Igrejas antigas e vazias: por que a Igreja da Noruega está perdendo sua atração?
# Mateus Fonseca Pereira
* Nota do autor: talvez alguns termos devam ser explanados para a melhor compreensão do texto.
Clero: forma genérica de se referir a cargos ordenados nas referidas denominações;
Congregação/comunidade: termo utilizado para designar a igreja local;
Igreja: Igreja cristã de maneira geral;
igreja: forma genérica de designar uma denominação ou o próprio templo onde a congregação
reune-se;
Igreja da Noruega (Den Norske Kirke): nome oficial da igreja vinculada ao Estado no referido país;
Hald: Hald Iternasjonale Senter, escola bíblica na qual estou estudando durante o período de
intercambio;
Introdução
O assunto desta monografia está baseado em minha experiência na Igreja Luterana da qual faço parte
no Brasil, onde tenho minhas raízes (IECLB), comparando com a igreja estatal da Noruega (Igreja da
Noruega), a partir do princípio que ambas possuem as mesmas raízes e compreensão teológica. Os pontos
principais que me chamam atenção são as diferentes maneiras que estas igrejas têm se desenvolvido,
comprometidas com a pregação do evangelho e sua postura com relação a missões nos últimos anos. Já tive a
oportunidade de visitar algumas congregações da Igreja da Noruega e não é apenas a minha impressão, mas
também de outros colegas do Hald, que a maioria das pessoas nos cultos não são jovens, talvez a média seja
de 45 anos de idade, e adolescentes e jovens em geral são raramente encontrados neste que deve ser o evento
principal de uma comunidade.
Enquanto nós no Brasil possuímos uma agência missionária dentro da IECLB que está preocupada
em trabalhar com missões dentro do país e usa muito a força de trabalho jovem (e conseqüentemente faz a
igreja crescer), aqui na Noruega as últimas estatísticas, baseando-se nos números de batismos, mostram que
o número de membros está diminuindo a cada ano (http://www.kyrkja.no/english/engelsk.cfm?artid=5276).
Talvez a razão para que os jovens cristãos na Noruega não estejam no culto principal seja porque eles apenas
freqüentam atividades especificas para sua idade, como cafés cristãos, por exemplo. Mas o problema com
estes cafés é que na sua grande maioria eles não propõe nenhuma atividade como estudo bíblico ou mesmo
alguns cânticos de louvor. Então, a principal diferença reside no fato de que no Brasil nós temos um grande
número de jovens que estão preocupados com missões, enquanto na Noruega o número de jovens que
desfiliam-se da igreja aumenta a cada ano, visto que após o ensino confirmatório eles raramente participam
dos cultos. Ou o que acontece é que eles até mesmo permanecem na igreja, mas estão crescendo sem possuir
muito conhecimento das Escrituras.
Também é conhecido o fato de que nunca, na história, o número de cristãos aumentou tanto quanto
nos últimos anos, e muito provavelmente estas diferenças entre Brasil e Noruega estão relacionadas ao que
vem acontecendo com a Igreja Cristã ao redor do mundo atualmente. Enquanto a fé cristã está crescendo nos
países do hesmifério sul (América Latina, África, China e outros países da Ásia), o número de cristãos na
Europa está diminuindo. Então este é um dos grandes problemas que a Igreja Cristã tem que encarar nos
tempos atuais, considerando que os países europeus têm suportado a missão cristã com dinheiro e envio de
missionários desde que as denominações protestantes iniciaram suas missões.
Outras estatísticas mostram que 85% da população norueguesa é membra da Igreja da Noruega, mas
apenas
10%
freqüentam
os
cultos
mais
que
uma
vez
por
mês
(http://www.uio.no/studier/emner/hf/iln/NORINT0500/h06/undervisningsmateriale/Hegstad_Religion_in_N
orway_sept06.pdf). Então, sabendo destas estatísticas e outras informações passo a analisar alguns pontos
que podem estar influenciando estes resultados na Noruega nos dias de hoje, e talvez contribuir de maneira
pertinente para a atual discussão sobre o Estado e a igreja, se a igreja deve permanecer sob comando do
Estado ou não.
