PRIMEIRO MOMENTO ISOLDA HOLMER PAES: A CONSTANTE APRENDIZ, A
ETERNA PROFESSORA 1
Berenice Gonçalves Hackmann
FACCAT 2
Resumo: a História de Vida de Isolda Holmer Paes é integrante de uma série de
Histórias de Vida de destacados educadores rio-grandenses que construímos no
seio da pesquisa intitulada “Identidade e Profissionalização Docente – narrativas na
primeira pessoa”, apoiada pelo CNPq e desenvolvida com Doutores, Doutorandas,
Mestrandas e Bolsistas de Iniciação Científica na PUCRS, a partir de narrativas de
pessoas-fonte, trianguladas entre elas e entre documentos, fotos, filmes. A leitura
transversal dessas Histórias de Vida nos permite visualizar elementos constitutivos
não só das trajetórias individuais desses educadores, mas também aqueles que
constituíram/constituem a história da educação no Estado do Rio Grande do Sul.
Nessa perspectiva são utilizadas na universidade como elementos de formação de
professores, não no sentido de serem modelares para cópia, mas no auxílio para a
compreensão de aportes do pensamento educacional que sustentou/sustenta a
formação de professores, bem como práticas e culturas escolares que ainda hoje, de
modo geral, se perpetuam. Essa História será publicada, na íntegra, em ABRAHÃO,
M.H. M.B. (org.) Identidade e Profissionalização Docente – narrativas na primeira
pessoa, no prelo.
Palavras-chave: História de Vida; Destacada Educadora; Formação de Professores.
Marcante.
Foi essa a primeira impressão que me proporcionou a professora Isolda
Holmer Paes ao conhecê-la, no final da década de 70, em uma reunião de
planejamento de um projeto educacional.
Entusiasmada.
Os olhos azuis fitavam-me diretamente ao explicar o projeto. Eram firmes,
mas,, ao mesmo tempo, doces. Eram brilhantes e mostravam que ela acreditava
naquele significativo trabalho para a educação.
Criativa.
1 MESA REDONDA: HISTÓRIAS DE VIDA DE TRÊS EDUCADORAS RIO-GRANDENSES:
EMPRESTANDO VISIBILIDADE À PROFISSIONALIZAÇÃO DOCENTE NO RIO GRANDE DO SUL.
EIXO TEMÁTICO 07: Formação de Professor
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Professora das Faculdades de Taquara – FACCAT; Doutoranda em Educação – PUCRS.
2
A força daquela mulher - na época, com 67 anos - era contagiante.
Ousada.
Sob sua orientação, o projeto foi concretizado e veiculado por um periódico de
Porto Alegre, com grande repercussão, em todo o Estado.
Passaram-se mais de duas décadas desse encontro e aqui estou,
pretendendo ser narradora desta história de vida, elemento de ligação de várias
pessoas que estão, agora, num único grupo: você, leitor ou leitora, eu, nossa
professora Isolda e outras pessoas que tiveram o prazer de usufruir, com ela, de
algum período de convivência. Acredito que esses momentos que passaremos
juntos serão ricos de aprendizagens sobre o significado de abraçar o magistério e
penso estabelecer uma identificação entre todos nós. Não esqueçamos que, ao
iniciar esta narrativa, estou marcada por muitos "eus". Estou “plurivocal" (mesmo
que fale na primeira pessoa do singular), pois o "eu" reunirá todos os envolvidos
nesta história. Ao começar a escrever, resolvi não realizar sozinha esta narrativa.
Convido outras vozes para juntarem-se a nós e, de maneira muito marcante,
ouviremos também a voz da professora Isolda. Quem a conhece poderá, inclusive,
ouvi-la com os sons da memória (afinal, lembranças têm aroma, cor e texturas).
E qual o porquê de minha escolha incidir sobre a Professora professora
Isolda?
Porque considero-a a considero um ser humano muito ímparespecial., que
continua espalhando, com amor, a arte de ser professora. Numa época em que a
maioria das meninas cursava o “primário” e eram encaminhadas “às lides
domésticas”, nossa professora casa-se, sai de sua pequena cidade situada na
Encosta da Serra, passa a residir em Porto Alegre, capital do Estado, começa a
circular em um meio de maiores exigências intelectuais e vence etapas: em apenas
alguns anos, cursa “ginásio”, “colégio”, ingressa na Universidade e conquista
espaços importantes no cenário educacional.
Décadas mais tarde, nNum período de vida em que muitos se acomodam
devido aà aposentadoria - , algumas vezes, em idade precoce -, vejo uma mulher,
comcom quase setenta anos, a olhar à frente e prosseguir. E há uma significação
especial nessa trajetória: mesmo ocupando um novo espaço, onde passa a ter uma
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projeção internacional, não deixa de ser professora e continua espalhando, com
amor, a arte de ensinar.
Passaram-se vinte e um anos e esse horizonte continua ainda enorme e
sempre se alongando para Isolda (dessa forma denominada, carinhosamente, nesta
narrativa).
