A Contribuição da Ciência para o
Desenvolvimento do
Agronegócio Brasileiro
Alfredo Scheid Lopes
Engo Agro , MSc, PhD, Professor Emérito,, UFLA, Lavras, MG
Consultor Técnico da ANDA – São Paulo, SP
Objetivos:
Introdução
A ciência do solo e o desenvolvimento dos cerrados
O agronegócio brasileiro
Considerações finais
Introdução
O GRANDE DESAFIO MUNDIAL
1990
2000
2025
5,2
6,2
8,3
DEMANDA DE ALIMENTOS (BILHÕES t) 1,97
2,45
3,97
2,9
4,5
POPULAÇÃO MUNDIAL (BILHÕES)
PRODUTIVIDADE (t/ha)
2,5
Fonte: Borlaug e Dowswell, 1993.
TERRAS AGRICULTÁVEIS DO BRASIL SÃO
AS MAIS EXTENSAS DO MUNDO
Hectares per capita
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Mundo
Am.
Am.
Ásia Brasil França China EUA
do Sul Central/
Norte
Terra Agricultável Real (1995) , Potencial (1994), sem descontar
áreas marginais
e Potencial “Equivalente” (1994), após
descontadas as áreas marginais, em hectares per capita
Fonte: Bot e outros, 2000
ÁREA AGRICULTÁVEL DO BRASIL (550 milhões ha)
vs ÁREA TOTAL DE 32 PAÍSES DA EUROPA
Áustria Hungria Romênia Holanda Lituânia Itália Polônia Estônia
Tchecoslováquia
França
Irlanda
Bélgica
Albânia
Portugal
Espanha
Bulgária
Reino Unido
Alemanha
Letônia
Dinamarca
Suécia
Grécia
Ucrânia
Bósnia
Croácia
Macedônia
Islândia
Iugoslávia
Noruega
Finlândia
Suíça
Bielo Rússia
Fonte: J. L. Coelho, John Deere, 2001.
MATO GROSSO vs CINTURÃO DO MILHO
(CORN BELT) NOS ESTADOS UNIDOS
Duluth
Des Moines
Mato Grosso
Columbus
Meio Oeste (E. U. A)
Nashville
Fonte: J. L. Coelho, John Deere, 2001.
PRODUTIVIDADE MÉDIA - 2004
BRASIL vs OUTROS PAÍSES
t/ha
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
10,0
BRASIL
CHINA
7,6
EUA
FRANÇA
6,3
3,6
3,4
2,3
2,0
2,8
1,6
0,7
ARROZ
MILHO
TRIGO
FEIJÃO
SOJA
Fonte: FAO, 2005.
PRODUTIVIDADE MÉDIA – 2004
BRASIL – BONS PRODUTORES
Arroz: 6 t/ha (sequeiro)
Arroz: 8 - 9 t/ha (irrigado)
Feijão: 3,5 t/ha (irrigado)
Milho: 10 - 12 t/ha
Soja: 4 t/ha
Milho: 6 - 7 t/ha (safrinha)
Algodão: 350 @/ha
Café: 30 e 50 sacas/ha sem e com irrigação
PRINCIPAIS BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS
Rio Amazonas
Rio Tocantins
Platina
Atlântico Sul Trecho Sudeste
Atlântico Sul Trecho Norte e Nordeste
Rio São Francisco
Atlântico Sul Trecho Leste
Fonte: [email protected], 2007
A ciência do solo e o
desenvolvimento dos cerrados
OS “CERRADOS” NO BRASIL
Fonte: IBGE, 2000.