1. Cargos pagos na igreja
ou “porque eu devo ajudar se ele é pago para fazer o trabalho?”
A partir do princípio que a igreja é comandada pelo Estado, todos os pastores e bispos recebem seus
salários do Estado. Catecistas e músicos podem receber seus salários do Estado também, mas o principal
empregador neste caso são os municípios. De certo modo isto é bom para as congregações, visto que não
precisam se preocupar em pagar o salário do clero com o dinheiro da coleta, e desta forma podem investir
todo o dinheiro arrecadado em trabalho missionário, evangelismo e assistência social, por exemplo. Mas, por
outro lado, esta situação cria uma atmosfera na congregação onde os membros podem pensar que estes
“empregados do Estado” são responsáveis por tudo, desde a pregação até todo o trabalho administrativo.
Então, a grande maioria dos membros não participa nas tarefas da congregação, visto que possuem alguém
que é pago para fazer o trabalho.
E, se os membros não se envolvem no trabalho da congregação, eles não podem crescer nas suas
vidas de fé, pois a falta de responsabilidades automaticamente cria uma falta de interesse e falta de
motivação. Como conseqüência, a congregação inteira enfrenta basicamente dois problemas: o primeiro é o
fato de que se as pessoas não se envolvem no trabalho é impossível criar uma liderança de membros leigos
(fora do clero), sem falar no fato de que é muito difícil administrar uma congregação sozinho (no caso do
pastor não receber nenhuma ajuda dos membros); o outro problema esta relacionado ao exemplo que Jesus
deu como “servo”, considerando que é muito difícil obedecer-lhe se não se trabalha para o Reino de Deus.
Comparando esta situação com um exemplo bíblico, podemos perceber a diferença considerando a
forma como os discípulos lidaram com a vida diária da igreja no livro de atos (Atos 6.1-7, por exemplo). Isto
também é um problema para a maturidade da congregação, a partir do princípio que se as pessoas não se
envolvem no trabalho, não se sentem espiritualmente preparadas ou até mesmo nem precisam estar
preparadas para ajudar a congregação a crescer. De maneira diferente os discípulos na Bíblia realizavam
várias tarefas: evangelização (Atos 2.1-40), exorcismos, curas (Mateus 10.1), distribuição de dinheiro (Atos
2.45), de comida (Mateus 15.35), etc. Eles até mesmo trouxeram uma jumenta com sua cria para Jesus
(Mateus 21.1-3).
John Stott (220, 221:2003) fala sobre o quão difícil é para uma igreja quebrar a diferença entre o
clero e os membros leigos. O principal problema talvez seja o fato de que os membros colocam o clero em
uma posição muito elevada, e da mesma forma o clero coloca-se nesta posição. Mas Stott afirma que existem
várias maneiras de contribuir para o trabalho de uma congregação, e uma delas seria a pregação da palavra;
mesmo que a Bíblia nos fale que os pastores são os responsáveis pelo ensino, não existem razões para não se
dividir esta tarefa com outros cristãos capacitados.
2. Liturgia
ou “esta não é a música ideal para uma festa”.
A liturgia extremamente tradicional usada na Igreja da Noruega parece ser mais apropriada para um
funeral do que para este tempo de louvor a Deus que é o culto. Também com um exemplo bíblico, se nós
compararmos o que o rei Davi fez no passado, nós encontramos que ele até mesmo dançou em frente ao
Senhor (2 Samuel 6:14). E mesmo se a liturgia é responsável por definir a ordem do culto, ao menos ela deve
estar adaptada ao tipo de liberdade que as pessoas têm em suas vidas cotidianas. Claro que precisamos das
coisas organizadas no culto, mas não pode parecer que estamos num enterro todas as vezes que devemos
louvar a Deus.
A maneira sistemática como a liturgia se desenvolve no culto parece concluir que as pessoas se
“transformam” naquele exato instante, como por exemplo com o Kyrie. Esta é uma oração ou salmo com o
qual a congregação pede pela misericórdia de Deus; então Deus perdoa e a igreja segue em arrependimento.
