IMITAÇÃO PELAS METADES
1Co 11:1 “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo”. Paulo já tinha
falado disso antes em 1Co 4:16 “Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus
imitadores”.
Fp 3:17 amplia essa orientação: “Irmãos, sede imitadores meus e observai os que
andam segundo o modelo que tendes em nós”.
O tema desta mensagem está baseado no fato de que Imitar é bíblico.
Quem imita não apenas lembra, mas também honra; porque imitar é fazer algo
que não lhe é próprio – veio de outra pessoa. Outra pessoa a quem vale a pena
reproduzir.
Um bom exemplo disso está em Ef 5:1 - “Sede, pois, imitadores de Deus, como
filhos amados”. Filhos amados trazem honra aos pais sabem como? Imitando-os.
Ser cristão é imitar a Cristo. João 13:15 diz: “Eu vos dei o exemplo, para que,
como vos fiz, façais vós também”.
Precisamos todos nos esforçar em Deus para que esta nossa imitação de Cristo
não seja uma imitação barata.
Quando que a imitação é barata? Quando é pela metade; é parcial. Quando a gente
imita só o que nos é interessante, ou mais conveniente, ou mais fácil de fazer.
Leiamos Ef 4:22-30 para iniciar a nossa reflexão.
Paulo fala nesta passagem de frutos comportamentais. Ele diz:
- Não mintam mais. Para com isso; fale só a verdade;
- Se você furtava, não furte mais, antes trabalhe para suprir às suas necessidades
e as de seu próximo;
- Que as suas palavras sejam abençoadoras, temperadas com graça e com
esperança;
- Quando vocês se irarem, porque a ira é um sentimento humano – não há como
não passar por ele, dominem essa ira. Irem-se, mas nunca produzam nada na ira,
porque toda produção da ira é pecaminosa;
- E não guarde mágoa de um dia para o outro – porque o diabo procura lugar.
Paulo fala de comportamentos. Ele segue falando de atitudes que passam pelo
campo da moralidade, do comportamentalismo, da nossa exterioridade no trato
com as pessoas, e aí, no v.30, vem uma coisa muito interessante, que está aqui
desde que a Bíblia é Bíblia – mas que a gente não percebe.
Ele diz assim: E,... não entristeçais o Espírito Santo de Deus.
Essa instrução foge do padrão das outras, porque o relacionamento com o Espírito
Santo não está na categoria da nossa exterioridade.
O Espírito Santo é aquela voz do nosso tempo – o tempo da graça, que foi
profetizada em Isaías 30:21 “Quando te desviares para a direita e quando te
desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra,
dizendo: Este é o caminho, andai por ele”.
Quando você está sendo “incomodado” pelo Espírito Santo sobre algo que deva
fazer, isso é algo interior – ninguém em volta percebe.
Então, a idéia que Paulo dá é que a fé precisa mexer no nosso comportamento –
sem dúvida que sim, mas que também o novo nascimento é algo mais profundo
que isso – envolve o ser interior.
Quando a gente fala de imitação cristã barata, a gente está falando de uma
conversão que alcança o lado comportamental, mas que não causa um reboliço na
alma, que não nos faz sensíveis ao Espírito Santo.
Quero que vocês entendam o quê exatamente quer dizer esse último conselho
de Paulo nesta passagem do capítulo 4 de Efésios.
A resposta para o que seria esse último conselho de Paulo está, de uma forma
muito clara, no v.17.
“Não mais andeis como andam os gentios” (gente que não tem comunhão com o
ES) – na vaidade dos seus próprios pensamentos.
Vaidade, tanto no hebraico qto no grego (idiomas originais da Bíblia) significa
vazio e oco. Vaidade é colocar esperança naquilo que é vão, passageiro, perecível.
Vaidade da mente é ter mente não rendida à vontade de Deus.
A mente do crente que se converteu baseado em vaidades (coisas passageiras) não
está rendida a Deus, mas a si mesmo. Gente se convertendo porque quer fazer
parte de uma comunidade fraterna, ou porque quer amigos de verdade, ou porque
quer dizer muito obrigado a alguém – o casal líder de Casados Para sempre, por
exemplo.
Pessoas que se “convertem” assim, diante de determinadas situações se entregam
às suas emoções, se firmam nos seus motivos pessoais, nas suas razões, nas
previsões do jornal, nas conversas que ouve por aí... etc, do mesmo modo que o
incrédulo faz.
O incrédulo vive de acordo com o que ele acha, de acordo com o que ele pensa, de
acordo com o que lhe é mais conveniente.
Andar na vaidade da própria mente é terrível, porque nos impede de honrar a
Deus. Honrar a Deus é, em síntese, concordar com Deus e dar a vez a Deus na sua
vida. É se permitir ser um canal de bênção na vida de alguém que não seja você
mesmo.
Um exemplo bem simples de uma mente desperdiçada é saber ler e não ler. A
pessoa é alfabetizada, tem pleno potencial de usufruir e de gerar coisas boas, mas
não se importa com isso. Não creio que seus projetos serão úteis – o mais
provável é que serão fúteis.
