Universidade Federal da Bahia
Escola de Medicina Veterinária
Mestrado em Medicina Veterinária Tropical
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NO ESTUDO DA
NOTIFICAÇÃO DOS CASOS DE CISTICERCOSE BOVINA NO ESTADO DA
BAHIA
IZANA RODRIGUES FITERMAN
Salvador – Bahia
2005
ii
IZANA RODRIGUES FITERMAN
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NO ESTUDO DA
NOTIFICAÇÃO DOS CASOS DE CISTICERCOSE BOVINA NO ESTADO DA
BAHIA
Dissertação
apresentada
à
Escola
de
Medicina
Veterinária da Universidade Federal da Bahia, como
requisito para a obtenção do título de Mestre em
Medicina Veterinária Tropical, na área de Saúde
Animal.
Orientador: Profa. Dra. Maria Emília Bavia
Salvador – Bahia
2005
iii
FICHA CATALOGRÁFICA
ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA EMV - UFBA
FITERMAN, Izana Rodrigues
Sistemas de Informação Geográfica no estudo da notificação dos casos
de cisticercose bovina no estado da Bahia. / Izana Rodrigues
Fiterman. - Salvador, Bahia, 2005. 107 p. Dissertação (Mestrado
em Medicina Veterinária Tropical) - Escola de Medicina
Veterinária da Universidade Federal da Bahia, 2005.
Professora Orientadora - Profa. Dra. Maria Emília Bavia
Palavras-chave: Cisticercose Bovina, Cisticercos da Taenia saginata ,
Saúde Pública, Geoprocessamento.
iv
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NO ESTUDO DA NOTIFICAÇÃO
DOS CASOS DE CISTICERCOSE BOVINA NO ESTADO DA BAHIA
IZANA RODRIGUES FITERMAN
Dissertação defendida e aprovada para obtenção do grau de Mestre em Medicina
Veterinária Tropical.
Salvador, 2005.
Comissão Examinadora:
____________________________________________
Profa. Dra. Maria Emília Bavia - UFBA
Orientador
___________________________________________
Prof. Dr. Fernando Ferreira – USP
____________________________________________
Profa. Dra. Eugênia Márcia de Deus Oliveira – UFBA
v
À Minha Mãe que agora encontra-se
em festa na eternidade, olhando por
mim e por todos. Obrigado por sua
perseverança, por ter vivido cada dia
como se fosse o único e de acreditar
que tudo aqui é passageiro e que um
dia nos encontraremos. À Meu Pai,
força. A vida é muito mais do que
imaginamos.Acredite!
vi
AGRADECIMENTOS
À Deus pelas provas e expiações as quais passei e que me fizeram crescer.
À minha orientadora, amiga, Profa. Dra. Maria Emília Bavia, que sempre depositou em
mim confiança e que muito me acrescentou como profissional e pessoa. Obrigada pela
sensibilidade, paciência e palavras de preocupação e compreensão.
As minhas Irmãs, Izanéia e Izani, que não me deixaram esmorecer no momento mais
difícil de nossas vidas, e que me apoiaram no encaminhamento final dos estudos.
A Bete, inseparável amiga , obrigado pela dedicação e carinho e por participar de todos
os momentos tristes e alegres da minha vida.
Ao meu pai pela educação e ensinamento perante a vida.
Aos meus sobrinhos Hannah e João que tanto me apoiaram na logística computacional
desse estudo.
A amiga Luciana, pela prestatividade e atenção.
Ao amigo Leudson pelo apoio e consideração.
A Sophia, pequena afilhada e Dudu, pelos momentos de felicidade e descontração.
Aos colegas de mestrado Jorge Ribas, Iza Trindade e Deborah. Obrigada pelo apoio e
pela amizade edificada.
Ao colega Dr. Altair , por ter acreditado na minha capacidade e me influenciar sobre o
tema tão importante.
vii
Aos colegas Fiscais Agropecuários Federal :Dr. Antônio Carlos da Mata, Dr. Edson
Sales, Francisco Salles Filho, Maria Ivani B. Santana, Horácio Peçanha, Carlos Neves,
pela atenção, confiança e prestatividade na coleta de dados no Ministério da
Agricultura.
Aos amigos César Bomfim e Alan, obrigado por tudo.
A amiga Dra. Maria das Graças, pela profissional que representa e pelo apoio inicial e
final.
Aos colegas da ADAB, que me apoiaram, obrigado.
Aos colegas de trabalho:
Auxiliadora (in memórian), Kleber,
Genésio, Denise,
Virlênia e Jailma, obrigada pela amizade e apoio.
Aos colegas Dr. José Vasconcellos, Dr. Carlos Humberto e Dr. Luciano Figueiredo, por
me incentivar a seguir sempre.
Ao Profr. Albinatti pela compreensão e ensinamentos.
Ao Ministério da Agricultura – Delegacia da Bahia pela disponibilidade dos dados na
pessoa de Dra. Delian G. dos Santos Sodré.
Ao SIS, Serviço de Informação em Saúde da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia,
pelas informações prestadas.
Ao Laboratório de Monitoramento de Doenças pelo SIG pelo bom convívio durante a
realização do projeto.
viii
“Se cada um fizer a sua parte, se cada
pessoa se conscientizar de seu papel,
estamos concorrendo para melhorar as
condições de vida da sociedade em que
vivemos.”
Irmã Dulce
ix
ÍNDICE
página
LISTA DAS FIGURAS..........................................................................................
X
LISTA DE ABREVIATURAS...............................................................................
Xi
RESUMO................................................................................................................
xii
SUMMARY...............................................................................................................
xiii
1 INTRODUÇÃO GERAL ......................................................................................
1
2 REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................
2.1 CISTICERCOSE BOVINA................................................................................
2.1.1 HISTÓRICO ...................................................................................................
2.1.2 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA CISITCERCOSE BOVINA..............
2.1.3 PERDAS ECONÔMICAS...............................................................................
2.1.4 AGENTE ETIOLÓGICO................................................................................
2.1.4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS......................................................................
2.1.4.2 CARACTERÍSITICA DO PARASITA.......................................................
2.1.4.3 RESERVATÓRIOS......................................................................................
2.1.4.4 CICLO BIOLÓGICO...................................................................................
2.1.4.5 MODO DE TRANSMISSÃO......................................................................
2.1.5 FATORES DE RISCO....................................................................................
2.1.6 PERÍODO DE INCUBAÇÃO........................................................................
2.1.7 PATOGENIA.................................................................................................
2.1.8 SINAIS CLÍNICOS.........................................................................................
2.1.9 DIAGNÓSTICO.............................................................................................
2.1.10 MEDIDAS DE CONTROLE........................................................................
2.2 CLANDESTINIDADE.......................................................................................
2.3 LEGISLAÇÃO ..................................................................................................
2.4 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS........................................
2.5 DIGITALIZAÇÃO DE MAPAS CARTOGRÁFICOS
3 ARTIGO(S) CIENTÍFICO(S)...............................................................................
4 CONSIDERAÇÕES GERAIS...............................................................................
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA..S................................................................
ANEXOS..................................................................................................................
4
4
4
5
8
10
10
13
17
17
19
19
28
30
30
31
37
43
44
45
46
48
74
75
94
x
LISTA DE FIGURAS
página
FIGURA 1 a -
Presença do cisticerco em músculo bovino
15
FIGURA 1 b -
Presença do cisticerco em fígado bovino.
16
FIGURA 2 -
Ciclo Biológico da Taenia saginata.
18
TABELA 1 -
Evolução do número de abates registrados pelo numero de cisticercose
56
no período de janeiro de 1999 a junho de 2005.
TABELA 2 -
FIGURA 3 a -
Distribuição da cisticercose bovina de acordo com a caracterização
climática dos municípios do Estado da Bahia no período de novembro
de 2002 a junho de 2005.
Abate mensal por frigorífico na Bahia – novembro de 2002 a junho
56
57
2005.
FIGURA 3 b -
Cisticercose bovina mensal no Estado da Bahia no
período de
57
Distribuição de abate de bovinos por frigorífico, no estado da Bahia, no
57
novembro de 2002 a junho de 2005.
FIGURA 3 c -
período de novembro de 2002 a junho/2005.
FIGURA 3 d -
Evolução do número de abates registrado pelo número de Cisticercose
57
no período de Janeiro de 1999 a junho de 2005.
FIGURA 4 -
Cisticercose bovina distribuída por Diretoria Regional de Saúde, no
58
estado da Bahia, no período de novembro/2002 a junho/2005
FIGURA 5 a -
Matadouros-frigoríficos, Abate bovinos, por município, no estado da
59
Bahia no período de novembro/2002 a junho/2005.
FIGURA 5 b -
Distribuição da Cisticercose bovina, por município, no estado da Bahia
59
no período de novembro/2002 a junho/2005.
FIGURA 6 a -
Distribuição de casos de Cisticercose bovina no estado da Bahia, no
60
período de novembro/2002 a junho/2005, por índice pluviométrico.
FIGURA 6 b -
Romaneios com aparecimento da Cisticercose bovina segundo a
60
pluviosidade da região na Bahia – Novembro/2002 a Junho/2005.
FIGURA 7 a -
Distribuição dos casos de Cisticercose bovina no estado da Bahia, no
61
período de novembro/2002 a junho/2005
FIGURA 7 b -
Distribuição dos casos de Cisticercose bovina no estado da Bhaia,
através do clima, no período de novembro/2002 e junho/2005
61
xi
LISTA DE ABREVIATURAS
SPNBH
EIBT
Scientific Panel on Biological Hazard
Electroimmuno-transfer blot assay
ELISA -
Imuno-ensaio Enzimático
F.N.S.-
Fundação Nacional de Saúde
I.B.G.E.-
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
DICS
Diretoria de Informação e Comunicação em Saúde
M.S. -
Ministério da Saúde
O.M.S. -
Organização Mundial da Saúde
O.P.A.S -
Organização Panamericana de Saúde
P.A.H.O.-
Organização Pan-Americana de Saúde
P.C.R.SEI
Reação em Cadeia Polimerase
Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia
S.I.G. -
Sistemas de Informações Gográficas
S.N.C. -
Sistema Nervoso Central
DIRES.-
Diretorias Regionais de Saúde
INMET
Instituto de Meteorologia da Bahia
SIF
Serviço de Inspeção Federal
SIE
Serviço de Inspeção Estadual
SIM
Serviço de Inspeção Municipal
xii
FITERMAN, I. R.; BAVIA, M. E.; SALES, E.; SANTOS, A.C.B.; SILVA, C. E. P.;
MATOS, S. A. Sistemas de Informação Geográfica no estudo da notificação dos casos
de Cisticercose Bovina no estado da Bahia . Salvador, Bahia, 2005. 107 p. Dissertação
(Mestrado em Medicina Veterinária Tropical) - Escola de Medicina Veterinária,
Universidade Federal da Bahia, 2005
RESUMO
A cisticercose bovina é endêmica, em diversas regiões, com diferentes graus de
prevalência. Esse estudo teve como objetivo, fazer um pré diagnostico da situação da
cisticercose bovina no estado da Bahia, utilizando-se de dados obtidos de cinco
matadouros frigoríficos sob regime de inspeção federal no período de 1999 a 2005.
Foram abatidos 1.330.923 bovinos e a prevalência media de casos positivos variou de
0,82% a 1,23 %, no período. Os meses de maior efetivo bovino para abate foram
janeiro e março, novembro e dezembro. Os meses de março, novembro e dezembro
registraram maior numero de casos positivos. Cabeça, coração e fígado e músculo
foram os que abrigaram mais cisticerco da Taenia saginata. Municípios com
características de “em desenvolvimento” e que apresentavam maior umidade e
pluviosidade registraram maior numero de casos. O uso do Sistema de Informações
Geográficas possibilitou a distribuição espacial da doença, por município e por DIRES,
criando mapas e possibilitando inferências sobre o complexo teníase/ cisticercose.
Palavras Chave – Cisticercose Bovina, Cisticercos da Taenia saginata, Saúde Pública,
Geoprocessamento.
xiii
FITERMAN, I. R. BAVIA, M. E.; SALES, E.; SANTOS, A.C.B.; SILVA, C. E. P.;
MATOS, S. A. Geographic Information System for studying Bovine Cysticercosis in
Bahia, Brazil, 2005. 107 p. Dissertation (Máster of Science in Tropical Veterinary
Medicine) - School of Veterinary Medicine, Federal Universty of Bahia, 2005.
SUMARY
Abstract
Bovine cysticercosis is endemic in different regions of Brazil. The objective of this
work was to diagnose the situation of the disease in Bahia,state, using data from 05
slaughterhouses under the federal inspection system., from the period 1999 to 2005
period. At this time, it was slaughter 1.330.923 bovine and the prevalence rates varies
from 0,82% to 1,23%. In january, march november and december the slaughterhouses
received the biggest herd during the period. The largest numbers of positive cases for
Bovine cysticercus was observed during the months of March, November and
December. Head, heart, liver and muscles were more affected. Municipalities
characterized as “ in development”, with high level of annual rainfall and humidity
registered highest number of positive animals. The use of geographic information
systems has shown to be effective for building digitalized cartographical basis for Bahia
bovine cysticercosis studies, a georeferenced data base and preparing maps that has
shown a spatial distribution of the disease by municipalities and DIRES for Bahia, state.
With the help of this technology it was possible to make inferences about the animal
infected and human participation in the chain of the disease.
Keywords: Bovine Cysticercosis, Cysticercus of Taenia saginata, Public Health,
Geoprocessing.
1
1 INTRODUÇÃO GERAL
O rebanho bovino Brasileiro cresceu 20% nos últimos 5 anos, passando de 159,2 milhões de
bovinos em 1989 para 191,2 milhões em 2004 representando uma participação atual de 11,59%
do rebanho mundial estimado em 1,5 bilhões de cabeças. Este aumento se deve a elevação do
consumo de carne no mercado interno que passou para 36 kg/habitante ano e pela
competitividade da carne brasileira no mercado externo, devido ao custo mais barato, pela
forma econômica de produção do bovino em pastagem, e pela comercialização da carne in
natura (Anuário Brasileiro da Pecuária, 2004). Porém, esse tipo de criação tem sido
responsável pelo surgimento de inúmeras patogenias que vem colocando em risco o
incremento da produtividade e a saúde da população.
Estudos da Organização Panamericana de Saúde - OPAS (1983,1994), sobre a distribuição
geográfica e a importância econômica atribuída a várias enfermidades dos animais,
constataram a contaminação pela cisticercose bovina em 35 países americanos, onde o Brasil
se insere como um país com contaminação relevante para a saúde pública.
A importância epidemiológica da tríade: parasitos, hospedeiros e meio ambiente envolvida no
complexo teníase-cisticercose, insere o cisticerco da Taenia saginata como o principal agente a
ser pesquisado durante a inspeção de carnes.
A cisticercose bovina é uma das zoonoses mais difundidas em todos os continentes,
encontrando-se amplamente distribuída na América Latina, Ásia e África (SCHANTZ et al.,
1993). A ocorrência da teníase no homem, pela sua própria essência, sofre influências
ambientais que variam desde o manejo inadequado dos animais, até os problemas sócios
econômicos e culturais que envolvem o próprio homem (SANTOS 1987; CABARET et al.,
2002). No Brasil, a presença dessa patogenia tanto na esfera animal quanto humana, foi
avaliada por diversos autores que observaram acentuada variação, em nível regional, no
registro da ocorrência dos casos de cisticercose, com profundas conseqüências sanitárias e
econômicas ( SHENONE, 1974; MOREIRA, 2000; MANHOSO, 2004).
Nos animais a cisticercose é assintomática, mas a identificação dos cisticercos em vísceras e
carcaças, após o abate, pode determinar condenações que resultam em prejuízos econômicos
relevantes. Os cálculos desses déficits são, em geral, feitos a partir do estudo de
2
ABDUSSALAM (1974), que ressalta que as perdas econômicas já constatadas em países em
desenvolvimento correspondem a U$ 20,00 a $ 25,00 por carcaça de animal afetado. Quando o
custo da saúde pública é também incluído, fica ainda mais evidente o significante problema
mundial (MURREL 1991). FUKUDA (2003), destaca que levantamentos da doença indicam
taxas mais elevadas nos países em desenvolvimento.
PAWLOWSKY & SCHULTZ (1972), ao estudarem essa zoonose, relataram que a incidência
da cisticercose bovina nas Américas variava de 0,05% a 2,0%. Em 1974, SCHENONE &
LETONJA (1974), seguindo a mesma linha de trabalho, registraram a incidência de 2,65% da
doença no rebanho brasileiro. Segundo DUARTE e CORREIA (1981), em um efetivo de 6,7
milhões de bovinos abatidos, 160.130 animais eram portadores de larva do cisticerco da Taenia
saginata. Valores referidos por UNGAR & GERMANO (1992), situaram a incidência da
cisticercose bovina, para alguns estados do país entre 0,7% e 5,3%. Após esse período, devido
à extensão territorial do Brasil e as diferenças estaduais, os estudos passaram a ser
desenvolvidos pelos diversos pesquisadores em caráter regional encontrando, a exemplo de
ALMEIDA (2002) e MANHOSO (2004) cifras bem maiores.
Na Bahia, RODRIGUES (2000), registrou prevalência de 0,82 % de cisticercose bovina no
matadouro frigorífico de Feira de Santana e Gouvêa (2001), registrou índices de 0,93 e 1,03%
de cisticercose em bovinos abatidos em matadouro frigorífico nos meses de maio e abril
submetido ao Serviço de Inspeção Federal.
Os matadouros frigoríficos sob regime SIF, regidos por legislação, executam atividades de
inspeção sobre carcaças e órgãos e funcionam, basicamente, com relação ao complexo teníasecisticercose, na prevenção da teníase humana, através da destinação adequada de carcaças e
vísceras de bovinos cisticercóticos e também, como fonte de dados estatísticos
nosogeográficos, função esta primordial dentro da vigilância sanitária (UNGAR &
GERMANO, 1990). Segundo estes autores, os matadouros podem ser utilizados como fonte de
dados de relevante importância para a saúde animal e para a saúde pública, permitindo o
registro de indícios da endemicidade, alertando para possíveis epidemias regionais, bem como
para tendências sazonais.
Pesquisadores como PARKINSON (1972), SANTOS (1993) e FUKUDA (2003), realizando
diversos trabalhos de inspeção sanitária em matadouros, alertaram para a importância da
3
identificação da origem dos rebanhos parasitados e do rastreamento desses animais uma vez
que poderão levar à identificação de áreas de alto risco onde a ocorrência da teníase e a própria
cisticercose estariam seguramente interligadas.
Considerando-se a precariedade das informações relativas a essa patogenia e o fato de que
muitas doenças infecciosas e parasitárias necessitam ser suficientemente explorada por
sistemas organizados de processamento, de maneira a tornar visíveis e aprofundados os dados
apreendidos, optamos pelas tecnologias computacionais, como o geoprocessamento, que,
segundo BAVIA (1998), é um conjunto de “ferramentas” que propicia o desenvolvimento de
representações geográficas através da construção de uma base cartográfica digitalizada
georreferenciada que dá suporte a um banco de dados epidemiológicos georreferenciado,
permitindo a criação de cenários naturais num mundo virtual, viabilizando a identificação de
fatores de risco e através das similaridades, a delimitação de suas áreas. Segundo a OPAS e
OMS (2002), as geotecnologias possibilitam a análise epidemiológica para a descrição da
magnitude dos problemas de saúde, e para o apoio à tomada de decisões.
Utilizando-se a capacidade dos sistemas de informações geográficas – SIG em reproduzir o
ambiente natural, em tempo hábil para intervenção (BAVIA, 2000), muitos benefícios poderão
ser providos para a população, uma vez que os programas de saúde poderão vir a ser
direcionado para áreas especificas, minimizando os custos operacionais de controle da endemia
com conseqüente possibilidade de maior abrangência de áreas de atuação.
A carência de dados oficiais que permitam a inferência da real situação dessa zoonose no nosso
meio e as suas conseqüências para população exposta bem como das perdas, econômicas na
cadeia produtiva da carne devido às condenações de carcaças e órgãos, justificam a proposta
desse trabalho, que tem como objetivo montar um SIG através do georreferenciamento e
mapeamento da distribuição espacial dos casos de cisticercose bovina, identificar os principais
fatores de risco ambientais e demográficos responsáveis pela manutenção e dispersão da
doença no nosso meio, bem como, contribuir para ampliar o conhecimento dessa zoonose,
sensibilizar órgãos competentes para a necessidade da continuidade, de atualização do sistema
SIG em apoio às tomadas de decisões.
4
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 CISTICERCOSE BOVINA
2.1.1 HISTÓRICO
A princípio se pensava que os animais haviam passado a Taenia para o homem quando da sua
domesticação, porém através de estudos realizados por paleontologistas como Hoberg e
colaboradores, citados por SHIPMAN (2002), acreditava-se haver duas exposições
independentes de humanos com a Taenia; uma linhagem direcionava para T. solium, e a outra
linhagem envolvia T. saginata e T. saginata asiática. Este fato aconteceu devido a que as T.
saginata e T. saginata asiática poderiam ter divergido quando alguns humanos migraram da
África para a Eurásia. Essa descoberta foi possível através da identificação da cadeia de DNA
da Taenia, conhecimentos estes encontrados através de fósseis que evidenciaram essa expansão
do território humano posto à cerca de 1,7 milhões de anos atrás, quando o Homo ergaster
colonizou a Eurásia.
Movendo para um novo continente, tencionava o Homo encontrar novas espécies de presas e
novos carnívoros competidores. Muitos milênios após essa grande migração da África, o Homo
arcaico envolveu-se com o Homo sapiens, que mais tarde domesticou os animais. O que ficou
claro que os humanos não adquiriram tênias de seus animais domésticos, mas em vez disso
infectou os animais domésticos com suas próprias tênias.
Passado milhares de anos, a cisticercose foi descrita pela primeira vez em humanos no século
XVI, entretanto a natureza dessa helmintíase ficou desconhecida até a segunda metade do
século XIX, quando pesquisadores Alemães demonstraram que a forma larvária da Taenia
solium era responsável por desenvolver a cisticercose em animais e humanos (DEL BRUTTO
et al., 1988).
Com o aumento da densidade demográfica e a urbanização, as parasitoses intestinais assolavam
o homem e era necessário desenvolver pesquisas sobre o assunto, o que incentivou a execução
de diversas atividades e dentre elas a inspeção de carne. Em 1860 a 1865 a pesquisa de
cisticercos é iniciada nos abatedouros, sendo que imediatamente em 1861 Rudolf Leuckar,
professor de zoologia e de anatomia comparada, propôs sobre cisticercos do boi, onde a forma
5
adulta chamou de Taenia mediocanellata, denominada posteriormente de Taenia saginata
(THEVES, 2002).
Mais tarde, através de pesquisa conjunta de diversos autores sobre os aspectos
epidemiológicos, sanitários, morfológicos e de DNA, tanto dos estágios adulto como larval,
chegou-se à subespécie da Taenia saginata clássica, denominada T. saginata asiática. (EOM &
RIM 1992; FAN et al., 1988).
2.1.2 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA CISTICERCOSE BOVINA
Nos países da América Latina a infecção do homem e animais por esta enfermidade encontrase amplamente difundida. Apresentando-se a zoonose de forma generalizada em determinado
território enquanto que em outros aparece de maneira esporádica ou localizada (LUARCA ,
1984).
Segundo informações da FAO/ OMS e OIE (1974), contidas no Anuário de Saúde Animal, a
cisticercose bovina no ano de 1973 foi encontrada em 20 de 29 países ou unidades políticas da
América Latina. O Brasil nessa ocasião foi considerado como esporádico, o que foi
questionado por SCHENONE & LETONJA (1974) que propuseram-se a pesquisar a realidade
brasileira em um período de 10 anos encontrando cifras de 2,65% .
CABARET et al. (2002) selecionaram 21 dados com simultânea correspondência de
investigação de larva de Taenia saginata em gado e formas adultas no homem em uma região
com referência de 1970 a 2002, para os dados da Bulgária, Caucásia, França, Grécia, Itália,
Índia, Nigéria, Polônia, Eslováquia, e os Estados Unidos.
De um total de 4.627.132 bovinos abatidos no Chile, Colômbia, El Salvador, México,
Nicarágua e Uruguai observou-se uma prevalência de 0,27% (SCHENONE & LETONJA,
1974).
RODRIGUEZ-HIDALGO et al. (2003) confirmam a presença de bovino cisticercose no
Equador, geralmente assumida como ausente. Encontraram 0,37% na inspeção visual de carnes
e 4,03% através do ELISA (Ag-ELISA).
6
Exame detalhado no abate de bovino, na Bélgica, encontrou que 9,5% dos animais estavam
com cisticercose (GEERTS, 1990). Estudo mais atualizado realizado também na Bélgica
observou que de um total de 1164 amostras sorológicas coletadas, 36 amostras (3,09%)
estavam positivas (DORNY, et al, 2000).
Comentários realizados por SCHANTZ et al. (1993), especificaram que a prevalência de
bovino cisticercose na Alemanha antes de 1950 encontrava-se em torno de 0,3%, e que por
volta de 1993 os valores apresentavam-se em torno de 2%, podendo está mais alta em algumas
regiões.
PUGH et al. (1989), observaram que cisticerco de Taenia saginata foi detectado, durante a
inspeção de carnes em 2,16% de um total de 102.087 carcaças abatidas em Zimbabwe, durante
os anos de 1986 e 1987.
Na Nigéria estudos realizados em matadouros, cerca de 20% dos animais foram diagnosticados
como infectados nos exames ante mortem da língua e no post mortem das carcaças (LANDA et
al., 1994).
ORYAN et al (1995), verificando a cisticercose no Irã, no período de 1990 a 1993,
encontraram que 7,7% dos bovinos abatidos estavam infectados com cisticercos.
Em estudo soroepidemiológico na região central e oeste de Zambia, DORNY et al. (2002)
detectaram uma prevalência de 6,1% de cisticercose bovina.
Em abril de 2000, 11 de 139 bovinos consignados para abate de um sistema de engorda em
Alberta, Canadá, foram condenados nos Estados Unidos por cisticerco de Taenia saginata,
constatando-se a fonte de infecção no suprimento de água (STEPHEN, 2002).
No Brasil os dados começaram a surgir nos anos de 1946 e 1947 na Região Central, foram
registradas incidências de 1,0% e 1,5% de cisticercose bovina (RIBEIRO, 1948). Segundo
DUARTE & CORRÊIA (1981) do total de 6,7 milhões de bovinos abatidos foram observadas
uma incidência de 2,39 % para o cisticerco de Taenia saginata, enquanto que de 8,8 milhões de
suínos abatidos, 22.271 animais eram positivos para cisticerco de Taenia solium (0,25%). No
ano de 1985, a doença foi classificada como disseminada por todo território Nacional
(UNGAR, 1992).
7
Segundo dados provenientes de matadouros sob controle do Serviço de Inspeção Federal (SIF),
nos anos de 1971 a 1982, 2,25 % de prevalência de cisticercose bovina foram observadas
(VIANA, 1985). Em 1989 encontrava-se em torno de 2,65% (OPA, 1994). SANTOS (1993)
relatou índice de 5,10% de bovinos infectados com cisticercos.
Devido à extensão territorial do Brasil, a necessidade de se pesquisar o problema da
cisticercose regionalmente é observada por autores como FREITAS & PALERMO (1996).
De acordo com OLIVEIRA et al. (1984) pouco se tem realizado para o controle da cisticercose
bovina, embora represente ser uma zoonose de grande importância sócio-econômica.
A grande prevalência da cisticercose bovina no país (4 a 6%), muito superior a da cisticercose
suína (0,5 a 1,0%), nos estabelecimentos inspecionados pelo Serviço de Inspeção Federal do
MAPA, é um grande indicador de que a T. saginata é realmente de ocorrência mais comum
(DIAS, 1991).
O Estado de Goiás e o Triângulo Mineiro apresentaram prevalência de 0,74% no período de
1978 a 1982 e foi observado que a cisticercose bovina encontrava-se em franco crescimento.
REIS et al. (1986), observaram que 80 dos 104 municípios, que enviaram animais parasitados
para o abate, apresentaram prevalência de 1,69%, 1,02% e 0,76% para os Estados de Minas
Gerais, Goiás e Mato Grosso, respectivamente.
Estudos de 15 anos realizados por REIS et al. (1996), no período de 1979 a 1993
demonstraram freqüências que variaram de 0,35% a 4,07% em seis estados do Brasil em
estudos realizados em Minas Gerais, Goiás, Mato grosso, Pará, Tocantins e São Paulo com
abate de 336.723 bovinos e registro de 6.314 casos de cisticercose com prevalência de 1,87%.