Mas o arrependimento não é automático; ninguém tem um botão na testa para mudar seu estado para
“arrependido” no exato momento em que queremos. A remissão de pecados está diretamente ligada com o
tempo que a pessoa precisa para se sentir perdoada e a capacidade que temos de compreender a vontade de
Deus. Então isso requer a ação do Espírito Santo e um relacionamento com Deus, nosso pai amado.
Tomando como exemplo o apóstolo Pedro no episódio em que ele negou Jesus, ele teve que fazer isto três
vezes até perceber que havia pecado da forma como Jesus havia previsto (Lucas 22.54-62).
Claro que a liturgia deve anunciar todos os passos da salvação e do relacionamento com Deus, mas
mesmo assim isto deve acontecer de uma forma mais “humana”, que respeite a capacidade de compreensão
dos membros da igreja e a santidade de Deus, visto que o tempo de culto é um tempo de louvor a Ele.
3. A música e o órgão
ou “a igreja é movimento e não monumento”.
Se as pessoas estão habituadas a escutar músicas com guitarras, bateria, etc. nas suas vidas
cotidianas, por que deve a igreja usar apenas o órgão nos cultos? Claro que soa muito estranho para os jovens
escutar o som de um órgão, visto que estes estão habituados a escutar outros tipos de instrumentos e ritmos
em seus rádios todos os dias. E ao pesquisar sobre a história do órgão pode-se perceber que este está
diretamente ligado à história da igreja e a tradição, mas hoje em dia não existe a necessidade de gastar-se
uma quantia enorme de dinheiro (aqui na Noruega pode custar mais de R$ 600.000,00) em um instrumento
que não pode ao menos ser movido dentro da igreja, e que pode ser considerado muito mais um monumento
do que qualquer outra coisa. Este dinheiro inclusive poderia ser investido em outros trabalhos ou mesmo para
comprar todos os instrumentos para a formação de uma banda na igreja, com os quais a igreja teria mais
trabalho voluntário, promovendo crescimento na vida de fé para as pessoas responsáveis pelo louvor e ao
mesmo tempo a formação de lideres.
E também não existe apenas um tipo de instrumento que pode ser considerado “santo”. O que a
Bíblia fala sobre louvor? “Davi e todos os israelitas iam cantando e dançando perante o Senhor, ao som de
todo tipo de instrumentos de pinho: harpas, liras, tamborins, chocalhos e cimbalos.” (2 Samuel 6.5). Nós
podemos compreender que todos estes instrumentos faziam parte da circunstância na qual as pessoas
estavam, a partir do princípio que estavam viajando, e mesmo o que os israelitas estavam habituados a
utilizar para louvar a Deus. Nós podemos imaginar como soaria estranho escutarmos o som de um chofar,
por exemplo, visto ser um instrumento tipicamente judeu daquele tempo.
E como luteranos podemos também tomar o exemplo de Martinho Lutero. O famoso hino “Castelo
Forte”, que tem a melodia e a letra compostas por este líder da reforma protestante, segue o estilo de música
comum nos bares daquele tempo. Então era originalmente um tipo de música secular, com o qual Lutero
renovou o estilo dos cânticos congregacionais.
Concordo que a Igreja da Noruega cresceu através dos anos escutando o órgão, mas assim como a
nova geração na sociedade está habituada a diferentes tipos de música, muito provavelmente este é um dos
fatores que faz com que as pessoas não gostem dos cultos.
4. Pastoreio
ou “tomem conta de vocês e de todo o rebanho”
O relacionamento entre Jesus e seus discípulos, como relatado nos evangelhos, foi construído a partir
de um contato constante no período de três anos. O Senhor selecionou um pequeno número de pessoas as
quais ele poderia ensinar e lhes deu a responsabilidade de concluir o trabalho após sua partida para os céus.
