IRMÃ SÔNIA DENYSZCZUK
Presidente da Sociedade de Socorro
Ala Granja Viana, Estaca São Paulo Brasil Cotia
Na conferência Geral de Outubro de 2012, o Presidente Tomas S. Monson anunciou a
redução da idade para o Serviço missionário. Em resposta a isso o número de missionários
aumentou bastante e hoje nós temos mais de 82.000 missionários em campo.
Esses jovens precisam estar preparados porque eles serão verdadeiros representantes do
próprio Jesus Cristo.
E como nós podemos preparar esses jovens? Como nós podemos ajudá-los a chegarem no
campo missionário preparados para servir uma missão honrosa?
Eu gostaria de compartilhar algumas experiências que eu tive como mãe.
Nós fomos agraciados em nosso lar com dois lindos garotinhos logo no início de nossa vida
de casados, nós tivemos gêmeos, o Allan e o Lucas. Eles já serviram uma missão de tempo integral
e hoje eles têm 22 anos. Eles entraram no CTM no mesmo dia e retornaram também para casa no
mesmo dia.
1. E logo que eles nasceram nós tivemos que tomar algumas decisões e a primeira grande
decisão que nós tomamos foi com base em Eclesiastes 3, que fala que “há um tempo determinado
para todo propósito debaixo do céu”. Nós entendemos que o nosso maior propósito naquela
época era a criação e educação de nossos filhos, então eu parei de trabalhar e passamos a viver
com praticamente a metade da nossa renda na época.
2. Nós também decidimos abrir uma conta poupança pra que eles pudessem
financeiramente estar preparados quando chegasse a época do serviço missionário, e no decorrer
da vida nós os ensinamos a controlar um orçamento e a viver dentro de nossas condições
financeiras.
3. Nós também nunca nos referimos à missão deles como “se” eles “fossem” fazer uma
missão, mas era “quando” vocês “fizerem” uma missão, “quando vocês forem para a missão”.
4. Nós os ensinamos também o amor pelas escrituras desde muito cedo. Então desde que
eles nasceram nós passamos a fazer o nosso estudo das escrituras ao lado deles, mesmo quando
eles estavam dormindo nós ficávamos ao lado deles no berço e fazíamos nossos estudos lá.
Depois, quando eles tinham mais ou menos oito meses, passei a fazer um estudo dirigido para eles
através das Histórias Ilustradas das Escrituras. Conforme eles foram crescendo, aprenderam a ler e
começaram a fazer isso sozinhos até que isso se tornou um hábito e eles passaram a fazer o
estudo das escrituras sem que eu precisasse falar, sem que eu precisasse mandar. Teve um
episódio interessante, quando eles estavam já no seminário, por volta dos 17 anos, em que uma
colega da classe deles falou, “Mas ninguém estuda as escrituras todos os dias”, eles disseram,
“Mas nós estudamos”, e realmente eles o faziam. Muitas vezes eu passava à noite pela porta do
quarto deles cansada e eu pensava comigo: “Hoje eu não vou ler as escrituras, o Senhor vai me
perdoar porque estou muito cansada, tive um dia muito agitado”, e eu passava pela porta do
quarto e eles estavam estudando as escrituras, e eu não podia me recolher sem que fizesse minha
parte também. Eu precisava dar o exemplo, o exemplo que eles estavam dando a mim.
5. Nós também os ensinamos a orar em família, individualmente e nas refeições, e é muito
gratificante ver nossos filhos ajoelhados rogando ao Senhor, clamando ao Senhor, conversando
com o Senhor.
6. Nós os ensinamos a jejuar também. Então eles jejuaram pela primeira vez quando eles
fizeram oito anos de idade. Logo após o batismo, no primeiro domingo de jejum que aconteceu
eles fizeram seu primeiro jejum, fizeram sua contribuição e jejuaram algumas horas. Foram
gradualmente aumentando o tempo de jejum deles até que eles conseguiram fazer 24 horas.
Então passamos a iniciar nosso jejum em família. Nós almoçávamos, nos ajoelhávamos em família,
nos dávamos as mãos, e começávamos o nosso jejum juntos. Foram momentos muito especiais e
tivemos experiências muito sagradas com isso.
7. Nós também sempre fizemos nossas reuniões familiares, mesmo quando parecia que
ninguém estava prestando atenção. Houve épocas em que era particularmente difícil, pois nossos
filhos riam e brincavam muito. Era difícil prender a atenção e fazer com que eles entendessem o
que estava sendo dito, mas eu sei que aprenderam, eles sempre mencionaram e faziam alusões as
coisas que aprendiam nas reuniões familiares. E nós fizemos reuniões familiares nos horários mais
inusitados porque conforme foram crescendo ficou difícil conciliar o horário para que todos
estivessem juntos, mas sempre achávamos um jeito.
8. Eles também aprenderam a respeitar regras. Em nosso lar sempre houve algumas regras
como horário para chegar em casa, hora de dormir, o que podia ser feito e o que não devia ser
feito, e algumas delas continuam em vigor até hoje.
9. Eles também sempre tiveram tarefas para fazer em casa, tinham suas obrigações e só
podiam ir brincar depois que as fizessem. Isso desenvolveu deles a responsabilidade.
