INSTITUTO QUALITTAS DE PÓS-GRADUAÇÃO - PÓLO CAMPINAS
O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS : UM DESAFIO PARA A
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
ADRIANNE LENY FIORI
CAMPINAS, 2009
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
INSTITUTO QUALITTAS DE PÓS-GRADUAÇÃO - PÓLO CAMPINAS
O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS : UM DESAFIO PARA A
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Monografia apresentada para o Curso de
Especialização - MBA: Saúde Pública –
Ênfase em Saúde da Família, promovido
pela Universidade Castelo Branco e
Instituto Qualittas de pós-graduação, como
exigência parcial para obtenção do título de
Especialista, sob a orientação da Professora
Dra. Ann Mary Machado T. R. Rosas.
ADRIANNE LENY FIORI
CAMPINAS, 2009
RESUMO
Resumo. A medicalização da sociedade no mundo tem sido crescente, incluindo o
amplo uso do recurso terapêutico. O uso irracional dos medicamentos pode levar a
resultados indesejados, acarretando internações hospitalares evitáveis e elevando
os custos do sistema de saúde. O objetivo desse trabalho foi selecionar estratégias
da Assistência Farmacêutica para serem aplicadas na prática pelo farmacêutico da
Unidade básica de saúde para promover o uso racional de medicamentos.
Desenvolver a Atenção Farmacêutica com foco na prática da farmácia clínica é a
estratégia que pode ter maior impacto para atingir esse objetivo. O desafio do
profissional farmacêutico é de desenvolver competências e habilidades técnicas de
atuação em farmácia clínica, inserção do farmacêutico no setor público de saúde e a
integração em equipes multiprofissionais. Foram localizados 76 trabalhos e
selecionados 57 para o desenvolvimento desta pesquisa.
Palavras-chave Assistência Farmacêutica; Atenção Farmacêutica; Uso Racional de
Medicamentos;Propaganda de medicamentos
Abstract. The medicalization of society in the world has been growing, including the
widespread use of therapeutic action. The irrational use of medicines can lead to
unwanted results, causing avoidable hospital admissions and increasing costs of
healthcare. The aim of this work was to select the Pharmaceutical Assistance
strategies to be applied in practice by the pharmacist's basic health unit to promote
the rational use of medicines. Developing a pharmaceutical care with a focus on
clinical practice of pharmacy is the strategy that may have greater impact in
achieving this goal. The challenge of the pharmacist is to develop professional skills
and technical skills to operate in clinical pharmacy, the pharmacist inclusion in the
public sector of health and integration in multidisciplinary teams. Found 76 papers
and selected 57 for the development of this research.
Keywords Drug Assistance; Care Pharmaceuticals; rational use of medicines;
Advertising of medicines
Lista de Abreviaturas
ABEM – Associação Brasileira de Educação Médica
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
AF – Assistência Farmacêutica
ATENFAR – Atenção Farmacêutica
CNS – Conselho Nacional de Saúde
OMS – Organização Mundial de Saúde
OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde
PNM – Política nacional de Medicamentos
PRM – Problema Relacionado com Medicamentos
RAM – Reação Adversa ao Medicamento
SOBRAVIME – Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos
SUS - Sistema Único de Saúde
TOM – Therapeutic Outcomes Monitoring
TOMCOR – Therapeutic Outcomes Monitoring in Coronary Patients
URM – Uso Racional de Medicamentos
SUMÁRIO
Página
1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................................
6
2
DESENVOLVIMENTO..............................................................................
10
2.1
O Uso Racional de Medicamentos X A Propaganda de Medicamentos..
10
2.2
A Política Nacional de Medicamentos......................................................
16
2.3
Evolução da Profissão Farmacêutica.........................................................
17
2.4
Atenção Farmacêutica e Assistência Farmacêutica...................................
19
2.5
Intervenção Farmacêutica..........................................................................
22
2.6
Assistência Farmacêutica no SUS.............................................................
25
3.
Considerações Finais................................................................................
27
4
Referências................................................................................................
29
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Nos últimos anos, o gasto farmacêutico vem tornando-se uma ameaça à
sustentabilidade dos sistemas públicos de saúde de muitos países.O orçamento
crescente destinado à provisão dos medicamentos não tem correspondido a
melhorias significativas nos indicadores de saúde (OMS, 2002).
Segundo Hogerzeil, em países em desenvolvimento, o gasto com medicamentos,
ocupam o segundo lugar nos orçamentos de saúde, logo após o pagamento de
pessoal. No Brasil, o volume de recursos financeiros da esfera federal investido na
compra e distribuição gratuita de medicamentos no SUS representou, em 2002,
9,7% do gasto em saúde financiado pelo Ministério da Saúde.
O aumento dos gastos farmacêuticos pode ser reflexo de vários fatores como a
expansão de cobertura, surgimento de novos fármacos, dinamismo epidemiológico,
envelhecimento da população, expectativas dos pacientes e o uso inadequado de
fármacos em diversas situações clínicas.
A aplicação de critérios econômicos para auxiliar a tomada de decisões no setor
saúde não entra em conflito com a ética. Ao contrário, essa prática considera as
restrições determinadas pela limitação de recursos e persegue a eficiência dos
sistemas, programas, serviços e ações de saúde, levando em consideração os
princípios de universalidade, equidade e integralidade, o que equivale a não se
conformar com níveis de saúde, de bem-estar e de acesso inferiores aos que, na
verdade, poderiam ser conseguidos com a utilização de estratégias econômicas para
a aplicação dos recursos destinados ao setor(CARVALHO,2007).
O uso de ferramentas de avaliação econômica na área da saúde é um importante
artifício que auxilia os gestores a estabelecerem prioridades entre as diferentes
alternativas que concorrem pelos mesmos recursos, na busca de aumentar a
eficiência dos sistemas de saúde (MOTA,2008).