No entanto, se analisarmos o número de pastores da Igreja da Noruega e o número de membros, percebemos
que existe um pastor para mais de 3000 membros (http://www.kyrkja.no/english/engelsk.cfm?artid=11943),
o que resulta num número muito grande de pessoas para se tomar conta, considerando o ensino e a
manutenção do vínculo.
Muito provavelmente a grande maioria dos membros da igreja encontra o pastor apenas nos cultos
aos domingos, mas eu acredito que um grande número de pastores não conhece nem mesmo um membro de
cada família em sua congregação. Para confirmar este pensamento aqui está a opinião de um dos pastores
entrevistados por mim: “Na maioria dos casos eu entro em contato com os membros como pastor quando os
pais vão batizar seus filhos, e em funerais antes e algumas vezes depois do enterro. Eu não conheço todas as
famílias que possuem membros em minha congregação devido ao sistema da igreja.”1 Então, o que acontece
na maioria de casos como um enterro, um momento completamente doloroso e íntimo para uma família, é
que o pastor não conhece nem o morto nem a família, e este momento que deveria ser cercado de cuidado às
vezes apresenta-se apenas como uma relação de trabalho, pois o pastor não pode atuar como um pastor, visto
que o processo de pastoreio leva certo tempo. Assim ele vai ao enterro, conclui seu trabalho e volta para
casa.
Também, se os membros de uma congregação não encontram-se em nenhuma atividade a não ser os
cultos aos domingos, é impossível estimular-se o pastoreio mútuo e a vida de comunhão entre eles, assim
como está escrito no livro de atos 2.42-47. Paulo também aconselha em seu discurso (Atos 20.28-31) que é
importante para uma comunidade ser responsável por ela mesma, considerando que neste exemplo a
comunidade em questão perderia um dos líderes em breve.
Talvez uma alternativa para este problema seja investir em grupos de células como parte do pastoreio
entre os membros, com o princípio de que ao mesmo tempo estes membros freqüentem os cultos da
congregação e mantenham contato com o pastor. Aqui está um exemplo da Igreja Internacional de Bergen,
quando eu perguntei ao pastor sobre a maneira como os membros podem desenvolver um relacionamento
mais próximo na comunidade: “... a princípio, as pessoas seguem nesta direção participando regularmente
dos cultos e sendo parte de um grupo de célula. A idéia com os grupos de célula é que eles sejam mais do
que apenas um estudo bíblico, mas também uma oportunidade de se desenvolver uma amizade genuína e
ajudar a tomar conta das necessidades uns dos outros”2.
5. Voz profética na sociedade
ou “como podem pregar se não foram enviados?”
O antigo testamento mostra algumas histórias sobre pessoas específicas que Deus escolheu e enviou
para ser uma bênção a outras nações ou mesmo para serem profetas em Israel. Estes profetas, de maneira
geral, tinham a missão de anunciar o juízo de Deus, chamando as pessoas ao arrependimento e anunciar a
vinda do messias. Nós também podemos comparar os profetas do antigo testamento com a ação missionária
dos discípulos no novo testamento, a partir do princípio que estes começaram a espalhar as novas sobre Jesus
1
2
Ådne Skiftun, pastor da Comunidade Løvstakksiden em Bergen
Geir Sakseid, pastor da Igreja Internacional de Bergen
e o Reino de Deus e também porque esta mensagem chama as pessoas para o arrependimento e para a
remissão de pecados.
Em ambos os casos pode-se perceber que é Deus quem sempre dá o primeiro passo ao chamar
aqueles que ele quer que trabalhem para ele: Moises (Êxodo 3.4), Samuel (1 Samuel 3.4), Isaias (Isaias 6.8) e
Jonas (Jonas 1.1) como exemplos no Antigo Testamento e Pedro e André (Mateus 4.19), Mateus (Mateus
9.9) e Paulo (Atos 9.3) como exemplos do Novo Testamento. Como um segundo passo, Deus dá uma
mensagem para ser anunciada, a qual pode ser compreendida como uma voz profética na sociedade, a partir
do princípio que a mensagem confronta a sociedade com seu pensamento instituído, mostrando os pecados e
chamando para o arrependimento. Nós podemos também tomar João Batista como exemplo, pois sua
mensagem ao mesmo tempo estimulava as pessoas a cuidarem uns dos outros (Lucas 3.11) e também ía de
encontro aos seus erros (Lucas 3.7).
