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VISTRA SPED – BI: UMA NOVA PLATAFORMA PARA A INTELIGÊNCIA
EMPRESARIAL
Jorge Henrique Brognoli
Economista e Doutor em Ciências Empresariais pela Universidade do Museu Social
Argentino – UMSA de Buenos Aires, Argentina.
Consultor de BI – Business Intelligence e MI – Management Intelligence
E-mail: [email protected] [ Brasil ]
Resumo
Vivemos em uma época em que cada dia novo é uma nova realidade. A obtenção de
conhecimento já não se dá mais em locais fechados, pois a informação está cada vez mais ao
alcance daqueles que se dispuserem a alocar um pouco de recurso na aquisição de um
computador e “se ligar” na internet. O governo e seus órgãos de controle investem pesado em
tecnologia de informação, obtendo (...) maior controle pelo cruzamento de informações entre
empresas e consumidores. O mesmo precisa acontecer com as empresas, imersas em oceanos
hoje ditos “azuis ou vermelhos”, com as consequências atuais boas ou ruins em função do que
foram e fizeram, mas olhando para o futuro, e o futuro está logo ali. Uma questão vem
inevitavelmente à tona, a sobrevivência da organização empresarial está cada vez mais
dependente de sua capacidade de antecipar as ameaças e oportunidades que surgem no
ambiente, porém, na grande maioria das organizações tudo é feito de forma intuitiva. A partir
de novas metodologias mais adequadas ao novo ambiente empresarial e às novas tecnologias
associadas à gestão de negócios, o conhecimento poderá ser gerado e analisado antes de poder
ser comunicado e administrado, avaliando o passado e projetando o futuro para que ele seja
amigável.
Palavras Chaves: Business Intelligence, Software de Apoio, Serviço Público de Escrituração
Digital, Vistra Sped BI, Processo de Inteligência.
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INTRODUÇÃO
Com a globalização da economia, a inovação salvadora desponta na busca de
diferenciações para as empresas que se deparam com um cenário de competitividade
internacional, no qual a necessidade de monitoração dos movimentos da concorrência como
também a detecção de ameaças e oportunidades tornam-se vitais para o crescimento ou
sobrevivência no mercado.
Os “bons tempos” em que o ritmo dos acontecimentos eram menores não voltam
mais. No entanto, para aquelas empresas que encontram uma nova forma de atuar como
contrapartida a tudo que ocorre, como diminuição de barreiras econômicas, aumento do ritmo
na velocidade das comunicações, os “bons tempos” são os tempos vindouros.
Numa economia cada vez mais globalizada, há condições fundamentais para a
obtenção de estratégias competitivas essenciais, eliminar desperdício, criar riqueza,
compreendendo, atraindo e mantendo clientes valiosos (PORTER, 1998; WOMACK &
JONES, 1998; DAY, 1999).
O mundo está se rearticulando. TOYNBEE (1973) já dizia que seus netos
nasceram para realizar a rearticulação do mundo após uma histórica revolução na própria
constituição das relações humanas, tarefa difícil, mas urgente, indicando o abandono do
proveito próprio e a mente aberta, para o qual o “computador não só tornou possível grandes
avanços em vários campos do conhecimento como também, juntamente com um complexo
sistema de informações, possibilitaram ao homem explorar uma série de oportunidades que
lhe são oferecidas e planejar efetivamente”. Mas também faz um alerta porque possibilita ao
homem se libertar ou se aprisionar, ou seja, tornar-se senhor ou escravo do avanço
tecnológico.
Dos sinais de fumaça, passando pelo telégrafo e o telefone, o computador, como
instrumento e técnicas para comunicação, surgiu com uma velocidade sem precedentes e a
Rede se torna um poderoso multiplicador de capital intelectual (LEVINE et al., 2000),
sugerindo “abaixo os negócios de forma tradicional”.