Uma atividade que vem se mostrando como alternativa para aumentar a eficiência
de sistemas de saúde é a chamada Atenção Farmacêutica (ATENFAR).
O exercício da ATENFAR busca combater o importante problema social da
morbidade relacionada aos medicamentos, empregando um processo de cuidado
centrado no paciente e uma responsabilidade profissional claramente definida.
A morbidade relacionada aos medicamentos advém dos problemas relacionados
com medicamentos (PRM), que além de obstruir a evolução clínica dos pacientes,
são responsáveis por um número significativo de hospitalizações e mortes a cada
ano,
gerando
um
aumento
considerável
dos
custos
dos
sistemas
de
saúde(ROMANO-LIEBER,2002).
O consumo indiscriminado, a automedicação e a indicação de remédios por pessoas
não capacitadas tecnicamente são um grave problema de saúde pública no Brasil.
Ações mais sérias no controle da legislação, produção, venda e propaganda de
medicamentos precisam ser colocadas em prática para que a população seja
afetada por efeitos maléficos ou que dele se tornem vítimas (LUCHESI et al., 2005).
Isso, porque, além do efeito terapêutico, os medicamentos têm o potencial de
produzir efeitos adversos, colaterais e tóxicos.
A redução da morbimortalidade prevenível relacionada aos medicamentos tem um
impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes, na confiabilidade do sistema de
saúde e na eficiência no uso de recursos. As principais causas dessa
morbimortalidade
são
prescrições
inadequadas,
reações
adversas
aos
medicamentos (RAM), não adesão ao tratamento, superdosagem ou subdosagem,
falta da farmacoterapia necessária, inadequado seguimento de sinais e sintomas, e
erros de medicação (CARVALHO,2007).
No Brasil, há uma carência quase absoluta de estudos independentes sobre
morbimortalidade relacionada aos medicamentos, existem apenas levantamentos
sobre intoxicações medicamentosas, além da omissão do poder público no
tratamento da questão (LYRA JÚNIOR, 2005).
Segundo os dados publicados pelo Sistema Nacional de Informações TóxicoFarmacológicas, os medicamentos ocupam a primeira posição entre os três
principais agentes causadores de intoxicações em seres humanos desde 1996,
sendo que em 1999 foram responsáveis por 28,3% dos casos registrados
(SINITOXl,1999)
Segundo a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA (2007), os
medicamentos ocupam o primeiro lugar entre os agentes causadores de
intoxicações em seres humanos e o segundo lugar nos registros de mortes por
intoxicação. A cada 20 segundos, um paciente dá entrada nos hospitais brasileiros
com quadro de intoxicação provocado pelo uso incorreto de medicamento
(LUIZ,2008).
O envolvimento do farmacêutico no processo de atenção à saúde é de fundamental
importância para a prevenção dos danos causados pelo uso irracional de
medicamentos. Nesse processo, os esforços para a readequação de atividades e
práticas farmacêuticas, objetivando o uso racional de medicamentos (URM), são
essenciais, visto que, no mundo ocidental contemporâneo, no qual o modelo de
assistência à saúde é excessivamente “medicalizado” e “mercantilizado”, cabe aos
medicamentos
um
espaço
importante
no
processo
saúde/doença,
sendo
praticamente impossível pensar na prática médica ou na relação médico/paciente
sem a presença desses produtos (SOARES.1998).
A escolha da temática decorreu da necessidade de discussão e compreensão das
questões que envolvem a prática da atuação do profissional farmacêutico no sistema
público de saúde e de sua interação com outros profissionais.
O material bibliográfico selecionado foi lido na íntegra e agrupado por classificação
dos temas centrais: Assistência Farmacêutica; Atenção Farmacêutica; uso racional
de medicamentos, propaganda de medicamentos no Brasil, contribuições do
farmacêutico para a promoção da saúde,intervenção farmacêutica no uso de
medicamentos, eventos toxicológicos relacionados a medicamentos e
atenção
primária à saúde.
Foram realizadas consultas às bases de dados, PORTAL DA CAPES, LILACS e
SCIELO; livros que tratassem dos temas centrais; revistas indexadas, outros
periódicos, documentos institucionais nacionais e internacionais; e dissertações de
mestrado relacionadas à temática afim.
DESENVOLVIMENTO
O Uso Racional de Medicamentos X Propaganda de Medicamentos
Nas sociedades modernas, as pessoas estão cada vez mais familiarizadas com os
fármacos, uma vez que os medicamentos se tornaram rotina na conduta médica,
além disso, a prescrição está cada vez mais padronizada, possibilitando que as
pessoas utilizem os critérios de decisão médica para problemas mais simples de
saúde.As dificuldades quanto ao URM podem estar relacionadas à propaganda de
medicamentos, frágil política nacional de medicamentos, ao grande arsenal
terapêutico disponível,a automedicação e questões culturais relacionadas ao
medicamento.
Segundo a Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos (Sobravime):
O medicamento como parte do complexo médico-industrial influi na
percepção da saúde e da doença, tanto nos profissionais de saúde
quanto na sociedade.O medicamento não se apresenta sozinho – como
substancia química – mas está acompanhado por um cotejo de
publicidade, informação, brindes, estudos etc., que vai configurando
uma forma de pensar.
A despeito dos inegáveis ganhos terapêuticos obtidos, os produtos farmacêuticos
passaram a sofrer um uso indiscriminado e irracional, sobretudo em virtude da lógica
de mercado que tudo transforma em mercadoria, privilegiando uma visão da saúde
como fenômeno estritamente biológico, assim como o bem-estar e a felicidade, de
forma mais ampla, como dependente do consumo de variados bens e serviços
(BARROS,2002).
