de uma moral bastante rigorosa e por isso diz-se
que os hebreus criaram o monoteísmo ético, que é o ponto de partida para as outras duas religiões monoteístas: o cristianismo (seguidores de Jesus Cristo) e o islamismo (seguidores de Alá).
No início do segundo milênio antes de Cristo, o planalto do Irã — atualmente ocupado pela República Islâmica do Irã — foi habitado por persas e medos, povos de origem indo-europeia. Em 612 a.C., em aliança
com os caldeus, os medos tomaram a cidade de Nínive e determinaram
o fim do Império Assírio. Em 539 a.C., Ciro, líder dos persas, sobrepôs-se ao monarca medo e unificou os dois po­vos, fundando o Império
Persa. Ciro estendeu o domínio persa do rio Indo ao Me­diterrâneo e do
Cáucaso ao oceano Índico. A expansão continuou durante os governos
de seus sucessores: Cambises (que conquistou o Egito, em 525 a.C.) e
Dario I (que viu seu projeto expansionista frustrado com a derrota para
os gregos, nas Guerras Médicas, em 490 a.C.).
12. Soma = 52 (04 + 16 + 32)
(04) Correta. Desde a criação do Estado de Israel, a região converteu-se em um barril de pólvora. Desalojados de suas terras, os
palestinos são o novo “povo sem pátria”. Os combates e os
ataques terroristas deixam claro que uma solução definitiva
para a questão palestina não é fácil.
(16) Correta. O mito sumério de Gilgamesh nos conta os feitos do
rei da cidade de Uruk, Gilgamesh, que parte em uma jornada
de aventuras em busca da imortalidade e nesta busca encontra as duas únicas pessoas imortais: Utanapistim e sua esposa.
Estes contam à Gilgamesh como conquistaram tal sorte. O casal recebeu o dom da imortalidade ao sobreviver ao dilúvio
que consumiu com a raça humana.
(32) Correta. No auge do poder monárquico em Israel deu-se o
reinado glorioso de Salomão, filho de Davi, que construiu
o primeiro templo de Jerusalém.
6. c
De acordo com a tradição, o patriarca hebreu Abraão teria recebido
de Deus a incumbência de levar seu povo para Canaã, território que
depois foi chamado Palestina, região às margens do rio Jordão e
onde hoje se situa o Estado de Israel (judaísmo). O zoroastrismo,
também chamado de masdeísmo, é uma religião fundada na antiga
Pérsia pelo profeta Zaratustra, a quem os gregos chamavam de Zoroastro. É considerada como a primeira manifestação de um monoteísmo ético e, de acordo com os historiadores da religião, algumas
das suas concepções religiosas, como a crença no paraíso, na ressurreição, no juízo final e na vinda de um messias, viriam a influenciar o
judaísmo, o cristianismo e o islamismo (zoroastrismo).
13. Soma = 17 (01 + 16)
O judaísmo defende doutrinas que o distinguem de outras religiões:
a crença monoteísta em um só Deus, Javé e a eleição de Israel como
povo escolhido para receber a revelação da Torá, que seriam os
mandamentos deste Deus. Na visão judaica do mundo, Deus é um
criador ativo no Universo e influencia a sociedade humana, na qual
o judeu é aquele que pertence a uma linhagem com um pacto eterno com este Deus, que prega a ética, a justiça e a defesa dos oprimidos. Um dos elementos fortes da religião judaica refere-se ao surgimento dos profetas, homens de diversas camadas sociais que
pregavam e anunciavam profecias da parte de Deus, os chamados
mensageiros de Deus. Sua pregação, anunciando os castigos da desobediência para com Deus, encontrou eco com a destruição de Israel em 722 a.C. e, posteriormente, com a conquista de Judá pelos
babilônios.
7. Soma = 12 (04 + 08)
(04) Correta. O conhecimento que temos do povo hebreu é parte
de uma tradição religiosa e cultural que se encontra na Bíblia.
Os acontecimentos referentes aos primeiros tempos dos hebreus foram narrados nos cinco primeiros livros da Bíblia (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) chamados
de Torá pelos judeus e de Pentateuco pelos cristãos.
(08) Correta. Por ser uma religião monoteísta, o judaísmo teve
grande influência no cristianismo e no islamismo, religiões
também monoteístas.
14. d
Judaísmo: a salvação se dá na estrita aderência às leis ditadas na
Torá.
Cristianimo: a salvação se dá pelo aceitar Cristo como Senhor e Salvador.
8. b
Foram os fenícios que desenvolveram o alfabeto, sistema de escrita
em que cada sinal corresponde a um som e não a uma ideia ou palavra. A palavra alfabeto é formada a partir das duas primeiras letras do
alfabeto fenício, aleph e beth, que passaram para o grego como alfa e
beta e originaram no latim a palavra alphabetum. Todas as letras do
alfabeto fenício eram consoantes, os gregos acrescentaram-lhes as
vogais. Assim, o alfabeto fenício serviu de base para o grego, que deu
origem ao latino, no qual se baseia o nosso alfabeto.
15. a) Sobre a religião judaica, cuja origem remonta, na Antiguidade,
ao povo hebreu, podemos destacar o monoteísmo, a visão de
salvação atrelada à espera pelo retorno do Messias, ou, ainda, a
ideia de serem o povo eleito por Deus.
b) O quadro retrata a destruição do templo de Jerusalém pelos romanos, quando estes sitiaram e destruíram a cidade de Jerusalém, em
virtude das constantes revoltas dos judeus, descendentes dos hebreus. Esse acontecimento levou à diáspora judaica, ocorrida a
partir do ano de 70 d.C., marcando a história religiosa judaica,
vinculando-a a Jerusalém. Partindo da diáspora, os judeus contam
sua história como a história de um povo sem território, um povo
que teve de fugir de seu lugar por conta da opressão. A Palestina,
região de onde saíram os judeus e lugar onde se encontra a cidade
de Jerusalém, é considerada por eles a “Terra Prometida” (Canaã).
9. e
O dualismo religioso é característico da religiao persa. Aura-Mazda é a
divindade representativa do bem e da sabedoria. Além dele, há o deus
Arimã, representando o mal e o poder das trevas. Esse caráter dualista
do zoroastrismo pode ser melhor compreendido no Zend Avesta, o livro
sagrado dos seguidores de Zoroastro. Aos homens, cabia praticar o
bem e a ge­nerosidade; se estivessem ao lado de Aura-Mazda, seriam
recompensados no dia da vi­tória final dessa divindade.
10. e
Com Dario I, o Império Persa foi dividido em satrapias, unidades
administrativas chefiadas por governadores locais — os sátrapas.
Criou-se o dárico, moeda utilizada como meio de troca em todo o
império. Construiu-se uma rede de estradas e a principal delas
era a Estrada Real, que ligava Susa a Sardes e tinha cerca de
2.400 km de extensão.
16. d
Em 63 a.C. a Palestina passou a ser controlada por Roma. Durante
a dominação romana, grupos nacionalistas judaicos se organizaram
e incitaram revoltas, duramente reprimidas, até serem definitivamente esmagadas no ano 70 da era cristã, quando os judeus foram
expulsos da Palestina, proibidos de retornar àquela região e dispersos pelas províncias romanas. Espalhados pelo mundo, os judeus
passaram a viver em pequenas comunidades. Sem território próprio,
11. b
3
CADERNO 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
5. Soma = 7 (01 + 02 + 04)
(01) Correta. No Egito antigo, cada cidade tinha um deus principal,
para o qual se erguia um templo e através dele se chegava a locais
secretos onde eram realizados os cultos de cerimônias secretas,
das quais somente os faraós e sacerdotes podiam participar.
(02) Correta. Devemos aos mesopotâmios a crença em horóscopos
e os signos do zodíaco, que observavam os astros das torres
dos templos conhecidos como zigurates.
(04) Correta. O Zend Avesta é livro sagrado dos seguidores de
Zoroastro e, segundo essa obra, Aura-Mazda era a divindade
representativa do bem e da sabedoria. Além dele, havia o
deus Arimã, representando o mal e o poder das trevas.
17. Soma = 42 (02 + 08 + 32)
(02) Correta. Os fenícios organiza­ram-se politicamente em cidades-Estado, sendo as mais importantes Ugarit, Biblos, Sídon e
Tiro e sua religião era politeísta, cada deus representando
uma necessidade humana, como a agricultura, a guerra, as
artes e cada cidade tinha seus próprios deuses.
(08) Correta. Apoiada no comércio, a economia permitia certa mobilidade social, embora os grandes empreendimentos comer­
ciais estivessem concentrados nas mãos da elite. Os fenícios
eram hábeis navegadores e a prática do comércio marítimo
dominava a economia desde 1500 a.C.
(32) No norte da África, o controle sobre a matéria-prima, o aumento da produção e, principalmente, a localização privilegiada fizeram com que a importância de Cartago — cujo nome em fenício,
Qart Hadsht, significa “cidade nova” — crescesse rapidamente e
assumisse uma posição de destaque entre as cidades fenícias.
3. a) As cidades-Estado gregas diferenciavam-se do país lendário
pela existência do Estado organizado, com participação dos cidadãos em assembleias (democracia) e de um sistema de leis
para regulamentar as relações sociais.
b) Esparta, estruturada politicamente num modelo oligárquico e
militarista, e Atenas, como modelo democrático. Em ambos os
casos, as cidades vivenciaram diferentes formas de organização
política até se configurarem como modelos das pólis gregas.
c) A democracia grega era direta e participativa, pois todos os cidadãos deveriam participar das assembleias para a deliberação das
questões pertinentes à cidade. A democracia atual é representativa, pois os cidadãos escolhem representantes por meio de processo eleitoral para constituírem parlamentos ou exercerem funções executivas em favor dos interesses da sociedade. Na
democracia grega, o voto era permitido apenas aos cidadãos, excluindo mulheres e estrangeiros, enquanto na democracia atual o
voto é universal.
18. b
A crença em um Deus único e universal se concretizou de fato entre os
hebreus, povo nômade que há milhares de anos disputava com outras tribos do deserto poços de água e terras de pastagem no Oriente Médio.
4. d
Os hilotas eram escravos do Estado cedidos para trabalhar nas casas e nas terras dos cidadãos espartanos. Sabe-se que os hilotas se
revoltavam com frequência.
19. a
O Código de Hamurábi referia-se também à família, tratando de questões como divórcio, o pátrio poder, a adoção, o adultério, o incesto,
por representar o ponto principal da sociedade mesopotâmica.
5. c
A religião teve grande importância na formação da cultura grega. Era
politeísta, com deuses dotados de poderes sobrenaturais e também
de virtudes e defeito s humanos. O conjunto de divindades e mitos
deu origem à mitologia, que tentava explicar a origem do Universo,
dos deuses e dos homens.
20. b
O termo especiaria, a partir dos séculos XIV e XV na Europa, designou
diversos produtos de origem vegetal (flor, fruto, semente, casca, caule,
raiz), de aroma e sabor acentuados. Além de utilizadas na culinária,
com fins de tempero e de conservação de alimentos, as especiarias
eram utilizadas ainda na preparação de óleos, unguentos, cosméticos,
incenso e medicamentos. Embora cada região do planeta possua as
próprias especiarias, na Europa, a partir das Cruzadas, desenvolveu-se
o consumo das variedades oriundas das regiões tropicais, oferecidas
pelo mundo islâmico. Para atender a essa demanda, ampliou-se o
comércio entre o Ocidente e o Oriente, através de várias rotas — terrestres e marítimas — que uniam não apenas a Europa internamente,
mas esta e a China (rota da seda) e as Índias (rota das especiarias).
6. b
II. Sólon (594 a.C.), pretendendo acabar com os problemas internos de Atenas, desencadeou uma série de reformas, como
o fim da escravidão por dívidas, a devolução de terras confiscadas por dívidas, a reforma monetária, a criação do sistema
de pesos e medidas e, principalmente, a nova divisão da sociedade por critérios censitários, para definir a participação política. As reformas pouco alteraram as condições de vida do
povo, que ansiava por mudanças mais profundas.
IV. Nesse sentido, vale lembrar que a democracia grega era
limitada quanto à participação política da população. Toda
e qualquer atuação política era absolutamente restrita aos
atenienses de nascimento, do sexo masculino e maiores
de idade, desde que não fossem escravos. Essa parcela
correspondia a menos de 10% dos atenienses.
21. É o nome dado à dispersão das 12 tribos hebraicas após a destruição do templo de Salomão pelos ocupantes romanos.
22. Segundo o próprio texto: “No novo ambiente sucumbiram rapidamente às influências estrangeiras, fato que teve enorme importância
no processo de fusão entre ideias gregas e orientais. Deve-se principalmente a um judeu helenizado, São Paulo, o remodelamento do
cristianismo de acordo com as doutrinas filosóficas gregas”.
7. b
Para os propósitos de Sólon, quem não se decidisse por uma das partes
em conflito, seria considerado átimos, isto é, perdia os direitos cívicos. Ao
cidadão caberia ser por inteiro, não se esquivando de sua responsabilidade como parte de um todo no momento em que o coletivo dependia de
sua manifestação. Os aristocratas sentiram-se prejudicados, pois consideravam as leis elaboradas por Sólon exageradas.
Atividades extras
23. Uma religião dualista fundamentada na antítese entre Ormuz (bem)
e Arimã (mal).
24. Sim. O fragmento citado caracteriza o livre-arbítrio.
(“… permitia aos homens escolherem entre o bem e o mal”. Mais no
texto: “cada homem devia escolher o lado de um ou outro desses
deuses em guerra a que serviria…”)
8. a
A batalha de Maratona ocorreu em setembro de 490 a.C. Os atenienses e os plateenses, chefiados por Milcíades, iniciaram a ofensiva
contra os persas. Numa planície apertada entre o mar e as montanhas, um contingente de aproximadamente 15 mil gregos avançou
contra os persas, buscando a batalha corpo a corpo. Tamanha foi a
violência dos gregos que os persas tiveram que recuar para seus navios. O exército dos persas voltou para o Oriente. Conta a tradição
que logo após a batalha, um soldado correu até a pólis e deu a notícia da vitória, morrendo em seguida de exaustão. Por isso, a prova
olímpica da maratona homenageia seu sacrifício.
HG.03
1. a
Os gregos alcançaram notável desenvolvimento cultural e artístico.
O século de Péricles (V a.C.) ou século de ouro de Atenas consolidou a
produção cultural anterior que cresceu e tornou-se tão rica e fecunda
que ultrapassou os limites do tempo e o espaço geográfico, influenciando toda a cultura ocidental. Exemplos disso: o teatro, o pensamento
filosófico e científico, as artes plásticas, as Olimpíadas, a democracia.
4
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2. c
No século V a.C. a Grécia foi atacada pelo poderoso Império Persa,
que já dominava várias colônias gregas da Ásia Menor. Para surpresa
dos persas, as cidades gregas deixaram de lado suas divergências e se
uniram contra o inimigo comum. Iniciavam-se, assim, as guerras grego-pérsicas, que se prolongaram de 492 a 449 a.C. e foram vencidas
pelos gregos. Pelo tratado de Susa, os persas reconheciam o domínio
dos gregos no mar Egeu e comprometiam-se a não mais atacá-los.
preservavam sua unidade cultural (língua, religião, costumes etc.) e
mantiveram-se como nação até 1948, quando a ONU criou o Estado de Israel, permitindo o retorno do povo judeu ao antigo território. Porém, esse fato provocou conflitos com os palestinos, populações de origem árabe que havia séculos ocupavam a região — e
essa situação perdura até os dias atuais.
teatrais: a tragédia, que dramatizava o comportamento humano, e a comédia, que criticava os valores sociais.
15. F – F – F – F
Os gregos formavam cidades-Estado e cada uma possuía autonomia
política, econômica e social. Não havia um Estado grego, no sentido
de unidade política. A exemplo de Atenas, a maioria das cidades
gregas adotou inicialmente a monarquia; posteriormente, a oligarquia e, depois, a democracia.
Caio Graco não era grego, e sim romano.
Em Esparta, a guerra era um importante gerador de riquezas: as
populações vencidas eram saqueadas e escravizadas; os escravos
obtidos dessa maneira eram os verdadeiros “motores” da economia
espartana. Somente os espartanos ou esparciatas possuíam cidadania e direitos políticos, ou seja, participavam da democracia.
A principal forma de trabalho utilizado nas cidades-Estado gregas
era o trabalho escravo.
10. c
III. Os hilotas, pertencentes à camada inferior da sociedade espartana, constituíam a maioria da população e eram submetidos
ao trabalho escravo nas propriedades do Estado e dos esparciatas. Descendiam dos antigos habitantes da Lacônia e da Messênia, na época da chegada dos dórios. Também a guerra era um
importante gerador de riquezas: as populações vencidas eram
saqueadas e escravizadas; os escravos obtidos dessa maneira
eram os verdadeiros “motores” da economia espartana.
IV. Nesse contexto, os esparciatas possuíam as melhores terras,
ocupavam cargos políticos e militares e exerciam o poder religioso, pois recebiam treinamento desde muito cedo para isso.
Descendiam dos dórios (fundadores de Esparta) e os únicos
que possuíam cidadania e direitos políticos.
16. F – F – F – F
I. Falso. O laconismo, modo conciso de falar ou de escrever foi
uma das principais características da sociedade espartana,
além da educação militar que recebiam; prejudicava o desenvolvimento do espírito dos espartanos, afastando-os dos ideais democráticos.
II. Falso. O paradoxo da democracia grega não residia propriamente no conceito de democracia, pois a participação política era franqueada a todos os cidadãos. Na verdade, a
questão envolvia o conceito de cidadania, pois nem todos
eram considerados cidadãos, a exemplo dos escravos, dos
estrangeiros, das mulheres e dos homens livres com menos de 18 anos.
III. Falso. O modelo de democracia liberal ocidental nasceu das
revoluções burguesas e do iluminismo.
IV. Falso. Os países do Cone Sul da América Latina, no século XX,
vivenciaram as ditaduras militares, que impunham restrições
às liberdades políticas e civis.
11. b
Um dos símbolos de confraternização entre os gregos eram os Jogos
Olímpicos. A cada quatro anos, os atletas das pólis gregas reuniam-se em Olímpia para competir em honra a Zeus, o deus dos deuses.
Tratava-se de um acontecimento tão importante que as guerras
eram interrompidas na época das competições. No início do verão
do ano em que ocorriam as Olimpíadas, enviavam-se mensageiros
para todas as regiões da Grécia e suas colônias, anunciando um período de trégua e paz.
