Portugal semente de impérios no pensamento integralista de Gustavo
Barroso
Portugal seed of empires in Gustavo Barroso's integralist thought
Prof. Dr. Manuel Filipe Canaveira (Instituto de Filosofia Luso-Brasileira – Lisboa Portugal)
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Resumo: O trabalho examina os aspectos teóricos do pensamento integralista de Gustavo Barroso.
Os componentes de maior destaque são: nacionalismo, antisemitismo, historicismo anti-iluminista,
valorização da cristandade medieval e crítica à modernidade.
Palavras-Chave: Integralismo; Nacionalismo; Tradicionalismo; Cristandade; Crise.
Abstract: The paper examines some theoretical aspects of Gustavo Barroso’s integralist thought.
The main themes are: nationalism, antisemitism, anti-iluminist historicism, emphasis on medieval
Christianity and criticism of modernity.
Key words: Integralism, Nationalism, Tradicionalism, Christianity, Crisis.
1. Considerações iniciais
Ao contrário de muitos historiadores atuais, entre os quais me incluo, é pouco
provável que o escritor Manuel Bandeira alguma vez se tivesse deixado enganar sobre a
verdadeira índole das ideias proclamadas pelo acadêmico Gustavo Dodt Barroso. Com a
serenidade que o prestígio reconhecido sempre dá a quem dele desfruta, o paladino da
Geração de 22 (que “mudou” o Brasil na vertiginosa Semana da Arte Moderna) alude, em
A Província de 23 de Agosto de 1928, à ação do intrépido cearense que, em consequência
de uma exposição feita à Academia Brasileira, criticava sem cerimônia a comissão do
dicionário (encarregue de proceder à aprovação do novo sistema ortográfico) pelo fato de a
maioria dos membros desta serem incapazes de dar resposta às novas e complexas [...]
condições de vida bem como às nossas concepções da existência e aos nossos programas
de evolução. (Bandeira, p. 125). Isto significava, em seu entender, a necessidade de superar
o tempo dos escravos, dos galeões e das cadeirinhas para acolher, com coragem e amor, o
futuro americano do Brasil (Bandeira, p. 125), o grande objetivo patriótico que Gustavo
Barroso - todo enfeitado de condecorações, como sublinha com sarcasmo Manuel Bandeira
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(Bandeira, p. 295) – queria afinal fazer vingar naquela espécie de guerra do alecrim e da
manjerona que dilacerava ao tempo a venerável Academia Brasileira de Letras.
O gosto pelas fardas e condecorações vinha-lhe do tempo da mais tenra infância (a
mãe alemã gostava de lhe tirar fotografias mascarado de soldadinho) e não o perdeu na
idade adulta. Deixou-se retratar com ares marciais em diversas ocasiões, seja como chefe
das milícias integralistas ou, ainda mais imponente, como personalidade consagrada da elite
do Estado Novo, fotografia essa que se encontra reproduzida na última edição lusitana de
Os Protocolos dos Sábios do Sião, (Protocolos, 1999), obra que, convém recordar, traduziu
para português, apostilou e editou em 16 de Setembro de 1936 (faz hoje anos). Na verdade,
apesar do seu gosto pelos uniformes, nunca foi militar, mas estes, que sabem reconhecer os
seus em espírito, não lhe escamotearam elogios:
Civil, historiador, escritor, jornalista, folclorista, museólogo,
homem de saber enciclopédico, poucos como GUSTAVO
BARROSO, terão dedicado às Forças Armadas tanto de suas
atenções. E a atenção de GUSTAVO BARROSO por elas
sempre se revestiu de culto, carinho e exaltação. Talvez por
esse motivo tenha sido, em tempos recentes, um autor
discriminado pelas esquerdas. (Protocolos, p. 17)
O panegírico é, por assim dizer, recente, pois surge nas páginas do número cinco do
periódico militar Ombro a Ombro datado Outubro de 1988, curiosamente no mês em que se
procedeu à promulgação da nova Constituição (5 de Outubro de 1988). Mas, temos de
reconhecer, uma justa homenagem post mortem, só comparável àquele que em vida lhe fez
Josué Montello ao conceder-lhe uma posição de preeminência na oratória brasileira, pois,
nada mais convém a quem deseja comandar homens alinhados na parada do que ter “voz de
comando”.