Animais procedentes da região do Triângulo Mineiro, no período de 1994 a 1998,
apresentaram 3,20% de prevalência com indicativo de ascensão (REIS & RAGHIANTE 2000).
Em Minas Gerais nos municípios de Divinópolis e Uberlândia, no período de janeiro de 1997 a
dezembro de 1999 foram abatidos 171.208 bovinos, sendo que 7319 apresentaram a
cisticercose com uma prevalência total de 4,3%, e houve uma variação anual entre 1,8% e
7,4% demonstrando claramente um crescente aumento (MOREIRA, 2000). ALMEIDA (2002),
encontrou freqüência geral de 7,0% para municípios de Minas Gerais.
8
No Paraná, ZAMPINI (1994), em estudo retrospectivo abrangendo período de 1982 a 1988,
constatou que a cisticercose bovina atingiu uma média de 2,79 % de prevalência.
KOWALESKI (2002), encontrou um índice de 3,82% ao inspecionar 26.633 bovinos em
levantamento realizado em frigoríficos. CARMO (1997), no Estado do Mato Grosso do Sul, no
período de 1986 a 1993, constatou prevalência média de 1,04%.
O levantamento dos dados registrados junto ao Serviço de Inspeção Federal no Estado de São
Paulo acusou, no período compreendido entre 1980 a 2001, uma prevalência média de 4,28%,
revelando um crescimento extremamente sutil (FUKUDA, 2003). Estudos desenvolvidos por
MANHOSO (2004), registraram prevalência média de 7% para o mesmo estado, muito
superior aos encontrados nos últimos 22 anos.
Prevalência de 1% verificou-se no Mato grosso do Sul para o período de 1974 a 1979 com
perspectiva para elevação devido ao aumento de lotação animal e a falta de condições
higiênicas satisfatórias no meio rural (SCHENK, 2000).
Na Bahia, Rodrigues (2000), registrou prevalência de 0,82% em animais abatidos no
matadouro frigorífico de Feira de Santana, provenientes de 57 municípios e Gouvêa (2002)
registrou incidências de 1,03% em abril e 0,93% em maio, em bovinos abatidos no matadouro
frigorífico localizado no município de Simões Filho. Os dois estabelecimentos submetidos à
Inspeção Federal.
2.1.3 PERDAS ECONÔMICAS
Estimativa global do impacto econômico do Complexo Teníase-cisticercose acontece pela
inadequada informação da prevalência e importância para a saúde pública. Contudo, perda
econômica causada por esta zoonose tem sido estimada para algumas regiões e nessas
instâncias o custo é significante (MURREL, 1991).
SCHENONE & LETONJA (1974), aplicando o critério de ABDUSSALAM (1974), que
estimou perda de US$ 25 por animal pela cisticercose bovina, observaram prejuízo a ordem de
US$ 39.356.875 em 20 países da América Latina, incluindo o Brasil.
9
SCHANTZ et al. (1993), relataram a redução no valor de mercado da carne afetada e a perda
econômica anual de aproximadamente US$ 164 milhões na América Latina e, na África,
perdas de US$ 1000 a 2000 milhões atribuídas a cisticercose bovina.
FAN (1997), relacionou a importância da ocorrência da cisticercose em bovinos a perdas
econômicas associadas à produção de alimentos e calculou um prejuízo da ordem de 420
milhões de dólares anuais na América do Sul. De acordo com esse mesmo autor, em áreas
endêmicas como Taiwan, Koréa e Indonésia, onde 21% da população encontram-se afetada
com a zoonose, as perdas anuais são de aproximadamente 18 milhões de dólares.
No Quênia, foi registrado prejuízo da ordem de 56 milhões por ano pelas condenações e
refrigeração de carcaças. Perdas animais em Botswana aproxima-se de 2,5 mil toneladas. No
Quênia é de aproximadamente 500 toneladas (GRENDLE, 1978).
Em matadouro frigorífico sob regime S.I.F., no Rio de Janeiro, verificou-se que de um total de
1658 fígados inspecionados 78 (4,73%) foram condenados para consumo humano, sendo que
0,06% tinha cisticercose (MELLO, 2000). Nesse mesmo estudo, dos 1658 corações
inspecionados foram condenados 0,60 %, correspondendo a 10 corações, onde cinco deles
apresentaram cisticercose, e relatou-se que muitos estabelecimentos com SIE – Serviço de
Inspeção Estadual, não se abre o coração para uma inspeção minuciosa.
MANHOSO (1996), no entanto, obteve frequência de 0,11% de fígado com cisticercose em
bovinos abatidos no município de Tupã-SP.
Segundo DEWHIRST (1975), nos Estados Unidos é difícil medir o impacto da cisticercose
bovina na produção de alimentos. Contudo, registrou também o surgimento em um sistema de
engorda que resultou em um grau de 10% de condenação de carcaça e perdas de milhões de
dólares para o operador.
CABARET et al. (2002), aponta três pontos importantes para prejuízos ocorrerem na cadeia
produtiva da carne com a existência da cisticercose: a necessidade de estrutura no
estabelecimento de inspeção para congelamento de carcaças, transporte com instalação para
congelados, perda em peso devido ao congelamento (estimado em 2 a 5%). GEERTS (1990),
estimou perdas em torno de 30 a 45% do valor da carcaça, números estes utilizados por
algumas companhias de seguro.
10
Quando o custo da saúde pública é também incluído, fica ainda mais evidente o significante
problema mundial (MURREL, 1991). Torna-se evidente que deveriam ser considerados
também nessas perdas o prejuízo social pelas doenças na população. A situação de
irregularidade no abate clandestino elimina a observação sanitária das carcaças infectadas,
resultando em prejuízos de ordem sócio-econômica para a região e conseqüentemente para o
país (BANKUTI, 2001).
2.1.4 AGENTE ETIOLÓGICO
2.1.4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
Os cestódeos do Gênero Taenia que infectam o homem em seu estágio adulto são T.solium, T.
saginata e T. saginata asiática. Têm como hospedeiros intermediários suínos para T. solium e
T. saginata asiatica e bovino para T. saginata com suas respectivas larvas (cisticercos) (EOM
et al., 1992; FLISSER, 2004).
O adulto da Taenia saginata asiatica é similar ao adulto da T. saginata e o metacestódeo é
similar ao da T. solium, pois, apresenta ganchos rudimentares (FLISSER, 2004). É evidente o
tropismo dos cisticercos da T.saginata asiatica pelas vísceras, principalmente fígado (EOM et
al., 1992). Observa que cisticercos que tenham perdidos seus ganchos podem ser detectados em
suínos (FAN, 1988; ITO et al., 1997).
A presença ou ausência de acúleos permite a caracterização das espécies por T. solium ou T.
saginata, respectivamente. ITO et al. (1997), infectaram ratos com ovos ou oncosferas de
T.solium e T. asiatica oralmente ou subcutaneamente, sendo o primeiro estudo com ratos a
desenvolver cisticercos. Microscópicas observações revelaram que cisticercos com tempo de
cinco meses de T.saginata asiatica não tinham acúleos, embora metacéstodeos com tempo de 1
mês em suínos os tinham. Em contraste, o estágio larvar de T. solium com tempo de cinco
meses em suínos tinha acúleos. Os autores perceberam que os acúleos de T.saginata asiática
desaparecem ou são perdidos entre 1 e 5 meses de existência. Segundo FLISSER et al. (2004)
a T.saginata asatica apresenta rudimentares acúleos, com formação semelhante a uma verruga.
Encontra-se na literatura vasto material sobre a neurocisticercose ocasionada pela
contaminação do homem com ovos de Taenia solium, dando a esta a responsabilidade total
11
sobre o problema. Entretanto diversos pesquisadores ressaltam a possibilidade do homem se
contaminar com ovos da Taenia saginata sugerindo alteração na epidemiologia do complexo
Teníase-cisticercose (SANTOS, 1996; PAWLOWSKY, 1972; GALÁN_PUCHADES &
FUENTES, 2000).
Autores, a exemplo de RODRIGUEZ-HIDALGO (2003), questionaram a epidemiologia da
cisticercose humana em vista de resultados encontrados em abatedouros no Equador onde,
através de exames de fezes da população e amostras sorológicas, foram demonstrados
resultados diferentes e díspares em relação aos adultos e larvas encontrados e que, segundo os
pesquisadores, deve-se reconsiderar algumas suposições em relação à epidemiologia do
complexo teníase-cisticercose.
Em Taiwan, pesquisadores avaliaram a característica epidemiológica peculiar de Cisticercose
suína relacionada com a presença da fase adulta da Taenia saginata na população, o que
estimulou outros pesquisadores igualmente na Koréa e Indonésia a estudarem o assunto, o que
desencadeou na descoberta da Taenia saginata asiatica, intermediária entre a T.saginata e
T.solium, morfologicamente similar à T.saginata, utilizando biologicamente o suíno como
hospedeiro intermediário (EOM et al, 1992; FAN, 1988; FAN et al., 1990). Esta forma exibe
nos suínos um tropismo pelo fígado, embora outros órgãos possam ser afetados, não possuindo
propensão por tecidos musculares (EOM et al., 1992).
Controvérsias epidemiológicas aconteceram também no México, Espanha e certos países da
África, onde humanos são muito mais afetados por Taenia saginata do que por T. solium. No
México para cada caso de T. solium existem 14 casos de T. saginata. Em Bali, SUWETA IGP
(1990), também sugeriu que a Taenia saginata asiática poderia ser o agente causador da
teníase, pelo mesmo motivo de porcos serem mais consumidos e estudos indicarem a
T.saginata como mais prevalente. Pesquisadores a exemplo de ITO (1992), e SIMANJUNTAK
et al. (1997), são de opinião de que a Taenia saginata asiática causam cisticercose humana.
A Taenia saginata asiática é uma subespécie da Taenia saginata a qual encontra-se com
distribuição primária restrita à Ásia, mas casos esporádicos têm sido relatados em países como
EUA e Espanha (FAN, 1997; GONZALEZ et al., 2004).
O Brasil foi citado como sendo um país onde existem problemas de saúde envolvendo a
cistcercose humana. Em vista da alta prevalência de Taenia saginata na população, a larva
12
dessa espécie tem sido acusada de ser também a possível causa da zoonose, e que na opinião
dos autores a situação observada no Brasil é atribuída a duas causas. Primeiro que, a Taenia
saginata poderia efetivamente produzir a referida enfermidade, isto poderia ser comprovado
através de métodos imunológicos com a aplicação do EITB 100% específico para T. solium em
pacientes afetados. Segundo, que a Taenia saginata asiática poderia também estar implicada
na forma adulta, visto sua semelhança morfológica a Taenia saginata, contribuindo com
T.solium para a mencionada cisticercose humana (GÁLÁN-PUCHADES & FUENTES, 2000).
Sugerem em comentário, para o fato da cisticercose humana e a teníase, por Taenia saginata,
quando acontecerem em conjunto levar-se em consideração os muitos anos nos quais a T.
saginata asiática foi sistematicamente confundida com T. saginata em Taiwan, assim como
ocorreu na província de Cheju, Koréia, mencionado por EOM et al. (1992), e que somente
pesquisas com voluntários humanos ingerindo ovos da Taenia saginata poderiam tirar essas
dúvidas.
Pesquisas foram realizadas através da contaminação de macacos com ovos de Taenia saginata
asiática, porém não confirmaram nem descartaram a possibilidade destes ovos poderem
infectar o homem (FAN et al., 1998).
Através de estudo realizado por EOM et al (1992), um homem foi experimentalmente
infectado por via oral com metacestódeo extrahepático de T. saginata asiática, obtido da serosa
do colon de um suíno, e desenvolveu T.saginata asiática. A especificidade do hospedeiro
definitivo parece ser muito crítica (VERSTER, 1974; ALLAN et al., 1991).
No Brasil, estudo realizado no Paraná avaliou a contaminação experimental de bovinos com
ovos de Taenia solium e após 160 a 570 dias, foi possível identificar cisticercos dos suínos no
bovino, e sugerir que bovinos poderiam servir como hospedeiros intermediários da T.solium.
Os cisticercos encontrados apresentavam-se vivos e degenerados. Os vivos encontrados
apresentavam acúleos rudimentares, com número variável de 1 a 42 ganchos com dimensões
de 25,4 – 35,7 μm de comprimento. Pesquisas não foram levadas a termo em relação à hipótese
destes cisticercos poderem causar a cisticercose no homem, pois, não existiram cobaias
humanos dispostos a se submeterem à contaminação (GUSSO et al., 2000).
Foi observado por SALAZAR-SCHETTINO (1990), que formas embrionárias de Taenia
solium muito jovens existentes na carne de suínos, denominadas posoncosferas, foram capazes
de produzir infecção.
13
No homem, através de exames anatomo-patológicos, se avalia a localização, número, forma e
tamanho dos parasitas e têm-se encontrado formas denominadas racemosas, correspondentes a
um conjunto de vesículas sem escólex, com uma freqüência de 4 a 25% dos casos e esteve
associada à forma vesicular pura em 7 – 22% dos pacientes com vesículas variando em
tamanho de 10 a 77mm para a racemosa. Estas formas sem escólex são atribuídas sempre à T.
solium e não são avaliadas rotineiramente necessitando de mais estudo (AGAPEJ, 2003).
SANTOS (1996) salienta que uma grande importância e atenção dispensada a Taenia solium e
praticamente nenhuma dada a Taenia saginata, pode agravar os problemas de Saúde Pública
levando os consumidores a negligenciarem o cozimento adequado da carne bovina. Esse
mesmo autor ressalta a possibilidade de o homem poder infectar-se com a Taenia saginata,
sendo possível através da auto-infecção exógena quando proglótides móveis, característica da
T. saginata, contendo ovos embrionados, são eliminadas com as fezes ou isoladamente
podendo ser encontrados nas vestes, lençóis, etc e levados à boca inadvertidamente pelas mãos
sujas. Diz ainda que éscolex desarmados têm sido encontrados no corpo humano e a ocorrência
pode não ser tão rara como a que tem sido veiculada.
AGAPAJEV (2001), salienta que existem diferenças entre os cisticercos encontrados no
homem e deve-se estudar mais sobre o assunto, pois em algumas regiões existem mais formas
racemosas e outras mais vesiculares alegando este fato à situação genética do parasito, e a
fatores ligados ao hospedeiro.
2.1.4.2 CARACTERÍSTICAS DO PARASITA
O complexo teníase-cistercose por Taenia saginata, está composto por sua fase adulta
(T. saginata) presente no intestino do homem, e seu metacestódeo que se encontra nos
músculos e vísceras dos bovinos (PAWLOWSKY & SCULTZ, 1972; ACHA, 1989;. REIS,
1991).
Segundo SHENONE (1974), a T. saginata é um céstodeo com corpo acintado que mede entre
quatro e 8 metros podendo medir até 25 metros, consta de uma cabeça ou escólex seguida de
uma porção curta sem segmentar, chamada pescoço ou zona germinativa, e o resto do corpo ou
estróbilo formado por proglótides. Vive aderido por meio das ventosas de sua cabeça, à
mucosa da parte proximal do intestino delgado do homem (SCHANTZ, 1994).
14
Ao dizer de GOEZE (1782), citado por SOTELO (1996), o escólex é piriforme, mede de 1 a 2
mm, tem quatro ventosas com um diâmetro de 0.5 a 0.8 mm e é inerme (não possui rostelo nem
ganchos). Também assinala que o pescoço é mais longo do que o de T. solium e
aproximadamente da metade da grossura do escólex. A partir deste, (pescoço ou zona
germinativa) desenvolvem-se os proglótides que maturam segundo se vão afastando do
escólex.
O estróbilo é formado por proglótides separadas por constrições transversais. O número de
proglotes pode ser de 1000 a 2000, como o assinalam NOZAIS (1990) e SCHANTZ (1993).
Os proglótides são de três tipos, imaturos, maduros e grávidos e maturam desde os proglótides
anteriores aos posteriores sendo nestes, onde se realiza a fecundação.
Os ovos de T. saginata são ovais, medem de 46 a 50 por 39 a 41 μm, têm uma membrana
chamada embrióforo a qual é estriada radialmente, secreta queratina e rodeia a oncσsfera ou
embrião hexacanto (SARTI, 1986)
Os proglótides grávidos abandonam o hospedeiro espontaneamente ou com as fezes como
indica SARTI (1986), estes contêm ao redor de 80.000 a 100.000 ovos e o útero tem de 14 a 32
ramos laterais.
Pesquisas indicam a maior distribuição da Taenia saginata, a exemplo de SUWETA (1991)
que avaliou a situação do complexo Teníase-cisticercose nos animais e no homem em Bali, e
verificou que de 515 residentes examinados, de uma vila denominada Denpasar, encontrando
7,1% (32) casos de teníase com identificação de um por T.solium e 31 por T.saginata.
Estudos realizados por DIAS et al. (1991), evidenciando a ocorrência da Taenia sp na
população atendida no Laboratório Central do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, período de
1960 a 1989, constataram que 87,80% das proglótides, em condições de serem identificadas,
foram caracterizadas como sendo de Taenia saginata, demonstrando sua predominância entre
nós.
VILLA (1995), referindo-se ao complexo teníase-cisticercose, observou que havia uma
provável sub-notificação de óbitos nas regiões Norte e Nordeste, devido aos fatores de ordens
culturais, geográficas, históricas, como também pela deficiente rede de atendimento hospitalar.
Segundo a autora, não se descarta a ocorrência de teníases nessas regiões.
15
Os cisticercos são vesículas cheias de líquido que contém em seu interior um escólex
invaginado. A parede da vesícula é uma estrutura membranosa composta de três camadas,
cuticular ou externa, celular ou média e reticular ou interna. Algumas das proteínas dos
cisticercos têm propriedades antigênicas e estimulam a produção de antígenos específicos. No
entanto, estes antígenos não têm maior efeito na proteção contra a doença já que os cisticercos
desenvolvem uma série de mecanismos evasores que lhe permitem sobreviver ao ataque
imunológico do hospedeiro (PAWLOWSKY, 1972) (FIGURA 1).
Realizaram-se estudos histopatológicos da reação tissular em músculo e encéfalo dos bovinos
infectados tanto natural como experimentalmente (SARTI, 1994). Encontrou-se que os
metacéstodeos permanecem viáveis por mais tempo no encéfalo que nos músculos. Em
bovinos sacrificados entre quatro e seis meses, a reação inflamatória em músculos é
granulomatosa e muitos cisticercos apresentam graus variáveis de destruição, enquanto no
tecido nervoso se conservam em forma vesicular com reação inflamatória leve (SARTI, 1992).
Fonte: Ministério das Agricultura Pecuária de Abastecimento
FIGURA 1 a – Presença do cisticerco em músculo bovino
16
Fonte: Ministério das Agricultura Pecuária de Abastecimento
FIGURA 1 b – Presença do cisticerco em fígado bovino
Através de estudos realizados por SCHRAMLOVA et al (1990), demonstrou-se que a camada
de substâncias mucosas de características ácidas que cobrem a superfície do cisticerco,
localizada em músculos de bovinos, hospedeiro específico intermediário da Taenia saginata,
inicia o aparecimento ao redor da quarta semana pós-infecção. Com cinco semanas pósinfecção está completamente desenvolvida.
SCHRAMLOVÁ & BLAZEK (1983), acompanharam o desenvolvimento da morfologia dos
cisticercos onde demonstraram que com 14 dias o cisticerco apresentou-se esférico e
transparente medindo 0,4 a 0,6 mm de diâmetro um amplo núcleo, com nucléolos visíveis no
citoplasma. As células freqüentemente continham dois ou três núcleos. Aos 21 dias, mostrou-se
oval medindo um mm de diâmetro, o lugar do futuro escólex estava marcado; Aos 23 dias,
vesícula oval medindo um mm apresentando as células do futuro escólex que se encontravam
acumuladas em volta do tegumento invaginado; Aos 28 dias 2,2 X 1,9 mm, e apresentou o
escólex invaginado piriforme medindo 0,6 mm; mostrando existência de corpos calcáreos;
Com 34 dias media 2,5 – 3,0 X 3,0 – 4,0 mm e o escólex era longo, apresentando ganchos
visíveis no tegumento do cone rostelar; aos 42 dias a vesícula media 4,0 X 3,0 mm com corpos
calcáreos mais numerosos; aos 55 dias mede 5,0 X 3,0 mm e o escólex totalmente invaginado
sendo que os ganchos não podiam ser vistos nesse estágio. Depois de ter acompanhado o
desenvolvimento dos cisticercos os autores admitem que podem ser de vários tamanhos e
17
apresentar várias diferenciações do estágio morfológico ao mesmo tempo depois da infecção e
no mesmo hospedeiro
ORYAN et al. (1998), anos depois, encontrou que, em infecção experimental de bezerros entre
1 a 2 meses, muitos dos cisticercos não estavam completamente formados 1 mês após a
infecção, mas aos 2 meses os cistos estavam completamente maduros e com 4 meses,
encontraram-se alguns cistos degenerado.
SALAZAR e SCHETTINO (1990), evidenciaram com cisticerco da Taenia solium a
possibilidade de formas muito jovens, denominadas posoncosferas, provocar a enfermidade.
Os cisticercos de Taenia solium desenvolvidos em tecidos de bovinos, através de infecção
experimental, apresentaram um quantitativo de acúleos que variou de 1 a 42 com tamanho de
25,4 – 35,7 Mm de comprimento e apresentaram cisticercos de diferentes tamanhos (GUSSO et
al., 2000). Este experimento demonstrou que os bovinos poderiam servir como hospedeiros
intermediários da T. solium.
2.1.4.3 RESERVATÓRIOS
O homem é o hospedeiro definitivo da forma adulta da Taenia saginata. A forma larvar deste
parasita pode ser encontrada no tecido muscular e visceral de bovinos, hospedeiro
intermediário, extremamente importante para a existência do ciclo (CORRÊA et al., 1997).
2.1.4.4 CICLO BIOLÓGICO
O conhecimento do ciclo de vida da Taenia saginata é essencial para entender melhor à
doença. Uma pessoa adquire a teníase intestinal pela ingestão de carne bovina
inadequadamente cozida com as fases larvárias da Taenia saginata conhecida como cisticerco
(FIGURA 1). A aparição dos primeiros anéis, ou segmentos, é descrita por NOZAIS (1990) e
ocorre entre 12 a 16 semanas.
Segundo manifesta PAWLOWSKY (1972), os proglótides grávidos se eliminam com as fezes
do hospedeiro definitivo, o homem, ou saem espontaneamente pelo ânus, e os ovos se liberam
18
por expulsão ou por desintegração dos proglótides. Os proglótides são móveis e migram uns
poucos centímetros pelo corpo, roupa, cama ou solo, eliminando ovos no processo.
Segundo PAWLOWSKY (1990), os bovinos ingerem os ovos nas pastagens contaminadas e
logo após, sob a influência dos sucos gástricos e intestinais, se dissolve a casca, com o que a
oncosfera fica livre e se ativa, penetrando através da mucosa intestinal até chegar à circulação
geral.
O homem ingerindo a carne contaminada, crua ou mal assada é acometido pela doença,
passando a desenvolver a Taenia saginata no seu intestino e passa a contaminar o meio
ambiente com os ovos (PAWLOWSKY & SCULTZ, 1972; ACHA, 2003;. REIS, 1991).
FIGURA 2 – Ciclo Biológico da Taenia saginata
19
2.1.4.5 MODO DE TRANSMISSÃO
Segundo manifesta PAWLOWSKY (1972), os proglótides grávidos se eliminam com as fezes
do hospedeiro definitivo, o homem, ou saem espontaneamente pelo ânus, e os ovos se liberam
por expulsão ou por desintegração dos proglótides, estes são móveis e migram uns poucos
centímetros pelo corpo, roupa, cama ou solo. Segundo a OPAS (1994), o homem dissemina os
ovos neste processo contaminando as plantas e água.
Um fator importante na disseminação da teníase é a deposição de fezes humanas contendo
ovos do parasita nos locais freqüentados pelos bovinos, tal como se verifica no meio rural
(MANHOSO, 1996).
O homem se contamina ingerindo a carne contaminada, crua ou mal assada, sendo acometido
pela doença, passando a desenvolver a Taenia saginata no seu intestino e passa a contaminar o
meio ambiente com os ovos (SCHANTZ, 1993).
2.1.5 FATORES DE RISCO
2.1.5.1 - CONDIÇÕES SÓCIO-ECONÔMICAS E CULTURAIS
As condições sociais, econômicas e culturais estão intrinsecamente vinculadas com esta
zoonose, já que em cada um dos momentos do ciclo de vida do parasito existem atividades
humanas envolvidas em sua reprodução (DUARTE, 1981). O homem é essencial para a
dispersão dos ovos do parasita quando defeca ao ar livre onde existe a inadequada eliminação
de excretas representando a primeira prática de risco. Além disso, diversos autores alegam que
as condições precárias ou inexistentes de saneamento básico dos municípios, contribuem para a
manutenção do ciclo e da cadeia de contaminação (PAWLOWSKY & SCHULTZ, 1972;
ACHA, 2003; FUKUDA, 1998; SCHENONE, 1974)
Como exemplo, citamos os empregados que trabalham na produção em fazendas que são
indicados como responsáveis pela contaminação de pastos. Foi o que aconteceu em Phoenix,
Arizona, onde um trabalhador da Fazenda, portador de Taenia saginata, contaminou o
ambiente (SLONKA et al., 1975).
20
A falta de higiene pessoal, especialmente os hábitos relacionados com a lavagem de mãos antes
de comer, depois de ir ao sanitário, o consumo de água sem ferver e de alimentos sem lavar,
bem como sua exposição a agentes que dispersam os ovos, são práticas que possibilitam a
ingestão destes pelo homem (KOBAYASHI, 1984).
A infestação por Taenia saginata parece ser o risco de maior importância em relação à
aplicação de lodos sobre as pastagens de bovinos nas regiões temperadas (CABARET et al.,
2002). Esta mesma autora indica a causa desse risco às falhas no nível da higiene humana
sobre as más gestões dos fluxos até chegar às estações de tratamento, quando estes
desembocam acidentalmente em pastos e alerta também para os processos utilizados nas
centrais de depuração, que variam nos diversos locais, como sendo de grande importância para
a infectividade do lodo.
Através de revisão de literatura com base de 1973 a 2001 CABARET et al. (2002),
encontraram 160 referências de parasitos em lôdo de efluentes de esgotos e que
surpreendentemente a correlação entre infecções humanas e parasitas recuperados nos lodos
não era semelhante em alguns países da Europa. Nesse estudo, o Brasil é citado através do
estado do Paraná, especificamente Curitiba, onde aparece os ovos de Taenia como o quinto
lugar em ordem decrescente de freqüência de parasitos encontrados no lôdo, no entanto, o mais
resistente a tratamentos.
Características comportamentais e suprimento de água pública foram considerados estar
associados com o alto grau de infecção em área exposta à irrigação com água residual sem
tratamento. Em Beni Melal no Marroco central, em uma área exposta a este material, foi
encontrado uma prevalência de A. lumbricoides, T. trichiura, E. vermicularis, H. nana, and
Taenia saginata afetados 21.1%, 0.4%, 6.0%, 8.5%, and 2.5% de meninos, e de 19.7%, 0.3%,
4.2%, 5.5%, e 0.1% de meninas respectivamente. Não foi encontrada diferença significativa
entre os diferentes sexos, contudo, exceto para Taenia saginata (HABBARI et al., 1999).
Segundo ILSOE (1990) e KYVSGAARD et al. (1991), o maior fator de risco encontrado na
Dinamarca foi o acesso do gado à água de córrego carreando efluentes de esgoto. No ano de
2000, o surgimento de cisticercose em um sistema de engorda em Alberta, Canadá, levou os
pesquisadores do Canadá Food Inspection Agency em conjunto com veterinários da província
imediatamente a constatarem a fonte de infecção e demonstrarem contaminação de fezes
humanas com ovos de Taenia saginata no sistema de suprimento de água (SCANDRETT &
21
GAJADHAR, 2004). FUKUDA (2003), destaca que levantamentos da doença indicam taxas
mais elevadas nos países em desenvolvimento.
Através de estudos realizados por FERNANDES (2002), reforçou-se a idéia de que o aumento
do número de casos nos bovinos está relacionado ao crescimento da densidade demográfica
com a qual a cisticercose mantém estreita correlação.