Outros adjetivos? Corajosa. Carismática.
ARecortes da infância
Isolda nasceu em Taquara, na primavera de 1911, aos 27 dias do mês de
setembro, no seio de uma família formada por com 10 filhos.
Sua casa, na subida do Morro dos Palacetes (que também abrigava a avó,
viúva) era povoada por vozes e música: um irmão tocava flauta,, e outro, violino e
uma irmã tocava uma romântica cítara. Anas noites quentespós o jantar, muitas
vezes os sons viajavam nas costas da brisa suave. A música erudita era vivida de
uma forma singela, embalando os sonhos de Isolda, ainda bebê..
Aquele espaço era muito significativo, carregado de afetos e emoções e ela o
considera o lastro de toda sua vida. Ela acredita que para uma pessoa se interessar
pela educação e pelo destino do ser humano é necessário que tenha vivido num
ambiente especial, rico em vivências e estímulos. O lar precisa ser de tal forma
construído, que o futuro educador comece a valorizar, desde cedo, a importância de
participar do crescer e do desabrochar das potencialidades de uma criança.
Um dia deparou-se, pela primeira vez, com a morte, que para ela foi uma
interrogação, um mistério que não conseguia compreender. Com apenas quatro
anos viu saírem de sua casa, em um intervalo de 20 dias, “duas caixas pretas”. Eram
“tirados” da sua vida o pai e um irmão, com apenas 16 anos, que permaneceram
para sempre na memória. As vagas lembranças que colhe de seu pai resgatam uma
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presença amorosa que fazia a vida correr “mansa e tranqüila”. Era uma força
harmoniosa que unia e protegia a todos. Além disso,
as tradições e as experiências culturais do velho dinamarquês,
meu avô, teriam influído no estilo de vida familiar cultivada por
meu pai. Mesmo morrendo muito moço (42 anos) conseguiu
deixar para os filhos a influência de princípios e valores que
cultivava.
A partir daquelas perdas, todos concentraram muito amor naquela menina. E
ela crescia àa olhos vistos rodeada de muito, muito carinho. OsNesse momento os
olhos de Isolda brilham com lágrimas que teimam em correr, lembrando o amor, a
saudade, o querer bem ainda muito presentes na sua vida, representado por sua
mãe, D. Zeca.
nos filhos e com os filhos buscou a resistência indispensável
para vencer as precariedades da vida, como também tentava
suprir, em parte, a falta, no plano psicológico e econômico, do
chefe da família.
A mágica das lembranças colhe o tempo passado e ele se faz presente, nem
que seja por alguns instantes.
Minha mãe... a minha mãe maravilhosa, que me ensinou o
amor, a ternura pelas pessoas, a compreensão dos seres
humanos. Mas também depois me cobrava: ‘Minha filha, você
deve saber isso porque depois poderás ter crianças para
ensinar!’ E a minha mãe passava a vida ensinando-me! Isso
tudo, lá em Taquara.
As coisas que D.. Antonieta Zeca dizia, começaram, gradativamente, a
despertar em Isolda o desejo ade aprender para depois ensinar. Foi a sua primeira
professora, que lhe passava, com amor, candura e dedicação, as primeiras “regras”
essenciais para a convivência humana, com muita sensibilidade e intuição.
Complementa Isolda:
Com ela aprendi, por exemplo, a conhecer os sinais
característicos da mutabilidade das estações: a primavera
anuncia-se na inquietude dos ninhos e no verde tenro e claro
da folhagem dos jardins e dos campos; no verão, as nuances
do verde são outras e os animais refugiam-se na sombra fresca
dos capões.
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E lembra-se do que sua mãe ensinava sobre nossa paisagem:
Quando conheceres outros lugares no Brasil, verás que os
campos são diferentes. Aqui, temos coxilhas, aquela sucessão
de morrinhos que vemos quando andamos pela ‘estrada da
serra’. Não sei se há coxilhas em outras partes do país...
E Isolda relata que 40 anos mais tarde reviveu “essa singela lição de
geografia no texto premiado pela Academia Brasileira de Letras, de Darcy Azambuja:
... coxilhas... ‘ondas de um mar parado’...”
Todos os anos, na Semana Santa (na quinta-feira da Paixão), iam em busca
de barba-de-pau e flores nos matos para fazer um ninho enfeitado. Com aA elas
integravam-se algumas amiguinhas para correrem livres pelos relvados. Depois, as
meninas comiam a merenda, sentadas à sombra de uma árvore. Com as boquinhas
cheias de bolos, as maçãs do rosto tingidas de carmim e os cabelos soltos ao vento,
ouviam o relato sobre os ninhos trançados com barba-de-pau. Havia sabedoria por
detrás daquela história que iria se perpetuar no tempo! D. Zeca estava ensinando
uma tradição guardada pela memória. E exclama Isolda: “Quantas coisas lindas que
se faziam antigamente e que agora está estão se perdendo! Essa ‘memória’ está
perdida. O mundo mudou. Os ninhos desapareceram”.
