Responsáveis
Desejamos a todos os nossos leitores e amigos
um Páscoa feliz.
António Colaço
Maria Cecília Braga
50 exemplares
O JORNALINHO
Nº 14 • Abril 2009
CASAS DA RIBEIRA — MAÇÃO
~~~~~~~~~~~~~~~
~~~~~~~~~~~~~~~
http://www.areopago.com.pt
Preço: €1,00 (gratuito
para os habitantes de
Casas da Ribeira)
Vila Branca, Rua Principal, 245, Casas da Ribeira — 6120-724 Mação
ANEDOTA
EDIÇÃO DE
PÁSCOA!
Num jantar em que os convivas estão
muito apertados, o conde de Cerro Velho
ficou com um dos pés da mesa entre as
pernas. A dada altura, reparou que a
senhora que estava ao seu lado revelava
sinais de indisposição.
– Está-se a sentir bem, minha senhora?
– Não estou lá muito bem, senhor
conde. Sinto que me falta o ar; estou aqui
muito apertada, muito incomodada.
– Ora, minha senhora..., se tivesse entre as
pernas o que eu tenho aqui entre as
minhas!
QUOTAS DA
S.C.R.C.R.
ESTÃO A
PAGAMENTO
ENTREVISTA À DONA
MARIA DA CONCEIÇÃO MARQUES
PAISANA
CONHEÇA A
LINGUAGEM
HTML
TRATAR-SE
COM A
AROMATERAPIA
Página 9
Para andar põem-me a capa,
Para andar hão-de ma tirar;
Com capa não ando,
Sem capa não posso andar.
SOLUÇÕES DO N.º ANTERIOR
1. borracha do vinho
2. metade de uma meia
Página 2
Página 2
ADIVINHAS
Armadinha nova,
De bom parecer,
Nenhum carpinteiro
A pode fazer.
Só Deus do céu
Tem esse poder.
AS REGRAS
PARA FAZER
QUEIMADAS
Página 10
RECEITA
PASCAL
ANIVERSARIANTES
DO MÊS DE ABRIL
Página 6
Dia 04 - Clotilde Joaquina
Dia 09 - Alice Marques Branqueiro
Os responsáveis pel'O Jornalinho
desejam muita alegria nestes dias tão
especiais, bem como as maiores
felicidades nos anos vindouros. Que os
vossos sonhos ainda se possam realizar.
VIVER COM SABEDORIA
APLICAÇÕES
DO VINAGRE
Páginas 3 a 6
PEREGRINAÇÃO A
SANTIAGO DE
COMPOSTELA
Página 8
Página 7
TAREFAS AGRÍCOLAS DE ABRIL |
ANIVERSARIANTES | CULTURA |
CURIOSIDADES | PASSATEMPOS
2
O JORNALINHO
EDITORIAL
Chegou a Primavera e com ela o
tempo mais quente e seco. Com as chuvas
de Inverno as matas cresceram, as ervas
medraram. Com o calor da nova estação o
pasto seca e transforma-se numa autêntica
mecha para a floresta. Uma faísca, um
descuido, e é o suficiente para a tragédia
voltar a acontecer. Ainda estão frescos na
memória os incêndios de 2003, que
consumiram toda a floresta em volta desta
aldeia de Casas da Ribeira e chegaram a
pôr em risco as próprias casas e a vida dos
habitantes.
As queimas e queimadas feitas por esta
altura são perigosíssimas e totalmente
proibidas sem as devidas autorizações
camarárias e vigilância das autoridades
competentes. Segunda a legislação em
vigor (Dec.-Lei nº 124, de 2006), as
queimadas (uso do fogo para a renovação
das pastagens) carecem de autorização
escrita da Câmara Municipal, com o
parecer dos Bombeiros, que devem
inspeccionar o terreno a queimar e
determinar a melhor hora para o fazer. As
queimas de sobrantes não necessitam de
licenciamento, mas é necessário avisar os
Bombeiros. A não observação destas
regras pode acarretar pesadas multas para
o infractor. Em todos os casos, deve-se
sempre observar as condições meteorológicas, a velocidade e direcção do
vento, a temperatura ambiente, manter
sempre vigilância permanente durante a
queima, e abandonar o local somente
quando exista a certeza de que daí não
surja reacendimento. Estas regras são
essenciais para a segurança de todos e
para a preservação da Natureza.