Campo limpo
Campo cerrado
TIPOS DE VEGETAÇÃO DE “CERRADO”
Cerrado
Cerradão
TEMPERATURA (T), PRECIPITAÇÃO (P) E
EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL (E) – BRASÍLIA
mm
350
OC
(T)
25
300
250
20
(P)
200
15
150
10
(E)
100
5
Período seco
50
0
0
J
F
M
A
M
J
J
Meses
A
S
O
N
D
Fonte: Goedert, 1989
CARACTERÍSTICAS DOS “CERRADOS”
 Tamanho: 2,04 milhões de km2; 20% do país
 50% de terra “arável”: 2/3 adequados para agricultura/pecuária
 Pluviosidade: 900 a 2.000 mm (maior parte 1.000 to 1.400)
 Temperatura média anual: 22 oC Sul – 27 oC Norte
 Solos: Latossolos (46%), Podzólicos ( 15%) e Areias
Quartzosas (15%)
 Textura: arenosos a muito argilosos
 Fração argila: caulinita, gibsita e óxidos de Fe
 Altitude: 200 a 1.000 m; 73% entre 300 e 700 m
 Radiação solar : 475 a 900 langleys
 Declividade (< 3%), boa estabilidade dos agregados do solo,
profundos, bem drenados  favorece a mecanização
Baixos em P, K, Ca, Mg, S, Zn, B, Cu, ácidos (pH: maioria entre
4.8 a 5.1), matéria orgânica média a alta, CTC muito baixa, alta
saturação por Al e alta fixação de P
LIMITAÇÕES ADICIONAIS
PARA A PRODUÇÃO AGRÍCOLA
 5 a 6 meses de estação seca (Abril a Setembro)
 veranicos de uma a três semanas na estação chuvosa
 baixa capacidade de retenção de água (mesmo nos solos
argilosos)
 restrição ao desenvolvimento radicular (toxidez de Al e
deficiência de Ca)
Manejo adequado do solo
PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DE VERANICOS
DURANTE A ESTAÇÃO CHUVOSA E SEUS EFEITOS
NA UMIDADE DO SOLO – BRASÍLIA
Dias de
veranico
8
10
13
18
22
Freqüência
em
Brasília
3/ano
2/ano
1/ano
2/7 anos
1/7 anos
Profundidade
do solo
que atinge o
Ponto de
Murcha
Permanente
40 cm
50 cm
65 cm
90 cm
110 cm
Fonte: Adaptado de Wolf, 1975
Primeiros Estudos em Fertilidade do Solo – anos 50 e 60
IBEC Research Institute – Fundação Rockefeller – Matão, SP
Instituto Agronômico de Minas Gerais – Sete Lagoas, MG
Centro de Pesquisas dos “Cerrados” – Brasília, DF, 1975
Vários centros da EMBRAPA (Arroz e Feijão, Milho e Sorgo,
Gado de Corte, Gado de Leite), Institutos Estaduais de
Pesquisas, Universidades Estaduais e Federais,
Institutos/Universidades Internacionais (CIAT, JICA,
ORSTOM,CIRAD, TROPSOIL, Cornell University, North Carolina
State University,
POTAFOS (Trabalhos de Difusão e Extensão).
Mais recentemente: Fundação MT e Fundação MS e outras.
“CERRADOS”: BAIXA FERTILIDADE DO SOLO
Com base em 518 amostras superficiais
Parâmetro
pH em H2O
Ca (cmolc/dm3)
Mg (cmolc/dm3)
Al (cmolc/dm3)
CTC efetiva (cmolc/dm3)
Saturação por Al da CTC efetiva (%)
P (mg/ dm3)
K (mg/ dm3)
Matéria orgânica (%)
Argila (%)
Maior %
75% 4,8 – 5,2
88% < 1,0
90% < 0,5
84% < 1,0
94% < 4,0
80% > 40
90% < 2
70% < 31
18% < 1,5
Amplitude 6% - 83%
Fonte: Lopes, 1975
Tecnologias de Manejo para a Região dos “Cerrados”
a) Calagem
b) Diminuição da acidez do sub-solo
c) Adubação fosfatada corretiva
d) Adubação potássica corretiva
e) Adubação corretiva com micronutrientes
f) Manejo da matéria orgânica
g) Adubações de manutenção
a) Calagem
BALANÇO ECONÔMIC0 DA CALAGEM
(MOCOCA, SÃO SIMÃO e GUAÍRA)
kg/ha
9000
7.677
8000
Em kg/ha:
Custo do calcário
7000
6000
Aumento de produção:
No 1º ano
5000
No período
4000
2.609
3000
1.746
2000
1000
360 422
150
473
120 245
0
Milho
(5 anos)
Soja
(3 anos)
Algodão
(4 anos)
Fonte: Raij & Quaggio, 1984.
RETÔRNO MÉDIO (Cr$/ha) – 5 MILHO, 1 SORGO,
1 SOJA vs DOSES E MÉTODOS DE INCORPORAÇÃO DE CALCÁRIO
Retorno
médio
( Cr$/ha)
9.000
Profundidade de incorporação
0 – 30 cm
0 – 15 cm
7.000
Custos fixos
5.000
2 x Al
2 x Al –
2 – (Ca + Mg)
MEE
SMP
a pH 5.5
SMP a
pH 6.0
3.000
0
1
2
4
Doses de calcário (t/ha)
8
Fonte: Miranda et el., 1980.
b) Melhoria da acidez no sub-solo
RAÍZES DE MILHO vs TSP vs SSP vs 15 DIAS SEM CHUVA
Umidade do solo (%)
Profundidade
14
(cm)
16
18
20
22
24
26
0 - 15
15 0 30
30 - 45
45 - 60
60 - 75
75 - 90
90 - 105
TSP 180 kg P/ha
SSP 350 kg P/ha
Sem raízes
105 - 120
Fonte: Lobato & Ritchey, 1980.