2.1.5.2 – SUSCEPTIBILIDADE (NO HOMEM E NO ANIMAL)
BOTERO et al (1993), observaram que entre os adultos, existe um maior consumo de carne
mal assada ou mesmo crua em relação às crianças e pacientes que ingeriram carne crua não
tinham conhecimento do risco que estavam correndo.
TORRES et al. (2001), identificaram em um estudo realizado com 35 pacientes no Chile, que o
acometimento por Taenia saginata correspondeu ao equivalente de 24 casos. Do total de
participantes 30 (85,72%) encontravam-se em idade maior que 21 anos, cinco (14,28%) em
idade menor que 20 anos, observando-se também maior percentual entre as mulheres, 57,1% e
42,9% entre os homens.
Estudos epidemiológicos informam que o parasita adulto se apresenta em todas as idades e que
atinge seu pico em grupos de 16 a 45 anos (idade economicamente produtiva), assim mesmo,
que as pessoas de sexo feminino são as que mais freqüentemente apresentam o parasita (OPAS,
1994).
O grau de infecção decresce com a idade bem como a tendência para generalização, sugerindo
a possibilidade de resistência com o desenvolvimento etário. Animais com mais de quatro anos
de idade apresentam geralmente cisticercose degenerada e que bovinos com mais de 5 anos
apareciam completamente resistentes tendo adquirido imunidade através das repetidas
infecções (PEEL, 1961) .
MOREIRA et al. (2002), encontraram que a grande maioria de um total de animais abatidos
com cisticercose apresentaram cistos degenerados (68%) em relação aos cistos vivos (32%), o
que considerou como dado sugestivo por terem sido de animais mais velhos ou que foram
parasitados jovens.
22
Os estudos epidemiológicos da cisticercose bovina mostraram que quanto maior a idade dos
animais, maior a taxa de cisticercose, com um pico máximo aos 11 meses, provavelmente
como conseqüência da maior exposição ao parasita, ainda que demonstrou que a partir dos dois
meses já se encontram metacestódeos no fígado, e dos quatro a seis meses de idade, no
músculo (GERMANO, 1991).
2.1.5.3 – DISSEMINAÇÃO DO PARASITA
SANTOS (1984), já se referia aos movimentos de populações para os plantios e colheitas de
cana-de-açúcar e citros em São Paulo, com superpovoamento de cidades no interior, com
populações flutuantes, denominadas “bóias-frias”, que por falta de estrutura se alimentavam no
campo, o que representou papel importante na cadeia epidemiológica do complexo teníasecisticercose.
SCHANTZ et al. (1993), observaram que o incremento da prevalência de cisticercose bovina
parece estar associado, dentre outros fatores, com a intensificação do movimento das pessoas
de áreas endêmicas de Taenia saginata por causa do turismo e imigração.
Segundo opinião do Comitê Científico sobre Perigos Biológicos SPNBH (2004), os problemas
estão associados com o movimento da população de área com alta prevalência para áreas com
baixa prevalência ou através do potencial de importação de carne de áreas de alta prevalência.
Pacientes que manifestaram sintomas no Chile eram provenientes da zona urbana em 91,4%
dos casos e 8,6% da zona rural (TORRES et al., 2001).
A imigração do México e outros países tem crescido marcadamente nas três últimas décadas,
onde se estima que o movimento de entrada e saída dos Estados Unidos/México excede 200
milhões de pessoas por ano, oportunidade de adquirir e transportar o parasita (FLISSER et al.,
2004).
23
2.1.5.4 – CRIAÇÕES COM POUCA TECNOLOGIA
Em criação de bovinos que tolere ou promova o contato destes com o excremento humano,
permite-se à infecção do animal (CORREA, 1994).
ALMEIDA (2002), ressalta que em criações com pouca tecnologia, é grande a possibilidade da
presença dos principais fatores de risco para a ocorrência da cisticercose entre os animais.
SCHANTZ et al. (1993), salienta as diferentes características de sistema de criação de bovinos
e diferentes alimentos fornecidos para esses animais também como fatores.
Sistemas de fazenda interferem na maior ou menor positividade para cisticercose bovina,
diferenças significativas foram encontradas por DORNY (2002), em Zâmbia, quando avaliou a
soro prevalência dos animais em três tipos de criações. Encontrou 10,8% e 6,2% em sistemas
de engorda e fazendas tradicionais, respectivamente e em contraste isolou casos de cisticercose
em somente 1% nas fazendas leiteiras, sugerindo que o contínuo contato do homem com o
animal e o uso casual de trabalhadores em sistemas de engorda seria fator que conduziria à
transmissão da Taenia saginata.
As rotas de transmissão indiretas são responsáveis por uma maior quantidade de infecções
leves, entretanto são menos conhecidas do que nos casos de infecções maciças por cisticercose
(KYVSGAARD et al, 1991).
2.1.5.5 – SOBREVIVÊNCIA DOS OVOS NO AMBIENTE
Do ponto de vista epidemiológico, é de grande importância à resistência dos ovos de Taenias
no meio ambiente. Esta resistência é muito elevada quando o substrato está coberto com uma
película de água (CÔRTES, 1984). Os ovos podem permanecer viáveis durante algumas
semanas em águas residuais, rios ou no pasto (PAWLOWSKY & SCHULTZ, 1972). Segundo
o manifestado pela OPAS (1994), o homem dissemina os ovos contaminando as plantas e a
água, podendo-se manter viáveis por 71 dias no esterco líquido, 16 dias em águas residuais
urbanas, 33 dias na água dos rios e 156 dias no pasto. REIS (1991), menciona em pastos secos
e ensolarados por quatro semanas e nestes em condições favoráveis, por 6 meses.
24
Experimentos realizados por STOREY & PHILLIPS (1985), demonstraram que ovos de
Taenia saginata foram encontrados em solo por 200 dias e que o seu desaparecimento da
superfície do solo acontecem por outras razões além de: destruição pelo sol, dissecação ou
através da remoção pelas minhocas, insetos ou outros organismos. As águas da chuva podem
carrear estes ovos, enterrando-os no solo. Os ovos então, ficariam protegidos da radiação solar
e da dissecação e também pelo lodo de esgotos quando estes criam uma crosta na superfície do
solo.
Através de estudos desenvolvidos por SCRANDETT & GAJADHAR (2004), estes indicam
que ovos poderiam estar na água da fazenda, ou em um córrego por um prolongado período de
tempo.
Alguns fatores influenciam a viabilidade e a infectividade dos ovos de tênia no ambiente como
baixas a moderadas temperaturas e altas umidades. Um estudo desenvolvido na Dinamarca por
ILSOE et al. (1990), demonstrou que a sobrevivência de ovos viáveis de T. saginata expostos
às condições climáticas prevalecem na superfície do solo no período da primavera para o
inverno em média sete meses, e do outono para a primavera, não mais do que 8,5 meses.
Muitos pesquisadores têm desenvolvido estudo a respeito da sobrevivência dos ovos de Taenia
saginata. Organizadamente LAWSON & GEMMEL (1978), conseguiram relacionar em tabela
o maior número de observações, e as mais diferentes técnicas, evidenciando uma variação de
longevidade de 21 a 413 dias e ressaltaram que o modelo viável é determinado pela complexa
interação entre fatores ligados ao parasito e hospedeiro dando maior ênfase aos fatores que
afetam a vida livre dos ovos. Para os autores, quantidade e distribuição de ovos estão entre os
mais importantes fatores determinantes da sua infectividade e a dinâmica do seu aspecto de
transmissão foi previamente negligenciada.
SALAZAR-SCHETTINO & HARO-HARTEAGA (1990), pesquisando sobre a biologia do
binômio teníase-cisticercose destacaram dados de GEMMEL (1978), relativos à sobrevivência
dos ovos no laboratório, onde registraram 270-300 dias à temperatura ambiente, sem indicar,
porém se em substrato úmido ou seco e de 335 dias a 4ºC e a 10ºC na proglótide, 35 dias.
Segundo estes autores, o potencial biótico da Taenia adulta é enorme e está relacionado
diretamente com sua longevidade, o número de proglótides expulsos por dia, o número de ovos
por proglótides e sua viabilidade em diferentes substratos e condições. Ovos depositados na
25
pastagem ficam sujeitos aos efeitos do microclima do meio ambiente tolerando uma larga
variação de temperatura, mas são rapidamente mortos por baixas umidades em todas as
temperaturas. Sob as mais favoráveis condições, eles têm limite de vida determinado pela
temperatura ambiental. Deposições de ovos parecem ter vários estágios de maturidade. Ovos
imaturos, recém eliminados, parecem ser capazes de maturar sob convenientes condições
ambientais e tornarem-se infectantes. Evidências demonstram que dispersão considerável
ocorre imediatamente depois das deposições.
2.1.5.6 – TÉCNICA DE INSPEÇÃO UTILIZADA
As investigações para a detecção da cisticercose bovina são inevitavelmente limitadas por uma
série de contingências de ordem econômica, sanitária e prática (SANTOS, 1987).
Técnicas de inspeção inadequadas no diagnóstico post-mortem dos bovinos, permitem que as
larvas escapem aos olhos dos inspetores sanitários. As Técnicas de inspeção adotadas pelos
países se diferenciam em alguns pontos e no Brasil as diferenças acontecem nos diversos
abatedouros seja ele Federal, Estadual e Municipal por não seguirem todos os preceitos da
inspeção definida no Manual de Inspeção do Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento (BRASIL , 1997).
Como observa BLAZEK et al. (1981); SANTOS (1993); FUKUDA (1998); KYVSGAARD
(1991) e ILSOE (1990), as infestações com cisticercos, podem ser débeis, e escapar facilmente
à inspeção veterinária, chegando a ser uma causa importante da parasitose no homem.
No Pará, as baixas prevalências encontradas foram alegadas às condições da inspeção.
Segundo os pesquisadores, aspectos importantes como a qualidade e capacidade dos serviços
de inspeção e a adoção de novas técnicas de exame para aumentar a eficiência na detecção de
carcaças e órgãos cisticercóticos estavam passíveis de uma análise mais acurada (FREITAS &
PALERMO, 1996).
26
As diversas técnicas de inspeção influenciam na positividade das localizações dos cisticercos a
exemplo do exame do diafragma que aumenta em 2,50% chegando até 3,18% quando
considerados também os casos de animais pluricisticercóticos (SANTOS, 1987). Fukuda,
(1998) e SANTOS (1993), observaram a re-inspeção para a correta avaliação das carcaças e
órgãos.
Exame detalhado no abate de bovino, na Bélgica, encontrou que 9,5% dos animais estavam
com cisticercose enquanto os dados anteriores demonstraram que a cisticercose havia
decrescido de 0,3% para 0,03% nos últimos vinte anos. Essa discrepância foi encarada pelo
autor como utilização de técnicas de detecção impróprias utilizadas nos abatedouros.
(GEERTS, 1990).
Estudo realizado também na Bélgica observou que de um total de 1164 amostras sorológicas
coletadas, 36 amostras (3,09%) estavam positivas, enquanto que na inspeção destes mesmos
animais, foram detectadas somente três carcaças positivas (0,26%), demonstrando que a
clássica técnica de inspeção detecta apenas uma menor fração das carcaças infectadas com
cisticercose (DORNY et al., 2000).
Na Dinamarca, pesquisadores observaram que a possibilidade de se detectar bovinos infectados
é limitada, especialmente quando a maioria dos animais encontra-se fracamente infectados
(KYVSGAARD et al, 1990).
Dados de RODRIGUEZ-HIDALGO et al. (2003), confirmam a alarmante diferença de
sensibilidade de detecção dos métodos de diagnóstico, 0,37% para inspeção visual de rotina e
4,03% para o ELISA. Constatando o risco para a saúde humana a passagem de carcaças não
diagnosticadas.
2.1.5.7 – ABATE CLANDESTINO X HÁBITO ALIMENTAR
A falta de controle sanitário da carne, seu manejo e os hábitos de alimentação que incluem o
consumo desta carne de forma pouco cozida ou crua, são práticas que contribuem intensamente
para a infecção (GERMANO, 1991; SCHANTZ, 1993).
27
Através de ALMEIDA et al (2002), percebeu ao avaliar a inspeção de Carne de um Serviço
com Inspeção Municipal e outro com Inspeção Federal, que a diferença nas freqüências de
cisticercose em
bovinos
abatidos
foi estatisticamente significante 10,0%
e 4%,
respectivamente. O que levou o autor a levantar uma hipótese de grande relevância para a
epidemiologia da doença, segundo ele, os animais direcionados para estes estabelecimentos
apresentavam perfil diferente dos enviados para Inspeção com SIF. Os estabelecimentos com
SIM atingem os animais que antes eram encaminhados para o abate clandestino com uma
condição sanitária pior do que os animais abatidos no estabelecimento com Inspeção Federal.
Pesquisa realizada com essa mesma orientação foi realizada em Minas Gerais por MOREIRA
& SANTOS (2000). A Clandestinidade é estimada por autores entre 40 e 51% (VILLA, 1995;
AZEVEDO & BANKUTI, 2001).
2.1.5.8 – VARIAÇÃO SAZONAL
Em estudo realizado por KYVSGAARD (1990), ficou demonstrado existir distinta variação
sazonal com altas prevalências acontecendo no outono. A variação estacional na ocorrência de
cisticercose indicou que os animais são infectados no verão, os quais estão em concordância
com a transmissão carreado por efluentes de esgotos e demonstrou a interação entre esse
contato e localização geográfica. O modelo sazonal poderia, contudo, ser influenciado pelo fato
de que uma proporção relativamente alta do gado abatido no outono são vacas selecionadas.
Encontrou-se que um maior número de bezerros de dois meses se infecta na época de seca
quando faz muito calor. Este fato poderia ser explicado se conhecessem as características do
comportamento dos bovinos, o que por sua vez seria útil para planejar uma campanha de
prevenção (FLISSER, 1994).
STEPHEN (2002), considerou o surgimento de gado infectado com cisticercose em Alberta no
Canadá, sugerindo que os animais poderiam ter sido contaminados na primavera, período de
alto volume de água nos córregos com maior propensão ao encharcamento.
O registro do perfil mensal da prevalência da cisticercose bovina em São Paulo foi
demonstrado por MANHOSO (2004), onde picos ocorreram nos meses de julho, agosto,
setembro, novembro e dezembro de 1999; março, abril, junho e julho de 2000, além de
tendência evolutiva para os meses de abril, maio, junho e julho de 2001.
28
MOREIRA et al (2002), encontraram duas tendências de distribuição de cisticercose no ano em
Uberlândia, com maiores freqüências representados nos meses de agosto a novembro e de
fevereiro e março e outra com menores freqüências em dezembro a janeiro e abril a julho.
2.1.5.9 – CARREADORES ENVOLVIDOS NA DISSEMINAÇÃO
Os ovos dispersam-se no ambiente através das chuvas que favorecem a contaminação dos
pastos, ao transbordar rios e canais poluídos com esgotos (MANHOSO, 1996; ACHA, 2003;
MORAES, 1984; PAWLOWSKY, 1972; SHENONE, 1974; STOREY & PHILIPS, 1983 e
NOZAIS, 1990; STEPHEN, 2002).
LAWSON & GEMMEL (1978), evidenciaram que ovos se dispersam imediatamente após as
deposições e tem sido encontrado a 80 m em um tempo de 10 dias e existem indicações que
pequenos números viajam muito mais.
BILY et al (1978), identificaram, na Europa Central diversas espécies de bezouros importantes
no transporte de ovos de Taenia saginata de forma a constituir uma via secundária de
dispersão. PAWLOWSKI & SHULTZ (1972), evidenciaram que moscas carrearam ovos de
Taenia saginata tanto no corpo quanto no trato digestivo. Em comunicação pessoal, conforme
citação de BILY et al (1978), sugerem que a alta quantidade de cisticercose em bovinos com
infecção leve poderiam ter explicações com o envolvimento de alguns bezouros.
2.1.6 PERÍODO DE INCUBAÇÃO
Nos bovinos, SCHRAMLOVÁ & BLAZEK (1983), abordam opinião de que 2,5 a 3,0 meses é
o menor período durante os quais a larva do cisticerco da Taenia saginata pode alcançar o
estágio infectante e que o critério decisivo da idade da larva não é o tamanho da vesícula, mas
o estágio de diferenciação do escólex o que tem relação com a habilidade do parasito se fixar
na mucosa intestinal do hospedeiro definitivo.
Quanto à teníase, demonstrou-se em estudos experimentais, onde um voluntário ingeriu 3
cistos de larvas de Taenia saginata, que o período pré-patente foi de 84 dias. Em um período
de observação de 26 dias revelou-se um total de 85 segmentos eliminados com ou sem fezes.
29
Dor abdominal iniciou um mês antes do período pré-patente. Náusea, dor de cabeça, distúrbio
no sono começaram aparentemente depois do fim do período pré-patente (TESFAYOHANNES 1990). Através de infecção natural o homem pode levar de meses a anos para
manifestar os sintomas, pois, muitas vezes não percebem proglotides nas fezes.
2.1.7 PATOGENIA
Segundo PAWLOWSKY (1990), quando os bovinos ingerem os ovos ao pastarem, se dissolve
a casca e libera a oncosfera que se ativa pela influência dos sucos gástricos e intestinal, esta
penetra através da mucosa intestinal até chegar à circulação geral. Os embriões disseminam-se
por todo o corpo sendo às 18 semanas infectantes.
Distribuem-se principalmente no músculo e outros tecidos (SCHANTZ et al., 1993). Como
relata QUEIROZ (2000), nestas localizações se desenvolve o cisticerco da Taenia saginata que
pode chegar a medir até 1,0 por 4,5 mm de diâmetro e permanecer viável durante 9 meses ou
mais.
Os metacéstodeos apresentam ao redor deles uma reação inflamatória abundante e sobrevivem
durante longos períodos em seu hospedeiro, provavelmente porque os parasitos podem estar
regulando a resposta imune por meio de mecanismos de evasão, entre os quais observa-se a
inativação do complemento, a depressão de linfócitos, a liberação de fatores lícitos para
diferentes estirpes celulares (eosinófilos, macrófagos), fatores inibitórios de inflamação, e a
presença de um receptor para o fragmento de fixação de complemento das imunoglobulinas
(SCIUTTO, 1990).
Os estudos sobre imunidade, duração e possibilidade de re-infecção no animal mostraram que,
depois de contaminar bovinos sadios com ovos de T. saginata seus anticorpos, detectados por
uma técnica de Imuno-ensaio Enzimático (ELISA) e Imunoeletrotransferência (IET), se elevam
imediatamente e começam a diminuir depois dos três meses da infecção; isto é, durante este
tempo o animal está protegido contra uma nova exposição (PAWLOVSKY, 1991). Ao
contrário, nos animais com metacestódeos viáveis, os anticorpos permanecem moderadamente
elevados e diminuem aos nove meses. Isto provavelmente indica que durante o tempo que dura
30
à resposta inflamatória, os anticorpos permanecem elevados, e diminuem quando a inflamação
termina (MONROY-OSTRIA, 1992).
2.1.8 SINAIS CLÍNICOS
Em geral a infecção nos ruminantes é assintomática e, apesar da curva de peso não ser afetada,
pode haver certo grau de anemia. Em estudos experimentais observa-se no início da infecção
aumento de temperatura, tosse, tremor muscular. A instabilidade na locomoção é vista somente
nos primeiros 50 dias pós-infecção (BLAZEK et al., 1985).
Experimentalmente, também, observou-se aceleração significativa do pulso e da respiração de
bovinos jovens de 1 a 2 meses de idade com 30 dias de infecção por 50.000 ovos (ORYAN et
al.,1998). Segundo este autor, a severidade dos sinais clínicos, hematológicos e patológicos
depende muito da idade do animal e da dose de infecção.
Segundo SÁNCHEZ citado por SOTELO (1996), a parasitose pode ser assintomática, e os
sinais clínicos, no caso de apresentar-se, podem dividir-se em quatro grupos: um caracterizado
pela eliminação de proglótides espontaneamente ou com a defecação, nos quais ha prurido
perianal e urticária, outro com transtornos nervosos (psicogênicos), um terceiro grupo com
diminuicão do apetite, e anemia, e um quarto no que se incluem transtornos gastrointestinais.
Se os proglótides migram a outros órgãos podem causar apendicites, colecistites e transtornos
respiratórios.
No Chile estudos destacaram sintomas clínicos gastrointestinais em 35 pacientes onde ocorreu
dor abdominal em 17 pacientes (48,8%), apetite alterado em 32 (91,4%), 15 pacientes
apresentaram apetite normal (42,9%), 12 tiveram apetite aumentado (34,3%) e 5 diminuído
(14,3%) (TORRES et al., 2001).
A manifestação clínica em um terço dos casos é a constatação de dor abdominal, náuseas,
astenia e perda de peso. Em alguns casos há cefaléia, vertigens, constipação intestinal ou
diarréia e prurido anal. Ocasionalmente pode dar-se a penetração de proglótide no apêndice,
produzindo apendicite Casos mais graves foram constatados a exemplo de peritonite por
perfuração do intestino delgado devido a Taenia saginata encontrado através de operação
31
realizada por LENOBLE & DUMONTIER (1998), também reportado por JONGWUTIWES et
al (2004).
Tendo sido relatado por PANE et al. (1980), caso de Pancreatite aguda pela obstrução do canal
de Wirsung e caso de obstrução devido a impactação por Taenia saginata ao nível da válvula
ileo-cecal (BORDON LM, 1992). Fato repugnante foi observado por FULLER (1973) e
GUPTA (1997) sobre a extração oral da Taenia saginata adulta.
Após período de incubação surgem pertubações gastrointestinais, principalmente dor
epigástrica com caráter de dor de fome. Observa-se perda de peso nos adultos, e com as
crianças o emagrecimento pode vir acompanhado de inapetência, mas pode haver o apetite
aumentado com dores abdominais fugazes.
O diagnóstico clínico da neurocisticercose é dificultado devido ao polimorfismo das
manifestações neurológicas comum a outras doenças do Sistema Nervoso Central e falta do
diagnóstico das diferenças morfológicas entre os cisticercos tem resultado em uma incógnita
com relação à possibilidade da participação do cisticerco da Taenia saginata nas manifestações
de neurocisticercsose humana.
2.1.9 DIAGNÓSTICO
2.1.9.1 DIAGNÓSTICO CLÍNICO
A Teníase geralmente é assintomática, já que produz dano mínimo na mucosa intestinal. De
acordo com SALAZAR SCHETTINO & HARO-ARTEAGA (1990), para se suspeitar da
ocorrência de teníase, muitas vezes o próprio interrogatório observando a relativa freqüência de
saída espontânea de proglótides e amplas cadeias de estróbilos nas fezes sinalizam para a
enfermidade por Taenia saginata, sugerindo ser mais factível o diagnóstico através do raspado
perianal com fita adesiva.
Para cisticercose, atualmente o diagnóstico se deve apoiar com estudos de imagens:
Tomografia Computadorizada (TC) e Ressonância Nuclear Magnética (RM) e testes
imunológicos do líquido cefalorraquiano. A RM é considerada como a técnica de eleição na
prática clínica, já que é a mais sensível do que a TC para diagnóstico de neurocisticercose
32
ativa. Os achados radiológicos da neurocisticercose são muito característicos. Múltiplas
calcificações arredondadas ou ovais podendo aparecer dentro do parênquima cerebral. As
calcificações geralmente têm tamanho variando de 1 a 2 mm de diâmetro e representam a
calcificação do escólex (YAMASHITA et al., 2003).
O diagnóstico ante-mortem dos bovinos baseia-se em exame visual e com a palpação da língua
em busca de cisticercos. Com este método somente pode ser detectado um pequeno número de
animais afetados. Estudos a respeito expõem freqüências que vão de 1.4 a 4.0% por inspeção
de língua em animais altamente infectados (PARDI, 2001).
Em infecções experimentais é possível avaliar a severidade dos sinais clínicos, hematológicos e
patológicos que dependem muito da idade do animal e da dose de infecção. Observou-se que a
atividade da creatinaquinase aumentou significativamente entre 14 a 28 dias pós-infecção e
conteúdo lipídico do soro sanguíneo apresentou marcado aumento entre 9 a 16 dias pósinfecção. Leucocitose periférica e eosinofilia, no início da infecção (BLAZEK et al, 1985). O
aumento dos linfócitos e também dos eosinófilos foi observado por NOZAIS (1990).
2.1.9.2 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
O diagnóstico da teníase no homem, e prevalência, dependem muito da técnica empregada.
Nesse sentido (CABARET et al. 2002), utilizaram o swab perianal, mais prático e mais efetivo
(80 a 88,9%), no diagnóstico da infecção por Taenia saginata no homem. A identificação
inadequada das Taenias é uma das prováveis razões do desconhecimento de sua prevalência
(RICHE & SEWELL, 1977).
Através de características morfológicas como o número de ramificações uterinas das
proglótides eliminadas nas fezes é possível sua contagem quando colocadas entre laminas em
microscópios entomológicos de forma a permitir a diferenciação entre Taenia saginata, Taenia
solium. Essa distinção é possibilitada também por eletroforese, a qual exibe diferenças
estruturais nas isoenzimas que permitem a classificação bioquímica das espécies e algumas
vezes entre espécies (RICHE & SEWELL, 1977).
Estudos realizados por GEERTS et al. (1979), demonstraram a relevância dos componentes
antigênicos da Taenia saginata, para o diagnóstico da cisticercose por imunoeletroforese.
33
A diferenciação também pode acontecer, com maior precisão, pela utilização de características
genotípicas através das provas de DNA (HARRISON et al, 1990; FLISSER et al, 2004) e PCR
(GONZALEZ et al 2002; GONZALEZ et al, 2000; YAMAZAKI et al, 2004).
QUEIROZ et al (2000) ressaltaram a tendência mundial de se desenvolver um
imunodiagnóstico para detecção da cisticercose bovina e recrimina o Brasil por utilizar
somente o diagnóstico visual da inspeção post-mortem. Sugere a implementação do ELISA
como um teste auxiliar na busca de uma maior eficiência no diagnóstico da zoonose.
Esforços têm sido desenvolvidos para evidenciar testes sorológicos com maior sensibilidade e
segurança para o diagnóstico da cisticercose com o bovino ainda em vida. Elementos
constituintes do parasito predispõem a viabilidade desses diagnósticos, a exemplo dos
antígenos imunodominantes da larva invasiva, ou oncosferas, considerados primo imune e
podem ser úteis na proteção e no diagnóstico (FERRER et al., 2003). O ideal é fazer uso de
provas cada vez mais sensíveis e específicas existentes para diagnóstico sorológico a exemplo
de estudo realizado por MINOZZO (2004) com o teste ELISA, demonstrando picos entre 30 a
60 dias pós-infecção e com a utilização do ITB (SOTELO, 2002; FLISSER 2004)
MINOZZO (2004; 2002) ressalta a importância do desenvolvimento de método diagnóstico
para servir como alternativa na complementação da inspeção nos matadouros, em
investigações epidemiológicas ou na rastreabilidade do agente patogênico, melhorando o
controle da cisticercose. Animais direcionados para o abate, com sorologia positiva, seriam
submetidos à inspeção diferenciada.
Dados mais atualizados demonstram a utilidade do antígeno de metacestódeos de Taenia
saginata (HP10 Ag-ELISA) no monitoramento ante-mortem, podendo ser utilizado também na
triagem de animais candidatos à vacina (HARRISON et al., 2005).
2.1.9.3 DIAGNÓSTICO pos mortem
A visualização da larva do cisticerco da Taenia saginata é possibilitada somente após a morte
do animal através do diagnóstico que se realiza em abatedouros, para o qual se fazem cortes
nos músculos e vísceras em busca de cisticercos. Nessas inspeções, observações visuais são
realizadas com objetivo de pesquisar os metacestódeos superficialmente ou nos pontos de
34
corte, peças e regiões anatômicas consideradas de eleição e nas características macroscópicas
dos cisticercos (BRASIL, 1997).
As áreas consideradas de eleição, denominadas preferenciais são: coração, músculos da
mastigação, língua, diafragma e seus pilares, bem como músculo de fácil acesso de inspeção
obrigatória, somente inspecionando outras áreas quando são encontradas infecções maciças,
restringindo à avaliação da situação animal. Outras localizações podem ocorrer, porém com
menores proporções (VILLA, 1995; QUEIROZ, 2000).
Segundo MOLINARI (2002), ainda que se realize a inspeção de forma esmerada, algumas
infecções leves passam despercebidas. Por isso pesquisadores a exemplo de SANTOS (1978;
1987), desenvolvem técnicas que visam aperfeiçoar a inspeção.
