266
Ilustração 13.16. Maria Auxiliadora, ao centro, com sua família e artistas
amigos, na Praça da República. (Anos 60) São Paulo, SP. Foto do acervo da
Família Silva.
Ilustração 13.17. Quirino da Silvai. “4 Primitivistas”. Diário de Noticias
(sem data) Matéria que noticia a mostra na Galeria KLM dos artistas:
267
Izabel dos Santos, Ivonaldo Veloso de Melo, Maria Auxiliadora da Silva e
Paulo Wladmir, ocorrida em 196921
Maria Auxiliadora conheceu, na Praça da República, o físico e crítico
de arte Mário Schemberg, que a apresentou ao cônsul dos EUA Alan
Fisher. Este último organizou, em 1971, com sucesso, uma exposição da
artista na Mini Galeria USIS22 na Biblioteca do Consulado Americano, em
São Paulo.
Ilustração 13.18. Exposição de Maria Auxiliadora no USIS, organizada por Alan
Fisher, Cônsul Americano em São Paulo, SP. 1970. Foto do acervo de sua irmã,
Gina da Silva, que se encontra também reproduzida na obra de Bardi (BARDI,
1977:10)
21
22
SILVA, Quirino da. 4 Primitivistas . Diário de Noticias. 1969.
USIS. United States Information Services.
268
Ilustração 13.19. Carta /convite para a mostra de “pintura primitivista de Maria
Auxiliadora Silva”, na Mini-Galeria do USIS - US Information Services, 18 de maio de
1969.
Ilustração 13.20. Maria Auxiliadora na Galeria USIS. Ao fundo sua obra “Luna
Park”.
269
Ilustração 13.21. Maria Auxiliadora no Programa de Ronnie Von. (Anos 70). Foto do
acervo de Gina, cedida especialmente para esta pesquisa.
A pintura proporcionava recursos para viver, mas, às vezes, Maria
Auxiliadora ficava um pouco apertada. Estudou até o 4° ano primário no
Colégio Arquidiocesano, no bairro de Vila Mariana. Pretendia fazer
madureza, e depois estudar para modelista, porque gostava muito de
desenhar
modelos
de
vestidos.
Pretendia
trabalhar
até
meio-dia
desenhando modelos para uma empresa e depois pintar durante o resto
do dia.
13.4.2 AS COLAGENS DE CABELO E RELEVOS
As colagens de cabelo e os relevos de seios, nádegas, canaviais,
ondas do mar, fizeram com que alguns vissem na arte de Maria
Auxiliadora manifestações fronteiriças do pop, podendo-se também não
resistir à tentação de atribuir essas soluções plásticas a uma herança
arquetípica negra, pela via do inconsciente. (FROTA, 1978)
270
Transcrevemos trecho da entrevista sobre esse tema especifico
porque, é unânime entre os críticos e colecionadores, o elogio a essa
característica do trabalho da artista:
"Meus primeiros óleos, em 1968, eram chapados, sem
relevo, No começo de 68 não havia relevo, mas nos fins de
68 eu comecei a fazer relevo com cabelo. Primeiro usando o
próprio óleo para fixar, porque nessa época eu não conhecia
ainda a massa da Wanda. Pegava a tinta a óleo bem grossa
e imprimia o cabelo no meio da tinta. Eu já pegava o cabelo
natural, muitas vezes o meu mesmo, muitas vezes eu pinto
crioulos. Mesmo então já pegava meu cabelo mesmo e
imprimia. A tinta ia junto com o cabelo, já ia à tela, já ia
bater com o pincel para fixar ali. Tive essa idéia porque eu
comecei a pintar quadro, e estava pintando um quadro
grande de candomblé. Meu primeiro quadro de candomblé,
em 1968, ganhou o 1° prêmio no Embu. Eu comecei a fazer
pintando com óleo mesmo, não tinha nem idéia de pôr
cabelo no quadro, mas aí comecei a fazer, não sei como, foi
sem querer, um fio do meu cabelo saiu e voou assim na
cabeça de uma figura do quadro. E ficou ali aquele fio. Puxa
vida que beleza, vou começar a pôr cabelo, pensei. E aí
comecei a colocar cabelo.23
Lelia Frota ressalta ainda que os temas amorosos são representados
por Maria Auxiliadora com intensidade e freqüência iguais à dos religiosos,
como se pode ver em Encontro no Parque, Samba no Salão, que
descrevem
fielmente,
através
de
sua
grande
vibração
erótica,
o
comportamento e o ambiente social da pintora. Também o Parque de
Diversões, maravilhoso óleo de grande dimensão, é ilustrativo da cultura
popular urbana24.
23
Depoimento de Maria Auxiliadora a Lelia Frota em 1972,
Como Lelia Frota procura demonstrar o fenômeno de aculturação , dá especial
destaque aos temas urbanos de Maria Auxiliadora em contraponto aos temas folclóricos
os quais supõe serem “demanda de mercado”.
24
271
Ilustração 22. Parque de Diversões. (1974). Técnica Mista 19X27. Acervo de
Vilma Haidar Eid. Galeria Estação. Instituto do Imaginário Brasileiro. Cedida
especialmente para esta pesquisa.
Refere-se também, a mesma autora, às telas como Bumba-meu-boi,
Feira Baiana, Festa Junina, e Garimpeiros, as quais entende “que não
foram pintadas com o mesmo impulso, com a mesma solicitação interior
das demais, embora possuam bom nível de expressão plástica”, pois que
talvez já correspondam a uma solicitação do mercado de arte pelos temas
ditos "folclóricos".