12. a
As cidades gregas desenvolveram-se a partir do século VIII a.C. O nome
cidade, pólis, indicava um Estado independente, com instituições próprias e autônomas. No geral, a pólis caracterizava-se por três instituições: magistrados, que tomavam conta da administração da cidade em
seus aspectos civis e militares; conselheiros, ou grupo de pessoas que
serviam para aconselhar os magistrados e arbitrar as decisões da assembleia, que era constituída pelos cidadãos reunidos em praça pública: a ágora. Eram cidadãos os homens cujas famílias pertenciam à cidade, sendo difícil conseguir a cidadania de uma pólis. Os escravos não
tinham cidadania e eram submetidos aos cidadãos.
17. a) Durante toda a Antiguidade e Medievo, o mar Mediterrâneo foi
a principal via de ligação entre o que chamamos hoje de Europa,
norte da África, Oriente Médio e Ásia Menor. Navegando pelo
Mediterrâneo, muitos povos dessas regiões puderam fazer comércio e entrar em contato com a cultura uns dos outros.
b) A expansão grega ocorrida no século VII a.C. é conhecida como a
segunda diáspora grega (a primeira diáspora grega havia ocorrido
no século XII a.C., quando da chegada dos dórios à península
Balcânica). Ela ocorreu por causa da desagregação do sistema
gentílico, por sua vez ocasionado pelo crescimento populacional.
Em busca de terras férteis, muitos gregos migraram para áreas
vizinhas da península Balcânica, como o sul da península Itálica,
ilhas do mar Egeu e Ásia Menor.
13. b
Ao longo do período Arcaico (do século VIII a.C. ao século VI
a.C.), muitos gregos deixaram as pólis onde viviam e partiram
para as diversas regiões banhadas pelos mares Mediterrâneo,
Egeu e Negro, onde fundaram colônias. Esse movimento colonizador teve caráter agrícola, pois foi provocado pela escas­sez de
terras férteis na península Balcânica e pelo crescimento demográfico da época da desintegração dos genos. Arruinados pela
partilha da terra e pelo surgimento das grandes propriedades,
os pequenos proprietários iniciaram o movimento. A colonização
grega contribuiu para o desenvolvimento da navegação pelos mares, estimulou o comércio, o artesanato e favoreceu o intercâmbio cultural entre gregos e outros povos.
18. b
I. Os genos, pequenas aldeias, com o passar do tempo deram
origem a centenas de pequenas cidades-Estado, que praticavam agricultura, comércio e artesanato.
II e IV. Ao longo do período Arcaico (do século VIII a.C. ao século VI a.C.),
muitos gregos deixaram as pólis onde viviam e partiram para as
diversas regiões banhadas pelos mares Mediterrâneo, Egeu e
Negro, onde fundaram colônias. Esse movimento colonizador
teve caráter agrícola, pois foi provocado pela escas­sez de terras
férteis na península Balcânica e pelo crescimento demográfico da
época da desintegração dos genos. Por causa disso, cereais passaram a ser importados e para isso eram necessários os comerciantes. Além deles, artesão e armadores também prosperaram.
14. a) Para os gregos antigos, os Jogos Olímpicos possuíam um caráter religioso, pois eram uma homenagem aos deuses, em especial a Zeus (daí o nome, pois, na crença grega, os deuses habitavam o monte Olimpo). Os jogos também serviam para
integrar as pólis, ainda que por um curto período, mas isso
ajudava a enaltecer a identidade helênica. Cabe lembrar que,
durante os jogos, as cidades-Estado que estivessem em guerra
suspendiam o conflito, participavam dos jogos, e somente
após o término destes retomavam os combates.
b) O teatro grego tinha grande relevância quanto à educação do
cidadão. Os gregos foram os criad ores de duas modalidades
19. d
As mulheres, os escravos, os estrangeiros e os homens livres menores de 18 anos não eram considerados cidadãos e, portanto, não
participavam da democracia grega.
20. a
Os sofistas se compunham de grupos de mestres que viajavam de
cidade em cidade realizando aparições públicas, fazendo discursos
para atrair estudantes, de quem cobravam taxas para oferecer-lhes
5
CADERNO 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
9. a) Diferenças: a democracia antiga possibilitava a participação direta do cidadão na tomada das decisões, mas restringia essa
participação a poucas pessoas; a democracia contemporânea é
representativa — e não direta —, a participação tende a ser estendida a todas as pessoas, independente do sexo ou da condição social.
b) Semelhanças: tanto na democracia antiga quanto na contemporânea existe a ideia de que o “povo” é quem deve governar, tornando
aquilo que é público um objeto de controle racional. O critério da
idade também é uma semelhança, pois limita a participação no
processo político nos dois modelos de democracia.
21. c
Cada pólis — nome que os gregos antigos davam às suas cidadesEstado — possuía autonomia política, econômica e social. Não havia
um Estado grego, no sentido de unidade política. Logo, só se fala em
uma civilização grega porque havia semelhanças quanto à língua, à
religião e, em certa medida, aos costumes dos gregos das diversas
cidades.
22. a
A pólis grega ou cidade-Estado é um dos elementos fundamentais
da civilização grega, resultante da conjugação de um conjunto variado de fatores. Ela nasceu de fatores de ordem geográfica, de uma
instabilidade gerada depois da invasão dórica, e da falta de um poder centralizado defensor dos indivíduos, que os levou a unirem-se
em pequenos territórios.
5. a) Tendo o texto como referência, podemos encontrar duas visões
opostas sobre a queda de Roma: na visão dos pagãos, as razões
para a queda estariam nos maus princípios cristãos, enquanto
na visão dos cristãos, as razões para a queda seriam a decadência moral e as práticas pecaminosas dos pagãos. À bem da verdade, um grupo coloca a culpa no outro pela queda, cada um
defendendo o seu próprio ponto de vista.
b) Desde o seu surgimento e nos três séculos seguintes, o cristianismo foi reprimido pelo Império Romano, ora com maior violência,
ora com menor. Os cristãos negavam o caráter divino do imperador e opunham-se à escravidão e ao militarismo. Entretanto, em
sua fase de decadência, o império tornou-se tolerante ao cristianismo (Édito de Milão, em 313) e, posteriormente, o transformou
em religião oficial do império (Édito de Tessalônica, em 380).
Atividades extras
23. Tomando Atenas como exemplo, as mudanças políticas ocorridas ali entre os séculos VI e V a.C. foram acompanhadas por mudanças quanto à
concepção de Exército. A prática da cidadania passou a implicar também
a prática do “soldado cidadão”. Participar da política significava participar
também da defesa da pólis. Por exemplo, o filósofo Sócrates, cidadão
ateniense, foi um grande soldado. É dessa concepção de “soldado cidadão” que se forma a tática de guerra de atacar e se defender numa
massa compacta de soldados, os hoplitas — “infantaria pesada”.
Observação: embora o exercício não esteja caminhando nesse sentido, cabe lembrar que em Esparta a ligação entre cidadão e soldado sempre foi uma característica fundamental.
6. c
Desde o início do século III, uma crise generalizada se abateu sobre
as instituições romanas, que se acentuou com o colapso do escravismo e sua gradual substituição pelo sistema de colonato: pessoas
empobrecidas do campo e das cidades procuravam os grandes proprietários rurais e em troca de proteção passavam a trabalhar em
suas terras como colonos, sem poder deixar o lote recebido, numa
prestação de serviços de vida inteira e hereditária.
24. c
A Eclésia era a principal assembleia popular da democracia ateniense na Grécia Antiga, aberta a todos os cidadãos homens com mais
de dezoito anos. Foi criada por Sólon em 594 a.C. Todas as classes
de cidadãos podiam participar dela. Entretanto, mulheres, escravos,
estrangeiros e homens com menos de 18 anos não eram considerados cidadãos.
7. V – V – F – V – V – V
A terceira alternativa é falsa, pois todo acusado tem direito de se
defender = princípio do contraditório e da ampla defesa.
8. II – a; I – b; IV – c; III – d
Os patrícios representavam a camada social dominante, formada
por grandes proprietários de terras e os plebeus eram homens livres
sem direitos políticos, trabalhavam como camponeses, artesãos ou
comerciantes. Com o fim da monarquia, estabeleceu-se em Roma
uma estrutura político-administrativa mais complexa: a república
(de 509 a.C. até 27 a.C.). Durante o período republicano, consolidou-se o modo de produção escravista e definiu-se o perfil imperialista da civilização romana, que passou a ser controlada por uma
elite patrícia, o Senado (de origem aristocrata, representada por
grandes proprietários de terras), e que passou a agrupar novos elementos, como os cavaleiros (plebeus enriquecidos pelas conquistas
e pelo grande comércio); clientes (indivíduos subordinados às famílias patrícias, cumpridores de diversas obrigações econômicas, morais e religiosas); proletários (plebeus miseráveis, cuja única posse
era uma família numerosa).
HG.04
1. e
Autocracia é uma forma de governo na qual um único homem detém
o poder supremo. Ele tem controle absoluto em todos os níveis de
governo, sem o consentimento dos governados.
2. e
Entre 133 e 121 a.C., tentou-se uma série de reformas, por meio de
leis propostas pelos irmãos Graco. Eleito tribuno da plebe, Tibério
Graco baseou-se em antigas leis romanas que buscavam regulamentar a posse de terras públicas por particu­lares, para elaborar um
projeto de reforma agrária. Sofreu violenta oposição por parte da
aristocracia pa­trícia, responsável pelo seu assassinato, em 132 a.C.
Em 123 a.C., com uma base de apoio político maior que a do irmão,
Caio Graco aplicou a lei de reforma agrária em Cápua e Tarento e
instituiu a Lei Frumen­tária, que determinava o fornecimento de trigo
e pão para a população pobre de Roma a preços reduzidos. Depois
de sofrer violentíssimas perseguições, Caio Graco ordenou a um escravo que o matasse.
9. e
Controlado pela elite patrícia, o Senado passou a ser o órgão de
maior poder político. Formado por 300 membros vitalícios, decidia
questões adminis­trativas, financeiras e militares, além de cuidar das
tradições e da religião. Os magistrados (o cônsul e o pretor) exerciam
o poder executivo. As assembleias populares — curiata e centuriata
— votavam as leis propostas pelo Senado.
3. c
Otávio Augusto criou o Conselho do Imperador, que respondia pela cobrança de impostos; instaurou a Guarda Pretoriana, responsável pela
segurança do imperador e da capital do império; reorganizou o exército, estabelecendo um contingente de 360 mil soldados. No plano externo, reorganizou a administração. Dividiu o império em 54 províncias,
estabeleceu a paz nas fronteiras (a chamada pax romana) e estendeu a
cidadania para cinco milhões de pessoas das diversas regiões sob o
controle romano. Para manter o controle social e ampliar o apoio político, Otávio Augusto distribuía trigo e promovia espetáculos públicos
gratuitos, atitude que ficou conhecida como “política do pão e circo”.
10. d
A fim de serem governadas, as regiões conquistadas passavam para
o controle romano como províncias, e cada uma era adminis­trada
por um procônsul. Mantinha-se certo respeito pela cultura e pelas
tradições dos povos dominados; no entanto, o Estado romano cobrava impostos e escravizava a população.
6
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4. e
Cidadania, na Grécia clássica, pressupunha todas as implicações decorrentes de uma vida em sociedade. Ao longo da história, este conceito
passou a englobar um conjunto de valores sociais que determinam os
deveres e direitos de um cidadão. A filosofia antiga nasceu da necessidade de derrubar o mito para introduzir uma nova forma de analisar e
compreender o mundo e seus fenômenos. O direito evoluiu com as
instituições romanas. Durante a monarquia, as leis baseavam-se em
costumes e tradições transmitidas de forma oral, ou direito consuetudinário, permanecendo assim até o período republicano, quando, por
pressão da plebe, foi criado o Jus Civile, ou direito civil. Posteriormente,
as leis romanas estenderam-se aos povos dominados e seu conjunto,
denominado Jus Gentium, estabeleceu as bases do direito internacional.
educação. O foco central de seus ensinamentos concentrava-se no
logos ou discurso, com foco em estratégias de argumentação. Os
mestres sofistas alegavam que podiam “melhorar” seus discípulos,
ou, em outras palavras, que a “virtude” — espírito crítico — seria
passível de ser ensinada.
A civilização romana tinha bases econômicas, políticas e sociais fundamentadas no escravismo; porém, com a estabilização das fronteiras — pela pax romana — e o fim das guerras de conquistas, foi reduzida a entrada de novos braços para o trabalho. A médio prazo,
isso acarretou escassez de mão de obra e o declínio da produção.
Uma das alterna­tivas encontradas pelos imperadores foi aumentar
impostos nas províncias, provocando revoltas e, consequentemente,
aumentando os gastos militares para a pacificação dessas regiões.
A crise econômica desarticulou o aparelho militar e desestabilizou
politicamente o Estado, as fronteiras tornaram-se frágeis, o que favoreceu o avanço dos germanos, que ficaram conhecidos como “bárbaros”.
17. d
As conquistas de Roma e a expansão pelas terras do Mediterrâneo estimularam o desenvolvimento da escravidão, já que prisioneiros de guerra
eram transformados em escravos e tornavam-se mercadorias. Também
os filhos dos escravos e até mesmo homens livres que se vendiam a um
senhor tornavam-se escravos. O escravo era considerado, pela lei,
um bem de seu senhor, que podia ser vendido, alugado ou morto.
12. b
Além dos patrícios e plebeus, os clientes formavam uma classe intermediária na sociedade romana, e se colocavam sob dependência ou
proteção de famílias patrícias, em troca de prestação de serviços. Os
escravos eram os prisioneiros de guerra que faziam serviços domésticos nas cidades e, no campo, todo o tipo de serviço. Podiam ser
vendidos, torturados e crucificados e também obter a liberdade por
serviços prestados, e assim, exercer cidadania. Era nos comícios romanos que os cidadãos exerciam sua soberania, reunidos em assembleia votavam para aprovar ou rejeitar leis, decidir sobre a paz e
a guerra, e para eleger magistrados — cônsules, questores, edis e
pretores, entre outros — que administravam o Estado. Os juristas
romanos criaram uma série de leis que serviram de base para códigos civis de muitos países, inclusive do Brasil.
A conquista do Mediterrâneo pelos romanos só ocorreu após a vitória contra Cartago, no período republicano.
18. c
Com a diminuição das guerras no interior do Império e a arrecadação de tributos, os habitantes das províncias tiveram mais oportunidades de produzir bens e vendê-los. O resultado foi que as províncias foram se tornando mais ricas que a Itália, e as elites dessas
regiões ficaram mais poderosas. Esse quadro prejudicou a economia
da península Itálica, principal região escravista do império. O fim das
guerras de conquista e a concorrência econômica das províncias afetaram as propriedades escravistas dessa região, pois elas perderam
mercados e mão de obra, acarretando a crise do escravismo.
13. e
As leis romanas foram reunidas por Justiniano, imperador romano
do Oriente, e esse conjunto recebeu o nome de Corpus Juris Civilis,
que serviu de base para os códigos penais da maioria das nações
ocidentais, incluindo o Brasil. Nossos conceitos de justiça e de direitos do indivíduo foram herdados dos romanos.
A organização político-administrativa adotada por Otávio Augusto foi
fundamental para o desenvolvimento alcançado por Roma, que atingiu
seu apogeu. O escravismo desenvolveu-se plenamente, em decorrência
das novas conquistas territoriais e da imensa quantidade de riquezas
que o império passou a receber. Otávio dividiu o império em 54 províncias, estabeleceu a paz nas fronteiras (a chamada pax romana) e estendeu a cidadania para cinco milhões de pessoas das diversas regiões sob
o controle romano. Para manter o controle social e ampliar o apoio
político, distribuía trigo e promovia espetáculos públicos gratuitos, atitude que ficou conhecida como “política do pão e circo”.
19. d
No caso de Atenas, os genos (grande família aristocrática que acreditava descender de um antepassado comum) evoluíram para uma
forma de organização política que ficou conhecida como pólis ou
cidade-Estado, que pode ser definida como uma comunidade de
cidadãos livres que se autogovernavam. Com a expansão, as colônias gregas mantinham laços estreitos com a cidade-mãe, mas eram
independentes e podiam até criar outras colônias. Já de acordo com
a forma de governo, a história de Roma divide-se em três períodos:
monarquia (ou realeza), república e império.
20. a) Semelhanças: Nessas duas sociedades, a escravidão constituiu
a base das relações de produção e das relações sociais. Os escravos eram como instrumentos e mercadoria, sendo-lhes provido o mínimo necessário à sobrevivência. Eram submetidos a
longas jornadas de trabalho, a castigos físicos, que, associados
às diferentes formas de resistência, reduziam a expectativa de
vida. Eram propriedade do seu senhor.
b) Diferenças: A escravidão em Roma estava relacionada a guerras
de conquistas. Os povos conquistados eram escravizados independentemente de sua origem étnica e o escravismo constituía-se como modo de produção. No Brasil, a maioria dos escravos
era negra africana e o tráfico negreiro era um negócio altamente
lucrativo para governos e mercadores na metrópole e na colônia. O tráfico ocorreu em um momento de acumulação primitiva
de capitais (Idade Moderna), importante fase para a consolidação do capitalismo como modo de produção.
14. c
Desde o Alto Império os bárbaros ameaçavam as fronteiras romanas. No início, eles entraram no Império e foram integrados de forma
pacífica, através dos pactos de federação.
O deslocamento dos hunos e dos germânicos desencadeou as chamadas “invasões bárbaras”. O Império Romano do Ocidente, o mais
atingido, esfacelou-se. Em 476 veio o golpe final: um chefe germânico depôs o imperador romano e assumiu o poder com o título de rei
de Roma. A parte oriental do Império, contudo, teria outro destino:
manteve-se como um Estado centralizado por mais de mil anos.
15. Soma = 27 (01 + 02 + 08 + 16)
Durante o Baixo Império, os problemas econômicos e administrativos
e a crise do sistema escravista, contribuíram para a sua ruína. A mão
de obra evoluiu para o colonato, que passou a garantir o processo de
ruralização econômica do império. Ao mesmo tempo, o cristianismo
expandiu-se e desarticulou ainda mais o império, pois seus seguidores combatiam os principais pilares de Roma: o militarismo, o escravismo e o caráter divino do imperador. Convertido ao cristianismo,
Constantino promoveu uma reforma religiosa, com a instituição do
Edito de Milão, que concedia liberdade de culto aos cristãos do império. Fundou a cidade de Constantinopla (atual Istambul), na antiga
colônia grega de Bizâncio. Teodósio tornou o cris­tianismo a religião
oficial do Império, com o Edito de Tessalônica.