Muitos são os locais onde as alterações patológicas acontecem e são preferenciais em
determinadas doenças com suas características próprias e inúmeras pesquisas foram
desenvolvidas no sentido de avaliarem estes locais onde mais são encontrados os cisticercos no
bovino, pois, para realizar-se uma inspeção de forma criteriosa é de suma importância este
conhecimento (SANTOS, 1993).
Segundo KEARNEY (1970), citado por CORRÊA et al (1997), os cisticercos tendem a se
localizar nos músculos com rico suprimento de mioglobina, onde ocorre uma melhor
oxigenação dos tecidos.
Nas inspeções post-mortem em matadouros, a cabeça e o coração devem ser considerados os
principais pontos de eleição na pesquisa da cisticercose (MOREIRA et al., 2001). Em estudo
estatístico realizado com 1.838.069 bovinos, PARDI et al. (1952) chamaram a atenção para o
fato de que em mais de 99% dos bovinos infectados, os cisticercos se localizavam ou nos
músculos mastigadores ou no coração. MANHOSO (1996), observou 97,7% dos
acometimentos nessas regiões.
Inúmeros pesquisadores afirmam que o cisticerco desenvolve-se preferencialmente em tecidos
como: músculos masseteres, língua, coração, diafragma, esôfago e raramente nos linfonodos,
dentre eles FREITAS (1976); DUARTE & CORRÊIA, (1981); SANTOS (1984) e OLIVEIRA
et al. (1984). REIS et al. (1996), encontraram, todavia, vesícula viável na zona medular do
35
linfonódulo sub-ilíaco, mais precisamente para a extremidade caudal. Contudo, SOULSBY
(1987), assinala que os cisticercos podem distribuir-se em todo o corpo.
Segundo KYVSGAARD (1990) os músculos e órgãos viscerais, a exemplo do fígado, pulmão,
superfície peritonial do rúmen foram os órgãos mais acomentidos pela larva de Taenia
saginata. Estudo realizado por SANTOS (1978) verificou infecções não tão leves no cérebro.
WANZALA et al (2003) observaram invasão das oncosferas em locais de predileção como o
coração, língua, músculos da cabeça, e a inclusão do tríceps braquial, bem como em locais não
preferenciais a exemplo do pescoço, lombo, quarto posterior, peito, região pélvica e lombar.
MINOZZO et al. (2002) apresentaram resultados de pesquisa experimental realizada em
Curitiba, com ovos de Taenia saginata em bovinos, onde demonstraram cisticercos localizados
no coração 6,98% , 2,56% no diafragma, 2,14 % pulmão, 1,71% fígado, 1,0% língua, 0,43%
rins, músculos anteriores 46,0% , músculos posteriores 35,33% e cabeça 3,85%. Registrou-se
também que dos 702 cisticercos descobertos, 570 (81,20%) estavam vivos e 132 (18,80%)
estavam calcificados e que os bovinos adultos eram mais resistentes á infecção com baixo
número de cisticercos e alto número de cistos calcificados.
SANTOS (1993), utilizou-se na rotina da inspeção post-mortem, técnica de exame dos pilares
diafragmáticos, de sua autoria, que consistia na retirada dos pilares do diafragma da carcaça, a
remoção de sua serosa e os exames visuais de suas superfície, praticando vários cortes. Do total
abatido encontrou prevalência de 4,93% (4222) casos de cisticercos onde 4,62% dos casos
estavam localizados exclusivamente nos pilares do diafragma.
Este mesmo autor, através da técnica de re-inspeção de 8756 casos de cisticercose encontrados,
observou uma prevalência de 14,33% (1255) casos de cisticercose identificados no diafragma e
que 96,7 % de 4.366 bovinos infectados apresentara somente um cisticerco, porém, admite que
possivelmente outros cisticercos poderiam estar presentes na carcaça.
De um total de 942 animais examinados no Leste da Nigéria 38 tinham cisticercose. Chegando
a 7,5 % do gado em um determinado estabelecimento em Nkalagu. Sendo os locais de
predileção o coração com prevalência de 26,32%, língua 18,42%, músculo masseter 15,79%,
36
pilar do diafragma 13,16%, músculo do braço 10,53%, fígado 5,26%, esôfago 2,63%, pulmão
2,63% (OKOLO, 1986).
PUGH & CHAMBERS (1989), encontraram em 102.087 bovinos abatidos, uma prevalência de
2,16% de cisticercose. Em carcaças levemente infestadas, a cabeça foi o local mais afetado
(68,42%), seguidos da paleta (28,27%) e coração (10,1%). Os demais locais equivalem a 1,9%
(40 casos).
Em uma província do Iran, o local mais comum era músculo da espádua (26,3%), masseter
(23,7%), língua 24,9% e coração (23,4%). Faringe, esôfago e diafragma encontraram 0,9 , 0,5 e
0,4% de infecção respectivamente (ORYAN et al., 1996).
Em trabalho experimental, realizado com 23 bovinos na Dinamarca, identificou-se como locais
de predileção para ocorrência, o coração com 15,7% e masseteres com 6,5%, locais
preferenciais considerados de maior importância (KYVSGAARD et al.,1990).
Nos anos de 1999 a 2001 em São Paulo, foram diagnosticados 21546 casos de cisticercose,
onde 19873 (92,22%) foram de carcaças monocisticercóticas. Apenas 7,68% corresponderam a
animais que apresentaram mais de um cisticerco em localizações variadas. Dos 19.873 casos,
50,21% do total estavam localizadas na cabeça (músculos masseteres e pterigóides) e 46,76%
no coração. Em percentuais muito menores, e em ordem decrescente, os demais casos foram
encontrados no esôfago com 1,98%, no diafragma com 0,54%, na língua com 0,26% em
músculos da carcaça com 0,11% e no fígado com 0,10% (FUKUDA et al., 2003).
MANHOSO e PRATA (2004), verificaram que dos 54.433 animais infectados, 99,40% foram
classificados como carcaças monocisticercóticas, destacando-se os músculos cardíacos
juntamente com os masseteres e pterigóides, localizados na cabeça, com 55,01% e 44,15%,
respectivamente, em representação de comprometimento, seguidos pelo esôfago (0,17%),
língua (0,04%), fígado (0,02%) e os músculos da carcaça (0,01%). Na Bahia, Gouvêa (2002)
registrou maior distribuição nos músculos da cabeça e coração.
37
2.1.10 MEDIDAS DE CONTROLE
2.1.10.1 EDUCAÇÃO SANITÁRIA
Recomendações de controle incluem educação aos empregados sobre o modo de transmissão e
higiene pessoal, instalação de programa que incluam exame dos empregados periodicamente,
manter pessoas estranhas afastadas de áreas críticas, instituir manejo adequado dos animais
evitando o acesso dos mesmos a ambientes contaminados, bem como a não utilização de
dejetos humanos como fertilizantes de pastagens (CABARET, 2002; SOTELO, 1992;
QUEIROZ, 2000).
Evitar promiscuidade no convívio entre pessoas e animais, promover a higiene alimentar de
maneira a evitar a ingestão de ovos de tênia através das verduras cruas ou de água com
procedência duvidosa e principalmente, no que se refere ao consumo de carnes, o
conhecimento de sua origem e dos aspectos da inspeção sanitária a que devem ser submetidas
(PAWLOWSKY, 1982; MANHOSO & PARDO, 1998).
2.1.10.2 MODERNIZAÇÃO DAS PRÁTICAS DE MANEJO
SCHANTZ et al. (1993), ressalta a modernização das práticas nas criações como medidas a
serem propostas em programas de controle. STEPHEN (2002), ilustra muito bem a necessidade
de considerar a água como uma potencial via de contaminação para ovos de T. saginata e a
assegurar o suprimento tanto de água como de forragem livres da contaminação fecal.
2.1.10.3 TRATAMENTO DE ESGOTOS
A inabilidade de destruir ovos nos tratamentos de esgotos foi mencionado por SHANTZ
(1993), e segundo CABARET et al. (2002), diversos tratamentos podem e devem ser propostos
para a redução de patógenos nas excretas humana com procedimentos biológicos e não
biológicos. Dentre os não biológicos, cita-se como os mais utilizados o saneamento com cal, ar
e calor seco, tratamento a quente (pasteurização). Entre os biológicos a sedimentação em
lagoas, digestão anaeróbica, digestão aeróbica por mesofílicos e termofílicos (com ou sem
subseqüente anaerobiose digestão), compostagem. Segundo CABARET et al. (2002), estes
processos são de extrema importância para a infectividade do lôdo. A relação entre viabilidade
38
e infectividade foi pesquisada por OLSEN e NANSEN (1990), onde concluíram que digestão
mesofílica anaeróbica de esgoto causou uma rápida perda de infectividade dos ovos.
2.1.10.4 VALORIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ABATE
PARKINSON (1972), entende os estabelecimentos de abate como de grande utilidade nas
ações de profilaxia das doenças e da vigilância epidemiológica , contribuindo na identificação
de áreas de alto risco, onde a ocorrência de certas doenças como a teníase humana e a
correspondente cisticercose animal estariam seguramente associadas.
Dessa maneira, aumentar o número de abatedouros, Estadual ou municipal de forma a facilitar
o direcionamento dos animais para o abate com inspeção, ou criar condições para que os
animais sejam direcionados para os abatedouros regionais, em geral sob serviço de Inspeção
Federal, são medidas a serem desenvolvidas em prol do controle da zoonose, respaldado muito
bem por FUKUDA (2003), quando diz que o registro dos casos e a descoberta de áreas de risco
constituem uma etapa importante para o diagnóstico e para a prevenção da zoonose. Através de
estabelecimentos com Inspeção sanitária pode-se fazer o registro dos casos e pontuar as regiões
afetadas.
2.1.10.5 COLETA E DIVULGAÇÃO DE DADOS
É importante, no entanto, que os dados registrados nos estabelecimentos de abate sejam
realizados de forma completa e corretas, pois, segundo UNGAR (1990), a utilização de
técnicas diagnósticas inadequadas, fichas mal preenchidas ou incompletas, sem procedência
dos animais, sem indicação de peso, sexo e estimativa de prejuízos, juntamente com falhas
humanas podem resultar na perda de informações importantes, e na ineficiência dos Programas
de Controle de Doenças.
2.1.10.6 DESENVOLVIMENTO DE TÉCNICAS DE INSPEÇÃO
As técnicas de Inspeção devem ser pesquisadas e os inspetores treinados nas melhores técnicas
de maneira a identificar com maior exatidão as carcaças cisticercóticas, principalmente porque,
no geral, a maioria delas é monocisticercótica (SANTOS, 1993).
39
Autores como FUKUDA (1998) e SANTOS et al. (1984; 1987; 1993), desenvolveram técnicas
para a inspeção de carnes com o objetivo de aumentar a eficácia da detecção dos cisticercos.
Diversos autores alertam para o fato de que a probabilidade de se detectar carcaças albergando
somente poucos cistos é baixa e que aumenta com o nível de infecção (JURANEK, 1976;
KYVSGAARD, 1990; DORNY, 2002; RODRIGUEZ-HIDALGO, 2003).
O incremento no número de cortes com o aumento da superfície a ser examinada, revelaria
presença de cistos não detectados na inspeção de rotina (JURANEK et al., 1976).
Resultados de pesquisa confirmam que a observação de cisticercos em área de predileção nas
carcaças devido ao pouco tempo destinado à inspeção de rotina de carne é insensível e
inadequado. Segundo os pesquisadores, é necessário aumentar a área e o número de locais de
predileção durante a inspeção e se basear na procedência dos animais (WANZALA et al.,
2003).
2.1.10.7 VIABILIZAÇÃO DE TESTES PARA DIAGNÓSTICO
Desenvolver testes diagnósticos ou mesmo tornar viáveis os já existentes para servir como
ferramenta de apoio aos trabalhos dos inspetores, para que possam direcionar e agilizar as
atividades nos matadouros frigoríficos com os lotes de animais reconhecidamente de regiões
endêmicas, com resultados Imuno-ensaio enzimáticos positivos. Segundo orientação de
MINOZZO (2004), teste sorológico de bovinos nascidos e criados na mesma propriedade,
sugere a presença de indivíduos portadores de teníase entre aqueles que mantêm contato com
os animais na propriedade e dessa maneira, através da sorologia para cisticercose bovina, podese monitorar a prevalência da teníase humana. Acrescenta ainda que a sorologia poderia ser
utilizada de forma repetida no rebanho, o que indicaria o período da introdução da doença na
propriedade ou mesmo na compra de animais para a engorda e posterior abate prevenindo
assim perdas futuras.
Os métodos diagnósticos concorrem para detectar a cisticercose, uns com mais outros com
menos sensibilidade. DORNY et al. (2002), salientam através dos estudos realizados em
Zâmbia, a necessidade de métodos mais sensíveis a serem utilizados no diagnóstico para
impedir que carne inspecionada apenas pela inspeção de rotina seja oferecida à população.
40
Taxas gerais de prevalência de teníases, mesmo que aparentemente baixas, são importantes,
pois põem em evidência a existência de cisticercose animal, mesmo que esta não tenha sido
demonstrada oficialmente (SCHENONE & LETONJA, 1974).
O município de Ribeirão Preto, pioneiro em implantar a notificação compulsória , detém o
coeficiente de prevalência de cisticercose de 67 casos / 100000 habitantes pesquisados no
período de 1992 a 1997, por CHIMELLI (1998), tendo sofrido um incremento do coeficiente
que era de 54/100000 (TAKAYANAGUI et al. 1996), num intervalo de 2 anos, podendo
representar um agravamento da situação epidemiológica ou, mais provavelmente maior adesão
dos profissionais da área de saúde.
De acordo com a OPAS (1994), a notificação compulsória é o melhor recurso para a
investigação epidemiológica e análise comparativa nas diferentes localidades e salienta que as
informações disponíveis sobre a situação epidemiológica do complexo teníase / cisticercose na
América latina são incompletas, entre outras razões pela inexistência de notificação.
2.1.10.8 JULGAMENTO ADEQUADO DA CARCAÇA E TRATAMENTO DA CARNE
O controle dessa enfermidade está relacionado com a inspeção e o julgamento das carnes que
vão para o mercado consumidor. Os Médicos veterinários na função de inspetores, participam
da prevenção da teníase humana, ao definirem destinação adequada das carcaças e órgãos
bovinos portadores de cisticercose (SANTOS, 1982).
A presença de um único cisticerco calcificado no conjunto de órgãos, vísceras e carcaças na
rotina da inspeção, não isenta a carcaça da presença de cisticercos vivos em local que não seja
rotineiramente examinado (RODRIGUES, 1993).
JURANEK et al. (1976), descreveram o julgamento de carcaças usado nos Estados Unidos,
onde observou que se 1 cisto fosse encontrado a carcaça era encaminhada para inspeção
adicional para determinar o encaminhamento final, se retenção ou processamento especial ou
condenação. Carcaças eram condenadas se cistos fossem encontrados nos dois últimos locais
especificados, podendo ser os músculos da mastigação, coração, língua, esôfago, diafragma ou
musculatura exposta durante os procedimentos normais e se cisticercos aparecessem nas 2
últimas superfícies expostas pelos cortes transversais simples dentro de cada espádua .
41
Nos matadouros frigoríficos a Carne é inspecionada e quando constatado cisticerco, em
infecção leve, é então submetida a tratamento através do congelamento, de forma a causar a
morte dos cisticercos, recomendado por SOULSBY (1982), para carcaças de porcos ou
bovinos a uma temperatura de – 10ºC por 10 a 14 dias, adotado também como recomendação
do Comitê Científico sobre Perigos Biológicos (SNPBH 2004) bem como o cozimento da
carne a uma temperatura em torno de 50ºC a 60ºC.
O tratamento das carcaças através do congelamento a – 10ºC por 10 dias foi adotado pelos
matadouros frigoríficos com Inspeção Federal e é um dos métodos utilizados para a eliminação
dos cisticercos (QUEIROZ, 2000).
2.1.10.9 COMBATE À CLANDESTINIDADE
Idealmente, segundo SCHANTZ et al. (1993), a estratégia para intervir na prevenção do
complexo teníase-cisticercose se baseia a longo prazo na inclusão de apropriada legislação.
Criar leis e decretos com conhecimento do sistema produtivo da carne para que estes
dispositivos realmente funcionem, bem como dar condições para que as portarias e decretos já
existentes na legislação possam ser efetivamente implementados ou mesmo avaliar e analisar
métodos que venham coibir o abate clandestino é uma maneira de prevenir e que vem
fortalecer e apoiar os profissionais do setor, pois como menciona AZEVEDO & BANKUTI
(2001), o maior benefício obtido pelo contraventor que pratica o abate clandestino, é a
possibilidade do aproveitamento de carcaças que seriam descartadas por motivos sanitários ou
de padronização. O consumo de uma carcaça que, segundo as normas sanitárias, deveria ser
condenada constitui um custo potencial para o sistema público de saúde e, sobretudo, para a
população em geral.
2.1.10.l0 COOPERAÇÃO INTERDISCIPLINAR E SETORIAL
Para diversos autores a exemplo de SCHANTZ (1993) e ALBUQUERQUE (1984), a
cooperação entre veterinários e médicos devem acontecer de maneira mais integrada, da
mesma forma que os gestores das instituições direta e indiretamente envolvidas, devem
promover a saúde através de programas efetivos, amplos, participativos com inclusão de
campanhas agressivas de aperfeiçoamento da higiene pessoal e saneamento básico na área
endêmica da doença.
42
2.1.10.11 VACINAÇÃO DOS BOVINOS
A maior dificuldade em experimentos com referência a vacinação de bovinos contra
cisticercose é a necessidade de se introduzir número grande de animais para serem testados, o
que torna economicamente questionável para os pesquisadores, pois ao final dos experimentos
os animais devem ser abatidos e totalmente dissecados para se pesquisar a existência de
cisticercos (OLSEN, 1990).
A prática da vacina para prevenir infecção com o parasita no bovino seria valiosa e poderia
assistir o controle da transmissão para humanos (LIGHTOWLERS et al., 1996).
A imunoterapia baseia-se na intervenção imunológica que pode alterar a interação hospedeiroparasita, causando destruição do cisticerco. A autora dá exemplo de animais infectados com
duas doses sucessivas de T. saginata que, paradoxalmente, desenvolveram poucos cisticercos
em comparação com bovinos infectados com uma única dose implicando em que a préinfecção acelera a degeneração dos cisticercos bem como a reabsorção (FLISSER, 1990).
Muitos estudos evidenciaram a vacinação com extratos de oncosferas e produtos das secreções
das oncosferas por apresentar alto nível imunológico para prevenir infecções com ovos de
Taenia saginata. Proteção de 99,8% foi encontrada por LIGHTOWLERS (1996), ao combinar
antígenos denominados TSA-9 e TSA-18 oncosfera recombinantes em infecção experimental
com ovos de Taenia saginata. Ele usou a Técnica de recombinante de DNA para clonar
antígenos de oncosferas de Taenia saginata.
Dados mais atualizados propostos por HARRISON et al. (2005), confirmam que a proteína
recombinante da oncosfera (HP6) estimulou proteção imunitária em 100% dos bovinos
utilizados em experimento. O autor salienta que esses dados indicam claramente a necessidade
de triagem futura em larga escala e que estudos nessa área tem acontecido com sucesso, porém
experimentos requerem ser testados em um maior número de animais para a certeza da escala
comercial.
43
2.1.10.12 VERMIFUGAÇÃO DE BOVINOS
Através de recomendação em boletim informativo técnico de industria farmacêutica bovinos
deveriam receber tratamento com benzimidazois dois meses antes do abate.
2.1.10.13 TRATAMENTO DE INDIVÍDUOS INFECTADOS
O tratamento das pessoas acometidas de teníase e cisticercose, principalmente dos empregados
diretamente na atividade agropastoril é essencial para o controle da cisticercose bovina (REIS,
1996; QUEIROZ, 2000).
2.2 CLANDESTINIDADE
A clandestinidade é uma característica marcante na comercialização de produtos de origem
animal no Brasil, onde as normas de segurança do alimento não vem sendo atendida
adequadamente. O segmento opera de modo absolutamente distinto, definido pelo
descumprimento a algum elemento do ambiente Institucional formal, seja pelas normas
sanitárias ou fiscais trazendo prejuízos diretos ao sistema de saúde e indiretos à capacidade de
trabalho ocasionado pelo consumo de carne contaminada e também pela não arrecadação de
impostos (AZEVEDO & BANKUTI, 2001).
VILLA (1995), afirma que a Inspeção Federal abrange em torno de 49 % da carne consumida
no país, concentrando suas ações principalmente nos grandes centros urbanos e o serviço não
possui dados consolidados da Inspeção estadual e Municipal.
Através de dados pesquisados por AZEVEDO & BANKUTI (2001), é notório o desencontro
das informações de abate bovinos com as informações de couros produzidos o que vem
claramente confirmar a clandestinidade. Segundo os autores, através de dados de doze anos
estimados pelo Centro das Industrias de Curtume do Brasil (CICB) confrontados com o
consumo de cromo, básico no processamento wet blue, e dados da Pesquisa Trimestral do
Couro IBGE segundo os quais foi possível estimar a informalidade em uma média de 40%,
com dados mínimos de 32% a máximos de 51%.
No Brasil, ficou registrado pela pesquisa trimestral do IBGE que foram abatidos 10.456.000
bovinos, onde se observou um beneficiamento de 14.855.372 unidades de couro bovino
44
revelando nesses números, estimativa do quantitativo do abate clandestino existente já que não
poderia existir unidade de couro sem correspondente animal (IBGE, 2003).
A falta da informação sobre a frequência de cisticercose em animais abatidos sem inspeção é
outro fator que dificulta a análise dos dados de ocorrência de cisticercose bovina (ALMEIDA
LP et al, 2002).
AZEVEDO & BANKUTI (2001), relataram a necessidade de se investigar mais detalhes sobre
os pontos de apoio do abate clandestino que independem do cumprimento das normas e
taxação de impostos, agindo à margem da legislação.
A falta de consciência do consumidor, dos problemas de saúde a que estão sujeitos, seja por
falta de orientação leva-o a adquirir o produto sem inspeção acreditando no ponto de venda,
conforme pesquisa realizada por BUZO (2000) que avaliou em 75% a grande confiança dos
consumidores na segurança dos alimentos.
2.3 LEGISLAÇÃO
Por meio da Lei 5760/71 o Serviço de Inspeção Sanitária esteve sob total controle Federal
sendo caracterizado como burocrático, mas eficiente pelos agentes atuantes no Sistema.
Quando da Elaboração da Lei 7889/89 o sistema teve suas responsabilidades divididas em três
níveis sendo criado o da esfera Estadual e Municipal.
A cisticercose está classificada como zoonose de notificação obrigatória na lista B do Código
Sanitário Terrestre da Organização Mundial de Saúde Animal - OIE (OIE, 2005). O Ministério
da Saúde, através da portaria 1100 de 24/05/96, recomenda a implantação da notificação
compulsória do complexo teníase/cisticercose, sendo que apenas os estados de Santa Catarina,
Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul e localidade de Ribeirão Preto foram sensíveis e
atuaram no sentido de promovê-la (AGAPEJEV, 2003).
Segundo observação de ALBUQUERQUE (1984), apesar da Legislação determinar a
obrigatoriedade das notificações, isto na prática não acontece, com o rigor que deveria ser
observado. O que se apresenta é um sistema de informação deficiente fruto da falta de
entrosamento dos órgãos de uma mesma área e de diferentes áreas relacionadas as zoonoses.
45
Atualmente o diagnóstico é realizado em matadouros, com referência aos achados de
cisticercos nos tecidos superficiais ou nos pontos de corte, peças e regiões anatômicas
denominadas “preferenciais” e nas características macroscópicas dos cisticercos, segundo o
artigo 176 do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal
(RIISPOA , 1997).
As ações de fiscalização baseiam-se nas portarias 89 e 90 15/07/96 e portarias 304 e 145
04/01/99. De acordo com AZEVEDO & BANKUTI (2001), há esforços diversos para
elaboração de normas e portarias, que têm entre seus objetivos inibir e eventualmente extinguir
o abate ilegal. A eficácia dessas medidas, entretanto, ainda não foi avaliada por meio de uma
estimativa do nível de informalidade ao longo do tempo. Ademais, na elaboração das portarias,
no geral, desconsideram-se particularidades do funcionamento de mercados informais, um
ponto ainda pouco explorado na literatura econômica o que pode conduzir a políticas
equivocadas.
Por outro lado, o consumidor está protegido no artigo 8 da Lei 8078/90, Código de Defesa do
Consumidor BRASIL (1990), segundo o qual os produtos e serviços colocados no mercado de
consumo que não devem acarretar risco à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os
considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os
fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu
respeito.
Restando defesa ainda, para aniquilar a mais tênue dúvida sobre o respaldo existente na
legislação em defesa do consumidor, no art. 196 da Constituição Federal – “A saúde é direito
de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
(BRASIL, 1998).
2.4 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS – SIG
Com os avanços da tecnologia computacional, criou-se um dispositivo poderoso que permite
tratar uma grande quantidade de informações dentro de um contexto geográfico (VINE et al.,
1997)
46
Sendo constituído por um conjunto de ferramentas desenvolvida em um software específico
sobre um Sistema Gerenciador de Banco de Dados – SGBD, um SIG permite coletar, tratar
dados da mais diversas fontes, armazenar, processar, recuperar, analisar, transformar, emitir e
apresentar de forma integrada grandes volumes de informações espaciais (RODRIGUES, 1990;
CÂMARA, 1995; STRAUCH & SOUZA, 1998).
A aplicação do SIG em saúde pública é visto pela OPAS/OMS como úteis na identificação das
áreas de maior risco ambiental; para análise de padrões ou diferenças nas situações de saúde
em diferentes níveis de agregação; na identificação de grupos de alto risco e áreas críticas, ao
facilitar as múltiplas análises dos elementos espaciais de informações a partir de zonas de
interseção de variáveis e como apoio à vigilância sanitária e monitoramento de saúde pública
(OPAS/OMS, 2002).
Segundo TIM (1995), as coordenadas gráficas, básicas na utilização do SIG, possibilitam um
eficiente esquema de indexação com o qual grande quantidade de dados espaciais e não
espaciais podem ser controlados. Com o uso do SIG, percebe-se facilidade de aproximar e unir
diferentes tipos de eventos e várias fontes de informações em um processo formalizado em
mapa. Essa aproximação de espaços disponibiliza acesso fácil à administração de dados e
manipulação eficiente das informações de forma a ganhar novas perspectivas. Pode-se ainda
criar novas relações de espaço e ligar as várias informações sócio-econômica, demográfica e
ambiental a dados de resultado de saúde, bem como mapear, monitorar e atualizar informações
identificando problemas potenciais.
Pesquisas utilizando-se do SIG para apoiar tomada de decisão em programas de controle de
endemias de mais diferentes etiologias de saúde pública foram desenvolvidas a exemplo de
BAVIA (1996), BARBOSA (2002), RICHARDS (1993), (PYLE, 1994), controle de algumas
zoonoses parasitárias MOTT et al. (1995), Echinococcus multilocularis CONHATS et al
(2003) e TUM et al (2004) no mapeamento do risco da Fasciolose no gado.
2.5 DIGITALIZAÇÃO DE MAPAS CARTOGRÁFICOS
Tradicionalmente se utiliza mapa para expressar a distribuição espacial de fenômenos
relacionados com a saúde e mais recentemente a utilização de mapas tem contribuído para
orientar a formulação de hipótese sobre etiologia das doenças considerando as variações
espaciais de fatores ambientais e sociais. Um grande Banco de dados é possível ser avaliado e
47
analisado através dos SIG que permitem cruzar maior número de informações e elaborar mapas
que, de forma dinâmica, são capazes de potencializar a análise e síntese das informações
(OPAS/OMS, 2002).
48
3 ARTIGO CIENTÍFICO
Sistemas de Informação Geográfica no estudo da notificação dos casos de Cisticercose
Bovina no estado da Bahia.
(Geographic Information System for studying Bovine Cysticercosis in Bahia , Brazil)
FITERMAN, I. R.; BAVIA, M. E.; SALES, E.; SANTOS, A.C.B.; SILVA, C.E.P.;
MATOS, S. A.
RESUMO
A cisticercose bovina é endêmica , em diversas regiões, com diferentes graus de prevalência.