A medicalização de aspectos de vida chega a tal dimensão, que hoje um novo
conceito envolvendo medicamentos começa a ser utilizado: “fármacos do estilo de
vida” (em inglês, “lifestyle drugs”); este termo diz respeito àqueles usados para
satisfazer a objetivo não médico ou não relacionado à saúde(VIEIRA,2007).
O medicamento tornou-se carregado de forte conotação simbólica e passou a ser
mais um agente-objeto na constituição do sujeito sem conflitos, sem dores, sem
angústias, ou seja, um instrumento que colabora com a construção de subjetividades
e de formatação de padrões de normalidade, contribuindo para uma atribuição
mágica ao medicamento alicerçada no rigoroso saber científico(RENOVATO,2007).
O simbolismo de que se revestem os medicamentos na sociedade tem contribuído
para a utilização irracional dos mesmos aumentando o risco de surgimento de
morbidades relacionadas aos medicamentos e até mesmo da ocorrência de mortes,
com elevação dos custos para os sistemas de saúde (VIEIRA,2007).
Quando o uso do medicamento não é apenas simbólico, os fatores de saúde/doença
são vivenciados como processos biopsicossociais (LEFÈVRE, 1983), ou seja, a
enfermidade não é vista apenas pelo fator patológico ou fisiológico. O
restabelecimento da saúde é um processo longo que abrange um contexto
multidimensional, resultado de fatores biológicos, sociais, culturais e psicológicos,
não devendo ser entendido apenas pela ausência de sintomatologias clínicas e
desconfortos fisiológicos. Neste contexto, o medicamento é visto como um dos
meios (e não o único meio) de um processo longo a ser recuperado ou evitado no
enfrentamento de situações nas quais ocorre um desequilíbrio no organismo do
indivíduo. É, portanto, um bem intermediário e não necessariamente a única forma
de restabelecer a saúde (LEFÈVRE, 1987).
Os resultados de uma pesquisa sobre a revisão sistemática de atendimentos de
emergência relacionados ao uso de medicamentos indicaram que 28% de todos os
atendimentos de emergência estão relacionados aos medicamentos.Destes
atendimentos, 70% diziam respeito a situações evitáveis e 24% deles resultaram em
internação hospitalar.Essa mesma pesquisa mostra que os problemas mais comuns
relacionados aos medicamentos são: as reações adversas, a não aderência ao
tratamento e a prescrição inadequada (Patel, 2002).
Uma prática que tem como objetivo o URM é um bem que, para ser produzido e
disponibilizado, incorre-se em custos (uso de recursos limitados) e envolve a
apropriação de conhecimentos e mudanças de conduta de diversos agentes, como
empresários da cadeia produtiva farmacêutica, agências reguladoras, prescritores,
farmacêuticos, profissionais do direito e pacientes.
O URM significa que os
pacientes recebem a medicação adequada às suas necessidades clínicas,
nas doses correspondentes com base em seus requisitos individuais,
durante um período de tempo adequado e ao menor custo possível para eles
e a comunidade (MOTA,et al,2008).
Já Rubio-Cebrian menciona que o URM é uma prática que consiste em maximizar os
benefícios obtidos pelo uso dos fármacos, em minimizar os riscos (acontecimentos
não desejados) decorrentes de sua utilização e reduzir os custos totais da terapia
para o indivíduo e a sociedade (VIEIRA&ZUCCHI,2007).
A ética precisa permear cenários variados e ser fator
determinante da correta
tomada de decisão terapêutica, incluindo a prescrição de medicamentos. O
prescritor se vale de processos de pensamento racionais e intuitivos para consolidar
sua recomendação terapêutica, a ética deve estar fortemente presente em ambos os
aspectos (WANNMACHER, 2007).
Entre os múltiplos fatores que exercem influência sobre a prescrição médica,
destacam-se os relacionados às fontes de informação de que lançam mão os
médicos,
especialmente,
as
produzidas
e
disseminadas
pelos
produtores
(BARROS,2002).
É necessário haver total ausência de conflito de interesses na tomada de decisão
terapêutica (individual e coletiva) e, conseqüentemente, na prescrição de
medicamentos.
O ato de prescrever medicamentos faz parte de nossa cultura, e, muitas vezes, são
indicados medicamentos sem que se conheça a real condição clínica do paciente ou
os efeitos que o medicamento poderá causar em seu organismo.Esses indivíduos,
na maioria das vezes, usam informações equivocadas ou incompletas de artigos
publicados em revistas médicas ou na mídia leiga, na publicidade da indústria
farmacêutica e em material disponibilizado em simpósios congressos ou cursos
patrocinados por laboratórios e indústrias farmacêuticas (GANDOLFI,2006)
Uma vez que a automedicação encontra-se amplamente inserida enquanto prática
exercida pelos brasileiros, tanto pela dificuldade de acesso aos serviços de saúde
como pelas classes mais privilegiadas na busca de soluções rápidas para seus
problemas de saúde a fim de evitar que suas atividades diárias fiquem impedidas
(NASCIMENTO, 2003), cabe ao profissional de saúde a iniciativa de incentivar e
promover a reflexão e a discussão acerca do assunto envolvendo profissionais de
saúde, gestores, políticos e a população sobre o medicamento visando à diminuição
de risco e a maior eficácia possível.
As companhias farmacêuticas querem comercializar seus produtos já que os novos
medicamentos nos últimos 60 anos foram desenvolvidos e produzidos por esses
produtores.
