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GLOBALIZAÇÃO E
ADMINISTRADOR
MERCADO
DE
TRABALHO
DO
José de Jesus Previdelli
Pesquisador do CNPq, Professor Associado do Departamento de Administração da Universidade Estadual de
Maringá, Doutor em Administração pela FEA/USP
Renata de Souza Côrtes
Acadêmica do curso de Administração da Universidade Estadual de Maringá
RESUMO
O presente artigo busca levantar algumas questões importantes acerca da
formação acadêmica e do mercado de trabalho do profissional de administração. A
estrutura argumentativa foi desenvolvida a partir da análise das mudanças na economia
global, considerando os fatores que influenciam diretamente a criação de postos de
trabalho e políticas de emprego. Esta análise buscou identificar fatores condicionantes
na economia que estão transformando as estruturas do mercado de trabalho e
propiciando o surgimento de novas relações entre capital e trabalho e novas
características para o perfil do profissional que busca inserir-se neste mercado.
INTRODUÇÃO
O mundo das organizações contempla cada vez mais as complexas transações
globais, configurando um cenário de inovações e ajustes, cujas transformações afetam
as organizações modernas, quer pelo avanço tecnológico ou pela implementação de
estruturas mais flexíveis e enxutas.
As mudanças tecnológicas e organizacionais provocam impactos sobre a
estrutura e as relações de emprego, bem como sobre a definição das ocupações,
fazendo emergir dentro do mercado de trabalho um novo paradigma, que se desdobra
tanto sobre as mudanças organizacionais quanto sobre o novo perfil profissional do
trabalhador. O próprio conceito de emprego vem sendo modificado e ajustado à nova
realidade que se edifica sobre a sociedade de serviços. Esta nova tendência aponta
para um maior volume de contratos de trabalho temporário e flexível, onde os
profissionais de uma forma geral e em particular, os da área da administração terão
grandes oportunidades de emprego se souberem adaptar-se ao mundo da
multifuncionalidade.
Os profissionais do futuro deverão ter em mente que a nova configuração do
mundo do trabalho implica em um maior nível de qualificação, uma vez que, de fato, os
empregos estão se apresentando sobre a forma de novas ocupações, assim como
novas necessidades e exigências. Não está muito longe de nossa realidade o
momento em que o trabalho deixará de ser realizado em um local fixo. As atividades
em tempo parcial estão se multiplicando assim como também os trabalhos
caracterizados em forma de projetos. Portanto, palavras como flexibilidade,
adaptabilidade, versatilidade e multifuncionalidade, passarão a compor o perfil ideal
dos novos profissionais.
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No campo da administração, seja enquanto operacional ou enquanto executivo,
o profissional da administração assume um papel privilegiado no contexto das
mudanças que estão configurando as novas organizações pela natureza da sua
inserção no ambientes organizacionais. Essas transformações ressaltam a questão de
repensar o papel e a qualificação dos administradores (Bastos, 1997).
Esta nova realidade foi, sem dúvida, o que deu o impulso para a idéia de
compor uma análise acerca dos elementos que, na esteira da globalização, estão
alterando e configurando o novo mundo do trabalho. O intuito do presente trabalho é
analisar as características do novo profissional de Administração em função das
mudanças que estão ocorrendo no mercado de trabalho, bem como, identificar as
tendências futuras e as variáveis que, na prática profissional em si, interfere tanto na
empregabilidade quanto no bom desempenho e qualificação desses profissionais.
1. A ECONOMIA GLOBAL E O MERCADO DE TRABALHO
As grandes mudanças sociais, políticas e econômicas, em escala mundial, refletemse na vida cotidiana das pessoas, interferindo na realização do trabalho, nas unidades
do comércio, nas estruturas empresariais e financeiras. Enfim, a realidade do mundo
moderno incorpora o debate sobre a ordem internacional em suas dimensões globais e
tecnológicas e seus efeitos sobre as estruturas e as relações de emprego em todo o
mundo.
Ao longo do século XX assistiu-se a uma reviravolta sem precedentes na evolução
das estruturas políticas e econômicas que acabaram determinando ações antes
improváveis, como a queda do muro de Berlim e a decomposição do bloco socialista.
Foram décadas marcadas por guerras, arranjos políticos e alianças econômicas que
não deixaram de ocultar o caráter e a influência dos interesses comerciais,
direcionando as transações e as mudanças econômicas que, no decorrer da história,
caracterizou os sistemas econômicos (Previdelli, 1996).
As novas estruturas que surgiram na era digital, seja criando novos paradigmas ou
criando novas formas de relações comerciais e principalmente de trabalho, requerem
discussões em torno de temas como a eficácia administrativa dos órgãos e das
políticas oficiais e empresarias. As questões referentes a estes direcionamentos
políticos tronou-se um instrumento fundamental para que os países não saiam
prejudicados com a economia globalizada e que também é fundamental para a
necessária e urgente iniciativa legislativa que venha não apenas regular como também
ajustar, o mercado de trabalho no Brasil frente aos demais países do globo.
