2 | saúde&beleza
diário as beiras | 30-04-2015
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30-04-2015 | diário as beiras
Clínica Particular de Coimbra desenvolve método inovador
de radioterapia para o cancro da mama
A Clínica Particular de Coimbra tem como principal objetivo dar resposta ao crescente desafio colocado ao setor privado da saúde. Afirmando-se como referência no setor privado de saúde, presta serviços em todas as
valências médicas e cirúrgicas, com particular enfoque em áreas do foro oncológico.
O que é a Radioterapia Intraoperatória?
Administração de níveis terapêuticos de radiação diretamente no local de onde foi retirado (minutos antes) um tumor da mama é a grande vantagem da aplicação da radioterapia intraoperatória. O processo é executado na sequência
imediata da intervenção cirúrgica, enqunto os tecidos ainda
estão expostos, poupando a área do corpo circundante.
O objetivo é melhorar o controlo local do tumor extraído,
contribuindo para aumentar a taxa de sobrevivência da
doente.
Por ser executado como ato médico imediato à cirurgia,
possibilita aos médicos a vantagem de afastarem temporariamente os órgãos vizinhos ou protegê-los da exposição à
radiação, anulando o risco de que quantidades microscópicas da doença permaneçam.
Esteriliza as eventuais células tumorais residuais, apresentando menos toxicidade, menos sequelas na pele e regiões
mamárias periféricas e com bom efeito cosmético.
Os atuais aceleradores lineares miniaturizados móveis são
o grande trunfo deste método porque a eficácia biológica
relativa dos raios X de baixa energia nas células tumorais
é maior quando comparado com os raios X de alta energia
ou raios gama que são emitidos por aceleradores lineares.
Por a aplicação ser pontual, a radiação produzida na sala
de cirurgia é menor, evitando assim a tomada de medidas
adicionais para proteção contra as radiações.
Este protocolo foi criado e desenvolvido no Instituto
Nacional de Tumores na cidade de Milão, Itália, e têm-se
vulgarizado na Europa.
É na Clínica Particular
de Coimbra que funciona o Grupo, ou Unidade
da Mama.
Situada na Circular interna, junto ao
Hospital pediátrico, a
CPC inicou a atividade
em setembro de 2012,
com base em serviços
médicos de excelência
e uma equipa altamente qualificada. É neste
contexto que funciona
o Grupo da Mama,
contando com sete
profissionais, entre três
médicos, enfermeiros e
psicóloga.
Para além desta
unidade, a instituição
reúne o esforço de
220 profissionais em
30 especialidades
médico-cirúrgicas e
meios complementares de diagnóstico.
O novo equipamento portátil de radioterapia da Clínica Particular de Coimbra
(CPC) permite executar a
radioterapia intraoperatória, aplicada no ato contínuo à remoção do tumor.
Utilizado nos casos do cancro da mama, permite fazer
no imediato uma radiação
durante 20 minutos, que
substitui os tratamentos
diárips que seriam necessários ao longo de
seis semanas seguidas, com o inevitável incómodo que a
situação gera, nomeadamente a nível de
deslocações, situação
que se agrava ainda
mais para as pacientes
que vivem longe.
A médica cirurgiã Maria
Eugénia Granjo, especialista do designado Grupo da
Mama da CPC explica que
“quando se faz tratamento
do tumor da mama, pode
ser por cirurgia radical, retirando a mama, ou por cirurgia conservadora, como
é o caso. Nestas circunstâncias, retira-se uma porção
de mama, que engloba o
tumor e uma margem de
tecido são à volta”, acrescentando que “quando isso
acontece, para que a mama
fique esterilizada e
o tumor não volte, é
preciso completar o tratamento com radioterapia”.
É o que acontece com este
método, ainda pouco utilizado em Portugal atendendo ao investimento
que é necessário realizar.