O irmão mais velho dos Silva, Sebastião Cândido, é mencionado no
depoimento de Maria Auxiliadora. Sebastião, como pode ser verificado em
sua biografia, freqüentava escolas de arte, bibliotecas e procurava
inteirar-se das tendências de época. Além disso, dentro da profissão de
assistente de topografia que exerceu durante muitos anos, estava em
permanente convívio com o desenho. Assim, Sebastião considerava o
trabalho de sua irmã algo «malfeito»:
“Como a pintura de Sebastião sempre foi muito
diferente, com muita pesquisa, ele não entendia ‘primitivo’
naquela época. E ele achava que a minha pintura era assim
muito malfeita e que eu tinha que entrar na escola para
272
estudar. Às vezes eu fazia uma Figura assim pequenininha
na frente, e uma maior lá atrás e ele achava que não tava
certo." Maria Auxiliadora25
Ilustração 13.23. Última vez que Maria Auxiliadora compareceu à Praça da Republica.
25
Depoimento de Maria Auxiliadora a Lelia Frota em 1972.
273
Ilustração 13.24 Auto-retrato com os anjos 1972, 70x50.
Auto-retrato da pintora, onde ela aparece diante do cavalete,
pincel em punho, elegantíssima, envergando um dos modelos de sua
criação, a esperar quatro anjinhos que, lépidos, lhe vêm trazendo
inspirações. É a figura mesma do momento em que o artista popular
tradicional passa à consciência individualizadora, pintando para um
público mais amplo do que o do seu meio ambiente, com noção de
gratuidade, de originalidade em arte, embora enraizado em profundeza no
povo a que pertence, renascendo a cada obra no infinitamente
multiplicado ovo da tradição.
274
Homenagem Póstuma:
CRECHE MARIA AUXILIADORA DA SILVA - 1986
Decreto 22 861 do Prefeito Jânio da Silva Quadros
275
"Os quadros de Maria Auxiliadora se caracterizam pela sua
grande vitalidade e vibração cromática. Possui o senso
mágico afro-brasileiro e uma riqueza de criação rítmica e
colorística das mais fascinantes. A sua obra combina
vivências autênticas e profundas da vida popular com a sua
imaginação construtora de arquiteturas cromáticas e
lineares, fundindo uma bela capacidade decorativa com um
sentimento popular convincente e verdadeiro. Consegue unir
realidade e sonho. Há mais de dois anos que Maria
Auxiliadora enriqueceu sua pintura a óleo com elementos de
colagem. Posteriormente desistiu da colagem e passou a
utilizar apenas o relevo obtido com massa plástica.
Conseguiu assim intensificar consideravelmente o dinamismo
de suas composições e lhes atribuir um caráter saboroso de
obras de artesanato popular, tornando-se uma das figuras
de expressão marcante do nosso primitivismo".
Mário Shenbergii
276
Maria Auxiliadora - Cronologia
1938
Maria Auxiliadora da Silva nasce em Campo Belo, Minas
Gerais, aos 15 de Maio26.
1942
Com três anos vem para São Paulo com a família27 (Vicente
Paulo, João Cândido, Sebastião Cândido, Conceição Silva e
mãe, Maria de Almeida)
1950
Começa a trabalhar em casas de família aos 12 anos de
idade28
1968
Começa a expor na Praça da República por insistência do
irmão Vicente Paulo e da mãe, Maria de Almeida.
1968
Expõe seus trabalhos na Biblioteca Municipal da Lapa.
São Paulo, SP. 29
1968
Participa da 2ª Bienal Nacional da Bahia. Salvador,
Bahia. 30 31
Expõe no Salão de Arte Contemporânea de Santo
André. Santo André, SP.32
1968
1968
Participa do I Salão Oficial de Arte Moderna de Santos.
Santos, SP. 33
1968
Recebe o Primeiro Prêmio no V Salão de Artes Plásticas
do Embu das Artes, SP. 34
1968
Participa do 17º Salão Paulista de Arte Moderna. São
Paulo, SP.35
26
FROTA, Coelho Lélia. Mitopoética de 9 Artistas Brasileiros. Rio de Janeiro: FUNARTE,
1978
27
Depoimento de João Cândido da Silva aos 16 de maio de 2007.
28
FROTA, Coelho Lélia. Mitopoética de 9 Artistas Brasileiros. Rio de Janeiro: FUNARTE,
1978
29
BARDI, Pietro Maria. Maria Auxiliadora da Silva. Torino: Giulio Bolaffi Editore. 1977.
30
Ibid.
31
Instituto Itaú Cultural. Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br.> Acesso em:
14 de julho de 2007.
32
Ibid.
33
Ibid.
34
Ibid.
277
36
1968
Seu nome é inserido no Dicionário de Artes Plásticas.
1969
Conhece, na Praça da República, o Adido Cultural e Cônsul
Americano, Alan Fisher. 37
1969
Ultra Arte. «Participação Especial». São Paulo, SP.
1969
Citada no Livro “Dicionário das Artes Plásticas do
Brasil”.
1969
II Mostra de Artes Plásticas. São José dos Campos, SP.
Prêmio “Aquisição” no Primeiro Salão de Artes Plásticas de
São José dos Campos39
1969
Participa do 26º Salão Paranaense. Federação das
Indústrias do Estado do Paraná. Curitiba. PR 40
1969
Coletiva na Galeria KLM. Avenida São Luis, n° 120.
Centro. São Paulo, SP. 41 42 Participaram da Mostra
Ivonaldo, Isabel dos Santos e Paulo Wladmir, Curadoria do
Pintor Paulo Chaves43.
1969
Prêmio “Aquisição”. Salão de Arte Contemporânea de
Santo André. Santo André, SP. 44
1969
Medalha de Bronze no Encontro de Artes Plásticas de
Atibaia. Atibaia, SP. 45
1969
Primeira Exposição individual na Mini Galeria USIS.