Esta é a grande mudança, nada mais é como era antes, confirmando o que já dizia
a frase de Heráclito (540 a.C.- 470 a.C.) que “a única coisa permanente no universo é a
mudança”. A mudança como necessidade recai sobre as organizações, sem as quais elas
podem se considerar exclusas, em que a busca do conhecimento é fundamental, pois “para
intervir e inovar, nada é mais efetivo que o conhecimento moderno” (DEMO, 1997).
A partir dessa nova ordem, desponta a necessidade de sistemas estruturados de
obtenção de informações, que permitam a monitoração permanente do ambiente em que a
empresa atua, através de processos que envolvem coleta, análise e validação das informações,
como também para o atendimento das demandas dos mais diversos setores de uma
organização, além de sua integração, que permite uma ampla base de conhecimento sobre o
negócio.
Pretendemos, com este artigo, contribuir com essa discussão, baseados na
literatura, visando não somente a solução de um problema, mas a oportunidade de oferecer
uma pesquisa para o entendimento prático e conceitual sobre um sistema denominado BI –
Business Intelligence e o Vistra Sped BI, como software inovador de aplicação de ferramentas
analíticas, projetado para transformar a base de dados do SPED – Sistema Público de
Escrituração Digital – em um grande rol de cenários, dispostos em análises e informações
padronizadas de negócios, elevando a inteligência empresarial.
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DO ERP AO BI
Já não vai muito tempo quando o equipamento básico, convencional, para
processamento de textos era a máquina de escrever. Quanto trabalho para se corrigir uma
única letra, ou quanto papel se jogou fora ao recomeçar em função de erros de frases e
concordâncias. Era um tempo de pouca ou nenhuma flexibilidade, até que surgissem líquidos
corretores ou corretores de fita, que vinham instalados na própria máquina – era uma
maravilha.
Também havia o problema da estética, dos limites de margem direita e esquerda,
anunciados por um sinal sonoro com o de uma sineta, para que atentássemos que estávamos
chegando na margem, tendo que arranjar uma forma de controlar os espaços para que ficasse
como o que conhecemos nos textos digitados: “justificado”.
Com a vinda do computador, houve um alívio do esforço humano em suas várias
tarefas: contabilidade, controle de estoque, etc; e com isso veio o aumento da produtividade,
além de flexibilidade para realizar tarefas completamente distintas, que advém da
funcionalidade do “software” que roda nas máquinas (SAMPAIO et al., 1987).
KRAINAK (1995), falando em manutenção de computadores, faz uma analogia
com um carro novo, comparando a limpeza da tela do computador com o parabrisa do carro, o
que nos leva a pensar que quando ligamos o mesmo, tudo o que se passa na tela tem a
profundidade de uma visão até a linha do horizonte e na medida em que o carro desenvolve
velocidade, vão se descortinando novas paisagens. Assim também acontece quando estamos
diante de uma tela de computador e nos deparamos com atividades que envolvem alguma
interação com bancos de dados.
As interações são exemplos do que podemos denominar de aplicações tradicionais
de banco de dados, no qual a maioria das informações são armazenadas e acessadas, em
formato textual ou numérico, também podendo armazenar figuras, videoclipes e mensagens
sonoras, com também sistemas de informações geográficas capazes de armazenar e analisar
mapas, dados do tempo e imagens do satélite (geographic information system – GIS).
Também, os “data warehouse (DW)”, os “online analytical processing (OLAP)” e
a tecnologia de bancos de dados ativos e real time são utilizados por empresas para extrair e
analisar informações dos bancos de dados para tomada de decisão e no controle de processos
industriais, em que a criação e o gerenciamento de um banco de dados exige um modo
diferente de pensar os negócios, sendo a habilidade de manipular uma base de dados tão
significativa quanto o próprio computador (ELMARSI e NAVATHE, 2005; WEITZEN,
1991).