ABRIL 2009
NOTÍCIAS
ABRIL 2009
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O JORNALINHO
TERAPIAS NATURAIS
LITERATURA
CANÇÃO DA FADA MALMEQUER
Quotas da Associação a Pagamento
(continuação)
As quotas da Associação Cultural e
Recreativa de Casas da Ribeira para o ano
de 2009 encontram-se a pagamento,
cabendo ao Sr. Elizardo Pita a sua
cobrança. Solicitamos, assim, a todos os
sócios que regularizem o mais brevemente
possível a sua situção contributiva, uma
vez que esta Associação só poderá
sobreviver com o apoio de todos nós.
TAREFAS AGRÍCOLAS DE ABRIL
Nos campos - Preparam-se os campos
para as sementeiras do feijão, da luzerna,
do grão, do milho, da beterraba.
Nas hortas - Acaba-se a preparação
dos terrenos destinados às sementeiras e
plantações da época. Semeiam-se abóboras, tomates, pepinos, pimentos, agriões,
alfaces, cenouras, coentros, tomilho,
cominhos, couves lombardas, repolhos,
bróculos, couve portuguesa. Aplica-se
adubo natural azotado nas hortaliças já
pegadas, tendo cuidado para não atingir as
folhas.
Nos jardins - Plantam-se begónias e
gladíolos; semeiam-se amores perfeitos,
campainhas de trepar, manjericos,
perpétuas, petúnias, zínias, baunilha,
malvaíscos, abóboras ornamentais.
Vulgarmente, pode adquirir numa
ervanária ou dietética os óleos que
sugerimos para tratar alguns dos
problemas de saúde indicados, nunca
aumentando as quantidades e o tempo
recomendados: 3-4 gotas num pequeno
frasco de óleo de amêndoas doces para
massajar a parte afectada; 4-6 gotas na
água do banho; 3 gotas diluídas em água
quente para inalar ou perfumar o
ambiente; 3 gotas diluídas em água
destilada ou álcool para aplicar nas
roupas; os tratamentos não devem
ultrapassar os 15 dias. Pode usar apenas
um dos óleos ou combinar dois ou três
simultaneamente.
• nervosismo, stress, depressão,
ansiedade, angústia, insónia - óleos de
alfazema, bergamota, ylang ylang, vetiver,
neroli, sândalo, alecrim, laranja.
• próstata, infertilidade, impotência,
frigidez, dores menstruais - óleos de
jasmim, sândalo, vetiver, gengibre,
funcho, limão, alfazema, gerânio, árvore
do chá.
• cólon irritável, barriga inchada,
flatulência, azia - óleos de hortelã-pimenta, camomila, pimenta preta,
bergamota, funcho, gengibre, neroli,
alfazema.
• ossos e articulações, dores
musculares - óleos de vetiver, alecrim,
cipreste,
hortelã-pimenta,
camomila,
limão, laranja, gengibre, funcho.
• tosse, bronquite, asma, rinite,
sinusite, rouquidão, constipação e gripe eucalipto, pinheiro, limão, cedro, árvore
do chá, sândalo, rosa, neroli, benjoim.
Ó Sol grandioso no céu,
Por cima da minha cabeça,
No alto, tão dourado e glorioso!
Repara que as minhas pétalas
Também são douradas;
Elas também brilham,
Mas não tanto como tu.
Espalho muitas sementes
E onde elas caem no chão,
Mais malmequeres hão-de nascer,
Mais flores se hão-de abrir
Em horas solares.
Por isso eu gosto tanto de ti!
Volto-me para te ver,
Quando vais dormir.
Sem a tua luz, não há alegria.
Olha-me, ó glorioso,
E inunda-me com a tua luz!