ÂNIONS DIFERENTES vs DISTRIBUIÇÃO DE Ca NO
PERFIL DO SOLO
Profundidade
(cm) 0
0.5
Ca cmolc/dm3
1.0
1.5
4.0
0 - 15
20 - 25
45 - 60
75 - 90
105 - 120
135 - 150
kg Ca/ha
0
2.000
2.000
2.000
Fonte:
CO32ClSO42-
165 - 180
210 - 225
Perfil artificial
Latossolo argiloso – 1.200 mm de chuva
Fonte: CPAC, 1979.
GESSO vs SISTEMA RADICULAR DO MILHO (% - A) e
DISTRIBUIÇÃO DE NITRATO NO SOLO (B)
ESTAÇÃO DA SECA 1983 – “CERRADO” OXISOL
cm
0
(B) N-NO-3 (cmolc /100 g)
(A)
0
0 t/ha
53%
0.1
0.2
6 t/ha
34%
15
27
25
10
12
8
19
30
45
60
2
10
75
Fonte: Sousa & Ritdhey, 1986.
c) Adubação fosfatada corretiva
0,4 mg P/dm3 (Mehlich 1)
60% argila
FIXAÇÃO DE P vs ARGILA (%) “CERRADOS”
Adsorção máxima de P
(mg P/g solo)
2,5
2,0
Amplitude: 0,40 to 2,42 mg P/g solo
Média: 1,42 mg P/g solo =
6,5 t P/ha or 32 t SSP/ ha
1,5
Vermelho-amarelo
Vermelho
Vermelho-escuro
1,0
Y = - 0,0009 + 0,0507X – 0,000X2
R2 = 0,915 ****
0,5
0
0
20
40
60
Argila (%)
80
100
Fonte: Lopes, 1977.
C) ADUBAÇÃO FOSFATADA CORRETIVA:
Média de P extraível (Mehlich 1) = 0,4 mg P/ dm3;
90% < 2 mg P/ dm3; Alta capacidade de fixação de P
Dois sistemas:
1) Correção total:
1 a 6 kg de P2O5/1% argila, a lanço e incorporado,
seguindo aplicações de manutençaõ na linha
2) Correção gradual:
Pequeno excesso (20 a 30 kg P2O5 solúvel) acima das doses
normais de manutenção, em linha. Repetir por 4 a 5 anos.
Recomendação de adubação fosfatada corretiva total de
acordo com a disponibilidade de P, teor de argila ou de P
remanescente – Cerrados. Fonte: Sousa & Lobato, 2002.
Sistema
agrícola
Variável
Disponibilidade de P no solo
Muito baixa
Baixa
Média
---------------------------kg de P2O5/ha1----------------------------
Sequeiro
Teor de argila2
4 x argila
2 x argila
1 x argila
Irrigado
Teor de argila2
6 x argila
3 x argila
1,5 x argila
Sequeiro
P-rem3
260 – (4 x P-rem) 130 – (2 x P-rem)
Irrigado
P-rem3
390 – (6 x P-rem) 195 – (3 x P-rem) 98 – ( 1,5 x P-rem)
1Fósforo
65 – ( 1 x P-rem)
solúvel em citrato neutro de amônio mais água, para os fosfatos
acidulados; solúvel em ácido cítrico a 2% (relação 1:100) para termofosfatos e
escórias; e total para os fosfatos naturais reativos. 2Teor de argila expresso em %.
3P remanescente expresso em mg/dm3.
Produtividade média da soja vs adubação fosfatada em solo argiloso (60% de argila)
e muito baixo em P (0,6 mg/dm3), Sapezal (MT). Média das safras de 1999/2000,
2000/2001 e 2001/2002. Fonte: Zancanaro et al. (2002).
P2O5
no
sulco
(kg/ha)
P2O5 a lanço antes da semeadura e incorporado (kg/ha), apenas no primeiro
plantio
Super triplo
0
80
160
Fosfato natural reativo
240
80
(1)
Supersimples
160
240
240
Sacas/ha
(1)
0
6,8
18,9
31,2
39,3
20,0
28,9
37,5
40,4
37
27,1
37,1
46,1
51,5
38,1
45,0
49,2
54,4
79
45,6
51,6
57,3
61,9
51,9
55,3
59,6
61,8
115
56,3
58,7
62,4
65,0
59,5
62,3
63,8
65,2
146
60,8
62,5
64,7
65,7
64,1
63,5
66,3
66,3
Granulometria bastante fina.