Anos mais tarde ensinou aquela história a Tânia Mara, sua filha adotiva. O fez
de forma intuitiva e cCom ela também repetiu a tradição, indoia buscar barba-depau. At e até hoje faz ninhos que envia a São Paulo, para os filhos de Tânia,
acondicionados em caixas.
São detalhes como esses que, unidos a outros, tecem a história das pessoas
especiais.
ASuavess lembranças e reflexões:
Isolda tem uma memória bastante privilegiada e, quando conta-me me conta
parte de sua vida, novamente emociona-se:
Quando lembro-me me lembro de Taquara, lembro-me
daquelas pessoas e famílias maravilhosas com as quais eu
convivi! Lembro-me dos Amoretti, dos Vargas e da D.
Margarida, tão linda! E os palacetes? Tinha o palacete do
Coronel Theobaldo Fleck, o dos Janguta Correia, o do Felipe
Néri (que me ensinava teatro)... , o da D. Zeca. Eram os
palacetes do Morro. Meu Deus! Aquela gente toda pertencia à
minha vida. Hoje eu até podia morar em Taquara. Saí de lá
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porque ela era ‘pequena’ para mim. Hoje eu sou pequena para
ela. Hoje eu podia morar lá e trabalhar por ela. Tem muita coisa
linda a se fazer neste mundo!
Havia ainda a D. Amanda Hack, sua primeira professora de alfabetização:
“Ela tinha umas ternuras por mim!”.
E foi com duas sobrinhas, que haviam sido criadas por D. . Antonieta Zeca
devido aà perda dos pais, que Isolda começou o seu ofício de professora. Ensinouas a ler um livro, a cantar canções folclóricas e até a rezar a Ave Maria!
Vislumbrava-se a força da futura professora.
Neste segmento, optei por trazer Isolda para falar conosco. Pensei que ouvir
a sua voz, sem interrupção, seria uma oportunidade de um maior contato com ela.
A idéia, inicialmente vaga e imprecisa, de dedicar-me ao
magistério e, em sentido mais amplo, à educação, surgiu na
fase da adolescência. A educadora que me tornei mais tarde,
foi-se configurando, no dia-a-dia, ao longo dos anos. O
pensamento muitas vezes retomado, inicialmente, talvez um
tanto impreciso, tomou corpo e tornou-se história integrada,
confundida, com a história maior, a que veio do berço, tornouse criança, atravessou a juventude e alcançou a maturidade. E
tornou-se um tanto perturbadora, pelas dificuldades de
realização, ao final do meu curso primário. Como era natural, a
Escola Normal, o único caminho a seguir, surgiu como meu
maior objetivo e meu constante pensamento. Houve um
momento em que cheguei a acreditar na realização do meu
projeto, pela compreensão de minha mãe. Mas as limitadas
circunstâncias econômicas de vida familiar e pelo fato de morar
numa cidade onde a escola primária era a última etapa de
estudos oferecida aos jovens, compreendi que a mudança para
Porto Alegre era a única solução que me cabia, mas, de outra
parte, era uma barreira intransponível. Portanto, o caminho era
a renúncia à minha aspiração que, no entanto, permaneceu em
estado latente, vindo a concretizar-se muitos anos mais tarde.
Não nasci educadora, o que é bem compreensível. Mas creio
que foi na escola e no lar, ainda na infância, que meu destino
humano foi se delineando, independente de minha participação
consciente, para configurar-se definitivamente entre os vinte e
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cinco e trinta anos, já, então, em outra dimensão, mais
ambiciosa e mais abrangente quanto a objetivos. Essa
percepção ocorreu-me, quando em plena realização de minha
vida profissional, voltei-me para o caminho percorrido... Tudo o
que, com esforço, ia conseguindo realizar, era uma decorrência
da compreensão e do amor dos meus e, depois, do
incomparável companheiro de minha vida adulta. Ele veio
conduzido pela minha boa estrela, já de antemão, pressentindo
o quanto me poderia oferecer para a minha autodescoberta e
realização.
Você, leitor ou leitora, voou no tempo junto conosco e quase vivenciou aquela
infância e aquela renúncia temporária de ideais que já se esboçavam? Vislumbrou a
importância que teve, na vida de Isolda, seu companheiro?
O casamento e a preparação para um novo salto
Em 1930, casou com Elpídio Paes e ficou morando definitivamente em Porto
Alegre.
Dr. Elpídio, advogado de renome, que era professor (e posteriormente diretor)
da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS,
responsável pela formação jurídica dos futuros advogados. Além disso, atuava no
Departamento de Cultura e Literatura Latinas, do Instituto de Letras. Para ele, o
conhecimento era um fim e um meio de realização.e ficou morando definitivamente
em Porto Alegre.