As experiências com o livre mercado acabaram colocando em confronto o critério
de alocação política dentro das estruturas predominantes de poder, portanto o
arcabouço político que coliga as relações entre a classe dos governantes e a
empresarial, assumem uma posição de destaque sobre a realidade mundial
emergente.
Furtado (1998:33) estima que a administração das coisas dependerá cada vez
mais do governo criativo dos homens e conclui:
Os novos desafios portanto, são de caráter social, e não basicamente
econômico como ocorreu na fase anterior do capitalismo. A imaginação
política terá assim que passar ao primeiro plano.
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Todas essas transformações de interesse econômico refletiram períodos distintos
de desenvolvimento e crise. A natureza e as implicações deste acelerado processo de
mudança que se desenrolou desde o final da Segunda Grande Guerra, não fogem a
regra, pois em nível mundial, todas as dimensões, não só econômicas, políticas e
sociais, mas também comerciais, monetárias e financeiras, enfrentam o elenco
inesgotável de desafios e dúvidas para se adaptarem à nova conjuntura mundial, e
esperam uma nova forma de crescimento cujos contornos sob a nossa real percepção
ainda não estão muito bem definidos.
Em nível mundial, as forças e os interesses que orientam o comércio internacional
convergem para o processo de globalização dos mercados. Segundo Ianni (1992:44),
As nações se tornaram demasiado pequenas como unidades de
comércio e demasiado grandes como unidade de administração. Os
movimentos do capital, tecnologia, força de trabalho, know-how
empresarial, em escala mundial, transformam as sociedades nacionais
em dependências da sociedade global.
Todas essas transformações esboçam aquilo que se manifesta através do
processo de internacionalização dos mercados, e que já estão refletindo problemas
complexos nos países que possuem uma economia fragilizada e são atingidos pela
grande desigualdade social, e nos países soberanos que também estão sendo
abalados pela onda de crise e desemprego. Na verdade, o desempenho conjunto das
economias capitalistas, abarcadas pelo processo de abertura econômica em consenso
com a política dos países para estimular o desenvolvimento sobre o cálculo de uma
evolução provável, por assim dizer, não estão sendo alcançadas, ao contrário, encarase uma realidade muito pouca alentadora que se confronta com a grande crise da
atualidade.
Diante do fenômeno globalização, a tendência que mais se evidenciou em torno das
aspirações dos países, foi a formação dos blocos econômicos, enfatizando o objetivo
de buscar fortalecimento e de se proteger frente às implicações econômicas que
abarcam o processo de internacionalização dos mercados.
As mudanças que repercutiram dentro da cada polo econômico do globo,
encontram-se envolvidas por alguns elementos que se mostram interligados e
dependentes, tais como a competitividade internacional, a autonomia e domínio das
técnicas de produção, mercados atrativos e participativos no mundo dos negócios
globalizados e consequentemente, a atração de investimentos para os países, e que
são apontados como fios condutores na busca pelo entendimento das forças que estão
impulsionando e exigindo transformações para a nova era.
2. A CRISE DO MUNDO DO TRABALHO
O mercado de trabalho atual, diante de um desequilíbrio crônico, apresenta como
traço mais marcante e ameaçador a crise do desemprego que atinge em escala
dinâmica e crescente a massa trabalhadora dos países, até mesmo os mais
desenvolvidos.
A experiência internacional demonstra que a capacidade de inovação das empresas
é visto como um fator crucial para a competitividade de uma economia. Este processo
intensifica a concorrência desenfreada entre as empresas, obrigando-as a reduzirem
seus custos, ao mesmo tempo em que aumentam ao máximo a produtividade do
trabalho, e que por sua vez, implica na redução da compra de força de trabalho
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(Singer,1998). Isto se torna um processo inevitável e negativo a não ser que o mercado
esteja em expansão. Nestes casos, o aumento da competitividade em algumas
empresas representa a deterioração de outras, ou até mesmo a exclusão destas
(Tauile,1989).
Estes problemas complexos decorrentes da atual crise de um mundo em
transformação provocam um enorme impacto sobre o mundo do trabalho, tanto para as
empresas modernas quanto para a sociedade contemporânea. Os maiores desafios
traduzem-se em como vencer a competição e como elevar o nível de emprego.
Segundo Belluzzo (1996:9),
Apenas os mercados financeiros exibem vitalidade [...] Estas mudanças
acarretaram uma fantástica mobilidade dos capitais entre as diferentes
praças, permitiram uma incrível velocidade da inovação financeira
sustentando elevadas taxas de valorização dos ativos e facilitando as
fusões e aquisições de empresas em todos os setores. O movimento
de centralização do capital produtivo em escala mundial suscita em
efeito negativo sobre o mercado de trabalho pela rigidez nominal dos
salários e por regras hostis ao seu bom funcionamento.