The Complete Flower Fairies Collection,
Cicely Mary Barker, London, Fredrick
Warne, 2002, trad. Maria Cecília Braga
10
O JORNALINHO
ABRIL 2009
TERAPIAS NATURAIS
O JORNALINHO
madeiras e gomas aromáticas. Na múmia
do faraó Tutankhamon foram detectados
óleo de cedro, especiarias e gomas de
olíbano e mirra. O grande médico grego
Hipócrates recorria ao remédio natural
«megaleion», que continha mirra e canela,
para tratar feridas e fazer perfumes. O
médico árabe Avicena inventou a destilação dos óleos para retirar os elementos
químicos da rosa. Na Idade Média, o
médico Nicholas Culpeper publicou um
herbário (1649), em que descrevia as
ervas e revelava o seu processo para
extrair os óleos das plantas. No século
XX, a Aromaterapia desenvolveu-se no
Ocidente, a partir dos anos 20 e 30, com
os trabalhos do químico de perfumes
francês René-Maurice Gattefossé e, a
partir dos anos 70, com as teorias e
práticas do inglês Robert Tisserand.
Os óleos mais utilizados em
Aromaterapia são os de alfazema,
rosmaninho, eucalipto, pinheiro, cedro,
olíbano, árvore do chá, ylang ylang,
bergamota, cipreste, sândalo, alecrim,
neroli, hortelã-pimenta, tomilho, manjerona, salva, funcho, camomila, vetiver,
zimbro, pimenta preta, gengibre, benjoim,
jasmim, rosa, gerânio, jojoba, laranja,
tangerina, limão, amêndoas doces.
Antes de iniciar qualquer tratamento, é
bom não esquecer que os óleos contêm
propriedades químicas que interagem com
o organismo, para o mal e para o bem.
Aconselhamos por isso que se informe ou
consulte uma pessoa especializada sobre
os tipos de óleos indicados para o
distúrbio em causa, as quantidades e a
duração do tratamento.
3
ENTREVISTA
VIVER COM SABEDORIA
AROMATERAPIA
A Aromaterapia é um tratamento
baseado em óleos essenciais muito concentrados, diluídos em óleos transportadores, em água destilada ou álcool, que
são retirados de plantas, flores, frutos,
madeiras, cascas, sementes, e aplicados
nas zonas do corpo a tratar. O terapeuta
aplica o óleo por meio de massagens ou
inalações, recomendando como perfumes,
atomizadores de ambiente, em banhos, nos
lenços de assoar, almofadas, toalhas
turcas, roupa interior.
Conhece-se o emprego da Aromaterapia para fins medicinais já no antigo
Egipto, em que os óleos extraídos eram
usados para tratar doenças, fazer perfumes
e embalsamar os mortos. Os médicos conservavam os corpos com óleos de plantas,
ABRIL 2009
O fim da tarde de Novembro já trazia
os primeiros frios que anunciavam o
Inverno. Subimos à Serra para conversar
com a Dona Maria, uma mulher pequena,
mas ainda muito viva e cheia de genica,
apesar da doença crónica de que padece.
Logo nos abriu a porta sorridente. De
imediato nos mostrou a horta verdejante e
os cantos à casa. Entrámos para a sua
cozinha com lareira, onde os belos cheiros
a coentros e a fruta recém-colhidos
perfumavam o ambiente.
JORNALINHO - Boa tarde, Dona
Maria. Aqui estamos conforme o
combinado. Vamos lá ouvir o que nos
tem para contar. Em primeiro lugar, que
idade é que a senhora tem?
MARIA - Eu tenho 78 anos.
J. - E há quanto tempo é que vive em
Casas da Ribeira?
M. - Eu nasci na Fadagosa. Quando o meu
pai veio prá aqui, procurou uma casa.
Eu não me lembro, que era pequenina. E
aqui ficámos e aqui casei.
J. - Nesta mesma casa, neste terreno?
M. - Na parte de baixo, lá ao fundo da
ribeira. Éramos cinco irmãos, casáramos
lá. O meu pai que Deus tem mais o meu
sogro fizeram esta casinha e aqui tenho
estado. Quando eu tinha aí 40 anos fui
pra baixo; fui pra Alhos Vedros.