Nessa nova vida, a educadora que já existia dentro de Isolda, começou a
tomar formaevoluir, influenciada pelo marido, também um educador. E ela ressalta:
“Apesar de sua formação jurídica, foi para o magistério que ele se voltou de corpo e
alma. Era um autêntico educador. E, para isso, fez do estudo o ponto alto de sua
vida inteligente, criadora e sensível”.
E e.
le acreditou que ao seu lado existia alguém com muitas potencialidades.
Isolda, com aquela convivência, começou a sentir que precisava estudar
mais, pois “como pederia poderia viver ao lado de alguém especialista em
Antigüidade
Greco-romana
sem
ter
uma
cultura
maior”?
Compreendeu,
espontaneamente, o quanto eram diferentes os seus espaços culturais. As pareces
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paredes de uma das salas de sua casa eram cobertas por prateleiras ricas em títulos
diversos. Formavam uma biblioteca eclética com mais de 10.000 volumes e
constantemente atualizada com os últimos lançamentos. Considerava seu marido
um desafio para ela e todas as influências recebidas encaminharam-na para uma
nova proposta de vida: "Humano e compreensivo, por excelência, buscou levar-me
para sua realidade”.
Transcorrido o primeiro mês de casamento,Um dia em que ele preparava uma
aula de Língua Latina, ele com absoluta naturalidade, perguntou-lhe: “Queres Não
gostarias de estudar Latim? Talvez consideres isso um estudo meio fora de
propósito. Mas é uma língua, culturalmente, muito importante e esse conhecimento
poderá te servir muito”. Isolda pergunta-se: “Será que ele está pensando em me
conduzir, de modo indireto, para a complementação de meus estudos, já que tenho
somente o primário?”
- “É uma língua linda, muito linda, e vai te servir para tudo.”
E ele começou a ensinar-lhe Latim, iniciando uma história que teria
continuação. Inclusive, mais tarde, esse estudo ser-lhe-ia muito importante para
realizar o colégio e fundamental para o curso universitário.
Meses depois, voltou a fazer-lhe uma nova pergunta: “Não queres estudar um
pouquinho de Francês?” E ela, que sempre teve paixão pela França, que tinha
vontade de, algum dia, poder aproximar-se da cultura francesa, começou a
aprender, plenamente com muito entusiasmo, o seu segundo idioma francês. Mais
uma vez o Dr. Elpídio tecia as bases para o seu futuro.
O próprio depoimento de Isolda fala-nos da importância daquele homem em
sua vida:
“O meu marido ensinou-me um outro tipo de amor. O amor humano, mais
alto, lindo! Jamais ele procurava julgar uma pessoa. A justiça era a sua palavra
fundamental. E ele foi tão maravilhoso. E me entendeu tanto, tanto!”
A estudante
e Isolda desorganiza sua vida. Tinha paixão por ela.
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Como diariamente o Dr. Elpídio saía para dar aulas na Universidade, ela
ficava sozinha em casa, desolada. Foram dias muito difíceis.
Conhecendo bem a esposa e compreendendo seus sentimentos, um certo dia
convidou-a para acompanhá-lo à Faculdade, para que não ficasse tão sozinha. Lá
poderia, com o conhecimento de francês que já possuía, assistir as aulas do
Professor René Ledoux, considerado um brilhante professor. Ela foi concordou,
cheia de expectativa.
Mas, na e, mesmo não entendendo completamente a primeira aula, constatou
que o francês elegante do professor era difícil. Não entendeu muita coisa. Seu
conhecimento era insuficiente para compreender uma pessoa falando de um
assunto tão complexo, no caso, Literatura Francesa. inteiramente ministrada em
francês, percebeu que era necessário avançar em seus conhecimentos. Como não
tinha formação literária e era portadora, a seu ver, de considerava seuum
vocabulário ainda insuficiente, decidiu prosseguir seus estudos formais. Cursaria a
Faculdade de Letras.
Ao contar ao Dr. Elpídio a sua decisão, recebeu como resposta:
- Mas não tens o secundário, que é indispensável!
- Mas vou fazê-lo.
Assumia um grande compromisso: cursar o ginásio e o colégio. E o “professor
de Latim e Francês” passou a auxiliá-la em todas as disciplinas, desde as
humanísticas, até as ciências exatas. Cursou o ginásio pelo Artigo 100, que exigia
bastante do aluno, pois era formado por matérias muito extensas e variadas.
Aplicada, estudava no cursinho e em casa, no cursinho e com o Dr. Elpídio. Em
19....,Realizou, com sucesso, os exames no Ginásio Anchieta, e depois cursou
ingressou no Colégio Sevigné. Nessa escola, como era mais velha que a maioria
das colegas e era casada, não queria usar o uniforme de menina de colégio, de azul
e branco, com listinhas. Porém, a Madre Superiora Sainte Odile disse-lhe que ela
seria um excelente exemplo e incentivo para as alunasjovens.