Especialistas de excelência
O oncoradioterapeuta
Guy Vieira, também do Grupo da Mama da CPC explica
que “em Portugal é relativamente recente a utilização
de radioterapia intraoperatória, se bem que a técnica
já existe há algum tempo”.
Na sua perspetiva, o que
é inovador nesta abordagem é que, antigamente era
obrigatório que fosse utilizado um acelerador linear
de partículas, usualmente
utilizado em radioterapia,
mas agora utiliza-se uma
máquina que funciona com
Raios X até uma determinada dose, o que lhe permite
poder funcionar num bloco operatório normal, de
acordo com as disposições
legais, sem que seja necessária a radioprotecção”.
Por não poder ser aplicada
a todas as doentes, esta técnica exige uma seleção prévia das doentes, garantindo
que cumprem os requisitos
para se sujeitarem à radioterapia intraoperatória.
Dirigindo-se às cirurgiãs Maria Eugénia Granjo e
Paula Messias, que fazem
parte da sua equipa na Clínica Particular de Coimbra,
Guy Vieira acrescenta que
“as minhas colegas tiram
o tumor e exatamente no
momento a seguir colocase, na loca operatória onde
estava o tumor, um balão,
previamente medido, que
depois é ligado à máquina
e através do qual se faz o
tratamento da radioterapia
na local”.
O processo torna-se mais
fácil porque a doente continua anestesiada na sequência da intervenção anterior.
“Ou seja, em vez de se fechar imediatamente a loca
r
Clínica Particula
de Coimbra
é pioneira
na aplicação
da Radioterapia
Intraoperatória
e dar alta à doente, sujeitando-a a fazer tratamentos
diários ao longo das seis semanas seguintes, faz-se ali
uma aplicação de 20 minutos que substitui de imediato esse tempo, com claros
benef ícios para o conforto”.
A máquina que permite
este avanço tecnológico
DR
Mastectomia profilática
É verdade que “o
tratamento é relativamente oneroso, mas
em caso de risco elas
preferem não esperar”,
acrescentando que “com
avançar da idade, para as
mulheres que têm risco
genético, a probabilidade
de carcinoma é de 80 a 90
por cento”.
A nível de prevenção, o
rastreio que se realiza na região Centro está a decorrer
“muitíssimo bem”, atesta
Maria Eugénia Granjo, sublinhando que foi o primei-
Legenda legenda legenda legenda legenda legenda ( 2,5 )
existe na CPC e “pelo que
conheço, não existe no serviço nacional de saúde”, observa Guy Vieira.
Investimento elevado
Foi uma aposta que implicou um investimento da clínica na aquisição do equipamento e na formação
dos respetivos médicos
depois de, no início se
ter deslocado a Portugal uma equipa para as
primeiras intervenções,
até que os respetivos
clínicos estivessem aptos
para a executar.
Neste contexto, a dupla
Maria Eugénia Granjo e Paula Messias vão, anualmente,
a Milão durante duas semanas para fazerem o necessário complemento de formação, porque é aí que se situa
o centro que faz o desenvolvimento tecnológico.
Guy Vieira destaca o facto
de ter sido há um mês que
esta técnica foi utilizada
pela primeira vez na região
Centro com a Clínica Particular de Coimbra, com
total sucesso, o que permitiu que outras pacientes
tivessem conhecimento do
método.
Maria Eugénia Granjo
reforça que, “embora o
sistema tradicional [de
tratamento diário durante
mês e meio] não seja desconfortável em si próprio,
a verdade é que é o esforço diário de deslocações
durante as seis semanas
é um incómodo, até pela
pressão psicológica que
Clínica Particular
de Coimbra integra
lista das unidades
hospitalares do
Sistema Integrado de
Gestão de Inscritos
em Cirurgia
“se calhar esse assunto foi
tratado com mediatismo
exagerado, mas o que ela
fez é o que devia ser feito,
em caso de risco genético”.