21. b
Durante a ditadura, Júlio César acumulou cargos e assumiu poderes quase absolutos. Limitou os poderes do Senado e a influência política dos
patrícios, reorganizou a administração, restabeleceu a paz em Roma,
adotou uma política de favores distribuindo terras aos soldados e forçando os grandes proprietários a dar empregos aos homens livres.
Atividades extras
22. a) Otávio Augusto passou a governar absoluto em 30 a.C., após
derrotar Marco Antônio (Segundo Triunvirato).
A aristocracia conferiu-lhe títulos de príncipe, augusto e pontífice máximo. Otávio enfraqueceu o Senado e a Assembleia, criou
uma nova divisão social, baseada no nascimento, permitiu a
participação de soldados no Senado, criou a política “pão e circo” e estabeleceu a pax romana.
16. c
7
CADERNO 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
11. Soma = 27 (01 + 02 +08 + 16)
A queda do Império Romano Ocidental está relacionada ao fim das guerras de conquista, fato que provocou forte diminuição da entrada de prisioneiros de guerra e, consequentemente, do número de escravos na
península Itálica. Também as grandes propriedades escravistas da Itália
passaram a enfrentar a concorrência das províncias romanas, que aumentaram sua produção e seu comércio, além de fortalecerem seu contingente militar. Ao mesmo tempo, os povos germânicos — chamados
pelos romanos de bárbaros — passaram a pressionar de várias formas as
fronteiras do Império Romano, que reagiu contratando soldados para
cobrir os gastos com a defesa das fronteiras, aumentando os impostos e
provocando alta nos preços, o que fez com que boa parte da população
romana deixasse as cidades e passasse a viver no campo.
6. Soma = 24 (08 + 16)
O reino suevo abrangia terras do norte da península Ibérica; foi conquistado pelos visigodos em 585. O reino franco foi o reino germânico de maior longevidade. Durante a Alta Idade Média, evoluiu da
condição de um pequeno reino para um império que ocuparia vastas extensões da Europa.
b) As invasões bárbaras; o surgimento do cristianismo; o surgimento da
ruralização e do colonato; a crise do escravismo com a pax romana.
23. Tibério Graco apresentou uma ousada proposta de reforma agrária,
causando uma forte reação por parte da aristocracia patrícia, que
mandou assassiná-lo juntamente com muitos de seus seguidores.
Caio Graco, inspirado na concepção de democracia ateniense, procurou transferir as decisões políticas da esfera exclusiva do Senado
para a Assembleia popular. Seu destino, no entanto, não foi muito
diferente do de seu irmão, pois uma nova repressão aristocrática
pôs fim às ideias reformistas, levando-o a cometer suicídio.
24. A exigência dos plebeus para participarem do poder político gerou
diversos confrontos com os patrícios e várias conquistas para os plebeus. Uma delas foi a Lei das Doze Tábuas, que determinava o fim da
escravidão por dívida. Os plebeus queriam evitar que os próprios
romanos se tornassem escravos e perdessem qualquer possibilidade
de participação política.
8. a
Os servos, vinculados à terra, tinham obrigações com o seu senhor
e a Igreja. As principais eram: talha — a parte da produção era entregue ao senhor; corveia — dias de trabalho gratuito prestados no
manso senhorial; capitação — obrigação referente a cada membro
da família do servo; banalidade — obrigação cobrada pelo uso das
instalações do manso senhorial (como a moenda e o forno); albergagem — obrigação de alojar e alimentar o senhor em suas viagens;
tostão de Pedro — pago à Igreja para manter a capela local;
mão-morta — exigência de transferência da gleba do servo falecido
aos seus herdeiros mediante pagamento de um tributo; dízimo —
pagamento de dez por cento da produção à Igreja.
HG.05
1. a
Os germanos ocuparam a Europa ocidental e para lá levaram seus
hábitos, costumes e leis. Entre os séculos V e X o comércio, já decadente desde a crise do Império Romano do Ocidente, declinou ainda
mais, em função dos ataques de sarracenos (árabes), magiares (húngaros) e vikings (nórdicos), o que ficou conhecido como Novas Invasões e as cidades desapareceram ou reduziram suas atividades.
Naquela época, ondas de peste e epidemias atingiram a Europa, a
desnutrição e a falta de higiene facilitaram sua expansão. A doença
era causada por um bacilo que vivia nas pulgas dos ratos que infectavam animais e homens com sua picada e outras pessoas eram
contaminadas ao conviver com os doentes. Os ratos, cheios de pulgas, proliferavam nas valetas e ruas das cidades medievais.
9. e
Até o século X, a Igreja mantinha escolas junto aos mosteiros ou às
catedrais. O ensino era voltado, principalmente, à formação eclesiástica e consistia no estudo de textos religiosos, em latim, como a Bíblia, e os textos dos pensadores cristãos, em especial os de Santo
Agostinho. Durante a Idade Média, a arte europeia foi marcada pela
influência da Igreja católica. Logo, a arte medieval teve uma forte
marca temática: a religião. Pinturas, esculturas, livros, construções e
outras manifestações artísticas eram influenciadas e supervisionadas
pelo clero católico.
2. d
A servidão era o status legal e econômico dos camponeses — servos —
no feudalismo, especialmente no âmbito do sistema econômico da
“senhoria” (direitos feudais sobre a terra). Os servos eram trabalhadores rurais que estavam vinculados à terra, formando a classe social mais baixa da sociedade feudal. À diferença dos escravos, os
servos não eram propriedade de ninguém e não podiam ser vendidos. A servidão implicava o trabalho forçado dos servos nos campos
dos senhores de terras, em troca de proteção e do direito de arrendar terras para subsistência. Além do trabalho na terra, os servos
executavam diversos trabalhos relacionados com agricultura, como
silvicultura, transportes, artesanato, manufatura.
10. d
A base da economia feudal era a agricultura e o pastoreio. As trocas
eram feitas ao modo dos germânicos: produto por produto. Assim,
o comércio entrou em decadência e o uso da moeda tornou-se bastante raro.
11. c
A Igreja possuía o maior número de feudos na Europa e isso reforçava a ideia de que os servos deviam trabalhar enquanto os religiosos
oravam e, apesar de ter sido ela própria a grande incentivadora de
movimentos belicosos, tentou abrandar a violência. Uma das maneiras era o juramento do cavaleiro de defender os fracos e só usar sua
espada em “causas nobres”. A partir do século XII, o cavaleiro deveria passar uma noite de vigília na capela do castelo em oração: ele
está um soldado a serviço de Deus. Foram instituídas a Trégua de
Deus e a Paz de Deus: a primeira proibia combates e torneios aos
domingos e dias santos e a segunda estabelecia um período de suspensão das guerras.
3.e
Comitatus era a relação da sociedade feudal entre o suserano e o
vassalo. Para além de trabalhar nas suas terras, o vassalo servia nas
terras do seu suserano e fornecia-lhe serviço militar em troca de
terras, segurança, compensação e/ou privilégios. Segundo a estrutura do feudalismo, o vassalo de um suserano (por exemplo, de um rei)
poderia por sua vez ser o suserano (por exemplo, um nobre) dos
seus vassalos (como os camponeses do povo).
4. b
Os senhores feudais eram os possuidores ou proprietários de feudos.
Formavam uma aristocracia dominante, sendo originários da nobreza e
do clero. A nobreza se subdividia em duques, condes, barões e marqueses. Os senhores feudais eclesiásticos, vinculados à Igreja romana, pertenciam à alta hierarquia do clero. Eram, geralmente, bispos, arcebispos
e abades. O estamento dos dependentes, incorporando a maioria da
população medieval, cumpunha-se de servos e vilões. Os servos não tinham a propriedade ou posse da terra e estavam vinculados a ela e não
podiam ser vendidos, como se fazia com os escravos. Em número reduzido, havia um outro tipo de trabalhador medieval, o vilão.
12. a) Na fase final do Império Romano, o cristianismo, já institucionalizado na Igreja católica, tornou-se a religião oficial do Império e
sobreviveu à queda de Roma. Isso ocorreu, em parte, porque a
Igreja incorporou alguns rituais e crenças germânicos, ao mesmo
tempo em que foi aceita por importantes governantes desses
povos, entre eles, os francos.
b) Aqui há de se ressaltar a importância da Igreja católica, que
manteve o latim como língua oficial. Além disso, o latim influenciou as línguas germânicas, assim como também recebeu
influência delas. Dessa forma, o latim permaneceu como o
principal idioma falado na região que hoje denominamos de
Europa, e as variações nos modos dos povos de utilizá-lo geraram as línguas latinas, como português, espanhol, italiano,
francês e romeno.
5. c
O primeiro período dinástico dos francos foi o da dinastia merovíngia. O mais destacado rei merovíngio foi Clóvis (480-511), que derrotou e submeteu grande número de reinos e anexou os territórios
conquistados, converteu-se ao cristianismo e tornou-se aliado da
Igreja católica.
8
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
7. c
As relações horizontais vigoravam entre os nobres. Uma das instituições mais importantes do feudalismo era o contrato firmado entre
dois nobres por ocasião da transferência de um domínio territorial
de um para o outro — o doador era o suserano (ou senhor), o outro
era o vassalo. Essa relação era pessoal e direta, poucas vezes registrada oficialmente, não contando com a intervenção do Estado. A
vassalagem não era uma relação de servidão, pois ambos — suserano e vassalo — eram proprie­tários de terras e senhores feudais.
13. a
O feudo era dividido em três partes: manso senhorial, que eram as
terras para uso exclusivo do senhor feudal, onde se erguia o castelo,
o moinho e a igreja; manso servil, que era a área de trabalho dos
camponeses (servos), dividida em pequenas glebas (ou tenências),
de onde saía uma parte do que produziam destinada ao senhor feudal; manso de reserva (ou comunal), região de bosques e pastagens,
destinada à utilização de servos e senhores (com exceção da caça,
privilégio dos senhores).
19. a) De acordo com o texto, num ambiente guerreiro como era o da sociedade feudal, a mulher, “incapaz para o manejo de armas”, tornava-se desprezada, tendo apenas a função de procriação. Além disso,
do ponto de vista bíblico-religioso da Igreja católica, a mulher carregava a culpa por Eva ter jogado a humanidade no pecado original.
b) A sociedade europeia medieval enfrentou sucessivas invasões
que impulsionaram os nobres a se unirem a fim de se protegerem e protegerem suas terras. As construções, como os castelos
e seus grandes muros para a defesa, eram representações de
como a guerra era uma constante. A própria Igreja católica fundamentava os valores dessa sociedade guerreira.
20. a) Unidade de produção agrícola autônoma. Apesar de a organização
política ser pautada pelas relações entre os nobres (suseranos e
vassalos), economicamente os feudos eram autossuficientes: toda
sua produção era destinada a seu próprio consumo.
b) O vassalo deveria jurar fidelidade ao senhor, prezar pela segurança do senhor, assegurar a honra e a integridade de sua família e propriedades.
21. b
A Igreja católica medieval acreditava que a sociedade era composta
por servos de Deus e que cada um devia ter sua função em missão
de servir. Assim como para o catolicismo Deus forma a Santíssima
Trindade (três pessoas em uma só: Pai, Filho e Espírito Santo), a sociedade medieval representava a Trindade na Terra: os que oravam,
membros da Igreja e constituíam o clero; os que lutavam, senhores
feudais e constituíam a nobreza; e os que trabalhavam, que eram os
servos e vilões e constituíam o maior grupo social, os camponeses.
As pessoas que divergiam ou levantavam dúvidas sobre os dogmas
da Igreja passavam a ser consideradas hereges e, a partir do século
XII, começaram a sofrer forte repressão que se tornou maior a partir
da criação do Tribunal do Santo Ofício, a Inquisição, para perseguir
e punir os dissidentes considerados hereges.
15. c
Ao atingir pela fé a grande massa da população eu­ropeia, a Igreja passou a exercer um tipo de poder invisível, abstrato, mas muito influente:
o poder espiritual. O controle ideológico-espiritual contribuiu para a
Igreja se tornar a mais rica instituição medieval. Dona de enormes territórios e grande força econômica, não foi difícil para a Igreja estender o
poder ao plano político. Além de interferir em assuntos internos dos
Estados europeus, ela constituiu seu próprio Estado na península Itálica, na época de Pepino, o Breve (patrimônio de São Pedro — os Estados pontifícios). Logo, detinha também o poder temporal.
Atividades extras
22. e
Para administrar seu imenso império, Carlos Magno dividiu-o em
províncias e entregou sua administração a funcionários de sua confiança: condes, duques e marqueses, em troca de fidelidade, que
eram fiscalizados pelos inspetores reais. Entretanto, com a morte de
Carlos Magno, o Império começou a enfraquecer, pois seus sucessores dividiram suas terras em três partes, o que acarretou enfraquecimento do poder central. Aproveitando-se disso, os condes, duques
e marqueses foram tornando seus cargos vitalícios e aumentando
seu poder local. Nessa época, povos vindos de outros lugares, como
os vikings, atacaram a Europa e, para defender seus territórios, os
reis pediram ajuda aos nobres que, com isso, se fortaleceram ainda
mais. Consolidou-se assim, na Europa, o feudalismo.
16. c
As mulheres desempenhavam funções importantes na sociedade
medieval. As camponesas auxiliavam suas famílias nas tarefas agrícolas cotidianas, enquanto as pertencentes às famílias nobres se
encarregavam da tecelagem e da organização da casa, orientando o
trabalho das servas. Muitas eram artesãs: nos grandes feudos da
Alta Idade Média existiam oficinas de produtos como pentes, cosméticos, sabão e vestuário com mão de obra inteiramente feminina.
Mas todas elas estavam submetidas aos seus pais e maridos. E a
Igreja justificava e favorecia tal dominação, mostrando-se totalmente hostil ao sexo feminino e entendia que a mulher servia para o
casamento, tornando-se responsável pela reprodução biológica da
família. Alguns teólogos chegavam a afirmar que a mulher era a
maior prova da existência do diabo.
23. a) A mulher.
b) O amor cortês vincula-se às cantigas trovadorescas. Retrata uma
forma idealizada de amor, apoiada na expressão de sentimentos
como: sofrimento amoroso constante (relacionado, na maioria das
vezes, ao comprometimento da dama com outro homem), demonstração de paciência para cortejar a dama (apenas a mulher é
objeto do amor), cultivo de submissão e fidelidade à dama.
17. a
A base material do sistema feudal era o feudo, latifúndio senhorial pertencente a membros de um segmento privilegiado da sociedade — a
nobreza, formada pelos senhores feudais. Para proteger seus domínios,
o senhor feudal estabelecia uma relação com outros nobres em troca
de fidelidade. Ao doar a terra, o senhor feudal tornava-se suserano e
garantia a proteção de quem a recebia, que se tornava vassalo. O vassalo podia doar parte das terras recebidas e, dessa forma, tornar-se
também um suserano. Isso enfraqueceu o poder dos reis, que ficou
descentralizado, nas mãos dos senhores feudais.
24. b
Apesar de seu caráter universal e de estar acima dos reis e do imperador, a Igreja católica não era imune a crises. Pelo contrário. Durante
a Idade Média, sua autoridade temporal foi contestada e mesmo negada diversas vezes, como na disputa entre o imperador Henrique IV
e o papa Gregório VII. Essa disputa, conhecida como Querela das
Investiduras, começou porque o papa decidiu extinguir o direito que
tinha o imperador de dar posse (investir) aos bispos do Sacro Império
Romano-Germânico. Iniciada em 1076, a Querela das Investiduras só
terminou em 1122, com a Concordata de Worms.
18. Soma = 14 (02 + 04 + 08)
A Igreja medieval servia-se de todas as formas de difusão e manutenção da filosofia teocêntrica do dogma cristão, inclusive através da educação. Pregava que somente pela fé haveria o conhecimento das verdades eternas reveladas, o que permitiria ao homem pensar e agir
corretamente, possibitando-lhe a comunhão com Deus e a remissão de
seus atos pecaminosos e, portanto, a salvação. Assim, ao atingir pela fé
a grande massa da população europeia, a Igreja passou a exercer um
tipo de poder invi­sível, abstrato, mas muito influente: o poder espiritual.
O controle ideológico-espiritual contribuiu para que a Igreja se tornasse
a mais rica instituição medieval, tornando-se a maior proprietária de
terras da Europa e detentora de grande poder econômico.
HG.06
1. b
No plano interno, a rápida expansão do islã ocorreu pelo crescimento da população árabe, os interesses das elites árabes ligadas à atividade comercial e o preceito religioso da jihad (de acordo com o
9
CADERNO 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
14. c
No reinado de Carlos Magno foram estabelecidas as bases do feudalismo. Com a distribuição das terras conquistadas entre os
guerreiros (formados pela aristocracia), em troca de obrigações e
compromissos (como proteção e fidelidade), o imperador garantiu
laços de dependência entre o poder central e a nobreza. Entretanto, com a crise sucessória estabelecida entre seus herdeiros (seus
netos), a assinatura do Tratado de Verdun estabeleceu a divisão
das possessões carolíngias entre eles, em três partes. Com isso, a
realeza enfraqueceu na mesma proporção em que a nobreza se
fortaleceu. Marcas, condados e ducados tornaram-se here­ditários;
como a posse da terra já era a base da riqueza material, formouse uma poderosa nobreza, que adquiriu grande autonomia econômica e política, concretizando o feudalismo franco.
8. b
Um elemento importante da cultura árabe foram os estudos dos
antigos textos orientais e gregos, principalmente os de Platão e
Aristóteles, traduzidos para o árabe, difundindo a filosofia na Europa Medieval Ocidental.
Corão, significa “esforçar-se no caminho de Deus”, isto é, esforçar-se
para conquistar fiéis. Esse desígnio religioso atendia aos interesses
da classe mercantil árabe, que usou o preceito para instigar a população na luta contra outros povos). No plano externo, os conflitos
entre bizantinos e persas causaram o enfraquecimento do Império
Bizantino, que, por isso, terminou nas mãos dos árabes.