1o ano: ST = 65,3; FN = 61,4; SS = 63,4. 2o ano = 58,7; 58,2; 61,2. 3o ano = 61,7; 59,2; 60,8.
d) Adubação potássica corretiva
Adubação potássica corretiva (total e gradual)
para a região dos “Cerrados”
Nível de K
Interpretação
------ mg/kg ------
Correção total
Correção gradual
------------------ kg K2O/ha ---------------
----------------------------------CTC a pH 7,0 < 4,0 cmolc/dm3--------------------------< OU = 15
Baixo
50
70
16 a 30
Médio
25
60
31 a 40
Adequado1
0
0
> 40
Alto2
0
0
------------------CTC a pH 7,0 = ou > 4,0 cmolc/dm3-------------------< OU = 25
Baixo
100
80
26 a 50
Médio
50
60
51 a 80
Adequado1
0
0
> 80
Alto2
0
0
1
Para solos com teores de potássio dentro dessa classe, recomenda-se uma adubação de
manutenção de acordo com a expectativa de produção.
2 Para solos com teores de potássio dentro dessa classe, recomenda-se 50% da adubação
de manutenção ou da extração de potássio esperada ou estimada com base na última safra.
Fonte: Sousa & Lobato, 2002.
e) Adubação corretiva com micronutrientes
Resposta à doses de zinco e efeito residual em Latossolo Vermelho Escuro,
argiloso nos cerrados (Fonte: EMBRAPA, 1976).
t/ha
Milho Cargill 111
t/ha
6
6
Sorgo RS 610
Ano 1972-73
4
0
Ano 1974-75
4
Zn aplicado
no 1o ano
2
13
9
Efeito residual
no 3o ano
2
27
0
13
Zn (kg/ha)
t/ha
Milho Cargill 111
9
Zn (kg/ha)
Níveis críticos:
1,4 mg/dm3
(HCl 0,1 N)
27
1,0 mg/dm3
(Mehlich 1)
t/ha
Milho Cargill 111
Soja IAC-2
3
6
4
Ano 1973-74
2
2
Efeito residual
no 2o ano
1
0
1 3
9
27
Zn (kg/ha)
0
0,7 mg/dm3
(DTPA-TEA)
Ano 1975-76
Efeito residual
no 4o ano
1 3
9
27
Zn (kg/ha)
EXEMPLO DE ADUBAÇÃO CORRETIVA
COM MICRONUTRIENTES PARA SOJA
Solos baixos em micronutrientes:
Aplicação a lanço/hectare:
2 kg de boro, 2 kg de cobre, 6 kg de manganês,
0,4 kg de molibdênio e 6 kg de zinco.
Efeito residual: 3 a 4 anos.
Essas doses podem ser divididas em três,
aplicadas no sulco durante três anos consecutivos.
f) Manejo da matéria orgânica
MANEJO DA MATÉRIA ORGÂNICA
Matéria
orgânica
(%)
4
Avançado
3
Normal
2
1
Inadequado
0
0
5
10
Tempo (anos)
15
20
MANEJO DA MATÉRIA ORGÂNICA:
ALGUMAS TECNOLOGIAS
 Rotação de culturas
 Plantas de cobertura
 Plantio direto
 Cultivo mínimo
Integração: lavoura/pecuária
 Adubação verde
 Manejo de invasoras
 Cobertura morta (pequenos produtores)
 Estercos (pequenos produtores)
 Fertilizantes minerais
Arroz de sequeiro
Aveia
Trigo
Milheto
Niger
Sorgo
Várias plantas de cobdertura
SUCESSÃO DE CULTURAS PARA A REGIÃO DOS “CERRADOS”
SET
OUT
NOV
DEZ
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
Sorgo (grão) (PD/CM)
Milho super precoce (PD)
Soja precoce (PD)
pousio
Girassol (PD/CM)
pousio
Feijão (PD/CM)
pousio
Sorgo (grãos) (PD/CM)
pousio
MIlho (PD/CM)
Sorgo, Milheto (AP) (grãos)
Soja (PD)
AGO
pousio
pousio
Milheto (grãos) (PD/CM)
pousio
Sorgo forrageiro (PD) (palha ou forragem)
Sorgo, milheto (AP) (grãos)
Milheto (palha)
(PD/CM)
Soja tardia (PD)
pousio
pousio
Sorgo (AP) (grãos)
pousio
Milheto, aveia, ryegrass
* Época de plantio no verão (estação chuvosa) é variável de acordo com a região.