No final do 2º ano, foi publicado o “Decreto do Ministro de Capanema”. Com
ele, aqueles que tivessem cursado o ginásio - ou primeiro ciclo - pelo Artigo 100, não
precisariam freqüentar o 3º ano do ce Colégio colégio. Poderiam candidatar-se ao
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vestibular, uma vez que aquele Artigo incluía matérias do último ano do colégio,
como Física, Química, Trigonometria, dentre outras. Assim, prestou, com êxito, o
vestibular de Letras na UFRGS.
Já no final do curso, Graciema Pacheco, professora de Didática, convidou-a
para ser sua assistente naquela disciplina, o que lhe trouxe uma grande alegria ae,
ao mesmo tempo, dúvidas: “Ah, D. Graciema, nem sei... Nunca pretendi lecionar.
Vou pensar. A senhora é uma professora excepcional e trabalhar com a senhora é
uma honra. Mas eu vou pensar.” .No dia seguinte, o professor de Francês, Eduardo
ChavesRené Ledoux,, também convidou-a convidou-a para uma nova função:
lecionar a ser sua assistente na disciplina de Didática Especial de Francês.
Dessa forma, abriram-se as portas da Universidade para a Professora
professora Isolda.
Mas faltava ainda uma última etapa na sua vida acadêmica: a formatura,
cerimônia acalentada e esperada durante muitos anos.
E, naquela noite de festa, uma surpresa era-lhe reservada, como ela mesma
nos conta:
No dia em que ‘colei grau’, soube que havia obtido o primeiro
lugar no vestibular. Chamaram o Elpídio para entregar o diploma
para a ‘aluna que tirou o 1º lugar do vestibular e o 1º lugar do
Curso de Letras’. Foi uma emoção! E eu também não
sabiaignorava esse fato.
A professora
Na Universidade, Isolda descobre-se como professora do ensino superior:
“Meu destino para o magistério, vinha de longe. Desde a infância e adolescência,
alimentava essa idéia: finalmente descobrira claramente minha vocação”. E, àÀ
medida em que Isolda lecionava, sentia que a professora que vivia dentro de si,
desabrochava. Apaixonou-se pela profissão e d escobriu-se internamente.
, desafiada pela D. Graciema, que era uma mulher excepcional.”
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Naquele período, o Reitor da UFRGS, Dr. Elyseu Paglioli [verificar o seu n,
ome] solicitou à Isolda e à professora Graciema Pacheco que planejassem uma
escola, exigência do Ministério da Educação, para a realização do estágio dos
“alunos-mestres” nas diferentes disciplinas da “escola secundária”. . Nascia então o
Colégio de Aplicação, uma fonte inesgotável de criatividade. Inaugurado em 14 de
abril de 1954, uma época efervescente na educação brasileira, em que novas idéias
surgiam para revigorar o ensino:
O Colégio de Aplicação sempre foi considerado um núcleo extremamente
importante no cenário educacional do Rio Grande do Sul. Incontáveis projetos eram
seguidos por outros educadores professores do Brasil que ali abasteciam-se se
abasteciam de idéias novas e arrojadas.
E como Isolda amava os alunos daquela instituição! As “suas” crianças” eram
especiais e para elas trabalhava todos os dias da semana, inclusive aos sábados e
domingos. Muitas madrugadas foram dedicadas a projetos e estudos. Havia prazer e
envolvimento
naquele
trabalho.
Em
retribuição,
aqueles
alunos
nunca
a
esqueceram. Há um forte elo que persiste entre eles até hoje.
Na época da Feira do Livro, participou da Feira um escritor
- Flávio Moreira - que fora aluno do Aplicação. Hoje é Prêmio
Jaboti. Na dedicatória do livro que adquiri, escreveu: ‘A D.
Isolda que esteve, desde o começo, nas primeiras frases que
compus’. No lançamento de um livro de Luiz Carlos Felizardo,
esse escreveu: ‘A D. Isolda que me levou a começar coisas das
quais hoje eu me orgulho’. Não seria bem ‘a D. Isolda’, era, isso
sim, a influência do colégio nas suas formações.
No Colégio de Aplicação, novas metodologias eram constantemente criadas:
Introduzimos o ensino das línguas por níveis. Uma criança
lá iniciava os seus estudos sabendo um pouquinho de Francês
e a outra sabendo muito e ficavam todos na mesma turma. Um
não entendia nada do que o professor estava dizendo, o outro
entendia demais e tinha vontade de dormir na classe. Então
isso foi uma coisa belíssima, uma inovação no Brasil inteiro:
introduzir o ensino de línguas estrangeiras por níveis. Fui eu
quem fez todo esse trabalho: estabelecer os níveis para o
FFrancês e para o IInglês (parte metodológica e técnica).
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Depois nós fizemos o mesmo para o LLatim e por fim uma nova
experiência: Filosofia em níveis, porque alguns alunos traziam
muita leitura de casa e outros, coitados, nunca tinham ouvido
falar do que nós tratávamos.