Conjunto Nacional. Rua Padre João Manoel, n° 20. São
Paulo, SP. 46 47
1969
Ganha o Segundo Lugar na Mostra de São Miguel
35
38
Instituto Itaú Cultural. Disponível em: <http//www.itaucultural.org.br>. acesso em: 19
de junho de 2006.
36
Primitivismo em relevo. Jornal O Dia. São Paulo, 23 de maio de 1970. Pág. 08.
37
Primitivismo em relevo. Jornal O Dia. São Paulo, 23 de maio de 1970. Pág.08.
38
BARDI, Pietro Maria. Maria Auxiliadora da Silva. Torino: Giulio Bolaffi Editore. 1977.
39
Ibid. Pág. 25.
40
Instituto Itaú Cultural. Disponível em: <http//www.itaucultural.org.br >Acesso em: 14
de julho de 2007.
41
BARDI, Pietro Maria Op.cit. Pág. 25.
42
SILVA, Quirino. 4 Primitivos. Notas de Arte. Jornal e data não identificados.
43
ANTHONIO E SILVA, Jorge. Op. cit. Pág. 26. SILVA, Quirino. “4 Primitivos”. Matéria de
Jornal desconhecido. 1969.
44
Ibid.pág. 25.
45
Ibid.
46
Mini Galeria do USIS. Folha de São Paulo. Pág. 23, sem data.
47
MARANCA, Paulo. Empregada doméstica trocou o aspirador pelos pincéis.
278
Paulista. (SP)48
1970
Participa da
Pré - Bienal
Paulo.
São Paulo, SP. 49
de
São
50
1970
Integra a 29° Coletiva da Associação Paulista de Belas
Artes de São Paulo. São Paulo, SP.51
1970
Participa da Mostra no Museu do Folclore, Parque do
Ibirapuera. São Paulo, SP.52
1970
Salão de Arte Contemporânea de Santo André. Santo
André, SP53.
1970
Coletiva. Grupo do Embu das Artes em Brasília. Brasília,
DF.54
1970
Salão Cândido Portinari. Praça Roosevelt. Organização da
Secretaria de Turismo e Fomento do Município de São
Paulo. São Paulo, SP. 55
1970
Coletiva no Conselho Municipal de Caraguatatuba.
Caraguatatuba, SP. 56
1970
Expõe em Assunção - Paraguai57.
48
BARDI, Pietro Maria.Op. Cit. Pag.25.
Folha da Tarde, São Paulo, 12 de setembro de 1970.
50
Artes Plásticas. Fundação Bienal de São Paulo. Folha da Tarde, sábado, 12 de
setembro de 1970. Pág.13.
51
BARDI, Pietro Maria.op.cit..Pág. 25.
52
Ibid.
53
Ibid.
54
Ibid.
55
Ibid.
56
BARDI, Pietro Maria.op.cit. Pág. 25.
49
279
1970
Salão de São Bernardo do Campo. São Bernardo do
Campo, SP. 58
1970
Coletiva. Grupo do Embu das Artes. Barretos, SP.
1970
Menção Honrosa. Encontro de Artes Plásticas de
Atibaia. Atibaia, SP. 60
1970
Prêmio “Aquisição”. Salão de Arte Contemporânea de
Campinas. MACC61. Campinas, SP. 62
1970
Feira de Arte no São Paulo Hilton Hotel.
1970
Pequena Medalha de Prata. Salão de Santana do
Parnaíba.São Paulo, SP.63
1970
Grande Medalha de Prata. Mostra Mogi-Arte. Mogi das
Cruzes, SP. 64
1970
Exposição Individual no Instituto Brasil - Estados Unidos. São
Paulo, SP. 65
1970
Conhece, na Praça da República (centro de São Paulo) por
meio do critico de arte Mario Shemberg, o empresário
marchand, critico e colecionador de arte Werner Arnold, o
qual se torna seu amigo incondicional. A partir daí, sua obra
passa a ser conhecida em toda a Europa e nos Estados
Unidos pelo impulso inicial desse amigo.
1970
59
Exposição Individual com 18 obras na Mini Galeria USIS.
De 26 a 09 de junho. São Paulo, SP. 66 Apresentação do
crítico de arte Mário Schemberg67.
«Riqueza de criação rítmica e colorística das mais fascinantes».
Mário Shemberg.
57
Quanto a esta exposição não há dados específicos. Só localizamos catálogo referente à
mostra de 1976. vg. Cronologia de Maria Auxiliadora.
58
Ibid.
59
Ibid.
60
Ibid.
61
Instituto Itaú Cultural. Disponível em:< http//www.itaucultural.org.br >Acesso em: 14
de julho de 2007.
62
BARDI, Pietro Maria. Op.cit.
63
Ibid.
64
Ibid.
65
Ibid.
66
Shopping News. São Paulo, 24 de maio de 1970.
280
1971
Coletiva no Brazilian American Cultural Institute.
Washington DC.,USA.68
1971
Mostra Individual. Pocket Gallery. American Chamber of
Commerce. São Paulo, SP. 69Mostra Coletiva.
1971
Aquisição de obras por Pierre Bouvet, Diretor do Musée
d’Art Naïf de Laval, França.
1971
University of Indiana. Indiana, USA.
1971
Coletiva no Consulado do Brasil na Alemanha.72
1971
Salão de Arte Contemporânea de Santo André. Santo
André, SP.73
1971
Salão de Piracicaba. Piracicaba. SP.74
1971
Parque Continental, São Paulo, SP.75
1972
Aos 37 anos, Auxiliadora finalmente realizou o desejo de
voltar a estudar, inscrevendo-se no Centro de Alfabetização
de Adultos, Beato Marcelino Champagnat, organizado
pela Associação de Pais e Mestres do Colégio
Arquidiocesano de São Paulo.