3. a
O Império Bizantino expandia-se apesar das frequentes campanhas
militares que esgotavam os recursos públicos e a submissão da população ao aumento da carga tributária. Nesse contexto, os imperadores de Constantinopla criavam mecanismos para evitar agitações
sociais. Justiniano consolidou uma posição despótica e teocrática,
exercendo o poder político com autoridade também sobre a Igreja,
postura que se chocava com a autoridade do papa. As questões
políticas e religiosas acentuavam o choque entre o imperador de
Constantinopla e o papa, assim como entre o papa e os patriarcas
da Igreja cristã de Constantinopla, até que foi consumando o cisma
do Oriente, primeira grande divisão no seio da cristan­dade. Nasciam
a Igreja cristã ortodoxa grega, com sede em Constantinopla e chefiada
pelo patriarca da cidade, e a Igreja católica apostólica romana,
sediada em Roma e dirigida pelo papa.
10. b
Após a morte de Maomé, seus se­guidores organizaram uma forma de
governo que, em certa medida, se baseava na conduta do profeta: uma
monarquia teocrática. O governo foi entregue aos califas, sucessores do
profeta de Alá e detentores de poder militar, religioso e político. Os
primeiros califas foram escolhidos entre os familiares de Maomé. Com
um Estado fortemente centralizado na figura do califa, os árabes iniciaram uma expansão territorial que é tida como uma das mais rápidas da
história. No período entre 632 e 750, ergueram um império que se
estendia dos limites ocidentais da Índia à península Ibérica.
11. b
A localização da capital bizantina, Constantinopla, na principal rota de
comércio marítimo e terrestre entre a Ásia e a Europa, entre os mares
Negro e Mediterrâneo, colaborou para o desenvolvimento econômico
do Império. Entre os principais artigos comercializados estavam os
perfumes, tecidos de seda e peças de porcelana e de vidro, feitos por
artesãos chineses, árabes, persas, indianos, que eram comprados
por europeus mais ricos. Os bizantinos, intermediários desse comércio também compravam e vendiam trigo, especiarias, vinho e azeite
em lugares como o norte da África, a Grécia e a Síria. Os comerciantes
de Constantinopla exportavam produtos feitos pelos artesãos das
cidades do império, como joias, tecidos e artigos de ouro e marfim.
4. a
O principal legado da civilização bizantina é o Corpus Juris Civilis (ou
Corpo do Direito Civil ou Código de Justiniano), uma compilação de
leis do direito romano que pretendia dar ao Estado um siste­ma jurídico eficiente. Os juristas da Idade Média e da Idade Moderna usaram o código como base para a produção dos códigos civis que,
ainda hoje, vigoram em várias sociedades.
5. V – F – F – F – F
A atividade comercial bizantina estava ligada à posição geográfica
da cidade de Constantinopla, passagem obrigatória para comerciantes que se deslocavam entre o Oriente e a Europa. Artigos de luxo —
como perfumes, ervas e essências aromáticas, especiarias, tecidos
de seda e objetos de porcelana — vindos da Índia, da Pérsia ou da
China eram os mais procurados por mercadores que se mudavam
dos mais diferentes pontos do mun­do para a “porta do Oriente”.
Além desses artigos, produtos da indústria local, como tecidos, joias
e peças de vidro, também eram negociados.
12. b
O poder da expansão do Império Islâmico foi determinado pela força da fé religiosa que, por sua simplicidade, se propagou rapidamente entre os povos submetidos à autoridade dos califas. A relação
entre os árabes e os povos dominados foi marcada pelo respeito e
pelo pragmatismo, e a única imposição era o pagamento ao Estado
islâmico de um “imposto do infiel”. Porém, a dominação nem sempre
foi pacífica, pois muitos povos resistiram à autoridade árabe e acabaram sendo brutalmente subjugados, com uma violência própria
de impérios tirânicos.
6. b
A religião ensinada por Muhammad (traduzido para o português
como Maomé) foi chamada muçulmana (de muslin, “aquele que
crê”), islâmica (de islã, “submissão à vontade de Deus”) ou maometana. Suas ideias básicas refletem influências dos primitivos cultos
árabes, do judaísmo e do cristianismo. O profeta condenou a adoração aos ídolos da Caaba, afirmando que ela deveria ser convertida
em centro de orações a Alá, e propôs a simplicidade nos ensinamentos da fé. Hoje, predomina no Oriente Médio e em vastas regiões da
Ásia e da África e ganha seguidores de maneira impressionante também na Europa, nos Estados Unidos e nas repúblicas da ex-União
Soviética. O Brasil tem cerca de 1,5 milhão de adeptos do islamismo, que frequentam as quase cem mesquitas no país.
13. Soma = 25 (01 + 08 + 16)
Além de mercadorias, as caravanas árabes difundiam ideias, notícias
e formas de comportamento dos diversos lugares por onde passavam. Por estarem em contato constante com povos de diferentes
crenças religiosas — judeus, zoroastristas, pagãos e, mais tarde, cristãos —, os árabes desenvolveram um verdadeiro sincretismo religioso, cujas raízes encontram-se no Livro dos mortos dos egípcios, no
Pentateuco dos hebreus e no Zend Avesta dos persas.
14. Soma = 30 (02 + 04 + 08 + 16)
(02) Justiniano, imperador bizantino, reconquistou boa parte dos
territórios do antigo Império Romano que haviam sido tomadas pelos bárbaros.
(04) Depois da hégira, Muhammad passou a dirigir a comunidade
como líder político e religioso, exercendo poder temporal e
espiritual. Após sua morte, seus se­guidores organizaram uma
forma de governo que, em certa medida, se baseava na conduta do profeta: uma monarquia teocrática. O governo foi entregue aos califas, sucessores do profeta de Alá e detentores de
poder militar, religioso e político.
(08) Na península Ibérica, o domínio árabe estendeu-se até 1492,
quando os reis espanhóis (os “reis católicos”) retomaram a cidade de Granada, o último reduto árabe na região.
7. V – V – V – V – V
A expansão do Império Árabe resultou em uma civilização islâmica,
que integrou valores e culturas dos árabes, que antes de Maomé
eram divididos em mais de 350 tribos e não tinham uma unidade
religiosa (eram politeístas), de diferentes grupos do norte da África e
de diversos outros povos (como persas, turcos e sírios). Essa fusão
foi determinada pelo islamismo, que, por sua simplicidade, se propagou rapidamente entre os povos submetidos à autoridade dos
califas. Além do Corão (ou Alcorão), que significa “leitura” ou “recitação”, existe um outro livro, o Suna, onde estão reunidos os ensinamentos do profeta Maomé, colhidos por seus seguidores. Fissuras
dentro do islamismo contribuíram para minar as estruturas do império e datam do período imediatamente posterior à morte de Maomé.
10
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
9. c
Os ensinamentos do Alcorão apresentam o islamismo como a conclusão
e o aperfeiçoamento do judaísmo e do cristianismo. Os muçulmanos
consideram Jesus e os antigos profetas hebreus como mensageiros de
Deus e valorizam suas mensagens de compaixão e igualdade entre os
seres humanos. Mas, por outro lado, dão testemunho de que Maomé foi
o único profeta de Alá, o único Deus, criador do universo. Esse testemunho, repetido em cada prece, constitui um dos cinco pilares do Islã, os
princípios fundamentais da expansão da fé muçulmana.
2. b
Os imperadores atendiam a muitas reivindicações dos partidos políticos, inclusive religiosas, pois embora fossem considerados representantes divinos na Terra, era difícil governar sem o apoio popular.
(16) Em território europeu, mais precisamente nos territórios do
Império Carolíngio (atual França, Suíça, Bélgica, porção ocidental da Alemanha) e no norte da Itália, construiu-se uma
hierarquia social e política baseada na relação suserania/vassalagem, que daria o perfil estrutural do sistema feudal.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
16. Soma = 60 (04 + 08 + 16 + 32)
(01) Durante o período pré-islâmico, os povos que viveram nas regiões que ficaram conhecidas como “Arábia desértica” e “Arábia feliz”, organizavam-se politicamente por meio da constituição de pequenos reinos e tribos autônomos. Sendo assim, não
houve unidade política entre essas regiões.
(02) Não houve aliança politica entre a aristocracia comercial de Meca
e aqueles que seguiam os ensinamentos religiosos de Maomé.
Esses grupos eram politicamente rivais, principalmente porque os
comerciantes de Meca (que lucravam com a peregrinação dos fiéis
das religiões politeístas do período pré-islâmico) eram contrários
ao monoteísmo islâmico (defendido por Maomé.
17. a
Nas artes, a pintura não alcançou grande desenvolvimento, limitando-se a produção de arabescos para fins decorativos, uma vez que a
religião islâmica proibia a reprodução da figura humana.
18. a
Discussões sobre temas religiosos tornaram-se comuns na sociedade bizantina e facilitaram o surgimento de heresias. Uma importante heresia foi a iconoclastia, que questionava o culto de imagens de
Cristo, da Virgem Maria e de santos. Em 726, o imperador Leão III
determinou o iconoclasmo, isto é, a destruição dos ícones, e passou a perseguir os que desrespeitassem a decisão.
19. b
A Batalha de Poitiers, também conhecida como Batalha de Tours, travou-se entre o exército do reino franco, liderados por Carlos Martel e o exército do califado de Córdoba, liderado por Abd-ar-Rahman, governante de
Córdoba. Esta batalha é citada como sendo o marco do final da expansão muçulmana na Europa medieval. O exército franco postou-se junto a
cidade de Tours, para sua defesa. O ataque muçulmano foi rechaçado,
com a morte de seu comandante, junto à cidade de Poitiers.
20. b
As civilizações bizantina e árabe-muçulmana caracterizaram-se pela forte
centralização política de seus governantes, que assumiam simultaneamente o poder religioso e a autoridade político-militar. O topo da hierarquia de Bizâncio era ocupado pelo imperador (basileu), considerado representante de Deus na Terra e concentrava grandes poderes: sua
autoridade era incontestável. Assim, fazia e suprimia leis, aplicava a justiça, fixava taxas e impostos, comandava exércitos e designava e destituía
o patriarca (autoridade máxima da Igreja no Oriente).
21. a
Maomé, para criar a religião muçulmana, aproveitou a organização social semelhante das tribos nômades e sedentárias que viviam na península Arábica, unidas por laços familiares e seus membros gozavam de
igualdade social. Também, ao entrar em contato com diversos povos,
conheceu o cristianismo, que influenciou na criação do islamismo. Maomé, então, passou a pregar a existência de um único deus: Alá, nome
que já era usado para designar um dos deuses locais. Seus seguidores
passaram a ser conhecidos como muçulmanos, que ocuparam a península Ibérica em 711 e três anos depois já dominavam a maior parte do
território, reconquistado definitivamente pelos portugueses e espanhóis apenas em 1492. Porém, o exército franco de Carlos Martel, na
Batalha de Poitiers, impediu o avanço árabe na Europa.
22. e
Com a morte de Maomé, os califas passaram a chefiar os fiéis, em meio
Atividades extras
23. a
A partir da expansão muçulmana surgiu uma cultura árabe, fruto da combinação dos antigos ensinamentos dos ancestrais semitas com elementos culturais dos povos conquistados (egípcios, mesopotâmicos, persas
etc.) e dos povos que mantinham relações comerciais com os árabes
(gregos, hindus, chineses e outros). Também a ideia de que todo saber
aproxima o fiel de Deus fez os muçulmanos valorizarem os conhecimentos produzidos por outros povos. Assim, baseados em histórias e contos
persas e hindus, produziram contos e narrativas curtas, muitos deles
reunidos na obra mais conhecida no Ocidente, As mil e uma noites, da
qual fazem parte as histórias de Aladim e de Simbad, o marujo.
24. c
Os povos dominados pelos árabes foram tratados com tolerância:
podiam conservar sua língua, seus bens, crenças e costumes desde
que aceitassem a supremacia política do islã e pagassem impostos.
Assim, puderam manter sua identidade cultural.
HG.07
1. a
Inicialmente, as Cruzadas tiveram motivações religiosas, e a grande
massa popular que atendeu ao chamado do papa era motivada pela
fé. No entanto, ao longo de quase dois séculos, somaram-se outros
interesses: da nobreza (sequiosa por conquistar territórios), dos reis
(que pretendiam estender seus domínios para além das fronteiras
de seus reinos) e da burguesia comercial (que via nas Cruzadas uma
interessante alternativa de acesso aos negócios com as cidades do
Oriente). Desse modo, o movimento cruzadista serviu para ocasionar o enfraquecimento do sistema feudal.
2. e
I. Os turcos vinham pressionando o Império Bizantino, pois estavam
dominando regiões estratégicas por onde passavam importantes
rotas de comércio e de onde provinha parte dos soldados de
Bizâncio. A conquista de Jerusalém e a perseguição aos cristãos
forçaram o imperador bizantino a pedir ajuda militar ao Ocidente,
para expulsar invasores, considerados inimigos comuns da fé
cristã: foi o início do movimento cruzadista.
II e III. Os cavaleiros tinham, além da fé, outros motivos para participar das expedições cruzadistas: o gosto pela guerra, a busca
da glória e a possibilidade de fazer fortuna tomando riquezas
dos muçulmanos.
3. e
As abadias medievais assemelham-se a pequenas cidades: tinham
geralmente diversas igrejas, grandes bibliotecas, muitos quartos
para seus moradores, oficinas para a produção e conserto de ferramentas e carroças, estrebarias e cocheiras, cozinhas etc. Propiciaram a formação de cidades na Idade Média. Também o crescimento
da demanda urbana fez aumentar o mercado consumidor; uma parcela da população migrante dedicava-se ao trabalho artesanal e ao
comércio; espaços denominados burgos, onde passaram a viver os
burgueses, foram dedicados a essas atividades. Nascia a burguesia,
vinculada ao artesanato e ao comércio nas cidades.
4. e
As Cruzadas mostraram aos europeus um mundo diferente daquele
a que estavam habituados. No Oriente, tomaram contato com produtos desconhecidos, como o açúcar, o arroz, o damasco, o cetim,
os veludos e as tinturas que, conduzidos aos mercados da Europa,
mostraram-se altamente lucrativos, sobretudo para os italianos, que
passaram a controlar as rotas comerciais do mar Mediterrâneo.
11
CADERNO 1
15. b
O predomínio de grandes propriedades conferiu poderes à classe
dos latifundiários (aristocracia), que, além da riqueza, controlavam
os mais importantes cargos da adminis­tração. Elementos da própria
Igreja, principalmente dos mosteiros católicos, faziam parte da camada de proprietários.
a grandes disputas. Sob os quatro primeiros califas, Abu Bakr, Omar,
Otman e Ali, que governaram de 632 a 661, os árabes dominaram a
Pérsia, a Mesopotâmia, e províncias bizantinas como a Palestina, a Síria
e o Egito. Além disso, começaram a atacar a África do norte, anunciando uma segunda etapa de expansão. Os califas omíadas permaneceram no poder de 661 a 750 e seguiram rumo à Ásia central, ocupando
o Afeganistão, Turquestão e o vale do rio Indo; a oeste incorporaram a
África do norte ao islã. Em 750 os abássidas derrotaram os omíadas e
estabeleceram uma nova dinastia com capital em Bagdá e em 1258 os
mongóis conquistaram Bagdá, pondo fim à dinastia.
5. b
As cidades cresceram em função do comércio. Rotas e cidades ficavam em terras pertencentes à nobreza, que cobrava toda sorte de
tributos e essa situação não interessava à população nem aos comerciantes, cujos negócios eram prejudicados por imposições econômicas e jurídicas, uma vez que a administração das cidades também
estava a cargo da nobreza senhorial. Contra esse estado de coisas, as
cidades iniciaram movimentos cuja meta era libertá-las da tutela senhorial. Esses movimentos de resistência estenderam-se entre o século XI e o século XIII e ficaram conhecidos como movimentos comunais.
Na França, as cidades que se libertaram da tutela senhorial receberam o nome de comunas; em Portugal e na Espanha, con­selhos; na
região da atual Alemanha, cidades livres; na Itália, repúblicas.
– a conservação da cultura greco-romana realizada nos mosteiros medievais;
– as inovações tecnológicas no setor agrário, como o arado de
ferro (charrua), o sistema de rotação de culturas — que elevou
de forma considerável a produtividade agrícola — e também o
uso do cavalo.
b) Podemos indicar duas práticas ou instituições lembradas negativamente na Idade Média:
– a Inquisição e o Tribunal do Santo Ofício, que combatiam, perseguiam e condenavam as chamadas heresias até a morte;
– a existência de uma sociedade estamental, rigidamente hierarquizada, que não permitia flexibilidade social.
15. b
Durante a Idade Média a Igreja católica tornou-se a maior detentora
das terras da Europa, obtidas por meio de doações particulares (os
fiéis faziam acreditando ser recompensados no céu) e de concessões
de reis. Portanto, além da autoridade espiritual, a Igreja também tinha o poder temporal.
7. d
Os reis (suseranos) encontravam nas Cruzadas uma estratégia para
aumentar seu poder pessoal, procurando se destacar como líderes
políticos e militares e era o que pretendiam demonstrar ao sagrar
um cavaleiro (vassalo). A participação dos cavaleiros nas Cruzadas
fez com que a cavalaria assumisse um caráter quase sagrado na sociedade medieval e conscientes da importância conquistada, os nobres guerreiros, então, encontravam no movimento cruzadista a
possibilidade de conquistar terras, riqueza e prestígio, além de impedir a expansão dos muçulmanos pelo Ocidente.
16. d
O movimento cruzadista teve início em 1095, quando o papa Urbano II convocou os cristãos a “arrancar a Terra Santa das mãos da raça
malvada” e prometeu a salvação da alma a todos que participassem
dessa luta. Pretendia a expulsão dos muçulmanos de Jerusalém.
8. As guildas surgiram durante a Baixa Idade Média (século XI) e eram
associações de trabalhadores de cada cidade, cuja finalidade maior
era proteger os negócios dos profissionais a elas associados.
17. d
Na Idade Média, uma parcela da população migrante do campo
para a cidade dedicava-se ao trabalho artesanal e ao comércio;
espaços denominados burgos, onde passaram a viver os burgueses, foram dedicados a essas atividades. Segundo alguns historiadores, o comércio não teria destruído a sociedade feudal,
mas feito parte dela, já que dependia, entre outras coisas, da
produção agrária.
9. d
Durante a Idade Média a relação entre a Igreja católica e a comunidade judaica da Europa foi marcada pela intolerância. Enquanto tentava retomar Jerusalém por meio das Cruzadas, a
Santa Sé promovia sistemáticas perseguições aos judeus, obrigando-os a se afastarem de suas profissões e confiscando seus
bens. A Igreja alegava que os judeus não só negavam a divindade de Jesus Cristo, mas também haviam sido responsáveis por
sua crucificação. Além disso, como muitos judeus eram comerciantes e banqueiros, a Igreja católica os condenava pela prática
da usura (empréstimo de dinheiro com cobrança de juros), proibida pela doutrina da Igreja.