O perfil do desemprego seja ele estrutural ou tecnológico, deixou de atingir um
segmento especifico da sociedade, ou seja, não há mais estratos sociais imunes ao
desemprego, uma vez que ele também atinge aquelas pessoas com formação
profissional qualificada.
Por um bom período, os pesquisadores que analisam as nuanças do mercado de
trabalho se restringiram em associar a problemática do desemprego aos aspectos
ligados à busca de competitividade empresarial, à estabilização monetária, à rigidez do
mercado de trabalho e a baixa qualificação dos trabalhadores. Todos esses fatores
influíram nas transformações que, em nível mundial, até os dias de hoje, edificam novas
relações de emprego e sustentam as novas propostas para o mundo do trabalho.
Entretanto, com relação ao Brasil, o diagnóstico sobre as causas do desemprego
mostra-se ligado com o período de duas décadas de estagnação econômica e
também pela ação de um novo modelo econômico de inserção internacional
desfavorável ao emprego nacional.
Para Pochmann (1999), o fenômeno do desemprego atinge o tecido nacional como
epidemia. Ele ressalta também a dificuldade de identificá-lo devido a falta de
homogeneidade e de consenso entre as metodologias adotadas para caracterizar e
medir o tamanho do desemprego no Brasil. Seu estudo aponta para a crise do
emprego no Brasil, podendo constatar que desde o início da década de 1990, o
desemprego vem atingindo maiores dimensões, e a partir de 1994, classificou o país
entre os quatro países do mundo com o maior número de trabalhadores sem ocupação.
A atual epidemia do desemprego nacional decorre da menor evolução dos postos de
trabalho frente à expansão da população economicamente ativa. Segundo este autor
...no Brasil, das 13,6 milhões de pessoas que ingressaram no mercado
de trabalho nos anos 90, apenas 8,5 milhões obtiveram acesso a algum
posto de trabalho, gerando um excedente de mão-de-obra de 5,1
milhões de desempregados. Em outras palavras, somente 62,5 % das
pessoas que se inseriram no mercado de trabalho encontraram uma
vaga.(Pochmann, 1999:10)
Os países buscam soluções alternativas e mais favoráveis para estas questões
ligadas a crise do emprego. A proposta para contornar a recessão vem da idéia de
flexibilizar as estruturas que compõe o mercado de trabalho. Nos países mais
desenvolvidos e que apresentam índices de desemprego menores, além de
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investimentos significativos na educação, nota-se o estímulo para algumas políticas
administrativas que refletem para a regulação do mercado de trabalho frente as
tendências mais evolutivas da flexibilização.
Existem países que apresentam um nível alto de utilização de novas tecnologias e
em contra partida, apresentam as mais baixas taxas de desemprego do mundo. Os
Estados Unidos, por exemplo, têm apenas 5,5% da sua força de trabalho
desempregada; o Japão, 3% e os Tigres Asiáticos menos de 2%. Nestes países os
encargos sociais são baixos além de existir uma grande flexibilidade para se contratar
profissionais. (Pastore, 1997). Segundo este autor, “É urgente reduzir a rigidez da legislação e
aumentar a qualidade da educação. Só assim se pode enfrentar o desemprego estrutural” (1997:25).
A modificação global ou parcial dos institutos e do próprio direito do trabalho assim
como a questão da Educação tem sido tema de profundas discussões e representam
uma saída para os problemas que a globalização em conjunto a tecnologia avançada
abarcam sobre a natureza e as estruturas que compõe o mercado de trabalho.
Não se pode entender a escala evolutiva das transformações do universo
capitalistas sem contar com os efeitos tecnológicos. A partir de sua evolução é possível
sintetizar o rol de exigências para o qual o mercado se voltou e que vem processando
juntamente com os elementos citados anteriormente: novas relações comerciais e
grandes transformações no mundo do trabalho.
3. O IMPACTO TECNOLÓGICO E O MERCADO DE TRABALHO
As transformações que caracterizam o novo mundo do trabalho são frutos do
processo denominado Terceira Revolução Industrial. Essa caracterização se intensifica
a partir do desenvolvimento dinâmico da pesquisa e da produção científica e
tecnológica que desde as últimas décadas alcançam uma elevada velocidade de
desenvolvimento.
No mundo dos negócios globais, o binômio produtividade e competitividade recaem
como indicadores que refletem a gênese das mudanças organizacionais desde a base
do seu processo produtivo até as estratégias empresariais. Como consequência
inevitável de todo este processo, a natureza das transformações tecnológicas sob a
esteira da globalização acaba por provocar alterações drásticas e radicais na
organização do trabalho à medida que atinge a base da operação deste segmento de
mercado, modificando o próprio significado de emprego que, com o desenvolvimento
da eletroeletrônica, alterou também a forma de executar o trabalho em si.