Todo esse desenvolvimento de tecnologia computacional permitiu o surgimento de
sistemas de informações mais complexos, desde os primeiros sistemas integrados da área
industrial, os MRPs (Material Requirement Planing), sendo sequenciado pelo MRP II,
integrando-se a área de logística, resultando em uma nova forma de lidar com sistemas de
informações, essencialmente, baseado numa estrutura de dados organizada por meio de
sistemas gerenciadores de banco de dados, aliados a ferramentas avançadas para o
desenvolvimento de sistemas, dando origem nesta evolução dos Sistemas Aplicativos dentro
das organizações ao ERP - Enterprise Resource Planning. (CAMPANARIO et al, 2004).
O ERP, traduzido para Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (SIGE ou SIG),
possibilita a integração de todos os dados e processos de uma organização para um único
sistema que integra os diversos departamentos, possibilitando a automação e armazenamento
de todas as informações das atividades empresariais, como sistemas de: finanças,
contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras, etc.
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De acordo com Colangelo (2001), apud SAID (2009), a figura 1 abaixo ilustra e
sintetiza a evolução das aplicações empresariais:
Figura 1: Evolução das Aplicações Empresariais
Fonte: Colangelo, 2001 (apud SAID, 2009)
Conforme o mesmo autor, o termo ERP está associado a pacotes comerciais e,
embora isto não impeça que as empresas desenvolvam internamente os seus próprios
sistemas, deve-se considerar que os sistemas ERP comerciais possuem cinco características
que, tomadas em conjunto, podem distingui-los:

São pacotes comerciais de software;

Incorporam modelos de processos de negócios (best practices);

São sistemas de informação integrados e utilizam um banco de dados
corporativo;

Possuem grande abrangência funcional; e,

Requerem procedimentos de ajuste para que possam ser utilizados em
determinada empresa.
O que o ERP realmente faz é organizar, codificar e padronizar os processos e
dados de negócio de um grupo empresarial. (SAID, 2009), de acordo com a figura 2:
Figura 2: Entrada para os sistemas
Fonte: SAID, 2009
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“O software do ERP não é intrinsecamente estratégico; ao contrário, é uma
tecnologia de suporte, um conjunto de módulos integrados de software que formam o núcleo
da máquina que realiza o processamento interno de transações”. (SAID, 2009).
O desenvolvimento de um sistema de gestão organizacional voltado para o alto
desempenho requer a identificação e a análise de todos os seus processos, o que possibilita a
compreensão da organização, adequação de responsabilidades, utilização eficiente de
recursos, antecipando e provendo solução dos problemas, evitando redundâncias, além de
uma identificação clara dos clientes e fornecedores, cuja análise, constando no sistema de
gestão, possibilita o desenvolvimento do pensamento sistêmico da empresa (CAMPANARIO
et al, 2004).
O avanço consistente e livre das soluções computacionais levou as empresas a
adotarem modelos de gestão cada vez mais sofisticados com redução de custos, aumento da
eficiência, produtividade e melhoria das margens nos negócios, levando a um novo estágio, o
de Business Intelligence – BI.
Busines Intelligence – BI, ou seja, Inteligência de Gestão, Inteligência de Negócios
Ou Inteligência Empresarial – refere-se ao processo de coleta, organização, análise e
compartilhamento de informações, que oferecem suporte a gestão de negócios. O termo
Business Intelligence nasceu em 1989, popularizado por Howard Dresner, que o descreveu
como um conjunto de conceitos e métodos para melhorar a capacidade de tomada de decisões,
utilizando sistemas baseados em fatos de negócio.
O sucesso das empresas passa a depender mais da rapidez e da maneira como elas
respondem as condições de mercado, necessitando criar um canal de dados e processos em
uma única fonte da verdade, oportunizando o surgimento de empresas e softwares de BI, que
se propõem a dar uma visão precisa da organização, através da combinação dos vários
sistemas disponíveis. Da base ao topo, onde está o BI, segundo a proposta da empresa Avanco
International, temos:
Figura 3: Business Intelligence
Fonte: http://www.avanco.com/sol_business_intel.html
A descrição de cada fase ou participante para chegar ao BI é apresentada a seguir.