1972
Exposição Coletiva Galeria Zimmer em Dusseldorf,
Alemanha.
1972
Coletiva. Grupo do Embu na Faculdade de Direito do
Largo de São Francisco (USP). São Paulo, SP.
1972
Salão de Arte Contemporânea de Santo André. Santo André,
SP. 76
1972
Coletiva itinerante Brazilian Naives Painters. Flórida,
67
70 71
Coletiva.
Notícias Populares. São Paulo, 24 de maio de 1970.
BARDI, Pietro Maria. Op. cit. Pág.25.
69
Pintura Primitiva faz sucesso nos Estados Unidos. A Gazeta. São Paulo, 31 de
março de 1971.
70
Ibid.
71
Pintura Primitiva faz sucesso nos Estados Unidos. A Gazeta. São Paulo, 31 de
março de 1971.
72
BARDI, Pietro Maria. Op. Cit.
73
Ibid.
74
Ibid.
75
Ibid.
76
BARDI, Pietro Maria. Maria Auxiliadora da Silva. Torino: Giulio Bolaffi Editore.
1977.
68
281
USA.
77
1972
Coletiva itinerante Brazilian Naives Painters. Michigan,
USA. 78
1972
Mostra Inaugural do Museu do Sol. Dia 16 de março de
1972, na Rua Diogo de Faria, Vila Clementino. São
Paulo,SP.79 80
1972
Coletiva na Câmara Municipal de São Paulo. SP.
1972
Salão de Jundiaí. Jundiaí. SP.
1972
Coletiva em Porto Alegre. RS.
81
82
83
1973
Exposição AfroBrasileira de Artes
Plásticas. MASP Museu de Artes de São
Paulo. Mostra Coletiva.
São Paulo, SP. 84 85
1973
Galeria ARPLA. (Fazia parte da Faculdade Paulista de
Música. Exposição coletiva com Isabel de Jesus, Ivonaldo,
De Biase, Joel Câmara, dentre outros.São Paulo, SP.86 87
1973
Mostra Coletiva. Show Art Fair. Basiléia, Suíça.
Organizada por Werner Arnold e Emanuel von Lauenstein
Massarani, este na época adido cultural do Brasil na
Suíça.88
77
Ibid.
Ibid.
79
Ibid.
80
Museu do Sol Vai Abrir Hoje. Diário Popular (SP), 16 de março de 1972.
81
BARDI, Pietro Maria. Maria Auxiliadora da Silva. Torino: Giulio Bolaffi Editore. 1977
82
Ibid.
83
Ibid.
84
‘Diário de São Paulo’. 09 de maio de 1973; Jornal ‘Popular da Tarde’, 05 de maio de
1973; Noticias Populares, 09 de Maio de 1973;Folha da Tarde, 08 de Maio de 1973;
Diário da Noite, 09 de maio de 1973; Noticias Populares, 09 de maio de 1973.
85
Jornal do Grande Leste (sem data)
86
Artes Visuais. Matéria de Jornal não identificado. 1973?
87
Informação do Instituto Itaú Cultural. Disponível em:< http//www.itaucultural.org.br >
Acesso em 1° de julho de 2007.
88
Ibid.
78
282
89
1973
Coletiva. IKI Dusseldorf, Alemanha.
1974
Coletiva. Salon International d’Art Contemporain de
Paris. França.90
1974
Coletiva Art Fair na Basiléia. Suíça.
1974
Exposição Coletiva. Instituto de Criatividade Popular. Museu
de Belas Artes. Rio de Janeiro, RJ.
Primeiro Premio.
Encontro de Artes Plásticas de
Atibaia. Atibaia, SP. 92 Participa da família Silva também
obra de sua mãe, Maria de Almeida.
1974
1974
91
Falece em São Paulo no dia 20 de agosto em São Paulo, SP.
93 94
1974
Homenagem Póstuma no ‘XI Salão de Artes do Embu’.
Embu das Artes, SP.
1975
Citada no Livro publicado em Paris :
« La Chanson Traditionnelle et les Naïfs ».95
1975
Mostra Coletiva. Festa de Cores. ‘Rio
Design Center’. Rio de Janeiro, RJ.
Reuniu obras do acervo particular do
pintor Crisaldo Morais de 24 artistas
primitivos: Agostinho Batista de Freitas,
Alexandre Filho, Bajado, Chico da Silva,
Crisaldo Morais, Elza O.S., Fernando Lopes,
Gerson, Iaponi, Heitor dos Prazeres, Iracema,
Izabel de Jesus, Maria Auxiliadora, Ivonaldo,
Ivan Morais, Jose Antonio da Silva, Maria
Almeida, Miriam, Neuton Andrade, Paulo
Wladmir, Poteiro, Sabóia, Silvia, Teles e
89
90
91
92
93
Ibid.
Ibid.
Ibid.
BARDI, Pietro Maria. Maria Auxiliadora da Silva. Torino: Giulio Bolaffi Editore. 1977.
FROTA, Coelho Lélia. Mitopoética de 9 Artistas Brasileiros. Rio de Janeiro:
FUNARTE, 1978.
94
Jornal Correio Afro. Caderno Arte e Cultura, 25 de agosto de 1974. Jornal Correio Afro.
Caderno Arte e Cultura, 08 a 10 de setembro de 1974. Nessa época sua residência e
atelier encontravam-se localizados na Alameda dos Guaramobis, 899. Bairro do
Aeroporto. São Paulo, SP.
95
BLANCHARD R. La Chanson Traditionelle et les Naifs. Paris: Max Founy. 1975
apud ARDIES, Jacques. Arte Näif no Brasil. São Paulo: Empresa das Artes, 1998.