A Terceira Revolução Industrial provou profundas mudanças na forma de produzir e,
consequentemente, o seu bom aproveitamento, trouxe algo de novo para configuração
dos novos empregos sob formato de ocupações e também um novo perfil para os
profissionais. Estas tendências mostram-se incompatíveis com a velha organização do
trabalho, caracterizados pêlos modelos Taylorista e o Fordista que exigiam pouca
escolaridade da maioria de seus trabalhadores. Agora, diante do desempenho da
economia global, existe a necessidade de maiores investimentos nos sistemas
educacionais, multiplicando as reformas neste setor principalmente no que se refere à
pesquisa quanto à formação acadêmica e ao desenvolvimento da pesquisa científica.
Especificamente para os profissionais da área da Administração, sua atuação
dentro do mercado de trabalho se encontra em um patamar privilegiado considerando a
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crise atual do emprego. Diante das transformações a cerca da globalização, a situação
deste profissional ganha colaboração significativa pela natureza da sua inserção nos
contextos organizacionais.
Segundo Mascarenhas (1995:46),
O desafio dos profissionais passa a ser lutar para entender a natureza
das forças de mudança em suas empresas, quais as respostas mais
apropriadas e, acima de tudo, um modo de gerenciar de forma
sinergética, as estratégias e as apropriações mais complexas.
Dentro de uma visão global, verifica-se que as inovações tecnológicas repercutiram
importantes questionamentos a respeito das mudanças qualitativas e quantitativas que
este fenômeno reproduziu dentro do universo do trabalho. Será que o próprio capital
está realmente criando emprego de melhor qualidade?
O impacto da tecnologia sobre o emprego, refuta alguns críticos, delineia posições
antagônicas entre aqueles que são favoráveis a tese de que este processo acarreta
aspectos negativos sobre o emprego e os que são contrários. Não existe um ponto
chave para a questão em si, o que existe é um conjunto de fatores a serem
considerados, tais como o emprego absoluto e relativo; a distinção entre ganho de
produtividade, extinção de funções e redução de volume de emprego. No que se refere
ao contexto espacial da análise deve ser considerado a experiência internacional e o
nível de desenvolvimento dos países envolvidos. Por sua vez, o contexto temporal leva
em consideração a distinção entre as fases de transição e de maturidade da nova
tecnologia. Finalmente, nos níveis macroeconômico (contexto da economia como um
todo) e microeconômico (setorial e empresarial), existe a distinção entre tecnologia
aplicada e tecnologia disponível.
No que se refere à questão da divisão internacional do trabalho, deve ser
analisado o tipo de automação: bancária, industrial, de escritório. (Loyola, 1999). Desta
forma, a complexidade do tema exige muitos questionamentos a cerca dos elementos
que influem dentro de cada país especificamente, assim como dentro de cada setor e
cada campo de atuação dos profissionais do mercado de trabalho, na hora de analisar.
Para os pesquisadores que categoricamente defendem a tese de que o impacto
tecnológico produz um efeito severamente negativo sobre o emprego, constatando uma
tendência desempregadora da mão-de-obra (substituição dos trabalhadores por
equipamentos automatizados), fica claro que a modernização tecnológica, apesar de
ofuscada pela crise econômica, desencadeia o aumento do desemprego tecnológico
que poderá transformar-se em desemprego estrutural e conjuntural, tamanha a
tendência evolutiva do processo.
Portanto, diante desta evidência fica clara a gravidade da crise no mundo do
trabalho. Diversas teorias a cerca de tal problemática são envolvidas pelo fenômeno
desemprego tecnológico:
Para Silva e Silva (1989:118), os efeitos negativos da automação podem ser
constatados dentro de quatro áreas: bancária, escritório, comercial e industrial. E
concluem:
A automatização, em qualquer de suas quatro formas, trará
desemprego. Acreditar-se na hipótese de que os trabalhadores poderão
ser realocados para outros setores da economia é irreal. Será
impossível simplesmente porque os outros setores estarão sendo
automatizados e liberando trabalhadores.
Ainda é interessante destacar o posicionamento de alguns autores quanto a
questão de que o aumento do crescimento econômico impulsionado pelo aumento da
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produtividade e da competitividade como consequência da evolução tecnológica, não
redunda em igual crescimento do emprego.
Para os autores que assumem uma posição contrária aos efeitos negativos da
tecnologia sobre o mercado de trabalho, parte-se do princípio de que o aumento da
competitividade fomenta a criação de novos empregos. (Loyola,1999)
Carvalho (1987:217) por sua vez afirma que
O problema é que há grande probabilidade de que os empregos novos
criados não compensem as perdas ocorridas, seja em função das
qualificações, seja em função dos salários pagos.
Diante da problemática que o impacto tecnológico apresenta sobre o mundo do
trabalho, deve-se considerar que tanto a criação quanto a destruição dos postos de
trabalho fazem parte das transformações que constituem este ciclo econômico. O
comércio internacional, assim como a competição desenfreada, exige um trabalhador
multifuncional, criativo, com poder de decisão e apto para trabalhar em grupos.