Era, porém, um jurista e, como tal, possuía dotes oratórios que são mais comuns nos
homens com esta formação do que naqueles que frequentam os meios castrenses. Além
disso, nas sua condição de acadêmico, habituara-se a cultivar um discurso tributário daquilo
que há de mais demagógico na utilização política da memória histórica, que é a evocação
de fatos passados, desinseridos do seu contexto e transformados em instâncias de
legitimação de uma ideologia. Isso nos diz, também com uma ponta de ironia, Josué
Montello numa conferência proferida em 16 de Julho de 1959 na Academia Brasileira de
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Letras sobre “a história viva da oratória do Brasil nos últimos decênios” (Montello, 1959, p.
1). Eis as linhas dedicadas a Gustavo Barroso:
Quero fazer a esta altura, tendo em conta a sua flagrante
oportunidade, uma pequena observação marginal, que se
prende à história da Academia. Não sei se já atestastes para a
circunstância de que foi um cearense – Gustavo Barroso –
que sucedeu nesta casa a D. Silvério, e foi outro cearense –
Raimundo Magalhães Júnior – quem substituiu a Dom
Aquino Correia. Isto nos faz supor que, no tabuleiro do
xadrez acadêmico, as merecidas imortalidades cearenses só
aqui despontam com a eliminação dos bispos...
Gustavo Barroso e Raimundo Magalhães Júnior pertencem à
mesma linha de mestres de conferência literária, com o gosto
da graça anedótica, o senso da curiosidade histórica, o
aparato objetivo da erudição bebida nas puras fontes da
cultura universal. (Montello, 1959, pp. 44-45)
É esse discurso cifrado que, a meu ver, concorre para esconder sob a capa da
morigeração o verdadeiro alcance das ideias anti-semitas de Gustavo Barroso, circunstância
que tem iludido vários historiadores, entre os quais me incluo, como comecei por confessar.
O maior erro de alguns deles foi o de terem elegido apenas uma obra de Gustavo Barroso
como objeto da sua análise, ignorando praticamente as restantes (Sousa, 1994, pp 73-77).
Esse livro, datado de 1934, intitula-se Brasil colônia de banqueiros e nela historia-se os
ruinosos empréstimos externos contraídos pelo Império a partir de 1824, que obrigavam o
país a ajoelhar-se perante os omnipotentes banqueiros Rothschild, submissão essa que,
aliás, era comum a muitos outros países no segundo quartel de oitocentos – recordem-se
as garantias leoninas que os magnates judeus exigiram a Mendizábal para concederem aval
financeiro às causas liberais portuguesa e espanhola. (Janke, 1974, pp 115; 119; 128) As
acusações dirigidas nessa obra à ganância semita deixam na sombra os aspectos raciais
mais gravosos do pensamento do seu autor e, em geral, são lidas no contexto da tradicional
aversão votada pelos católicos ao agiotismo judaico, a qual está longe do ideário nacionalsocialista que justificou o Holocausto:
Gustavo Barroso representa vertente diferenciada do
pensamento integralista, que se inclina para uma adesão às
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doutrinas desenvolvidas por vários autores filiados no
Nacional-Socialismo alemão da época, principalmente o antisemitismo.
Barroso, no entanto, não se situa no mesmo plano daqueles
pensadores, porquanto o seu anti-semitismo não é de fundo
racial ou religioso.
O problema que se colocou ao pensador integralista foi, em
sua origem, puramente econômico. (Sousa, 1999, p. 49)
A violência nazi da Solução Final, chocante para o espírito latino e, ainda mais,
incompreensível para a miscigenada sociedade brasileira, não o seria tanto para o que
existia de Dodt em Gustavo Barroso, ascêndência germânica que, além de não enjeitar, pelo
contrário, exalçava:
À memória de meus antepassados maternos, de raça
germânica, que espalharam o suor do seu rosto e o sangue
das suas veias pelos campos da Europa; e à memória dos
meus antepassados paternos, brasileiros de gema, que
regaram com seu suor a terra da pátria cultivada pelas suas
mãos, que regaram com seu sangue os campos de batalha da
América! (Gustavo Barroso, 1934, p. 7)
Não nos parece crível, ainda, que o “problema” de Gustavo Barroso fosse na sua
origem puramente econômico. No mesmo ano da edição de Brasil – Colônia de
Banqueiros, o pensador integralista também fez sair do prelo o Integralismo de Norte a Sul
(cujo militantismo extravasa em muito o domínio restrito das questões económicas e
financeiras) e estaria decerto a ultimar – ou já dera entrada na tipografia – O Quarto
Império (1935), obra onde as considerações de caráter economicista estão praticamente
ausentes, o que não sucede com as teorias raciais arianas, omnipresentes no texto. Nos
meses e anos subsequentes, a revoada de livros da autoria de Gustavo Barroso tributários
do militantismo integralista e das concepções racistas mostram que o cariz sobremaneira
economicista da obra Brasil – Colônia de Banqueiros é uma exceção à regra no panorama
geral do seu pensamento político: O que o Integralista deve saber (1935); A Palavra e o
Pensamento Integralista (1935); O Integralismo e o Mundo (1936); Espírito do século XX
(1936); O Integralismo em Marcha; Judaísmo, Maçonaria e Comunismo (1937), A
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Sinagoga Paulista (1937), A ronda dos séculos (1937), Comunismo, Cristianismo
Corporativismo (1938).