Esse estudo teve como objetivo, fazer um pré diagnostico da situação da cisticercose bovina no
estado da Bahia, utilizando-se de dados obtidos de cinco matadouros frigoríficos sob regime de
inspeção federal no período de 1999 a 2005. Foram abatidos 1.330.923 bovinos e a
prevalência media de casos positivos variou de 0,82% a 1,23 %, no período. Os meses de
maior efetivo bovino para abate foram janeiro e março, novembro e dezembro. Os meses de
março, novembro e dezembro registraram maior numero de casos positivos. Cabeça, coração e
fígado e músculo foram os que abrigaram mais cisticerco da Taenia saginata. Municípios com
características de “em desenvolvimento” e que apresentavam maior umidade e pluviosidade
registraram maior numero de casos. O uso do Sistema de Informações Geográficas possibilitou
a distribuição espacial da doença, por município e por DIRES, criando mapas e possibilitando
inferências sobre o complexo teníase/ cisticercose.
Palavras Chave
Cisticercose Bovina, cisticerco de Taenia saginata Saúde Pública, Geoprocessamento
49
SUMMARY
Abstract
Bovine cysticercosis is endemic in different regions of Brazil. The objective of this work was
to diagnose the situation of the disease in Bahia,state, using data from 05 slaughterhouses
under the federal inspection system., from the period 1999 to 2005 period. At this time, it was
slaughter 1.330.923 bovine and the prevalence rates varies from 0,82% to 1,23%. In january,
march, november and december the slaughterhouses received the biggest herd during the
period. The largest numbers of positive cases for Bovine cysticercus was observed during the
months of march, november and december. Head, heart, liver and muscles were more affected.
Municipalities characterized as “ in development”, with high level of annual rainfall and
humidity registered highest number of positive animals. The use of geographic information
systems has shown to be effective for building digitalized cartographical basis for Bahia bovine
cysticercosis studies, a georeferenced data base and preparing maps that has shown a spatial
distribution of the disease by municipalities and DIRES for Bahia, state. With the helpof this
technology it was possible to make inferences about the animal infected and human
participation in the chain of the disease.
Keyboard
Bovine cysticercosis, Cysticercus Taenia saginata, Public Health, Geoprocessing
50
INTRODUÇÃO
O complexo Teníase-cisticercose por Taenia saginata é um problema de saúde pública em
escala mundial; mais conhecido nos países industrializados, onde sua epidemiologia está
ligada, principalmente, aos hábitos de consumo de carne de bovina (BOTERO, 1993).
No Brasil, o problema foi subestimado pela falta de implementação de métodos de diagnóstico
avançados, descuidando-se, inclusive, do diagnóstico diferencial entre Taenia saginata e
Taenia solium (ALUJA, 1987). É mais encontrado nos estados de São Paulo, Minas Gerais,
Paraná e Goiás (CHIMELLI et al, 1998). Na Bahia há uma carência evidente de informações
sobre cisticercose bovina e sequer se pratica a notificação compulsória dos casos de teníase e
cisticercose humana.
A grande prevalência da cisticercose bovina no país (4 a 6%), muito superior a da cisticercose
suína (0,5 a 1,0%), nos estabelecimentos inspecionados pelo Serviço de Inspeção Federal do
MAPA, é um grande indicador de que a T. saginata é realmente de ocorrência mais comum
(DIAS et al, 1991).
Entre os fatores que predispõem a existência desta parasitose, pode-se mencionar: o sistema de
exploração animal, a falta de medidas higiênico-sanitárias, o baixo nível sócio-econômico, o
desconhecimento sobre a doença e da epidemiologia da mesma pela população BOTERO
(1993), particularmente nos países em desenvolvimento (FERNANDES, 2002; BRASIL,
1996).
O Nordeste Brasileiro é uma região considerada endêmica para várias doenças infecciosas e
segundo VILLA (1995) e GOMES (2000) as características sócio-econômicas existentes
poderia facilitar também a transmissão do complexo teníase-cisticercose. Os autores sinalizam
que os municípios do Nordeste com pobres condições econômicas e sanitárias necessitariam
ser estudado para obter-se o conhecimento da enfermidade.
Diversos pesquisadores contribuíram para encontrar o elo epidemiológico do complexo
Teníase-cisticercose e observaram, a exemplo de ACHA (2003), que em todas as partes onde
existe a teníase humana, também se encontra cisticercose animal, com variações na prevalência
de uma região para outra. A variabilidade na prevalência é tratada por CABARET et al. (2002),
como sendo devido aos hábitos de higiene, hábitos alimentares e qualidade da inspeção.
51
De acordo com PARDI (2001), as prevalências são estimadas a partir das cifras de bovinos que
chegam aos abatedouros, indicador válido só para as explorações pecuárias com melhor
manejo e que não reflete o número de animais criados rusticamente e abatidos de maneira
clandestina, constituindo uma grande proporção, com cifras médias estimadas de 40% a 51%
(VILLA, 1995; BANKUTI & AZEVEDO, 2001).
Nas demais cidades e distritos, sem estabelecimentos de Inspeção, os animais são abatidos e
vendidos pelos próprios comerciantes e fazendeiros, sem nenhum critério de descarte para as
carcaças positivas para cisticercose. (MORAES, 1984; NEVES, 1988).
A situação climática como temperatura, pluviosidade e umidade relativa do ar afetam a
sobrevivência dos ovos disseminados pelo homem no ambiente e que condições favoráveis
facilitam sua longevidade (LAWSON & GEMMEL, 1983, GEMMEL, 1978; PAWLOVSKY
& SHULTZ, 1972; REIS, 1991; OPAS, 1994). Efluentes de esgotos lançados em rios levam a
contaminação a longas distâncias mantendo viáveis e infectantes os ovos da Taenia saginata,
os responsáveis direto pela contaminação dos bovinos, entre os mais resistentes dos principais
parasitas gastrointestinais de seres humanos (CABARET, 2002; FUKUDA, 2003).
Os fatores de risco mantenedores do complexo teníase-cisticercose nos diversos municípios
que enviam bovinos para o abate em abatedouros frigoríficos com Serviço de Inspeção Federal
no Estado da Bahia foram avaliados através de informações catalogadas e integradas pelo SIG.
Estes dispositivos computacionais permitem a distribuição espacial georreferenciado das áreas
críticas ao facilitar o processamento e análise de múltiplas variáveis de forma simultânea
avaliando padrões ou diferenças nas situações de saúde que variam desde o nível regional até o
nível local efetuando sua correlação espacial (OPAS, 2002).
A carência de dados oficiais que permitam a inferência da real situação dessa zoonose no nosso
meio e as suas conseqüências para a população exposta bem como as perdas, econômicas na
cadeia produtiva da carne devido às condenações de carcaças e órgãos, justificam a proposta
desse trabalho, que tem como objetivo demonstrar a prevalência da cisticercose bovina nos
últimos seis anos e montar um SIG através do georreferenciamento e mapeamento da
distribuição espacial dos casos de cisticercose bovina compreendido no período de novembro
de 2002 a junho de 2005, identificando os principais fatores de risco ambientais e
demográficos responsáveis por sua manutenção e dispersão no estado da Bahia,
52
correlacionando dados sócio-econômicos e sanitários que mantêm o complexo teníasecisticercose ativo nos municípios identificados sob Inspeção Federal. Contribuir também para
ampliar o conhecimento dessa enfermidade, sensibilizar órgãos competentes nos diversos
setores e apóia-los no direcionamento de medidas estratégicas de prevenção para futuros
programas sanitários de controle do parasita em nível animal e humano evitando-se assim
prejuízos que podem advir dessa parasitose, bem como dos problemas de saúde pública
relacionados com essa zoonose.
MATERIAIS E MÉTODO
1 Área de Estudo
Compreende o estado da Bahia localizado na região Nordeste do Brasil, composto de 417
municípios, situado entre os paralelos 8 00’ e 18 30’ Latitude Sul e entre os meridianos 36 e 46
Longitude Oeste. Ocupa uma área de 567.295 km2 que se abre para o oceano Atlântico numa
extensão de 932 km com população de 13.070.250 habitantes (IBGE, 2000; SEI 2000). O estado
conta com um efetivo rebanho bovino com 10.146.529 cabeças (IBGE 2003) e 06 postos do
Serviço Inspeção Federal (SIF).
No presente estudo foi realizado um levantamento retrospectivo entre os anos de 1999 – 2005,
das informações catalogadas no Ministério da Agricultura, Delegacia Bahia, sobre abate,
ocorrência de cisticercose bovina condenação de carcaças, órgãos e destino do material
contaminado. A partir de novembro de 2002 a junho de 2005, esses dados foram
georeferenciados através dos registros da procedência dos animais enviados.
2 Banco de dados Epidemiológico
Das informações catalogadas no Ministério da Agricultura, Delegacia Bahia, sobre abate,
ocorrência de cisticercose bovina condenação de carcaças e órgãos e destino.
Os dados obtidos de abate e presença de cisticercose por procedência foram georreferenciados
para o período de novembro de 2002 a junho de 2005 e obtidos de 05 abatedouros registrados
no SIF assim discriminados: SIF 2628 FRIMASA, Simões Filho; SIF 1967 UNIFRIGO,
Jequié; SIF 2522 FRIFEIRA, Feira de Santana; SIF 2720 MAFRIP, Itapetinga; SIF 3448
NORDESTE, Teixeira de Freitas.
53
Os dados sócio-ambientais e demográficos dos municípios foram obtidos através do IBGE
(2000) e SEI (2000).
As Caracterizações climáticas dos municípios seguiram os dados da SEI (2000). Os dados de
temperatura, pluviosidade e umidade relativa do ar foram disponibilizados pelo INMET para os
anos de estudo.
Para a apresentação e avaliação dos resultados de ocorrência de cisticercose bovina, foi
utilizada a divisão política administrativa da Bahia, com definições das DIRES (Diretoria
Regional de Saúde), que representa uma divisão administrativa do Ministério da Saúde,
digitalizada pelo IBGE (2000), na escala de 1.1.500.000.
O Banco de Dados georreferenciado foi constituído pelas seguintes variáveis: Ano do abate
correspondente ao período de novembro de 2002 a junho de 2005, matadouro frigorífico; casos
positivos para cisticercose; animais enviados para abate, casos negativos para cisticercose,
DIRES; latitude; longitude; população total; densidade demográfica; numero de alfabetizados;
numero de membros por domicílio; água encanada; esgoto; coleta de lixo. Todos os dados
foram tabulados em Excel 2000.
3 Base cartográfica digitalizada
Foi utilizada uma base cartográfica digitalizada do mapa da divisão política da Bahia e das
DIRES, na escala 1:1.500.000, segundo o IBGE (2000) e DATA/SUS (2005) e digitalizadas,
representando 30 anos de média de tipo de solo, vegetação, pluviosidade e longevidade de
períodos de seca ( NIME, 1984 e BAVIA, 1996), foram utilizados no SIG.
4 Montagem do SIG
A sede do município foi georreferenciada e escolhida para a representação da doença nas
localidades conforme coordenadas geográficas obtidas no mapa do Estado da Bahia. Sob a
base cartográfica digitalizada da divisão política da Bahia foi agrupado o banco de dados
georreferenciado, através do software ArcView 3.3. GIS 3D Analyst (Environmental System
Research Institute, Inc.) (ESRI, 1990).
54
5 Análise Estatística
Utilizou-se o SPSS ® V 13.0 (Statistical Package for the Social Sciences) para as análises
estatísticas e Excel 2000 para construção dos gráficos. Foram realizadas distribuições de
freqüências simples e relativa. Para as inferências utilizou-se análise de correlação de Pearson
e Teste t ao nível de 5% de significância.
RESULTADOS
Através de levantamento de dados registrado e disponíveis junto ao Ministério da Agricultura
ficou evidenciado que no período compreendido entre 1999 a 2005 foi realizado um total de
abate correspondente a 1.330.923 bovinos em estabelecimentos de inspeção federal, com
13.956 casos de cisticercose, demonstrando prevalência média de 1,05 %, com mínimo de 0,82
% no ano de 2003 e máximo de 1,23% para o ano de 1999 (TABELA 1, FIGURA 3d).
A determinação do número de bovinos enviados para abate, segundo a procedência dos
animais, foi possível a partir de novembro de 2002 até junho de 2005, quando os 05
matadouros frigoríficos iniciaram o registro dos dados de abate e agravo por localidade,
constatando-se que 245 (58,75 %) dos 417 municípios pertencentes ao estado da Bahia
enviaram animais para abate em matadouros com SIF e desse total, 166 apresentaram registro
de cisticercose bovina. Os demais municípios não enviaram animais para abate nos matadouros
em estudo.
O maior efetivo rebanho bovino abatido no período de novembro de 2002 a junho de 2005
ocorreu no matadouro frigorífico de Teixeira de Freitas com 209.894 animais abatidos, seguido
de Jequié com 196.074, Itapetinga 162.594 e Simões Filho apresentando 157.730, e Feira de
Santana 107.774 animais. A prevalência mínima de casos de cisticercose de 0,10 % ocorreu em
localidades como Ichu e Iuiu, e a máxima de 5,88% ocorreu no município de Itiruçu .
A distribuição dos casos de cisticercose, agrupadas por mês durante o período, demonstrou
variação mensal com picos ocorrendo em março (902 casos), novembro (837 casos) e
dezembro (760 casos), porém sem significância estatística (FIGURA 3 b).
55
Com relação a localização do cisticerco no organismo animal 35,23% encontraram-se nos
músculos da cabeça, 30,97%, no coração e 19,48% dos casos no fígado.
Foram enviados para o setor de graxaria 22.664 órgãos e 35 carcaças altamente infectadas.
Destinadas para o tratamento por congelamento, 596 carcaças e 2148 órgãos levemente
infectadas, e para conserva 11 carcaças.
Ao ser analisado no período de novembro de 2002 a junho de 2005 a freqüência de envios para
abate nos matadouros frigoríficos, observou-se que dos 4.688 lotes enviados, independente do
quantitativo de animais, registrou-se cisticercose na linha de abate em aproximadamente 1.978
lotes, correspondendo a 42% dos lotes enviados.
A Bahia esta dividida administrativamente em 31 DIRES nas quais foram registrados casos de
cisticercose bovina em 24 (77%), com variação mínima de 0,15% (DIRES 16) e máxima de
2,43% (DIRES 13), (FIGURA 4).
Através da análise de correlação de Pearson, realizada por ano, observou-se que o número de
casos de cisticercose nos município notificados independem da temperatura (r= 0,026; p=
0,244) e que existe uma relação positiva entre o número de municípios que apresentaram casos
de cisticercose e a umidade e pluviosidade observados nos anos de 2002 (r= 0,102; p < 0,05) e
pluviosidade (r= 0,62; p < 0,05), ano de 2003 a umidade (r= 0,33;p< 0,05) e pluviosidade (r=
0,51; p< 0,05), ano de 2004 a umidade (r=0,49;p< 0,01 ) e pluviosidade (r= 0,57;p< 0,01) e no
ano de 2005 a umidade apresentou (r=0,145;p<0,01 ) e pluviosidade (r=0,07;p< 0,01). As
maiores correlações com a umidade ocorreram onde as médias de índices pluviométrico
apresentaram maior elevação, nos anos de 2002, com 91,5 mm, 2004 com 94,5 e 2005 com
143,3mm.
Casos de cisticercose em maior número, foram observados em municípios com índice
pluviométrico médio de aproximadamente 99,4mm, observando alta dispersão em relação à
média com desvio padrão de 79,99 (FIGURA 6a).
43,96% dos agravos ä saúde bovina pela cisticercose estavam distribuídos em municípios
incluídos na caracterização climática de úmido-subúmido a seco e, 18,64% em subúmido a
seco, (FIGURA 7 b, TABELA 2 ). A temperatura média do período de novembro de 2002 a
junho de 2005 foi de 24,44 ºC.
56
Quanto a análise das variáveis sócio demográficas dos municípios participantes do estudo,
observou-se pela análise de correlação de Pearson que a densidade demográfica (r=0,128 ; p<
0,05), o percentual de domicílios com água encanada (r= 0,132;p<0,05), esgotamento sanitário
(r=0,180;p<0,05), coleta de lixo (r=0,028;p<0,05), renda percapta dos municípios
(r=0,196;p<0,05),
pessoas
alfabetizadas
(0,197;p<0,05),
apresentam-se
positivamente
correlacionados com o número de casos de cisticercose bovina registrados para cada município
em estudo e, que o número de moradores por domicílio apresenta uma corelação inversa (r= 0,137;p<0,05).
As técnicas de geoprocessamento utilizadas possibilitaram a construção do mapa de divisão
política e de DIRES da Bahia, digitalizado em formato ”Shap” que permitiu o acoplamento do
banco de dados georreferenciado, as inferências e a visualização desses mapas.
TABELA 1 – Evolução do número de abates registrados pelo numero de cisticercose no
período de janeiro de 1999 a junho de 2005.
ANO
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
Total
Abate
118.182
111.627
155.009
164.860
304.001
322.501
154.733
1.330.923
cisticercose
1.460
1.303
1.861
2.012
2.514
3.160
1.646
13.956
cisticercose /abate (por 1000)
12,35
11,60
12,00
12,20
8,27
9,80
10,64
10,48
Fonte: Tabela elaborada pela autora com dados do Ministério da agricultura – SIPA - Bahia
TABELA 2 – Distribuição da cisticercose bovina de acordo com a caracterização climática dos
municípios do Estado da Bahia no período de novembro de 2002 a junho de 2005.
CLIMA
Úmido – subúmido a seco
Subúmido a seco
Semiárido - subúmido a seco
Semi-árido
Úmido
Úmido – úmido a subúmido
Árido – semiárido – subúmido a seco
Úmido a subúmido
Úmido – semiárido – subúmido a seco
Úmido – subúmido – subúmido a seco
Total
CASOS DE CISTICERCOSE
%
3445
1461
1341
668
432
345
52
49
34
20
7847
43,96
18,64
17,11
8,40
5,51
4,40
0,66
0,63
0,43
0,25
100
Fonte: Tabela elaborada pela autora com dados da SEI e Ministério da Agricultura – SIPA/BA
57
Fonte: Elaborado pela autora com dados do Ministério da Agricultura-SIPA/Bahia
FIGURA 3 a) Abate mensal por frigorífico na Bahia no período de novembro de 2002 a junho de 2005
b) Cisticercose bovina mensal no Estado da Bahia no período de novembro de 2002 a junho de 2005
c) Distribuição de abate de bovinos por frigorífico, no estado da Bahia, no período de novembro de 2002 a junho de 2005.
d) Evolução do número de abates registrado pelo número de Cisticercose no período de Janeiro de 1999 a junho de 2005.
58
FIGURA 4 - Cisticercose bovina distribuída por Diretoria Regional de Saúde, no estado da Bahia, no período de
naovembro/2002 a junho/2005
(a)
(b)
59
Fonte: MAPA, SEI-BA e DICS/MS
FIGURA 5 a) Matadouros-frigoríficos, Abate bovinos, no estado da Bahia no período de novembro/2002 a junho/2005
b) Distribuição da Cisticercose bovina, por município, no estado da Bahia no período de novembro/2002 a junho/2005
60
Cisticercose
temperatura
Umidade
Pluviosidade.
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pluviosidade
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
cisticercose
1,000
,
1977
,026
,244
1976
,072
,001
1976
,059
,009
1976
Temperatura
,026
,244
1976
1,000
,
4685
-,300
,000
4685
,186
,000
4685
Umidade
,072
,001
1976
-,300
,000
4685
1,000
,
4685
,395
,000
4685
Pluviosidade
,059
,009
1976
,186
,000
4685
,395
,000
4685
1,000
,
4685
** Correlação é significante ao nível 0,01
FIGURA 6 a) Distribuição de casos de Cisticercose bovina no estado da Bahia, no período de novembro/2002 a junho/2005, por índice pluviométrico.
b) Matriz de correlação entre os casos de Cisticercose bovina e as variáveis ambientais.
61
Figura 7a) Distribuição dos casos de Cisticercose bovina no estado da Bahia, no período de novembro/2002 a junho/2005
b) Distribuição dos casos de Cisticercose bovina no estado da Bahia, através do clima, no período de novembro/2002 e junho/2005
62
DISCUSSÃO
Através do abate de 1.330.923 bovinos, no período compreendido entre 1999 a 2005, em
estabelecimentos sob inspeção federal no estada da Bahia, foi registrada a prevalência média
de 1,05% de casos de cisticercose bovina, com variação anual de 0,82% a 1,23 % sendo a
maior prevalência registrada no ano de 1999.
Esses dados são considerados relevantes uma vez que a literatura não contempla a Bahia com
relação à prevalência da cisticercose bovina para todo o estado. RODRIGUES (2000),
estudou durante dois anos os casos de cisticercose registrados em um matadouro frigorífico do
estado, com SIF encontrando prevalência de 0,82% . Os últimos dados sobre essa zoonose, no
nosso meio, foram publicados por GOUVÊIA (2002), que durante dois meses efetuou análises
de características anatomo-patológicas da cisticercose bovina em animais submetidos ao SIF
em um matadouro do estado registrando uma variação 0,93% a 1,03% na prevalência dessa
patologia. .
A Bahia apresentou média de prevalência maior do que a encontrada para o Mato Grosso
(0,42%) FERNANDES (2002), coeficiente próximo ao do Mato Grosso do Sul com 1,0%
(SCHENK, 2000) e inferior aos demais relatos encontrados na literatura no mesmo período.
Constantes variações de prevalência são registradas em áreas geográficas distintas dentro de
uma mesma região e período, conforme o observado em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e
Goiás (REIS, 1986, REIS & RAGHIANTE, 2000; MOREIRA, 2001 ZAMPINI, 1994
KOWALESKI, 2002; FERNANDES, 2002). Esses relatos dizem respeito a valores
cartesianos impedindo a formulação de hipóteses ou inferências.
O que pôde ser observado é a grande distorção entre os dados dentro de uma mesma região
que, de acordo com MOREIRA (2002), foram avaliadas em razão das características
relacionadas aos próprios animais, aos locais de origem dos animais abatidos em cada ano, a
pouca tecnologia empregada, as diferentes características dos sistemas de criação de bovinos e
a cadeia alimentar (SCHANTZ et al, 1983; DORNY, 2002). Nesse aspecto, outro fator
relevante que vem sendo negligenciado e que poderia contribuir para a determinação da
causalidade, é a quantidade de animais enviados para abate e a freqüência de envios que nem
sempre são informadas na sua individualidade.
63
Com relação à procedência dos animais enviados para abate, nos cinco estabelecimentos sob
SIF, ficou evidenciado grande distribuição da cisticercose bovina no estado da Bahia, com
positividade em 67,75% dos 245 municípios que enviaram bovinos para matadouros
frigoríficos, durante o período de estudo. Pôde-se notar também, a variação nas freqüências de
envios de animais para esses estabelecimentos e medir a intensidade mensal da infecção. Os
maiores índices coincidiram com os meses de maior freqüência de envio de animais para
abate. Os picos foram registrados nos meses janeiro e dezembro, março e maio, concordando
com os estudos realizados em Minas Gerais por MOREIRA (2002), que observou maior
ocorrência da cisticercose nos períodos de entressafra, atribuindo serem destinados ao abate,
animais que apresentavam qualidades sanitárias inferiores. No nosso estudo foi observado
aumento relativo do número de casos de cisticercose bovina mesmo face ao reduzido numero
de animais abatidos no mês de agosto, que alem de ser na entressafra, sugere alta
contaminação na região de procedência. No entanto, fica claro, que as taxas referentes às
pesquisas de cisticercose bovina registrada em estabelecimentos com SIF podem estar sub
estimados, não indicando a realidade da região de procedência.
Segundo (ALMEIDA, 2002), a maior ou menor positividade para cisticercose bovina
registrada em diferentes regiões, pode estar aliada ao perfil dos animais enviados para abate, o
que pôde ser comprovado através de um estudo comparativo desenvolvido em matadouros
frigoríficos com Inspeção Federal e Municipal, mostrando que o percentual de positividade
para animais da mesma região sofreu uma variação 2,5 vezes maior entre os animais enviados
para abate em estabelecimentos sob inspeção municipal. Esses resultados sugerem
desigualdades no manejo desses animais. Levanta-se a hipótese de que os animais que não
podem ser submetidos à inspeção Federal, por razões sanitárias, são abatidos de forma
clandestina ou passam a ser direcionado para o abate em estabelecimentos municipais. Dos
417 municípios do estado da Bahia, 41,25% não aparecem enviando animais para abate em
matadouros frigoríficos com Inspeção Federal, e não estão em nenhum outro relatório
existente no Ministério da Agricultura, podendo estar acontecendo nessas localidades, o envio
para abate em estabelecimentos com SIM, SIE ou o próprio abate clandestino. O problema
passa da linha teórica para o da evidencia através dos estudos realizados em São Paulo
(BANKUTI e AZEVEDO, 2001), os quais observaram maior quantitativo de couros
disponíveis para comercialização em relação ao numero de animais abatidos.
64
O maior efetivo rebanho bovino abatido, durante o período de estudo, ocorreu no matadouro
frigorífico instalado na região agropecuária mais desenvolvida do estado, em relação à
bovinocultura de corte (Teixeira de Freitas). Nesse estabelecimento, foi diagnosticado maior
número de casos de cisticercose bovina, seguido do matadouro de Jequié, reforçando o fato de
que a pressão do diagnóstico contribui para a evidência da cisticercose. Pode-se observar que
o posicionamento estratégico do matadouro frigorífico sob SIF facilita o envio de animais
para abate e conseqüentemente para a notificação da doença, fato esse já mencionado por
FUKUDA (2003), para o estado de São Paulo.
Com relação ao destino do material contaminado, os registros do período em estudo,
revelaram a condenação de mais de 20 mil órgãos e centenas de carcaças destinadas ao setor
de tratamento, representando um montante de perdas econômicas na cadeia produtivas
inestimável pela falta de dados oficiais para confirmação.
O papel do serviço de Inspeção Federal nos matadouros frigoríficos é de suma importância
pela relevância dos serviços que vem prestando à saúde publica. Primeiro, pelo fato de que, na
sua ausência, peças contaminadas poderiam ser disponibilizadas para consumo humano e,
ainda pelo fato de que o diagnóstico de bovinos cisticercóticos alertam para a contaminação
humana por Taenia saginata na região.
De acordo com a OPAS (1994), a notificação compulsória é o melhor recurso para a
investigação epidemiológica e análise comparativa nas diferentes localidades. Embora o
Ministério da Saúde a recomende pela portaria 1100 de 24 de maio de 1996 (BRASIL, 1996),
na Bahia percebe-se não existir notificação compulsória do complexo teníase-cisticercose,
sendo registrados espontaneamente alguns casos de cisticercose humana, ou através de
pesquisa localizada como a do estudo de GOMES (2000). Contudo, o homem é essencial para
a deposição e dispersão da cisticercose animal (PAWLOWSKY & SCHULTZ, 1972; ACHA,
2003; FUKUDA, 1998). Assim, onde existe cisticercose bovina deverá existir um alerta para
a teníase no homem.
A divisão do estado da Bahia por DIRES, utilizada nesse estudo, pode ser entendida como
sendo um agente facilitador em relação ao repasse das informações dos casos de cisticercose
bovina notificadas pelo Ministério da Agricultura para o Ministério da Saúde e vice versa,
objetivando
a integralização
das
ações
de controle no
combate do
complexo
65
teníase/cisticercose (FIGURA 5), fato esse já preconizado por SCHANTZ (1993) e
ALBUQUERQUE (1984). Observando os dados de distribuição dos casos de cisticercose
bovina, o registro de animais contaminados em 77% das DIRES e os parcos informes sobre
cisticercose e teníase humanas, pela Secretaria da Saúde, é fácil perceber a magnitude do
problema.
A complexidade do assunto teníase-cisticercose, torna-se ainda maior quando acessamos
autores que acreditam na possibilidade da Taenia saginata estar envolvida, também, nos casos
de cisticercose humana (SANTOS 1996, GUSSO 2000), que discutem aspectos relacionados
à etiologia da doença, sugerindo a possibilidade da participação de Taenia saginata asiática
no nosso meio (SIMANJUNTAK 1997), pelas similaridades com a T.saginata. No nosso
Estado, essa possibilidade não pose ser descartada sem estudos complementares, em virtude
das suas próprias raízes escravagistas, podendo ter sido trazida para a Bahia através dos
escravos, diretamente da África.