A quantidade exagerada de medicamentos disponíveis aumenta as dúvidas e
dificulta o conhecimento de tudo que está no mercado por parte dos profissionais de
saúde e pela própria população, o que pode gerar o uso irracional. Em todo o
mundo, a propaganda e a publicidade de medicamentos têm sido usadas como
recursos importantes para o aumento de consumo desses novos produtos lançados
no mercado.No Brasil o número de propagandas publicadas em jornais ou revistas
de grande circulação tem crescido a cada ano.Porém, estudo realizado no Rio de
Janeiro apontou que o número de reportagens que abordam fatores determinantes à
saúde tem aumentado nas últimas décadas.Nos anos 70 eram apenas 26
reportagens contra 250 na década de 90 (Nascimento,2003).
Os dados do Projeto de Monitoração de Propaganda da ANVISA apontam que cerca
de 90% dos comerciais de medicamentos apresenta algum tipo de irregularidade. A
situação é mais alarmante na publicidade direcionada a médicos e farmacêuticos.
Quinze por cento de 1,5 mil propagandas de medicamentos de venda sob prescrição
analisada pela ANVISA não apresentavam cuidados e advertências, 14% não
alertavam sobre as contra-indicações e mais de 10% continham afirmações sem
comprovação de estudos científicos (SOARES,2008)
Nas suas atividades promocionais junto aos médicos as visitas de propagandistas a
consultórios , ambulatórios e hospitais constituem o mecanismo mais simples dos
usados pela indústria farmacêutica para modificar padrões de prescrição e consumo
de medicamentos.
Outras formas de persuadir os médicos incluem o financiamento de programas
chamados de “educação continuada” (cursos, oficinas, seminários);presentes diretos
(brindes); presentes indiretos (viagens e hospedagem para encontros patrocinados
pelos fabricantes); patrocínio de simpósios satélites e conferências em congressos
científicos, condução de pesquisa patrocinada, convites para jantares e eventos
sociais e recreativos, fundos para escolas médicas, auditórios e disciplinas
acadêmicas; anúncios e suplementos patrocinados em periódicos médicos; fundos
para
sociedades
e associações
profissionais;
envolvimento
com diretrizes
clínicas(PEREIRA,2002).
Os órgãos reguladores têm definido norma para a atuação das indústrias, no intuito
de minimizar a influência da propaganda sobre as prescrições medicas e promover o
URM. Porém , paralelamente, o foco das indústrias farmacêuticas esta se
expandindo. Além da atuação direta sobre profissionais já formados e sobre a
opinião pública, elas estão direcionando sua atuação, para as escolas de medicina
e, por intermédio de seus propagandistas, vêm tentando influenciar os alunos a
prescreverem seus produtos.
Neste caso, a indústria farmacêutica não faz uma pressão direta sobre os
estudantes para que estes prescrevam seus produtos, mas busca o estabelecimento
de uma relação de obrigação moral e fidelidade que os levará a prescreve-los
futuramente(TREVISOL,2007).
Com a finalidade de alertar aos responsáveis pela formação médica, em 2005, a
Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) apresentou uma moção
recomendando a proibição da atuação dos propagandistas em qualquer local
relacionado ao ensino de medicina, bem como repudiar os docentes que permitirem
ou incentivarem o acesso destes profissionais nestes locais (ABEM,2005).
Os critérios éticos na promoção de medicamentos, propostos pela OMS, aprovados
em 1968 e revistos na Assembléia da Organização em 1988, visam assegurar os
direitos do consumidor.
Estratégias para a prescrição racional estão compreendidas nas intervenções
chaves sugeridas pela OMS para promoção do uso racional de medicamentos, e
incluem o treinamento de alunos de graduação de medicina e de médicos em
serviço(OMS,2002). O “Action Programme on Essencial Medicine” da OMS, em
colaboração com a Universidade de Gronigen, Holanda, desenvolveu manual para
alunos de graduação com os princípios da prescrição racional(DE VRIE et al., 1994)
que serviria de base para treinamento de curta duração em farmacoterapia de
estudantes de medicina. Estes cursos aplicados em diferentes países provaram
exercer impactos positivos nas práticas de prescrição (DE VRIE et al., 1995).
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em parceria com a ANVISA,
divulgou e promoveu ação semelhante no Brasil e alguns grupos multiplicaram esta
iniciativa, como relatado por Wannmacher(2005) (Dílson Braz,2007).
Atualmente, a RDC nº 102, de 30/11/2000, regulamenta as propagandas,
mensagens publicitárias e promocionais e outras práticas cujo objeto seja a
divulgação, promoção ou comercialização de medicamentos de produção nacional
ou importado, juntamente com a regulamentação pelo Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária – Conar (BRASIL,2002).
Com a intenção de expandir a fiscalização para todo território nacional, a ANVISA
criou, por meio da Portaria nº123, de 9 de fevereiro de 2004, a gerência de
monitoramento e fiscalização de propaganda, de publicidade, de promoção e de
informação de produtos sujeitos à vigilância (GPROP).
A POLÍTICA NACIONAL DE MEDICAMENTOS
A má utilização de medicamentos é uma questão discutida há algumas décadas pela
OMS, que desde a vigésima oitava Assembléia Mundial de Saúde, em 1975, está
convencida da necessidade do desenvolvimento de políticas de medicamentos que
ligassem a pesquisa de fármacos, produção e distribuição às reais necessidades de
saúde (OMS,1988).
Dessa forma, a elaboração de políticas de medicamentos constitui estratégia
fundamental para garantir acesso da população aos medicamentos essenciais e
promover o uso racional de medicamentos. A Política Nacional de Medicamentos
(PNM), fruto de uma longa discussão que se iniciou em 1986 na 8ª Conferência
Nacional de Saúde (CNS), veio como uma proposta para reorganizar a Assistência
Farmacêutica (AF) e adequá-lo às diretrizes do SUS (BRASIL,1998).
