Regulação dos sistemas de saúde:
Como implementar políticas para a qualidade e
segurança do paciente? Panorama mundial.
Prof. Zenewton A. S. Gama
Departamento de Saúde Coletiva - UFRN
Coord. Mestrado Profissional Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde
INTERNATIONAL SEMINAR:
Challenges and Trends on Health Surveillance of Products and Services
1 de julho de 2015
Objetivos
1. POR QUE regular a qualidade e
segurança do paciente?
2. COMO implementar políticas para a
qualidade e segurança do paciente?
Prof. Gama, ZAS
1. POR QUE regular a qualidade
e segurança do paciente?
Prof. Gama, ZAS
1º Clamor Social por Qualidade nos Serviços de Saúde
População
e Pacientes
Profissionais
de saúde
Gestores
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2º Acesso e cobertura universal NÃO são suficientes
para alcançar resultados!
Incluir a Qualidade na Agenda da Saúde Global
Qualidade: terceira revolução em saúde global
Prof. Gama, ZAS
A QUALIDADE deve ser um princípio da regulação, gestão e atenção prestada
pelo sistema de saúde.
Princípios do SUS focados no acesso:
– Universalidade
– Integralidade
– Equidade
Qualidade?
“Todo sistema é perfeitamente desenhado para alcançar
exatamente os resultados que ele obtém” (Berwick, 2011)
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3º A má qualidade é ineficiente!
“Necessário melhorar a gestão,
em particular a gestão da
qualidade”
OMS, Ginebra, 2010
•
20-40% dos recursos em saúde é
desperdiçado por ineficiência.
•
Medicamento (uso e controle inadequado)
está entre as três primeiras causas de
ineficiência.
•
Pagamento por procedimentos (Fee-forservice) é a forma mais ineficiente de financiar
os serviços de saúde.
•
Educação permanente e motivação dos
profissionais de saúde são fatores importantes
para a eficiência.
•
Avaliar criticamente quais serviços são
necessários. Promover a compra
ativa/estratégica de serviços.
•
Ineficiência ocorre mais pela falta de
investimento do que pelo excesso.
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CUSTO POR UNIDADE BOA DE PRODUTO
RELAÇÃO ENTRE OS DIFERENTES CUSTOS DA QUALIDADE
CUSTO TOTAL DA
QUALIDADE
CUSTO DAS
FALHAS DE
QUALIDADE
CUSTO DE AVALIAÇÃO E
PREVENÇÃO DE FALHAS
0
CONFORMIDADE DA QUALIDADE
Adaptado de: Juran JM, Gryna FM: Quality Planning and Annalysis, MacGraw Hill, New
York, 1993, 8th edition, Ch 2.
% 100
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2. COMO implementar políticas
para a qualidade e segurança do
paciente?
Prof. Gama, ZAS
“A qualidade não melhora sozinha”
“A melhoria da qualidade precisa de uma atenção
específica, contínua e metodologicamente testada”
PJ Saturno (2013)
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Sistema de Gestão da Qualidade.
1. Marco conceitual
• Conceito operacional de qualidade
• Contexto organizacional
– Missão
– Visão
– Valores
2. Organização e recursos
• Organograma, normas, responsabilidades
• Recursos (tipos e quantidade)
3. Integralidade e integração de estratégias, dimensões,
atividades, níveis e enfoques
Prof. Gama, ZAS
Integralidade e integração
6x6
3x3
x2
Fonte: Saturno PJ (2015)
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6 DIMENSÕES (IOM 2001; OMS, 2006)
• SEGURANÇA
Atenção que minimiza os riscos e danos
desnecessários aos pacientes.
• EFETIVIDADE
Atenção baseada em evidência que produz melhoria
nos resultados individuais e coletivos.
• ATENÇÃO CENTRADA
NAS PESSOAS
Atenção que considera as preferências e
expectativas dos usuários e a cultura da
comunidade.
• EFICIÊNCIA
Atenção que maximiza os recursos e evita o
desperdício.