J. - A senhora não viveu sempre aqui...
M. - Não, fui viver pra Alhos Vedros
porque o meu marido já lá estava a
trabalhar como pedreiro, e eu
empreguei-me numa fábrica. Saiu daqui
por não haver trabalho e depois vinha
quando podia. Eu empreguei-me numa
fábrica, ela fechou e eu fui para outra,
havia muitas fábricas, e lá reformei-me.
J. - O que fazia na fábrica?
M. - Trabalhava na cortiça. Mas havia lá
muito pó e foi assim que apanhei a
minha doença, mas a bronquite não
apanhei na fábrica. É por isso que tenho
aqui este aparelho (levanta-se e mostra a
botija de oxigénio e o inalador).
J. - A senhora parece ter uma doença
profissional. Veio embora com alguma
indemnização?
M. - Não vim nada! Não me pagaram
nada! Os medicamentos tenho de pagá-los à minha conta. Só não pago o
oxigénio, mas tenho de pagar a luz que
fica mais cara por causa do aparelho;
puxa muito; gasto muita luz. Gasto mais
do dobro do que costumava pagar.
J. - Deviam ter-lhe dado qualquer coisa.
A senhora trabalhou na fábrica quanto
tempo?
M. - Trabalhei lá dezoito anos. Muitos
ainda apanharam alguma coisa, mas eu
não apanhei. Tenho a minha reforma. Já
está tudo resolvido, mesmo que a gente
queira já não pode fazer nada. É assim.
J. - A Dona Maria casou com que idade?
M. - Casei com vinte e três anos.
J. - O seu marido também era de Casas da
Ribeira?
M. - Também, o meu marido era irmão do
Ti Gueifão.
4
O JORNALINHO
ABRIL 2009
ABRIL 2009
ENTREVISTA
J. - Então o seu marido era irmão do
senhor Manuel Gueifão e do senhor
António Frade?
M. - Sim, senhora.
J. - Como é que ele se chamava?
M. - Hermenegildo Gueifão.
J. - Casou com vinte e três anos e ficou
aqui. Com que idade teve o primeiro
filho?
M. - Depois de casada fiquei logo grávida
ao fim de um mês. Mas depois tive mais
dois filhos, mas morreram-me. Fiquei só
com o primeiro. Depois lá em Alhos
Vedros o meu marido morreu e eu ainda
fiquei a trabalhar, depois reformei-me e
o meu filho casou. Então eu vim prá
aqui e aqui tenho estado.
J. - Portanto, a Dona Maria está viúva há
quantos anos?
M. - Há vinte e oito anos. Tem sido um
bocado difícil; sinto-me só; não gosto de
estar só.
J. - Mas está sempre aqui com os seus
vizinhos...
M. - Pois estou. Há pessoas que se sentem
na paz sozinhas, eu não. Vou falar um
bocado com eles, tenho de me adaptar.
Não estraguei a vida de ninguém; não
estraguei nada.
J. - Como foi a sua vida depois?
M. - Vim prá aqui e agarrei-me aqui à
horta, aos frangos; agarrei-me a isto.
Muitas vezes senti-me um bocado pra
baixo. Mas aqui ando. A idade também
já não é nova e a gente também tem
sofrimentos e chega a uma altura que
não pode. Olhe, vai-se andando. Mesmo
assim ainda faço tudo.
J. - Então o que é que andou a fazer hoje
na horta, conte-me lá.
M. - Andei a semear um canteirinho de
cebola e andei a cuidar da criação.
J. - Ah, bom, também tem criação! E que
animais tem nas capoeiras?
M. - Galinhas, frangos e codornizes.
J. - Quantos bichos tem ao todo?
M. - Tenho vinte codornizes, quatro
galinhas, dez frangos..., também já tive
patos..., agora não tenho, tive oito.
J. - O que dá às codornizes?
M. - Dou-lhes trigo e milho partido e
migo hortaliça miudinha e dou-lhes.
