Título do Trabalho: Características antropométricas maternas e associação com o resultado
obstétrico em gestantes adolescentes atendidas em Maternidade Escola do Município do
Rio de Janeiro, Brasil
Autor principal: Cláudia Saunders Apresentador: Patricia Padilha Co-autores: Patricia
Padilha, Flora Vieira, Marta Maria Antonieta dos Santos, Jamile Nogueira, Taís Ariza
Instituição: Maternidade Escola da UFRJ
Resumo
Introdução: Evidências apontam a inadequação do estado nutricional antropométrico materno,
tanto pré-gestacional quanto gestacional, como um problema de saúde pública inquestionável,
pois favorece o desenvolvimento de intercorrências gestacionais e influencia as condições de
saúde materna e do concepto.
Objetivos: descrever as características antropométricas de gestantes adolescentes e avaliar a
associação dessas com o resultado da gestação.
Métodos: Trata-se de um estudo descritivo do tipo transversal, realizado por meio de coleta de
informações dos prontuários de 554 gestantes e seus recém-nascidos atendidos na
Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no período de 07/04 a 01/06.
Na avaliação da condição nutricional materna avaliou-se o Índice de Massa Corporal (IMC)
pré-gestacional (WHO, 1995; Story & Stang, 2000), ganho de peso gestacional total,
adequação do ganho de peso gestacional total (MS, 2006). Considerou-se como variável
desfecho obstétrico o peso ao nascer.
Resultados: A idade média das adolescentes ao parto foi 17,3 anos (desvio padrão- DP = 1,5,
variando de 12 a 19 anos). Destas, 370 (72%) eram adolescentes tardias (17 a 19 anos), 113
(22%) eram adolescentes intermediárias (15 a 16 anos) e 31 (6%) eram adolescentes precoces
(10-14 anos). O número médio de gestações foi d e e de abortos foram respectivamente, 1,33
(DP = 0,61) e 0,31 (DP = 0,56), a menarca em média ocorreu aos 12 anos (DP = 1,47) e a
idade ginecológica na concepção foi em média 4,8 anos (DP = 2,02). O peso materno prégestacional médio foi 53,95 (DP = 8,75), a média de IMC pré-gestacional foi 21,4 kg/m2
(desvio padrão - DP = 13,2) e o ganho de peso gestacional total foi em média 13,58 (DP =
5,96). A adequação do ganho de peso total foi observada em 29,1% da amostra, e O ganho
ponderal abaixo do recomendado foi registrado em 38%, enquanto que em 32,9% houve
ganho peso acima do recomendado. As médias de ganho de peso total variaram segundo as
faixas etárias maternas, onde a As adolescentes intermediárias apresentaram ganho de peso
significativamente maior que as tardias (p= 0,001); as quais apresentaram maior prevalência
de adequação do ganho de peso gestacional total. Analisando as condições ao nascer, v
Verificou-se que 13,2% apresentaram baixo peso ao nascer (BPN, peso <2,5kg), tendo sido
registrado o peso médio ao nascimento de 3025g (DP = 617g) e 17,4% nasceram
prematuramente (idade gestacional ao nascer <37 semanas), com idade gestacional média ao
nascer de 37,6 semanas (DP = 4,8). A média de ganho de peso gestacional total
correspondente aos conceptos de BPN foi significativamente menor (11,08, DP = 5,14) em
comparação com a média de ganho de peso das mães cujos conceptos nasceram com
adequado peso ao nascer (13,89, DP = 6,04; p = 0,48). O peso ao nascer correlacionou-se
positivamente com o ganho de peso gestacional total (r=0,273; p=0,000) e IMC prégestacional (r=0,174; p=0,021). O ganho de peso gestacional total foi correlacionado
negativamente com a idade materna na concepção (r = -0,165, p= 0,026); porém foi
favorecido com o aumento do número de consultas do pré-natal (r= 0,184; p=0,016) e não
correlacionou-se com as variáveis renda familiar per capita (p=0,962), paridade (p=0,152) e
idade gestacional na primeira consulta do pré-natal (p=0,172).
Conclusão: O expressivo quantitativo de mulheres com inadequação do ganho ponderal
reforçam a importância da orientação nutricional, que favoreça o estado nutricional adequado
e minimize os riscos de intercorrências maternas e do recém-nascido.
Apoio: CNPq/ FAPERJ
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