18. a
O objetivo religioso das Cruzadas não foi atingido, pois na metade
do século XIII Jerusalém voltou para as mãos dos muçulmanos. No
entanto, intensificou-se o comércio entre Ocidente e Oriente e entre
as várias regiões da Europa. Os europeus ampliaram sua participação no rico comércio das especiarias e artigos de luxo pelo Mediterrâneo, mar controlado anteriormente pelos muçulmanos.
10. c
A partir do século X, ocorreu na Europa um expressivo crescimento
populacional com o fim das invasões, que provocavam instabilidade.
Aumentou, então, a capacidade de trabalho e diminuiu o número de
mortos em guerras. Com mais tempo disponível para o trabalho,
novas ferramentas e novas técnicas foram desenvolvidas (como o
rodízio de culturas, a ferradura para cavalos, a enxada e o arado de
metal e o moinho de vento). Assim, a maior disponibilidade de alimentos diminuiu a taxa de mortalidade e favoreceu a expansão urbana e muitas cidades foram repovoadas ou fundadas.
19. d
Na Alta Idade Média ocorreu uma acentuada retração das atividades comerciais e artesanais. Em razão disso, houve um processo de
ruralização da sociedade da Europa ocidental, com o predomínio da
agricultura de subsistência, que era praticada por meio de técnicas
simples. Com o revigoramento das cidades medievais, floresceu o
comércio e as estruturas começaram a ser afetadas pela emergência
da burguesia. No aspecto político, o surgimento da burguesia e a
fratura da sociedade estamental foram acompanhados pelo fortalecimento do poder real, permitindo que, na Idade Moderna, surgissem os Estados nacionais.
11. b
O texto está relacionado com as Cruzadas, expedições de caráter
religioso organizadas com o objetivo de retomar Jerusalém — cidade onde Jesus teria morrido — do domínio muçulmano.
20. a) No quadro, podemos identificar o castelo e a igreja como duas
construções arquitetônicas típicas de uma cidade medieval.
b) O castelo está ligado ao senhor feudal, que representa o topo
da hierarquia medieval, enquanto a igreja representa o clero,
ordenador ideológico-cultural do período.
c) Duas atividades econômicas: o comércio e o artesanato.
12. d
As Cruzadas não alcançaram seu objetivo inicial — recuperar a Terra
Santa para os cristãos —, mas contribuíram para estimular o comércio entre o Oriente e o Ocidente, reabrindo o Mediterrâneo e intensificando o renascimento urbano e comercial na Europa.
21. b
As feiras medievais representaram o momento no qual ressurgia o comércio na Europa, a partir do século XI. A Europa saía do feudalismo,
quando as pessoas viviam em territórios limitados e produziam tudo o
que precisavam, sendo que, quando algo faltava, conseguiam por meio
13. a) Podemos destacar duas importantes contribuições da Idade
Média:
12
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
14. b
As Cruzadas deram forte incentivo ao crescimento do comércio: os
europeus entraram em contato com os refinados produtos orientais,
a navegação pelo Mediterrâneo deixou de ser exclusiva dos muçulmanos, que acabaram expulsos, e os mercadores venezianos e genoveses fortaleceram relações comerciais com o Oriente.
6. d
Para o papado, a luta contra os muçulmanos representava uma
oportunidade de submeter o Ocidente à sua liderança, acima de
todos os reinos e senhorios medievais. Ao convocar os cristãos
para a Cruzada, o papa Urbano II assumia a dianteira de um
projeto para toda a cristandade ocidental e uma forma de demonstrar seu prestígio e autoridade junto aos fiéis.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
22. d
Primeira Cruzada foi proclamada em 1095 pelo papa Urbano II com
o objetivo de libertar Jerusalém e a Terra Santa do jugo muçulmano.
Na verdade, não foi um único movimento, mas um conjunto de
ações bélicas de inspiração religiosa, que incluiu quatro episódios
cruzadistas. No plano religioso, a intensificação da intolerância resultou numa série de massacres, não só contra muçulmanos, mas também contra judeus e cristãos ortodoxos do Império Bizantino, além
de perseguições contra cristãos considerados hereges.
Atividades extras
23. a
A Igreja católica medieval acreditava que a sociedade era composta
por servos de Deus e que cada um tinha que cumprir sua missão de
servir. Nesse sentido, a sociedade feudal estava dividida em três
estamentos: aqueles que oravam, os membros da Igreja, constituíam
o clero; aqueles que lutavam, membros da nobreza, os senhores feudais; e aqueles que trabalhavam, os servos, eram os camponeses. A
Igreja reforçava a ideia de que os servos deviam trabalhar enquanto
os religiosos oravam. Portanto, não havia preocupação com a situação de penúria da maior parte dos servos por parte da Igreja.
24. a) Trata-se das Cruzadas, movimento que teve origem em 1095,
quando o papa Urbano II, diante do Concílio de Clermont, lançou um apelo aos cristãos para que libertassem a Terra Santa,
que se encontrava então em poder dos muçulmanos, qualificados pelos cristãos como “infiéis”. O movimento vigorou entre os
séculos XI e XIII e gerou profundas transformações para as sociedades europeia, bizantina e muçulmana.
b) Dentre as motivações de caráter-político religioso para o surgimento das Cruzadas, podem-se citar:
— O princípio da Igreja de defesa e proteção dos lugares santos,
com destaque para a Palestina, onde está o Santo Sepulcro. A proibição de peregrinações dos europeus à Terra Santa, imposta pelos
muçulmanos que controlavam a região, se converteu num fator de
desconforto para a cristandade liderada pelo papado.
— O esforço da Igreja em equacionar as disputas dentro da
sociedade feudal, abalada por um crescimento demográfico
que deixava à margem dos direitos de herança os filhos que
não fossem primogênitos. Esse contingente representavam
um fator permanente de distúrbio, contribuindo para o aumento da insegurança. Com as Cruzadas, a conquista de terras
e butim (pilhagem) no Oriente representavam uma chance de
enriquecimento.
— O desejo do papado em recuperar a unidade cristã abalada
após o cisma do Oriente (1054), uma vez que os soberanos bizantinos, mediante o apoio dos ocidentais contra os islâmicos,
estavam inclinados a reconhecer a autoridade do papa.
— Os interesses das cidades mediterrâneas, particularmente
Gênova, Veneza e Pisa, que vislumbravam nas Cruzadas uma
oportunidade para expandir suas atividades comerciais no
Oriente.
HG.08
1. a
A peste negra, doença conhecida modernamente como peste bubônica,
chegou à Europa em 1347 por meio de um navio genovês vindo do
Oriente e espalhou-se rapidamente pelo continente. A enfermidade era
transmitida pela pulga de ratos contaminados e pelo contato com pessoas infectadas. As péssimas condições de vida e de higiene de boa
parte da população facilitaram a proliferação da doença, que é letal.
Calcula-se que durante o século XIV, a epidemia matou um terço da população europeia (na época estimada em 60 milhões de pessoas).
2. a) O estilo arquitetônico em questão é gótico, com arcos em forma
de ogivas, linhas pontiagudas e muitos vitrais. Trata-se de um
estilo arquitetônico que está em maior conformidade com a urbanização na Baixa Idade Média, em contraposição ao estilo
românico da Alta Idade Média.
b) Em geral, durante a Alta Idade Média europeia, o poder político
universal era exercido pela Igreja católica, enquanto o poder local ficava a cargo dos nobres. Isso demonstra a intensa mistura
entre religiosidade e política. Na Baixa Idade Média, essa situação começa a mudar, mas de forma muito lenta, o que leva a
Igreja a intensificar a vigilância sobre a sociedade. Contudo, é
inquestionável que as mudanças econômicas, sociais e políticas
ocorridas a partir da Baixa Idade Média acabariam por diminuir
paulatinamente o poder político da Igreja.
3. a
Receber usura pelo dinheiro emprestado, além de ser prática injusta
era também considerada pecaminosa.
4. Soma = 15 (01 + 02 + 04 + 08)
(01, 02, 04) Do porto de Constantinopla, os navios que transportavam
mercadorias para a Europa, até Gênova, Veneza e Pisa, levavam também muitos ratos cujas pulgas estavam contaminadas pela doença que hoje é conhecida como peste
bubônica. A peste se espalhou rapidamente pela Europa.
Na mentalidade religiosa da época, as doenças eram vistas
como castigos divinos e assim foi considerada a peste.
(08) Com o aquecimento do comércio surgiram também novas
atividades como, por exemplo, os cambistas (trocavam
moedas) e os banqueiros (guardavam dinheiro, faziam empréstimos, etc). Nessa época, as moedas, que até então
possuíam o exato valor do metal (ouro ou prata), passaram
a ser cunhadas com um valor simbólico e começava a ser
valorizada a posse de moedas, um novo tipo de riqueza.
5. Soma = 49 (01 + 16 + 32)
(01) A exploração excessiva, os elevados preços dos alimentos e a
violência a que eram submetidos, fizeram os trabalhadores deflagrar numerosas revoltas populares, e a mais conhecida é a
Jacquerie, ocorrida em 1358, nos arredores de Paris. Camponeses franceses conduziram esse movimento dirigido contra a nobreza que mudou a postura dos senhores com relação aos servos.
(16) Calcula-se que durante o século XIV, a peste negra matou um
terço da população europeia.
(32) No século XIV, o afrouxamento da servidão contribuía para o
desenvolvimento das atividades urbanas, pois muitos trabalhadores migravam para as cidades, procurando melhores
condições de vida. O crescimento do comércio determinou o
desenvolvimento de uma economia monetária.
6. d
A revolta camponesa em Flandres (1323-1328), também conhecida
como levantamento em Flandres Maritimo, foi uma revolta popular,
das muitas que tiveram lugar na Idade Média europeia. Os senhores
oneravam crescentemente os camponeses, aumentando impostos e
a jornada de trabalho, exigindo o pagamento de rendas e tributos
em moedas, para bancar os custos e despesas militares. Nas cidades, a monopolização das atividades econômicas pelas corporações
de ofícios e grêmios também agravavam a penúria das camadas
pobres e as desigualdades sociais. Era a costumeiramente chamada
superexploração feudal.
7. d
Os navios que transportavam mercadorias de Constantinopla para a
Europa, até Gênova, Veneza e Pisa, levavam também muitos ratos
cujas pulgas estavam contaminadas pela doença que hoje é conhecida como peste bubônica. A peste atingiu mais as cidades que o meio
rural, e matou mais as crianças e os pobres que os adultos e ricos.
Durante o século XIV, ocorreram várias revoltas camponesas, por
causa da superexploração dos servos pelos nobres, que queriam
manter o padrão de vida.
8. Surto de peste bubônica, de origem oriental, que assolou a Europa
e causou a devastação de regiões inteiras, ceifando a vida de quase
um terço do continente.
9. A mortandade causada pela peste desorganizou de tal forma o sistema feudal, uma vez que a fome e as revoltas resultantes dela minaram a estrutura produtiva do feudalismo.
13
CADERNO 1
de trocas. Após um maior contato com o Oriente, de onde os europeus
traziam mercadorias raras e exóticas (cravo, canela, pimenta, seda, porcelana), intensificou-se o comércio e esses produtos começaram a ser
vendidos nas feiras que surgiam nas cidades que renasciam.
10. c
A peste negra não escolhia categoria social e acabou dizimando
uma enorme quantidade de pessoas na Europa medieval — por volta de um terço da população europeia. Nessa época, as doenças
eram vistas como castigo divino. Por exemplo, acreditava-se que a
lepra fosse um castigo que Deus impunha a um pecador — a aparência da pessoa era uma evidência dos seus pecados. Com a peste
negra não foi diferente.
entre filosofia e teologia, que se confundiam constantemente. Predominava o teocentrismo.
18. As principais monarquias envolvidas foram a França e a Inglaterra.
19. a) Os camponeses iniciaram uma série de revoltas, algumas de caráter violento, durante o século XIV, que ficaram popularmente
conhecidas como Jacqueries, ou seja, revoltas camponesas que
se espalharam por toda a Europa. A primeira revolta ocorreu na
Normandia, no norte da França.
b) Com o aparecimento da moeda, como valor de troca, descaracterizava-se aos poucos o modelo feudal, baseado nas trocas por
espécies. Ao nascer um novo padrão de trocas, ao mesmo tempo, nascia uma nova organização econômica e social, o feudo
era substituído pelo burgo e a nobreza pela nova classe social
nascente, a burguesia.
11. b
As explicações do cotidiano, dos fenômenos da natureza, das doenças, das pestes, não eram dadas com base em dados científicos.
Havia a ideia do sobrenatural e as pessoas podiam ser atingidas
tanto de maneira trágica (castigos) como benevolente (milagres).
12. e
O estilo gótico dava às construções maior verticalidade (eram mais
altas que largas), paredes estreitas e arcos em forma de ogivas. Suas
torres eram elevadas e pontiagudas, trabalhadas com detalhes que
embelezavam as obras e as cidades; o interior era mais claro, por
causa das grandes janelas, exaltando a beleza dos vitrais, das estátuas e das pinturas. As obras construídas nesse estilo retratavam os
novos tempos: a paisagem urbana era dotada de elemento religioso
que demonstrava beleza, alegria e leveza, modelagem de um homem que deveria continuar sendo religioso, porém destemido.
21. No século XIV, a crise de retração manifestou-se com peste negra,
Guerra dos Cem Anos e fome. Já no século XV, a crise de desenvolvimento manifestou-se com escassez de metais preciosos, crescimento do mercado consumidor e falta de abastecimento.
13. As causas foram: a mortalidade provocada pelas epidemias, como a peste negra; a ausência de terras, coexistindo com a manutenção do trabalho servil; queda da produção agrícola e, principalmente, aumento da
exploração sobre os trabalhadores rurais e dos impostos. Essas revoltas
camponesas abalaram a estrutura, já fragilizada, do sistema feudal, como
enfraquecimento do poder dos senhores feudais, em nível local, e fim dos
vínculos servis que os prendiam à terra e ao seu senhor.
22. c
Durante duzentos anos, o aumento da produção foi acompanhado pelo
aumento da população. Às vezes, porém, o incremento populacional
era proporcionalmente maior que o da produção, ocasionando escassez de alimentos. A situação foi muitas vezes agravada por problemas
climáticos, que resultavam em anos de péssimas colheitas. Iniciava-se a
grande fome, que levou milhares de pessoas à morte. A desnutrição
contribuiu para a disseminação de epidemias, das quais a mais conhecida foi a “peste negra”, que, durante o século XIV, matou um terço da
população europeia (na época estimada em 60 milhões de pessoas).
Para manter ou conquistar novos territórios não se poupava a guerra.
14. d
A principal consequência da peste negra foi a redução da atividade
econômica e o desabastecimento, tanto no campo quanto na cidade, promovendo miséria. Mesmo depois de a epidemia abrandar,
milhares de europeus continuaram morrendo, atingidos principalmente pela fome. Essa foi uma das causas do enfraquecimento do
sistema feudal.
15. A partir do século XIV, a Europa foi assolada por grandes períodos de
fome. A diminuição da produção agrícola (de alimentos) decorrente
das intensas chuvas (dificuldades naturais e consequente diminuição
da produção) gerou mortes e subnutrição. Consequentemente, a má
alimentação e a falta de higiene em que vivia a maioria da população
(os mais pobres) a atingiam mais rapidamente, apesar de que, ao longo dos séculos XIV e XV, todos foram afetados, senhores, reis e clero.
Esse período, conhecido como a crise do século XIV, também conviveu com a peste negra, trazida do Oriente, espalhou-se pelos reinos
ocidentais e dizimou milhões de europeus.
A peste foi responsável por uma significativa diminuição da população europeia.
Atividades extras
23. a
A insegurança e a instabilidade causadas pelas constantes invasões levaram a população europeia a procurar abrigo e proteção em grandes propriedades rurais, os feudos. O feudo foi a base da economia e do poder
medieval, exercido pelos senhores feudais com as bênçãos da Igreja, que
passaria a exercer o controle ideológico-espiritual sobre todos.
24. Soma = 7 (01 + 02 + 04)
Havia, sim, escolas na Idade Média, nos mosteiros ou junto às catedrais e os professores eram membros do clero que sabiam ler e escrever. Por meio dessas escolas eles influenciavam o conhecimento
e os valores transmitidos de uma geração para outra. Santo Agostinho tentou elaborar uma síntese entre o pensamento clássico de
Platão e as doutrinas defendidas pela Igreja. Suas obras mais importantes foram Confissões e Cidade de Deus. Na primeira, relata a própria
conversão ao cristianismo; na segunda, defende a ideia de que os
homens podem pertencer à cidade de Deus ou à cidade dos descrentes. No século XIV, inaugurou-se um movimento que buscava,
nas obras da Antiguidade clássica, a inspiração para a produção literária iniciadora do Humanismo. Dante Alighieri, autor de A divina
comédia é um dos representantes desse movimento.
16. c
As Cruzadas estimularam o comércio entre o Oriente e o Ocidente,
principalmente pelos portos de Gênova e Veneza, aonde chegavam
mercadorias que eram comercializadas por toda a Europa, nas feiras
regulares estabelecidas em cruzamentos das rotas comerciais percorridas pelos mercadores. Centros urbanos surgiram a partir da expansão dos burgos, aglomerações formadas em torno de abadias e castelos. Além disso, reis e burgueses passaram a investir no ensino em
escolas independentes da Igreja e setores culturais estagnados
durante a Alta Idade Média foram incentivados; a pluralidade de
ideias diversificava o pensamento.