Muito provavelmente este segundo aspecto do discurso profético é o mais complicado de ser
concluído, visto que pode causar desconforto entre os ouvintes. Não apenas João Batista sofreu devido ao
seu discurso, mas o próprio Jesus, Pedro, Paulo e outros discípulos no livro de Atos. Isto significa então que
o discurso cristão, desde o principio, foi caracterizado por falar às pessoas algo difícil e mesmo nada
prazeroso de ser escutado. Mas isto não significa que hoje em dia a igreja deve parar de proclamar o
Evangelho apenas para satisfazer todos os tipos de pessoas e maneiras de pensar.
Se a Igreja da Noruega tomar para si a responsabilidade de ter uma voz profética na sociedade, tem
uma grande chance de fazer a diferença e começar um reavivamento cristão, partindo do princípio que ela
ainda possui um considerável número de membros e a população em geral procura a igreja quando
preocupada com batismos, ensino confirmatório e funerais. O problema reside no fato de que se as
congregações não possuírem seus objetivos muito claros, pode se tornar inútil apenas abrir as portas aos
domingos esperando para que as pessoas venham, ao invés de sair ao alcance delas.
Mas o que tenho escutado sobre os objetivos da igreja vão na direção oposta: “A Igreja da Noruega
tem como um de seus princípios estar aberta para todos. Então, um sermão típico não confronta ninguém, e
assim todos podem se sentir bem-vindos na igreja. Muito provavelmente se for falado algo com que as
pessoas devem preocupar-se, estas se sentirão mal e terão vontade de sair.”3 Então, parece que a Igreja da
Noruega está negando a oportunidade de ter esta voz profética e trabalhar de forma missionária na sociedade.
Ser um profeta significa trabalhar como um missionário.
6. A natureza da igreja é missão
ou “a igreja que não está envolvida com missões se torna campo missionário”
Tanto Samuel Escobar (94, 99:2003) quanto John Stott (103:2003) enfatizam a natureza missionária
de Deus. Primeiro Escobar menciona que Deus enviou seu povo para ser uma bênção para toda a
humanidade, a partir do princípio que um relacionamento próximo com Deus faz com que os crentes possam
3
Einar Amund, professor de norueguês
chamá-lo de pai (João 1:12). Então, assim como amamos nosso pai, devemos fazer aquilo que ele nos manda
(João 14:15/1 Pedro 1:17). Escobar também observa que na oração sacerdotal (João 17) Jesus assume o seu
chamado como um exemplo para enviar seus discípulos ao mundo mais tarde. Ele fala também que Cristo foi
o melhor missionário do Pai, o verdadeiro modelo para a missão cristã. E esta missão foi ordenada por Jesus
nos evangelhos de Mateus (capitulo 28) e Marcos (capitulo 16), e significa que a conseqüência natural depois
de nos tornarmos cristãos é responder a Deus participando na missão da Igreja.
Stott fala que o Espírito Santo é um espírito missionário, o evangelista chefe que podemos ver no
exemplo de pentecostes (Atos 2). O Espírito faz-nos capazes de declarar Jesus nosso Senhor, amar nossos
inimigos, curar, expulsar espíritos malignos e fazer a vontade do Pai. Então, é impossível começar a
evangelização sem ele, e é por isso que Jesus prometeu-o no capítulo 14 do evangelho de João.