283
Waldomiro de Deus.96
1975
MASP. Museu de Arte de São Paulo. Festa de Cores.
Coletiva com a participação de Alexandre Filho, Crisaldo
Morais, Izabel de Jesus, Elza O.S., Gerson, Iaponi, Ivonaldo
e José Antonio da Silva. São Paulo, SP97.
1976
Citada no livro Peintres Naïfs – Dictionnaire des
Peintres Naïfs du Monde Entier de Anatole Jakovsky98
1976
Mostra Coletiva. Galeria Charlote Munich. Alemanha.
1976
Obra «Mãe de Leite» (óleo s/tela
– 70x50, 1970) catalogada no
‘I Encuentro Uruguayo –
Brasileño
de
Arte
Näif,
Montevideo,
Uruguay.
Organizado pelo Instituto de
Cultural Uruguayo - Brasileño
(ICUB). Participação dos artistas
brasileiros: Crisaldo de Morais,
Ivonaldo, Isabel de Jesus, e
Waldomiro de Deus.
1977
1977
96
,
Citada no livro “Genious in the Backlands” de Sheldon
Rodman. ED Greenwich, USA. 99
Obra editada por Pietro Maria Bardi. Maria Auxiliadora da
Silva. Torino: Giulio Bolaffi Editore. Itália. 1977.
Introdução de Max Fourny e supervisão de Emanuel Von
Lauenstein Massarani100.
Convite da Mostra no Rio Design Center, Av. Ataulfo de Paiva, 270 – 3° Piso,
Leblon,Rio de Janeiro, RJ. 1975.
97
SILVIA, Maria.”Festa de Cores no MASP”. A Gazeta. São Paulo. 04 de Julho de 1975 e
ANTHONIO e SILVA, Jorge. Op. Cit. Pág. 214
98
JAKOVSKY,Anatole. Peintre Naïfs – Dictionnaire des Peintres Naïfs du Monde
Entier. Suíça/Basel: Basilius Presse, 1976.
99
RODMAN, Sheldon. Genius in the Backlands”. USA: Ed. Greenwich,1977.
100
Emanuel Von Lauenstein Massarani, adido cultural do Brasil na Suíça.
284
1978
Exposição Individual. (homenagem póstuma)
Galleria d’Arte della ‘Casa do Brasil’. Palazzo Doria
Pamphilj. Piazza Navona,10. Roma, 7-28 marzo. 1978.
Roma, Itália.
Cartaz da Mostra na Galleria d’arte della Casa do Brasil. Arquivo do
MASP, Especialmente cedido para esta pesquisa.
1978
Mostra Individual Aargauer Kunsthaus. Aarau, Alemanha.
(homenagem póstuma)
285
1978
Capítulo de livro sobre Maria Auxiliadora: Eros e Erosão
na Pintura de Maria Auxiliadora, na obra de Lelia Coelho
FROTA. Mitopoética de 9 Artistas Brasileiros.101
1978
Citada no Livro Aspectos da Pintura Primitiva Brasileira
de autoria de Flávio de Aquino. 102
1979
Citada no Dicionário Brasileiro de Artes Plásticas.
1979
Citada no Livro Arte no Brasil.
1979
Exposição Individual. Musée d’Art Naïf d’Île de France.
Vicq, França. (homenagem póstuma)
1979
Exposição Individual. Central Art Gallery. Northampton,
Inglaterra. (homenagem póstuma)
1979
Festa das Cores. Hamilton Fine Art Gallery. Londres,
Inglaterra.
1979
Individual no Museu do Sol, fundado por Iracema Arditi.
Tal museu passou a pertencer à Fundação de Artes de
Penápolis. Exposição no Campus Universitário da Fundação.
Penápolis. SP. (Homenagem Póstuma)105 Primeira exposição
representativa do trabalho da artista após a sua morte.
1980
Mostra Coletiva no Paço das Artes.
Gente da Terra. São Paulo. SP.
Figura do Convite: Casamento
Caipira, óleo s/tela,(70x50)
103
104
101
FROTA, Lelia Coelho. Mitopoética de 9 Artistas Brasileiros. Rio de Janeiro:
Secretarias Estadual e Municipal de Cultura de São Paulo/Cristiane Nielsen. 1975. 2ª. Ed.
FUNARTE, 1978. Págs. 69-79.
102
AQUINO, Flávio de. Aspectos da pintura primitiva brasileira - Aspects of Brazilian
primitive painting. Tradução de Richard Spock. Apresentação de Geraldo Edson de
Andrade. Rio de Janeiro: Spala, 1978.
103
CAVALCANTI, Carlos; AYALA, Walmir, org. Dicionário Brasileiro de Artistas
Plásticos. Apresentação de Maria Alice Barroso. Brasília: MEC/INL, 1973-1980.
104
Arte no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
105
Matéria de jornal não Especificado, 1979. Arquivo de João Cândido da Silva.
286
1980
Citada no livro “Festas Brasileiras Pelos Pintores
Populares”, de autoria de Geraldo Edson de Andrade. 106
Obra: Gafieira.(1971) não há referência da técnica.
1980
Festa das Cores. Galerie Dierickx. Bruxelas, Bélgica.
1981
Obra “Orixá Amarela” Ilustra a capa da Revista Seleções
do Reader’s Digest de Portugal, Maio de 1981107
1981
Individual Galeria Charlotte Munich. Munique, Alemanha.
(homenagem póstuma)
1981
Exposição Individual no
MASP. São Paulo, SP.
(homenagem póstuma)
106
ANDRADE, Geraldo Edson de. Festas Brasileiras pelos Pintores Populares. Rio de
Janeiro: IMPRINTA, 1980.