•ACESSO
Atenção oportuna, geograficamente razoável e com
ambiência e pessoal adequados às necessidades.
•EQUIDADE
Atenção que não varia em qualidade segundo
características pessoais como o gênero, raça,
localização geográfica ou status socioeconômico.
Prof. Gama, ZAS
Prof. Gama, ZAS
6 ESTRATÉGIAS CHAVES
PARTICIPAÇÃO
USUÁRIOS
REGULAÇÃO
E PADRÕES
INFORMAÇÃO
LIDERANÇA
MODELOS
DE ATENÇÃO
CAPACIDADE
ORGANIZACIONAL
Fonte: Adaptado de:Bengoa R, Key P, Leatherman S, Massoud R, Saturno P:
Quality of Care. A process for making strategic choices in health systems. WHO, Geneva 2006. Prof. Gama, ZAS
3 NÍVEIS
QUALIDADE DO
SISTEMA
INFORMAÇÃO
SUPERVISÃO/INFORMAÇÃO
QUALIDADE DA
INSTITUIÇÃO /
ESTABELECIMENTO
INFORMAÇÃO
SUPERVISSÃO/INFORMAÇÃO
QUALIDADE DO
CUIDADO INDIVIDUAL
DISPONIBILIDADE ATUAL
NÍVEIS DA GESTÃO DA
QUALIDADE
-
+
Fonte: Saturno PJ. Master en Gestión de la Calidad em los Servicios de Salud.
Universidad de Murcia, Espanha.
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3 GRUPOS DE ATIVIDADES
MONITORAMENTO
DA QUALIDADE
CICLOS DE
MELHORIA
PLANEJAMENTO
DA QUALIDADE
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Exemplo de Ciclo de Melhoria da Qualidade de exames radiológicos
Figura. Diagrama de Pareto antes-depois apresentando frequências de
falhas (absoluta, relativa e acumulada) em 4 avaliações consecutivas.
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2 ENFOQUES
Enfoque Interno
•
A iniciativa de avaliação, escolha de temas, indicadores,
método, etc., partem dos implicados diretamente no objeto
da avaliação.
Enfoque Externo
•
A iniciativa, escolha de temas, indicadores, método, etc.,
são definidos de fora das instituições avaliadas. Avalia-se o
trabalho alheio.
Prof. Gama, ZAS
• Os enfoques interno e externo se complementam,
porém…
• Os programas internos são imprescindíveis.
“De fora podemos avaliar, mas somente de dentro
podemos avaliar e melhorar” RH Palmer
Prof. Gama, ZAS
Integralidade e integração
6 dimensões x 6 estratégias
x 2 enfoques
3 níveis x 3 atividades
Fonte: Saturno PJ (2015)
Prof. Gama, ZAS
Prof. Gama, ZAS
Modelo teórico da regulação do sistema de saúde para a
qualidade e segurança do paciente
TER (ESTRUTURA)
FAZER (PROCESSO)
Marco conceitual
Organização e recursos
Sistema (VISA e Gestão):
MONITORAR
ALCANÇAR (RESULTADO)
MELHORAR
QUALIDADE
PLANEJAR
Estratégias chaves:
SEGURANÇA
EFETIVIDADE
Serviço (estabelecimento):
PARTICIPAÇÃO
USUÁRIOS
MONITORAR
REGULAÇÃO
E PADRÕES
INFORMAÇÃO
MELHORAR
PLANEJAR
CENTRALIDADE NAS PESSOAS
EFICIÊNCIA
ACESSO/OPORTUNIADADE
LIDERANÇA
EQUIDADE
Cuidado individual:
MODELOS
DE ATENÇÃO
CAPACIDADE
ORGANIZACIONAL
MONITORAR
MELHORAR
PLANEJAR
Fonte: elaboração própria. International Seminar: Challenges and Trends on Health Surveillance of Products and
Services (2015).