HB.01
1. d
Em 1139, Afonso Henriques, senhor do Condado Portucalense, desafiou os costumes feudais que imperavam na Europa Ocidental:
revoltou-se contra seu suserano (o rei de Leão e Castela) declarando-se rei e continuou a luta contra os muçulmanos estendendo o
território português para as áreas conquistadas. Sentindo-se ainda
ameaçado pelos muçulmanos e o reino de Leão e Castela, o rei português centralizou todos os poderes em suas mãos. Controlou os
17. Soma = 70 (02 + 04 + 64)
A Igreja condenava a usura, que é a prática de emprestar dinheiro
cobrando juros. Dessa forma, ela exerceu grande influência na vida
não só religiosa, mas também econômica dos cristãos da sociedade
feudal. O contexto socioeconômico e religioso influenciou a men­
talidade do homem medieval. Filósofos, literatos, artistas e cientistas
centraram trabalhos em temas religiosos. Era muito tênue o limite
14
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
20. c
No aspecto político, o surgimento da burguesia e a fratura da sociedade feudal estamental foram acompanhados pelo fortalecimento
do poder real, permitindo que, na Idade Moderna, surgissem os Estados nacionais, pois os reis, interessados em recuperar o poder
político perdido desde a Alta Idade Média, impulsionariam o processo de expansão marítima em busca de riquezas.
a fim de eliminar os obstáculos decorrentes da autonomia da nobreza
feudal. Tal processo favoreceu a centralização do poder político, necessária à expansão do comércio em dimensões intercontinentais. Em
Portugal, a aliança rei-burguesia levou à Revolução de Avis (1385),
fator decisivo para a expansão marítima portuguesa.
2.d
Em Portugal, a monarquia concedeu diversos privilégios às pessoas
que atuavam no comércio. Com isso, vários produtos que vinham do
Oriente e mais tarde do continente americano, através das viagens
marítimas, passaram a ser muito valorizados, como pimenta, almíscar, marfim, tecidos de algodão, escravos, ouro e depois pau-brasil,
açúcar, fumo, aguardente e outros. A expansão marítima provocou,
também, profundas mudanças na visão de mundo dos europeus,
que ampliaram seus conhecimentos científicos sobre navegação e as
falsas ideias sobre geografia física e astronomia, por exemplo, foram
afastadas. A ampliação do mundo conhecido contribuiu para aumentar a confiança do ser humano em si mesmo, de interferir nos
acontecimentos e de ir cada vez mais longe.
8. F – V – F – V – V
I. Falsa. Por dois séculos, a dinastia de Avis governou Portugal. O rei
submeteu os nobres rebeldes e tomou medidas beneficiando os
burgueses, muitos dos quais receberam cargos no governo. Parte
da nobreza e setores mais pobres da população defenderam a
independência de Portugal.
III. Falsa. Desde 1385, antes de qualquer outro país europeu,
com a ascensão de d. João I ao trono após a Revolução de
Avis, Portugal já possuía um Estado centralizado, apoiado por
uma burguesia mercantil forte e disposta a investir na expansão, a fim de ampliar suas possi­bilidades de lucros.
3.a
Desde a sua formação, com a independência do Condado Portucalense proclamada por D. Afonso Henriques, Portugal permaneceu sob a
ameaça de Castela, que pretendia anexar o território português. Em
1383, a ameaça tornou-se mais grave, pois com a morte do último rei
da dinastia de Borgonha, Castela tentou anexar Portugal aos seus domínios. Diante disso, a sociedade portuguesa se dividiu entre os favoráveis e os contrários à anexação. A luta foi decidida em 1385, a favor
dos que defendiam a independência de Portugal — mercadores, parte
da nobreza e pelos setores mais pobres da população —, que colocaram no trono o mestre da ordem militar da cidade de Avis, dom João.
O episódio tornou-se conhecido como Revolução de Avis e assim
consolidou-se o poder monárquico em Portugal.
4.e
Com o Renascimento, as transformações ocorridas foram muito evidentes: na cultura, sociedade, economia, política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo e significando
uma ruptura com as estruturas medievais. Entretanto, o Renascimento manifestou-se primeiro na região italiana da Toscana, tendo
como principais centros as cidades de Florença e Siena, de onde se
difundiu para o resto da península Itálica e depois para os outros
países da europa que ainda precisavam se desvencilhar das práticas
feudais, como Áustria, Turquia e Rússia.
5.d
Acreditando na esfericidade da Terra, Colombo argumentava que a
forma mais rápida de se chegar às Índias, a partir da Europa, seria
pelo oceano Atlântico, navegando pelo Ocidente. Diante da recusa
do rei de Portugal de financiar seu projeto, pois continuaram suas
conquistas, contornando a África em um trajeto conhecido como
périplo africano, o genovês se dirigiu aos reis espanhóis e deles conseguiu apoio. Em agosto de 1492, acompanhado por cerca de noventa homens, Colombo deixou o porto de Palos, na Andaluzia, no
comando das caravelas Santa Maria, Pinta e Niña. Navegando sempre em direção a oeste, no dia 12 de outubro do mesmo ano, acreditando ter chegado às Índias, suas embarcações aportaram em um
continente que posteriormente seria chamado de América.
6. a
As viagens de Colombo provocaram desavenças entre os reis de Portugal e da Espanha e ambos afirmavam ter direitos sobre as terras
que fossem descobertas. A questão foi resolvida com a assinatura
do Tratado de Tordesilhas, em 7 de junho de 1494, com o testemunho do papa. O acordo dividia o mundo em dois blocos, a partir de
uma linha imaginária que ficava a 370 léguas a oeste das ilhas de
Cabo Verde. As terras já encontradas ou que viessem a sê-lo a oeste
desse marco pertenceriam à Espanha e as terras a leste, seriam de
Portugal. O Tratado foi ratificado em 1506 pelo papa Júlio II, a pedido do rei de Portugal, dom Manuel I.
7.No contexto da desintegração do feudalismo, está o desenvolvimento
comercial e urbano na Europa ocidental que fez surgir a burguesia,
classe social que, para expandir seus negócios, aliou-se aos soberanos
9. e
A chegada dos portugueses às terras americanas iniciou o contato
entre dois mundos distintos: de um lado, o branco europeu, representando a cultura cristã e ocidental, com o claro propósito de dominar a terra e explorar suas riquezas naturais; de outro, os nativos,
denominados índios. Alguns grupos eram nômades e viviam da caça,
da pesca e da coleta de frutos e raízes; outros já conhe­ciam a agricultura e exploravam a terra, extraindo dela somente o necessário à
subsistência, sem produção excedente, com artesanato utilitário
ainda bastante rudimentar.
10.d
Estima-se que por ocasião da chegada de Colombo, em 1492, viviam
na América cerca de 54 milhões de pessoas, que pertenciam a povos
bem diferentes entre si e dos europeus, não só na aparência ou no
nome, mas também no modo de viver e de pensar. Os europeus, julgando-se superiores aos povos nativos, representando a cultura cristã
e ocidental, tomaram seus territórios e os escravizaram.
11.b
O poema nos remete à expansão marítimo-comercial portuguesa,
através do oceano Atlântico. Apesar da utilização da caravela, do
astrolábio, da bússola, do quadrante e dos portulanos terem trazido
mais segurança às viagens, os navegadores enfrentavam outros problemas, como péssimas condições de alimentação, saúde e higiene,
além de terem de enfrentar o medo do desconhecido oceano, que
muitos até acreditavam ser habitado por monstros.
12.a) O principal fato histórico que explica a diferença entre os dois
mapas é a criação dos Estados nacionais europeus, sendo Portugal o pioneiro desse processo. A unificação política, associada
a outros fatores, possibilitou as grandes navegações, a expansão
marítima e a chegada dos europeus na América.
b) Entre os impactos, podemos citar: fortalecimento do poder monárquico (absolutismo), entrada de metais preciosos e outras riquezas coloniais na Europa, mudança do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico e expansão religiosa do cristianismo.
13.c
Os primeiros países a se lançarem na expansão marítima em busca
de ampliação das atividades e das rotas comerciais foram Portugal e
Espanha. Portugal foi o pioneiro na exploração ultramarina, buscando em outros continentes produtos comercializáveis que pudessem
atender aos interesses econômicos do governo e da burguesia. Após
a expulsão definitiva dos mouros da península Ibérica, a Coroa espanhola resolveu financiar a expedição capitaneada por Cristóvão Colombo, lançando os espanhóis nas conquistas ultramarinas.
14.a
A ascensão da burguesia mercantil beneficiou o comércio marítimo.
Em busca de novos produtos que pudessem ser comercializados,
investia nas grandes viagens marítimas. Além disso, os mercadores
portugueses foram beneficiados por alianças e acordos de interesse
mútuo estabelecido com a Coroa portuguesa, que tinha estabelecido um governo forte e centralizado e exigia muito dinheiro para sustentar as despesas do Estado.
15
CADERNO 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nobres e aproximou-se dos burgueses, dando alguns direitos às cidades e protegendo o comércio. Em meados do século XIII, Portugal
estava completamente formado: a conquista do território terminara
e o país era governado por um rei forte. Nenhum outro monarca
europeu, naquela época, experimentava uma situação igual.
Atividades extras
23.b
Os europeus tinham valores e costumes diferentes dos indígenas e,
por não compreendê-los, julgavam-nos de acordo com seus próprios
referenciais. Assim, viam os índios como “selvagens”, seres entregues a práticas que consideravam más.
16.a
Com a chegada de Vasco da Gama à Índia, em 1498, os portugueses
realizaram seu maior sonho: chegar ao Oriente contornando a África, pelo oceano Atlântico, seguindo viagem pelo oceano Índico. Isso
os desvencilhava do monopólio de árabes e italianos no comércio
com o Oriente e beneficiava as burguesias e monarquias ibéricas,
pois os lucros com a venda dos produtos trazidos pelos navegadores
tornaram-se extraordinários.
24.d
Os europeus acreditavam que os valores de sua cultura, sociedade e
civilização eram os que deveriam ser considerados. Assim, praticavam o eurocentrismo, isto é, enxergavam as culturas não europeias
de forma exótica e entendiam que a humanidade devesse caminhar
para o modelo europeu. Alguns traços sutis deixados pelos europeus, tais como a visão mais comumente vista em mapas que representem o globo terrestre, tendo a Europa no centro e as demais
áreas conhecidas ao seu lado.
17.Soma = 5 (01 + 04)
Para velejar em alto-mar os europeus do século XV enfrentavam
perigos reais e imaginários. No entanto, os portugueses passaram a estudar o legado náutico deixado por grandes povos do
passado e com isso desenvolveram cartas marítimas, criaram e
aperfeiçoaram diversos instrumentos de navegação, como a caravela, a bússola, o quadrante, o astrolábio. Além disso, os novos
estudos sobre cartografia, astronomia, geografia física, possibilitaram que ampliassem sua visão de mundo e afastassem as
ideias falsas que possuíam sobre a Terra e o mar. Assim, aliaram
o conhecimento técnico que desenvolveram ao seu interesse
por lucros e lançaram-se ao oceano, chegando às terras brasileiras no início do século XVI.
HB.02
1.a
Estima-se que, no final do século XV, viviam na América cerca de
50 milhões de pessoas. Elas estavam distribuídas em sociedades
muito diversas entre si e os europeus dizimaram grande parte dessa população, porque tinham armas de ferro e de fogo, espadas e
canhões, além de terem introduzido doenças para as quais os indígenas não tinham resistência, como a varíola e o sarampo. Os europeus sobrepunham seus valores e crenças às dos indígenas, que
não eram compreendidos e com isso, subjugados, escravizados e
exterminados. Atualmente a Constituição estabelece, como princípio, o respeito e a valorização da diversidade cultural e garante aos
povos indígenas o direito de viver conforme seus próprios valores e
tradições.
18.a
Em 1415, dom João I resolveu invadir Ceuta, importante entreposto comercial e militar situado no norte da África. O ataque
tinha por objetivo tirar dos muçulmanos o controle do comércio
nessa região e colocá-lo em mãos portuguesas. Com a conquista
de Ceuta teve início o processo de expansão ultramarina de Portugal.
2.d
Nas vilas litorâneas ou no interior da colônia, o poder local era
exercido pelas Câmaras Munici­pais, cujos membros eram, sem
exceção, pessoas da elite colonial, da aristocracia proprietária
de terras e de escravos. Esses integrantes — conhecidos como
“homens bons” — discutiam sobre os impostos, a execução de
benfeitorias nos limites da vila e o abas­tecimento de seus mercados.
19.a
Ao assinarem o Tratado de Tordesilhas, em 1494, portugueses e espanhóis já haviam definido que se apropriariam das riquezas que
encontrassem nas terras americanas. Assim, sob o patrocínio da
burguesia mercantil, autorização e controle de Portugal e Espanha,
o Brasil, assim como os outros países sul-americanos, foram colonizados, isto é, tiveram sua população nativa e território explorados a
fim de abastecer os mercados europeus.
3.c
Nos primeiros anos de colonização o trabalho dos indígenas era
feito por meio de escambo — palavra que significa troca. Eles
recebiam objetos que apreciavam como pedaços de tecidos, anzóis, espelhos e às vezes facas e canivetes. Em troca, derrubavam as árvores com os machados trazidos pelos conquistadores,
transportavam e armazenavam a madeira em feitorias. Os jesuítas, encarregados da missão de catequizar e educar os indígenas, aprenderam seus costumes e a sua língua. Os nativos convertidos, levados para aldeamentos organizados pelos
missionários, eram evangelizados e introduzidos na cultura cristã ocidental.
20.e
Com dom João I iniciou-se a dinastia de Avis e no período em que os
soberanos dessa dinastia governaram, a nobreza agrária foi obrigada a se submeter aos reis. Estes conseguiram reforçar seu poder,
pois centralizaram a arrecadação de impostos, estimularam a construção de uma frota de guerra e mercantil, além do desenvolvimento
das técnicas de navegação. Tudo isso favoreceu a expansão comercial e marítima portuguesa.
4.c
O trecho do documento citado refere-se ao Regimento de 17 de
dezembro de 1548, de Tomé de Sousa, que trata do estabelecimento do governo-geral no Brasil, das normas jurídicas e da ação do
governo-geral como uma nova forma de administração colonial, que
passaria a apoiar as capitanias hereditárias, promover maior integração entre elas e incrementar a presença da Coroa portuguesa no
Brasil colonial.
21.A singularidade da história política portuguesa a que se refere o
texto diz respeito à prematura centralização monárquica em Portugal (criação do primeiro Estado nacional moderno).
Os fatores que explicam essa singularidade foram a união dos portugueses contra os mouros que ocupavam a península Ibérica e a
concentração de força militar nas mãos da dinastia Borgonha. Com
a expulsão dos mouros, o poder dos soberanos foi fortalecido, permitindo a ampliação do poder administrativo e político que transformou o condado Portucalense (pertencente ao reino de Castela e
Aragão) no primeiro Estado moderno.
5.Soma = 37 (01 + 04 + 32)
O fracasso da maioria das capitanias fez com que a Coroa portuguesa promovesse uma reforma no aparelho político-administrativo da
colônia, criando a figura do governador-geral. Além disso, assumiu
capitanias abandonadas, que foram transformadas em áreas diretamente controladas pelo Estado português. Para facilitar a administração do território colonial, o governador-geral formou uma equipe
de assessores: capitão-mor, responsável pela defesa do território,
provedor-mor, que cuidava das finanças, e ouvidor-mor, que zelava
pela justiça. Tomé de Sousa, primeiro governador-geral, centralizou
a administração em Salvador, uma vila construída na capitania da
22. d
Os portulanos eram mapas náuticos que traziam muitas informações. Entre elas estavam os contornos do litoral, a localização dos
portos, de rotas comerciais, como também a indicação da existência
de povos hostis ou de ocupação estrangeira nos territórios representados. A partir do século XIX, convencionou-se chamar de portulano
toda carta marítima datada até o século XVI.
16
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
15.a) Périplo africano.
b) A conquista da costa do Atlântico, como a ilha da Madeira,
os Açores, Cabo Verde, Senegal e Serra Leoa. E, ainda, possibilitou aos portugueses a abertura da nova rota marítima
para as Índias, em 1498, sob o comando do navegador Vasco da Gama.
Baía de Todos os Santos. As câmaras municipais eram responsáveis
pela tributação e pela execução das leis.
7.b
Os primeiros contatos entre portugueses e índios foram marcados por
um estranhamento mútuo, afinal para ambos o “outro” era o “diferente”.
Supõe-se que indígenas estranharam os rostos barbados dos portugueses, seus corpos cobertos de tecidos e sua fala incompreensível. Os
portugueses também se impressionaram com a nudez dos nativos, seus
rostos decorados com pinturas e hábitos tão diferentes daqueles praticados pelos europeus. Os indígenas começaram a tomar conhecimento
da fé dos portugueses ao assistirem a primeira missa rezada por Frei
Henrique de Coimbra, em um domingo, 26 de abril de 1500. Pela
catequese, os jesuítas tentavam convencer os indígenas a abandonar
suas tradições e a seguirem os costumes dos europeus.
8.b
A economia agrícola que se desenvolveu no Brasil colonial estruturou-se no modelo de plantation, envolvendo latifúndios, que eram grandes
pro­priedades rurais e serviam a duas ne­cessidades básicas: atrair colonos portugueses e atender ao interesse geral da colonização, que era
a produção em grande escala. O monopólio comercial era a obrigação
dos colonos de realizar comércio exclusivamente com os territórios
pertencentes à metrópole, que comprava das colônias produtos por
preços baixos, vendendo-lhes artigos metropolitanos por preços altos.
Os portugueses optaram pelo trabalho escravo, pois o sistema já era
utilizado por eles na ilha da Madeira e no arquipélago dos Aço­res.
Além disso, a burguesia lusitana exercia amplo domínio sobre o mercado de escravos, organizado no litoral da África.
9.Em linhas gerais, as Câmaras Municipais do período colonial inspecionavam o abastecimento de alimentos, participavam da administração da justiça, negociavam os interesses da região junto
ao poder monárquico e administravam os impostos de natureza
local.
10.d
A primeira vila do Brasil, São Vicente, foi fundada somente em 1532
e depois o povoado de Santo André da Borda do Campo — atual
município de Santo André, no estado de São Paulo. Com a fundação
de vilas, principalmente no litoral, a metrópole iniciou o processo de
colonização, combatendo os invasores estrangeiros, procurando
ouro e fazendo o reconhecimento do território.
11.c
D. João III dividiu o território brasileiro em 15 faixas de terras, denominadas capitanias hereditá­rias. Esses territórios foram entregues a
12 donatá­rios, nobres de origem portuguesa, que receberam da Coroa o direito de explorar as capitanias em troca da obrigação de povoar, defender e tornar lucrativas as terras. Esse modelo, que já havia
sido adotado pelos portugueses na exploração das ilhas atlânticas,
previa que os custos iniciais da colonização caberiam aos capitães
donatários, ou seja, o governo português transferia para particulares
os riscos da instalação do sistema colonial, afastando dos cofres do
Estado qualquer responsabilidade ou ônus por eventuais prejuízos.