10. Também foi ensinado a eles que servissem e começaram a servir desde muito cedo.
Então quando tínhamos algumas designações eles sempre estavam conosco e algumas foram
longe de casa. Algumas vezes fomos designados a frequentar outras unidades que eram realmente
distantes. Precisávamos passar, às vezes, o dia todo no local onde estávamos frequentando na
época e eles ficavam conosco o dia todo. Na primeira vez que teve o programa de limpeza da
capela, no nosso dia designado, eles tinham quatro ou cinco anos na época, eles iam conosco,
cada um pegava um paninho, ia limpar o púlpito, um banco, fazer alguma coisa. Aquele dia era
para trabalhar, não para ficar brincando ou correndo pela capela.
11. Eles também aprenderam a guardar o Dia do Senhor. Domingo não era dia para
brincadeiras muito agitadas, gritaria, correria, não era dia de televisão, não era dia de videogame,
mesmo os portáteis. O domingo era o dia de adorar o Senhor, ir à capela, assistir às reuniões da
Igreja, mesmo que estivesse muito frio, e no lugar onde moramos às vezes o frio é bem intenso,
mesmo que estivessem cansados, ou com um ligeiro mal-estar. Só faltavam a capela quando
estavam realmente doentes. Mesmo em férias, sempre procuramos um lugar para frequentar a
Igreja naquele dia.
12. Eles também sabiam que os líderes foram chamados pelo Senhor, que os líderes
deviam ser apoiados e jamais questionados.
13. Ensinamos a eles também o valor e a santidade do sacerdócio. Eles sempre
compareceram a todas as reuniões do sacerdócio. A primeira reunião que eles compareceram
tinham 12 anos de idade, foi logo após o aniversário deles. Meu marido estava numa designação
especial e eles precisaram comparecer sozinhos. Eu os levei até a porta da capela, tinham muitos
homens adultos e eles ficaram assustados, mas eles assistiram à reunião e quando saíram eu
estava lá. Eles me disseram que aprenderam muitas coisas, apesar de tão pequenos.
14. Eles também requentaram o seminário diário e quando eles estavam em idade prévestibular eles ficavam na escola durante todo o dia. Quando eu ia buscá-los eles estavam
cansados, com fome, e eles iam muitas vezes para o seminário muito contrariados. Eles entravam
para a sala de aula às vezes reclamando um pouco, mas quando eles saíam o Espírito era
diferente, eles tinham gratidão por terem participado do seminário.
15. Não era diferente também com as mutuais, as atividades ou os acampamentos. Isto
sempre foi prioridade. Eles precisavam estar com os jovens da igreja. Precisavam compartilhar dos
mesmos valores, dos mesmos padrões e dos mesmos princípios, principalmente quando estavam
na adolescência.
16. Nós também ensinamos a natureza divina das pessoas e o valor correto das coisas, que
as pessoas precisam ser amadas, inclusive eles, por quem elas são, não pelas coisas que têm,
vestem, ou pelo lugar onde elas moram. Mas todos nós, cada um de nós, somos filhos de Deus, Pai
Celestial.
17. Nós também sempre os valorizamos e procuramos manter a autoestima deles em um
nível adequado para que eles não fossem levados por ondas, modismos ou amigos que queriam
conduzi-los para o mal. Eles nunca sentiram a necessidade de ter que ser inseridos em alguma
turma que fosse a mais popular da escola, por exemplo.
18. Procuramos também viver o Para o Vigor da Juventude em sua plenitude na nossa
casa, para que eles pudessem se desenvolver em todas as áreas de acordo com a maneira do
Senhor, procurando seguir as diretrizes do Senhor a respeito de mídias, leituras, diversões e
qualquer outra coisa.
19. Brigas e disputas entre os irmãos em casa não eram permitidas nem aceitáveis em
nenhuma circunstância. Então quando eles brigavam, desde pequenos, além de ter que pedir
desculpa um para o outro eles precisavam se abraçar e falar uma qualidade do outro. Isso
desenvolveu um companheirismo muito grande entre eles, amor e respeito, e ninguém podia ir
dormir brigado também.
20. Seus amigos sempre foram muito bem-vindos em nossa casa. Durante as férias nossa
casa sempre estava cheia, faziam acampamento, piquenique, faziam de tudo. Mas seus amigos
estavam sempre por perto, sabíamos o que eles estavam fazendo e qual era a qualidade da
amizade que eles estavam desenvolvendo.
21. Eles também sempre viram eu e meu marido frequentarmos o templo. Quando
fizeram 12 anos passaram a participar do batistério. Nós cuidamos para que pelo menos uma vez
por mês, quando possível iam mais vezes, que eles fossem ao templo participar, servir no
batistério e sentir o doce espírito que o templo trás para o nosso lar e para cada um de nós.
Quero dizer que não foi fácil, nem sempre tudo deu certo. Mas muitas vezes precisávamos
voltar, acertar o foco, recomeçar e fazer às vezes tudo de novo, mas nós nunca desistimos.
Precisamos amar nossos filhos incondicionalmente. Nem sempre eles vão acertar, nós
também não acertamos, mas precisamos demonstrar nosso amor a eles, deixá-los saber que os
amamos por quem eles são.
Quero prestar meu testemunho a respeito dessas coisas, sei que podemos buscar ao Pai
Celestial, dobrar nossos joelhos, suplicar pela Sua ajuda, clamar pela Sua orientação, porque o
Senhor nunca deixa uma mãe sem resposta. Eu tenho um testemunho disso, eu sei dessas coisas.
Deixo meu testemunho disso em nome de Jesus Cristo. Amém.
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Na conferência Geral de Outubro de 2012, o Presidente Tomas S