107
Revista Seleções do Reader’s Digest. Portugal: Reader’s Digest. Maio de 1981. (do
acervo da Família Silva.)
287
1981
Os Silvas na Cultura Negra. Mostra realizada em São
Bernardo do Campo, em maio/junho de 1981. A
apresentação no catálogo foi feita por Jos Luyten, membro
da Associação Paulista de Belas Artes e Professor da ECAUSP, aos 11 de maio de 1981. Participaram da Mostra as
obras de: Maria Auxiliadora da Silva (in memoriam), Maria
Almeida, Vicente Paulo (in memoriam), Sebastião Cândido,
João Cândido, Conceição Silva, Gina, e Benedito da Silva
(Benê). 108
1981
Maria Auxiliadora. Exposição Individual no Museu
Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro. RJ. (homenagem
póstuma)
1982
Mito e Magia del Colore.
Exposição com outros membros
da Família Silva (João Cândido
da Silva e Maria de Almeida)
Castel Dell’ Ovo. Napoli, Itália.
Edição de Catálogo.
108
Catálogo da Mostra ‘Os Silva na Cultura Negra’. Apresentação de Jos Luyten. São
Bernardo do Campo, 1981.
288
1982
“Mito e Magia del Colore”, Salão Nobre do Palácio João
Ramalho. Paço Municipal da Prefeitura Municipal de São
Bernardo do Campo 109 Coletiva de näifs brasileiros. Itália
maio-julho (em Nápoles), e no Brasil em dezembro de 09
a 16. Organização de Walter José Demarchi e outros. São
Bernardo do Campo, SP. Mostra Coletiva.110
1983
Exposição Individual. Galeria de Arte André. São Paulo,
SP. (Póstuma)
1984
Citada no livro de Oto Merin-Bihalji,
Encyclopédie Mondiale. 111
1984
Festa das Cores. Museu de Arte de Goiânia. Goiânia,
Goiás. (Póstuma)
109
L’art
Naïf
–
Tem o seu encerramento no Consulado Geral da Itália, Circolo Italiano San Paolo. São
Paulo, SP.
O Instituto Ítalo-Brasileiro realizou o coquetel de encerramento e confraternização dos 60
artistas participantes brasileiros no evento itinerante Brasil-Itália.
110
Participaram da Mostra: Aécio; Alcides Pinto da Fonseca; Climério Cordeiro; Conceição
Silva; Crisaldo Morais; Dirceu Carvalho; D. Vanni; Edgar; Edna de Araraquara; Ivonaldo;
Januário; João Cândido da Silva; Jose Tiago; Josinaldo; Madalena; Malu Delibio; Maria
Almeida Silva; Maricha; M.V. Mello; Miriam Nelson Porto; Neuton; Neuza Leodora;
Otacília; Olimpio Bezerra; Paulo Vladimir; Rinaldo de Santi; Silvia; Tavarez; Telles;
Thereza; Tio Tjay; Vilma Ramos; Yrani Calheiro; Waldeci de Deus; Walde Mar;
Waldomiro de Deus; Walter Senna; Zé Cordeiro e Zica Bergami.
111
BIHALJI – MERIN, Oto. L'Art Naïf – Encyclopédie Mondiale. Iugoslávia: Edita S.A.
1984.
289
1986
Vernissage e Exposição Individual na Galeria Jacques
Ardies. São Paulo, SP. (Póstuma)
1986
Galerie Art 4. Brésil Naïfs. Maison des
Cultures du Monde. Services des
Affaires Internationales du Ministère de
la Culture e de la Communication dans
le cadre de France Brésil en coproduction avec l’EPAD.112 De 24 de
setembro a 29 de dezembro de 1986.
1986
Creche, no Jaçanã, recebe o nome de ‘Creche Maria
Auxiliadora da Silva’, mediante o Decreto Municipal de
número 22.861, datado 02 de outubro de 1986, firmado
pelo Prefeito Jânio da Silva Quadros. São Paulo, SP. 113
1987
Homenageada no
Calendário
“Mulheres Negras
no Brasil.
Recuperando
nossa História”.
Conselho Estadual
da Condição
Feminina. São Paulo,
SP. 114
112
Exposição que teve como patrono Monsieur Paul Graziani, Président du Conseil
Général de Hauts de Seine, e Jacques Deschamps Président-directeur Général de l’EPAD.
113
Conselho Municipal do Direito da Mulher, carta assinada por Liana Lopes, presidente.
São Paulo (SP), 07de outubro de 1986.
Decreto número 22.861 datado 02 de Outubro de 1986, firmado pelo Prefeito Jânio da
Silva Quadros.
114
CARNEIRO, Sueli e FRANCO, Silvia Cintra (Org). Mulheres Negras no Brasil.
Recuperando a Nossa História. (Pesquisa em formato de calendário) São Paulo:
Forminform, 1987.
290
1998
Citada no livro:
“Arte Naïf no
Brasil, de Jacques
Ardies115.
Obras:
Banhistas (1).
(óleo s/tela
100x130) 1973.
Banhistas (2).
(óleo s/tela
100x130) 1973.
1999
O Místico na Arte Popular
Itaquera.São Paulo, SP116
2000
Obras citadas e imagens
publicadas
na
obra
de
AGUILAR (2000), Mostra do
Descobrimento. 117
Obras: Milho pra Galinha e
Fogo na Casa
115
Brasileira.
no
Sesc
ARDIES, Jacques. A Arte Naïf no Brasil. São Paulo, Empresa das Artes, 1998.
116
Instituto Itaú Cultural. Disponível em: <http//www.itaucultural.org.br >Acesso em: 14
de julho de 2007.