12.b
O fracasso da maioria das capitanias fez com que a Coroa portuguesa promovesse, em 1548, uma reforma no aparelho político-administrativo da colônia, criando a figura do governador-geral. Assim,
13.As sesmarias eram grandes extensões territoriais (latifúndios) entregues a colonos que possuíssem recursos para o investimento inicial,
o que nem sempre acontecia, pois nem todo colono pos­suía tais recursos, nem comprovava posses. Assim, originou-se a estrutura
latifun­diária do Brasil, uma vez que essas doações apresentavam-se
como alternativas para atrair à distante colônia indivíduos que pudessem viabilizar o projeto colonial e garantir aqui os interesses da
Coroa lusa.
14.Soma = 17 (01 + 16)
O pacto colonial pode ser definido como um conjunto de regras, leis
e normas que as metrópoles impunham às suas colônias durante o
período colonial e tinha como objetivo principal fazer com que as
colônias só comprassem e vendessem produtos de sua metrópole.
Através deste exclusivismo econômico, as metrópoles europeias garantiam seus lucros no comércio bilateral, pois compravam matérias-primas baratas e vendiam produtos manufaturados a preços
elevados. Também a Coroa ibérica, através de acordos com o papado, colocou sob seu controle a administração da Igreja na América.
Desta forma, munida do poder do Tribunal da Inquisição e do direito
da catequese, controlava os colonos e convertia os índios ao cristianismo. Os jesuítas tiveram papel marcante nesse processo.
15.a
O cristianismo chegou ao continente americano com as conquistas
espanhola e portuguesa do século XVI. Os primeiros missionários católicos na América, preocupados com a conversão das populações,
não se importaram com as culturas locais indígenas. Os jesuítas começaram a chegar ao Brasil em 1549 e fundaram colégios junto às aldeias indígenas, onde se dedicavam à catequese. Mais tarde dirigiram-se para o interior, em meio às matas, fundando aldeias cristãs
que reuniam indígenas da região, as missões. Nelas, os nativos eram
cristianizados, submetidos a uma rígida disciplina de orações e trabalho, vivendo separados dos indivíduos considerados pagãos.
16.b
O homem europeu, ao confrontar-se com o “outro” que habitava o
“novo mundo”, não levou em consideração suas diferenças e tratou
de impor sua cultura ocidental, firmando um processo de anulação
do “outro” em sua alteridade. A forma de colonização dos europeus
fez com que se apoderassem das riquezas naturais das colônias e
levou à escravização de sua população. A religião imposta por eles
visava à dominação, à exploração e destruição da alteridade.
17.e
O lucrativo mercado das Índias era mais atraente que as terras do
Brasil, pois aqui, ao contrário do Oriente, não foram encontrados
uma eco­nomia organizada nos moldes capitalistas ou algum produto
de fácil extração e boa aceitação no mercado europeu, que pudesse
gerar lucros para o Estado e para a burguesia metropolitana. A Coroa portuguesa não via nada que justificasse a ocupação de sua possessão americana. Assim, nos primeiros 30 anos, o contato com as
terras brasileiras ficou limitado ao envio de algumas expedições de
reconhecimento e de defesa do litoral e outras com o objetivo de
explorar o pau-brasil, único artigo que poderia ser convertido em
lucros para Portugal.
18.a
As “missões” representaram um processo de substituição, de abandono da cultura indígena, que aos olhos dos jesuítas se resumia a desordens. Além de ensinar a doutrina católica, iniciaram o trabalho de
orientação agrícola aos índios, para que vivessem independentes e
afastados dos colonizadores portugueses e para isso, montaram um
quadro de substituições: nomadismo por sedentarismo; ócio por
17
CADERNO 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
6.b
Sendo colônia de Portugal, o Brasil deveria dar lucros e atender às
necessidades do rei, dos nobres e dos comerciantes da metrópole.
Como aqui não se descobriram riquezas minerais, a Coroa decidiu
tornar o Brasil um grande produtor de cana-de-açúcar, pois o açúcar
apresentava bons preços e consumo excelente na Europa. Além disso, os portugueses possuíam experiência nessa lavoura e o Brasil
apresentava condições favoráveis: muita terra, solo fértil, clima
quente e úmido. No começo, os colonos optaram pela escravização
dos indígenas, que em meados do século XVI já se reduziram muito.
Por esse motivo e pelo interesse da Coroa e dos comerciantes no
rendoso tráfico de escravos africanos, optou-se pela mão de obra
escrava nas lavouras e nos engenhos de cana-de-açúcar do Brasil.
adotou-se um sistema de go­verno centralizado, impondo a submissão dos donatários ao administrador. O governador-geral era um
nobre escolhido pela Coroa incumbido de fazer valer seus interesses
de explorar economicamente o território colonial, aproximando e
am­pliando a participação do Es­tado português em negócios do Brasil. Além disso, a Coroa assumiu capitanias abandonadas a fim de
transformá-las em áreas diretamente controladas pelo Estado português. Além disso, os colonos poderiam comercializar somente com
territórios pertencentes à metrópole.
2. d
Nações inteiras de indígenas desapareceram vitimadas por doenças
introduzidas pelos europeus, como a varíola e o sarampo, para as quais
eles não tinham resistência. Os grupos remanescentes fugiam, migrando para longe da costa, ou reagiam com violência à pressão do colonizador. A introdução da escravidão negra, portanto, tornou-se mais atrativa para o colonizador, pois além de os africanos fazerem todo tipo de
trabalho, não conheciam o território da colônia, o que dificultava as
fugas. Também a opção pelo trabalho africano deveu-se aos altos lucros
que esse comércio proporcionava, tanto aos comerciantes portugueses
da costa da África quanto aos que atuavam no litoral brasileiro.
trabalho; rituais antropofágicos por ritos e festas católicas; nudez por
vestimentas; poligamia por monogamia; pecado por virtudes. O tipo
de habitação usual, as malocas, também deveria ser substituído por
casas que abrigassem uma só família. Os indígenas deviam ser devidamente disciplinados para colaborarem na empresa colonizadora.
19.a
Eram os indígenas que localizavam, cortavam e transportavam o pau-brasil até os navios europeus que vinham buscá-lo. Em troca, recebiam machados, miçangas, facas, foices, espelhos, colares, objetos
úteis a eles. Esse tipo de troca por produto é chamado de escambo.
3. b
O texto refere-se a um aspecto da exploração econômica praticada
pelos holandeses (identificados pela referência à “Cidade Maurícia”,
assim denominada por causa de Maurício de Nassau) durante sua ocupação em Pernambuco. Entretanto, historicamente, há os aspectos
positivos: Recife e Maurícia foram, no século XVII, as cidades mais bonitas e urbanizadas da América, com ruas pavimentadas, pontes, obras
de saneamento, além de jardim botânico, zoológico e museu artístico.
4.a
Os jesuítas fizeram grande oposição à escravização dos indígenas,
embora tenham sido proprietários de escravos africanos. Segundo o
texto, mesmo como escravo, o indígena deveria ser catequizado,
pois um dos objetivos da colonização portuguesa na América era
converter os indígenas ao catolicismo. Dessa forma, a Coroa esperava facilitar a conquista e os jesuítas, difundir os valores cristãos.
21.a) Sim, pois reflete o eurocentrismo característico do início da Idade Moderna em relação às culturas recém-encontradas em outros continentes.
b) De modo geral, a chegada dos portugueses à América trouxe
como resultados negativos para as populações indígenas, a curto e médio prazo, escravização dos nativos, a aculturação em
decorrência da desestruturação dos valores indígenas, sobretudo pela ação da catequese, a dizimação de tribos e o deslocamento de populações para o interior, na medida em que tiveram
suas terras ocupadas pelos colonos.
5. V – F – V – V – V
A participação da mão-de-obra escrava negra foi importante do
ponto de vista econômico porque viabilizou o empreendimento açucareiro em terras distantes de Portugal. Além disso, não se pode
negar a importância da cultura e das religiões das diversas etnias
africanas para a formação da cultura brasileira. O sincretismo afrocatólico dos escravos foi uma realidade que se fundiu com a preservação dos próprios ritos e mitos das religiões africanas: se por um
lado cultuava-se Santo Antônio ou São Jorge, por outro reverenciava-se também Ogum.
22.d
Na metrópole, era comum o rei e os altos funcionários do governo
recorrerem à Igreja e aos ideais religiosos para manter seus poderes
e justificar sua conduta política. Pela lei portuguesa, os súditos da
Coroa na América deviam ser católicos, respeitar as normas da Igreja e obedecer aos sacerdotes. A administração cabia ao governo e
os religiosos eram incumbidos de ensinar a obediência a Deus e ao
rei, defendendo o trono a partir do altar.
6.d
A cultura da cana-de-açúcar foi oficialmente introduzida na América portuguesa em 1532, na capitania de São Vicente, mas foi nos anos posteriores que a produção de açúcar se tornou uma atividade lucrativa.
As maiores regiões produtoras foram Pernambuco e o recôncavo baiano,
no entorno da cidade de Salvador. Em 1542 foi colocado em operação
o primeiro engenho em Pernambuco; quatro décadas depois, já havia ali
66 engenhos. Nessa área há o solo massapé e o clima é bem apropriado
ao cultivo da cana. A localização estratégica da região, menos distante da
Europa e, portanto, mais próxima do mercado consumidor, também foi
fator decisivo para a proliferação dos engenhos de açúcar mais ao norte
da costa brasileira. Durante a administração de Nassau, houve investimentos na produção açucareira e os senhores de engenho puderam
recuperar a produção e renegociar as suas dívidas, o que proporcionou
um significativo aumento na área açucareira.
Atividades extras
23.d
Ao contrário do que afirma a alternativa d, as Câmaras Municipais do
período colonial brasileiro colaboraram para a descentralização administrativa do Brasil. Isso ocorreu porque era nas esferas de controle às
Câmaras Municipais, que questões cotidianas e de administração pública eram decididas. Embora o governo português acompanhasse
as medidas instauradas por esses órgãos, medidas como o recolhimento de impostos, a nomeação de funcionários, a criação de leis, a
averiguação de crimes, a construção de obras publicas etc., poderiam
ser realizadas sem a intervenção direta do governo português.
24. a) As feitorias, constituíam entrepostos comerciais no litoral de áreas
coloniais ou de contatos dos portugueses para captação e armazenamento de produtos obtidos através de trocas com os nativos.
b) Entre os séculos XVI e XVII, predominou no Brasil a lavoura da cana-de-açúcar. O feitor controlava o trabalho dos escravos na lavoura.
7.b
Os jesuítas eram contrários à prática da escravidão indígena. Para eles,
o indígena deveria ser cristianizado e para isso, catequizado. A religião
forneceu a base ideológica da conquista e colonização da América e,
além disso, encobriu com subterfúgios as atrocidades cometidas em
nome da fé. Assim, os jesuítas difundiram os valores cristãos e eles
próprios foram proprietários de escravos africanos.
HB.03
1. e
O domínio espanhol arruinou os cofres portugueses e levou Portugal
a perder importantes áreas coloniais, colocando o país em séria crise
econômico-financeira. Por isso, dom João IV intensificou a exploração
colonial criando um órgão chamado Conselho Ultramarino. Por meio
deste Conselho, o controle sobre a colônia não era apenas econômico,
mas também político: as Câmaras Municipais tiveram seus poderes
diminuídos e passaram a obedecer às ordens do rei e dos governadores. O Estado metropolitano passou a incentivar a busca de
metais, procurando uma alternativa econômica à decadente produção açucareira.
8.d
O sebastianismo foi um movimento místico-secular que ocorreu em
Portugal na segunda metade do século XVI como consequência da
morte do rei dom Sebastião. Por falta de herdeiros, o trono português
terminou nas mãos do rei Filipe II da rama espanhola da casa de Habsburgo. Basicamente é um messianismo adaptado às condições lusas e à
cultura nordestina do Brasil. Traduz uma inconformidade com a situação
política vigente e uma expectativa de salvação, ainda que miraculosa,
através da ressurreição de um morto ilustre. Apesar de o corpo do rei ter
sido removido para Belém, o povo nunca aceitou o fato, divulgando a
18
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
20.b
Com o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Souza, vieram
seis jesuítas, chefiados pelo português Manoel da Nóbrega (1517-1570), com a missão de catequizar os indígenas, isto é, convertê-los
à religião católica. O governo e a Igreja estavam ligados pelo regime
do padroado, um acordo entre o papa e o rei, pelo qual a Coroa
portuguesa devia se esforçar para multiplicar o número de fiéis do
catolicismo nas terras conquistadas, construir e conservar igrejas e
pagar os sacerdotes por seu trabalho religioso. Em contrapartida, a
Coroa portuguesa podia nomear bispos, criar dioceses e recolher o
dízimo que os fiéis davam à Igreja.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
9.a
A introdução da escravidão negra tornou-se mais atrativa para o colonizador, pois além de os africanos fazerem todo tipo de trabalho
nos engenhos de cana-de-açúcar, desde o plantio da cana até a produção do açúcar, faziam também os trabalhos nos centros urbanos.
Também a opção pelo trabalho africano deveu-se aos altos lucros
que esse comércio proporcionava, tanto aos comerciantes portugueses da costa da África quanto aos que atuavam no litoral brasileiro. Para os colonos, uma vantagem adicional da mão-de-obra africana estava no fato de os escravos não conhecerem o território onde
eram explorados e por isso terem mais dificuldades para fugir. Também a compra de africanos de diversas etnias dificultava a comunicação, a solidariedade e a unidade de ação entre eles.
10.Soma = 28 (04 + 08 + 16)
A união das Coroas ibéricas trouxe problemas para os domínios portugueses, uma vez que Portugal herdou os inimigos dos espanhóis, os
holandeses. Em busca de lucros e medidas contra os espanhóis, os holandeses viram-se estimulados a empreender a conquista das zonas de
produção açucareira no Brasil e investiram primeiramente na Bahia,
onde não foram bem sucedidos. Ocuparam, então, uma extensa faixa
litorânea que se estendia dos atuais estados de Alagoas até o Rio Grande
do Norte. Por fim, conquistaram Pernambuco, local de onde partiam os
principais carregamentos de açúcar para o continente europeu.
11.a) Dois fatores explicam a presença de franceses no Brasil. O primeiro deriva de disputas pelo domínio do Novo Mundo (América), em que portugueses e espanhóis praticamente “dividiram” o
mundo entre si.
A existência da chamada França Antártica no Rio de Janeiro insere-se nesse contexto, ou seja, os franceses se interessaram
por uma parte desse território de domínio português, como definia o Tratado de Tordesilhas.
A expedição dos franceses ao Rio de Janeiro foi resultado das
perseguições religiosas que ocorriam na França, nas chamadas
Guerras de Religião, entre católicos e protestantes. O Brasil representava nesse contexto a possibilidade de liberdade religiosa, livre das perseguições no Velho Mundo.
b) A segunda tentativa de invasão do território português na América foi no Maranhão, e a colônia ficou conhecida pelo nome de
França Equinocial. Nesse período, o Brasil fazia parte da União
Ibérica e existiam sérias rivalidades entre a Espanha e a França.
Na breve permanência dos franceses no Maranhão, foi fundada
a atual capital do estado, São Luís.
12.b
No início da colonização, os indígenas foram a principal mão de obra
usada no trabalho de derrubar a floresta, construir casas e engenhos
de cana-de-açúcar, preparar e cultivar a terra etc. Entretanto, os índios reagiam à escravização, seja enfrentando os colonizadores pela
guerra, seja fugindo para lugares longínquos no interior da selva
onde era quase impossível capturá-los. Finalmente, há que se considerar que o contato entre brancos e índios foi desastroso para estes
últimos no tocante à saúde. Os índios não conheciam doenças como
a gripe, o sarampo e a varíola, que os vitimaram às dezenas de milhares, provocando uma verdadeira catástrofe demográfica e foram
substituídos pela mão de obra africana.
13.b
Para garantir o máximo de rendimento e atender ao mercado externo, plantava-se exclusivamente cana, em grande quantidade — monocultura. A lavoura canavieira demandava grandes extensões de
terras: os latifúndios. Ao soberano português cabiam os impostos
pagos pelos colonos e comerciantes e o direito ao monopólio do
comércio com a colônia. O tráfico de escravos africanos era outra
fonte de renda do rei.
14.De acordo com o documento, a partir de meados do século XVII, após o
fim da União Ibérica, o Império Português — bastante reduzido em relação ao que era antes da união com a Espanha — passou a depender
cada vez mais da produção escravista brasileira e do tráfico negreiro.
15.c
Os traficantes europeus estabeleceram-se em feitorias no litoral africano
sob consentimento dos reis e chefes locais que lhes cobravam tributos e
os proibiam ao acesso do interior. Poderosos reinos como Benin, Congo,
Daomé e Ashanti tornaram-se importantes fornecedores de escravos e
na América, os negros eram vendidos por preços cerca de dez vezes superiores a todas as despesas de sua aquisição na África. A opção pelo
trabalho africano nos engenhos, portanto, em parte, deveu-se aos altos
lucros que esse comércio proporcionava, tanto aos comerciantes portugueses da costa da África quanto aos que atuavam no litoral brasileiro.
16.d
A fuga de escravos para o interior do território colonial era frequente. O sonho de liberdade e o desejo de desvincular-se da condição de escravo levaram os negros a abandonar os latifúndios, em grupos ou individualmente.
Muitos que conseguiam esse feito juntavam-se em comunidades distantes
da zona canavieira, em locais estrategicamente seguros, onde iniciavam
uma nova vida. Dessa forma, nasceram os quilombos — comuni­dades que
foram a maior e mais expressiva forma de resistência dos africanos. O Quilombo dos Palmares foi um dos principais.
17. a
A sociedade colonial era complexa. Os latifundiários tinham autoridade
para criar leis, cobrar impostos e impor o modelo de educação ministrado nas vilas; a multidão de negros que vivia amontoada nas senzalas gerava com o esforço do trabalho a riqueza exportada. Para manter a segurança e a prosperidade dos ricos proprietários, formavam-se pequenos
grupos de trabalhadores livres, como o feitor, os capitães do mato, os
mestres de açúcar. Entre os homens livres, havia os arrendatários de terras. A postura autoritária dos senhores era a expressão direta do patriarcalismo que caracterizou a socie­dade colonial. Nesse modelo, a mulher
sempre foi apresentada em posição de obediência, confinamento e subordinação, que em muitas situações chegava à humilhação. O mando
era todo do senhor e, em sua ausência, do filho mais velho.