Cada componente, assinalado em negrito, tem e deve responder a sua função de forma
objetiva:
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 Base Transacional de Dados (Transactional Database): As bases de
dados transacionais contêm todas as informações operacionais da
empresa, tais como: cadastros de clientes, produtos, fornecedores,
pessoal, representantes, movimentos de faturas, notas fiscais,
documentos de cobrança, entradas e saídas de estoque, lançamentos
financeiras, registros fiscais, lançamentos contábeis, eventos de
pagamento, registro de serviços, atendimento a clientes, etc. (UtiBI,
2011)
 ETL – Extração, Transformação e Carga (Extract, Transform and
Load): É uma arquitetura de Banco de Dados com informações de
caráter Gerencial voltado para: Suporte à Decisão, Planejamento
Estratégico, Análise do Comportamento de Clientes e Análise da
Performance de Vendas. Funciona como um Provedor de Informações
de uma Empresa ou Instituição, pois concentram todas as informações
estratégicas e históricas, extraídas das bases de dados transacionais
relativos aos Clientes, Produtos, Serviços, Fornecedores e Finanças.
(UtiBI, 2011)
 Banco de Dados (Date Warehouse – DW): É uma arquitetura de Banco
de Dados com informações de caráter Gerencial voltado para: Suporte à
Decisão, Planejamento Estratégico, Análise do Comportamento de
Clientes e Análise da Performance de Vendas. Funciona como um
Provedor de Informações de uma Empresa ou Instituição, pois
concentram todas as informações estratégicas e históricas, extraídas das
bases de dados transacionais relativos aos Clientes, Produtos, Serviços,
Fornecedores e Finanças. (UtiBI, 2011)
 Gestão de Desempenho (Performance Management - PM) : Inclui
atividades que garantam que as metas estão sendo atendidas de forma
consistente, de forma eficaz e eficiente, podendo incidir sobre uma
organização, departamento, funcionário, ou até mesmo um processo
para construir um produto ou serviço, bem como muitas outras áreas.
 Relatórios Corporativos (Enterprise Reporting): Relatórios
corporativos ou de gestão, que possibilitam o fornecimento regular de
informações servindo de apoio a tomada de decisão pelos
administradores, podendo ser na forma de textos, tabelas, gráficos, etc.
Podem ser disseminados pela rede ou diretamente ao interessado.
 Mineração de dados (Data Mining): Processo de extração de
conhecimento de grandes bases de dados, convencionais ou não.
Utilizando técnicas de inteligência artificial, procuram relações de
similaridade ou discordância entre dados. Seu objetivo é encontrar,
automaticamente, padrões, anomalias e regras com o propósito de
transformar dados, aparentemente ocultos, em informações úteis para a
tomada de decisão e/ou avaliação de resultados.
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O BI – Business Intelligence – é um conceito que tem como objetivo o
alinhamento estratégico, tático e operacional, oferecendo recursos para as tomadas de
decisões dos executivos, com informações seletivas e integradas, a partir de um banco de
dados. Considerado um “estado de arte” por KAHRBEK (2007), que agiliza e otimiza
informações a partir da tecnologia de gestão (ação humana), com metodologia de gestão,
conceitos e fórmulas, enquanto que a tecnologia da informação provê a parte formal
(tecnológica), com o fluxo sistêmico e cálculos automatizados, interagindo por completo.
KAHRBEK (2007) classifica ainda os processos sistematizados de Business
Intelligence, assim como os sistemas financeiros, em uma categoria de aplicações analíticas
projetadas para medir e otimizar o desempenho financeiro e/ou estabelecer e avaliar uma
estratégia de negócio da empresa.
Com relação às empresas, que fornecem software de BI a nível internacional, com
participação também no mercado brasileiro, a empresa americana Gartner, Inc.(NYSE: IT),
empresa líder mundial em pesquisa sobre tecnologia de informação, publica anualmente a
posição das empresas fornecedoras de plataformas de BI a nível mundial, baseado em
pesquisa com clientes/usuários.