117
AGUILAR, Nelson (org). Mostra do Descobrimento: Arte Popular. São Paulo:
Fundação Bienal de São Paulo, 2000.
291
2001
Citada no Livro
«Brasil Naïf “de
Lucien Finkelstein118.
Obra: História de
Amor, 1972.
(técnica guache
s/papel e
eucatex,17,5x 24,2)
2001
2001
Arte Naïf. Galeria Jacques Ardies. São Paulo, SP.
Edição de Livro
Didático com Figura
de obra de sua
autoria. 119 Estudos
Sociais.
Historia/Geografia.
Capitulo: Festas
Populares.
118
FINKELSTEIN, Lucien. Brasil Naïf – Arte Naïf: Testemunho e Patrimônio da
Humanidade, Rio de Janeiro, Novas Direções, 2001
119
MORENO Jean Carlos; FONTOURA JR., Antonio. Estudos Sociais. História/Geografia.
Coleção Vitória Régia. São Paulo: Secretaria de Estado da Educação/MEC. IBEP, 2001.
Capítulo Festas Populares. Figura: Festa de São João.
292
2002
Pop Brasil: A Arte popular e o Popular na Arte. Centro
Cultural do Banco do Brasil - CCBB. São Paulo, SP. 120
2002
6ª Bienal Naifs do Brasil. Sesc Piracicaba. SP121
2002
Exposição
Arte
Naïf.
Galeria
Jacques Ardies. São Paulo, SP.
2003
Citada no Livro “Ivonaldo” de
Jorge Anthonio e Silva e Jacques
Ardies. 122
2004
Exposição
Individual
com
Vernissage. Homenagem Póstuma
na Livraria Cultura. São Paulo,
SP.
«Livraria Cultura e Werner Arnold
convidam para a exposição. »
Maria Auxiliadora
A maior expressão da Arte Näif
do Brasil
120
Instituto Itaú Cultural. Disponível em:< http/ www.itaucultural.org.br >Acesso em: 14
de julho de 2007.
121
Ibidem.
122
ANTHONIO E SILVA, Jorge; ARDIES, Jacques. Ivonaldo, Pintores Naïf do Brasil, São Paulo, Editora
Empresa das Artes, 2003.
293
2005
Capítulo na obra de Lelia Coelho
Frota: Pequeno Dicionário da
Arte do Povo Brasileiro; Século
XX. 123
i
Quirino da Silva. (Rio de Janeiro, RJ. 1897 - São Paulo, SP. 1981). Crítico, pintor,
escultor, desenhista, ceramista, gravador. Entre 1920 e 1925 estuda escultura no ateliê
de Modestino Kanto (1889 - 1967) e pintura com Modesto Brocos (1852 - 1936), na
Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no Rio de Janeiro. Em 1923 expõe suas pinturas
no 1º Salão da Primavera, do qual é organizador. Esse evento se encerra na segunda
edição em 1924. Sua primeira individual é apresentada em 1926, em São Carlos, São
Paulo. Nesse mesmo ano, organiza o Salão de Outono. Em 1930 realiza painéis
alegóricos para o Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, com Di Cavalcanti (1897 1976), e edita a revista Forma. Em 1933, atua como colaborador da Base - Revista de
Arte, Técnica e Pensamento, criada por Alexandre Altberg. Transfere-se para São Paulo
em 1934 e expõe cerâmicas na Casa Baloo. Idealiza o Salão de Maio e conta com a
participação de Flávio de Carvalho (1899 - 1973) na comissão organizadora - o
evento ocorre de 1937 a 1939. A partir de 1938, atua como crítico de arte no Diário de
Notícias e nos Diários Associados. Organiza o Salão de Arte da Feira Nacional das
Indústrias em 1941. Em 1947 é fundado o Museu de Arte de São Paulo Assis
Chateaubriand - Masp, e Quirino da Silva é nomeado secretário da primeira diretoria.
Organiza em 1972, com doações de obras, o Museu de Artes Plásticas de Mococa, São
Paulo, que, em 1981, se transforma no Museu de Artes Plásticas Quirino da Silva. Em
1977 o MASP o homenageia com uma exposição retrospectiva.
ii
Mário Schenberg. (1914 – 1990). Engenheiro, Matemático e físico (eletromecânica
quântica) Trabalhou com Enrico Fermi, em Roma. Aprofunda-se seu interesse por Arte,
principalmente em Paris e na Bélgica. Em 1939, conhece, em Paris, o pintor di
Cavalcanti. De volta ao Brasil, passa a freqüentar a casa de Oswald de Andrade, onde
conhece artista Teresa D'Amico. Em 1940, como fellow da Fundação Guggenheim, viaja
aos Estados Unidos, onde faz seus primeiros trabalhos de Astrofísica, com George
Gamow, sobre o Efeito Urca. Em 1941 publica com S. Chandrasekhar um importante
trabalho sobre evolução estelar, criando o critério Schenberg - Chandrasekhar para
estrelas da seqüência principal. Inicia estudos sobre a Filosofia Oriental e sobre a relação
da Filosofia com a Arte. Em 1942, retorna ao Brasil e ao Departamento de Física da USP.
Começa, de forma não sistemática, a escrever sobre artistas brasileiros e a se relacionar
com a crítica de arte paulistana. Apresenta tese sobre Os Princípios da Mecânica tornandose professor catedrático da cadeira de Mecânica Racional, Celeste e Superior da USP. Foi Diretor do
Departamento de Física da USP, e exerceu a atividade de crítico de arte, principalmente através de contatos
com Volpi e Mário Pedrosa.Organizou, em 1961, a ‘Retrospectiva de Volpi’ para a Bienal desse ano.Recebeu o
Prêmio de Ciência e Tecnologia do Conselho Nacional de Pesquisas e o título de Professor Emérito do Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas.