Isolda criou também a utilização da linguagem cinematográfica para o ensino
de leitura e de narrações de contos. Com aquela experiência, os alunos
transformaram-se em magníficos narradores: “Sabiam como criar ambiente para os
seus personagens, sabiam como mostrar a personagem em pontos fundamentais
em que surgia como uma estrela em seu conto. Ah! Foi um espetáculo e foi copiado
por muitos Colégios de Aplicação do Brasil.”
O Colégio de Aplicação era um sem fim sem-fim de propostas arrojadas,
inovadoras e para aqueles alunos as aulas eram um constante descobrir e aprender.
A cultura e o professor
Em sua casa, berço de toda a sua formação, Isolda tinhahavia uma biblioteca
com obras diversas deixada por seu pai. Leu muitas delas, mesmo sem apreender
plenamente o sentido. Mas achava bonitas apreciava muito aquelas leituras.
Lembra-se que havia a uma Eenciclopédia de Oformada por obbras Ccélebres onde
lia sobre povos longínquosse encontravam trechos de romances célebres, contos e
excertos de textos de cultura geral.
Quando lia sobre povos longínquos pensava: “Não sei bem quem é esse
povo, mas é lindo. Um dia eu vou saber mais sobre isso...”
Aqueles textos eram para ela um desafio, um incentivo para conhecer a obra
completa e não apenas um segmento. Essa complementação encontrou, anos mais
tarde, em seus estudos literários.
E ela pensava: “Não sei bem quem é esse povo, mas é lindo. Um dia eu vou
saber mais sobre isso...”
Isolda destaca a importância do de uma sólida cultura geral, que conquistou
graças ao acervo de livros que tinha à sua disposição, em seu lar. Acredita que uma
aula só pode ser iluminada com o conhecimento da vida do homem e de uma
civilização. Se uma aula se confina dentro de paredes e em pequenos episódios, a
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imaginação da criança não consegue percorrer espaços e conhecer o que existe no
mundo: “É uma aula muito morta.”.
E reflete sobre a situação atual da vida de um professor:
Ele ganha muito pouco e tem a sua casa, seus filhos e
milhares de compromissos. Não tem tempo para estudar. Então
o professor não tem estímulo para as suas aulas, que ficam
neutras, automatizadas. Todos os dias é a mesma coisa.
Ela acha que, em cada dia, o professor precisa levar aos alunos uma nova
inspiração, trazendo para dentro da sala de aula a localidade, a cidade, o mundo. A
criança precisa aprender a caminhar e é o professor que a orienta nessa descoberta.
Ela precisa saber ler, aprender, fazer associações e utilizar o que sabe. Ela acredita
que o conhecimento tem uma dinâmica intrínseca e é um meio de comunicação com
o mundo. No caso do professor, “é a relação principal e o elo permanente entre o
que ensina e o que aprende”. Sempre acreditou que o professor devia levar para a
sala de aula uma nova inspiração, um estímulo, um desafio à inteligência e
sensibilidade do aluno.
Destaca que a criança precisa aprender a caminhar e é o professor que a
orienta nessa descoberta. Ela precisa saber ler, aprender, fazer associações e
utilizar o que sabe. E é impo
rtante para um professor uma “cultura geral abrangente para chegar às
convergências. Convergir para um ponto que tem que ser alimentado”.
Para Isolda, o professor precisa ter sensibilidade e compreensão, sobretudo
hoje nos dias atuais, em que a criança está, em muito lares, praticamente
abandonada. Muitas famílias estão com poucas condições para educar, pois pai e
mãe saem para o trabalho.também Com tristeza, diz que o lar perdeu aquele
encanto que possuía, pois perdeu o sentido do encontro e aconchego. Além disso,
se o pai e a mãe não lêem, a criança pode conservar esses hábitos familiares,
situação alterada somente quando encontra fora do ambiente familiar estímulos e
oportunidades para ampliar a sua cultura.
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Continuando suas reflexões, pensa que aquele que é realmente educador tem
desejo espontâneo e natural de crescer em seus conhecimentos e consegue realizálo através de um constante estudo. Mas precisa compartilhar o seu saber com outras
pessoas e não guardá-lo apenas para si. Vamos acompanhar esses pensamentos
de Isolda:
O interesse do professor é fazer o aluno participar das suas
‘conquistas’: elas são mais valiosas quando incorporadas por
outro, que é uma extensão das nossas experiências
atualizadas. Transcende ao simplesmente ‘ensinar’. Há uma
convocação espontânea da inteligência, sensibilidade,
emoções do educando. O conhecimento é reelaborado de
maneira singular, pela convergência de todas as
potencialidades do aluno. Mais do que ensinar, é conduzir o
educando à descoberta de si mesmo no plano de uma
educação humana, criadora e independente.