Ocorre um avanço real na regulamentação do setor farmacêutico após a publicação
da PNM em 1998 através da Portaria nº 3916, cujo propósito,
é “garantir a
necessária segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos, a promoção do uso
racional
e
o
acesso
da
população
àqueles
considerados
essenciais”
(MENDES,2007).
Uma das diretrizes da PNM é a reorientação da AF, definida como:
um grupo de atividades relacionadas com o medicamento,
destinada a apoiar ações de saúde demandadas por uma
comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos em
todas e em cada uma das suas etapas constitutivas, a
conservação e controle de qualidade, a segurança e a eficácia
terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e avaliação
da utilização, a obtenção e difusão da informação sobre
medicamentos e a educação permanente dos profissionais de
saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso
racional de medicamentos.
Segundo a PNM, a dispensação é uma das etapas das atividades da AF e é
privativa do farmacêutico. Mas, em decorrência de sua natureza, qual seja,
estabelecer diretrizes para orientar gestões públicas, a PNM não descreve os
procedimentos e recomendações para colocar em prática este conceito.
EVOLUÇÃO DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA
A evolução dos modelos de prática farmacêutica está diretamente ligada às
mudanças ocorridas no processo de industrialização. No início do século XX, o
farmacêutico preparava e vendia os medicamentos, fornecendo orientações aos
seus clientes sobre o uso dos mesmos(SANTOS, 1993).
A expansão da indústria farmacêutica, o abandono da formulação pela classe
médica e a diversificação do campo de atuação do profissional farmacêutico,
fizeram-no
se
distanciar
paulatinamente
da
área
de
medicamentos,
descaracterizando a farmácia(GOUVEIA,1999 ).
Os países do Primeiro Mundo concentraram-se em desenvolver novos fármacos e o
Brasil,
que
possui
um
parque
industrial
farmacêutico
predominantemente
multinacional,trabalhou a tecnologia farmacêutica adaptando as fórmulas às
condições climáticas do país.Na década de 50, a prática farmacêutica consistia
apenas na função de distribuição dos medicamentos industrializados.
Nos anos 60 existia uma grande insatisfação com essa forma de atuação decorrente
do desenvolvimento da industrialização de medicamentos. O lamentável desastre
ocorrido em 1962, em virtude do uso da talidomida por gestantes, ocasionando uma
epidemia de focomelia, desencadeou um novo olhar sobre o uso dos medicamentos
(SES; 2002).
Passou-se então ao período de desenvolvimento da atenção ao paciente.Os países
começaram a se preocupar com a promoção do uso racional de medicamentos,
motivados pela publicação de documentos pela Organização Mundial de
Saúde(OPAS,2002).
O farmacêutico em meio a uma grave crise profissional fez nascer, nos anos 60, um
movimento profissional que, ao questionar a formação e as ações criou mecanismos
para corrigir problemas e permitir que farmacêuticos participassem da equipe de
saúde usando seus conhecimentos para melhorar o cuidado ao paciente.
A prática farmacêutica orienta-se para a atenção ao paciente, e o medicamento,
passa a ser visto como um instrumento para se alcançar um resultado com a
preocupação de que os riscos inerentes à
utilização deste produto sejam
minimizados.O resultado concreto é o surgimento no âmbito hospitalar da farmácia
clínica(REIS,2007).
Segundo Holland & Nimmo, 1999 a farmácia clínica é uma prática que aprimora a
habilidade do médico para fazer boas decisões sobre medicamentos.Ao médico
cabe a responsabilidade pelos resultados da farmacoterapia e ao farmacêutico
fornecer serviços de suporte adequados e conhecimentos especializados sobre a
utilização do medicamento.
A partir de meados dos anos 1990, a presença marcante das ações dos conselhos
de farmácia e vigilância sanitária em estabelecimentos comerciais farmacêuticos
está mudando o panorama nacional.A exigência da presença do farmacêutico no
setor privado está trazendo-o para o desempenho de suas funções em farmácias e
drogarias.
O mesmo está ocorrendo no serviço público, porém de forma muito mais lenta. É
possível hoje, encontrar farmacêuticos nas secretarias municipais de saúde, mas o
número de profissionais é muito pequeno em relação às reais necessidades. Sua
presença ainda não está garantida em todas as unidades básicas de saúde, apesar
de existir dispositivo legal que determine isso(LEI 5.991 DE 17/12/1973).
ATENÇÃO FARMACÊUTICA E ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
O conceito de Atenção Farmacêutica (Atenfar) começou a ser construído em 1975
por Mikael et al., através da publicação de um trabalho que visava nortear e estender
a atuação do profissional farmacêutico para as ações de atenção primária em saúde,
tendo o medicamento como insumo estratégico e o paciente como foco principal.
Nesse trabalho os autores afirmaram que o farmacêutico deveria prestar a “atenção
que dado paciente requer e recebe com garantias de um uso seguro e racional dos
medicamentos”
Em 1980, Brodie, Parish e Poston complementaram a proposta de Mikeal et al.,
definindo que o farmacêutico deveria atuar na
definição das necessidades farmacoterapêuticas de um dado paciente
e na provisão não apenas dos medicamentos requeridos, mas também
dos serviços necessários (antes, durante e depois do uso de
medicamentos) para assegurar uma terapia perfeitamente segura e
efetiva (CARVALHO,2007).
Em 1987, Hepler considerou que a atuação do farmacêutico na atenção primária em
saúde deve ocorrer através da
relação conveniente entre o farmacêutico e o paciente, na qual o
farmacêutico realiza as funções de controle sobre o uso dos
medicamentos (com apropriado conhecimento e habilidade), guiado
por sua consciência e compromisso com os interesses do paciente.