Em Janeiro de 2011, com ano base em 2010, publicaram a posição dos principais
provedores de Software de Business Intelligence:
Figura 4: Provedores de Softwares de BI
Fonte: Gartner Inc/2011
O Quadrante Mágico é uma representação gráfica do mercado durante um período
de tempo específico, no caso da figura 4, refere-se ao período de 2010. A análise do Gartner
descreve como determinados fornecedores são avaliados com base nos critérios daquele
mercado, conforme definido pela Gartner. O Gartner não endossa nenhum fornecedor,
produto ou serviço representado no Quadrante Mágico, e não aconselha aos usuários de
tecnologia a selecionar apenas aqueles fornecedores colocados no quadrante "Líderes". O
Quadrante Mágico é meramente uma ferramenta de pesquisa e não pretende ser um guia
específico para ação. O Gartner renuncia quaisquer garantias, expressas ou implícitas, com
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respeito a essa pesquisa, inclusive qualquer garantia de comerciabilidade ou adequação de um
propósito em particular.
3. VISTRA SPED – BI
ARISTÓTELES (384/322 A.C.), apud MARAMALDO (1983), já dizia que “o
caminho para alcançar o êxito começa em termos primeiramente uma idéia definida, clara e
prática: um objetivo. Em segundo lugar, possuir meios necessários para atingir esse objetivo:
conhecimento, dinheiro, materiais e métodos. Em terceiro lugar, combinar todos esses
elementos com criatividade.” Isto se aplica a plataforma de Business Intelligence que a
empresa Datacoper, através de sua coligada Vistra, está disponibilizando ao mercado
brasileiro um produto projetado para transformar a base de dados do SPED – Sistema Público
de Escrituração Digital – em um grande rol de cenários, dispostos em análises e informações
padronizados dos negócios, elevando a inteligência empresarial.
Por que SPED-BI?
O projeto SPED – Sistema Público de Escrituração Digital oficializado pelos
órgãos do governo, mais especificamente o Ministério da Fazenda, através da Secretaria da
Receita Federal - SRF, em janeiro/2007 – trata-se de uma solução tecnológica que oficializa
os arquivos digitais das escriturações fiscal e contábil dos sistemas empresais dentro de um
formato digital específico e padronizado.
O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) visa promover a atuação
integrada dos fiscos nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal), uniformizar o
processo de coleta de dados contábeis e fiscais, bem como tornar mais rápida a identificação
de ilícitos tributários.
Dentre os benefícios vislumbrados para os contribuintes, com a implantação desse
sistema, destaca-se a redução de custos, além de simplificação e agilização dos processos que
envolvem o cumprimento de obrigações acessórias, em um fluxo conforme a figura 5:
Figura 5: Fluxograma doSistema SPED
Fonte: Password Interativa Sistemas
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 SPED FISCAL: Escrituração Fiscal Digital - EFD é um arquivo digital,
que se constitui de um conjunto de escriturações de documentos fiscais e de
outras informações de interesse dos fiscos das unidades federadas e da
Secretaria da Receita Federal do Brasil, bem como de registros de apuração
de impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo
contribuinte.
 SPED Contábil é a substituição da escrituração em papel pela Escrituração
Contábil Digital (ECD), também chamada de Sped Contábil. Corresponde
à obrigação de transmitir em versão digital os seguintes livros:
I - livro Diário e seus auxiliares, se houver;
II - livro Razão e seus auxiliares, se houver;
III - livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento
comprobatórias dos assentamentos neles transcritos.
Em um momento como este, em que o governo tenta imprimir um programa de
qualidade e competitividade dentro do Ministério da fazenda e a respectiva Secretaria da
Receita Federal, não cabe mais perguntar aos atores envolvidos, aos empresários, se gostaram
da ideia, pois todo o trabalho de sensibilização foi efetuado no tempo oportuno, ocasião em
que se processou o choque cultural e que continua, iniciando o processo, sem possibilidade de
retorno.
