PRÊMIO LITERÁRIO DOM MARCOS BARBOSA – 1º LUGAR
Pedro Henrique Ferreira Dapoza – Turma 53
Professora: Beatriz Delgado Mendes
TIA BIA FICA NERVOSA
Era um dia normal, como outro qualquer. Tia Bia terminou de trabalhar e
foi ao banco fazer pagamentos e pegar dinheiro. Ela chegou lá e viu que os
caixas de autoatendimento estavam com uma fila gigantesca e os caixas
comuns, não, havia uma única pessoa esperando para ser atendida. E, além
disso, o funcionário que estava atendendo ali era Seu Manoel, velho conhecido
da Tia Bia e com quem ela gostava muito de conversar.
Chegou a vez de Tia Bia ser atendida. Enquanto pagava as contas, ia
conversando com seu amigo, que era bem divertido e simpático. Antes, porém,
de pagá-las, ela fez um saque em dinheiro, guardou as notas na carteira e
ficou aguardando que seu amigo concluísse o pagamento das tais contas e lhe
devolvesse os canhotos com a autenticação mecânica. Feito isso, ela guardou
tudo na bolsa e saiu do banco para ir para casa. Só que nossa amiga
esqueceu a carteira no balcão do caixa e não percebeu sua falha!
Tia Bia pegou o carro no estacionamento do colégio e, enquanto dirigia,
saboreava bombons que havia ganhado de um aluno.
Ao chegar em casa, seu filho falou:
— Oi mãe, tudo bem? Você trouxe o dinheiro que te pedi para pagar a
mensalidade da minha festa de formatura?
— Claro que sim, filho, vou pegar minha carteira.
Ao abrir a bolsa, Tia Bia não encontrou a carteira de dinheiro ali.
Começou a suar e chamou seu filho, que vendo a aflição da pobrezinha, disse:
— Calma, mãe, assim você não vai achar a sua carteira, mesmo que ela
esteja aí dentro.
Mas, para desespero da Tia Bia, a carteira não estava lá. Ela começou a
telefonar para o banco, na tentativa de falar com alguém da agência, mas não
conseguiu. Seu filho foi até o carro para ver se, por acaso, a carteira não teria
caído da bolsa e ficado no carro. Nada, no carro não estava. Foi ficando mais
nervosa, com vontade de chorar. Aí seu filho sugeriu que fossem ao banco
para ver se a carteira não tinha ficado por lá. Ao pegar as chaves do carro para
sair, seu filho disse:
— Nadinha disso, minha filha! Quem vai dirigir sou eu! Nervosa desse
jeito, é bem capaz de bater com o carro.
E lá foram eles para o banco. Ao passar pela porta giratória da agência,
o segurança do banco falou para Tia Bia:
— Pode desmanchar essa cara de aflição misturada com desgosto! Já
sei por que a senhora está de volta! Sua carteira está lá, com o “Manel”.
Tia Bia criou alma nova, a sensação de alívio tomou conta dela, ficou tão
mais calma que parecia até mais leve. Ao receber a carteira de volta, teve
vontade de sair dançando, ali mesmo na agência, mas ela pensou melhor e
achou que não ficaria bem uma pessoa ficar dançando, do nada, sem música,
no meio de uma agência bancária, num final de tarde, no centro da cidade.
Assim ela voltou para casa com seu filho, mais tranquila e agradecida por
ter conseguido recuperar sua carteira.
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