Como as codornizes e os ovos, às vezes
mato uma galinha pra fazer canja. O
resto mato e também dou ao meu filho e
à minha nora. Não preciso de tanto.
J. - Ainda tem vinho?
M. - Tenho. É vinho morangueiro.
J. - Quer falar mais do seu dia-a-dia?
M. - Levanto-me às nove horas porque já
não trabalho e está muito frio. Lavo-me,
tomo os comprimidos, como uma
banana - disseram que a banana era
muito boa prá bronquite e prás cãibras depois vou dar comer às criações e vou
prá horta. Também tenho uma horta em
Mação, prós lados da Igreja de São
Domingos, tenho esta e tenho a da
Fadagosa, mas não posso, não posso, e o
meu filho também não pode, sofre da
coluna. Esta aqui ainda vou dando com
ela, até ver... Olhe, vou-lhe arranjar ali
uns coentros, não quer?
J. - Quero, sim, muito obrigada, Dona
Maria. Bem, e agora gostaria que me
dissesse o que fazia quando era moça,
antes de casar. Também andava aqui a
trabalhar no campo?
M. - Andava a trabalhar na resina, mas em
Mação.
J. - Concretamente, o que fazia nesse
trabalho da resina?
M. - Fazia uns golpes nas cascas dos
pinheiros, pra dentro dumas tigelas, e o
O JORNALINHO
9
O CIDADÃO
A LINGUAGEM HTML
No seguimento do número anterior,
vamos hoje dar-lhe as primeiras noções de
HTML, a linguagem com a qual
escrevemos as páginas do nosso sítio.
Vamos criar a nossa primeira página,
uma receita para uma salada. Podemos
escrever uma página de internet em
qualquer processador de texto que grave
em formato .TXT (texto simples), por
exemplo, o Bloco de Notas (Notepad).
Abra o seu Bloco de Notas e escreva:
<html>
<head>
<title>As minhas receitas!</title>
</head>
<body>
<h1>RECEITAS SABOROSAS</h1>
<h2>SALADAS</h2>
<h3>Salada Primavera</h3>
<ul><b>Ingredientes:</b>
<li>1 pepino
<li>1 pimento vermelho
<li>1 cenoura grande
<li>200g de feijão branco cozido
<li>100g de milho-miúdo cozido
<li>200g de ervilhas cozidas
<li>azeitonas
<li>azeite biológico
<li>sumo de limão
<li>sal integral q.b..
</ul>
<p>Descasque a cenoura e o pepino e
corte-os às rodelas finas. Misture o
pimento em pequenas tiras. Adicione o
feijão, o milho e as ervilhas, mexendo
tudo muito bem. Tempere ao seu gosto
com sal, azeite, sumo de limão. Sirva à
temperatura ambiente.
</body>
</html>
Agora grave o texto
com
o
nome
"receitas.html". Já está!
Verificamos, desde logo,
que todo o texto está
envolvido em etiquetas
(tags). São elas que
contêm, controlam e apresentam o texto.
As páginas iniciam-se com a etiqueta
<html> (= início de html) e acabam com
</html> (= fim de html). Depois divide-se
em dois grandes blocos: a cabeça, que se
inicia com <head> e finaliza com
</head>, e o corpo principal, que começa
com <body> e acaba com </body>.
Dentro do cabeçalho podemos pôr o título
da página (<title> ... </title>). Dentro do
corpo podemos ter cabeçalhos de vários
tamanhos (<h1> .. </h1>, <h2> ... </h2>,
<h3> ... </h3>), parágrafos (<p> ... </p> o parágrafo não precisa de ter uma
etiqueta a fechá-lo e, portanto, a </p> é
opcional) e, entre muitos outros
elementos, listas de itens. Estas começam
com <ul> e acabam com </ul>. Lá dentro
temos os itens, que se iniciam com <li>,
sendo o </li> opcional. A etiqueta <b> ...