Antes do SPED, voltar ao tempo passado era uma oportunidade de “reparar”
alguns detalhes da contabilidade, pois ao interferir no que foi feito, mudava-se o presente,
sendo que as consequências dependiam das suas novas escolhas ao ajustar o passado, pois
cada mudança que era feita, por mínima que fosse, interferia em muitas outras coisas.
Hoje, tudo fica mais difícil porque as estruturas de inteligência governamental
andam mais céleres do que as empresariais, ao menos para a imensa maioria das micros,
pequenas e médias empresas, não mais permitindo que o empresário brasileiro se estabeleça
em um ambiente de passividade com relação ao tema SPED, mas exigirá no âmbito do
planejamento empresarial, um agudo “senso de risco”, pois o empresário habituado a uma
época de crescimento constante e determinado, dirigindo seu próprio negócio “de dentro para
dentro de si”, a um passo da obtenção de altos níveis de rentabilidade, vê-se, agora, diante de
fatos inteiramente novos, em consequência, uma densa perplexidade obscurece o juízo
empresarial. (VIANA, 1991). Um aviso aos navegantes empreendedores: “se você não está
interessado no seu balanço patrimonial, achando que é problema do seu contador, a Receita
Federal está”.
Não é novidade a constante evolução tecnológica nos diversos segmentos da
economia, mas a velocidade com que crescem as mudanças nos sistemas do governo, a
exemplo da Secretaria da Receita Federal do Brasil, cria-se um contraste com o ambiente
empresarial, pois nem toda a empresa tem recursos para aplicar em tecnologia de informação,
e se veem obrigadas a tal devido às obrigações acessórias contábeis e fiscais que passam a
serem exigidas.
Uma ajuda mais direcionada se faz necessária e há uma defasagem profunda no
que se refere a conhecimentos, habilidades e comportamentos, que devem ser tratados, por
exemplo, como parte integrante de um processo que possibilite por sua vez desenvolver as
pessoas dentro do seu ambiente de trabalho, dado as novas regras e exigibilidades dos órgãos
governamentais.
Nesta ótica, o VISTRA SPED BI foi projetado para transformar a base de dados
do SPED em um grande rol de cenários, dispostos em análises e informações padronizadas
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dos negócios, a partir das quais se pode elevar a inteligência competitiva. Prontos para serem
entregues, os painéis do VISTRA SPED BI fornecem poder para o usuário, exercendo papel
fundamental para consolidar e potencializar as necessidades, eliminando as defasagens.
Conforme CARDOSO JÚNIOR (2005), não se chega à inteligência nos negócios
pelo acesso passivo à informação ou, ainda, pelos conhecimentos transmitidos nas escolas e
universidades, a inteligência precisa ser criada.
Como o próprio nome já anuncia, O VISTRA SPED BI se apropria dos dados do
SPED enviados pelas empresas mensalmente para a Secretaria da Receita Federal, que tem
por essência, garantir a arrecadação de impostos, e formas de aumentar via aumento ou
eliminação de sonegação, e a partir deles fornece inúmeros gráficos, medidores de
desempenho, tabelas dinâmicas sobre o andamento de toda a organização. Com apenas alguns
minutos e com poucos cliques, se descortina no parabrisa (tela) do computador todo um
horizonte de desempenho da empresa, contribuindo para que se possa ver como o ente
governamental vê a empresa, contribuindo para que as decisões com relação ao futuro sejam
mais seguras.