18.e
Durante os 60 anos que durou a União Ibérica, os funcionários do
governo lusitano e o idioma oficial, o português, permaneceram. Os
costumes pouco mudaram, a administração do Império Espanhol e
do Português continuou separada e Portugal manteve certa soberania, como a manutenção do monopólio da economia colonial pelos
comerciantes lusos. Entretanto, a União Ibérica trouxe problemas
para os domínios portugueses, uma vez que Portugal herdou os inimigos da Espanha. Dentre os adversários estava a Holanda, em
guerra com a Espanha para ter reconhecida sua independência.
A União Ibérica rompera, além disso, os laços comerciais entre portugueses e holandeses. Dessa forma, em busca de lucros e de medidas contra os espanhóis, os holandeses viram-se estimulados a empreender a conquista das zonas de produção açucareira no Brasil.
19.e
As chamadas “companhias de emboscadas” eram pequenos grupos
de dez a quarenta homens, com alta mobilidade, que atacavam de
surpresa os holandeses e se retiravam em velocidade, reagrupando-se
para novos combates. Entretanto, com o tempo, alguns senhores de
engenho de cana-de-açúcar aceitaram a administração da Companhia
das Índias Ocidentais por entenderem que uma injeção de capital e
uma administração mais liberal auxiliariam o desenvolvimento dos
seus negócios. O seu melhor representante foi Domingos Fernandes
Calabar, considerado historiograficamente como um traidor ao apoiar
as forças de ocupação e a administração holandesa.
20. Soma = 28 (04 + 08 + 16)
Nos latifúndios produtores de cana-de-açúcar do Nordeste predominava o mando do senhor de terras e de escravos. Os senhores também detinham poder na sociedade colonial, pois eram membros da
aristocracia que controlavam as Câmaras Municipais. Os latifundiários tinham, portanto, autoridade para criar leis, cobrar impostos e
impor o modelo de educação ministrado nas vilas. Além da casa-grande, onde residia o senhor de engenho e sua família, havia a senzala, a capela, o canavial e o engenho, que possuíam moendas movidas
pela força da água e moíam uma quantidade maior de cana e recebiam
o nome de engenho real. Os que utilizavam a força de bois e mulas
eram menores e mais baratos, conhecidos como trapiches.
19
CADERNO 1
lenda de que o rei se encontrava ainda vivo, apenas esperando o momento certo para volver ao trono e afastar o domínio estrangeiro.
21. Soma = 5 (01 + 04)
Os senhores de engenho desfrutavam de status social semelhante ao da nobreza em Portugal. Eles controlavam a vida política da região, ocupavam cargos nas câmaras municipais e
seus filhos e parentes detinham importantes postos públicos.
Além disso, mantinham sob seu controle uma ampla rede de
dependentes e tinham autoridade absoluta sobre as pessoas
que viviam dentro dos engenhos. A estrutura familiar era de
tipo patriarcal, pois o senhor de engenho era o homem mais
velho e a família era constituída por todos os parentes, incluindo-se aí genros e noras, alguns agregados, afilhados e demais
dependentes. Filhas ou esposas, as mulheres deviam ser submissas aos pais e maridos. Cabia a elas cuidar da educação
das crianças, costurar e supervisionar os escravos domésticos.
b) Extração das drogas do sertão, pecuária e movimentos das Bandeiras.
c) A Coroa privilegiou seus aliados, conferindo-lhes sempre extensas porções de terras, o que caracterizou a concentração destas
nas mãos desses privilegiados, que se tornaram latifundiários.
22.a
O monarca espanhol, Filipe II, conta­va com o apoio da nobreza e da
burguesia lusitanas, interessadas nos ricos domínios coloniais espanhóis na América. Com Filipe II ocupando o trono lusitano, Portugal
entrou em guerra contra os holandeses, encerrando uma amizade
secular que pôs em risco o Império colonial Português. Os comerciantes holandeses, para continuar lucrando com a distribuição de
produtos coloniais, resolveram conquistar as terras pertencentes às
potências ibéricas, ricas em especiarias e outros produtos valorizados na época, como açúcar e escravos.
5.No período colonial, a interiorização do território brasileiro se fez, entre outros fatores, por meio da pecuária e da extração das “drogas do
sertão”. A pecuária, tanto no Nordeste, quanto no Sul, destinava-se ao
abastecimento do mercado interno. A extração das especiarias na
floresta amazônica destinou-se ao mercado europeu, gerando vultosos lucros para a Companhia de Jesus — que controlava a extração,
para os comerciantes e, consequentemente, para a metrópole lusa.
6.c
A expansão da fronteira estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas foi
legitimada com a ocupação populacional de Minas Gerais, Mato
Grosso e Goiás, como resultado da exploração do ouro e de diamantes. Com isso, parte das missões jesuíticas foi destruída porque interessava aos portugueses o trabalho escravo dos negros africanos
nas regiões mineradoras.
Atividades extras
23. b
Os portugueses, desde cedo, interessaram-se pelo comércio de
escravos que os muçulmanos faziam, que se mostrava uma atividade lucrativa. De início, esse tráfico era feito visando ao mercado europeu. Entretanto, o crescimento da produção e do consumo do açúcar de cana no Ocidente criou uma grande demanda
de mão de obra nos engenhos das colônias tropicais exploradas
pelos europeus. A procura por escravos africanos então cresceu e
os portugueses montaram uma estrutura de comercialização de
seres humanos nunca antes vista.
7.e
Em 1750, pelo Tratado de Madri, a Espanha reconheceu o direito
sobre as regiões ocupadas por Portugal e cedeu àquele país a posse
da área de Sete Povos das Missões, nos limites atuais do Rio Grande
do Sul. Em 1777, portugueses e espanhóis voltavam à mesa de
nego­ciações para discutir os limites dos seus territórios ao sul do
continente americano e, pelo Tratado de Santo Ildefonso, assinado
naquele ano, Portugal recebeu a ilha de Santa Catarina e a área
correspondente ao Rio Grande do Sul; em troca, entregou à Espanha a região dos Sete Povos das Missões.
24. c
O governo português exerceu um rígido controle sobre os donatários
que exploraram economicamente as capitanias hereditárias, fundadas
no Brasil colonial. Esse controle tinha como objetivo guiar a exploração
de pau-brasil e de produção açucareira e garantir que os interesses
econômicos e políticos da metrópole seriam assegurados. Neste contexto, os donatários eram impedidos de comercializarem parte de suas
terras a terceiros. Como afirma a alternativa d, o povoamento das capitanias só podia ser feito por meio da doação de sesmarias.
8. a
As expedições que desciam e subiam os rios ficaram conhecidas
como monções. De início, as monções ficaram restritas aos rios próximos à vila de São Paulo, como o Tietê. Mas, após a Guerra dos
Emboabas, os bandeirantes lançaram-se por rios mais distantes,
como o rio Cuiabá, no Mato Grosso, onde encontraram ouro.
HB.04
1.c
Durante o domínio holandês no Nordeste, quando muitas capitanias
ficaram sem receber escravos africanos, os bandeirantes intensificaram
a “caça aos indígenas”, estendendo essa atividade ao longo do século
XVII. Com a expulsão dos holandeses das possessões portuguesas na
África, o tráfico negreiro foi normalizado e o escravo indígena deixou de
ter tanto valor. Os bandeirantes passaram, então, a ser contratados por
fazendeiros para combater indígenas rebeldes e destruir redutos de
negros fugitivos. A partir de 1660, então, a atenção dos bandeirantes
voltou-se para a procura do ouro, prata e pedras preciosas.
9. d
A criação de gado foi atividade importante para o povoamento dos
sertões do Nordeste e das campinas do Sul do Brasil, contribuindo
muito para a consolidação do território colonial. No Nordeste, o gado
servia para mover a moenda dos engenhos, transportar cana e era
criado em áreas vizinhas às dos engenhos. Aos poucos os rebanhos
foram penetrando o interior, pois o gado tinha a vantagem de locomover-se sozinho, sobreviver em regiões áridas, exigir pouca mão de
obra e fornecer alimentação nutritiva, além do couro. No Sul, como a
área de pasto era de excelente qualidade, em pouco tempo o número
de mulas, cavalos, bois e vacas cresceu rapidamente. Atraídos por
imensos rebanhos sem dono, moradores de São Paulo, Desterro e
Laguna iniciaram a ocupação das campinas do Sul.
2.c
Entre os vários acordos assinados entre portugueses e espanhóis, o
mais impor­tante foi o Tratado de Madri, de 1750. Portugal, representado pelo diplomata Alexandre Gusmão, utilizou o princípio do
uti possidetis — “tem direito à posse quem ocupa de fato” — para
garantir a posse das áreas ocupadas por colonos portugueses desde
o século XVII. Por esse tratado, a Espanha reconheceu o direito português sobre as regiões ocupadas e cedeu a Portugal a posse da
área de Sete Povos das Missões, nos limites atuais do Rio Grande do
Sul. Em con­trapartida, Portugal desfez-se da região onde estava instalada a colônia do Sacramento, no rio da Prata.
10.a
Os guaranis não aceitaram a idéia de se mudar das terras em que viviam,
conforme determinava o Tratado de Madri. Por isso, pegaram em armas
contra soldados portugueses e espanhóis, dando início à Guerra Guaranítica, que se estendeu de 1752 a 1757, resultando em um verdadeiro
massacre cometido por forças portuguesas e espanholas contra os indígenas. Isso obrigou Portugal e Espanha a fazerem novos acordos.
11.A princípio, a ocupação das terras de São Paulo de Piratininga pelos
vicentinos não ocasionou conflitos com as populações nativas locais,
até que estas começaram a ser aprisionadas por aqueles, e utilizadas
3.a) Houve uma significativa interiorização da colônia, uma vez que a
colonização, até então, se restringia ao litoral.
20
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4.c
As maiores expedições particulares, organizadas por proprietários
rurais, comerciantes, donos de minas, as Bandeiras, levavam meses
para serem organizadas e seus integrantes, que podiam chegar a
centenas e serviriam de mão de obra, eram das mais variadas origens: portugueses, paulistas, índios escravizados, mamelucos — descendentes de índios e europeus —, e às vezes mulheres, que podiam
ser exploradas sexualmente e geralmente de origem indígena.
num conjunto de povoações chamadas mocambos — de mukambo,
em quimbundo, língua do grupo banto falada em Angola, que quer
dizer “esconderijo”. Para sobrevier plantavam milho, feijão, mandioca, batata-doce; criavam porcos e galinhas; caçavam cotias, raposas,
tatus; confeccionavam objetos de cerâmica, palha trançada e madeira; e faziam vasos, enxadas, pás e pilões. Geralmente a produção de
cada mocambo era distribuída entre seus membros. As sobras eram
guardadas para as épocas de guerra, colheita ou festa, e para serem
trocadas nas vilas mais próximas a Palmares.
12. d
Os bandeirantes paulistas, em expedições chamadas Bandeiras de
apresamento, se dedicaram à captura de nativos para serem vendidos
como escravos. Com tropas pre­cariamente armadas, os bandeirantes
empenharam-se na expansão do novo negócio. Em terras ao sul de
São Paulo, avançaram preferencialmente sobre as missões jesuíticas,
onde encontravam indígenas mais preparados para trabalhar segundo os interesses dos colonos, uma vez que nos aldeamentos eles já
estavam aculturados segundo padrões euro­peus. Milhares de índios
foram escravizados, trans­formados em mercadoria e vendidos pelos
paulistas para os senhores de terras do Nordeste.
19.As Bandeiras eram expedições que surgiram com a interiorização dos
colonos de São Paulo de Piratininga, que, em forte empobrecimento, visavam a sua sobrevivência e à procura de riquezas. Os principais tipos
foram: prospector, que buscava metais preciosos; apresamento, que
caçava e escravizava os nativos; contrato, em que bandeirantes eram
pagos para caçar escravos fugitivos, combater e destruir quilombos e
tribos indígenas hostis aos colonizadores; e monções, que eram expedições fluviais ao interior do Mato Grosso, responsáveis pela descoberta de
ouro em Cuiabá e, posteriormente, pelo abastecimento daquela região.
13.b
Os portugueses organizaram as Bandeiras, expedições armadas e
organizadas por particulares de São Paulo que partiam para o sertão
em busca de índios para escravizar, de pedras e metais preciosos e
para combater índios rebeldes ou destruir quilombos. Com isso,
conquistaram o território dos atuais estados de Mato Grosso, Paraná,
Santa Catarina e parte do Rio Grande do Sul e de São Paulo.
14.e
A criação de gado, ligada ao mercado interno, foi uma das principais atividades econômicas coloniais. Os criadores de bois
forneciam carne e couro para a população e os animais também
eram empregados como meio de transporte e força para mover
as moendas de cana. Também havia criação de porcos, aves e
outros animais para abate. Diversas regiões se especializaram na
pecuária, como as que correspondem hoje ao Piauí, ao Maranhão,
à Bahia, ao litoral norte-fluminense, ao sul de Minas Gerais e às
planícies do Rio Grande do Sul.
15.Para Euclides da Cunha, o Tietê foi fundamental para a exploração
colonial porque facilitou a penetração das Bandeiras paulistas para
o interior do território brasileiro, permitindo-lhes, sobretudo, alcançar o Centro-Oeste e, posteriormente, áreas do Sul.
Quanto à situação atual do rio Tietê em seu trecho paulistano, caracteriza-se por uma aguda poluição que impossibilita qualquer tipo
de utilização.
16.De acordo com o texto, a colonização portuguesa no Norte, mais especificamente no Nordeste, caracterizou-se pelo maior vínculo aos interesses da metrópole, sobretudo em relação à produção açucareira, pois
esta atendia diretamente à política mercantilista portuguesa. Considere-se também o fato de Salvador ser a capital da colônia e, por isso,
concentrar as principais autoridades administrativas e políticas.
Quanto à colonização portuguesa no Sul, o autor destaca aspectos geográficos como a serra do Mar e os rios, que, além de proporcionarem o
maior distanciamento e, consequentemente, uma maior autonomia em
relação à metrópole, criaram condições para um processo de ocupação
das terras interioranas, diferenciado das áreas litorâneas.
17.a
A ocupação da Amazônia no período colonial foi secundária, a
presença de portugueses era muito pequena, restrita a grupos de
jesuítas e à atividade extrativista de “drogas do sertão”, em sua
região ocidental, para a produção de óleos e ceras, além de plantas medicinais, como salsaparrilha, para problemas estomacais e
folhas de abacaxi, para expelir pedras dos rins.
18.d
Ao contrário da hierarquia patriarcal das fazendas de cana-de-açúcar, em que senhores comandavam e os escravos obedeciam e realizavam todo o trabalho e tinham que viver nas senzalas, no quilombo de Palmares seus habitantes viviam em liberdade a seu modo,
20.Soma = 83 (01 + 02 + 16 + 64)
No início do século XVI, na mata atlântica, que hoje possui uma grande diversidade biológica, além de ser um ecossistema de espécies
nativas, havia muito pau-brasil, encontrado nas proximidades do litoral. Os indígenas, que viviam em harmonia com a natureza e de
uma maneira muito primitiva, usavam a madeira para fazer arcos e
flechas e a resina para pintar penas de aves, com as quais se enfeitavam. Mas, com a chegada dos portugueses, foram usados para as
tarefas de localizar e cortar as árvores, além de transportar as toras
até as praias, de onde seguiam para a Europa. Em troca, os nativos
recebiam objetos como facões, espelhos e contas de vidro e esse
sistema de troca de produto é chamado de escambo.
21.a) Os paulistas não tinham dinheiro suficiente para a compra de elevado
número de escravos negros, uma vez que a cultura da cana-de-açúcar
não progrediu em suas terras. Assim, a mão de obra disponível na região de São Paulo, durante o período colonial, era a indígena.
b) A partir da década de 1570, a Coroa lusa editou leis que proibiam a
escravização de índios, a não ser em “guerra justa” — poderiam ser
escravizados os grupos indígenas que atacassem o colonizador —, o
que abria “brechas” para a escravização dos ameríndios. Só no século XVIII, sob a administração do marquês de Pombal (1750-1777),
ocorreu a proibição rigorosa da escravização do nativo.
22.As Bandeiras e a descoberta de ouro na região de Minas Gerais,
Goiás e Mato Grosso foram responsáveis pela interiorização do território brasileiro, resultando na criação de capitanias e na ocupação
do território. A prática da pecuária, principalmente na região Sul,
resultou no povoamento e ocupação do território para além dos limites estabelecidos no Tratado de Tordesilhas.
Atividades extras
23.d
Da vila de São Paulo saíram muitas expedições, que se mostravam
uma importante atividade econômica. Além da necessidade de mão
de obra, o sonho de riqueza fácil levou muitos paulistas a se juntarem
aos exploradores do sertão, adentrando por terras que pertenciam
ao Império Espanhol. Essas expedições ficaram conhecidas como
monções, que lançaram-se por rios distantes, como o rio Cuiabá, no
Mato Grosso, onde encontraram ouro.
24.Soma = 31 (01 + 02 + 04 + 08 + 16)
O bandeirante Domingos Jorge Velho foi um dos bandeirantes mais
ativos do período de caça ao índio, que era tratado com violência e
muitos deles acabaram exterminados. Também combateu a resistência negra, e ficou conhecido por ter sido o responsável pela destruição
de Palmares. Por volta de 1670, encontrava-se no Nordeste, quando
foi convidado por Francisco Garcia d’Ávila, proprietário da Casa da
Torre, na Bahia, para esmagar os índios da região do rio São Francisco.
O objetivo dessa campanha era estabelecer estâncias de criação de
gado naquela área, atividade que também atraía o interesse do bandeirante. No Maranhão e no Ceará, realizou ações de extermínio dos
índios ainda não submetidos ao domínio do homem branco. Foi a
partir dessa expedição que começou a ocupação do Piauí.
21
CADERNO 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
como mão de obra escrava na lavoura de gêneros alimentícios. O desenvolvimento dessa lavoura, destinada à subsistência ou ao comércio interno, estimulou a organização de novas expedições destinadas
ao apresamento de indígenas. Começavam, assim, as Bandeiras de
Preação (ou apresamento). Entre os efeitos dessas expedições podemos citar o desbravamento dos “sertões” pelos paulistas, a escravização ou o extermínio de populações indígenas, a ampliação da oferta
de escravos indígenas para outras regiões da América portuguesa e a
criação de caminhos e estradas entre as regiões desbravadas.
Download

1 História - Curso e Colégio Acesso