Fonte: Landers, 1995.
EXPANSÃO DO PLANTIO DIRETO NA
REGIÃO DOS “CERRADOS”
Millhões ha
25,0
24
22
20
18
16
Brasil
“Cerrados”
14
12
10
8
6
8,9
4
2
0
1,0
75/76
80/81
85/86
90/91
Ano agrícola
95/96
00/01 03/04 (e)
Fonte: FEBRAPDP, 2003.
Plantio Direto
2a maior “revolução” na
Agricultura Brasileira !!!
Desafios: palha, palha, palha;
rotação, rotação, rotação;
perfil, perfil, perfil;
e para solos arenosos: joelho, joelho, joelho!!!
John N. Landers
A.S. Lopes
INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA
Fazenda Santa Terezinha
1200 ha
Uberlândia – MG
Soja (2 anos)
 Milho
 Paspalum: Colonião 4 a 5 anos
Reciclagem de nutrientes por Brachiarias com
alta produção de matéria seca
Nutriente
%
B. brizanta
B. decumbens
B. ruziziensis
17 t/ha/ano
10 t/ha/ano
9 t/ha/ano
----------------------------- kg/ha/ano---------------------------Nitrogênio
1,7
289
170
153
Fósforo
0,2
34
20
18
Potássio
2,0
340
200
180
Cálcio
0,5
85
50
45
Magnésio
0,3
51
30
27
Enxofre
0,1
17
10
9
g) Adubações de manutenção
VARIAÇÃO DE PARÂMETROS DE FERTILIDADE DO SOLO
12 ANOS DE CULTIVO (24 CULTURAS EM PD)
FAZENDA VARGEM GRANDE, RIO VERDE, GO
8,2
80
Colheita 88/89
70
62,4
60
50
5,4
46,3
5,4
4,8
4,2
40
30
65,5
6,2
Colheita 99/00
3,3
22,7
20,8
1,9
20
9,0
10
1,7
1,0
29,4
2,9
1,8
0,8
0,3
0
0
MO
g/dm3
pH
P
K
----mg/dm3---
Ca
Mg
Al
H
S
CTC
--------------------------cmolc/dm3--------------------
V%
Fonte: Ferreira, S. M.
PRODUÇÃO EM 1990 (GRÃOS E CARNE) DA
REGIÃO DOS CERRADOS
ATIVIDADE
ÁREA
PRODUTIVIDADE
(MILHÕES ha)
(t/ha/ano)
PRODUÇÃO
(MILHÕES t)
CULTURAS
ANUAIS
SEQUEIRO
10,0
2,0
20,0
IRRIGADO
0,3
3,0
0,9
GADO DE CORTE
35,5
0,05
1,7
TOTAL
45,8
22,6
Fonte: Macedo, 1995
POTENCIAL DE PRODUÇÃO DA REGIÃO DOS
CERRADOS NA ÁREA JÁ ABERTA (1990)
UTILIZANDO TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS
ATIVIDADE
ÁREA
PRODUTIVIDADE
(MILHÕES ha)
(t/ha/ano)
PRODUÇÃO
(MILHÕES t)
CULTURAS
ANUAIS
SEQUEIRO
20
3,2
64
IRRIGADO
5
6,0
30
GADO DE CORTE
20
0,2
4
TOTAL
45
98
Fonte: Macedo, 1995
POTENCIAL DE PRODUÇÃO DA REGIÃO DOS
CERRADOS
ATIVIDADE
ÁREA
PRODUTIVIDADE
(MILHÕES ha)
(t/ha/ano)
PRODUÇÃO
(MILHÕES t)
CULTURAS
ANUAIS
SEQUEIRO
60,0
3,3
192
IRRIGADO
10,0
6,0
60
60,0
0,2
12
6,0
15,0
90
GADO DE CORTE
CULTURAS
PERENES
TOTAL
136,0
Assumindo:
a) 1/3 da área ( 71 milhões ha) para preservação ambiental;
b) disponibilidade de água para irrigar 10 milhões ha;
c) aumento de produtividade compatível com tecnologias atuais.