Fatores ambientais e climáticos foram analisados, uma vez que estão relacionados, sob o
ponto de vista epidemiológico, à resistência dos ovos da Taenia saginata no meio ambiente e
a conseqüente contaminação dos bovinos. Pelas analises estatísticas, os maiores números de
casos de cisticercose bovina foram procedentes de localidades com índices pluviométricos e
de umidade mais elevados. A pluviosidade e umidade relativa do ar mostraram uma relação
estatisticamente positiva (p<0,01) em relação ao numero de casos registrados na região,
concordando com a literatura (LAWSON, 1983; GEMMEL 1978; ILSOE, 1990). Pela
caracterização do clima (FIGURA 7 a; FIGURA 8 b) observou-se que 43,96% dos agravos
por cisticercose estavam incluídos em municípios caracterizados por clima úmido a sub
úmido a seco, e 18,64% a sub úmido a seco. O Extremo Sul e Sul da Bahia comportam essas
características ambientais que são favoráveis à manutenção do parasita e, como pode ser
visualizado através da FIGURA 4 todas as DIRES da região costeira, são endêmicas para a
cisticercose bovina na Bahia sugerindo endemicidade pela Taenia saginata do homem na
região.
As temperaturas médias registradas, no período estudado, mostraram pouca variação e
nenhuma significância estatística, mantendo-se ao redor de 24,4*C durante o período
estudado.
66
A literatura oferece informações sobre a ocorrência da cistiercose ser maior nos países
subdesenvolvidos, em decorrência das condições econômicas, sociais, de higiene pessoal e
ambiental (SANTOS, 1987; QUEIROZ, 2000) em que vive a população. Autores a exemplo
de QUEIROZ (2000) e FERNANDES (2002), reforçam a observação da FUNASA (1996),
em que o grave problema de saúde ocasionado pelo complexo teníase/cisticercose acontece
particularmente nos países em desenvolvimento, o mesmo sendo por nós observado no
delineamento desse estudo. Verificou-se pelo presente trabalho, que os municípios mais
populosos e com melhor estrutura de coleta de lixo, esgotamento sanitário e de água
encanada, foram os que mais registraram casos de cisticercose proveniente dos bovinos da sua
região. Nestes municípios acredita-se também ocorrer uma maior produção de dejetos e que o
sistema de vazão dos rios, afluentes e efluentes não estejam sendo levados em consideração
com relação ao destino final dos dejetos.Fato muito bem observado por CABARET (2002)
quando se refere à expectativa de aumento da produção de dejetos em países desenvolvidos e
a despreocupação como destino dos seus receptores.
SANTOS (1993) e KYVSGAARD (1991), destacam que as investigações para a detecção da
cisticercose bovina são inevitavelmente limitadas por uma série de fatores de ordem
econômica, sanitária e prática e que as infecções com metacestódeos da Taenia saginata
podem ser débeis e escapar facilmente à inspeção veterinária Baixas prevalências encontradas
podem estar relacionadas com a pressão da inspeção e técnicas utilizadas para aumentar a
eficiência na detecção de carcaças e órgãos cisticercóticos (FREITAS E PALERMO, 1996),
bem como de diferentes padrões de exigências e ainda da capacidade técnico-científica de
cada Unidade (LUARCA, 1984).
Através da literatura os matadouros frigoríficos são considerados de grande importância para
a saúde pública (UNGAR, 1990, 1992; ALMEIDA, 2002). Porém, a inspeção utilizada é um
método de baixa sensibilidade e inadequado pela maneira como é realizada (WANZALA et
al, 2003). A possibilidade de se detectar bovinos infectados é limitada (KYVSGAARD et al,
1990, WANZALA 2003).
O Geoprocessamento proporcionou a viabilização da construção de uma base de dados
cartográfica digitalizada para o estado da Bahia, a qual poderá vir a ser utilizada para o estudo
de outras doenças ou fenômenos inusitados. Com referencia ao Sistema de Informações
Geográficas, essa geotecnologia proporcionou o mapeamento da distribuição geográfica e a
67
analise e visualização do perfil da cisticercose bovina no período de estudo permitindo, assim,
inferências com relação a Taenia saginata no espaço geográfico estudado
CONCLUSÃO
Os dados apresentados neste estudo podem encontrar-se sub representados, podendo ser ainda
maiores, para o município ou região considerada.
Ficou comprovada a ampla distribuição territorial da cisticercose bovina na Bahia e a falta de
notificação de casos da Taenia saginata.
Sugere-se, através dos resultados encontrados, que não está sendo realizada notificação
compulsória dos casos desta zoonose, evidenciando o não atendimento às deliberações da
Portaria 1100 de 24/05/96 MS para o complexo teníase/cisticercose.
Nos bovinos, os órgãos mais afetados pelos cisticercos da Taenia saginata foram em ordem
decrescente: cabeça, coração e fígado.
Os valores relativos aos prejuízos causados na cadeia produtiva não puderam ser estimados
por falta de dados oficiais.
Os meses em que mais ocorreram abates foram janeiro e março, novembro e dezembro, com
sinalização da entressafra nos meses de julho, agosto e setembro.
Os meses em que mais apresentaram casos de cisticercose foram março, novembro e
dezembro.
Apesar do registro de menor numero de abates no mês de agosto,foi observado aumento
relativo de casos de cisticercose bovina.
Cisticercose bovina aconteceu com maior freqüência nos meses de maior pluviosidade e
umidade e nos municípios com caracterização climática variando entre úmido, úmido a
subsúmido e subsúmido a seco.
68
O conhecimento da prevalência e da distribuição espacial dos casos de cisticercose bovina é
extremamente importante para a elaboração de programas de controle do complexo
teníase/cisticercose.
A divisão da Bahia por DIRES, utilizada nesse estudo, deixou clara a necessidade de
interligação dos agentes de saúde da área humana e animal.
O Sistema de Informações Geográficas, proporcionou o mapeamento da distribuição
geográfica a analise e visualização do perfil da cisticercose bovina no período de estudo
permitindo, assim, inferências com relação a Taenia saginata no espaço geográfico estudado
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Acha, P.N.; Syfres, B. Teníasis y Cisticercosis In: Zoonosis y enfermidades transmisibles
comunes al hombre y a los animales. 3 ed. Washington: Organization Panamericana de la
Salud, p. 763-774, 2003.
Aluja A, Villalobos N, Plancarte A, Rodarte L, Hernández M. Experimental Taenia saginata
cysticercosis in calves. Characteristics of the infection and antibody response. Vet Parasitol,
61:49-58, 1996.
Bankuti, F. I.; Azevedo, P. F. Na clandestinidade: o mercado informal de carne bovina.
DEP/UEFScar, p. 1-12, 2001.
Botero, D.; Tanowithz, H.; Weiss L.; Wittner, M.; Taeniasis and cysticercosis. Infect Dis.
Clin. North Am., v. 7, p. 683-697, 1993.
BRASIL, Ministério da Saúde, Fundação Nacional da Saúde. Projeto para o Controle do
Complexo teníase/cisticercose no Brasil. ,53f., 1996.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Anuário Estatístico (1999 a 2000)
Salvador, IBGE.
BRASIL, Ministério da saúde, Portaria 1100 de 24/05/96
69
Cabaret, J.; Geerts, S.; Madeline, M.; Ballandonne, C.; Barbier, D. The use of urban sewage
sludge on pasture: the cysticercosis threat. Vet.Res., v.33, p.575-597, 2002.
Carmo, R. G. Prevalência da cisticercose bovina no estado do Mato Grosso do Sul. Higiene
Alimentar, v. 11, n. 50, p. 45-50, 1997.
Chimelli, L.; Lovalho, A. F.; Takaianagui, O. M. Contribuição da necropsia na consolidação
da notificação compulsória em Ribeirão Preto-SP. Arq Neuropsiquiat, v. 56, n. 3-B, p. 577584, 1998.
Côrtes, J. D. A. Epidemiologia do Processo Teníase Humana-cisticercose. Comun. Cient. Fac.
Med. Vet. Zootec. Univ. S. Paulo, v. 8, n. 2, p. 231-241, 1984.
DATASUS. <www.datasus.gov.br>, Acesso em 05 julho 2005.
Dias, R. M. D. S.; Silva, M. I. P. G.; Manzini, A. C. S.; Vellosa, S. A. G.; Torres, D. M. A. G.
V.; Silva, R. M.; Vaz, A. J. Ocorrência de Taenia sp. Na população atendida no Laboratório
Central do Instituto Adolfo Lutz. Rev.Inst.Med.Trop.SP., v.33, n. 2, p. 147-51, 1991.
Dorny, P.; Phere I.; Gabriel, S.; Speybsoeck, N.; Vercruysse, J. A sero-epidemiological study
of bovine cysticercosis in Zâmbia. Vet. Parasit., v. 104, n. 3, p. 211-215, 2002.
Fernandes, J. O. M; Silva, C. L. S. P; Borges J. H. R.; Pagaiane J. C.; Coelho, R. V.Bovine
Cisticercosis incidence in slaughtered animals at houses under regimen of federal inspection
in the district of Andradina-SP. Ciênc. Agr. Saúde. FEA, v.2, n.1, p.14-17, 2002
Freitas J. A.; Palermo E. N. Complexo Teníase-cisticercose. Avaliação parcial da situação no
Estado do Pará. Braz. J. vet. Res. Anim. Sci. São Paulo, v. 33, p. 267-272, 1996.
Fukuda, R.; Santos, I. F.; Andrade, C. R. Estudo comparativo entre técnicas de inspeção do
diafragma para o diagnóstico da cisticercose bovina.Hig. Alim., v. 12, n. 55, p. 51-62, 1998.
70
Fukuda, T. R.; Prata, L. F.; Verardino, H.; Almeida, L. A. M. Evolução da Cisticercose
Bovina em Animais Abatidos no Estado de São Paulo. Hig. Alim., ,v.17,n.108,p.21-31, 2003.
Gemmell, M. A. The effect of weather on tapeworm eggs and its epidemiological
implications. In: Weather and Parasitic Animal Disease , Gibson, T. E. ed., World
Meteorological Organization Technical Note, v. 158, p. 83-94, 1978.
Gomes, I.; Veiga, M. Corrêa, D.; Meza-Lucas, A.; Mata, O.; Garcia, R. C.; Osornio, A.;
Rabelo, R.; Lucena, R. Melo A. Cysticercosis in epileptic patients of Mulungu do Morro
Northeastern Brazil. Arq. Neuropsiquiatr, v. 58, p. 621-624, 2000.
Gouvêa, A. A. L. Cisticercose Bovina. Incidência e aspectos histopatológicos em bovinos
abatidos no matadouro-frigorífico no município de Simões Filho-Ba, (monografia) Escola de
Méd.Vet.UFBA, 48f, 2002.
Gusso, R. L. F.; Minozzo, J. C.; Thomaz-Soccol,V.; Camargo, N. L.; Lopes C. M.
Experimental Infection of cattle with eggs of Taenia solium. Archives of Veterinary Science,
v. 5, p. 23-27, 2000.
Ilsoe B, Kyvsgaard C, Nansen P, Henriksen Saa. A Study on the Survival of Taenia saginata
Eggs on Soil in Denmark. Acta.vet.scand.,v. 31, n. 2, p. 153-158, 1990.
Kowaleski W. Incidência da cisticercose bovina no Estado do Paraná e aplicação da prova de
ELISA como diagnóstico. Dissertação (Mestrado em Patología Veterinária) – Curso de Pósgraduação em Ciencias Veterinarias, Universidade Federal do Paraná, v. 96f, 2002.
Kyvsgaard, N. C.; Ilsoe, B.; Henriksen, S.A.; Nansen, P.; Distribution of Taenia saginata
cysts in carcases of experimentally infected calves and its significance for routine meat
inspection. Res. Vet. Sct., v. 49, n. 1, p. 29-33, 1990.
Kyvsgaard N. C.; Ilsoe, B.; Willeberg, P.; Nansen, P.; Henriksen, Sv. Aa. A case-control
study of risk factors in light Taenia saginata cysticercosis in Danish cattle. Acta vet. Scand.,
v..32, n. 2, p. 243-252, 1991.
71
Lawson, J. R.; Gemmell, M. A. Hydatidosis and Cysticercosis:The Dynamics of
Transmission. Advances in Parasitology, v. 22, 261-307, 1983.
Manhoso, F. F. R.; Prata, L F. Prevalência de Cisticercose Bovina na Região Oeste do Estado
de São Paulo. Higiene Alimentar, n. 121, v.18, p. 42-49, 2004.
Moraes, R. G.; Leite, I. C.; Goulart, E. G. Morfologia, biologia e classificação dos cestódeos.
In:_.Parasitologia e Micologia Humana. Cultura Médica, 3 Ed, p. 205-225, 1984.
Moreira, M. D.; Reis, D. O.; Almeida, L. A. Zoonoses Reemergentes: A Cisticercose Bovina
em Matadouros de Uberlândia, MG. Hig.Alim., v. 15, n. 85, p. 16-18, 2001.
NEVES, D. P.Teníase e cisticercose. In: Parasitologia Humana, 7 ed, 211-223, 1988.
OPAS - Organizacion Panamericana de la Salude. Epidemiología y control de la taeniosis y
cisticercosis en América Latina. Washington, D.C.,OPS/OMS, 1994.
OPAS - Organizacion Panamericana de la Salude. Sistemas de informação geográfica em
saúde: conceitos básicos. OPAS, Brasília, 124p., 2002.
Pardi, M. C.; Santos, F.S. ;Souza, E.R. Pardi, H. S. Zoonoses parasitarias da carne. IN:
Ciência, higiene e tecnologia da carne 2ed.Goiânia, UFG, P.373-80, 2001.
Pawlovsky Z.; Schultz M. G. Taeníasis and cysticercosis (Taenia saginata). Advanc. Parasit,
v. 10, p. 269-343, 1972.
Queiroz, R.P.V. ; Santos, W.L.M.; Souza, R. M. ; Santos Filho, A.M.P. A Importância do
Diagnostico da Cisticercose Bovina. Higiene Alimentar, v.14, n. 77, p. 12-15, 2000.
Reis, D. O.; Costa J. M.; Cabral D. D.; Gonçalves M. R. F.; Alves Neto J. Distribuição da
Cisticercose em bovinos abatidos em Uberlândia, Minas Gerais. R. Cent. Cienc. Bioméd.
Univ. Fed. Uberlândia, v. 62, n. 1, p. 3-7, 1986.
72
Reis, D.O.; Mundim M.J.S.; Cabral D.D.; Ocorrência de cisticercose no linfonódio sub-ilíaco
de bovino: relato de caso. Hig. Alimentar, v. 5, n. 20, p. 21-22, 1991.
Reis D. O.; Raghiante F.; Cisticercose Bovina: Tendência da Doença em Animais Abatidos
em um Frigorífico de Uberlândia, MG, sob Inspeção Federal, 1994- 1998. Hig. Alim., v. 14,
n. 70, p. 20-22, 2000.
Reis D. O.; Raghiante F.; Cisticercose Bovina: Tendência da Doença em Animais Abatidos
em um Frigorífico de Uberlândia, MG, sob Inspeção Federal, 1994- 1998. Hig. Alim.,v. 14, n.
70, p. 20-22, 2000.
Rodrigues , M. A.O. Cisticercose Bovina . Revisão de Literatura e distribuição no Estado da
Bahia. (Monografia ) escola de Méd.Vet. Ufba, 44p. 2000.
Salazar-Schettino, P. M.; Haro-Arteaga. Biologia del Binomio teniasis-cisticercosis. Bol.Chil.
Parasitol., v. 45, p. 73-76, 1990.
Schenk, M. A. M.; Schenk, J. A. P. Prevalência de tuberculose, cisticercose e hidatidose em
bovinos abatidos nos matadouros-frigoríficos do estado de Mato Grosso do Sul, Brasil
(1974/1979). <http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/cot/COT11.html.> Acesso em 12
julho 2005.
Sei, Superintendência de Estusos Econômicos e Sociais da Bahia, <www.sei.ba.gov.com.br>,
Acesso em 05 julho 2005.
Salazar-Schettino, P. M.; Haro-Arteaga. Biologia del Binomio teniasis-cisticercosis. Bol.Chil.
Parasitol., v. 45, p. 73-76, 1990.
Simanjuntak, G. M. ;Margono, S. S.; Okamoto, M.;
Ito, A. Taeniasis/cisticercosis in
Indonesia as an emerging disease. Parasitol Today, v. 13, p. 321-323, 1997.
73
Santos, I. F. Diagnóstico da cisticercose bovina em matadouros. III – Exame dos Pilares
diafragmáticos. Higiene Alimentar, v. 7, n. 25, p. 26-34, 1993.
Santos, I. F. Diagnóstico da Cisticercose Bovina em Matadouros. II – Exame do Diafragma.
Arq. Flum. Méd. Veter., v. 2 n. 3, p. 72-78, 1987.
Santos, I. F. O Cysticercus bovis (Forma larvar da Taenia saginata) Pode infectar o homem?.
Higiene Alimentar, v. 10, n. 44, p. 13-14, 1996.
Schantz, P.; Cruz M.; Sarti E.; Pawlowski; Potencial erradicability of teniosis and
cysticercosis. Bull Panam Health Organ, v. 27, p. 397-403, 1993.
Ungar, M. L. e Germano P. M. L. O valor dos registros de estabelecimentos de abate para a
saúde pública. Comum. Cient. Fac. Med. Vet. Zootec. Univ.S.Paulo, v. 14, n. 2, p. 161-165,
1990.
Villa, M. F. G. Situação epidemiológica do Complexo Teníase Cisticercose como problema
de saúde pública no Brasil. Higiene Alimentar, v. 9, n. 36, p. 8 –11, 1995.
Wanzala, W.; Onyango-Abuje, J. Á.; Kang’ethe, E. K.; Zessin, K. H.
Kyule, N. M,.;
Baumann, M. P. O.; Ochaud, H.; Harrison, L. J. S. Control of Taenia saginata by post-mortem
examination of carcasses. African Health Sciences , v. 3, n . 2, p. 68-76, 2003.
Zampini L .M. Cisticercose bovina no Paraná no período de 1982 a 1988. Higiene Alimentar,
v. 8, n. 30, p. 24-25, 1994.
74
4 CONSIDERAÇÕES GERAIS
Através das informações obtidas de cinco estabelecimentos sob inspeção federal, dentre os
seis existentes no estado, esse estudo traçou o perfil de distribuição espacial da cisticercose
bovina na. Bahia, os dados apresentados podem não representar a realidade pelo fato de que,
tradicionalmente, os animais enviados para esses estabelecimentos são criados em condições
de manejo mais controlados.”
Ficou comprovada a grande extensão da cisticercose bovina na Bahia e a falta de notificação
de casos da Taenia saginata. A Bahia não atende as deliberações da Portaria 1100 de
24/05/96 MS
para o complexo teníase cisticercose. Os valores relativos aos prejuízos
causados na cadeia produtiva não podem ser estimados por falta de dados oficiais.
O registro de abate e ocorrência da doença apresentou-se de forma heterogênea em relação
aos meses do ano, no período de estudo. Municípios com características climáticas de o clima
úmido, úmido a subsumidos e subsumidos a seco, registraram maiores números de casos .
para facilitar o desenvolvimento de ações preventivas integradas da área humana e animal , a
Bahia foi estudada de acordo com sua divisão por DIRES.
A pressão de Diagnóstico e posicionamento estratégico dos matadouros contribuem para
avaliação de um maior número de animais, e possibilidade de aumento do registro dos casos.
O conhecimento da prevalência e da distribuição espacial dos casos de cisticercose bovina é
extremamente importante para a elaboração de programas de controle do complexo
teníase/cisticercose e para o controle da zoonose.
O geoprocessamento proporcionou a viabilização da formação de um banco de dados
pormovendo um cruzamento de grande quantidade de informações com capacidade de
expressar os resultados de forma clara e objetiva, posssibilitando análises práticas e
consistentes ajudando no apoio ao direcionamento de futuras ações de saúde.
75
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Acha, P.N.; Syfres, B. Teníasis y Cisticercosis In: Zoonosis y enfermidades transmisibles
comunes al hombre y a los animales. 2ª ed. Washington: Organization Panamericana de la
Salud, p. 763-774, 1989.
Abdussalam, M. El Problema de la teníasis y cisticercosis. Organización Panamericana de la
Salud. VII Reunion Interamericana a Nivel Ministerial sobre el Control de La Fiebre Aftosa y
otras Zoonosis. Washington D.C. OPS/OMS, 1974.
Agapej , S. Aspectos clínico-epidemiológicos da neurocisticercose no Brasil. Análise crítica.
Arq. Neuropsiquiat., , v. 61, n. 3-B, p. 822-828, 2003.
Albuquerque, E.A. O papel do matadouro dentro do sistema de vigilância epidemiológica.
São Paulo, Dissertação de Mestrado – Faculdade de Saúde Pública da USP), 1984.
Allan, J. C.; Avila G,; García-Noval, J.; Flisser, A. Inmunodiagnosis of teniosis by
coproantigen detection. Parasitology, v. 101, p. 473-477, 1991.
Almeida, L. P.; Moreira, M. D.; Reis, D. O.; Santos, W. L. M. Cisticercose: Um Estudo
Comparativo entre Animais Abatidos em Frigoríficos com Serviço de Inspeção Federal e com
Inspeção Municipal.Hig. Alimv. 16, n. 99, p. 51-55, 2002.
Aluja, A.; Escobar A.; Escobedo, F., Flisser, A.; Laclete, J., Larralde, C. . Cisticercosis. Una
recopilación actualizada de los conocimientos básicos para el manejo y control de la
cisticercosis causada por Taenia saginata, D.F.: Biblioteca de la Salud, Fondo de Cultura
Económica, 1987.
Anuário Brasileiro da Pecuária, ed. Gazeta Cruz, 136 p, 2004.
76
Apt, W. Helmintiasis intestinales en la América Latina Prevalência Actual y sus factores
contribuyntes. Parasitol al Dia, , v. 11, p. 155-166, 1987.
Bankuti, F. I.; Azevedo, P. F. Na clandestinidade: o mercado informal de carne bovina.
DEP/UEFS car p. 1-12, , 2001.
Barbosa, M. G. Acidentes escorpiônicos na cidade do Salvador – Bahia e a viabilidade do uso
de tecnologias de geoprocessamento no seu estudo. (Mtese de Mestrado) Escola de Méd. Vet.
UFBA,73p. 2002.
Bavia, M. E. Geographic Information Systems for Schistosomiasis in Brazil. Tese de
Doutorado. Baton Rouge, LSU. 99p., 1996.
Bavia, M. E. ; Barbosa, M. G. R.; Marroni, L.; Madureira, C.; D.D. NDVI como fator de risco
para Leishmaniose visceral american In. Anais do XXVII CONBRAVET. São Paulo. v.01, p.
8-10, 2000.
Bíly, S.; Sterba, J.; Dyková, I. Results of an Artificial Feeding of eggs os Taenia saginata
Goeze, 1782 to Various Beetle Species. Folia Parasitologia (PRAHA). v. 25, p. 257-260,
1978.
Blazek, .K.;, Schramlova, .; Prokopic, J. Contribution to the symptomatology of experimental
bovine cysticercosis. Folia Parasitol. (Praha), v. 32, n. 4, p. 323-332, 1985.
Bordon, L. M. Intestinal obstrution due to Taenia saginata infection: a case report. J.Trop.
Med. Hyg., v. 95, n. 5, p. 352-353, 1992.
Botero, D.; Tanowithz, H.; Weiss L.; Wittner, M.; Taeniasis and cysticercosis. Infect Dis.
Clin. North Am.,, v. 7, p. 683-697, 1993.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Anuário Estatístico Salvador, IBGE,
2000.
77
BRASIL
.
Decreto
–
Lei
n
8.078,
de
11
de
setembro
de
1990.
<www.senado.gov.Br/legislação/lista publicações.action?id=102415> Acesso 09 julho 2005
BRASIL. Constituição da república federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1998.
<www.senado.gov.br/ad/legislação/const.> Acesso 09 julho 2005
BRASIL, Ministério da Saúde, Fundação Nacional da Saúde. Projeto para o Controle do
Complexo teníase/cisticercose no Brasil. ,53f., 1996.
BRASIL, Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Departamento de Inspeção de POA,
Divisão de Normas Técnicas. Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de
Origem Animal – RIISPOA, Brasil, 243 p., 1997.
BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Portaria n 89, de 15 de julho de
1996.
BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Portaria n 90, de 15 de julho de
1996.
BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Portaria n 304, de 23 de abril de
1996.
BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Portaria n 145, de 02 de setembro
de 1998.
Brasil. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Poretaria n 46, de 16 de março de
1998.
Buzo, G. Análise do Perfil do Consumidor de Carne Bovina na cidade de São Paulo.
Dissertação de Mestrado. Departamento de Engenharia de Produção - Universidade Federal
de São Carlos, 2000.
Cabaret, J.; Geerts, S.; Madeline, M.; Ballandonne, C.; Barbier, D. The use of urban sewage
sludge on pasture: the cysticercosis threat. Vet.Res, v.33, p.575-597, ., 2002.
78
Câmara,, G. Modelos, Linguagem e arquiteturas para Banco de Dados Geográficos. Tese de
Doutorado. INPE, 264p, 1995.
Carmo, R. G. Prevalência da cisticercose bovina no estado do Mato Grosso do Sul. Higiene
Alimentar, v. 11, n. 50, p. 45-50, 1997.
Chimelli, L.; Lovalho, A. F.; Takaianagui, O. M. Contribuição da necropsia na consolidação
da notificação compulsória em Ribeirão Preto-SP. Arq Neuropsiquiat, v. 56, n. 3-B, p. 577584, 1998.
Conraths, F. J.; Taubach, C.; Tachman, K. statistics and sample design in epidemiological
studies of Echinococcus multilocularis in fox populations. Acta Tropica, v. 85, n. 2, p. 183189, 2003.
Corrêa, M. D.; Flisser-Steinbruch, A.; Sarti-Gutiérrez, E. Teniasis y cisticercosis. En:
Valdespino-Gómez JL, Del Río-Zolezzi A, Velasco-Castrejón D, Escobar A, Ibáñez-Bernal S,
Magos-López E, ed. Enfermedades Tropicales en México. México, D.F.: Secretaría de Salud,
v. 8, p. 335-345, 1994.
Corrêa, G. L. B.; Adams, N. A.; Angnes, F. A.; Grigoletto, D.S. Prevalência de Cisticercose
em Bovinos Abatidos em Santo Antônio das Missões, RS Brasil. Rev. Fac. Zootec. Agro
Uruguaiana, v. 4, n. 1, p. 43-45, 1997.
Dias, R. M. D. S.; Silva, M. I. P. G.; Manzini, A. C. S.; Vellosa, S. A. G.; Torres, D. M. A. G.
V.; Silva, R. M.; Vaz, A. J. Ocorrência de Taenia sp. Na população atendida no Laboratório
Central do Instituto Adolfo Lutz. Rev.Inst.Med.Trop.SP., v.33, n. 2, p. 147-51, 1991.
Díaz, S.; Candil, R.; Suate, P.; Zazueta, R.; Feliz, M.; Lozano, R. et al. Epidemiologic study
and control of Taenia saginata infections with praziquantel in a rural village of Mexico. Am J
Trop Med Hyg, v. 45, p. 522-531, 1991.
DICS, Diretoria de Informação e Comunicação em Saúde. Indicadores Demográficos Sociais
e de Saúde, 166 p., 2003.
79
Côrtes, J. D. A. Epidemiologia do Processo Teníase Humana-cisticercose. Comun. Cient. Fac.
Med. Vet. Zootec. Univ. S. Paulo, v. 8, n. 2, p.231-241, 1984.
Del Bruto, O. H,; Rajshekhar.; Garcia, H. H. et al. Proposed diagnostic criteria for
neurocysticercosis. Neurology. Apr. v. 23, n., 58 p. 1315, 2002.
Dewhirst, L. W. Parasitologic and economic aspects of cysticercosis in the Americas. In: VII
Inter-American Meeting on Foot-and-Mouth Disease and Zoonoses Control. PAHO/WHO
Scientific Publication, v. 295, p. 133-13, 1975.
Dorny, P.; Vercammen F.; Brandt, J.; Vansteenkist,e W.; Berkvens, D.; Geerts S.; Seroepidemiological study of Taenia saginata Cysticercosis in Belgian cattle. Vet.Parasit., 2000,
v. 88, n. 1-2, p. 43-49, 1975.
Dorny, P.; Phere I.; Gabriel, S.; Speybsoeck, N.; Vercruysse, J. A sero-epidemiological study
of bovine cysticercosis in Zâmbia. Vet. Parasit., v. 104, n. 3, p. 211-215, 2002.
Duarte, N. S. e Corrêa, N. Cisticercose bovina. In: Curso Sobre Parasitos dos Ruminantes. 1,
Lages, Anais. p. 131 – 145, 1981.