</b> põe o texto em negrito (bold). A
nossa página está completa. Depois de
gravá-la, basta clicar para, no seu
computador, ver o efeito. Pode editá-la até
ter o resultado que deseja. Então é só
carregá-la para o seu servidor para ela
ficar on-line (ver edição anterior d'O
Jornalinho). Nos números seguintes
ensinamos-lhe outras etiquetas, como por
exemplo, como adicionar imagens à sua
página.
Se quiser saber mais, existem imensos
livros sobre HTML que pode comprar ou
cursos sobre esta linguagem que pode
consultar na internet.
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ABRIL 2009
O JORNALINHO
DICAS PRÁTICAS
APLICAÇÕES DO
VINAGRE
Use o vinagre
misturado em água em
partes iguais para:
• Retirar cimento da
parede ou do chão;
• Dar brilho a pratas,
cromados,
latão,
cobre;
• Tirar riscos de esferográfica;
• Eliminar nódoas de gordura, de sangue,
de ferrugem;
• Limpar alcatifas (tira as nódoas e aviva
as cores);
• Desinfectar o lava-louça, o frigorífico e
as louças sanitárias;
• Retirar cera de velas;
• Limpar vidros;
• Remover o calcário do chuveiro;
• Desinfectar escovas de dentes;
• Tirar a electricidade estática de roupas
de fibra sintética;
• Lavar e desinfectar legumes;
• Acelerar a germinação de sementes;
• Prolongar a vida das flores numa jarra;
• Matar insectos (da horta e da despensa:
traças, moscas da fruta);
• Repelir formigas, gatos e cães;
• Aclarar as manchas da pele;
• Massajar músculos doridos;
• Amaciar calos;
• Avivar cabelos louros;
• Eliminar a caspa e dar brilho aos
cabelos;
• Aliviar as dores de queimaduras solares
e de picadas de insectos.
CULTURA
SUGESTÕES CULTURAIS PARA O
MÊS DE ABRIL
Livro - Longe de Manaus,
Francisco José Viegas,
2006.
Um
romance
policial
recheado de peripécias, cuja
acção se desenrola entre
Portugal e o Brasil.
Filme - Shine, de Scott
Hicks, com Geoffrey Rush e
Lyinn Redgrave, 1996.
A história de um pianista
genial, que na infância foi
dominado pelo pai e acaba
os seus dias num hospício.
Música - Mingos e os Samurais, Rui
Veloso, EMI - Valentim de Carvalho,
1990.
Um Cd duplo com as canções mais
populares
deste
cantor,
de
que
destacamos Não Há
Estrelas no Céu, O
Prometido é Devido,
O Trolha d'Areosa.
ABRIL 2009
O JORNALINHO
5
ENTREVISTA
pinheiro sangrava prá ali e depois
despejávamos pra umas latas. Também
sachava milho e apanhava azeitona, era
o que aparecesse. E quando era ao
domingo à tarde, os moços iam prá fonte
namorar. Mas antes íamos à missa... Só
íamos depois da missa. E à tarde íamos
outra vez, depois dos moços de outras
terras regressarem aqui. E depois íamos
ao baile, aqui antigamente havia dança.
J. - E onde é que faziam os bailes?
M. - Olhe, no Verão era na rua; à porta da
minha irmã dancei muita vez; também
no larguito onde mora o Manuel
Gueifão. E quando era no Inverno,
faziam-se assim: em cada domingo, cada
cachopa dava a casa dela, pra fazer o
bailarico; este domingo calhava-me a
mim e depois no outro domingo era na
casa de outra rapariga. E quando era na
rua, tínhamos um «pitromax», que já era
a «carburete», que dava uma luz que era
uma maravilha!
J. - E dançavam todos à luz do candeeiro!
Que engraçado! Nessa altura havia
alguma taberna ou alguma mercearia na
aldeia?
M. - Nesse tempo até havia duas tabernas
e uma mercearia. E houve uma altura em
que havia três bailes. Era muita gente...
J. Para além de trabalhar nos campos,
fazia trabalhos de costura, bordados,
renda?
M. - Eu bordava e fazia renda; naquela
altura todas as raparigas faziam o
enxovalzinho. Fazia entremeios nos
lençóis, bordava as almofadas, porque
com as rendas ficavam muito pesadas.