A Revolução Tecnológica, assim como qualquer processo de transformação requer
adaptabilidade, seja da parte das organizações quanto dos próprios profissionais. Este
processo na realidade requer investimento: empresas ágeis para conquistar os
mercados e uma educação melhor qualificada.
3.1.
O IMPACTO TECNOLÓGICO E O NOVO SIGNIFICADO DE EMPREGO
No mundo pré-industrial, pode-se dizer que os empregos eram, essencialmente,
atividades que as pessoas desempenhavam em determinadas situações e
sociedades. Neste período, existiam coisas a serem feitas. Eram trabalhos
temporários nos quais as pessoas desempenhavam tarefas de acordo com suas
necessidades próprias ou comunitárias. Alguns serviços elas faziam para si mesmas e
outros por meios de contratos.
As idéias capitalistas vieram transformando este conceito de trabalho e de
propriedade, tumultuando o cenário cujo modo de vida era estável e coerente. Neste
ponto surge a primeira transformação sobre o significado do emprego. Esta
denominação surge com o desenvolvimento das grandes fábricas e indústrias. O que
aconteceu na realidade foi uma reestruturação dos hábitos do trabalho. As pessoas
passaram a trocar sua força de trabalho por um salário. Este emprego era
necessariamente orientado por uma escala de produção e seguidos de normas e
padrões de comportamento. Este fato inseriu nas sociedades conceitos totalmente
novos e os empregos se tornaram comuns e essenciais para as pessoas obterem
segurança e sucesso.
As perspetivas atuais demonstram que a configuração do trabalho está sofrendo
uma nova mudança onde o conceito de emprego e os empregos tradicionais estão
desaparecendo.
Muitos autores acreditam que as antigas identidades do trabalho estão sendo
destruídas e o mundo do trabalho atualmente vem se caracterizando sob a ótica de um
novo paradigma, onde as tendências de contratos de trabalho por tempo determinado,
a subcontratação, a terceirização, a parceria e novas formas de organização do
trabalho já estão sendo praticadas dentro da empresa.
Para Bridges (1995:29),
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O desaparecimento quantitativo (dejobbing) que acontece hoje leva ao
desaparecimento qualitativo dos empregos. O downsizing dissolve os
perfis dos empregos convencionais, uma vez que força as organizações
a acrescentarem novas responsabilidades e mudarem as existentes. À
medida que os que ficam pegam os pedaços deixados pelos que saem,
as descrições de cargo fazem cada vez menos sentido. As pessoas
que se reportam a uma pessoa numa área de sua responsabilidade e a
outra de outra área. Quando os números oscilam, as antigas entidades
de trabalho são destruídas.
Segundo Macedo (1998), as transformações que o mundo globalizado
desencadeia sobre o mercado de trabalho envolvem uma nova concepção de empresa,
cujos aspectos mais importantes podem ser assim enumerados: (a) a possibilidade de
realização de trabalho fora das empresas e dos escritórios, (b) o lar como local de
trabalho e (c) a necessidade de polivalência e flexibilidade do trabalhador. Também
podem ser considerados aqueles aspectos ligados ao consumo, aos tipos de produtos,
à tecnologia e às formas de organização e gestão de empresas. Estes fatores fazem
parte de um conjunto que sinteticamente resulta na emergência de um novo paradigma
ou modelo para o mundo do trabalho, e que, ainda segundo Macedo (1998:141), possui
os seguintes traços em termos de trajetória organizacional das empresas:
a) Utilização de tecnologias avançadas, com processo contínuo de
aprendizagem profissional;
b) Ênfase na qualidade, produtividade e flexibilidade de produtos,
processos e trabalho como chave de competitividade;
c) Busca de uma relação cooperativa e complementar, e não mais de
oposição ou de substituição , entre tecnologia e trabalho;
d) Valorização da qualificação e da requalificação do trabalhador, com
ênfase no treinamento permanente, como base para a flexibilidade e
polivalência ocupacional;
e) Esforço para pensar a empresa global e integradamente, como um
sistema aberto, interagindo com os setores externos, internos e com a
Assim sendo, o perfil das relações e estruturas do emprego convencional vem
sendo dissolvido a medida que as empresas aprimoram seus processos produtivos e
administrativos. Surge um novo modelo ou paradigma onde as profissões exigirão uma
formação acadêmica mais abrangente, conduzindo o profissional para a polivalência e
para uma maior flexibilidade de atuação.
As mudanças nos paradigmas das relações de trabalho podem ser observadas no quadro da
página seguinte.
Esta nova configuração na estrutura organizacional, acaba provocando a
necessidade de se reorganizar o trabalho e os padrões de gerenciamento do mesmo.
É este aspecto, portanto, o grande desafio apontado pêlos pesquisadores e estudiosos
da área em questão.