Fan, P. C.; Chung, W. C.; Lin, C. Y. et al. Studies on taeniasis in Taiwan. VI. Is Taenia
saginata from Taiwan, Korea, Indonesia a new species? Chinese J Parasitol, v. 1, p. 56-70,
1988.
Fan, P. C.; Chung, W. C.; Lin, C. Y.; Wu, C. C. The pigs as an intermediate host for Taiwan
Taenia infection. J Helminthol , v. 64, p. 223-231, 1990.
Eom, K. S.; Rim, H.; Geerts, S. Experimental infection of pigs and cattle with eggs of Asian
Taenia saginata with special reference to its extrahepatic viscerotropism. The Korean Journal
of Parasitology, v. 30, n. 4, p. 269-275, 1992.
Fan P. C. Annual economics loss caused by Taenia saginata asiática Taeniasis in East Asia.
Parasitol Today, v. 13, p. 194-196, 1997.
80
FAO/WHO/OIE Anuário de Saude Animal. Animal Health Service. Animal Production and
Health Division, 1974.
Fernandes, J. O. M; Silva, C. L. S. P; Borges J. H. R.; Pagaiane J. C.; Coelho, R. V.Bovine
Cisticercosis incidence in slaughtered animals at houses under regimen of federal inspection
in the district of Andradina-SP. Ciênc. Agr. Saúde. FEA, v.2, n.1, p. 14-17, 2000.
Ferrer, E.; Benitez, L.; Foster-Cuevas, M.; Bryce, D.; Wamae, L. W.; Onyango-Abuje, J. A.;
Garate, T.; Harrison L. J. S.; Parkhouse, R. M. E. Taenia saginata derived synthetic peptides
with potencial for the diagnosis of bovine cysticercosis. Veterinary Parasitologia, v. 111. p.
83-94, 2003.
Flisser, A. Teniosis and cysticercosis due to T. saginata. Progress in clinical parasitology.
Boca Ratón (FL): CRC Press Inc., v. 4, p. 77-116, 1994.
Flisser A, Madrazo I, Plancarte A, Schantz P, Allan J, Craig P et al. Neurological symptoms
in occult neurocysticercosis after a single taenicidal dose of praziquantel. Lancet, p. 342:348,
1994.
Flisser,A.; González, D.; Shkurovich, M.; Madrazo, I.; Correa, D.; Rodríguez-Carbajal, J. et
al. Praziquantel treatment of bovine brain and muscle Taenia saginata cysticercosis. Parasitol.
Res., v. 76, p. 263-269, 1990.
Flisser, A.; Viniegra, A.; Aguillar-Vega, L.; Garza-Rodriguez, A.; Maravilla, P.; Avila, G.
Portrait of Human Tapeworms. J. Parasitol, v. 90, n. 4, p. 914-916, 2004.
Freitas J. A.; Palermo E. N. Complexo Teníase-cisticercose. Avaliação parcial da situação no
Estado do Pará. Braz. J. vet. Res. Anim. Sci. São Paulo, v. 33, p. 267-272, 1996.
Fukuda, R.; Santos, I. F.; Andrade, C. R. Estudo comparativo entre técnicas de inspeção do
diafragma para o diagnóstico da cisticercose bovina. Hig. Alim. , v. 12, n. 55, p. 51-62,
1998.
81
Fukuda, T. R.; Prata, L. F.; Verardino, H.; Almeida, L. A. M. Evolução da Cisticercose
Bovina em Animais Abatidos no Estado de São Paulo. Hig. Alim., v.17, n.108, p.21-31, 2003.
Fuller, G. K. Letter: The oral extration of an adult Taenia saginata. Trans.Soc.Tro.Med.Hyg.,
v. 67, n. 1, p. 147, 1973.
Galán Puchades M. T.; Fuentes, M. V. The Asian Taenia and the possibility of cysticercosis.
The Journal of Parasitology, v. 38, n. 1, p.1-7, 2000.
Geerts, S.; Kemar, V.; Rerts, N. Antigenic components of Taenia saginata and their relevance
to the diagnosis of bovine cysticercosis by immunoelectrophoresis. J.Helminthal , v. 53, n. 4,
p. 293-299, 1979.
Geerts S. Taenia saginata: een eeuwig problem? Verhand. Kon. Acad.Geneesk. Belg., v. 52,
p. 537-564, 1990.
Gemmell, M. A. The effect of weather on tapeworm eggs and its epidemiological
implications. In: Weather and Parasitic Animal Disease , Gibson, T. E. ed., World
Meteorological Organization Technical Note, v. 158, p. 83-94 , 1978.
Germano, P. M. L Comércio clandestino de produtos animais prejudica a saúde pública
Higiene Alimentar, 1991, v. 5, n.18, p.11-12,1991.
Gomes, I.;, Veiga, .;, Embiruçu, E. K.; Rabelo, R. Mota, B.; Meza-Lucas, A.;, TapiaRomero, R.;, Carrilo-Becerril, B. L.; Alcantara-Anguiano, I.;, Correa, D.; Melo, A. Taeniasis
and cysticercosis prevalence in a small village from Northeastern Brasil. Arq.Neuropsiquiatr,
v. 60, n. 2-A, p. 219-223, 2002.
Gomes, I.; Veiga, M. Corrêa, D.; Meza-Lucas, A.; Mata, O.; Garcia, R. C.; Osornio, A.;
Rabelo, R.; Lucena, R. Melo A. Cysticercosis in epileptic patients of Mulungu do Morro
Northeastern Brazil. Arq. Neuropsiquiatr., v. 58, p. 621-624, 2000.
González, L. M.; ,Montero, E.; Puente, S.; López-Velez, R.; Hernandez, M.; Sciutto, E.;
Harrison, L. J. S.; Parkhouse, R. M. E.; Gárate, T. PCR tools for the differential diagnosis of
82
Taenia saginata and Taenia solium taeniasis / cysticercosis from different geographical
locations. Diagn. Microbiol. Infect. Dis,. v. 42, p. 243-249, 2002.
Gonzalez, L. M.; Montero, E.; Harrison, L. J.; Parkhouse, R. M. Garate, T. Differential
diagnosis of Taenia saginata and Taenia solium infection by PCR. J Clin Microbiol., , v.38, n.
2, p. 737-44, 2000.
Gonzalez, L. M.; Montero, E.; Morakote, N.; Puente, S.; Diaz de Tuesta, J. L.; Serra, T.;
Lopez-Velez, R.; McMannus, D. P.; Harrison, L. J. S.; Parkhouse, R. M. E. and Garate, T.
Differential diagnosis of Taenia saginata and Taenia saginata asiática. Diagn. Microb.
Infect. Dis. V. 49, p. 183-188, 2004.
Gouvêa, A. A. L. Cisticercose Bovina. Incidência e aspectos histopatológicos em bovinos
abatidos no matadouro-frigorífico no município de Simões Filho-Ba, (monografia) Escola de
Méd.Vet.UFBA, 48f, 2002.
Grendle R. J. Economic losses resulting from bovine cysticercosis with special reference to
Botswana and Kenya. Trop. Anim. Health Prod., v. 10, n. 3, p. 127-140, 1978.
Gupta, R. L.; , Agrawal, V.
Kumar, S.; Monika, Oral expulsion of Taenia saginata.
Department of Surgery, University College of Medical Sciences, Delhi, v. 16, n. 2, 70-71,
1997.
Gusso, R. L. F.; Minozzo, J. C.; Thomaz-Soccol,V.; Camargo, N. L.; Lopes C. M.
Experimental Infection of cattle with eggs of Taenia solium. Archives of Veterinary Science,
v. 5, p.23-27, 2000.
Habbari, K.; Tifnouti, G.; Bitton ; Mandil, A. Helminthic infections associated with the use of
raw wastewater for agricultural purposes in Beni Mellal, Morocco. Eastern Mediterranean
Health Journal., v. 5, n. 5, p. 912-921, 1999.
Harrison L. J. S.; Garat,e T.; Bryce, D. M.; Gonzalez, L. M.; Foster-Cuevas, M.; Wamae, L.
W.; Onyango-Abuje, J. A.; Parkhouse, R. M. E. Ag-ELISA and PCR for Monitoring the
83
Vaccination of Cattle against Taenia saginata Cysticercosis Using an Oncospheral Adhesion
Protein (HP6) with Surface and Secreted Localization. Tropical Animal Health and
Prodution., v. 37, p. 103-120, 2005.
Ilsoe, B.; Kyvsgaard, N. C.; Nansen, P.; Henriksen, S. Aa. Bovine Cysticercosis in Denmark.
A study of possible causes of infection in farms with heavily infected animals. Acta scand., v.
31, p. 159-168, 1990.
Ilsoe B, Kyvsgaard C, Nansen P, Henriksen Saa. A Study on the Survival of Taenia saginata
Eggs on Soil in Denmark. Acta.vet.scand., v. 31, n. 2, p. 153-158, 1990.
Ito A.; Chung W. C.; Chen C. C.; Ito M.; Endo S.; Okamoto M.; Fan P. C. Human Taenia
eggs develop into cysticerci in scid mice. Parasitology, v. 114, p. 85-88, 1997.
Jongwutiwes S, Putaporntip C, Chantachum N, Sampatanerkul P. Jejunal Perforation caused
by morphologically abnormal Taenia saginata infection. J Infect, v. 49, n. 4, p. 324-328,
2004.
Juranek, D. D.; Forbes, L. S.; Keller, U. Taenia saginata Cysticerci in Muscles of Beef Cattle.
Am J Vet Res, v. 37, n.7, p. 785-789, 1976.
Kearney, A. Cysticercus bovis some factors which may influence cyst distribution. J
.Parasitol, v. 56, p 183, 1970.
Kobayashi, A. Programa japonés para el control de las geohelmintiasis. Salud Pública Mex. ,
v. 26, p. 579-588, 1984.
Kowaleski W. Incidência da cisticercose bovina no Estado do Paraná e aplicação da prova de
ELISA como diagnóstico. Dissertação (Mestrado em Patología Veterinária) – Curso de Pósgraduação em Ciencias Veterinarias, Universidade Federal do Paraná, v. 96f, 2002.
Kyvsgaard, N. C.; Ilsoe, B.; Henriksen, S.A.; Nansen, P. Distribution of Taenia saginata cysts
in carcases of experimentally infected calves and its significance for routine meat inspection.
Res. Vet. Sct., v. 49, n. 1, p. 29-33, 1990.
84
Kyvsgaard N. C.; Ilsoe, B.; Willeberg, P.; Nansen, P.; Henriksen, Sv. Aa. A case-control
study of risk factors in light Taenia saginata cysticercosis in Danish cattle. Acta vet. Scand.,
v..32, n. 2, p. 243-252, 1991.
Landa A.; Mechant M. T.; Willms K.; Laclette J. P.; Purification and ultrastructural
localization of surface glycoproteins of Taenia saginata. Int J Parasitol, v. 24, p. 265-269,
1994.
Lenoble, E.; Dumontier, C. Perforation of the small intestine and intestinal parasitic deseases.
Apropos of a case of peritonitis caused by the perforation of the small intestine combined with
Taenia saginata infection. J Cher (Paris), v. 125, n.5, p. 350-352, 1998.
Lightowlers, M. W.; Rolfe, R..; Gauci, C. G. Taenia saginata: Vacination against
Cysticercosis in Cattle with Recombinant Oncosphere Antigens. Experimental parasitology,
v. 84, n. 121, p. 330-338, 1996.
Luarca, E.G. Situação Atual do Complexo Teníase Humana-Cisticercose Nas Américas.
Comunicações científicas da.Faculdade de.Med.Vet.Zootec. da Univ.S.Paulo, v.8, n.2, p.223
– 226, 1984.
Lawson, J. R.; Gemmell, M. A. Hydatidosis and Cysticercosis:The Dynamics of
Transmission. Advances in Parasitology, v. 22, 261-307, 1983.
Manhoso, F. F. R. Prevalência de cisticercose bovina em animais abatidos no município de
Tupã,SP (1992-1993). Higiene.Alimentar, v. 45, n. 10, p. 44-47, 1996.
Manhoso, F. F. R.; Pardo, R. B. Ciasticercose no contexto da saúde pública. Unimar Ciên.,
v.10, .n. 2, p. 37-43, 1998.
Manhoso, F. F. R.; Prata, L F. Prevalência de Cisticercose Bovina na Região Oeste do Estado
de São Paulo. Higiene Alimentar, n. 121, v.18, p. 42-49, 2004.
85
Mello, F. A. M; Fernández, A. T.; Machado T. C. C. Ocorrência de Condenações de Orgãos
Comestíveis de Bovinos em Matadouros sob Serviço de Inspeção Estadual e Federal do Rio
de Janeiro-RJ. 2000 < www.unigranrio.br/veterinária/causasdecondenacao.doc>
Minozzo, J. C. Experimental bovine infection with Taenia saginata eggs: recovery rates and
cysticerci location. Brazilian archives of Biology and Technology, v. 45, n. 4, p. 451-455,
2002.
Minozzo, J. C.; Thomaz-Soccol, V.; Olortegui, C. H.; Soares, V. E.; Costa, A. J. da. Teste
imunoenzimático (enzyme-immunosorbent assay) para diagnóstico da cisticercose bovina e
estudo da cinética de produção de anticorpos contra Cysticercus bovis . Ciência Rural, Santa
Maria, v. 34, n. 3, p. 857-864, 2004.
Molinari, J. L .et al. Discrimination between ative and inactive neurocysticercosis by
metacestode excretory/secretory
antigens
of Taenia solium
in
an
enzyme-linked
inmunoabsorbent assay. Am J. Trop. Med. Hyg., v. 66, n. 6, p. 777-81, 2002.
Monroy-Ostria A.; Gómez J. L; Ramírez A.; Carrillo G. Reconocimiento por
inmunoelectrotransferencia de antígenos de Taenia saginata y su larva. Rev Latinoam
Microbiol, v. 39, p. 33-38, 1992.
Moraes, R. G.; Leite, I. C.; Goulart, E. G. Morfologia, biologia e classificação dos cestódeos.
In:_.Parasitologia e Micologia Humana. Cultura Médica, 3 Ed, p. 205-225, 1984.
Moreira, M. D.; Reis, D. O.; Almeida, L. A. Zoonoses Reemergentes: A Cisticercose Bovina
em Matadouros de Uberlândia, MG. Hig.Alim., v. 15, n. 85, p. 16-18, 2001.
Moreira, M. D.; Almeida L. P.; Reis, D. O. Cisticercose Bovina: Um Estudo com Bovinos
Abatidos em Matadouro Municipal de Uberlândia, MG. Hig. Alim., , v.16 n.100, p. 37-41,
2002.
Moreira M. D.; Santos W. L. M. Caracterização da Cisticercose de Bovinos Abatidos em
Matadouros Municipais de Divinópolis e Uberlândia, MG, Brasil. Vet.Not., v. 6, n. 2, 2000.
86
Mott, K. E. Nuttall, I. New geographical approaches to control of some parasitic zoonoses.
Bull. World Health Org., v. 73, n. 2, p. 247-257, 1995.
Murrel, K. D. Economic losses resulting from food-borne parasitic zoonoses. Southeast Asian
J. Trop. Med. Public Health, v. 22, p. 377-381, 1991.
Neves, D. P.Teníase e cisticercose. In: Parasitologia Humana, 7 ed:211-223, 1988.
Nimer, E. Climatologia do Brasil. FIBGE, Rio de Janeiro, Brasil, p. 12-75,1979.
Nozais, J. P. Taenia saginata. Epidemiologie, diagnostic, traitement. Rev. Prat, v. 40, n. 7, p.
691-692, 1990.
Oliveira, P. R.; Ribeiro S. C. A.; Silva P. L.; Reis D. O. Prevalência da Cisticercose em
Carcaças e Visceras de Bovinos Abatidos em Uberlândia. Arq.Bras.Med.Vet. Zoot, v. 36, n.
4, p. 443-450, 1984.
Olsen, J. E.; Nansen, P. Infectivity of Eggs of Taenia taeniaeformis after Anaerobic Digestion
of Sewage – A Possible Model for Taenia saginata Eggs Resistance. Acta Vet. Scand. , v. 31,
n. 3, p. 77-379, 1990.
OPAS - Organizacion Panamericana de la Salud. Diagnóstico de la salud animal en las
Americas. Washington, OPAS, Pub. Cient. 452. p. 61-103, 1983.
OPAS - Organizacion Panamericana de la Salude. Epidemiología y control de la taeniosis y
cisticercosis en América Latina. Washington, D.C.: OPS/OMS, 1994.
OPAS .- Organizacion Panamericana de la Salude. Sistemas de informação geográfica em
saúde: conceitos básicos. OPAS, Brasília, 124p. , 2002.
Okolo, M. I. O. Studies on Taenia saginata cysticercosis an eastearn Nigeria. Int.J.zoon., v.
13, p. 98-103, ,1986.
87
Oryan A.; Moghaddar N.; Garer S. N. Taenia saginata cysticercosis in cattle special reference
to it prevalence, pathogenesis and economic implications in Fars Province of Iran. Vet.
Parasit., v. 57, n. 4, p. 319-327, 1995.
Oryan A.; Gaus S. N.; Moghaddar N.; Delaver H. Clinico-patological studies in cattle
experimentally infected with Taenia saginata eggs. J. S. Afr. Vet. Assoc., v. 69, n. 4, p. 156162, 1998.
Pardi, M. C.; Duarte, G. G. e Rocha, U. F. Cisticercose em bovinos e suínos (análise
estatística de dados colhidos pelo SIF – Frigorífico Anglo de Barretos, estado de São Paulo –
Brasil. Ver. Fac. Méd. Vet. São Paulo, v. 4, n. 4, p. 613-628, 1952.
Pardi, M. C.; Santos, F.S. ;Souza, E.R. Pardi, H. S. Zoonoses parasitarias da carne. IN:
Ciência, higiene e tecnologia da carne 2ed.Goiânia,UFG, P.373-80, 2001.
Parkinson B. The role of meat inspector in desease control. Aust. Vet. J., v. 48, p. 190-193,
1972.
Pawlovsky Z.; Schultz M. G. Taeníasis and cysticercosis (Taenia saginata). Advanc. Parasit,
v. 10, p. 269-343, 1972.
Pawlovski, Z. Perspectives on the control of Taenia saginata Parasitol Today, v. 6, p. 371373, 1990.
Pawlovski, Z. Control of Taenia saginata taeniasis and cysticercosis by focus oriented
chemotherapy of taeniasis. Southeast Asian J Trop Med Public Healthn., 48, p. 284-286,
1991.
Peel, C.; The influence of the Age Factor in Cysticercus Bovis Infestations in West Africa
N’Dama Cattle.Tropical Medicine and Hygiene, p. 239-242, 1961.
88
Pane P, Ranceray J, Duben P. Acute pancreatitis from obstrution of Wirsung`s canal by
Taenia saginata. J Cher (Paris), v. 117, n. 3, p. 193-194, 1980.
Pugh K. E.; Chambers P. G.; Observations on Cysticercus bovis in slaughter cattle in the
Matabeleland province of Zimbabwe. Veterinary Record, v. 125, n. 19, p. 480-484, 1989.
Queiroz, R.P.V. ; Santos, W.L.M.; Souza, R. M. ; Santos Filho, A.M.P. A Importância do
Diagnostico da Cisticercose Bovina. Higiene Alimentar, v.14, n. 77, p. 12-15, 2000.
Reis, D.O.; Mundim M.J.S.; Cabral D.D.; Ocorrência de cisticercose no linfonódio sub-ilíaco
de bovino: relato de caso. Hig. Alimentar, v. 5, n. 20, p. 21-22, 1991.
Reis D. O.; Raghiante F.; Cisticercose Bovina: Tendência da Doença em Animais Abatidos
em um Frigorífico de Uberlândia, MG, sob Inspeção Federal, 1994- 1998. Hig. Alim., v. 14,
n. 70, p. 20-22, 2000.
Reis, D. O.; Costa J. M.; Cabral D. D.; Gonçalves M. R. F.; Alves Neto J. Distribuição da
Cisticercose em bovinos abatidos em Uberlândia, Minas Gerais. R. Cent. Cienc. Bioméd.
Univ. Fed. Uberlândia, v. 62, n. 1, p. 3-7, 1986.
Richards, J. F. O. Use of geographic informations systems in control programs for
onchocercaciasis in Guatemala. Bull. Pan Am. Health Org., v. 27, n. 1. p. 52-55, 1993.
Riche, P. D. Le and Sewell M. M. Differentiation of Taenia saginata and Taenia solium by
enzime eletrophoresis.Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene,
v. 71, n. 4, p. 327-328, 1977.
Rodriguez-Hidalgo, R.; Benitez-Ortiz W.; Dorny P.; Geerts S.; N-Roman J.; Proaño –Perez
F.; Chavez-Larrea M. A.; Barrionuevo-Samaniego M.; Celi-Erazo Geysen D.; Ro M.;
Vizcaino-Ordonez L.; Brandt J. Taeniosis-cysticercosis in man and animals in the Sierra of
Northern Ecuador.Veterinary Parasitology, v. 118, p. 51-60, 2003.
89
Rodrigues, L. V. C. Inspeção Sanitária e Critério de Julgamento da Cisticercose Bovina
Calcificada. Infecção Leve. Ciência Rural, v. 23, n. 3, p. 339-344, 1993.
Rodrigues, M. A.O. Cisticercose Bovina . Revisão de Literatura e distribuição no Estado da
Bahia. (Monografia ) escola de Méd.Vet. Ufba, 44p., 2000.
Salazar-Schettino, P. M.; Haro-Arteaga. Biologia del Binomio teniasis-cisticercosis. Bol.Chil.
Parasitol., v. 45, p. 73-76, 1990.
Santos, I. F.; Fukuda, R. T.; Oliveira, S. J. Cisticercose Cerebral Bovina Detectada na
Inspeção em Matadouros. Científica, v. 6, n. 1, p. 43-145, 1978.
Santos, I. F. Diagnóstico da cisticercose bovina em matadouros: novas técnicas de exame de
esôfago e diafragma. Tese Faculdade de Saúde Pública, USP, 127 p., 1984.
Santos, I. F. Diagnóstico da cisticercose bovina em matadouros. III – Exame dos Pilares
diafragmáticos. Higiene Alimentar, v. 7, n. 25, p. 26-34, 1993.
Santos, I. F. Diagnóstico da Cisticercose Bovina em Matadouros. II – Exame do Diafragma.
Arq. Flum. Méd. Veter, v. 2 n. 3, p. 72-78,1987.
Santos, I. F. O Cysticercus bovis (Forma larvar da Taenia saginata) Pode infectar o homem?
Higiene Alimentar, v. 10, n. 44, p. 13-14, 1996.
Sarti E. La taeniasis y cisticercosis en México (revisión bibliográfica). Salud Pública Mex., v.
28, p. 556-563, 1986.
Sarti E. Considerations for the control and prevention of neurocysticercosis. En: Wijeyaratne
P, Hatcher-Roberts J, Kitts J, Jones-Arsenault L, ed. Gender, health and sustainable
development: A Latin America perspective. Otawa, Canadá: International Development
Research Centre, p. 748-755, 1994.
90
Scandrett, W.B,; e Gajadhar, A. A.; Recovery of putative taeniid eggs form silt in water
assiciated with an outbreak of bovine cysticercosis. Can Vet J, v.45, p. 758-760, 2004.
Schramlová, J.; Blazek K. Morphology of Cysticercus Bovis During its Development. Folia
Parasitológica (PRAHA), v. 30, p. 335-339, 1983.
Schramlová, J.; Blazek K.; Prokopic J. Some Aspects of the Ppresence of Surface Associeted
Acid Mucosubstance on Larval Taenia saginata Infecting Suitable and Unsuitable Host. Folia
Parasitológica, v. 37, p. 307-312, 1990.
Schantz, P.; Cruz M.; Sarti E.; Pawlowski .; Potencial erradicability of teniosis and
cysticercosis. Bull Panam Health Organ, v. 27, p. 397-403, 1993.
Schenk, M. A. M.; Schenk, J. A. P. Prevalência de tuberculose, cisticercose e hidatidose em
bovinos abatidos nos matadouros-frigoríficos do estado de Mato Grosso do Sul, Brasil
(1974/1979) < http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/cot/COT11.html >
Schenone, H.; Letonja T. Cisticercosis porcina y bovina en Latinoamérica. Bol. Chile.
Parasitol, v. 29, p. 90-98, 1974.
Schipman, P. A Worm's View of Human Evolution. In: The Magazine of Sigma XI, The
Cientifc Research Society, v. 90, n. 6, p. 508, 2002.
Sciutto, E, Fragoso G, Trueba L, Lemus D, Montoya RM, Díaz ML et al. Cysticercosis
vaccine: Cross protecting immunity with T. solium antigens against experimental murine T.
crassiceps cysticercosis protection. Parasite Immunol., v. 12, p. 687-690, 1990.
SEI – Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, Geoambientais.
<www.sei.ba.gov.br/geoambientais/info_geo/index.htm?tmp.codpai=gr1&tmp.pesquisa=false
%20> , acessado 07/09/05.
Simanjuntak, G. M. ;Margono, S. S.; Okamoto, M.;
Ito, A. Taeniasis/cisticercosis in
Indonesia as an emerging disease. Parasitol Today, v. 13, p. 321-323, 1997.
91
Slonka, G. F.; Maoulthrop, J. I.; Dewhirst, L. W.; Hotchkiss, P. M.; Valazza, B.; Schultz M.
G. An Epizootic of Bovine Cysticercosis. Javma, v.166, n. 7, p. 678-681, 1975.
SPNBH - Scientific Panel on Biological Hazards. The suitability and details of freezing
methods to allow human consumption of meat infected with Trichinella or Cysticercus.
EFSA Journal, v. 142, 1-50, 2004.
Sotelo J.; Del Brutto O. H.; Román G. C. Current therapy in neurology diseases. Curr Clin
Top Infect Dis., v. 16, p. 240-259, 1996.
Sotelo, J.; Del Brutto, O. Review of Neurocysticercosis. Neurosurg Focus, v. 12, n. 6. 2002.
Soulsby, E. J. L. Helminths, Echinococcus in Helminths, Arthropods and Protozoa of
Domesticated Animals, Lea and Febiger Inc, 7th ed, Philadelphia, p. 107-111, 1982.
Stephen C. Outbreak of Cysicercus bovis (Taenia saginata) in feedlot cattle in Alberta.Can
Vet J., v. 43, p. 227-228, 2002.
Sterba, J.; Dyková, I. Syntomatology of taeniasis caused by taenia saginta. Folia
Parasitologica, v. 26, p. 281-284, 1979.
Storey, G. W.; Phillips, R. A. The survival of parasite eggs throughout the soil profile.
Parasitology, v. 91, p. 585-590, 1985.
Suweta I. G. P. The Situation of Cysticercosis/Taeniasis in Animal/Man in Bali. Bull Fac Vet
Sci Anim Husb, Hdayana Univ., p. 236-238, 1991.
Takaianagui, O. M.; Castro, E.; Silva, A. A. M. C.; Santiago, R. C.; Odashima, N. S.; Terra,
V. C.; Takaianagui, A. M. M. Notificação compulsória da cisticercose em Ribeirão Preto-SP.
Arq neuropsiquiat., v. 54, p. 557-564, 1996.
Tesfa-yohannes, T. M. Observations on self-induced Taenia saginata infection. Ethiop Méd.
J., v.28, n. 2, p. 91-93, 1990.
92
Theves, G. Meat inspection during the second half of the 19th century, reflection of progress
in aplied sciences. Bull. Soc. Sci. Méd., v. 35, n. 1, p. 35-59, 2002.
Torres, M.; Perez, C.; Galdamez, E.; Gabor, M.; Miranda, C.; Cofre, X.; Tellez, P.; Teniosis:
A Clinical serie of 35 human cases. Parasitol. Dia, v. 25, p. 1-2, 2001.
Tum, S.; Puotinen, M. L.; Copeman, D. B. A geographic information systems model for
mapping risk of fasciolosis in cattle and buffaloes in Cambodia. Veterinary Parasitology, v.
122, n. 2, p. 141- 149, 2004.
Ungar, M. L. e Germano P. M. L. O valor dos registros de estabelecimentos de abate para a
saúde pública. Comum. Cient. Fac. Med. Vet. Zootec. Univ.S.Paulo, v. 14, n. 2, p. 161-165,
1990.
Ungar M. L.; Germano P.M.L. Prevalência da Cisticercose Bovina no Estado de São Paulo
(Brasil) . Ver.Saúde Pública S.P, v. 26, n. 3, p. 167-172, 1992.