Ainda aqui tenho uma cama bordada
que fiz nessa altura. O lençol e as
almofadas do meu casamento ainda o
tenho aí. Faço isto pra me entreter.
J. - Muito bem, fantástico. Talvez um dia
a deixem expor os seus trabalhos na
Associação...
M . - Pois, eu gostava, mas aquilo está
sempre fechado. Aquilo não funciona,
não vale a pena, não é dizer mal, mas é
assim. As pessoas são como são e
acabou-se. Sou sócia, mas não vale a
pena. Tinha é que haver cooperação.
Aqui ninguém faz nada; não se passa
aqui nada de importante. A gente podia-se juntar, umas faziam renda, outras
faziam malha, outros jogavam, outros
faziam outras coisas. Principalmente nos
domingos à tarde. Passava-se ali um
bocado, as pessoas encontravam-se,
falavam, faziam qualquer coisa.
Precisamos muito de conviver uns com
os outros. Às vezes vou lá um
bocadinho quando aquilo está aberto,
mas é só um bocadito, porque fecha
logo, não dá pra nada. Até a escola
fechou. Eu andava na ginástica, mas
também acabou. Parece-me que foi por
causa do horário. O homem chateou-se.
A gente não pagava nada. Gostávamos
muito. A ginástica faz bem. A minha
ginástica agora faço-a por aqui, mas isto
não é ginástica é trabalho.
J. - Tem que se fazer qualquer coisa.
Bom, Dona Maria, acho que vamos ficar
por aqui. Tem mais alguma coisa que
gostasse de dizer sobre a sua vida aqui
na aldeia?
M. - Olhe, eu sabia fiar, sabia tecer,
também cosia, sei bordar e fazer renda.
J. - Também teve um tear?
M. Tive. Ainda sei fazer «arraióis», mas
não posso fazer por causa da bronquite.
Mas fiz três: prá minha nora, prá minha
neta e pró meu neto.
J. - E que fez ao tear?
6
O JORNALINHO
ABRIL 2009
ENTREVISTA
M. - O tear já era velho, deitei-o fora, já
estava podre, não prestava pra nada.
Ainda tenho mantas feitas por mim no
tear. Agora faço uns bordadinhos e a
renda só pra me entreter aqui à noite.
Mas até gosto de fazer. Agora vou lá
dentro buscar uma toalha pra lhe
mostrar. Tem vagar?
J. - Tenho sim, senhora.
M. - (regressa ao fim de alguns minutos
com uma enorme e linda toalha de mesa
toda arrendada). Veja aqui. Fui eu que
fiz isto tudo. Bordei e fiz a renda e
apliquei (ajudo-a a desdobrar a pesada
toalha).
J. - É muito bonita; está muito bem feita.
E desde já lhe digo que uma toalha
destas vale hoje bom dinheiro. Damos
por terminada esta nossa conversa.
Desejamos as suas melhoras e
esperamos conversar consigo ainda por
muitos e bons anos, enquanto
apreciamos os seus bonitos trabalhos.
Muito agradecidos por ter partilhado a
sua vida connosco.
CULINÁRIA PASCAL
PERNA DE BORREGO ASSADA
COM BATATAS À PADEIRO
Ingredientes:
1 perna de borrego (1,5 kg), 4 dentes
de alho, 3 cebolas grandes, 2 colheres de
sopa de colorau, 3 folhas de louro, 3 dl de
vinho branco, 2 colheres de sopa de
azeite, 1 ramo de salsa, folhas de hortelã
q.b., sal, cravinhos e pimenta em pó e em
grão q.b., 1 kg de batatas.
ABRIL 2009
O JORNALINHO
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ESPIRITUALIDADE
PEREGRINAÇÃO A
SANTIAGO DE COMPOSTELA
Preparação:
Comece por arranjar a perna de
borrego: com a ajuda de uma faca afiada,
corte o bedum que se encontra na perna e
que dá mau sabor à carne, assim como as
gorduras em excesso. Corte 1 cebola em
rodelas finas e 2 dentes de alho. Tempere
a carne com a cebola e os alhos, junte 1
colher de sopa de colorau, sal, pimenta em
grão, 2 folhas de louro partidas aos
bocadinhos, salsa, hortelã e cravinhos.