Quadro 1: Trabalho e qualificação nos paradigmas ou modelos produtivos
Discriminação
Fordismo-Taylorismo
Novo paradigma
Expansão
Crise
Estabilidade
Instabilidade
Economia e Mercado
Competição local
Competição mundial
Vendedor
Comprador
"A empresa manda"
"O cliente é o rei"
Padronizado
Diversificado
Ciclo de vida longo
Ciclo de vida curto
Inovação por etapas
Inovação contínua
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Tipologia do Produto
Fabricação
em
Seriação
média
ou
massa
pequena
Quantidade
Qualidade
Equipes obedientes
Equipes aplicadas
Equipes especiais
Equipes universais
Processos e tecnologia
Base eletromecânica
Base eletroeletrônica
Linhas de montagem
Células de fabricação
Hierarquia
Participação
Vertical
Horizontal
Organização e Gestão
Centralizada
Descentralizada
Controladora
Formadora
Punitiva
Orientadora
"O chefe sempre tem
"Todos
são
razão"
responsáveis"
Tarefas/operações
Processos
Fracionada
Integrado
Prescritiva
Aleatório
Repetitiva
Flexível
Características
do Especializada
Polivalente
Trabalho
Heterocontrolada
Autocontrolado
Posto de trabalho
Equipe
Habilidade
Competência
Saber (Fazer)
Aprender
Disciplina
Autocontrole
Obediência
Iniciativa
Acatamento de regras
Gestão do aleatório
Requisitos de Qualificação
Reação
Ação, pró-ação
Memorização
Raciocínio
Execução
Diagnóstico
Concentração
Atenção
Formação breve ou Formação contínua
longa
Individualismo
Coletivismo
Isolamento
Comunicação
Fonte: Leite, E. M. El rescate de calificación. Montevidéo: OIT, 1996, p.69.
Essa realidade atual reflete a crise do desemprego e por isso, assuntos
relacionados aos empregos futuros e a gestão de carreira são postos sobre a forma de
desafio para toda a sociedade. Como é possível pensar em carreira profissional, se os
empregos estão desaparecendo? A tendência pertinente ao tema resulta na discussão
sobre a questão da empregabilidade, ou seja, a capacidade de uma pessoa manter-se
ocupada.
De acordo com grande parte das expectativas, os empregos convencionais estão
desaparecendo, mas o trabalho a ser realizado não. E é a partir deste fato que o papel
da educação ganha amplitudes maiores e é tão importante na linha de pesquisa.
Segundo Salm (1998), a educação representa um papel fundamental no combate ao
desemprego, e argumenta que se a globalização pode eliminar muitos postos de
trabalho, por outro lado, pode abrir outras possibilidades, embora as novas ocupações
exijam maiores requisitos educacionais.
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Pastore (1997:26) afirma que
A morte do emprego não significa a morte do trabalho e muito menos dos
trabalhadores. A educação será a tábua de salvação. A atual revolução tecnológica, como as
anteriores, haverá de gerar muito trabalho para quem souber trabalhar.
Desta forma, os profissionais deverão desenvolver esforços adicionais para se
adequarem às novas tendências do mundo do trabalho, buscando atribuir uma grande
ênfase na educação, pois o que existe na realidade não é fim do emprego e sim uma
nova condição de trabalho caracterizado pela redefinição de ocupações. Qualificação e
polivalência serão as âncoras que o novo mercado de trabalho exigirá dos
profissionais. Manter-se empregado não será necessariamente ser empregado.
Manter-se empregado será a capacidade que os profissionais terão de gerar renda por
meio de suas próprias habilidades (Macedo, 1998:174).
3.2.
O IMPACTO TECNOLÓGICO E O NOVO PERFIL DO PROFISSIONAL DA
ADMINISTRAÇÃO
O século XXI chega prometendo uma economia de produção automatizada e a
sociedade moderna enfrentará os desafios pertinentes ao chamado desemprego
tecnológico uma vez que os profissionais estão sendo substituídos pelos benefícios
que o aparato tecnológico proporciona às atividades organizacionais. As empresas
diante da competitividade desenfreada de hoje demandam por maneiras de coordenar
e gerir atividades que exijam rapidez na ação, e a abordagem por temas relacionados
com a agilidade de processos e flexibilidade vêm se difundindo com grande velocidade
nas empresas.
Diante destas exigências organizacionais, desenham-se os traços do novo perfil
profissional do administrador. Frente aos impactos da globalização e todo o processo
que a mesma decorre dentro das empresas, existe a crescente valorização da
Administração e dos profissionais que atuam nesta área. Portanto, o mercado de
trabalho para este profissional apresenta tendências evolutivas. Aumentará a demanda
por profissionais altamente qualificados que sustentam a retaguarda dos bancos e para
tanto, entre as profissões que ascendem rumo ao futuro próximo, se destacam os
administradores, analistas, estrategistas, etc. (Pastore, 1998).