Em 1990, Hepler & Strand, definiram o que seria a prática chamada ATENFAR
(Pharmaceutical Care), como “o fornecimento responsável de medicamentos com o
objetivo de atingir o resultado desejado, que levará a uma melhoria na qualidade de
vida do paciente”
Após a divulgação desses trabalhos e o estabelecimento dessa definição, a
ATENFAR começa a surgir em todo o mundo, sendo objeto de estudo e
implementada em vários países, principalmente no ocidente e na Austrália.
Em 1993, a OMS, com o propósito de estabelecer uma diretriz para as discussões
sobre ATENFAR, define que atenção farmacêutica é o conjunto de atitudes,
comportamentos,
compromissos,
inquietações,
valores
éticos,
funções,
conhecimentos, responsabilidades e destrezas do farmacêutico na prestação da
farmacoterapia, com o objetivo de alcançar resultados terapêuticos definitivos na
saúde e na qualidade de vida da população, sendo o paciente o principal beneficiário
das ações farmacêuticas”(OMS,1988).
Em 1997, Strand lança um novo conceito e diz que a ATENFAR é “a prática na qual
o profissional assume a responsabilidade pela definição das necessidades
farmacoterápicas do paciente e o compromisso de resolve-las” (STRAND, 1997).
Em 1998, no encontro que reuniu farmacêuticos de Granada, na Espanha,
denominado Primeiro Consenso de Granada, a ATENFAR foi definida como
a participação ativa do farmacêutico em atividades de promoção à
saúde e prevenção de doenças e na assistência direta ao paciente na
dispensação
e
seguimento
do
tratamento
farmacoterápico,
cooperando co o médico e outros profissionais de saúde, a fim de
conseguir resultados que melhorem a qualidade de vida dos pacientes
(PANEL DE CONSENSO, 1999).
No Brasil, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) comandou uma oficina
de trabalho para discutir a atenção farmacêutica. O grupo constituído para este fim
produziu o documento “Proposta de Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica”,
que tem por objetivo uniformizar os conceitos e a prática profissional no país.
A proposta defende que a prática da atenção farmacêutica deve estar orientada para
a educação em saúde (incluindo promoção do uso racional de medicamentos),
orientação
farmacêutica,
dispensação,
atendimento
e
acompanhamento
farmacêutico, registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos
resultados.(OPAS, 2002).
O conceito de Atenção Farmacêutica não deve ser confundido com Assistência
Farmacêutica, segundo Dupim (1999), a Assistência Farmacêutica é
um processo que visa à proteção ou à recuperação da saúde, em nível
individual
ou
produção,
distribuição,
coletivo,
seleção,
prescrição
englobando
preparação,
procedimentos
aquisição,
relativos
à
armazenamento,
e dispensação de medicamentos,
dela
participando profissionais de diferentes áreas além da farmácia,
desse modo pode–se constatar que a ATENFAR está compreendida na Assistência
Farmacêutica.
Considerando
os
parâmetros
delimitados
pelas
definições,
a
assistência
farmacêutica é uma grande área composta por, pelo menos, duas subáreas
distintas: uma relacionada à tecnologia de gestão do medicamento (garantia de
acesso) e a outra relacionada à tecnologia do uso do medicamento (utilização
correta do medicamento), sendo que a atenção farmacêutica pode ser considerada
como uma especialidade da tecnologia do uso do medicamento e privativa do
farmacêutico (ARAÚJO,et al,2007).
A ATENFAR é uma atividade que pode ser desenvolvida com pacientes
hospitalizados, atendidos em farmácias comunitárias, em farmácias de unidades
básicas de saúde ou com pacientes tratados em seu domicílio, buscando sempre a
melhoria das condições clínicas e humanísticas dos pacientes, decorrentes da
redução da morbimortalidade ocasionada por medicamentos, através de ações que
estimulem a adesão dos pacientes aos tratamentos e que previnam, detectem e
tratem eventuais problemas relacionados a medicamentos (PRM) que possam surgir
no decorrer dos tratamentos.
De acordo com a Proposta do Consenso Brasileiro de ATENFAR, o termo PRM
refere-se a um problema de saúde decorrente ou suspeito de estar relacionado à
farmacoterapia, e que pode interferir nos resultados terapêuticos e na qualidade de
vida do usuário. A prevenção de PRM deve ocorrer através do incentivo ao uso
racional de medicamentos, que, quando estimulado no nível da atenção básica à
saúde, pode evitar uma hospitalização custosa, tanto em recursos monetários,
quanto em sofrimento para o paciente(OLSSON et al.,1994).
INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA
O conceito de intervenção farmacêutica é usado para denominar todas as ações da
qual o farmacêutico participa ativamente como nas tomadas de decisão, na terapia
dos pacientes e também na avaliação dos resultados.Torna-se imprescindível para o
farmacêutico ter a noção exata de sua competência, e dos limites de sua intervenção
no processo saúde-doença (ZUBIOLI, 2000 -10).As ações do farmacêutico, no
modelo de atenção farmacêutica, em sua grande maioria, são atos clínicos
individuais. Mas as sistematizações das intervenções farmacêuticas e a troca de
informações dentro de um sistema de informação composto por outros profissionais
de saúde podem contribuir para um impacto em nível coletivo e na promoção do uso
seguro e racional de medicamentos (OPAS, 2002 c – 10).
De acordo com Bisson (2003) a ATENFAR é uma prática que tem o objetivo de
melhorar a condição de saúde e a qualidade de vida dos pacientes que fazem uso
de terapia medicamentosa, mediante o alcance de resultados definidos, que podem
ser traduzidos de maneira genérica como: cura da doença do paciente; eliminação
ou redução de uma sintomatologia da doença; estagnação do progresso ou
retrocesso da doença e prevenção de nova doença, de uma sintomatologia ou de
iatrogenias.