Verster, A. The Golden Hamster as a definitive host of Taenia solium and Taenia saginata.
Ondestepoort J. Vet. Res. , v. 41, p. 23-28, 1974.
Viana, M. C.Complexo Teníase-cisticercose .Análise crítica de dados de ocorrência da teníase
e da cisticercose humana no Brasil, com especial referência ao estado de São Paulo.
Dissertação de Mestrado –ICB, Universidade de São Paulo, p. 166, 1985.
Villa, M. F. G. Situação epidemiológica do Complexo Teníase Cisticercose como problema
de saúde pública no Brasil. Higiene Alimentar, v. 9, n. 36, p. 8 –11, 1995.
Wanzala, W.; Onyango-Abuje, J. Á.; Kang’ethe, E. K.; Zessin, K. H.
Kyule, N. M,;
Baumann, M. P. O.; Ochaud, H.; Harrison, L. J. S. Control of Taenia saginata by post-mortem
examination of carcasses. African Health Sciences , v. 3, n . 2, p. 68-76, 2003.
Yamasaki, H.; Allan, J. C.; Sato, M. O.; Nakao, M.; Sako, Y.; Nakaya, K.; Qiu, D.; Mamuti,
W.; Craig, P. S.; Ito, A. DNA Differential Diagnosis, 2004.
93
Yamashita, S.; Mesquita, M. V. G. B. C, Machado, J. C. M.; Miranda, A. H,.; Marceli, J.
Cisticercose Intramedular: Relato de caso e Revisão da Literatura .Radiol. Brás., v. 36, n. 4, p.
255-257, 2003.
Zampini L .M. Cisticercose bovina no Paraná no período de 1982 a 1988. Higiene Alimentar,
v. 8, n. 30, p. 24-25, 1994.
94
APÊNDICE 1. Número de abate e cisticercose por DIRES
DIRES
9
14
13
8
2
26
7
18
30
12
20
17
6
3
19
29
4
1
25
22
5
24
16
27
10
11
21
28
31
ABATE
254.345
236.664
37.104
57.135
98.241
18.317
20.478
22.666
17.515
18.716
6.462
10.420
6.113
8.120
4.665
1.436
1.809
1.079
4.997
704
138
578
656
247
140
860
63
521
3.877
Cisticercose
3.315
1.829
900
506
417
187
139
116
91
77
49
42
41
34
34
26
15
10
10
3
2
2
1
1
-
% cisticercose
1,30
0,77
2,43
0,89
0,42
1,02
0,68
0,51
0,52
0,41
0,76
0,40
0,67
0,42
0,73
1,81
0,83
0,93
0,20
0,43
1,45
0,35
0,15
0,40
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Fonte: MAPA e DICS/MS
APÊNDICE 2. Análise descritiva das variáveis ambientais segundo aparecimento da
Cisticercose Bahia – Nov/02 a Jun/05.
Cisticercose
N
Média
Desvio padrão
Temperatura
Não
2708
24,4
2,07
Sim
1977
24,4
2,17
Umidade
Não
2708
78,1
8,46
Sim
1977
79,1
7,79
Pluviosidade
Não
2708
90,8
82,28
Sim
1977
99,4
79,99
Fonte: Ministério da Agricultura/INMET
95
APÊNDICE 3. Romaneios com aparecimento da Cisticercose bovina segundo a umidade da
região na Bahia, novembro de 2002 a junho de 2005.
100
90
80
70
684
1882
4049
3636
4169
3624
3621
3632
4350
4165
4164
4121
4051
830
1803
4232
4040
3589
4362
2611
4048
4188
4185
1877
3541
1881
3574
726
1870
1897
1899
4625
4005
3569
677
3490
1872
3540
3884
685
1862
2809
821
1826
4043
4234
842
4186
4327
1821
4189
4183
1884
820
4365
796
4196
2858
2877
4174
4616
3602
3597
4624
4325
3620
4047
4087
3667
4176
3639
4018
4179
4326
687
4346
4366
4091
4022
4197
4222
4023
4627
4219
4193
3619
4086
3601
686
4089
3715
1849
3712
3835
3841
3836
3840
3257
1878
1868
1883
690
4080
3674
3640
826
3676
2704
3983
4236
3670
4045
Umidade (%)
60
50
3581
1898
3588
4604
3618
2649
4613
3878
1896
3570
3880
4484
4244
4361
4
5
3753
4578
4444
4450
4590
829
838
4175
4602
623
3959
1880
3568
3580
4016
4050
3627
1903
3634
839
815
4363
3981
2648
3633
4184
3332
3844
4052
3327
3843
4083
4171
4237
3877
4328
2691
3635
3626
4194
3672
3631
3834
1902
4021
4220
841
827
3625
4093
1901
4198
1873
4235
40
30
N=
2708
1977
Não
Sim
Cisticercose
APÊNDICE 4. Romaneios com aparecimento da Cisticercose bovina segundo a pluviosidade
da região na Bahia – novembro de 2002 a junho de 2005.
600
500
2118
2043
2441
3379
808
176
157
191
1995
200
2010
2005
1083
1098
2023
2474
2002
153
203
159
2449
149
154
3336
47
1997
400
1926
1916
4238
4478
3374
1124
1152
1108
3009
2036
1139
1120
1136
1162
1113
2515
1175
3989
2504
3019
2502
1127
1181
3001
1147
17
180
2032
2974
2003
182
144
202
3335
883
1912
3352
3960
844
3882
3879
4002
3988
3473
300
2044
2466
4055
1779
2442
1776
197
2015
188
174
147
185
1079
178
2012
194
151
2021
190
2478
2017
2028
4240
1968
4084
2117
2547
2525
2516
1159
1184
2550
3899
2544
2528
1150
1170
2519
2509
1137
1111
3007
2987
4644
2006
2979
2967
166
Pluviosidade (mm)
200
100
0
-100
N=
Cisticercose
2708
1977
Não
Sim
96
APÊNDICE 5. Análise descritiva das variáveis sócio demográfica segundo aparecimento da
Cisticercose Bahia – novembro de 2002 a junho de 2005.
Cisticercose
N
Média Desvio padrão
Densidade Demográfica
% Pessoas alfabetizadas
Nº moradores por domicilio
% Água
% esgotamento
% Lixo
Não
2709
35,46
82,5797
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
1978
2709
1978
2707
1978
2709
1978
2688
1971
2709
1978
30,39
67,14
67,04
4,22
4,20
40,78
44,30
23,95
32,47
48,83
54,38
43,6199
6,2019
5,9344
0,3308
0,3585
14,7635
15,4755
22,2948
24,2816
19,1904
18,7621
APENDICE 6. Romaneios com aparecimento da Cisticercose bovina segundo percentual de
pessoas alfabetizadas No estado da Bahia, Novembro de 2002 a junho de 2005.
100
2074
90
2259
574
505
573
3864
3608
3555
3656
3780
3401
3591
3484
3657
3865
3358
3400
3554
3697
3536
3833
3781
3607
3357
3696
3764
3485
3502
3821
3386
3679
3740
3501
3503
3450
3642
3668
3850
3680
3851
3739
3820
3819
1916
1997
1768
1763
1767
1765
1764
1021
1580
930
2044
3590
3849
3802
3483
3763
3801
3720
3451
3800
3339
3399
3385
3721
3430
3428
3641
3356
3449
3592
3340
3429
3535
1766
% Pessoas alfabetizadas
80
70
60
4328
4044
50
47
1878
1868
40
N=
Cisticercose
2686
1971
Não
Sim
97
APÊNDICE 7. Romaneios com aparecimento da Cisticercose bovina segundo percentual de
domicílios com água encanada no estado da Bahia, no período de novembro de 2002 a junho
de 2005.
5,5
Nº moradores por domicilio
5,0
2463
2566
2549
2742
2711
2689
2518
2665
2710
2822
2565
2841
2646
2347
2675
2564
2801
2797
2625
2788
2439
2480
2609
2398
2408
2454
2718
2592
2857
2771
2425
2531
2633
2353
2462
2369
2759
2365
2626
2765
2869
2507
2694
2821
2348
2578
2717
2397
2782
2577
2731
2781
2737
2772
2517
2808
2508
2820
2828
2676
4319
4320
4315
4321
2632
2591
2681
2383
2494
2406
2475
2382
2807
2726
2868
2492
2664
2666
2867
2700
2351
2758
2624
2519
2509
2440
2610
2688
2396
2530
2827
2346
2891
2576
2855
2407
2550
2896
2889
2796
2908
2764
2452
2682
2839
2608
2701
2453
2875
2438
2352
2736
2876
2727
2906
2856
2741
2846
2907
2645
2476
2644
2890
2895
2493
2364
2548
2461
2536
2840
2749
4313
4318
823
1887
3
1900
1908
1890
1891
1897
1906
1910
1911
1894
1895
1899
1888
1907
3055
2985
3056
2957
3039
3161
3011
3172
3098
3160
3086
3030
3181
2946
3138
3099
3064
3126
3046
3191
3107
3010
2977
2947
3147
2976
2984
2919
2931
2958
516
515
1902
1896
1898
1903
1909
1886
1904
1905
1893
1885
1889
1901
3159
3063
3200
2920
3029
3037
3171
2959
3170
3118
3085
3054
3190
3125
3198
2945
3199
3031
2930
3078
3038
3002
4,5
4,0
3,5
3,0
N=
2686
1971
Não
Sim
Cisticercose
APÊNDICE 8. Romaneios com aparecimento da Cisticercose bovina segundo percentual de
domicílios com esgotamento sanitário na região da Bahia, novembro de 2002 a junho de
2005.
100
80
60
% esgotamento
40
20
0
-20
N=
Cisticercose
2686
1971
Não
Sim
98
APÊNDICE 9. Romaneios com aparecimento da Cisticercose bovina segundo percentual de
domicílios com lixo coletado no estado da Bahia, por município, no período de novembro de
2002 a junho de 2005.
100
80
60
% Lixo coletado
40
20
0
-20
N=
2686
1971
Não
Sim
Cisticercose
APÊNDICE10. Distribuição de abate e casos de cisticercose por município do Estado da
Bahia no período de novembro de 2002 a junho de 2005.
Municípios
Itiruçu
Jitauna
Itagi
Candiba
Igaporã
Apuarema
Irajuba
Tremedal
Retirolandia
Ipiau
Lafaiete Coutinho
Castro alves
Teofilandia
Jequie
Oliveira dos Brejinhos
Nova Canaã
Planalto
Nova Itarana
Santo amaro
Mirante
Capela do Alto alegre
Aurelino Leal
São Miguel das Matas
Abate
102
3107
2922
20
20
1139
42
21
22
266
551
61
62
8507
42
8588
85
298
128
175
88
712
815
Cisticercose % de cisticercose
6
5,88
171
5,50
155
5,30
1
5,00
1
5,00
56
4,92
2
4,76
1
4,76
1
4,55
12
4,51
21
3,81
2
3,28
2
3,23
228
2,68
1
2,38
203
2,36
2
2,35
7
2,35
3
2,34
4
2,29
2
2,27
16
2,25
17
2,09
99
Municípios
Mascote
Boa Nova
Aiquara
Pirai do Norte
Jaguaquara
Correntina
Teixeira de Freitas
Santa luz
Iguai
São Francisco do Conde
Simões Filho
Itanhem
Mata de São João
Guaratinga
Firmino Alves
Planaltino
Ubaira
Floresta Azul
Ibicui
Eunapolis
Sitio do Mato
Poções
Contendas do Sincora
Ibirapuã
Gongogi
Castro Alves
Dario Meira
Vereda
Manoel Vitorino
Ilheus
Itagiba
Jucuruçu
Cocos
São Felix do Coribe
Santana
Caatiba
Medeiros Neto
Palmas do Monte Alto
Itamaraju
Santa Cruz da Cabralia
São Sebastião do Passe
Varzea da Roça
Serra Dourada
Caravelas
Iramaia
Itororo
Aracatu
Ibirapitanga
Alcobaça
Itapitanga
Abate
530
388
1867
100
152
160
78212
1016
1486
364
62
27246
130
6677
1835
66
135
953
15397
1856
3447
140
357
7939
1577
216
2417
11916
3482
387
7079
4357
240
80
4270
3594
25153
1179
33245
6531
679
199
2995
15122
636
6541
543
450
6717
1279
Cisticercose % de cisticercose
11
2,08
8
2,06
38
2,04
2
2,00
3
1,97
3
1,88
1388
1,77
18
1,77
25
1,68
6
1,65
1
1,61
437
1,60
2
1,54
102
1,53
28
1,53
1
1,52
2
1,48
14
1,47
226
1,47
27
1,45
50
1,45
2
1,43
5
1,40
111
1,40
22
1,40
3
1,39
33
1,37
162
1,36
46
1,32
5
1,29
91
1,29
56
1,29
3
1,25
1
1,25
52
1,22
43
1,20
281
1,12
13
1,10
357
1,07
70
1,07
7
1,03
2
1,01
29
0,97
144
0,95
6
0,94
61
0,93
5
0,92
4
0,89
58
0,86
11
0,86
100
Municípios
Ribeirão do Largo
Bom Jesus da Lapa
Lajedão
Brumado
Barra da Estiva
Porto Seguro
Vitoria da Conquista
Andarai
Anage
Teodoro Sampaio
Barra do Choça
Antonio Cardoso
Rafael Jambeiro
Mucuri
Feira da Mata
Itabela
Itapebi
Nova Viçosa
Itapetinga
Itagimirim
Santa Terezinha
Itape
Brejolândia
Itambe
Tanhaçu
Santanopolis
Belmonte
Prado
Almadina
Guanambi
Sebastião Laranjeira
Feira de Santana
Malhada
Tapiramuta
Capim Grosso
Pintadas
Macarani
Riacho de Santana
Itarantim
Iaçu
Carinhanha
Santo Estevão
Macajuba
Encruzilhada
Marcionilio Souza
Pedrão
Pau Brasil
Itaberaba
Lajedinho
Mundo Novo
Abate
9306
2770
12481
126
883
4938
3822
1275
641
1421
130
9699
2642
6149
805
6046
18748
4100
56327
10051
1444
1167
2939
38051
2375
455
2288
21708
306
5230
2006
9567
3463
320
162
812
24354
164
28163
2870
524
5637
3017
1429
9755
3635
919
743
559
1136
Cisticercose % de cisticercose
79
0,85
23
0,83
103
0,83
1
0,79
7
0,79
39
0,79
30
0,78
10
0,78
5
0,78
11
0,77
1
0,77
74
0,76
20
0,76
46
0,75
6
0,75
45
0,74
138
0,74
30
0,73
394
0,70
70
0,70
10
0,69
8
0,69
20
0,68
257
0,68
16
0,67
3
0,66
15
0,66
142
0,65
2
0,65
34
0,65
13
0,65
61
0,64
22
0,64
2
0,63
1
0,62
5
0,62
149
0,61
1
0,61
167
0,59
17
0,59
3
0,57
32
0,57
17
0,56
8
0,56
54
0,55
20
0,55
5
0,54
4
0,54
3
0,54
6
0,53
101
Municípios
Araci
Biritinga
Itaete
Canavieiras
Coração de Maria
Jussari
Itaju da Colonia
Potiragua
Maracas
Nova Redenção
Ipira
Alagoinhas
Maiquinique
Ibicarai
Entre Rios
Ibitiara
Conceição do Coite
Tanquinho
Boa Vista do Tupim
Nova Fatima
Euclides da Cunha
São Gonçalo dos Campos
Serra Preta
Candeal
Muquem do São Francisco
Ipecaeta
Serrinha
Ruy Barbosa
Queimadas
Gavião
Anguera
Santa Cruz da Vitoria
Baixa Grande
Terra Nova
Crisopolis
Mairi
São Desiderio
Pe de Serra
Wanderley
Santa Barbara
Monte Santo
Riachão do Jacuipe
Santa Luz
Iuiu
Palmas de Monte Alto
Ichu
Conceição de Feira
Rio Real
Ribeira do Pombal
Conde
Abate
191
4474
2233
5083
4498
1855
9167
37559
4134
888
12880
223
5463
230
728
247
1044
785
1091
1410
848
6954
6090
3293
600
1261
688
3097
6984
1060
6017
1088
4442
7874
379
1264
4062
453
458
3453
593
9089
1921
980
4094
2076
3755
932
651
567
Cisticercose % de cisticercose
1
0,52
23
0,51
11
0,49
25
0,49
22
0,49
9
0,49
44
0,48
173
0,46
19
0,46
4
0,45
58
0,45
1
0,45
24
0,44
1
0,43
3
0,41
1
0,40
4
0,38
3
0,38
4
0,37
5
0,35
3
0,35
24
0,35
21
0,34
11
0,33
2
0,33
4
0,32
2
0,29
9
0,29
20
0,29
3
0,28
17
0,28
3
0,28
12
0,27
21
0,27
1
0,26
3
0,24
9
0,22
1
0,22
1
0,22
6
0,17
1
0,17
11
0,12
2
0,10
1
0,10
4
0,10
2
0,10
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
102
Municípios
Gongoji
Coribe
Capela do Alto Alegre
Barra da estiva
Barreiras
Cacule
Aramari
Andorinha
Valente
Santo Amaro
Saude
Luis Eduardo Magalhães
Cansanção
Pojuca
Conceição do Jacuipe
Itiuba
Esplanada
Agua Fria
Olindina
Quijingue
Canudos
Apora
Caraibas
Serra do Ramalho
Pedro Alexandre
Catu
São Felipe
Santa Luzia
Irara
Dom Macedo Costa
Itabuna
Ibiquera
Milagres
Belo Campo
Santa Maria da Vitoria
Amelia Rodrigues
Bonito
Cotegipe
São Jose do Jacuipe
Lamarão
Quixabeira
Candeias
Miguel Calmon
Ibitita
Laje
Ibotirama
Itapicuru
Angical
Pindobaçu
Camacan
Abate
563
426
408
337
329
328
279
255
245
237
237
210
200
179
151
147
132
126
126
119
118
114
112
106
105
101
100
92
90
88
85
84
83
82
79
78
71
66
66
65
65
64
64
63
63
62
62
61
58
45
Cisticercose % de cisticercose
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
103
Abate
44
44
42
42
40
40
40
39
22
22
22
22
22
21
21
21
21
21
21
20
20
19
16
15
14
13
10
9
1
844.066
Municípios
Caetite
Malhada de Pedras
Brejões
Piritiba
Filadelfia
Itaquara
Jacobina
Ubatã
Buerarema
Cachoeira
Ibirataia
Jacaraci
Serrolandia
Acajutiba
Coaraci
Inhambupe
Itacare
Ponto Novo
Ricacho das Neves
Coronel João Sá
Paripiranga
Urandi
Valença
Jeremoabo
Salvador
Wenceslau Guimarães
Lajedo do Tabocal
Itamari
Fátima
Total
Cisticercose % de cisticercose
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
0
0,00
7.847
Fonte: Tabela elaborada pela autora com dados do Ministério da Agricultura – SIPA/BA
APÊNDICE 11. Localização dos cisticercos observado em bovinos abatidos em matadouros
frigoríficos com Inspeção Federal no estado da Bahia no período de 1999 a 2004.
PEÇA / ANO
CARCAÇA
CABEÇA
LINGUA
CORAÇÃO
ESTÔMAGO
FÍGADO
RINS
PULMÃO
BAÇO
INTESTINO
RABO
CEREBRO
1999
0
1435
169
1161
14
791
0
0
0
0
0
0
2000
8
1590
124
1004
0
826
4
0
0
0
0
0
2001
586
2709
866
2531
3
1255
6
3
3
3
560
0
2002
1
568
158
774
0
433
0
0
0
0
0
2
2003
5
1044
285
831
0
775
0
0
0
0
0
0
%
2004 TOTAL
42
642
1615
8961
658
2260
1575
7876
21
38
874
4954
47
57
18
21
0
3
53
56
0
560
0
2
2,5
35,23
8,88
30,97
0,14
19,48
0,22
0,08
0,012
0,22
2,20
0,07
TOTAL
3570
3556
8525
1936
2940
4903
100%
Fonte: Tabela elaborada pela autora com dados do Ministério da Agricultura - Ba
25430
104
APÊNDICE 12. Destino dos órgãos e carcaças que apresentaram cisticercos em 05
matadouros frigoríficos com Inspeção Federal no Estado da Bahia no período de 1999 a 2004.
Envio para o Setor de Graxaria
Peças
CARCAÇA
CABEÇA
LINGUA
CORAÇÃO
ESTÔMAGO
FÍGADO
RINS
PULMÃO
BAÇO
INTESTINO
RABO
CEREBRO
TOTAL
1999
0
1435
169
1161
14
791
0
0
0
0
0
0
3570
2000
0
1590
124
1004
0
826
4
0
0
0
0
0
3548
Peças
CARCAÇA
CABEÇA
LINGUA
CORAÇÃO
ESTÔMAGO
FÍGADO
RINS
PULMÃO
BAÇO
INTESTINO
RABO
CEREBRO
TOTAL
1999
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2000
7
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
ANO
CARCAÇA
1999
2000
1
2001
0
2709
285
2124
3
687
1
3
1
1
3
0
5817
2002
0
568
158
774
0
433
0
0
0
0
0
2
1935
2003
1
1044
285
831
0
775
0
0
0
0
0
0
2936
2004
34
1614
657
1574
21
874
47
18
0
19
0
0
4858
Envio para Tratamento
2001
2002
581
1
0
0
581
0
407
0
0
0
568
0
0
0
0
0
0
0
0
0
557
0
0
0
2113
0
2003
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2004
7
1
1
1
0
0
0
0
0
34
0
0
37
2003
4
2004
1
Envio para Conserva
2001
5
Fonte: Tabela elaborada pela autora com dados do Ministério da Agricultura - Ba
2002
105
APÊNDICE 13. Matriz de correlação entre os casos de cisticercose bovina e as variáveis
ambientais.
Cisticercose
temperatura
Umidade
Pluviosidade.
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pluviosidade
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
cisticercose
1,000
,
1977
,026
,244
1976
,072
,001
1976
,059
,009
1976
Temperatura
,026
,244
1976
1,000
,
4685
-,300
,000
4685
,186
,000
4685
Umidade
,072
,001
1976
-,300
,000
4685
1,000
,
4685
,395
,000
4685
Pluviosidade
,059
,009
1976
,186
,000
4685
,395
,000
4685
1,000
,
4685
** Correlação é significante ao nível 0.01 (2-tailed).
APÊNDICE 14. Matriz de correlação entre os casos de cisticercose bovina e as variáveis
sócio demográficas.
cisticercose
Densidade
Demográfica
% Pessoas
alfabetizada
s
Nº
%
Densidade % Pessoas
moradores % Água
esgotament
cisticercose Demográfic alfabetizada
encanada
por
o
s
a
domicilio
Pearson 1,000
0,128
0,197
-0,137
0,132
0,180
Sig. (20,000
0,000
0,000
0,000
0,000
tailed)
N
1977
1977
1977
1977
1977
1970
Pearson
,128
1,000
0,397
-0,089
0,246
0,081
Correlation
Sig. (2,000
0,000
0,000
0,000
0,000
tailed)
N
1977
4687
4687
4685
4687
4659
Pearson
Correlation
,197
0,397
1,000
-0,330
0,547
0,227
Sig. (2tailed)
N
Nº
Pearson
moradores Correlation
por
domicilio
Sig. (2tailed)
N
% Água
Pearson
Correlation
Sig. (2tailed)
N
%
Pearson
esgotamento Correlation
Sig. (2tailed)
N
,000
0,000
1977
4687
-,137
% Lixo
0,238
0,000
1977
0,226
0,000
4687
0,589
0,000
0,000
0,000
0,000
4687
4685
4687
4659
4687
-0,089
-0,330
1,000
-0,184
-0,139
-0,378
,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
1977
4685
4685
4685
4685
4657
4685
,132
0,246
0,547
-0,184
1,000
0,739
0,739
,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
1977
4687
4687
4685
4687
4659
4687
,180
0,081
0,227
-0,139
0,739
1,000
0,607
,000
0,000
0,000
0,000
0,000
1970
4659
4659
4657
4659
0,000
4659
4659
106
% Lixo
Pearson
Correlation
Sig. (2tailed)
N
,238
0,226
0,589
-0,378
0,739
,607
1,000
,000
0,000
0,000
0,000
0,000
,000
,
1977
4687
4687
4685
4687
4659
4687
** Correlação é significante ao nível 0.01 (2-tailed).
APÊNDICE 15. Análise descritiva das variáveis ambientais segundo aparecimento da
Cisticercose Bahia – Nov/02 a Jun/05.
Desvio
Cisticercose
N
Média
padrão
Temperatura
Não
2708
24,4
2,07
Sim
1977
24,4
2,17
Umidade
Não
2708
78,1
8,46
Sim
1977
79,1
7,79
Pluviosidade
Não
2708
90,8
82,28
Sim
1977
99,4
79,99
Fonte: Ministério da Agricultura/INMET
APÊNDICE 16 – Envios de lotes, independente do quantitativo de animais, que apresentaram
cisticercose.
Cisticercose Envios
Não
Sim
Total
%
2.710
1.978
4.688
57,8
42,2
100
Fonte: Tabela elaborada pela autora com dados do Ministério da Agricultura-SIPA/BA
APÊNDICE 17 – Matriz de correlação dos casos de cisticercose com a umidade, pluviosidade
e temperatura por ano, no período de novembro de 2002 a junho de 2005.
Correlações ANO 2002
cisticercose
temperatura
UMIDADE
pluvios.
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
cisticercose
1,000
,
116
,088
,350
116
,102
,274
116
,062
,511
116
* Correlação é significante ao nível 0.05 (2-tailed).
** Correlação é significante ao nível 0.01 (2-tailed).
temperatura UMIDADE
,088
,102
,350
,274
116
116
1,000
-,159
,
,011
257
257
-,159
1,000
,011
,
257
257
,153
,466
,014
,000
257
257
pluvios.
,062
,511
116
,153
,014
257
,466
,000
257
1,000
,
257
107
Correlações ANO 2003
cisticercose temperatura UMIDADE
Pearson Correlation
1,000
,065
,033
Sig. (2-tailed)
,
,080
,378
N
722
722
722
temperatura
Pearson Correlation
,065
1,000
-,368
Sig. (2-tailed)
,080
,
,000
N
722
1658
1658
UMIDADE
Pearson Correlation
,033
-,368
1,000
Sig. (2-tailed)
,378
,000
,
N
722
1658
1658
pluvios.
Pearson Correlation
,051
,056
,512
Sig. (2-tailed)
,169
,022
,000
N
722
1658
1658
** Correlação é significante ao nível 0.01 (2-tailed).
* Correlação é significante ao nível 0.05 (2-tailed).
cisticercose
pluvios.
,051
,169
722
,056
,022
1658
,512
,000
1658
1,000
,
1658
Correlações ANO 2004
cisticercose temperatura UMIDADE
Pearson Correlation
1,000
-,041
,049
Sig. (2-tailed)
,
,248
,173
N
785
784
784
temperatura
Pearson Correlation
-,041
1,000
-,254
Sig. (2-tailed)
,248
,
,000
N
784
1916
1916
UMIDADE
Pearson Correlation
,049
-,254
1,000
Sig. (2-tailed)
,173
,000
,
N
784
1916
1916
pluvios.
Pearson Correlation
,057
,279
,346
Sig. (2-tailed)
,112
,000
,000
N
784
1916
1916
** Correlação é significante ao nível 0.01 (2-tailed).
cisticercose
pluvios.
,057
,112
784
,279
,000
1916
,346
,000
1916
1,000
,
1916
Correlações ANO 2005
cisticercose temperatura UMIDADE
Pearson Correlation
1,000
,077
,145
Sig. (2-tailed)
,
,150
,006
N
354
354
354
temperatura
Pearson Correlation
,077
1,000
-,353
Sig. (2-tailed)
,150
,
,000
N
354
854
854
UMIDADE
Pearson Correlation
,145
-,353
1,000
Sig. (2-tailed)
,006
,000
,
N
354
854
854
pluvios.
Pearson Correlation
,007
,108
,332
Sig. (2-tailed)
,902
,001
,000
N
354
854
854
** Correlação é significante ao nível 0.01 (2-tailed).
cisticercose
pluvios.
,007
,902
354
,108
,001
854
,332
,000
854
1,000
,
854
APÊNDICE 18 – Pluviosidade média anual - Nov de 2002 a junho de 2005
Ano
2002
2003
2004
2005
Pluviosidade média
91,5
69,5
94,5
143,3
108
Download

de dissertação em pdf - Pós