POLITECNICO DI TORINO
SECOND SCHOOL OF ARCHITECTURE
Master of Science in Architecture
Honors theses
Praça de Brasília: uma possível revitalização através da qual o homem se
transforma no protagonista do espaço
de Carlo Burini
Tutor: Silvia Gron
Co-tutors: Maria Assunção Pereira e Piergiorgio Tosoni
Intervir em uma área urbana protegida como Patrimônio Histórico, exemplo único do
urbanismo do século XX, requer uma pesquisa preliminar intensa a respeito da sua
arquitetura e de seus conceitos fundamentais. Dessa maneira, procurei tratar dos
problemas reais encontrados durante o início da pesquisa para a realização do
projeto de intervenção na Rodoviária de Brasília.
O projeto monumental de Lúcio Costa, essencialmente um encontro entre eixos é
uma concretização do conceito de um ponto focal que propõe escolhas diversas e
representa uma rótula de intercâmbio cultural.
A importância dessa intersecção de vias é inquestionável, mas ainda assim esse
encontro é atualmente incapaz de atingir todo o seu potencial. O local é um exemplo
de ideal não alcançado: a praça não representa um local de contemplação da arte
da cidade, não proporciona um ambiente de encontro e diálogo e não é um foco
natural de concentração da população. Constitui uma área de tráfico intenso, vítima
de um comércio frenético e mal organizado, e a arte da cidade acaba sendo
colocada em segundo plano e desvalorizada pelo contexto.
A problemática principal a ser resolvida é: como transformar o homem em
protagonista de um espaço para ele projetado sem desrespeitar o risco original da
cidade?
O entorno delicado não permite mudanças radicais, mas a crítica posterior ao projeto
feita por Lúcio Costa sugere a criação de um edifício adicional entre o Conjunto
Nacional e o CONIC, que manteria intactas a supremacia e a geometria da praça e
proporia um espaço íntimo estudado para respeitar as proporções antropométricas.
O arquiteto publicou um esboço do que seria um edifício horizontal que dialogasse
com a verticalidade da torre de TV, colocando ambos em evidência a oeste da
Esplanada dos Ministérios. Um elemento em fita com setecentos metros de
comprimento e aproximadamente vinte e cinco de altura, que de certa forma de
assimilaria com a horizontalidade do projeto de Le Corbusier para o Rio de Janeiro.
Os riscos de Le Corbusier para o Rio de Janeiro
O projeto denominado ‘Brasil’ quebraria a intangibilidade da linha criada entre as
asas sul e norte; e ao mesmo tempo representaria a sua união e continuidade. O
complexo seria de uso misto, com vinte e seis espaços dedicados ao comércio,
representando os vinte e seis estados brasileiros e criaria, através da praça interna,
um espaço de contemplação que ainda não existe em Brasília.
Alguns espaços comerciais em planta baixa
Apesar de o edifício interromper a visualização integral da torre de TV, seus usuários
ainda assim poderiam vê-la completamente através de discretas aberturas, em uma
escala de natureza íntima. Uma estrutura metálica vermelha reticular seria filtrada
através de cobogós similares aos de Oscar Niemeyer na Biblioteca Nacional.
Vista do lado leste do predio
O esqueleto suportaria um vão livre de aproximadamente cinqüenta metros. Como
na torre de TV, as treliças duplas seriam parcialmente percebidas pelas pessoas,
mas completamente apreendida do ponto de vista do percurso dos carros através da
Esplanada. As caixas de escada externas que interromperiam o enorme
comprimento do edifício são deliberadamente circulares como uma referência às
simples colunas e pilotis, um artifício visual para diminuir o impacto da massa
construída total na escala da Rodoviária. Elas concederiam ritmo e vivacidade ao
inteiro complexo e realçariam o seu caráter cultural.
O edifício idealizado abriga os novos fluxos de pedestres, ilustra a evolução da
engenharia estrutural e exemplifica o respeito pelo existente através de um conceito
de espaço público completamente atual, embora sempre baseado na idéia clássica
de praça. Como resultado final, o projeto faz confluir as diversas problemáticas do
espaço em um ponto – o próprio complexo – e se inclui nos desafios da
modernidade: fazer a arquitetura “girar” entorno do homem.
Mais informações, e-mail:
Carlo Burini: [email protected]
Maintained by:
CISDA - HypArc, e-mail: [email protected]
Download

Master of Science in Architecture