O que ofende o Espírito Santo é ver pessoas que, apesar de estarem participando
do ambiente do Reino de Deus, que apesar de saberem o que sabem da Palavra de
Deus, estão abrigando na mente projetos que – em nada, vão servir para glorificar
o nome do Senhor.
Muita gente envolvida com a igreja, e tudo, mas ainda limitada à caixinha do
comportamento. Estão na igreja, mas não trazem um brilho nos olhos quando
falam de Jesus, não demonstram ardor pelo seu relacionamento com Deus (gente
de altos e baixos).
Ou então não é mais o crente que foi antes; está deixando esfriar o amor original
que tinha pelo Senhor.
Grande parte dos cristãos esta se tornando mais conhecida pelo que não fazem de
errado, do que pelo que fazem pelo Reino de Deus. Podemos lhes dar um exemplo
do quanto esta ideia está enraizado entre nós, e nem percebemos.
Creio que todos já viram aquelas camisetas - que é muito comum de se encontrar
por aí – que tem uma mensagem na frente, reticências, e essa mensagem continua
na parte das costas.
Uma diz assim: Tem uma besta me olhando... Você já fica sem graça quando olha
afinal está na sua frente. Aí o quê há de se fazer? O impulso normal é lutar para
não se olhar para a camiseta. Mas aí, quando a pessoa passa, você fica mais à
vontade e dá uma olhadinha discreta pra trás – só a conta de ver o que está escrito
nas costas: continua me olhando (a besta).
Mas tem um outro tipo de camiseta que é uma bênção: Não bebo, não fumo, não
jogo, não dou calote. A gente fica feliz e já imagina o que está escrito atrás: nasci
de novo, sou de Jesus, sou uma nova criatura em Cristo Jesus.
Diferente da primeira camiseta, a gente fica tão alegre que falta dar a Paz do
Senhor... Não bebo, não fumo, não jogo, não dou calote... só pode ser crente.
Mas quando a pessoa passa vem a decepção: está escrito nas costas MORRI. Se
trata de uma pessoa não convertida que acha que não beber, não fumar, não jogar
e não se dar bem aqui e acolá às custas dos outros é coisa de quem já morreu.
Vejam só, confundimos um crente com um defunto – tudo por causa da noção
enraizada de que crente é quem não faz coisas erradas. Não beber, não fumar, não
jogar, não roubar – o bom hare krishna também não faz isso, o bom budista muito
menos, o islâmico nem pensar.
O novo nascimento não se manifesta só pela abstinência do que se fazia antes,
mas por uma nova forma de olhar para os desafios da vida e se permitir ser guiado
pelo Espírito Santo de Deus.
Is 55:7 diz: “Deixe o ímpio o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos, e
converta-se ao SENHOR”. É uma deixada insertiva. Eu deixo o mal caminho,
mas me volto para Deus.
Não entristeçais o Espírito Santo com uma mente fútil.
Em quê está envolvida a sua mente? Qual o projeto que você tem para glorificar
o Senhor? Pode ser uma decisão (leitura da semana – postura fora de casa).
Precisamos rever todo dia a efetividade da nossa participação no Reino de Deus.
Vamos para o término desta mensagem com Sl 143:10 - “Ensina-me a fazer a tua
vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano”.
O salmista não disse: Ensina-me a encontrar a tua vontade. Ele só pede: Senhor,
me ensina a fazer a tua vontade.
As pessoas procuram a vontade de Deus como se ela estivesse escondida ou então
perdida, ou pensam que a vontade de Deus é um bilhete de loteria que poucos
acertam, ou ainda que a vontade de Deus é um ponto fixo: o carro, a casa, a cidade
para morar...
A busca da vontade de Deus é a busca mais fundamental e mais importante de
todas, mas a nossa dificuldade não é da falta de informação acerca da vontade de
Deus – ela está na Bíblia Sagrada.
“Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” 1Ts 4:3.
“Em tudo, dai graças, pq esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para
convosco” 1Ts 5:18.
“Assim é a VD, que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos
insensatos” 1Pe 2:15.
A nossa dificuldade é de obedecer à voz do Espírito Santo de Deus.
Nosso problema não é que o Espírito Santo não está apontando o caminho, mas a
nossa relutância em rejeitar a vaidade dos nossos próprios pensamentos.
O salmista pede a Deus que o Bom Espírito encontre caminho plano ao guia-lo.
Camino aberto, caminho pavimentado.
“Há pastor, é difícil demais” – quando não se está apaixonado.
A vontade de Deus não é algo difícil demais. Dt 30:11-14 diz: “Porque este
mandamento que, hoje, te ordeno não é demasiado difícil, nem está longe de ti.
Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo traga e
no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Nem está além do mar, para dizeres:
Quem passará por nós além do mar que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que
o cumpramos? Pois esta palavra está mui perto de ti, na tua boca e no teu
coração, para a cumprires”.
Tomem posse dessa verdade, de que é possível sermos imitadores de Cristo,
fazendo memória dele o dia todo – todos os dias, não apenas por conveniência,
mas por santo temor a Deus.
Amém.
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