7. Conclusão
Quando Jesus foi elevado aos céus ele deixou uma tarefa inacabada, a qual cristãos de todas as
épocas são responsáveis por cumprir. Somos responsáveis por escrever o capítulo 29 e seguintes do livro de
Atos, e isto só é possível se estamos constantemente envolvidos com missões. Um bom exemplo sobre esta
verdade é o que está acontecendo com a Noruega e outros paises europeus atualmente. Os lugares onde a
reforma protestante iniciou e outros paises que enviaram um grande número de missionários no passado têm
um
grande
número
de
ateístas/agnósticos
atualmente
(http://www.adherents.com/largecom/com_atheist.html#Com). Mas como o pastor Geir falou “toda a
geração necessita ser re-evangelizada” (não apenas na Noruega, mas em qualquer lugar) e claro que a fé
cristã tem muito a contribuir com a vida social do povo norueguês, visto que o país enfrenta problemas como
pessoas sofrendo com solidão, vício de drogas e álcool e a “jante law (jante lov)”4, a qual causa baixa autoestima entre as pessoas.
Mas esta mensagem que temos que proclamar deve ser adaptada no tempo e espaço para poder ser
compreendida por qualquer cultura. Talvez seja este o principal problema da Igreja da Noruega, porque ao
mesmo tempo em que encontramos a situação já relatada nesta instituição, estão acontecendo muitos tipos de
positivas iniciativas cristãs por outras organizações e denominações. Isto significa que a congregação não
pode perder a verdade do Evangelho quando adapta este a cultura local, mas ao mesmo tempo não pode falar
uma linguagem que ninguém pode compreender.
4
”Lei” que não existe no papel mas que afeta a sociedade de maneira geral. O dito popular segue de certo modo o seguinte raciocínio: não acredite
que você é melhor do que qualquer outra pessoa. Atualmente a expressão jante lov não é muito utilizada, mas suas conseqüências ainda podem ser
percebidas. Uma situação que pode servir de exemplo é quando algum jovem norueguês precisa conversar em inglês com um estrangeiro; mesmo que
toda a população com menos de 65 anos saiba inglês, algumas vezes algumas pessoas tem medo de falar em inglês em frente a outros noruegueses ou
por parecer ser uma situação onde se quer chamar a atenção ou por estar inseguro de não ter um inglês bom o bastante.
@ Bibliografia
http://www.adherents.com/largecom/com_atheist.html#Com
Adherents.com:
ATIENCIA, Jorge. Pastorear e ser pastoreado. Curitiba/Brasil: Encontro Publicações, 2000.
http://www.bible.com/
Bible.com:
Bíblia Sagrada português-inglês: São Paulo/Brasil: Editora Vida, 2003.
Church of Norway website:
http://www.kyrkja.no/english/engelsk.cfm?artid=11943
http://www.kyrkja.no/english/engelsk.cfm?artid=5276
ESCOBAR, Samuel. The global mission: the gospel from everywhere to everyone. Downers Grove/USA:
InterVarsity Press, 2003.
HIEBERT, Paul. Anthropological insights for missionaries. Grand Rapids/USA: Baker Books, 2004. 20th
ed.
LEIRVIK, Oddbjørn. State, Church and Muslim minority in Norway. Paper presented to the
conference "Dialogue of the cultures", Berlin 21-23 April 1999.
(http://folk.uio.no/leirvik/tekster/state,%20church,%20muslim.html).
Music History Resources:
http://www.geocities.com/papandrew/outlines/grout08.html
Odin - Information from the Government and Ministries:
http://odin.dep.no/odin/english/norway/history/032005-990468/dok-bn.html
SANTOS, Vicente de Paula dos; KUNIHIRO, Daniel. Imaginário evangélico e contemporaneidade. São
Paulo/Brasil: Ed. dos autores, 2005.
Sociedade Bíblica do Brasil: http://www.sbb.org.br/
Statistisk sentralbyrå: http://193.160.165.34/english/subjects/00/minifakta_en/en/main_08.html
STOTT, John. Evangelical truth. Downers Grove/USA: InterVarsity Press, 2003. 2nd ed.
___________. Firmados na fé. Curitiba/Brasil: Encontro Publicações, 2004.
Wikipedia website:
http://en.wikipedia.org/wiki/Christian_liturgy
http://en.wikipedia.org/wiki/Liturgy
http://en.wikipedia.org/wiki/Martin_Luther
http://en.wikipedia.org/wiki/Religion_in_Norway
http://en.wikipedia.org/wiki/Shofar
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