354
Fonte:, Macedo,1995
Participação da Região dos Cerrados
na Produção Brasileira - 2006
Algodão 89%
Sorgo 69%
Carne bovina 55%
Soja 53%
Café 48%
Arroz 37%
Milho 30%
Feijão 25%
Cana-de-açúcar 13%
5,6 milhões tons de grãos em 1970
44 milhões tons de grãos em 2003
Fonte: Roberto Teixeira Alves, Embrapa-Cerrados, 2006
Integração do Conhecimento Científico
Genética e Melhoramento
Microbiologia do Solo
Entomologia e Fitopatologia
Mecanização Agrícola
Climatologia
Sistemas de Cultivo
Física do Solo
Química do Solo
Conservação do Solo
Sementes Melhoradas
Manejo Integrado de Pragas e Doenças
etc, etc, etc...
O agronegócio brasileiro
PRODUÇÃO AGRO-VEGETAL (BASE SECA - 16 CULTURAS)
E CONSUMO DE NUTRIENTES
Índice
BRASIL 1969/70 A 2005/06
550
500
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0
Índice 100: 75/76
67,2 millhões t
1,89 milhões t
1969/70
Consumo de fertilizantes (N+P2O5+K2O)
Produção agro-vegetal
74/75
79/80
84/85
89/90
Ano agrícola
94/95
05/06 (1)
193,5 milhões t
8,53 milhões t
99/00
2005/06
Fonte: ANDA, FIBGE, 2006. (1) Preliminar
AUMENTO NO CONSUMO DE FERTILIZANTES
E NA PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA (1984-1994)
Cereais
Raízes e tubérculos
70
63
60
Incremento (%)
Fertilizantes
55
50
41
40
30
28
26
22
17
20
10
0
7
Brasil
16
8
15
8
China
India
Países em
desenvolvimento
Fonte: World Resources 1998-1999 – www.wri.org
O Agronegócio no Brasil
PIB em 2006 R$ 2.323 bilhões
540,2
Dentro da porteira
R$ 149,8 bilhões
PIB do Agronegócio
R$ 540,2 bilhões
(27,7%)
(23%)
Fora da porteira
R$ 390,26 bilhões
1.781,9
(72,3%)
Empregos em 2005
37%
Exportações em 2006
(US$ 137,5 bilhões)
Agronegócio
US$ 49,4 bilhões
36%
64%
Não Agronegócio
US$ 88,1 bilhões
Fontes: CEPEA-USP / CNA, MAPA e IPEA
Brasil: ranking mundial dos
principais produtos agrícolas
Produção
Produto
2006
(%)
Produto
2006
Ranking
Exportação
2006
(%)
2006
Ranking
Carne bovina
16,5
2º
Carne bovina
27,8
1º
Carne de frango
15,4
3º
Carne de frango
38,6
1º
Carne de porco
2,7
4º
Carne de porco
10,4
4º
Açúcar
18,7
1º
Açúcar
34,7
1º
Café
32,0
1º
Café
28,1
1º
Suco de laranja
59,7
1º
Suco de laranja
81,9
1º
Soja – grão
25,2
2º
Soja - grão
40,2
2º
Soja – farelo
15,1
4º
Soja - farelo
25,2
2º
Soja – óleo
15,7
4º
Soja - óleo
22,0
2º
Algodão
5,9
4º
Algodão
4,4
5º
Milho
4,1
5º
Milho
3,0
5º
Arroz
1,9
9º
Arroz
0,9
17º
Fonte: USDA; Elaboração: MAPA,2007
Brasil: produção de grãos
Var 127%
Produção
81.1
82.4
78.4
68.3
57.9
37.9
90/91
38.5
35.6
92/93
39.1
76.6
73.6
68.4
38.5
94/95
37.0
36.6
96/97
35.0
113.9
96.7
83.0
119.9
119.1
100.3
(milhões
de ton)
Produção
76.0
131,4
123.2
Var 21,8%
Área
Área
(mil de
(milhões
deha)ha)
36.9
98/99
37.8
37.8
00/01
40.2
43.9
02/03
47.4
49.0
04/05
47.3
46,1
06/07*
Algodão, amendoim, arroz, aveia, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale.
