CASO CLÍNICO DE SILICEA TERRA – VET - 1
Paciente: Baltazar Espécie: Felina
Raça: SRD
Data de nascimento: 02/05/1998 Sexo: Masculino
Cor da pelagem: Preta
Primeira consulta: 06/08/2003
Começou com dificuldade para se alimentar, ao exame clínico constatou-se lesão embaixo da
língua. Aconteceu depois que foi para uma chácara e ficou preso numa cordinha com coleira. Ficou
muito nervoso. Foi quando despontou o problema. Foi diagnosticado por um colega veterinário
como sendo Granuloma Eozinofílico (doença autoimune comum em gatos). Está sendo medicado há
2 anos com Depo Medrol (desde os 3 anos de idade), uma aplicação a cada 15 dias, e a última
aplicação foi em 05/07/2003. Antes da patologia descrita, sempre abria a pele no vão dos dedos,
com odor forte. Com o tratamento com Depo Medrol, esse sintoma desapareceu.
Relato da proprietária: Tem muito ciúme de outro gato, irmão dele; ao brincar com o outro gato e
não com ele, “ele vira a cara”; gosta de colo; é calmo; mais tranquilo que o irmão; cheira devagar as
coisas; troca o prato de comida por carinho; é mais atrevido que o irmão; não gosta muito de colo,
não quer ser apertado, mas está sempre junto das donas. Quando as donas voltam para casa, ele
mia muito; anda bem de carro; tem medo do irmão: mia, reclama, foge, esconde-se atrás da
televisão; é muito delicado, dificilmente derruba alguma coisa; come normalmente, mas é magro –
nunca foi gordo; não fica pedindo comida; não é de mexer em nada; não gosta de brincar com o
irmão, mas gosta de brincar com as donas; brinca com o arranhador e com uma aranha de plástico;
com visitas ele roça nos pés, ao mexer nele, vira-se de barriga para cima; é mais sociável do que o
irmão; tem medo de veterinário; gosta de ser acariciado com a vassoura; chama a dona para
brincar – quer atenção; fica triste quando não recebe atenção, fica quieto em um canto; nunca o
viram bravo; é muito dengoso, pede para ficar perto, adora ser acariciado e faz carinho na
proprietária (lambe seus cabelos). Quer ficar próximo, mas não encostado, não quer ficar preso. As
fezes são de normais para secas.
Resumindo em poucas palavras: delicado, dengoso, carinhoso.
Exame clínico: Pelos oleosos, com aparência de molhados, presença de caspas, não deixou abrir a
boca para ver a lesão que segundo as donas, estava controlada com a aplicação do Depo Medrol.
Sentiu muito medo de mim, ficou rosnando.
Sintomas repertorizados: Desejo de ser magnetizado, afetuoso, suavidade.
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Diagnóstico medicamentoso: Silicea terra 6LM, diluir uma gota em meio copo d’água e dar 5ml, 1
vez ao dia por 21 dias.
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Em 12/08/2003, proprietária voltou, pois notou uma ferida na boca e dificuldade para comer,
apliquei uma dose de Depo Medrol. Pedi para retornar após 21 dias corridos da primeira consulta.
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Retorno: 27/08/2003
Medicou por 21 dias com Silicea terra 6LM. Notou que sempre que tomava cortisona anteriormente,
o animal ficava triste, porém na ultima aplicação que ocorreu em minha clínica ele não ficou triste
e fez coisas que nunca havia feito: saltou na parede com as quatro patas; está mais ativo. Antes ele
nunca tinha enfrentado o irmão, agora mexe com ele de um jeito diferente, vai até onde o irmão
está como se estivesse perdendo o medo. Os olhos estão mais vivos, está mais ativo e mais alegre.
Pede comida e come bem. Está miando de um jeito diferente, como a dona nunca tinha escutado
antes.
Receitei: Silicea terra 8LM, 1 vez por dia por 21 dias.
Nessa mesma forma de ministrar o remédio, fui aumentando a dinamização de 2 em 2, até 22LM.
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Em 22/01/2004, a dona voltou: havia aparecido uma ferida vermelha no queixo do gato, mas ele
não parou de comer e se mantinha alegre. Os pelos estão brilhando, não está mais ensebado; a
caspa diminuiu muito, está mais atrevido; quando vai para a chácara, se solta e vai passear. Antes
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ele ficava quieto e o irmão o ia provocar, agora é ele que provoca o irmão. Se agradar muito o outro
gato, ele fica “emburrado” e se chamar ele não vem: “vira a cara”. Não gosta de ficar fechado na
caixa.
Receitei: Silicea terra 24LM, 1 vez ao dia por 15 dias.
26LM idem; 28 LM idem; 30LM idem.
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Em 23/04/2004, retorno.
Ele quer carinho, atenção, gosta de bolinha de papel alumínio, brinca sozinho. Aqui, na clínica
hoje, saiu da caixa e explorou o local (não fazia isso antes). Está lambendo muito a perna esquerda
na parte traseira. É mais inteligente que o irmão; quando quer, quer mesmo. O queixo inflama e
depois regride sozinho. A inflamação chega a ficar vermelha, mas não chega a vazar. Fica mais
vermelha à tarde. Está sempre disposto a brincar e comer. Está com os pelos soltos, brilhantes e
sem caspa. Quando penteiam o irmão, ele fica quieto, fechado.
Fui receitando Silicea terra, a partir do 30LM até o 46LM.
Sua lesão permanecia estável, não aparecendo mais. Segundo relato das donas, virou apenas uma
pequena marca dentro da boca, cicatrizada.
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Em 06/05/2005, ele está bem, com os pelos brilhantes e a lesão cicatrizada.
Receitei Silicea terra, a partir do 46LM até o 60LM, sempre aumentando as dinamizações de dois
em dois, uma vez a cada dois dias, cada dinamização, por 30 dias.
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Em 04/09/2006, estava em Silicea terra 60LM. Levou o gato num colega veterinário que acompanha
suas vacinas. Este relatou que sua lesão na boca estava estacionada. Era uma lesão de 0,5 cm de
diâmetro embaixo da língua, esbranquiçada. Estado geral: bom.
Receitei: Silicea terra 62LM, 1 vez por semana durante 1 mês; para o segundo mês, diluição do
remédio em um segundo copo d’água, 1 vez por semana por 1 mês.
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Em 28/03/2009, recebi uma ligação de sua dona. Adotou um gato adulto e o Baltazar não o
aceitava. Pedi que ministrasse novamente Silicea terra 62LM , 1 vez por semana durante 1 mês.
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Consulta em 16/03/2011, nunca mais o gato teve problema com a ferida na boca. A proprietária
notou diminuição da quantidade de urina, relatando que ele ficava até 25 horas sem urinar. Estava
ficando escondido do macho adotado em 2009 (o irmão já havia morrido). Quando anda mais, faz
mais xixi. Fez exame de creatinina e deu 2,08 mg/dL (normal: 08 – 1,8 mg/dL), ao ultrassom, o rim
esquerdo com diminuição da dimensão em relação ao direito. Chegou a ser tratado com Silicea terra
até 72LM. Parou em 04/2010.
Receitei: Silicea terra 74LM, 1 vez a cada 2 dias por 30 dias.
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Desde 2009 as donas foram morar na Praia Grande. Todos os relatos e orientações foram sendo
dados pelo telefone, exceto em 16/03/2011.
Baltazar veio a falecer em meados de 2013 de insuficiência renal, com 15 anos
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