Por outro lado, o surgimento de um software de apoio à inteligência empresarial,
desenvolvido pela empresa VISTRA SOFTWARE (www.vistra.com.br), é uma ferramenta
que está em consonância com as necessidades, pois tem uma funcionalidade integrada,
permitindo mineração automatizada de dados e análises ontológicos através de cockpits e
outros recursos. Ou seja, se pode verificar em que medida os problemas de informações em
nível empresarial passam a ser vistos pela empresa e/ou governo e, consequentemente, se
passa a agir diretamente sobre os seus desempenhos e resultados futuros, a partir da estrutura
como demonstra a figura 6:
Figura 6: Arquitetura - Sistema Vistra de BI
Fonte: Datacoper Software
Para os propósitos do VISTRA SPED BI, não se leva em conta apenas os aspectos
teóricos, mas tem por base o interesse das empresas de terem seus processos decisórios e
operacionais alimentados com informações de qualidade, obtidas dentro de uma boa relação
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custo-benefício e adaptado às necessidades do negócio de cada um. As visões personalizadas
e prontas possibilitam identificar os problemas que podem influenciar o desempenho dos
negócios em um processo de inteligência competitiva, ou seja, possibilita verificar em que
medida os problemas de informações em nível das empresas passam a constituir gargalos para
o seu desempenho.
Informação e conhecimento representam patrimônios cada vez mais valiosos, dado
a necessidade de se prever, compreender e responder as mudanças ambientais. A gestão do
conhecimento é todo o conjunto de conceitos, recursos e mecanismos que tornam as empresas
mais produtivas e competitivas, é preciso procurar formas de interação entre a ciência, a
tecnologia e a educação, segundo LARA (2004), EDVINSONN (2003). O conhecimento é
um fluído misto de experiências, valores, informações contextuais e ideias especializadas que
oferecem um arcabouço para avaliar e incorporar novas experiências e informações. Originase nas mentes dos conhecedores nas empresas e nelas é explicado, segundo DAVEMPORT e
PRUSAK (apud EDVINSONN, 2003).
Neste contexto, o VISTRA SPED BI trata, neste momento, de uma situação única
e inovadora, mas certamente em um futuro próximo outras plataformas de BI também o farão,
seguindo o que os especialistas da empresa VISTRA SOFTWARE fizeram, a partir de um
objetivo claro e único, que uma plataforma de BI possa ser aplicada diretamente a base do
SPED, de forma prática e racional, a partir do entrosamento dos setores e se transformará em
conhecimento, cujas funções poderão ser otimizadas em seu desempenho, dependendo do
objetivo do trabalho de cada utilizador.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A área do conhecimento e da inteligência empresarial que vem sendo abordada
por muitos autores, alguns citados neste artigo, além da preocupação dos empresários com
relação ao tema, demonstra a importância de se viabilizar estudos para um maior
entendimento e análise dos processos de Business Intelligence no âmbito das organizações.
A oportunidade que surge a partir do interesse existente entre as empresas,
fornecedora de plataforma de BI e utilizadores de BI, surge como fomento para os objetivos
de integração entre empresa fornecedora e empresa consumidora, contribuindo para que este
processo seja feito de maneira profissional, sólida e sustentável.
Por outro lado, o VISTRA SPED BI permitirá às empresas entenderem melhor
a sua situação como um todo, a partir dos indicadores do BI, baseados nas informações via
SPED, dado a possibilidade de se estudar na forma de anteprojeto novas medidas de
salvaguarda de uma empresa ou de um setor, que pode ser reestruturado com uma proposta de
conceitos, ferramentas e decisões, que permitem a continuidade e a longevidade empresarial.
A plena utilização o modelo do VISTRA SPED BI torna exequível a conexão entre a teoria e
a prática, com um impacto significativo sobre o desempenho operacional.
“A grande sacada do produto está em jogar o arrocho fiscal a favor dos
empresários. O que poderia ser visto como ameaça, exatamente por conta da recente
onipresença do fisco, com o VISTRA BI SPED é possível ver oportunidade de evolução dos
negócios. Uma ferramenta simples, rápida e bastante acessível a todos os empresários”,
descreve Cezar Bernardon, presidente da Vistra Software.
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A continuidade da presente pesquisa possibilitará a busca de novas soluções para a
gestão do conhecimento nas organizações, cujas recomendações que surgirão no
desenvolvimento do processo auxiliarão as organizações com relação aos aspectos
qualitativos, para o atendimento das necessidades impostas pelas exigências de novos serviços
de inteligência no mundo moderno.
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