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AGROPECUÁRIO
❚ REPORTAGEM DE CAPA
Novidades não faltam no mercado de máquinas e equipamentos agrícolas. Lançamentos para
atender a demanda dos agricultores são frequentes. Há de tratores potentes a pulverizadores
Tecnologia mais que de ponta
PAULA TAKAHASHI*
Esteio (RS) – A indústria faz sua
parte e investe pesado em lançamentos que atendam as demandas
dos produtores. Na maior feira agrícola da América Latina, a 35ª Expointer – encerrada ontem em Esteio, no
Rio Grande do Sul –, 125 expositores
mostraram o que há de mais moderno e inovador para o campo. Em
2011, foram 110 empresas participantes, com movimentação de mais
de R$ 834 milhões em negócios, volume que deve ser superado este
ano. Somente nos três primeiros
dias de feira, o valor já havia chegado à casa dos R$ 264 milhões, alta de
40% na comparação com o mesmo
período do ano passado, segundo
balanço do Sindicato das Indústrias
de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers).
Sediada em Canoas, no Rio Grande
do Sul – estado responsável por 60% da
produção nacional de máquinas e
equipamentos agrícolas – , a Pla apostou no pulverizador autopropelido
H3500F. Com uma barra de pulverização dianteira que pode chegar a 31 metros de comprimento, o diferencial da
máquina está no túnel de vento vertical que desenvolve durante o processo
de aplicação de defensivos agrícolas.
“Cria-se uma cortina de vento que pode chegar a 20km/h, direcionando mais
acertivamente a pulverização”, explica
o coordenador de Marketing de Produto da Pla, Neri Ferreira.
A tecnologia impede que o vento
natural dissipe os defensivos agrícolas para o meio ambiente, evitando
perda do produto e maior efetividade no tratamento de pragas e ervas
daninhas. Estima-se redução dos gastos com agrotóxicos em cerca de 20%,
sem contar a economia de combustível. “O motor permite gasto de 15 a
16 litros de diesel por hora, contra 22
a 25 litros de uma máquina regular”,
alerta Neri. O desempenho permite
que a máquina, com custo que pode
variar entre R$ 490 mil e R$ 540 mil,
se pague no período de até três anos.
Também localizada no Rio Grande
FOTOS: PAULA TAKAHASHI/EM/D.A PRESS
Neri Ferreira
explica que
desenvolveram
uma cortina de
vento para
direcionar a
aplicação de
defensivos
Para Carlos
Antoniolli,
retorno do
investimento é
possível com
alta da
produtividade
do Sul, em Veranópolis, a fabricante Ipacol Máquinas Agrícolas (especializada
em equipamentos para alimentação
animal) levou três lançamentos para a
feira, com destaque para o complexo
forrageiro Ipacol, que amplia o potencial
do CFA 2000, máquina forrageira autopropelida apresentada ao mercado no
ano passado. “As ferramentas têm como
objetivo encher o cilo para alimentação
animal”, explica Carlos Antoniolli, gerente da área de desenvolvimento de
produtos da empresa. O investimento
médio para aquisição de uma máquina
da Ipacol gira em torno de R$ 100 mil, valor que requer período de retorno médio
de três anos. “O ganho virá do incremento de produtividade”, garante.
A New Holland, empresa do Grupo
Fiat, também apostou alto e deu destaque ao maior trator em operação da
América Latina, o T9.560, com 560 cavalos, capaz de substituir até quatro
tratores de média potência.
■ PEQUENOS TÊM VEZ
A Case IH, outro braço da Fiat na
agroindústria, levou à Expointer uma
série de lançamentos. Entre eles, tratores de 60 cavalos, os menores comercializados pela marca. A intenção é
atender outro nicho de clientes que
não apenas aqueles de grande porte.
“Queremos chegar inclusive à agricultura familiar”, afirma o gerente de ne-
gócios da Case IH para o Rio Grande do
Sul, Sílvio Campos.
Os menores tratores Farmall e as
plantadeiras de pequeno porte, conhecidas como SHI, estão incluídos no programa Mais alimentos, do governo federal, que nada mais é do que uma linha de crédito do Pronaf para financiar
investimentos para a modernização da
propriedade rural familiar a juros subsidiados. “Hoje esse produtor também
está evoluindo e daqui a alguns anos
vai partir para agricultura de precisão
e demandar equipamentos mais complexos e de maior porte”, prevê Sílvio
Campos. (PT)
* A repórter viajou a convite da Gerdau.
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