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Entrevista com Luiz Carlos Mior, autor de “Agricultores familiares, agroindústrias e redes de
desenvolvimento rural” - (Argos Editora)
Quem é Luiz Carlos Mior (atuação profissional, formação)
Engenheiro Agrônomo, mestre em Desenvolvimento agricultura e sociedade pela
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e doutor em Sociedade e Meio ambiente pela UFSC. Atualmente é
pesquisador da Epagri em Florianópolis. Sua trajetória profissional inclui atuação como extensionista na região Oeste
catarinense, junto aos agricultores familiares e em projetos de assentamento de Reforma Agrária durante os anos 80.
Nos anos 90 atuou como pesquisador do Centro de Pesquisa para Pequenas Propriedades da Epagri (CPPP hoje CEPAF
- Chapecó). Foi aí que iniciou juntamente com a equipe de socioeconomia os estudos acerca do desenvolvimento rural
com foco na agricultura familiar, que resultou no livro “O Desenvolvimento sustentável do Oeste Catarinense”. Na área
de ensino, tem participado como professor em cursos de pós-graduação junto à Unochapecó na área de agricultura
familiar e desenvolvimento.
Qual foi a motivação para escrever o livro?
O livro é o resultado de um conjunto de experiências de pesquisa iniciadas no meu mestrado, que amadureceram
durante minha passagem pelo CEPAF de Chapecó e culminaram com a elaboração da tese de doutorado da qual este
trabalho tem origem. A pesquisa que deu origem ao livro teve como impulso inicial a insatisfação com os modelos
teóricos utilizados para interpretar e mesmo propor alternativas de desenvolvimento rural mais includentes, em especial,
dos agricultores familiares. Foi esta insatisfação que impulsionou a buscar de novos referenciais teóricos que me levou
a empreender inclusive um doutorado sanduíche junto à Universidade de Cardiff (Reino Unido).
Para quem a obra se destina?
O livro se destina a pesquisadores, professores, estudantes, lideranças da agricultura familiar e formuladores de políticas
estratégias de desenvolvimento rural que tenham como foco de atuação a agricultura familiar em suas diversas formas
de organização e agroindustrialização. A partir da nova interpretação dos problemas relacionados com a inserção
socioeconomica dos agricultores familiares o livro pode ser útil para a formulação e implementação de novas políticas e
estratégias de desenvolvimento rural não somente para a região Oeste, mas também para outras regiões com forte
presença da agricultura familiar.
Pensando nos modelos tradicionais de organização, a obra expõe a necessidade de construção de novos
referenciais. Quais as alternativas encontradas para esta (re) construção?
A pesquisa evidenciou que padrões de desenvolvimento rural estão emergindo em diferentes locais, com diferentes
atores e distintas formas de articulação entre os recursos locais e não locais. Não existe um único padrão de estratégias
de desenvolvimento rural adequado às necessidades dos agricultores familiares. O livro enfatiza a necessidade de
destacar o esforço de atores regionais, públicos, privados e não governamentais na construção de novas redes de
produção e consumo de alimentos com apelo artesanal e agroecológico […]. É importante assinalar que a utilização do
instrumental de redes não é nova e que a mesma não é uma solução mágica para a pesquisa dos padrões de inserção dos
agricultores familiares e do desenvolvimento rural associado. Assim, o livro procura sair das dicotomias presentes no
debate entre as teorias da globalização e localização ao mesmo tempo em que valoriza a noção de redes de
desenvolvimento rural. .
5- Qual a importância do livro à agricultura e à sociedade?
Em primeiro lugar está a busca de um referencial teórico novo mais adequado para pensar a agricultura familiar do
Oeste Catarinense, sua trajetória histórica, e seu futuro. […] Entre as estratégias promissoras está a de apostar num
processo de valorização do saber artesanal e colonial da família rural . O livro descortina um conjunto de estratégias
técnico-produtivas, organizacionais e de mercado adequadas para a agricultura familiar como por exemplo, processos
de agregação de valor via agroindustrialização e/ou produção orgânica e/ou agroecológica e artesanal. Para a sociedade,
o livro mostra a capacidade empreendedora, uma cultura de cooperação assim como uma propensão à construção de
inovações produtivas e organizacionais que estariam ofuscadas em outras análises da região Oeste catarinense. [...]
Apesar dos problemas sociais e ambientais existentes na região, o livro procura mostrar que a capacidade de ação dos
atores locais e regionais pode fazer a diferença na construção de um futuro mais promissor e sustentável para o território
oestino.
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Entrevista com Luiz Carlos Mior, autor de “Agricultores