Todavia, já antes as mulheres recorriam a esta opção:
“fazemos essa intervenção
em Coimbra, há já algum tempo incluindo
na Clínica Particular, com
cerca de 10 a 12 doentes
por ano”.
isso representa” acrescentando que se reflete “no
cumprimento de horários
combinados para ir fazer o
tratamento todos os dias,
em que a mulher precisa
de alguém que a conduza,
com o consequente gasto
financeiro e o que isso afeta a rotina da família”.
Situação resolvida
Está provado que este sistema esteriliza a própria
mama, “o que torna muito
dif ícil a possibilidade daquela voltar a ser afetada,
mas não tem nada a ver
com a outra mama”, explica Paula Messias, acrescentando que “se ocorrer na
outra mama, caso volte a
reunir as condições necessárias, é possível voltar a
fazer o mesmo tratamento”.
Aproveitando a oportunidade, os médicos em
presença foram questionados sobre as vantagens da
mastectomia profilática.
Maria Eugénia Granjo responde que “esse processo
é aquilo a que chamamos
o síndrome de Angelina
Jolie”. A cirurgiã atesta que
Desde 2014 que a Clínica Particular de
Coimbra (CPC)integrou a lista das unidades hospitalares aderentes ao Sistema
Integrado de Gestão de Inscritos em
Cirurgia (SIGIC). Desde esse momento,
já deu resposta a centenas de clientes,
contribuindo para a redução das listas de
espera dos hospitais públicos. A instituição afirma-se como uma opção disponível, mesmo que o vale-cirurgia emitido
pelo hospital de origem não refira esta
ro a ser implantado no país,
e “suponho que é o que está
mais bem orientado e, é por
causa disso, morre-se muito menos por carcinoma
da mama”. O diagnóstico é
muito mais precoce, o que
possibilita fazer cirurgias
oncologia médica: “todos
os nossos doentes são vistos
pela equipa, seguindo os
protocolos internacionais
(guidelines), com o objetivo de fazer o melhor tratamento. Somos sete pessoas
entre médicos e enfermeiros e uma psicóloga”.
As duas médicas não
adiantam que metas foram traçadas pela equipa
O chamado
para os próximos meses
quanto à adesão das
“síndrome
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mulheres a este méli
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com a ADSE e alguns seguconservadoras.
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Paula Messias realça que referido tratamento. Aliás,
“há aqui uma grande van- os subsistemas reconhetagem que é o Grupo de cem a Clínica Particular
Mama, com características de Coimbra como unidade
multidisciplinares”, e que oncológica de excelência
existe desde o início da na zona Centro.
CPC em 2012, incluindo a
| António Rosado
cirurgia, a radioterapia e
Guy Vieira, Maria rugénia Granjo e Paula Messias
unidade de saúde privada.
A convenção estabelecida com o Serviço
Nacional de Saúde, suportada por um
reputado e experiente corpo clínico,
contempla, à presente data, as especialidades de Cirurgia Geral, Ginecologia,
Neurocirurgia, Ortopedia e Otorrinolaringologia.
O SIGIC regula a possibilidade de um
doente, em lista de espera para intervenção cirúrgica, ser atendido num hospital
privado, quando a unidade hospitalar
pública não consegue dar resposta em
tempo útil. O doente pode, após receber
o vale-cirurgia e verificando-se os
requisitos admininistrativos, agendar
diretamente a cirurgia na Clínica Particular de Coimbra. Nesse caso, caberá a
esta instituição a responsabilidade pela
intervenção cirúrgica, tratamentos e atos
médicos até à alta hospitalar, assim como
todos os processos administrativos.
Ficha
Situada na rua Camilo Pessanha, n.º 1, a
Clínica Particular de Coimbra, localizase no Polo das Ciências de Saúde da
Universidade de Coimbra.
- 28 quartos individuais de
internamento,
bloco operatório com quatro salas, recobro com seis camas
- 27 gabinetes de consulta.
- Integra ainda todo o equipamento de
meios complementares de diagnóstico
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