As exigências do mercado de trabalho para o profissional da área da
Administração, verificam os pesquisadores, estão tendendo para uma formação
acadêmica mais abrangente e generalista, o que não significa afirmar que o modelo da
especialização deixou de atuar dentro das características dos administradores.
O ideal imaginário que compõe esta discussão é a de formar administradores com
base na filosofia generalista sem perder qualificações especialistas, o que diferencia é
o enfoque que recai sobre cada uma das vertentes.
O mercado requer do administrador uma multiqualificação que desenvolva o poder
de tomar decisões e de auto-organizar-se para a realidade das constantes mudanças e
imprevisibilidades que só uma ampla base educacional proporciona. Desta maneira é
o conjunto generalista de competências e habilidades que o exercício da a
Administração, diante da configuração do mercado de trabalho exige. Neste ponto, o
desafio maior recai sobre o papel que desempenham os cursos de administração para
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a necessidade de desenvolver projetos pedagógicos supram as tendências do
mercado de trabalho.
A filosofia generalista se baseia no fato de que os trabalhos de agora exigem mais
do saber intelectual do que da capacidade técnica. As características que desenham o
perfil do profissional da administração estão envolvidas com aptidões para
diagnosticar e solucionar problemas, além de possuir desenvoltura para trabalhar em
grupo.
A questão especialista dentro do enfoque administrativo, ganha devida
consideração pelo fato de que todo administrador, apesar de entender das variáveis
externas e internas do ambiente organizacional como um todo, deve entender
intimamente de certos assuntos em determinadas áreas especialmente em atividades
que tornarão suas aptidões evidentes, necessárias e personalizadas.
Com as organizações capitalistas e seus modelos de gestão, foi possível
desenvolver um conceito de carreira, principalmente as administrativas. A carreira é
uma promoção social, um reconhecimento a partir de um esforço individual, que
representa reconhecimento e ascensão. Era do interesse das empresas estimular uma
gestão profissionalizante, era uma forma eficiente para o alcance dos interesses
organizacionais e, desta forma, era possível projetar uma carreira longa e de sucesso.
Os profissionais possuem essa ambição de projetar uma carreira brilhante.
Entretanto, apesar da própria cultura dificultar a transformação, uma realidade nova
esta emergindo, e nela a gestão de carreira já não tem as mesmas características.
Para as próximas gerações, o significado do emprego já não será mais mesmo.
Seja quanto ao perfil ideal, seja quanto ao planejamento carreira os profissionais, de
uma forma geral e principalmente os ligados à área da Administração, deverão adquirir
um mix de conhecimentos, de habilidades específicas e de atitudes ( Salm,1998).
Uma pesquisa da Associação Americana de Administradores Escolares junto a 55
líderes nos campos empresarial, educacional e governamental entre outros,
desenvolveu um estudo sobre as competências mais importantes a serem
desenvolvidas pelos jovens de hoje para melhor se qualificarem para o século XXI:
-
Habilidade de comunicação escrita e oral;
Leitura abrangente e habilidades de compreensão;
Utilização da matemática, lógica e habilidades de
raciocínio;
Alfabetização funcional e operacional e entendimento de
estatística;
Fundamento de conhecimento científico, incluindo ciência
aplicada;
Habilidade para usar computadores e outras tecnologias;
Habilidade para fazer pesquisas e aplicar e interpretar os
dados;
Conhecimento da história e do governo para operar numa
sociedade democrática;
A compreensão da história mundial e os negócios do
mundo;
Conhecimento da geografia mundial;
Conhecimento de línguas estrangeiras;
Raciocínio e pensamento crítico e habilidade na resolução
de problemas;
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-
-
Autodisciplina
e
habilidade
para
agir
com
responsabilidade;
Aplicação de princípios éticos e estabelecimento e
avaliação de metas;
Adaptabilidade e flexibilidade.
Habilidades interpessoais críticas, incluindo falar ouvir e
fazer parte de uma equipe;
Respeito pelo valor do esforço, entendimento da ética do
trabalho e necessidade de contribuições individuais e auto
disciplina;
Estar entusiasmado sobre a vida e estabelecer metas para
um aprendizado permanente;
Entendimento multicultural, incluindo idéias na diversidade
e a necessidade de uma perspectiva internacional;
Resolução de conflitos e habilidades de negociação;
Entender e praticar honestidade e integridade;
Entendimento e respeito por aqueles não semelhantes – a
apreciação da diversidade;
Capacidade de assumir maior responsabilidade por suas
própria ações.
A pesquisa revela com clareza a natureza do perfil do profissional que busca
espaço dentro do mercado de trabalho intensamente competitivo. A educação formal
se faz essencial em todas as esferas. A polivalência é a qualificação mais presente no
discurso dos empresários para definir o trabalhador que possui os atributos
necessários a uma adequação à inovação tecnológica contemporânea. A educação
formal representaria o primeiro desses atributos.