A série pára quando o getulismo retira o apoio tácito que dera às hostes lideradas por
Plínio Salgado na vigência do regime constitucional de 34. O volte-face de inspiração
fascista sancionado pela Constituição de 1937 (Porto, 1999, pp. 19-20), tornou dispensável
e até aconselhável a dissolução da Acção Integralista Brasileira (A.I.B.) decisão que
deixou os seus líderes irritados:
A coletividade integralista só tem recebido asperezas,
remoques, ironias, perseguições injustificadas, não só de
certa imprensa, como mesmo de algumas autoridades
superiores do país. [...] Os argumentos que usam contra nós
são os mais absurdos e irrisórios. Afirma-se que devemos
estar satisfeitos porque nossas ideias estão triunfantes e que,
para isso, qualquer atitude de desgosto só pode revelar
ambição pessoal. Mas, ao mesmo tempo, as autoridades
policiais proíbem a palavra Integralismo... (Plínio, 2002, p.
290.)
O polígrafo Plínio não se refez do golpe, mas Gustavo Barroso recuperou e mantevese influente nos círculos sociais e culturais do varguismo até meados dos anos dos anos
quarenta. Na verdade, menos idealista do que o fundador da A.I.B., sabia bem que o poder
o Estado Novo não poderia aceitar a existência de uma associação política autônoma que
contava com um milhão e meio de adeptos em todo o Brasil (no Rio de Janeiro, por
exemplo, existiam cinqüenta mil integralistas), porque isso colidia, aliás, a sua radical
perspectiva de nacionalismo, assente na ideia de um estado forte. Tal aspiração fora
consumada pelo governo saído da equívoca revolução de 31 de Outubro de 1930, cujas
linhas programáticas, segundo se pode ler numa brochura oficial de 1940, propugnavam
íntima aliança entre a Nação e o seu exército, o culto do passado, uma cultura e arte
oficiais, reconstrução do Estado, renovação da administração e outros objetivos de caráter
nacionalista (leis sociais, defesa das fronteiras, reforma agrária – dar terra aos brasileiros -,
renovação do processo histórico ...) (Brasil dos nossos dias, 1940). Com tudo isso estava
Gustavo Barroso de acordo, pois dava resposta eficaz ao seu visceral anti-internacionalismo
e acrisolado nacionalismo:
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Em sua produção doutrinária denuncia o capitalismo
internacional, o sionismo e o comunismo como fatores
interessados na desorganização e dominação das forças vivas
da nacionalidade. Essas forças, a serem defendidas,
preservadas, seriam o capitalismo nacional, o cristianismo e a
base moral da cultura. (Souza, 1994, p. 15)
Em minha opinião, estes arroubos nacionalistas não eram tão brandos como alguns
poderão julgar (Oliveira, 2003, p. 253). A ideia de transformar Ouro Preto, cidade símbolo
do nacionalismo getulista, numa espécie de Nuremberga do sertão, só por si já não é muito
animadora (Oliveira, 2003, p. 255), embora possa ser considerada, a par das teses
folcloristas de matriz ariana propaladas por Gustavo Barroso, (Castro, 2003, pp. 199 e
201.), numa dimensão de pura retórica cultural e política, que não implica, na prática, a
adoção dos métodos que o nazismo utilizou estribado em ideias correlatas. É certo que
existe um reconhecimento do sincretismo cultural brasileiro (Castro, 2003, pp. 204-205.)