123
FROTA, Lelia. Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro - Século XX.
Rio de Janeiro: Aeroplano, 2005.
294
14 Maria de Almeida
(1909 -1991)
“Acreditamos que Maria Almeida Silva e seus filhos
representam melhor do que nenhuma outra família afrobrasileira, o esforço do homem negro de, em nossa
sociedade, conseguir o reconhecimento de seu trabalho
artístico e a aceitação de seus valores”.
Jos Luyten (1981)1
Ilustração 14.1. Maria Almeida com sua obra na Praça da
República. (Anos 70).
1
Luyten, Jos. Professor da ECA – USP e membro da APCA, curador da mostra e autor do
catálogo da Exposição “ Os Silva na Cultura Negra”, realizada pela Prefeitura do
Município de São Bernardo do Campo (maio/junho 1981).
295
Ilustração 14.2. À esquerda homenagem de Conceição Silva à mãe Maria de
Almeida. Óleo sobre tela. (sem data). À direita Maria de Almeida, na Praça da
República (anos 70?).
Maria Trindade de Almeida Silva nasceu na cidade de Sorocaba,
Estado de São Paulo, aos 06 de janeiro de 1909. Era filha de José de
Almeida, natural do Rio de janeiro, e de Dna. Marcelina Carlota de
Almeida, baiana, esta filha de pais africanos (que trabalhavam em fazenda
mineira, em regime desconhecido desconhece-se se escravo ou não).
Possuía uma irmã na cidade de Divinópolis, MG.
Maria Trindade de Almeida Silva foi criada em sua cidade natal
(Sorocaba) até os 10 anos aproximadamente. Sua mãe, Marcelina Carlota,
era empregada doméstica e sofreu um acidente que a tornou paralítica de
um braço2. Diante da dificuldade de cuidar dos filhos, naquela situação em
que se encontrava, decidiu entregar Maria de Almeida aos cuidados de
supostos parentes em Minas Gerais, “os Nogueira”.
2
Vide Capítulo ‘Os Silva e suas Raízes.
296
Maria de Almeida ficaria definitivamente como se fosse filha!
E assim foi feito. Sua mãe a visitava nos primeiros meses e depois
desapareceu!
Assim Maria Trindade descrevia a sua infância aos filhos.
Ficou moça criada, e aprendeu coisas somente ligadas ao
trabalho de mão de obra caseira e artesanal, nada de “escola”.
Maria Trindade já se encontrava por volta de seus 18 anos, e
certo dia, as tias, de sobrenome “Nogueira”, decidiram casá-la.
O pretendente bastaria ser um trabalhador com “T”
maiúsculo.
E o escolhido foi o viúvo José Cândido da Silva, trabalhador
nas lavouras da região, com três filhos!
Desta maneira o casamento foi discutido, muito bem
conversado e aconteceu o segundo casório de José Cândido da
Silva que foi realizado na cidade de Bom Sucesso (MG), aos 14 de
Julho de 1928.
Isto mudou a vida dos cônjuges e dos filhos já existentes.
Ao longo dos tempos Maria de Almeida e José Cândido
tiveram 18 filhos.
Nota-se que depois deste casamento Maria de Almeida e José
Cândido começaram a se deslocar de moradias e tomaram o
itinerário de Santana de Jacaré (MG) e, finalmente,
estabeleceram-se em Campo Belo (MG).3.
Permaneceu em Campo Belo até 1942 quando, com muita coragem
veio para São Paulo com os filhos. Em São Paulo vendeu doces, fez
bonecas de pano, bordou para confecções da Rua José Paulino, fez um
pouco de tudo.
Somente após vinte anos, aproximadamente, começou a expor seus
trabalhos de pintura e escultura no Embu das Artes e na Praça da
República. Isso ocorreu pelo convite de Raquel Trindade, filha de Solano
Trindade, que, ao comparecer 0 casa dos Silva, verificou que ali era um
verdadeiro
reduto,
ainda
inexplorado.
Todos
pintavam,
esculpiam,
bordavam, mas não expunham seus trabalhos à venda. Raquel Trindade
levou para Embu das Artes Maria de Almeida, Maria Auxiliadora e Vicente
(de quem era mulher) e , no espaço de Solano Trindade, passaram a ser
conhecidos como artistas.
Maria de Almeida participou de diversas exposições na companhia
de Maria Auxiliadora, João Cândido e Conceição Silva, como se pode
verificar das biografias desses artistas e cronologias respectivas.
3
SILVA, João Cândido. Autobiografia, 2007.
297
Ilustração 14.3. «Mamãe Silva» com Mestre Gama escultor ( na fotografia à
esquerda, com sua obra) e Ivonaldo, pintor ( na fotografia à sua direita), do
grupo de artistas do Embu das Artes (1968). Fotografia do acervo da Família
Silva.
Ilustração 14.4. Maria de Almeida com seus companheiros de Praça da
República. Anos 70. Fotografia do acervo da Família Silva.
298
Ilustração 14.5. Maria de Almeida com suas Esculturas na Praça da República.
Anos 70. Fotografia do acervo da Família Silva.
Todos os filhos têm grande respeito pela figura materna a
quem atribuem o veio artístico de todos os descendentes.
299
Ilustração 14. 6. Escultura em madeira. (198?)
300
Ilustração 14.7. Cristo. Escultura em madeira. (anos 70).
Ilustração 14.8. Presépio. Obra exposta na mostra “Os Silva na Cultura
Negra”. Pinacoteca do Paço Municipal da Prefeitura de São Bernardo do Campo.
SBC, SP. Mostra Coletiva.
Download

Ilustração 13.16. Maria Auxiliadora, ao centro, com sua família e