Isolda reconhece que a sua vida foi escrita em etapas felizes. A assimilação de
valores desde a infância formou a base para torná-la uma verdadeira educadora:
O educador, da forma como o identifico hoje, é o que eu
acredito ter sido e continuo sendo. Embora meus interesses
tenham tomado outra direção depois da aposentadoria, o
espírito do educador permanece, dando, em muitos casos,
parte do sentido da minha vida na intenção de busca da
integração com o outro, visando uma troca, exatamente como
acontece na relação professor-aluno. O educador é visto mais
como aquele que ‘dá’, enquanto guia, orienta, ensina. E o aluno
apenas como o que ‘recebe’. Mas não é bem assim. No
sistema intelectual de inter-relação, o aluno, salvo exceções, se
revela e essa revelação é um momento único para o professor.
É nessa realidade complexa, singular para cada ser, que o
educador descobre direções válidas para organizar uma
experiência que se complete no plano intelectual e humano.
Palavras finais
Quando realizava a revisão dessa narrativa, em setembro de 2001, Isolda
mais uma vez preparava-se para ir para a França, e dela recebi uma
correspondência com seu “endereço temporário”, em Paris. Lá estava findando o
verão e logo chegaria o outono.
Lembrei-me então que sua mãe insistia para que ela percebesse a diferença
entre “a luz branca e fria do verão e a luz do outono, suave, pura, de um brilho
nítido, em que havia qualquer coisa de bruma azulada, cedo pela manhã e ao cair
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da tarde”. O outono era a trégua entre o verão vibrante e o frio e melancólico
inverno. E comentou Isolda:
Ainda hoje, esse é o outono que amo. Percebo a
suavidade, o brilho e a atmosfera levemente irreal, em que, se
não vejo, imagino a bruma azulada. Sou uma libriana, portanto
fantasia e realidade estão presentes na minha visão de mundo.
Sei que ela está feliz em Paris. É outono, está aprendendo mais “coisas sobre
o vinho”, comunica-se e... continua olhando novos horizontes.
Sobre Isolda, ainda temos há assunto para um livro inteiro, mas outras
pessoas poderão prosseguir, completar e reescrever sobre essa história de vida.
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Isolda Holmer Paes faleceu subitamente em 26 de janeiro de 2002, vitimada
por um ataque cardíaco, ocorrido em sua residência.
A mestra e “dama do vinho” viajou para outros horizontes, mas permanece
conosco o exemplo de sua vida: seu caráter, sua maneira especial de ser e viver,
sua grandeza, espírito de doação e sua enorme cultura e sede de aprender.
Continuará sempre sendo a “nossa” eterna Professora e orgulho-me de tê-la
conhecido.
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ANEXO
ISOLDA HOLMER PAES
Local de Nascimento: Taquara
Data de Nascimento: 27-09-1911
Filiação: Francisco Otto Holmer e Maria José Wellausen Holmer.
• Bacharelado e Licenciatura em Letras (1946/1947) pela Faculdade de
Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
• Cursos de Extensão, Especialização e Aperfeiçoamento nas áreas de
Lingüística; Teoria e Crítica Literárias; Estilística Aplicada; Filologia Portuguesa;
Literatura Portuguesa; Filosofia Grega.
• Estágios nos “Centre de Recherches Pedagogiques de Sèvres” - França e
no “Consejo Superior de Pesquisas de Madrid” - Universidade de Madrid Espanha (como convidada especial).
• Exercício
do Magistério no Instituto de Letras - Faculdade de
Educação/UFRGS; Instituto de Educação “General Flores da Cunha” (Porto
Alegre) e Escola Técnica Ernesto Dornelles (Porto Alegre).
• Publicações: “Fundamentos do Estudo Dirigido para as escolas do Senai”;
“A experimentação especificamente didática”, 1973; “Formação intensiva do
professor – Microexperiência de ensino com modalidade de treinamento” - Edição
INEP (Esgotado); “Cadernos de Metodologia – Comunicação e Expressão – Vol. I
(Projeto prioritário para o ensino de 1º grau)” – Edição do MEC, 1976.
• Presidente
das Comissões Especializadas em Ensino de Língua e
Literatura, Lingüística Aplicada, Educação/UFRGS; da Comissão de Supervisão
e Execução do Concurso Vestibular da Faculdade de Direito/UFRGS; da
Associação Lígia Averbuch (em duas gestões); da Associação dos Amigos do
Museu de Artes do Rio Grande do Sul (por duas gestões); do Conselho da
Associação do Ex-aluno da UFURGS e, durante 10 anos, da COPERSO
(Comissão Permanente de Seleção e Orientação/UFRGS).
• Coordenadora do Laboratório de Ensino e Currículo da Faculdade de
Educação (foi também Membro Fundador); da Área de Lingüística do Colégio de
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Aplicação da UFRGS; dos Exames de Suficiência da Faculdade de Filosofia da
UFRGS.
• Participação no planejamento do Colégio de Aplicação de Florianópolis e
Belém do Pará; em Congressos de Educação em Porto Alegre e em outros
Estados (com apresentação de trabalhos); no planejamento e execução do
projeto ZH na Sala de Aula/RBS - 1980.