mas o papel da intelectualidade na construção da identidade nacional do Brasil em termos
culturais era entendida de forma dirigista. (Castro, 2003, pp. 211.) Se a tudo isto juntarmos
a ideia de que, para o nacionalista Gustavo Barroso, o culto do heroísmo e a noção de
patriotismo passava pela celebração das humilhações infligidas aos países vizinhos
(considerados rivais do Brasil) (Fernandes, 2003, 181 e 184), então poderá existir alguma
candura quando se defende serem as suas ideias raciais inofensivas. Bastante mais realista,
sem cair no excesso de ver em Gustavo Barroso um consumado nazi, parece ser a análise
feita por Marcos Maio no seu artigo intitulado O pensamento anti-semita moderno no
Brasil: o caso Gustavo Barroso, o único, entre todos os que li, que não escamoteia a
“opção preferencial” de Gustavo Barroso nos anos trinta pelo anti-semitismo moderno, bem
diverso, saliente-se, do tradicional antijudaismo brasileiro que o clássico historiador José
Antônio Gonsalves de Mello já detectava no Recife seiscentista (Mello, 1987, p. 254), Mas,
atentemos no seguinte trecho do artigo de Marcos Maio:
Para o integralismo barrosiano, os judeus devem ser
eliminados por não quererem abandonar sua condição racial
em benefício de um projeto cristão totalitário. Na perspectiva
de Barroso “não é por ódio, desdém ou desprezo que se deve
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fazer uma campanha sistemática contra a judiaria infiltrada
por toda a parte e sim por instinto de conservação (…) Antes
da completa eliminação do elemento judaico (,,,) os povos
não se curarão das suas enfermidades. (Maio, 2003, p. 246)
Não se trata propriamente da defesa da célebre Solução Final, mas sim da adoção de
uma espécie de “vigilância agressiva” que, pelo temor, leve os judeus a abdicarem da sua
condição e a integrarem-se sem reservas intelectuais na sociedade cristã. É essa postura
que, com efeito, transparece nos seus longos comentários e inúmeras anotações à edição em
português dos Protocolos dos Sábios do Sião (tributária do pensamento do anti-semita
francês Roger Lambelin), (Protocolos, 1999, pp. 25-36) conquanto Gustavo Barroso não
hesite em invocar a autoridade de um autor caro aos nazis (W. Creutz) quando se trata de
provar a autenticidade do documento. ( Protocolos, 1999, pp. 37-52). Apesar de Gustavo
Barroso declarar num texto inicial da sua autoria intitulado “Razões desta Edição” que
tomou a decisão de promover “uma edição especial dos Protocolos sine ira ac studio, pondo
a famosa obra ao alcance de todos os brasileiros” (Protocolos, 1999, p. 19), o certo é que
o agressivo empenho posto na denúncia do “Perigo Judaico”, com o classifica Roger
Lambelin num texto incluso na edição brasileira (Protocolos, 1999, pp. 25-36), é uma
realidade iniludível. Conhecendo nós o zelo que os integralistas demonstraram na
perseguição que moveram aos comunistas da Aliança Nacional Libertadora - quando em
1935 Getúlio Vargas os incumbiu dessa missão após a instituição da Comissão Nacional da
Repressão ao Comunismo (Nilo, 1982, p. 66-67) - não custa aceitar que, caso tivessem
essa oportunidade, utilizariam os mesmos métodos persecutórios contra os judeus revéis à
“necessária” integração.
2. Considerações finais
Como assinala Hélgio Trindade no seu livro Integralismo. O fascismo Brasileiro na
década de 30, os assomos anti-semitas de matriz totalitária do pensamento de Gustavo
Barroso não comprometem no seu todo o ideário integralista, pois a questão judaica seria
mesmo marginal para a maioria dos correligionários de Gustavo Barroso que possuíam
responsabilidades diretivas na Ação Integralista Brasileira. Este foi, porém, um destacado
dirigente do integralismo brasileiro e, por essa razão, este traço fundamental do seu
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pensamento não pode, em nosso entender, ser esquecido ou subestimado. É com base nele
que podemos compreender a feição anti-cosmopolítica de Gustavo Barroso e, acima de
tudo, o seu historicismo anti-iluminista, evidente no seu livro O Quarto Império, autêntico
repositório de concepções racistas em que avulta a defesa do predomínio dos povos indoeuropeus no processo histórico, dado que o seu contributo para o processo civilizacional foi
inestimável e, até, único. A enfatização da questão racial no Império do Cordeiro, que é
cristão, surge como corolário da atitude civilizadora – e por essa razão dominadora - dos
arianos já provada nos impérios anteriores (impérios do Carneiro, da Loba e do
Capricórnio). Essa gesta civilizacional, na Europa, atinge o apogeu na Idade Média, cuja
cultura e religiosidade, extasia Gustavo Barroso porque respalda, na crise da modernidade,
um modelo social anti-liberal.
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Data de registro: 16 de fevereiro de 2009
Data de aceite: 29 de maio de 2009
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