Segundo Pastore (1998:28),
O futuro exigirá profissionais competentes, multifuncionais,
alertas curiosos que precisarão ter passado por uma
educação que lhes tenha equipado com lógica de
raciocínio; compreensão dos processos; capacidade de
transferir conhecimentos; prontidão para antecipar e
resolver problemas; conhecimento de línguas; habilidade
para tratar pessoas e trabalhar em equipe. Ou seja um tipo
de educação que dá as pessoas as condições de
apreenderem continuamente.
Assim, os profissionais de uma forma geral deverão manter-se atentos para buscar desenvolver
o saber pensar. A busca pelo conhecimento ganha evidência e o profissional polivalente ganha
espaço dentro das organizações. Esta consciência dimensiona o grau de responsabilidade de
desenvolver este aprendizado que recai sobre o papel do próprio profissional de Administração em
abordar meios de reciclagem e sobre os cursos de Administração em formar profissionais
preparados para se sobressaírem frente às tendências da empregabilidade.
CONCLUSÃO
O fenômeno da globalização atua dentro do cenário mundia l, consolidando o movimento
dinâmico das economias mundiais através do processo de integração e mundialização dos mercados.
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Em nível mundial, este processo desencadeia impactos que estão, ao mesmo tempo, desregulando e
revolucionando as esferas que configuram o mercado de trabalho, uma vez que as estruturas que o
sustentavam, em consequencia de todas as transformações globais, não possuem mais forças para
deter o impacto das inovações tecnológicas e organizacionais.
A globalização das economias provoca uma busca desenfreada entre as empresas para
manterem-se competitivas dentro do mercado. Este fator sustenta a tendência e a necessidade de
inovar os processos produtivos e executivos das organizações, mudando as bases das estruturas
operacionais. Este conjunto de fatores provoca transformações na forma de realizar o trabalho em si,
fazendo emergir um novo significado de emprego, assim como desenvolve novas características para o
compor o novo perfil dos profissionais.
Dentre os vários atributos que configuram esta realidade no mundo do trabalho, a revolução
tecnológica representa uma das maiores forças transformadoras, considerando a rapidez com que se
desenvolvem e se de difundem, proporcionando novas formas de realizar o trabalho em todas as esferas
operacionais, seja no âmbito da informatização ou da comunicação, seja ao nível executivo ou produtivo.
A diferença que o processo apresenta, traduz-se nos interesses organizacionais sobre a forma de maior
eficiência e qualidade.
A realidade é que o mundo do trabalho nunca mais será o mesmo. No futuro próximo, o
trabalho deverá ser considerado uma ocupação onde o significado de carreira resultará em
comprometimento no trabalho, sendo que a evolução das forças que define esta transformação caminha
rumo as tendências da flexibilidade e da multifuncionalidade.
No mesmo tempo que a globalização reduz os postos de trabalho convencionais, ela cria novas
ocupações. Por mais que a automação promova maior eficiência nos processos, sempre existirão coisas
para serem feitas, tarefas a serem desempenhadas e, principalmente, projetos a serem desenvolvidos
pois, o aparato tecnológico jamais substituirá a capacidade criativa dos homens.
Este aspecto é uma verdade que representa a saída para o desequilíbrio dentro do mercado de
trabalho. As mudanças tecnológicas e organizacionais não transformam as esferas do trabalho de modo
a extinguir este exercício, ela transforma a forma de desenvolver o mesmo. Aqui persiste o grande
desafio: o de entender as novas configurações e exigências do mercado de trabalho, sob a ótica de
ocupações e prestação de serviços e busca da empregabilidade (no lugar de um cargo ou função)
através da adaptabilidade. Empregabilidade e adaptabilidade devem, por assim dizer, dimensionar a
competição pelo futuro para todos os profissionais.
A necessidade de investimento e apoio para a educação formal se choca com uma realidade
cultural com um nível baixíssimo de educação. Nas novas configurações do mundo do trabalho cresce
a demanda por currículos abrangentes que caracteriza o profissional polivalente. O simples diploma do
ensino superior não será mais suficiente, sendo este um aspecto que reflete a crise do desemprego.
Existem, entre os pesquisadores, as correntes que refutam sobre os aspectos positivos e
negativos do envolvimento intrínseco da automação no mundo do trabalho. A verdade destes
questionamentos não recai sobre o fim dos postos de trabalho, mas sim sobre os aspectos que priorizam
as estruturas e os direitos do trabalho.
A sociedade como um todo e suas estruturas ainda sofrem com as implicações de um processo
em fase de transição. Tanto os aspectos políticos, quanto os econômicos e sociais necessitam de
adaptação. Diante desta realidade, a ênfase recai sobre a questão da educação. Os profissionais que se
reciclarem terão a oportunidade projetarem-se para o mercado de trabalho, desenhando seu próprio
perfil à medida que se fizer necessário para as ocupações que estão se configurando.
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1 GLOBALIZAÇÃO E MERCADO DE TRABALHO DO