Regue com vinho branco e deixe marinar
de um dia para o outro, regando com o
próprio molho de vez em quando. No dia
seguinte, regue com metade do azeite.
Leve tudo ao forno dentro de uma
assadeira e deixe assar a 180º C durante
cerca de 1 hora e meia, regando de vez em
quando com o próprio molho.
Enquanto a perna assa, prepare as
batatas: lave-as, descasque-as e corte-as
em gomos. Corte as cebolas em meias-luas
finas e pique grosseiramente os alhos.
Coloque as batatas num tabuleiro, polvilhe
com as cebolas, os alhos, o restante
colorau, o louro, pimenta e sal, regando
finalmente com o restante azeite. Misture
tudo e leve ao forno a 200º C durante 45
minutos. Depois de assadas as batatas,
pode juntá-las à perna de borrego, para
que ganhem mais gosto. Polvilhe tudo
com salsa picada e sirva.
A tradição de
se fazerem peregrinações a Santiago de Compostela remonta ao
século XII e fundamenta-se
na
devoção
ao
Apóstolo
São
Tiago (Jacobus,
Iago). O peregrino recebe o
nome específico
de Romeiro e usa
um bordão com
um
cabaça
pendurada, uma
capa, uma sacola
e um chapéu com a insígnia da vieira. A
peregrinação a Santiago de Compostela
faz-se actualmente pelos caminhos
Português, Castelhano, Irlandês ou
Francês. Para que entendamos melhor esta
peregrinação é preciso conhecer a
biografia do Santo e as origens históricas
desta tradição.
São Tiago era pescador, filho de
Zebedeu e Salomé, irmão de São João
Evangelista. Foi um dos quatro primeiros
seguidores de Jesus Cristo, segundo nos
diz o Evangelho de São Mateus (10:2,
Mat.). Jesus chamava-lhe «Filho do
Trovão», por causa do seu temperamento
arrebatado. Testemunhou a Transfiguração de Cristo e a Oração do Horto. Os
seus poderes para realizar milagres
manifestaram-se, por exemplo, aquando
da sua prisão juntamente com São Pedro,
em Jerusalém, no ano de 44 d.C., no
reinado de Herodes Agripa I. Durante o
cativeiro, converteu e baptizou o próprio
carcereiro e curou um paralítico, no
trajecto para o cadafalco, onde viria a ser
decapitado.
Depois de morto, os discípulos
levaram o corpo às escondidas por mar
para a Península Ibérica, onde o Apóstolo
já antes tinha pregado. Passaram o corpo
numa barca sem velas nem leme, apenas
guiada pelos anjos, bordejando a Lusitânia
e entrando em Espanha pela ria Arosa, nos
domínios da rainha Lupa. Após ter
presenciado vários milagres, a rainha
converteu-se ao Cristianismo e cedeu um
lugar para sepultar o Santo. O corpo foi
sepultado numa arca de mármore e sobre
ela foi construído um altar. A sepultura
esteve muito tempo esquecida e só em 814
da nossa era é que foi encontrada pelo
eremita Pelayo. Nessa altura foram
avistados vários fenómenos do aparecimento do Santo no céu e a notícia do
achamento do seu túmulo espalhou-se. O
nosso rei D. Afonso II partiu com toda a
corte para a Galiza, dando assim origem à
primeira peregrinação a Santiago.
Durante os séculos XII, XIII e XIV
mais de meio milhão de peregrinos se
dirigiram por montes e vales a Santiago de
Compostela, a fim de prestarem culto ao
Santo. De entre os ilustres que fizeram a
peregrinação destacamos o Conde Dom
Henrique, a Rainha Santa Isabel, o Rei
Dom Manuel I.
A Ordem de Santiago ou dos
Espatários tem sede em Portugal, no
Castelo de Palmela.
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Jornalinho nº14 - Abril 2009 - areópago* de casas da ribeira