Os resultados específicos, de acordo com Lyra Júnior (2005), podem ser de três
tipos: resultados clínicos, resultados humanísticos e resultados econômicos, os
quais são utilizados nas análises econômicas tipo custo-minimização e tipo custoefetividade, na análise tipo custo-utilidade e na análise tipo custo-benefício,
respectivamente.
Os resultados clínicos estão associados ao estado de saúde do paciente e são
expressos em número de PRM evitados, porcentagens de cura alcançadas, aumento
de sobrevida, número de internações evitadas, melhoria em parâmetros vitais como
a pressão arterial e a glicemia (CARVALHO,2007).
Os humanísticos estão centrados na qualidade de vida que é um conceito muito
amplo e envolve não apenas a saúde, mas também a percepção global do paciente
de um determinado número de dimensões-chaves, com ênfase em : características
físicas, biológicas, anatômicas e hereditárias; estado funcional e a capacidade de
desempenhar as atividades do cotidiano; estado mental, incluindo a autopercepção
da saúde e do estado de ânimo; potencial de vida individual, que inclui a
longevidade e o prognóstico dos eventuais estados mórbidos; fatores ambientais,
que incluem a situação sócio-econômica,a educação, os hábitos de higiene, a
alimentação e o meio ambiente (CARVALHO,2007).
Os resultados econômicos traduzem em termos monetários, os resultados clínicos e
humanísticos, sendo que, expressam o montante de recursos economizados através
da redução da hospitalização; do número de consultas médicas; da diminuição do
tempo médio de internação e das consultas de emergência; da diminuição do
absenteísmo no trabalho; do maior rendimento laboral em virtude da melhoria da
qualidade de vida; da extinção da necessidade de um cuidador; da diminuição do
número e/ou complexidade dos medicamentos utilizados(LYRA JÚNIOR, 2005).
O primeiro estudo de investigação sobro o impacto das ações de atenção
farmacêutica foi realizado nos Estados Unidos utilizando os dados do Projeto
Minnesota de Atenção Farmacêutica. Os resultados mostraram que após um ano
aumentou o número de pacientes que alcançaram resultado terapêutico positivo. A
resolução dos problemas relacionados a medicamentos reduziu a complexidade da
demanda farmacoterápica.
Em síntese observou uma relação custo-benefício
favorável (PHARMACEUTICAL,1997).
A melhoria da qualidade de vida em pacientes com insuficiência cardíaca, diabetes,
hipertensão e dislipidemia em virtude da atenção farmacêutica têm sido
demonstradas em vários estudos (REIS, 2007).
Hepler et al, desenvolveram o projeto de pesquisa TOM (THERAPEUTIC
OUTCOMES MONITORING) para avaliar a atenção farmacêutica usando a asma
como protótipo. Na Europa também foram realizados diversos trabalhos mostrando o
impacto positivo da atenção farmacêutica na asma.
Na Espanha foi realizado o estudo TOMCOR que tinha como objetivo comparar os
efeitos da atenção farmacêutica em pacientes coronarianos em relação aos efeitos
do modelo tradicional. Era um estudo prospectivo com aleatorização das farmácias
aos grupos de investigação e controle. Os resultados clínicos evidenciaram uma
diminuição da taxa anual de novos infartos no grupo de investigação e uma menor
utilização dos seviços de saúde. Melhoria da qualidade de vida foi identificada,
verificou-se um aumento do conhecimento sobre os fatores de risco da doença
coronariana e da satisfação com o serviço (ALVARES TOLEDO et al., 2001).
Os estudos citados acima evidenciam um impacto favorável da atenção farmacêutica
sobre a efetividade, qualidade de vida e custos assistenciais, sendo imprescindível a
realização e publicação de novas pesquisas que analisem a relevância da atenção
farmacêutica para os sistemas de saúde.
A intervenção farmacêutica no uso de medicamentos por pacientes idosos foi
revisada por Romano-Lieber et al., e Andrade et al., neles os autores sugerem a
necessidade de um posicionamento mais ativo do profissional farmacêutico nos
aspectos relacionados àqueles usuários, principalmente com relação às informações
quanto ao tratamento terapêutico, à adesão e às reações adversas dos
medicamentos.
De acordo com a Sociedade Americana de Farmácia Clínica (ACCP,2006), a
farmácia clínica é a área da farmácia relacionada com a ciência e a prática do uso
racional de medicamentos. É uma disciplina das ciências da saúde na qual
farmacêuticos
fornecem
cuidados
aos
pacientes
otimizando
a
terapia
medicamentosa, promovendo a saúde, o bem estar e prevenindo doenças.
A prática da farmácia clínica incorpora a filosofia da Atenfar mesclando orientações
de cuidado do paciente com conhecimento terapêutico especializado, experiências,
e julgamentos, visando assegurar os melhores resultados para os pacientes. Como
uma disciplina, a Farmácia Clínica tem a missão de contribuir para a geração de
novos
conhecimentos
que
melhoram
a
saúde
e
a
qualidade
de
vida(CARAMONA,1986).
Farmacêuticos
clínicos
são
uma
fonte
primária
de
informação
validada
cientificamente e de aconselhamento relacionado à utilização segura, adequada e
custo-efetiva de medicamentos.
O paciente deve ser o principal beneficiário das ações da Farmácia Clínica,
paralelamente com as ações de outros profissionais; portanto, a prática não existe
isolada de outros profissionais e serviços (SILVA JÚNIOR,2006).