* Previsão – 11º Levantamento
Fonte: Conab
Brasil:
produção de
Brasil:
produção
decarnes
carnes
11,000
mil toneladas
Frango 170%
9,000
Bovina 71%
7,000
5,000
Suína 113%
3,000
1,000
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005 2006*
Fontes: CNA, ABEF e ABIECS, 2007. * Estimativa
CRESCIMENTO ANUAL DO PIB (%) MUNICÍPIOS COM
GRANDE DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA
(1975-1996)
(%)
14
12,3
12
10
8
6
4
6,5
6,4
6,4
5,6
4,7
4,5
4,2
4,0
3,2
2
0
Fonte: Regis Bonelli, IPEA (Veja, pg 135, 13/06/2001)
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH-ONU),
23 MUNICÍPIOS COM AGRICULTURA DESENVOLVIDA ,
INÍCIO 70’s e ANOS 90 (Brasil)
ALTO
Saúde, Educação, Habitação
3
MÉDIO
9
16
BAIXO
14
4
Início 70’s
Anos 90
Fonte: Regis Bonelli, IPEA (Veja, pg 135, 13/06/2001)
Produção com sustentabilidade
Distribuição territorial
(Estimativa milhões de ha)
Elaboração: Revista VEJA, edição 03/03/2004
Floresta Amazônica
345
Pastagens
220
Áreas protegidas
55
Culturas anuais
47
Culturas permanentes
15
Cidades, lagos e estradas
20
Florestas cultivadas
5
Sub-total
707
Outros usos
38
Áreas não exploradas ainda
disponíveis para a agricultura
106
TOTAL
851
Fontes: IBGE e CONAB; Adaptação: MAPA,. 2004
Balanço energético
Energia contida no combustível / Energia fóssil utilizada para produzi-lo
Análise
• Combustíveis completamente não renováveis possuem valor inferior a 1.
• Valores superiores a 1 indicam quanto renovável é o combustível.
Fonte: World Watch Institute
Os dez maiores problemas para a
humanidade nos próximos 50 anos
AGRICULTURA
Energia
Educação
Água
Democracia
Alimentos
População
Meio ambiente
Doenças
Pobreza
Terrorismo e guerras
Fonte: Alan MacDiarmid, em São Carlos, SP, abril de 2005
Considerações finais
O AGRONEGÓCIO NO BRASIL - 2004
R$ 534 BILHÕES
(QUASE 33,0% DO PIB DO BRASIL = 1.776 BILHÕES)
DEPOIS DA
PORTEIRA
(337,5 Bi; 63,2 %)
ANTES DA
PORTEIRA
(58,7 Bi; 11,0 %)
DENTRO DA
PORTEIRA
(137,8 Bi; 25,8 %)
17 milhões de
trabalhadores
no campo
37 % dos empregos;
40 % das exportações (US$30,6 bilhões);
Fonte: PIB total : IBGE; PIB agronegócio : CEPEA-USP/CNA, 2005.
AGRICULTURA FAMILIAR
30,5% da área cultivada, 38% do valor da exportação e
77% das pessoas que trabalham na agricultura
Fumo: 97%;
Mandioca: 84%
Feijão: 67%
Suinos: 59%
Leite: 52%
Milho: 49%
Aves e ovos: 40%
Soja: 32%
Arroz: 31%
Cana: 25%
Fonte: IBGE. CNA, 2006.
Terras poupadas no Brasil
Milhões ha
140
120
Produção agro-vegetal (base seca) em 16 culturas
e área poupada, 1970/71 a 2003/04
t/ha
3,3
Produção
Produtividade
(milhões t)
(t/ha)
1970/71 – 49,6
1,4
2003/04 – 190,7(3,8X)
3,3 (2,4X)
3
100
80 milhões ha
2
80
Área poupada
1,4
60
57,6
(1,5X)
40
1
38,0
Área usada
20
0
70/71
80/81
90/91
96/97
Anos
Fonte: Adaptado de Cardoso, 1998 e LSPA – IBGE, 2005.
98/99
00/01
0
03/04
ÍNDICES DE PREÇOS REAIS DA CESTA BÁSICA
Setembro de 1975 a Julho de 2000
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
Fonte: Portugal, 2002.
Inflação - Variação desde o Plano Real
IPCA (janeiro 1994 - agosto 2007) = 212%
Serviços de
Comunicação
661%
Leite e Derivados
181%
Combustíveis
634%
Aves e Ovos
170%
Aluguéis
477%
Carnes
155%
Transporte Público
442%
Hortaliças e Verduras
150%
Energia Elétrica
393%
Cereais e Leguminosas
124%
Planos de Saúde
321%
Frutas
-34%
A participação do item “Alimentação no Domicílio” no IPCA é de cerca de 15 %
Fonte: IBGE; Elaboração: CNA, 2007.
“Quanto mais alimentos conseguirmos tirar
da terra, menos terra iremos tirar da
natureza”.
AEASP
NÃO PERMITAMOS QUE O BRASIL
PERCA O BONDE DA HISTÓRIA!!!