Prof. Gama, ZAS
PRINCIPAIS ERROS ESTRATÉGICOS NOS COMPONENTES DOS SISTEMAS
DE GESTÃO DA QUALIDADE . RESULTADOS DA ANÁLISE EM SEIS PAÍSES.
1. ESTRUTURA DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE.
Marco conceitual e recursos
•
Ausência de marco conceitual completo (definição de qualidade, visão e enfoque integrais).
•
Ausência de um desenho integrador que coordene todos os níveis administrativos.
•
Escassez ou inexistência de recursos para a função de melhorar a qualidade.
Estratégias para a melhoria da qualidade
•
Reforço da liderança para a qualidade não contemplada, principalmente em nível local.
•
Sistemas de informação com desenho deficiente e pouca utilização de indicadores úteis.
•
Participação do usuário não é promovida nem está incorporada na maioria dos casos.
•
Capacidade organizacional insuficiente em geral, mas especialmente quanto à autonomia
para realizar atividades de melhoria e fomentar a cultura que valoriza a qualidade.
•
Implementação parcial, fragmentada ou ausente de modelos de atenção.
Fonte: Adaptado de Saturno PJ. Estrategias de implantación. Diseño de un plan de actividades para la implantación de un programa
de gestión de la calidad. Manual del Master en Gestión de la Calidad en los Servicios de Salud. Módulo 2: Diseño e Implantación de
Prof. Gama, ZAS
sistemas de gestión de la calidad, Unidad Temática 4. 2ª Ed. Universidad de Murcia, 2011.
PRINCIPAIS ERROS ESTRATÉGICOS NOS COMPONENTES DOS SISTEMAS
DE GESTÃO DA QUALIDADE . RESULTADOS DA ANÁLISE EM SEIS PAÍSES.
2. ATIVIDADES PARA A MELHORIA DA QUALIDADE.
Tipos de atividades
•
Poucos Ciclos de Melhoria. Quando realizados, não documentados sistematicamente.
•
O monitoramento não se utiliza como uma ferramenta de identificação de problemas que
devem ser corrigidos.
•
O planejamento da qualidade não é visto como algo que pode ser realizado em nível local.
Enfoques das atividades
•
O enfoque interno costuma estar ausente.
DE ONDE SÃO ESSES PAÍSES?
Eastern Europe and the Commonwealth of Independent States UNICEF (RO CEE/CIS).
Fonte: Adaptado de Saturno PJ. Estrategias de implantación. Diseño de un plan de actividades para la implantación de un programa
de gestión de la calidad. Manual del Master en Gestión de la Calidad en los Servicios de Salud. Módulo 2: Diseño e Implantación de
Prof. Gama, ZAS
sistemas de gestión de la calidad, Unidad Temática 4. 2ª Ed. Universidad de Murcia, 2011.
“Temos facilidade para apontar problemas, mas dificuldade
para propor soluções”
• OPAS/OMS: Gestão da Qualidade dos Serviços de
Saúde individuais e coletivos são Função Essencial
em Saúde Pública (FESP 9).
• Tendência internacional: Agências e secretarias em
quase todos os países da OCDE, coordenações de
qualidade na gestão e serviços de saúde.
Prof. Gama, ZAS
Reflexões
• Qual a Vigilância Sanitária de serviços de saúde que
a sociedade brasileira precisa?
• Quão abrangente deve ser a VISA para proteger o
paciente e contribuir para o desenvolvimento
sanitário e socioeconômico do país?
• Que dilemas, problemas e paradigmas devem ser
enfrentados para cumprir sua função de regular a
qualidade e segurança dos serviços de saúde?
Prof. Gama, ZAS
“Quem não deseja ser excelente ou perfeito,
quem acha que não merece tanto
ou não se atreve a tanto,
é que não ama o suficiente a si mesmo”
Fernando Savater
Prof. Gama, ZAS
OBRIGADO!
Zenewton A. S. Gama
[email protected]
www.posgraduacao.ufrn.br//qualisaude
Mestrado QualiSaúde UFRN
Mestrado QualiSaúde
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Zenewton Gama