A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS
Dentro deste novo contexto da prática farmacêutica, no qual a preocupação com o
bem estar do paciente passa a ser o sitío principal das ações, o farmacêutico
assume papel fundamental, aliando seus conhecimentos aos de outros profissionais
de saúde e aos da comunidade para a promoção da saúde(VIEIRA,F.S.,2007).
Nos últimos 30 anos, a farmácia privativa e as drogarias entregaram receitas aos
usuários do serviço, quase sempre sem qualquer tipo de orientação sobre o uso dos
mesmos. A farmácia de manipulação também não fugiu a esta regra.
No serviço público, os governos e gestores discutem a questão do abastecimento de
medicamentos e as estratégias de financiamento, mas poucos reconhecem que os
medicamentos são apenas um instrumento da prestação do serviço de saúde e não
se preocupam com a estruturação e a organização deste serviço(SILVA
JÚNIOR,2006).
Em meio a inúmeras necessidades e demandas, os serviços de farmácia não são
considerados prioritários na disputa por recursos nos orçamentos de saúde.Talvez
sua importância ainda não esteja explicitada para a maioria dos gestores(ARAÚJO
et al,2007).
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) constituem a principal porta de entrada do
sistema de saúde estatal em nosso país. As farmácias das unidades de saúde
ocupam, em geral, um espaço pequeno, cerca de 20 metros quadrados, com
pequenas variações conforme as dimensões da unidade de saúde. Em algumas
unidades a farmácia divide o espaço com sala de pré-consulta, arquivo e até
recepção. Estão estruturadas como local de armazenamento e a dispensação dos
medicamentos é feita por meio de uma abertura na divisória que separa o ambiente
da farmácia àquele destinado ao usuário(ARAÚJO & FREITAS.2006).
A predominância destas características ocorre independente de ser a estrutura da
unidade antiga, nova ou reformada e se deve ao fato de permitir entrega rápida e
quase impessoal do medicamento. Este fato também reflete o modelo ainda
baseado na medicina curativa e com demanda crescente, no qual o serviço
farmacêutico se restringe ao atendimento da demanda, porém dificulta a interação
farmacêutico-usuário.
A atividade de orientação aos usuários na farmácia da UBS torna-se praticamente
impossível, pois na farmácia deságuam quase todas as mazelas do sistema de
saúde, por estar no elo final do processo de atendimento.
Com relação à atividade de orientação, CHAVUNDUKA et al., demonstraram que é
fundamental o estabelecimento de uma relação de confiança entre o paciente e o
provedor do cuidado que impedem o estabelecimento do diálogo.
Os resultados desse estudo mostraram que 80% da população rural afirmaram não
ter confiança em seu provedor de atenção, sendo que 71% dos entrevistados não
pediram qualquer orientação sobre os medicamentos porque acreditavam que o
agente de saúde não tinha tempo para fornecê-la. Nas populações urbanas, o
quadro apresentado foi diferente, demonstrando que 60% dos usuários possuíam
algum tipo de informação sobre o mecanismo de ação dos medicamentos.
O farmacêutico tem uma interação limitada com a equipe de saúde, por ter seu
tempo preenchido através da resolução de problemas operacionais referentes à
gestão dos estoques e atendimentos aos usuários.Neste rol de atividades, qualquer
ação no sentido de reduzir a fila é valorizada; entretanto não muda o fluxo já
estabelecido pelo serviço de saúde.
No caso do atendimento farmacêutico é provável que uma reestruturação do sistema
informatizado melhore o atendimento no sentido da redução do tempo de espera,
mas não há nenhuma garantia de que a informatização solucione a falta de
direcionamento das tecnologias para as reais necessidades do paciente (ARAÚJO
et al,2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para a implementação da Assistência farmacêutica em todas as suas vertentes, em
especial, a relacionada à tecnologia do uso do medicamento, é necessária mudança
de paradigma, ou seja, as tecnologias devem ser adequadas e baseadas no
acolhimento e nas necessidades dos usuários. Esta mudança não depende só da
prática do farmacêutico e, sim, do serviço como um todo empenhado no
estabelecimento de uma relação de confiança e respeito mútuo, entre o usuário e o
provedor do cuidado, permitindo a superação das barreiras que impedem o
estabelecimento do diálogo (ARAUJO,2005).
A prática da ATENFAR necessita de investimento em pesquisa que possibilitem a
avaliação de seu impacto na qualidade de vida do usuário e na redução de custos
para o sistema de saúde, básicas ou distritais, essas estratégias são difíceis de
serem implementados, devidos em parte, às condições inerentes ao atendimento.
Na maioria delas o fluxo é alto, sacrificando o tempo de atendimento em benefício da
gestão.
A atuação do farmacêutico no setor público de saúde é muito recente, e sua
inserção na área da Assistência Farmacêutica tem sido gradativa e heterogênea,
atualmente a integração do farmacêutico nos sistemas de saúde ainda está
quantitativamente
e
(MESTRINER, 2002).
qualitativamente
muito
longe
das
necessidades
reais
Um dos desafios do profissional farmacêutico é modificar as condutas, incorporando
na prática profissional um modelo que propicie ao farmacêutico assumir a
responsabilidade com a farmacoterapia e atuar como promotor do uso racional de
medicamentos.
A área de saúde pública não era muito explorada dentro do âmbito das Ciências
Farmacêuticas dentre as várias possibilidades de atuação do farmacêutico e ainda
existe muitas dificuldades com relação à formação profissional, principalmente em
relação à capacitação técnica de atuação em Farmácia Clínica, ao desenvolvimento
das ações e à integração em equipes multi e interprofissionais (FREITAS et al,
2002).
Sendo assim, outro elemento importante, é a implantação da educação continuada
de qualidade que alcançará os farmacêuticos já atuantes e que desejam conhecer,
aperfeiçoar e aprimorar sua prática dentre desse novo paradigma.
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