MUITO OBRIGADO !!!
E-mail: [email protected]
DADOS ADICIONAIS
Logística - Fonte: Pinazza, 2005
Rodovias:
83% das rodovias têm problemas
8.000 km têm muitos buracos e ondulações
Sistema portuário:
Navio no porto - custo: 35 mil US$/dia
Média de dias no porto: 20 dias
Perdas dos agricultores: US$ 700 mil por navio
Burocracia:
Brasil: Despesas portuárias - 6 US$/t
EUA e Argentina – 3 US$/t
Perdas:
17 US$/t – em relação aos argentinos
(Até) 25 US$/t – em relação aos americanos
Perdas pelos produtores: US$ 1 bilhão/ano
Brasil: capacidade de armazenamento
• Estagnada desde 1990
• Ideal: 20% acima da produção de grãos
Distribuição no armazenamento
• 9% nas fazendas
• 56% na zona urbana
• 6% nos portos
• 29% na zona rural
Source: MAPA, 2004
Matriz de transporte da soja
100%
16
80%
60
60%
23
82
40%
33
61
20%
16
0%
Argentina
Hidrovia: US$8,00/ t/1000 km
2
7
Brasil
Ferrovia: US$16,00/ t/1000 km
EUA
Rodovia: US$32,00/ t/1000 km
Fonte: Pinazza, 2005
Fonte: http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2002/03/31/ger014.html
Soja – Custos de produção na cadeia
produtiva (US$/ton)
Componente
USA
Production cost
203,5
Transporte até o porto
Custos portuários
Transporte marítimo
26
Mato Grosso*
Paraná ** Argentina
174
145
158,8
47
17
13,4
3
5.3
5.3
3
21,4
23,4
23,4
25,4
80
80
58
329,7
279,7
258,6
Premio
-13
Custo total
240,9
* Sorriso ** Campo Mourão
Fonte: CONAB, 2004
SORRISO (MT) = 17 anos = 55.000 habitantes
550.000 ha (Soja, milho, algodão, arroz); Potencial = 800.000 ha
50 sc/ha x 550.000 ha = 27.500.000 sc
27.500.000 sc / 500 sc = 55.000 carretas
55.000 carretas x 22 pneus = 1.210.000 pneus
2.300 km p/ Paranaguá (ida e volta = 4.600 km)
4.600 km/ 2,5 km/L = 1840 L/carreta
1840 L x 55.000 carretas = 101,2 milhões L de óleo
550.000 ha x 0,4 t adubo/ha = 220.000 t
220.000 t / 27 t/carreta = 8.148 carretas
5.185 carretas x 3 chapas = 24.444 homens/dias, etc., etc., etc.,
A SOJA LÁ E CÁ
Comparação dos custos de produção
EUA
Brasil
(Heartland) (MT)
2000/01 2001/02
Custos variáveis (US$/ha)
Custos fixos (US$/ha)
Custo Total (US$/ha)
187,1
404,2
591,4
224,3
87,1
311,4
Produtividade (sc/ha)
Custo variável (US$/sc)
Custo fixo (US$/sc)
Custo total (US$/sc)
45,0
3,71
8,01
11,72
50,4
4,49
1,74
6,23
Fonte: USDA e CONAB
Uso de tecnologias agrícolas e energia elétrica.
Brasil, Censo Agricola 1995/96. Fonte: IBGE, 2003.
Região
Número
X 1.000
Propriedades com declaração de uso de
AT
CF
CP
CS
I
EE
------------------% sobre o número na região------------------Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro Oeste
Total
443,6
6,6
9,5
44,2
0,8
0,7
10,7
2.309,0
4,1
18,2
50,5
6,5
4,9
20,0
840,9
30,6
64,5
83,2
30,1
12,4
61,9
1.002,4
48,6
76,4
92,2
45,5
5,4
73,7
242,2
32,9
36,8
91,6
19,4
4,4
51,9
4.848,1
19,6
38,4
66,3
18,8
5,9
39,1
68% < 10 ha
AT = Assistência técnica; CF = Calcário e fertilizantes; CP = Controle de pestes;
CS = Conservação do solo; I = Irrigaçãoo EE = Energia elétrica
OPORTUNIDADES:
1- Entrada da China na OMC - 1,3 bilhão.
2 – Retomada no crescimento econômico dos
países do leste europeu.
3 – Malásia, Coréia do Sul e outros países
emergentes na Ásia.
4 – Globalização também no social.
5 – Acima de tudo: 15 milhões de pessoas
que ainda passam fome nesse país gigante.
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