• Membro das Comissões: do Concurso para a Faculdade de Filosofia da
UFRGS; dos Exames de Suficiência de Francês, Espanhol e Língua Portuguesa
–
Faculdade
de
Filosofia/UFRGS;
do
Planejamento,
Implantação
e
Desenvolvimento da Faculdade de Educação/UFRGS; da Banca Examinadora
dos Exames de Suficiência para Professores do Ensino Profissional do RS; do
Conselho Consultivo da Associação de Bibliotecários do RS; do Concurso de
Provas para Registro Definitivo dos Professores do Ensino Comercial –
Faculdade de Ciências Econômicas/UFRGS; do Anteprojeto de Reestruturação
dos Quadros do Pessoal dos Serviços das Escolas Técnicas do Estado –
Superintendência do Ensino Profissional; do Anteprojeto de Registro Interno do
Colégio de Aplicação/UFRGS. Foi também membro do Conselho Estadual de
Cultura; da Sociedade Brasileira de Planejamento; da Sociedade Brasileira para
o Progresso da Ciência; do Conselho Consultivo da Sociedade Riograndense de
Educação; do Conselho Consultivo da Associação dos Amigos da Biblioteca
Pública do Estado; do Conselho Consultivo da Associação de Bibliotecários do
RS; do Conselho Deliberativo do Centro Cultural Franco-Brasileiro – Alliance
Française; do Instituto de Cultura Hispânica/PUC; do Conselho Deliberativo da
Fundação Teatro São Pedro.
• Outras Atividades e Funções: Participou da fundação das 1ª e 10ª Alliance
Française de Porto Alegre, em 1947 e 1968; do planejamento e instalação do
Colégio de Aplicação da Faculdade de Filosofia/UFRGS, por designação do
Reitor Elyseu Paglioli, em colaboração com a Professora Graciema Pacheco; da
Direção do Colégio de Aplicação/UFRGS; foi
Educadora-Assistente da
CADES/Ministério de Educação junto às classes experimentais do Instituto de
Educação General Flores da Cunha e do Colégio Americano; foi Chefe do
Departamento de Ensino e Currículo da Faculdade de Educação/UFRGS;
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organizou a equipe especializada das diversas disciplinas do Ensino Médio para
a elaboração de provas objetivas do Vestibular em convênio com a Fundação
Carlos Chagas; ministrou cursos e proferiu palestras na área da educação em
diversos municípios do Rio Grande do Sul, como Porto Alegre, São Leopoldo,
Caxias do Sul, Pelotas, Lajeado, Jaguarão, Rio Grande, Santa Maria; participou
de dezenas de congressos e encontros nas áreas da educação, folclore e
tecnologia aplicada à educação; foi
representante da Alliance Française no
Centenário das Alliances Françaises dos cinco continentes, em Paris, em 1986;
produziu artigos, proferiu conferências e concedeu entrevistas, em jornais, rádios
e emissoras de televisão do sul do Brasil, sobre a França e vinhos franceses;
participou de várias edições da VINEXPO (Salão Mundial de Vinhos e Destilados,
maior evento anual do setor realizado tradicionalmente em Bordeaux/França).
• Outras Participações e Distinções: “Officier d’Académie”, título concedido
pelo Governo da França por serviços prestados à cultura francesa, 1955;
“Personalidade Feminina do Ano” em Educação, 1976; “Professora Benemérita”
da Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS), 1987; “Professora Emérita”
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); “Prêmio em Educação
Tereza Noronha”, 1997; “Mulheres de Ouro”, 1992; “Destaque Profissional” da
Associação Diplomadas Universitárias, 1991; Medalha da Academia Brasileira de
História; Presidente da Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho/RS, sendo
responsável pela apresentação e degustação de vinhos franceses; Membro da
“Association of Wine Tasters”, Maastrick, na Holanda, e “Chevaliers du TasteVin”, na Borgonha/França; Título de Chevalier, conferido pela “Association
Internationale de Maitres Conseils en Gastronomie Française” – 1989; Título de
“Cofrère Compagnos”, recebido na Holanda em maio de 1996; “Membro
Honorário da Confraria De Landier”, título conferido pela Bacardi-Martini do Brasil
através de sua Divisão de Vinhos Finos de Garibaldi no RS – 1996; “Madrinha de
Honra da 1ª Feira de Vinhos de Flores da Cunha” – 1997; “Embajadora Universal
de los Vinos del Mundo 1998”, título conferido pela Confraria Internacional Los
Vinos y la Pachamama – Mendoza/Argentina – 1998; “Troféu Vitis” da
Associação Brasileira de Enologia - ABE em Bento Gonçalves – 1998;
Participação no “Congresso Mundial e Concurso La Mujer Elije” em Mendoza –
Argentina – 1999/2000; “Troféu Enoteca Italiana” e o título de “Sócia Honorária
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da Soaves” – ES – 2000. Por seus trabalhos junto à enologia, recebeu
dedicatória especial em sua homenagem no "Guia dos Vinhos Brasileiros"
publicado pela Academia do Vinho - 2001.
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